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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto CONCEITO O Sistema Respiratório é formado por um conjunto de órgãos interconectados de forma sinérgica. Ele é responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o ambiente, possibilitando que o processo respiratório nos seres humanos aconteça em conjunto com o sistema circulatório. O sistema respiratório, também, é responsável pela capacidade de captar odores (olfação) através do nariz e transmitir sons claros, evidentes e perceptíveis (fonação) através da laringe. ORIGEM EMBRIONÁRIA O sistema respiratório deriva do intestino primitivo e seu primeiro sinal é o sulco laringotraqueal, que se forma na endoderme da face ventral da faringe. Os sulcos entre o broto pulmonar e o esôfago se aprofundam formando o divertículo laringotraqueal. O broto se alonga em sentido ventral e caudal, no mesênquima circundante e se divide para formar o tronco bronquial principal. A partir do tubo laringotraqueal irão se desenvolver a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões. Inicialmente, o pulmão aparece como um broto ventral fora do esôfago, bem caudal ao sulco laringotraqueal. A ramificação dicotômica subsequente origina as vias aéreas condutoras. O endoderma dá origem ao epitélio de revestimento e glandular mucoso dos brônquios e às células epiteliais dos alvéolos. O tecido conjuntivo, a cartilagem, os vasos e o músculo liso se desenvolverão a partir do mesênquima esplâncnico (visceral) que envolve a porção ventral do intestino anterior. ORIGEM DA TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÕES Na extremidade do tubo laringotraqueal, desenvolve- se uma dilatação que logo se divide em dois brotos broncopulmonares Obs. Desde os primeiros estágios do desenvolvimento, observa-se que o brônquio direito é mais longo e reto que o esquerdo. • Por volta da 5ª semana, no broto direito, aparecem dois brotos secundários, e no broto esquerdo, somente um. Posteriormente, cada broto broncopulmonar secundário se ramifica repetidas vezes por divisões dicotômicas. Desenvolvimento da porc ̧ão respiratória • O desenvolvimento dos segmentos respiratórios do pulmão passa por quatro etapas: Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto • estágio embrionário (da quarta à sétima semana): abrange o surgimento do divertículo respiratório até os segmentos broncopulmonares; • estágio pseudoglandular (da oitava à 16ª semana): sua denominação deve-se à aparência de glândula do pulmão nesse período; há o crescimento dos ductos nos segmentos broncopulmonares; • estágio canalicular (17ª à 26ª semana): ocorre a formação dos bronquíolos respiratórios e o aumento da vascularização; • estágio de saco terminal (26ª semana ao nascimento): os sacos alveolares organizam-se nas extremidades dos bronquíolos respiratórios, e o epitélio dos alvéolos diferencia-se nos pneumócitos do tipo I e nos pneumócitos do tipo II; • estágio pós-natal (do nascimento até os oito anos): há inicialmente um aumento de tecido conjuntivo entre os sacos alveolares, mas depois há uma diminuição, favorecendo as trocas gasosas. Resumo: Desenvolvimento embrionário do pulmão. Aos 26 dias, o pulmão aparece primeiro como uma protrusão do intestino anterior. Aos 33 dias, o broto pulmonar se ramifica e os brônquios principais futuros penetram no mesênquima, aos 37 dias. As vias aéreas para os brônquios lobar e segmentar inicial se formaram aos 42 dias. ESTRUTURA É formado pelas vias respiratórias e pulmões que fornecem ao sangue oxigênio para a respiração celular e retiram dele o dióxido de carbono. O diafragma e a laringe controlam o fluxo de ar pelo sistema, que também pode produzir o som na laringe, que depois é transformado em fala pela língua, dentes e lábios. Sentido do ar no aparelho respiratório: Nariz externo → Cavidade nasal → Seios paranasais → Nasofaringe → Laringofaringe → Laringe → Traqueia → Brônquios → Bronquíolos → Ductos alveolares → Sacos alveolares → Alvéolos O Sistema Respiratório pode ser dividido de acordo com sua estrutura anatômica em porção superior e inferior, e funcionalmente em porção condutora e respiratória. PORÇÃO SUPERIOR → Cavidades nasais, seios paranasais e faringe PORÇÃO INFERIOR → Laringe, traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos, canais alveolares e alvéolos. PORÇÃO CONDUTORA → Tem a função de acondicionar o ar, fazendo com que ele seja aquecido, umidificado, além disso, tem a função de retirar do ar as partículas indesejadas; Seus componentes são os órgãos tubulares que permitem o transporte dos gases inspirados e expirados para a porção respiratória. PORÇÃO RESPIRATÓRIA → é o local onde ocorre a troca gasosa entre o ar e o sangue. Apresenta como representante os pulmões. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto NARIZ O nariz é a parte mais proeminente da face humana. É a parte superior da via respiratória, pode ser subdividido em nariz externo, que se abre anteriormente para a face através das narinas, e uma câmara interna, dividida sagitalmente por um septo em cavidades esquerda e direita, que se abrem posteriormente para a parte nasal da faringe através das aberturas nasais posteriores chamadas de coanas. As cavidades nasais estão alojadas em uma estrutura de suporte composta de osso e cartilagens fibroelásticas. Os ossos maiores desta armação contêm espaços preenchidos por ar e revestidos por epitélio respiratório, descritos coletivamente como seios paranasais. Os seios paranasais e os ductos lacrimonasais drenam para a cavidade nasal através de aberturas em suas paredes laterais. As funções do nariz e das cavidades nasais são: respiração, olfação, filtração de poeira, umidificação do ar inspirado, e recepção de secreções dos seios paranasais e dos ductos nasolacrimais. O nariz varia consideravelmente em tamanho e formato, sobretudo em decorrência de diferenças nas cartilagens nasais e na profundidade da glabela. As aberturas posteriores ou coanas abrem-se na parte nasal da faringe. O septo nasal parcialmente ósseo e parcialmente cartilaginoso divide o nariz em duas cavidades estreitas. A parte óssea do septo geralmente está localizada no plano mediano até os 7 anos de idade. Depois disso, com frequência, desvia-se ligeiramente para um lado, frequentemente para a direita. O septo nasal possui três componentes principais: a lâmina perpendicular do osso etmóide; o vômer; e a cartilagem do septo nasal. A lâmina perpendicular, que forma a parte superior do septo, é muito fina e desce a partir da lâmina crivosa do osso etmóide. O vômer, um osso fino e plano, forma a parte póstero- inferior do septo. Ele se articula com a lâmina perpendicular do etmóide e com a cartilagem do septo nasal. O dorso imóvel do nariz (ponte), a parte óssea superior, é constituído por ossos do nariz, processos frontais das maxilas e a parte nasal do osso frontal. A parte cartilaginosa e móvel do nariz consiste em cinco cartilagens principais e algumas menores. As cartilagens nasais compostas por cartilagem hialina, estão conectadas entre si e aos ossos do nariz pela continuidade do pericôndrio e periósteo, respectivamente. As cartilagens alares do nariz, em forma de U, são livres e móveis. Elas dilatam ou constringem as narinas quando os músculos nasais externos se contraem. As cavidades nasais, que têm por entrada as narinas, abrem-se na parte nasal da faringe através das coanas. A túnica mucosa reveste toda a cavidade, exceto o vestíbulo. A entrada para o vestíbulo do nariz é Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto revestida por pele tanto no lado dosepto quanto na parede lateral. A pele estende-se até o vestíbulo do nariz, onde tem um número variável de pelos rígidos (vibrissas). Como geralmente estão úmidos, esses pelos filtram partículas de poeira do ar que entra na cavidade nasal. A mucosa nasal, que se liga firmemente ao periósteo e pericôndrio das estruturas de sustentação do nariz é contínua com o revestimento de todas as câmaras com as quais as cavidades nasais se comunicam: a parte nasal da faringe atrás, os seios paranasais acima e lateralmente, e o saco lacrimal e túnica conjuntiva ocular. O septo nasal é recoberto por mucosa, exceto na parte do vestíbulo. A área dos dois terços inferiores da mucosa nasal é denominada região respiratória e o terço superior é a região olfatória. O ar que passa na região respiratória é aquecido e umedecido antes de atravessar o restante da via respiratória superior até os pulmões. Amarelada em pessoas vivas, a região olfatória da mucosa nasal contém o órgão periférico do olfato. As células funcionais relacionadas com a olfação, denominadas células receptoras olfatórias, localizam-se na mucosa da região olfatória do nariz. Os axônios das células olfatórias, que constituem os nervos olfatórios (NC I), são reunidos em 18 a 20 fascículos que atravessam os forames na lâmina crivosa do osso etmóide na fossa anterior do crânio. Estes nervos são amielínicos e, após atravessarem os forames na lâmina crivosa, perfuram a dura-máter e a aracnóide que recobre o encéfalo. Envolvidos por um delgado tubo de pia-máter, os nervos olfatórios cruzam o espaço subaracnóide que contém LCE e penetram nas faces inferiores dos bulbos olfatórios. A célula olfatória é um tipo primitivo de receptor sensitivo. Seu dendrito estende-se até a superfície do epitélio olfatório e termina como uma dilatação bulbosa exposta. Por isso, uma substância aromática tem acesso direto ao neurônio sem a intervenção de tecido não-nervoso. Existem, aproximadamente, 25 milhões de células olfatórias em cada metade da mucosa de adultos jovens. O número se reduz em pessoas idosas. Os dois terços inferiores da mucosa nasal são supridos particularmente pelo nervo trigêmeo (NC V). A mucosa do septo nasal é suprida principalmente pelo nervo nasopalatino, um ramo da divisão maxilar do nervo trigêmeo. Sua porção anterior é suprida pelo nervo etmoidal anterior (um ramo do nervo nasociliar), que é derivado da divisão oftálmica do nervo trigêmeo. A parede lateral da cavidade nasal é suprida por ramos nasais do nervo maxilar: pelo nervo palatino maior, e pelo nervo etmoidal anterior. O suprimento sanguíneo da mucosa do septo nasal é derivado principalmente da artéria maxilar. A artéria esfenopalatina, um ramo da artéria maxilar, supre a maior parte do sangue para a mucosa nasal. SEIOS PARANASAIS A comunicação da cavidade nasal com alguns ossos do crânio, como o frontal, o maxilar, o esfenoide e o etmoide (células etmoidais), formam espaços preenchidos pelo ar, que denominamos seios paranasais, os quais podemos caracterizar em: seio maxilar, seio frontal, seio etmoidal e seio esfenoidal. Os seios paranasais são extensões cheias de ar ou pneumatizadas da porção respiratória da cavidade nasal projetadas nos ossos do crânio: frontal, etmóide, esfenóide e maxila. São denominados de acordo com os ossos no qual se localizam: seios frontal, etmoidal, esfenoidal e maxilar. O seio frontal é superior, o seio maxilar é inferior, o seio etmoidal é medial e o seio esfenoidal posterior à órbita. Os seios são revestidos por mucosa que é contínua com a mucosa da cavidade nasal. Entretanto, a mucosa dos seios é mais fina, menos vascular, e não tão aderente às paredes ósseas quanto é a mucosa nasal. O muco secretado pelas glândulas da mucosa dos seios segue para a cavidade nasal através de aberturas ou Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto óstios (encobertos pelas conchas) em suas paredes laterais. Os seios frontais estão localizados entre as lâminas externa e interna do osso frontal, atrás dos arcos superciliares e da raiz do nariz. Entretanto, a proeminência dos arcos superciliares não é indicação do tamanho dos seios frontais subjacentes. Geralmente, eles são detectáveis em radiografias de crianças por volta de 7 anos de idade. O seio maxilar, ou Antro de Highmore, é o maior seio paranasal e está localizado no interior do osso maxilar. O espaço pneumático contido no interior do osso maxilar comunica-se com a cavidade nasal através do óstio sinusal maxilar no meato nasal, um segundo orifício, o acessório, estão em geral presentes no meato nasal médio, atrás do primeiro. Em algumas circunstâncias forma-se o que podemos chamar de comunicação buco-sinusal que se dá pelo acesso direto do espaço pneumático a cavidade bucal. O seio maxilar relaciona-se na parte superior com o assoalho da órbita, na parte inferior com o processo alveolar, na parte anterior com a fossa canina e posteriormente com a tuberosidade do maxilar. Os seios frontais estão localizados logo atrás dos arcos superciliares. Esse tipo de seio começa a se desenvolver após os dois anos de nascimento do indivíduo na extremidade ântero-superior do infundíbulo, ocorrendo um rápido crescimento da lâmina externa da região supra-orbitária que aparentemente afasta-se da lâmina interna, formando uma crista acima do bordo superior da entrada da órbita. Inicialmente o espaço entre estas lâminas é ocupado por um osso esponjoso que será substituído pelo seio frontal. Aproximadamente aos vinte anos, o crescimento do seio frontal cessa, e sua parte superior e lateral apresenta-se de forma extensa entre a lâmina interna e externa da região supraorbitária. O seio etmoidal, também conhecido como células ou vesículas etmoidais, apresenta-se na porção lateral do osso etmoide na parte superior das cavidades nasais em forma de inúmeras vesículas formando um labirinto. Esse seio está dividido em três grupos: anterior e médio, que se iniciam no meato médio do nariz; e posterior que se inicia no meato superior do nariz, coberta pela concha superior. Os seios esfenoidais, localizados no interior do osso esfenoide, apresentam-se de forma assimétrica, quando muito extenso chega a atingir as asas maiores do osso esfenoide e em algumas situações podem invadir a porção basilar do osso occipital (porção superior do osso esfenoide). FARINGE A faringe é uma estrutura que faz parte tanto do sistema digestório quanto do sistema respiratório, sendo um local por onde o alimento e o ar passam. Esse órgão permite, por exemplo, que sejamos capazes de respirar mesmo quando nossas cavidades nasais estão obstruídas. A faringe apresenta, aproximadamente, 12,5 cm de comprimento, é um órgão tubular musculomembranoso, e possui três regiões distintas: a nasal, a oral e a laríngea. A região nasal é chamada de nasofaringe, enquanto a oral é denominada orofaringe, e a região laríngea é conhecida como laringofaringe. A faringe apresenta três regiões: a nasal, a oral e a laríngea: A primeira região da faringe é a nasofaringe, situada logo atrás do nariz. Possui quatro aberturas, sendo duas delas para as tubas auditivas e duas para a região do nariz. A abertura para as tubas auditivas garante a comunicação entre a nasofaringe e a cavidade timpânica, garantindo que as pressões se igualem nas regiões. Um problema entre essa comunicação é que ela também permite que infecções que atingem a faringe acometam a região da orelha. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto A orofaringe surge após a nasofaringe e está situada logo atrás da boca. A nasofaringe e a orofaringe estão separadas pelopalato mole de maneira incompleta. A movimentação do palato mole durante a deglutição evita que o alimento siga para a região nasal da faringe. A faringe comunica-se com a boca por uma abertura que recebe o nome de istmo das fauces. Por fim, temos a laringofaringe, situada por baixo do osso hioide e por trás da laringe. A laringofaringe abre- se na laringe e no esôfago. As tonsilas são estruturas importantes encontradas na região da faringe. Elas são formadas por tecido linfático e estão relacionadas com a defesa do nosso corpo, atuando na produção de linfócitos, os quais são importantes para garantir-se a proteção contra antígenos que podem estar presentes no ar e nos alimentos. As tonsilas palatinas ou amígdalas são encontradas em par e estão presentes na parede lateral da orofaringe. Essas tonsilas são maiores nas crianças do que nos adultos, sendo observada a involução da estrutura após o período de puberdade. Um problema comum que as afeta é a amigdalite, uma inflamação dessa região, a qual pode ser desencadeada por diferentes agentes, como vírus e bactérias. A inflamação pode causar dor na garganta, dor no ouvido, febre, dor de cabeça, formação de pus nas amígdalas e mau hálito. O tratamento inclui analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos, sendo esse último medicamento utilizado quando a infecção é bacteriana. Muitas pessoas realizam cirurgias para a retirada das amígdalas, porém a retirada da estrutura só é indicada em casos específicos, como casos de amigdalite de repetição. LARINGE A laringe comunica-se com a cavidade da boca e do nariz através das porções laríngea e oral da faringe. Embora seja parte das vias aéreas, a laringe normalmente atua como uma válvula para evitar que o alimento deglutido e corpos estranhos entrem nas vias respiratórias inferiores. Exerce, também, função fonatória. Está localizada na porção anterior do pescoço. Em homens adultos, possui cerca de 5 cm de comprimento e está relacionada posteriormente aos corpos das vértebras C3 a C6. A laringe é mais curta em mulheres e crianças e está situada mais superiormente no pescoço. Esta diferença da laringe entre os sexos desenvolve-se normalmente na puberdade em homens, quando todas as cartilagens aumentam. A estrutura da laringe consiste em nove cartilagens unidas por vários ligamentos e membranas: cartilagem tireóidea, epiglote e cartilagem cricoide e as cartilagens cuneiforme, corniculada e aritenoide, que se apresentam em pares. Três cartilagens são únicas (tireóidea, cricóide e epiglótica), e são pares (aritenóide, corniculada e cuneiforme). A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens laríngeas, composta por duas lâminas quadriláteras. Os dois terços inferiores dessas lâminas são fundidos anteriormente no plano mediano para formar uma projeção subcutânea, denominada proeminência laríngea. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto A cartilagem tireoidea, conhecida vulgarmente como “pomo de Adão”, é formada de cartilagem hialina, e tem forma semelhante à de um livro aberto para trás. Fixada a ela, e ao osso hioide, está a epiglote. Esta funciona como uma espécie de “tampa”, evitando que substâncias líquidas e sólidas sejam encaminhadas para os pulmões. Abaixo da tireoide, e antes da traqueia, está a cartilagem elástica cricoide, ligada a esta primeira por uma membrana. As cartilagens aritenoides são móveis, possuem formato piramidal e estão articuladas à cricoide. Nestas se localizam as inserções das cordas vocais, influenciando a tensão destas, e de alguns músculos da glote. Já as cartilagens corniculada e cuneiforme estão unidas entre si, deslizando-se de acordo com as movimentações dos músculos da laringe. Essa última cartilagem, ainda, liga as aritenoides à epiglote. • 1: corno superior da cartilagem tireoidea. • 2: osso hioide. • 3: epiglote. 4: lâmina da cartilagem tireoidea. • 5: ligamento vocal. • 6: cartilagem cricoide • 7: traqueia. • 8: corno inferior da cartilagem tireoidea. • 9: cartilagem aritenoide. • 10: cartilagem corniculada. • 11: membrana tíreo-hióidea. • 1: cartilagem corniculada; • 2: processo vocal da cartilagem aritenoide; • 3: cartilagem cricoide; • 4: cartilagem corniculada. Associados a estas estruturas cartilaginosas estão os músculos, exercendo a importante função de estreitar ou dilatar os canais responsáveis pela passagem do ar e de distender e relaxar as cordas vocais. As cordas vocais se encontram no interior da laringe, em dois pares. A dupla localizada na região superior é chamada de banda ventricular, ou cordas vocais falsas, sendo constituída de lâminas fibrosas. As inferiores, formadas por tecido fibroso, elástico e muscular, são as cordas vocais verdadeiras. Estas partem da tireoide, cada uma se ligando à aritenoide correspondente. Formam um “v”, quando estão relaxadas como, por exemplo, quando respiramos. Ao falarmos, as cartilagens aritenoides se movem, permitindo que as cordas vocais se estendam, permanecendo bem próximas. Assim, quando o ar é expirado, estas vibram, permitindo a formação de sons. A movimentação dos músculos da laringe, juntamente com a articulação das estruturas bucais, como lábios, língua, bochechas; permitem a modulação da voz e a linguagem falada. TRAQUÉIA A traquéia é um largo tubo fibrocartilaginoso, cuja metade superior está no pescoço. Ela está localizada entre a laringe e os brônquios e desce anteriormente no esôfago. Inicia-se logo após a laringe e se estende até se ramificar em dois brônquios, os quais penetram nos pulmões. Em um adulto, a traqueia mede entre 15 e 20 cm e cerca de 1,5 cm de diâmetro. Em suma, trata- se de um tubo cartilaginoso e membranoso revestido por um epitélio ciliado mucoso, que funciona como um canal para a passagem de ar para os pulmões. Assim que ela entra no mediastino superior, inclina-se um pouco para a direita do plano mediano. A face posterior da traquéia é achatada onde está aplicada ao esôfago. Em sua estrutura, ela apresenta entre 16 e 20 anéis cartilaginosos em forma de C, os quais são unidos por tecido fibroso, denominados de cartilagens traqueais. Essas estruturas a mantem aberta.A estrutura entre esses anéis é conhecida como ligamentos anulares. A parte torácica da traqueia tem 5 a 6 cm de comprimento. Ela termina ao nível do ângulo esternal, dividindo-se nos brônquios principais direito e esquerdo. O arco aórtico está, de início, anterior à Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto traqueia e depois à sua esquerda. Acima do arco, o tronco arterial braquiocefálico e a artéria carótida comum esquerdos estão, a princípio, anteriores e, em seguida, nos lados direito e esquerdo da traqueia, respectivamente. Estes vasos separam a traqueia da veia braquiocefálica esquerda. A face posterior da traqueia fica anterior e um pouco à direita do esôfago e do nervo laríngeo inferior esquerdo. Este nervo envia ramos para o esôfago e para a traqueia. A traqueia apresenta-se revestida internamente por epitélio cilíndrico pseudoestratificado ciliado. No seu interior, observa-se um muco que é formado pelas secreções liberadas por glândulas seromucosas e células caliciformes encontradas nesse local. Esse muco é levado para a faringe por meio de batimentos ciliares, que atuam varrendo impurezas. Essa movimentação garante que impurezas retidas no muco sejam deglutidas. Externamente a traqueia é revestida por tecido conjuntivo frouxo, que a conecta aos tecidos adjacentes. Na região posterior da traqueia a parede é formada por uma musculatura lisa (músculo traqueal), tecido conjuntivo e ausência de cartilagem, apresentando-se como limite superior acartilagem cricoide, localizada entre a 6ª e 7ª vértebra cervical, anterior ao esôfago. A porção final da traqueia é denominada de carina traqueal, depois a traqueia se ramifica em dois brônquios principais, o direito e o esquerdo. obstrução da traqueia e a traqueostomia A traqueia é um órgão que garante a passagem do ar em direção aos pulmões. Em algumas situações, essa passagem de ar pode ser comprometida, sendo fundamental sua desobstrução. O processo de desobstrução da traqueia é chamado de traqueostomia, e pode ser recomendado em casos de obstrução das vias aéreas superiores, na presença de tumores na garganta, em algumas cirurgias de cabeça e pescoço e edema, e devido a infecções ou queimaduras. No processo de traqueostomia, a traqueia um tubo é introduzido na região do pescoço para facilitar a entrada de ar. Esse tubo pode ser feito de plástico ou metal. Na maioria das vezes, a traqueostomia é uma condição provisória, entretanto, em determinadas situações, ela pode ser definitiva. BRÔNQUIOS Os brônquios são ramificações da traqueia. Eles se apresentam sob a forma de pequenos tubos ou pequenos canais ocos com diâmetros variáveis que fazem parte do pulmão O brônquio acompanha a artéria pulmonar dentro do hilo aproximadamente cuneiforme do pulmão, onde ele se subdivide. Cada brônquio principal tem um padrão característico de ramificação, denominado árvore brônquica. O brônquio principal direito é mais calibroso, mais curto e mais vertical do que o esquerdo. Com cerca de 2,5 cm de comprimento, ele passa diretamente para o hilo do pulmão. O brônquio principal esquerdo tem cerca de 5 cm de comprimento e passa inferolateralmente, abaixo do arco da aorta e anteriormente ao esôfago e parte descendente da aorta. Dentro de cada pulmão o brônquio se divide de uma forma constante e em direções também constantes, de modo que cada ramo supre um setor claramente definido do pulmão. São classificados em principais ou de primeira ordem, por sua semelhança a traqueia. Cada brônquio principal dá origem a pequenos brônquios lobares ou de segunda ordem. Os brônquios lobares dividem-se em brônquios segmentares ou terceira ordem, e os brônquios segmentares se dividem em bronquíolos. • Brônquios Principais ou Primeira Ordem: divididos em esquerdo e direito, sendo, um mais horizontalizado e de maior comprimento e outro mais verticalizado e calibroso. Estes apresentam-se em formas de anéis de cartilagem incompletos, semelhantes a traqueia. • Brônquios Lobares ou Segunda Ordem: são ramificações dos brônquios principais que se dirigem para cada lobo do pulmão, sendo dois no pulmão esquerdo e três no pulmão direito. • Brônquios Segmentares ou Terceira Ordem: originados a partir dos brônquios lobares, apresentam-se em um total de dez. Os brônquios segmentares estão divididos: Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto a. pulmão esquerdo: lobo superior, 4 segmentares e inferior, 4 segmentares e um que não está em contato com a árvore brônquica; b. pulmão direito: lobo superior, 3 brônquios segmentares, lobo médio. 2 brônquios segmentares e lobo inferior, 4 brônquios segmentares e 1 brônquio segmentar que está mais para cima e não acompanha a árvore brônquica. Bronquíolos: originados dos brônquios segmentares, são constituídos apenas de tecido conjuntivo, não apresentando anéis cartilaginosos. Possuem o menor calibre dos componentes que estruturam a árvore brônquica. Outro componente da árvore brônquica são os alvéolos, localizados nos pulmões, são responsáveis pelas trocas gasosas. Os alvéolos podem apresentar-se isolados ou em grupos formando pequenos sacos com paredes finas compostas pelos pneumócitos tipo I, que facilitam as trocas gasosas dos alvéolos com a rede de capilares que os cobrem, e pelos pneumócitos tipo II, responsáveis por excretar o surfactante pulmonar, uma substância responsável pela redução da tensão superficial. PULMÕES O pulmão é um órgão duplo, localizado no interior do tórax, e que junto a outros órgãos, está protegido pela caixa torácica. Sua função principal é oxigenar o sangue venoso. Dentro deles, o ar inspirado é posto em íntima relação com o sangue nos capilares pulmonares. Esse órgão possui forma cônica, apresentando um ápice superior, uma base inferior e duas faces: costal e mediastinal. A base está apoiada no diafragma, músculo estriado esquelético que separa o tórax do abdome, conhecida também, por exercer essa função de separação, como face diafragmática. Pulmões sadios são normalmente claros, amolecidos e esponjosos. Eles são muito elásticos e encolhem cerca de um terço de seu tamanho quando a cavidade torácica é aberta. Cada pulmão preenche o seu espaço na cavidade torácica e é radiotransparente. Cada pulmão tem forma cônica e está contido em seu próprio saco pleural. Os pulmões estão separados entre si pelo coração e grandes vasos no mediastino médio. Estão presos ao coração e traqueia por estruturas nos seus hilos (artérias pulmonares, veias pulmonares e brônquios principais) e ao pericárdio pelos ligamentos pulmonares. Cada um tem um ápice, uma base, uma raiz e um hilo. O ápice do pulmão é uma extremidade superior, arredondada e cônica que se estende na raiz do pescoço através da abertura torácica superior. Devido à obliquidade da abertura torácica superior (entrada torácica), o ápice do pulmão estende-se até 3 cm acima da extremidade anterior da primeira costela e de sua cartilagem costal, e da extremidade medial da clavícula. Estas estruturas ósseas oferecem alguma Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto proteção ao ápice, mas sua parte bem superior é protegida apenas por tecidos moles. O ápice do pulmão é cruzado pela artéria subclávia, que produz um sulco na face mediastínica do órgão fixado. Entretanto, a artéria é separada da cúpula pela membrana supra pleural. A base do pulmão é uma face diafragmática, côncava e está relacionada com a cúpula do diafragma. A base do pulmão direito é mais profunda porque a cúpula direita se situa em um nível superior. Sua borda inferior é fina e cortante onde penetra no recesso costodiafragmático. A raiz serve para a fixação do órgão e é a "via" para passagem de estruturas que entram e saem do hilo. Ela liga a face medial do pulmão ao coração e à traqueia e é circundada pela reflexão da pleura parietal para a visceral. O hilo é o local onde a raiz está fixada ao pulmão. Ele contém os brônquios principais, vasos pulmonares (uma artéria e duas veias), vasos brônquicos, vasos linfáticos e nervos que entram e saem do pulmão. As principais diferenças entre o pulmão direito e o esquerdo: • O pulmão direito tem três lobos, o esquerdo somente dois; • O pulmão direito é maior e mais pesado do que o esquerdo, mas é mais curto e mais largo, porque a cúpula direita do diafragma é mais alta e o coração e o pericárdio projetam-se para a esquerda; • A borda anterior do pulmão direito é retilínea, enquanto a do pulmão esquerdo tem uma profunda incisura cardíaca. Os pulmões são divididos em lobos por fissuras: • O pulmão direito tem fissuras horizontal e oblíqua; • o pulmão esquerdo tem apenas a fissura oblíqua. O pulmão esquerdo é dividido em lobos superior e inferior por uma longa e profunda fissura oblíqua, que se estende da sua face costal até a face medial. O lobo superior tem uma grande incisura cardíaca na sua borda anterior, onde o pulmão é escavado devido à saliência do coração. Isto deixa parte da face anterior do pericárdio ou saco pericárdico não coberta pelo tecido pulmonar. A parte anteroinferior do lobo superior tem uma pequena lingueta chamada língula. O lobo inferior do pulmão esquerdo é maiordo que o lobo superior e fica ínfero-posterior à fissura oblíqua. O pulmão direito é dividido em lobos superior, médio e inferior, pelas fissuras horizontal e oblíqua. A fissura horizontal separa os lobos superior e médio, e a fissura oblíqua separa o lobo inferior dos lobos superior e médio. O lobo superior é menor do que o pulmão esquerdo, e o lobo médio tem a forma de uma cunha. Cada pulmão tem três faces (costal, mediastínica e diafragmática), denominadas de acordo com as suas relações. A face costal do pulmão é grande, lisa e convexa. Ela está relacionada à pleura costal, que a separa das costelas, das cartilagens costais e dos músculos intercostais íntimos. A parte posterior desta face está relacionada às vértebras torácicas; por isso está área do pulmão é às vezes chamada parte vertebral da face costal. A face mediastínica do pulmão é côncava porque está relacionada com o mediastino médio contendo o pericárdio e o coração. Devido ao fato de dois terços do coração estarem à esquerda, a concavidade pericárdica é naturalmente mais profunda no pulmão esquerdo. A face mediastínica contém o hilo do pulmão, ao redor do qual a pleura forma um "manguito" ou cobertura. O ligamento pulmonar situa- se inferiormente, a partir do manguito pleural ao redor do hilo. A face diafragmática do pulmão é profundamente côncava, frequentemente chamada base do pulmão, repousa sobre a cúpula convexa do diafragma. A concavidade é mais profunda no pulmão direito por causa da posição mais elevada da cúpula direita. A face diafragmática é limitada por uma fina e margem que se projeta no recesso costodiafragmático da pleura. Cada pulmão tem três bordas: anterior, posterior e inferior. A borda anterior do pulmão é fina e se sobrepõe ao pericárdio. Há uma fissura na borda anterior do pulmão esquerdo chamada incisura cardíaca. Em cada pulmão a borda anterior separa a face costal da face diafragmática e corresponde aproximadamente à borda anterior da pleura. Durante a inspiração profunda, a borda anterior do pulmão projeta-se no interior do recesso costodiafragmático da pleura. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto A borda posterior do pulmão é larga e arredondada, e fica na profunda concavidade no lado da região torácica da coluna vertebral chamada goteira paravertebral. A borda inferior do pulmão circunscreve a face diafragmática do pulmão e a separa da face costal. Ela é fina e cortante onde se projeta no recesso costodiafragmático da pleura, durante todas as fases da respiração, mas é romba e arredondada, medialmente, onde separa a face diafragmática da face mediastínica. Vascularização dos pulmões As raízes dos pulmões são formadas por estruturas que entram ou saem do pulmão pelo hilo. Elas prendem-se às faces mediastínicas dos pulmões, ao coração e à traquéia. As principais estruturas nas raízes dos pulmões são os brônquios principais e os vasos pulmonares. Outras estruturas, todas envolvidas em tecido conjuntivo, são as artérias e veias brônquicas, nervos e vasos linfáticos e linfonodos. Cada artéria pulmonar passa transversalmente para dentro do hilo, anteriormente ao brônquio. Duas veias pulmonares de cada lado (superior e inferior) sobem do hilo para o átrio esquerdo do coração. Os segmentos broncopulmonares são segmentos de um pulmão supridos por um brônquio segmentar. Dentro de cada segmento há mais ramificação dos brônquios. Cada segmento possui seu próprio brônquio, artéria e veias segmentares. As artérias pulmonares originam-se do tronco pulmonar e distribuem o sangue desoxigenado aos pulmões para a aeração. As artérias pulmonares, direita e esquerda, alcançam o hilo do pulmão correspondente e emitem um ramo para o lobo superior antes de entrar no tecido pulmonar. Dentro do pulmão, cada artéria pulmonar desce posterolateralmente ao brônquio principal e emite ramos para os brônquios lobares e segmentares, nas suas faces posteriores. Por isso, há um ramo em cada lobo, segmento broncopulmonar e lóbulo do pulmão. Os ramos terminais das artérias pulmonares dividem- se em capilares nas paredes dos alvéolos, que são os sacos aerados onde ocorrem as trocas gasosas entre o sangue e o ar. As artérias brônquicas suprem de sangue o tecido conjuntivo da árvore brônquica. Estes pequenos vasos passam ao longo das faces posteriores dos brônquios para supri-los distalmente até os bronquíolos respiratórios. As duas artérias brônquicas esquerdas originam-se da parte superior da aorta torácica, superior e inferiormente ao brônquio principal esquerdo As veias pulmonares conduzem sangue oxigenado dos pulmões para o átrio esquerdo do coração. A partir dos capilares pulmonares, as veias unem-se em vasos cada vez maiores que se localizam principalmente nos septos interlobulares. As duas veias pulmonares de cada lado, superior e inferior, desembocam na face posterior do átrio esquerdo. A veia pulmonar superior direita drena os lobos superior e médio do pulmão direito e a veia pulmonar superior esquerda drena o lobo superior do pulmão esquerdo. As veias pulmonares inferiores direita e esquerda drenam os respectivos lobos inferiores. As veias brônquicas drenam as grandes subdivisões dos brônquios, mas apenas uma parcela do sangue fornecido pelas artérias brônquicas; parte deste sangue é drenado pelas veias pulmonares. Inervação Os pulmões e a pleura visceral são inervados pelos plexos pulmonares anterior e posterior, que estão localizados anterior e posteriormente à raiz dos pulmões. São plexos mistos, contendo fibras vagais (parassimpáticas) e simpáticas. Estas redes de nervos são formadas pelos nervos vagos e troncos simpáticos. As células dos gânglios parassimpáticos estão localizadas nos plexos pulmonares e ao longo dos ramos da árvore brônquica. A pleura costal e a parte periférica da pleura diafragmática são supridas pelos nervos intercostais. Eles conduzem as sensações de tato e dor. A parte central da pleura diafragmática e a pleura mediastínica são supridas pelos nervos frênicos. Há dois plexos linfáticos ou redes de vasos linfáticos que se comunicam livremente. São os plexos superficial e Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto profundo. · plexo linfático superficial situa-se profundamente à pleura visceral, e os seus vasos linfáticos drenam nos linfonodos broncopulmonares que se localizam no hilo do pulmão. A partir deles a linfa drena para os linfonodos traqueobrônquicos superior e inferior, que estão localizados acima e abaixo da bifurcação da traquéia, respectivamente. Estes vasos linfáticos drenam o pulmão e a pleura visceral. · plexo linfático profundo está localizado na submucosa dos brônquios e no tecido conjuntivo peribrônquico. Não há vasos linfáticos nas paredes dos alvéolos. Os vasos linfáticos do plexo profundo drenam para os linfonodos pulmonares, que se situam no pulmão ao longo dos grandes ramos dos brônquios principais. Resumo geral: A divisão do sistema respiratório está de acordo com sua estrutura anatômica, em porção superior e inferior, com sua funcionalidade em porção condutora e porção respiratória. No trato respiratório superior o nariz é um órgão que representa a parte inicial do sistema respiratório, localizado no plano mediano da face, e anatomicamente é composto pelo nariz externo, que compreende a pirâmide nasal, a cavidade nasal e os seios paranasais. Os ossos nasais e as placas de cartilagem localizadas entre a base e o ápice, formam o dorso nasal cujo formato é variável, apresentando-se em três tipos: reto, côncavo e convexo. A cavidade nasal ou fossa nasal é uma estrutura que se inicia nas narinas, sendo dividida pelo septo nasal em esquerda e direita. Nacomunicação da cavidade nasal com alguns ossos do crânio, como o frontal, o maxilar, o esfenoide e o etmoide, formam espaços preenchidos pelo ar, que denominamos seios paranasais. A faringe é um órgão que faz parte tanto do sistema respiratório quanto do sistema digestório. É um canal muscular membranoso, que se comunica com o nariz e a boca, ligando-os à laringe e ao esôfago. É dividida em 3 regiões: (1) Nasofaringe (parte superior); se comunica com as cavidades do nariz, através das coanas, e com as orelhas médias, pela tuba auditiva de cada lado. (2) Orofaringe (parte Intermediária); comunica-se com a abertura da boca através de uma região denominada istmo das fauces, (3) Laringofaringe (parte inferior); se comunica com a entrada da laringe (no sistema respiratório) e mais abaixo com a abertura do esôfago (no sistema digestório). A laringe, início da estrutura do trato respiratório interno, é um órgão curto, fibromuscular e está localizada na região mediana do pescoço, entre a quarta e sexta vértebras cervicais, sendo uma de suas funções carregar o ar inspirado para a traqueia. Além dos músculos e ligamentos, a laringe apresenta um esqueleto cartilaginoso formado pelas cartilagens da tireoide, cricoide, aritenoide, epiglótica, cuneiformes e corniculadas. A tireoide é considerada a maior cartilagem a compor a laringe e a cartilagem cricoide, em forma de anel único, liga a laringe à traqueia. A traqueia é um tubo vertical em forma de cilindro constituído por vários anéis cartilaginosos incompletos em forma de “C”, os quais são interligados por ligamentos anulares e posteriormente por musculatura lisa. A porção final da traqueia é denominada carina traqueal, depois a traqueia se divide em dois brônquios principais, o brônquio direito e o brônquio esquerdo. Os brônquios são ramificações da traqueia, se apresentam sob a forma de pequenos tubos ou pequenos canais ocos com diâmetros variáveis que fazem parte do pulmão. Os bronquíolos, originados dos brônquios segmentares, apresentam o menor calibre dos componentes que formam a árvore brônquica, porém não possuem anéis cartilaginosos. O pulmão é um órgão par, localizado no interior tórax. Apresenta-se em forma de um cone com um ápice superior, uma base inferior, uma face costal e medial, além das face diafragmática e interlobar. São dois pulmões, um esquerdo e um direito, ambos com seus respectivos lobos. Cada pulmão é revestido pela pleura, um saco seroso de paredes duplas contínuas até o hilo. A pleura divide-se em pleura pulmonar ou visceral, caracterizada por aderir os pulmões, e pleura parietal, que recobre a face costal do pulmão e está intimamente ligada à caixa torácica. Entre essas paredes forma-se um espaço preenchido por um líquido, conhecido como líquido pleural, que reduz o atrito entre elas. Na atividade física, os pulmões aumentam a capacidade de ventilação, oxigenando mais o sangue, enquanto o coração tem seus batimentos acelerados. O oxigênio é o ingrediente fundamental para a produção de energia. Neste processo o ar oxigenado entra pelo nariz e pela boca quando inspiramos, este é puxado pelos pulmões ao inflar. Ao contrário, o ar com gás carbônico é expelido de dentro para fora do nosso corpo na expiração. Os movimentos de expansão e contração dos pulmões são ininterruptos, induzidos pelo diafragma e por músculos do peito e das costas. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto O ar oxigenado para chegar nos pulmões, percorre a faringe, prossegue pela laringe e alcança a traqueia. Dentro dos pulmões o ar oxigenado ainda tem de passar pelas ramificações dos brônquios ou bronquíolos, uma rede de pequenos vasos formados por sucessivas divisões. O ar chega aos alvéolos, cheios de ar, estas bolsinhas permitem a passagem do oxigênio para os finos capilares sanguíneos que as cercam. Por fim, o oxigênio se liga às hemoglobinas, células vermelhas sanguíneas e é transportado pelo sangue ao coração, onde será bombeado para todo o organismo. Fluxo de ar: Para garantir a respiração, o corpo realiza dois movimentos respiratórios: a inspiração, que é a entrada de ar nos pulmões, e a expiração, que é a eliminação de gás carbônico. A respiração pulmonar é um processo em que ocorre a entrada de ar em nossos pulmões e sua posterior eliminação • Boca e nariz: aberturas que puxam o ar de fora do corpo para o sistema respiratório. • Seios da face: áreas ocas entre os ossos da cabeça que ajudam a regular a temperatura e a umidade do ar inalados. • Faringe (garganta): tubo que fornece ar da boca e do nariz para a traqueia. • Traqueia: passagem que liga a garganta aos pulmões. • Tubos brônquicos: tubos na parte inferior da traqueia que se conectam a cada pulmão. • Pulmões: dois órgãos que removem o oxigênio do ar e o passam para o sangue. Dos pulmões, a corrente sanguínea leva oxigênio a todos os órgãos e outros tecidos. • Os músculos e ossos ajudam a mover o ar inspirado para dentro e para fora dos pulmões. Alguns dos ossos e músculos do sistema respiratório incluem: • Diafragma: músculo que ajuda os pulmões a puxar o ar e empurrá-lo para fora • Costelas: ossos que circundam e protegem os pulmões e coração Na expiração, o sangue carrega dióxido de carbono e outros resíduos para fora do corpo. Outros componentes que atuam com os pulmões e vasos sanguíneos incluem: • Alvéolos: pequenos sacos de ar nos pulmões, onde ocorre a troca de oxigênio e dióxido de carbono (hematose). • Bronquíolos: pequenos ramos dos brônquios que conduzem aos alvéolos. • Capilares: vasos sanguíneos nas paredes dos alvéolos que movem oxigênio e dióxido de carbono. • Lobos pulmonares: seções dos pulmões - três lobos no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo. • Pleura: sacos finos que circundam cada lobo pulmonar e separam os pulmões da parede torácica. Alguns dos outros componentes do sistema respiratório incluem: • Cílios: Pelos minúsculos que se movem em ondas para filtrar a poeira e outros irritantes das vias respiratórias. • Epiglote: retalho de tecido na entrada da traqueia que se fecha quando alguém engole para manter alimentos e líquidos fora das vias respiratórias. • Laringe (caixa de voz): órgão oco que permite falar e fazer sons quando o ar entra e sai.
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