Prévia do material em texto
Página 1 de 8 Insta: @dezdehistoria Plataforma: dezdehistoria.com.br Youtube: youtube.com/dezdehistoria 1. (Fgv 2019) Considere as seguintes afirmações sobre o processo de emancipação política no Brasil: I. Ocorreu no contexto geral da crise do Antigo Regime e teve como elementos particulares a instalação da Corte no Rio de Janeiro e a articulação política entre a elite colonial e setores da burocracia portuguesa. II. Foi provocado pelas movimentações separatistas na Província de Cisplatina e na Bahia, no contexto de fragmentação da América espanhola. III. Foi precedido pelo fim da exclusividade comercial da Metrópole e pela transformação do estatuto político do antigo domínio colonial para a condição de Reino Unido de Portugal e Algarves. Está correto que se afirma em a) I e III, apenas. b) I, II e III. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) III, apenas. 2. (Fgv 2018) Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenômenos que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam eles juntos, articulados, durante todo o período pombalino. FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483. Entre as medidas implementadas durante o período em que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei português D. José I, é correto apontar: a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam débitos tributários com a metrópole portuguesa. b) A implementação de medidas liberalizantes e a extinção das companhias de comércio monopolistas. c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que significou uma tentativa de enfraquecer o poder dos jesuítas. d) A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-novos bem como o fortalecimento do Tribunal do Santo Ofício. e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento dos setores financeiros e mercantis da sociedade portuguesa. 3. (Fgv 2017) Ao final do século XVIII, ocorreram duas grandes revoltas na América portuguesa: a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). A respeito dessas duas revoltas, explique: a) a composição social dos seus dirigentes; Página 2 de 8 b) as influências político-culturais de cada uma delas; c) os objetivos político-sociais de cada uma delas. 4. (Fgv 2016) “Caso tomemos o exemplo do Rio de Janeiro (...), iremos perceber de imediato que se trata de uma região caracterizada por forte concentração de riqueza em poucas mãos. Os círculos dos mais ricos – 14% das pessoas – chegaram a ter três quartos da riqueza inventariada. (...) Entre fins do século XVIII e a primeira metade do século XIX, eles chegaram a dominar 95% dos valores transacionados nos empréstimos (...). Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo formado pelos negociantes de grande envergadura, cujas fortunas foram constituídas por meio do comércio transoceânico e no comércio colonial de longa distância. (...) Uma vez acumuladas tais fortunas, verifica-se que parte desses homens de negócios (ou seus filhos) abandonava o comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas que vivem de rendas, como, por exemplo, do aluguel de imóveis urbanos) ou em grandes senhores de terras e de escravos. Curiosamente, ao fazerem isso, estavam perdendo dinheiro, já que os ganhos do tráfico atlântico de escravos (19% por viagem) eram superiores aos lucros da plantation (de 5% a 10% ao ano). O que havia por trás de um movimento de reconversão em si mesmo inusitado?” (João Fragoso et al., A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX). 1998) Esse “movimento de reconversão” pode ser explicado a) pelos extorsivos impostos cobrados aos traficantes de escravos e aos comerciantes em geral e pelas restrições de oferta de títulos de nobreza para os homens que não tivessem grandes propriedades fundiárias. b) pela radical transformação da economia colonial desde meados do século XVIII, que permitiu uma acumulação de capital maior na atividade manufatureira, e pela decadência da produção aurífera, em Minas Gerais e em Goiás. c) por um considerável ideal aristocratizante de uma parcela da elite colonial brasileira, que almejava um afastamento relativo do mundo do trabalho, e pela busca de maiores garantias para o patrimônio constituído por meio do comércio. d) pela legislação presente nas Ordenações Filipinas, que estabelecia uma hierarquia social a partir da origem principal da riqueza e pelas restrições ao tráfico de escravos, instituídas a partir de 1810. e) pela proibição dos comerciantes em participar das Câmaras Municipais, como eleitores e como elegíveis, e pela condenação feita pela Igreja Católica contra os ganhos obtidos por meio de lucros gananciosos e de juros altos. 5. (Fgv 2012) Leia a entrevista. FOLHA – Estamos vivendo um momento de novas interpretações em relação ao período imperial? MAXWELL – (...) o movimento de independência da década de 1820 não aconteceu no Brasil, mas em Portugal. Foram os portugueses que não quiseram ser dominados por uma monarquia baseada na América. Com a rejeição da dominação brasileira, eles atraíram muitos dos problemas de fragmentação, guerras civis e descontinuidade que são parecidos com aqueles que estavam acontecendo na América espanhola. É sempre importante, ao pensar a história do Brasil, considerar que ela não se encaixa em interpretações convencionais. É sempre necessário pensar um pouco de forma contrafactual, Página 3 de 8 porque a história brasileira não segue a mesma trajetória de outras histórias das Américas. O rei estava aqui, a revolução liberal estava lá. A continuidade estava aqui, a descontinuidade estava lá. Acho que isto explica muito das coisas que aconteceram depois no Brasil, no século 19. Marcos Strecker, Para Maxwell, país não permite leituras convencionais. Folha de S.Paulo, 25- 11-2007. “A história brasileira não segue a mesma trajetória de outras histórias das Américas”, pois a) em 1824 foi promulgada a primeira constituição do Brasil, caracterizada pela divisão e autonomia dos três poderes e por uma legislação social avançada para os padrões da época, pois garantia o direito de voto a todos os brasileiros. b) com a grave crise estrutural que atingiu as atividades produtivas da Europa no início do século XIX, restou ao Brasil um papel relevante no processo de recuperação das bases econômicas industriais, com o fornecimento de algodão, tabaco e açúcar. c) os princípios e as práticas liberais do príncipe-regente Dom Pedro se chocavam com o conservadorismo das elites coloniais do centro-sul, defensoras de restrições mercantilistas com o intuito de conter a ganância britânica pela riqueza brasileira. d) com as invasões napoleônicas, desorganizaram-se os contatos entre a metrópole espanhola e seus espaços coloniais na América, situação diversa da verificada em relação ao Brasil, que abrigou a Corte portuguesa. e) a elite colonial nordestina – voltada para o mercado interno, defensora do centralismo político-administrativo e da abolição da escravatura – apostava na liderança e na continuidade no Brasil de Dom João VI para a efetivação desse projeto histórico. 6. (Fgv 2008) Leia os quatro trechos seguintes. I. Acreditavam os conspiradores que a derrama seria o estopim que faria explodir a rebelião contra a dominação colonial. Em uma de suas reuniões criaram até a palavra de ordem para começarem a agir. "Tal dia faço o batizado" era a senha. II. Dois envolvidos (...) escaparam às garras da repressão: José Basílio da Gama, que fugiu para Lisboa quando começaram as prisões, e Manoel Arruda da Câmara, que era sócio correspondente da Sociedade Literária do Rio de Janeiro, mas vivia no exterior. (...) O fato é que um ano após a prisão dos acusados nada de grave fora apurado, até porque recorreram ao recurso de negar articulação contra o domínio português. Em geraladmitiram que suas reuniões eram marcadas por discussões filosóficas e científicas. III. (...) dentre os 33 presos e processados, havia 11 escravos, cinco alfaiates, seis soldados, três oficiais, um negociante e um cirurgião. (...) Suas ideias principais envolviam o seguinte: a França constituía o modelo a seguir; o fim da escravidão; a separação entre Igreja e Estado (...) IV. Criou-se um Governo Provisório (...), integrado por representantes de cinco segmentos da sociedade: Domingos Teotônio Jorge (militares), Domingos José Martins (comerciantes), Manoel Correia de Araújo (agricultores), padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro (sacerdotes) e doutor José Luís Mendonça (magistrados). (...) Empenhado em ampliar o movimento anticolonial, o Governo Provisório enviou emissários a outras capitanias: Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Bahia. (Rubim Santos Leão Aquino et alii, "Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais") Página 4 de 8 Os trechos de I a IV tratam, respectivamente, dos seguintes eventos a) Conjuração Mineira; Confederação do Equador; Conjuração Baiana; Guerra dos Mascates. b) Conjuração Mineira; Conjuração do Rio de Janeiro; Conjuração Baiana; Revolução de 1817. c) Revolta de Vila Rica; Conjuração do Rio de Janeiro; Conjuração Baiana; Revolução de 1817. d) Conjuração Mineira; Conjuração do Rio de Janeiro; Revolução de 1817; Revolta dos Cabanos. e) Conjuração Baiana; Conjuração Mineira; Revolução de 1817; Conspiração dos Suassuna. 7. (Fgv 2005) Com relação à África portuguesa, a emancipação política do Brasil em 1822: a) Provocou fortes reações nas elites angolanas, a ponto de alguns setores manifestarem interesse em fazer parte do império brasileiro. b) Acarretou a suspensão definitiva do tráfico negreiro como uma forma de retaliação do governo português contra a sua ex-colônia. c) Levou ao aparecimento de movimentos pela independência em Angola e Moçambique, que só se tornariam vitoriosos ao final do século XIX. d) Levou a Coroa portuguesa a implementar regimes de segregação racial em suas possessões africanas, inspirados na experiência inglesa na África do Sul. e) Provocou o desinteresse português na manutenção dos seus domínios no ultramar e o abandono dessas possessões a outras potências europeias. 8. (Fgv 2004) A respeito da Revolta dos Alfaiates de 1798, podemos afirmar: a) Trata-se de uma revolução burguesa que tinha por objetivo eliminar o sistema colonial e estimular a entrada de imigrantes no Brasil. b) Os rebeldes foram influenciados pelas ideias do comunismo francês, que pregava a igualdade social e a distribuição de terras entre os mais pobres. c) Influenciados pelas doutrinas sociais da Igreja francesa, os líderes da revolta pretendiam garantir o ingresso no clero de homens de todas as raças. d) O discurso rebelde era marcado pelo anticlericalismo e defendia uma reforma na ordem vigente, de modo a eliminar as diferenças sociais. e) O movimento foi liderado pela elite baiana, descontente com a falta de incentivos do governo metropolitano com relação às necessidades da produção açucareira. 9. (Fgv 2004) O estabelecimento da família real portuguesa no Brasil, a partir de 1808: a) Significou apenas o deslocamento do imenso aparelho burocrático português sem nenhum desdobramento no processo de emancipação política brasileira. b) Interrompeu os vínculos entre os grupos estabelecidos em torno da Coroa Portuguesa e aqueles dedicados às diversas atividades econômicas coloniais. c) Deu inicio à campanha abolicionista, devido à atuação dos letrados portugueses junto aos integrantes da aristocracia escravista colonial. d) Criou vínculos estreitos entre os grupos dominantes da América espanhola e da América portuguesa, unidos contra as agressões e usurpações patrocinadas por Napoleão Bonaparte. e) Deu início à chamada "interiorização da metrópole" e permitiu uma aproximação entre os membros da burocracia imperial e grupos dominantes coloniais. 10. (Fgv 2002) A transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, proporcionou: a) A ampliação do controle metropolitano sobre as atividades coloniais e o maior enquadramento do Brasil às estruturas do Antigo Sistema Colonial. Página 5 de 8 b) O estabelecimento de interesses convergentes entre membros da burocracia imperial, proprietários rurais e comerciantes, base sociopolítica decisiva para o processo de emancipação política. c) A mudança da capital do Vice-reino do Brasil para o Rio de Janeiro e a compensação da perda do poderio político baiano, por meio de uma ampla autonomia econômica autorizada a toda a região nordestina. d) A emergência de uma burguesia mercantil interessada em modernizar o Brasil pelo rompimento dos laços coloniais com Portugal e a abolição imediata da escravidão. e) Maior dispersão dos domínios portugueses na América, em função das rivalidades regionais acentuadas e ampliadas com a elevação da cidade do Rio de Janeiro à condição de capital do império colonial. 11. (Fgv 2001) Leia as afirmações sobre a Sedição Baiana de 1798 e assinale a alternativa CORRETA. I. Conhecida como Conjuração Baiana ou dos Alfaiates, a Sedição de 1798, foi um movimento social de caráter republicano e abolicionista. II. Diferentemente da Conjuração Mineira, o movimento de 1798 teve apoio dos setores mais explorados da sociedade colonial. III. Entre as reivindicações dos sediciosos estavam o fim do domínio colonial, a separação Igreja-Estado e a igualdade de direitos, sem distinção de cor ou de riqueza. IV. Dos muitos processados, quatro foram enforcados. Entre eles, Manuel Faustino dos Santos, de apenas 23 anos. V. O movimento caracterizou-se pela distribuição de panfletos manuscritos na cidade de Salvador. a) apenas I, II e IV estão corretas; b) apenas II, III e V estão corretas; c) apenas III e V estão corretas; d) apenas I e IV estão corretas; e) todas estão corretas. 12. (Fgv 1996) O movimento político organizado na Bahia em 1789 incluía em seu bojo e na sua liderança mulatos e negros livres ou libertos, ligados às profissões urbanas, como artesãos ou soldados, bem como alguns escravos. "Os conspiradores defendiam a proclamação da República, o fim da escravidão, o livre comércio especialmente com a França, o aumento do salário dos militares, a punição de padres contrários à liberdade. O movimento não chegou a se concretizar, a não ser pelo lançamento de alguns panfletos e várias articulações. Após uma tentativa de se obter o apoio do governador da Bahia, começaram as prisões e delações. Quatro dos principais acusados foram enforcados e esquartejados. Outros receberam penas de prisão ou banimento." O texto anterior refere-se à: a) Conjuração dos Alfaiates. b) Balaiada. c) Revolução Praieira. d) Sabinada. e) Inconfidência Mineira. Página 6 de 8 13. (Fgv 1995) A abertura dos portos, em 1808, que favoreceu os proprietários rurais produtores de bens destinados à exportação, a) revogou os decretos que proibiam a instalação de manufaturas na Colônia. b) limitou o tráfico negreiro aos portos de Belém e São Luís, favorecendo a cultura do algodão. c) produziu como efeito imediato uma aceleração do processo de industrialização, atendendo aos reclamos dos ingleses. d) ampliou o controle econômico metropolitano sobre a Colônia através da criação do "exclusivo comercial" e) contrariou os interesses dos comerciantes e provocou grandes protestos no Rio de Janeiro e em Lisboa. Página 7 de 8 Gabarito: Resposta da questão 1: [A] A afirmativa [II] está incorreta porque a Independência do Brasil nada teve a ver com a Independência da América Espanhola. Além disso, a província da Bahia apenas reagiu de maneira contrária à Independência após esta ter sido declaradapor d. Pedro I e a província Cisplatina só alcançou sua separação em 1826, já no contexto do Primeiro Reinado. Resposta da questão 2: [C] Somente a alternativa [C] está correta. Na história portuguesa nada é mais paradoxal do que o período Pombalino, 1750-1777, o ministro do rei José I foi liberal em relação a Portugal, porém foi mercantilista em relação ao Brasil. Suas reformas visavam modernizar o Estado Português que estava em grave crise econômica e, ao mesmo tempo, criou impostos para a colônia como a derrama, expulsou os jesuítas de Portugal e do Brasil e proibiu definitivamente a escravidão indígena na colônia. 1. Resposta da questão 3: Inconfidência Mineira: estudantes (José Joaquim da Maia), intelectuais (Tomás Antônio Gonzaga), padres, médicos, militares, entre outros. Conjuração Baiana: intelectuais, padres, soldados e indivíduos brancos e pobres, negros, livres e escravos, artesãos. 2. Inconfidência Mineira: ideias iluministas, maçonaria, independência dos EUA. Conjuração Baiana: ideias iluministas vinculadas à Revolução Francesa, maçonaria, e o processo de independência do Haiti. c) Inconfidência Mineira: Movimento de elite que defendeu a separação política em relação à metrópole, adotar República, mas sem acabar com a escravidão ou amenizar as desigualdades sociais. Conjuração Baiana: Movimento de caráter mais popular, caráter separatista e republicano e estava preocupado com o social como abolir a escravidão. Resposta da questão 4: [C] Somente a proposição [C] está de acordo com o texto. O excerto de João Fragoso faz referência a uma questão que ainda é muito forte no Brasil, a desigualdade social através de uma forte concentração de renda. Entre os homens ricos no final do século XVIII e início do século XIX estavam aqueles que fizeram fortuna no mundo do comércio como homens de negócios. Em seguida, estes “homens de negócios” foram migrando para rentistas ou grandes senhores de terras. Resposta da questão 5: [D] A Vinda da Família Real em 1808, por causa das invasões napoleônicas, para o Brasil, seu principal espaço colonial, trouxe decorrências importantes para os destinos da América portuguesa e de Portugal. Isso porque o poder central português estava muito próximo da elite Página 8 de 8 colonial brasileira – situação que não ocorreu com os outros espaços coloniais da América, especialmente os da América espanhola. A proximidade Coroa portuguesa com o Brasil permitiu um processo de ruptura colonial diferente do resto da América. No Brasil, por exemplo, a ordem monárquica foi mantida, além da manutenção da unidade territorial. Resposta da questão 6: [B] Resposta da questão 7: [A] Resposta da questão 8: [D] Resposta da questão 9: [B] Resposta da questão 10: [B] Resposta da questão 11: [E] Resposta da questão 12: [A] Resposta da questão 13: [E]