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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 2° VARA DO TRABALHO DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/ RJ PROCESSO Nº 1146 - 63.2016.5.01.0002 RECLAMANTE: Mariana Andrade RECLAMADA: Clínica das Amendoeiras A Clínica das Amendoeiras, pessoa jurídica do direito privado, com sede na Rua, xx, número, xx, Bairro, xx, cep, xx, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, endereço eletrônico, inscrita no CNPJ/ sob o número, xx, através do seu advogado abaixo assinado, devidamente qualificado no instrumento procuratório em anexo, vem, com o devido respeito, apresentar tempestivamente, CONTESTAÇÃO, a reclamação trabalhista interposta por Mariana Andrade, já devidamente qualificada nos autos do processo, dizendo e requerendo o que segue: PREJUDICIAIS DO MÉRITO – PRESCRIÇÃO PARCIAL A reclamante postulou a sua reclamação trabalhista em 12/12/2016, parcelas que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu em 18/11/2000. Conforme os termos do artigo 7°, XXIX, da CF/88; c/c ao artigo 11, I, da CLT e da Súmula 308, I do TST. As normas estabelecem que a parte deve solicitar a compensação em até cinco anos contados a partir do fato em que houve a violação do direito trabalhista. Sendo o contrato de trabalho extinto, o prazo para pedir a reparação é de apenas dois anos após o fim do vínculo trabalhista. A súmula 308 do TST estabelece ainda que respeitado o prazo bienal após a extinção do contrato de trabalho, a prescrição da ação trabalhista se refere às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação. Ante o exposto, o processo deverá ser extinto com resolução do mérito nos termos do artigo 269, IV do CPC, quanto as parcelas anteriores a 12/12/2016. 1. DOS FATOS A reclamante ajuizou Reclamação Trabalhista na data 12/12/2016, alegando que foi admitida em 15/11/2000, cumprindo uma jornada de trabalho de segunda a sexta feira das 15h às 19h, sem intervalo e foi dispensada sem justa causa, em 15/07/2015, mediante aviso prévio trabalhado e que a homologação da ruptura do contrato se deu em 10/09/2015. A reclamante alegava que havia uma norma interna em que o funcionário ao atingir 10 anos de vínculo com a empresa teria o direito de receber um relógio folheado a ouro, o que alega não ter sido observado, e que também recebia participação nos lucros uma vez a cada semestre, postulou ainda o pagamento da multa do artigo 477, § 8, CLT uma vez em que a homologação ocorreu fora do prazo assim, como o recebimento do FGTS, em decorrência da dispensa. Como se verificará não há como prosperar a pretensão da reclamante, onde se encontra em total desacordo com os fatos, conforme será demonstrado; 2 . DO MÉRITO O debate controvertido se dá em torno das questões expostas a seguir. A reclamante postula a condenação da reclamada numa obrigação de fazer, qual seja, a entrega de um relógio folheado a ouro, sob o argumento de que existia uma norma interna garantindo ao empregado com mais de 10 anos de serviço receber do empregador, um relógio folheado a ouro, ao qual não foi observado. A reclamante postula a condenação da reclamada ao pagamento de hora extra, pela não concessão de pausa alimentar uma vez que laborava de segunda a sexta feira das 15h às 19h, sem intervalo. A reclamante pleiteia a integração da participação nos lucros e resultados na verbas salariais, FGTS e os seus devidos reflexos. A reclamante postulou o pagamento ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, conforme oferecido pelo prazo de 30 dias. A reclamante alega ainda que a homologação do seu contrato de trabalho ocorreu a destempo. Conforme será demonstrado são improcedentes as alegações e pleitos formulados por parte da reclamante. Análise da Súmula 308 do TST A súmula 308 do TST a qual aduz que respeitado o prazo bienal após a extinção do contrato de trabalho, a prescrição da ação trabalhista se refere às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação. 2.1. DA ENTREGA DO RELÓGIO Não assiste razão a reclamante, pois os regulamentos internos ao longo do tempo em que existia a concessão do relógio folhado a ouro foram substituídos em fevereiro de 2000, por um novo regulamento, que previu a entrega de uma foto do empregado com a sua equipe e a reclamante foi contratada após a alteração, 18/11/2000. Nos termo s da súmula 51, I, TST. NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973) Esta Súmula do TST é de extrema importância para a compreensão dos efeitos do regulamento interno de trabalho do empregador no curso do tempo. Com efeito, as normas internas editadas por um empregador, em conformidade com seu poder regulamentar das condições de trabalho, podem ser alteradas. O primeiro item da Súmula deixa claro que a revogação ou alteração de cláusulas regulamentares só afetarão os empregados admitidos após a formalização da referida mudança. No entanto torna-se indevida a obrigação de fazer, visto que a alteração da norma interna ocorreu antes da admissão da trabalhadora. Sendo assim não terá o direito postulado. 2.2. DO INTERVALO INTRAJORNADA Não assiste razão a reclamante, pois conforme estabelece o artigo 71, I, da CLT, não faz jus ao intervalo intrajornada o empregado cuja jornada de trabalho é de até 04(quatro) horas diárias. O artigo 71 da CLT estabelece a obrigatoriedade da concessão de intervalo intrajornada aos trabalhadores, in verbis Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. 2.3. DO PEDIDO DE INCORPORAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DOS LUCROS Sem razão da reclamante, pois conforme estabelece o artigo 7, XI da CF/88 e do artigo 3 da Lei n 10.101/00, a participação nos lucros não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. O artigo 3 da Lei 10.101/00, prevê que a participação nos lucros não reflete em qualquer outro direito. 2.4. DO AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIÇO A reclamante, pleiteia o direito ao aviso prévio proporcional, conforme estabelece a súmula 441 do TST, é assegurado nas rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei 12.506, de 13/12/2011, "O aviso prévio de que trata o Capítulo VI, do Título IV, da Consolidação das Leis do Trabalho- CLT, ....será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias". Sendo que esse período vale tanto para a forma trabalhada, quanto para a indenizada. Ao tempo de casa que seus empregados possuem na hora de dispensá-los, já que caso não seja cumprido da forma correta, o empregado terá direito a uma indenização adicional. 2.5 DA MULTA DO ARTIGO 477, § 8 DA CLT Sem razão a reclamante, pois as verbas resilitórias foram pagas no prazo legal, uma vez que, nos termos do artigo 477, §6, da CLT, quando o aviso prévio for cumprido as verbas decorrentes da ruptura devem serpagas até o primeiro dia útil imediato término do contrato de trabalho, exatamente como ocorreu no caso acima. 3. DO PEDIDO Ante o exposto, requer da Vossa Excelência: 1.O recebimento da presente contestação para dar-lhe total procedência, bem como seja acolhida a prejudicial de mérito e, por consequência, seja extinto o processo com resolução de mérito nos termos do artigo 269, IV, do CPC, quando às partes parcelas anteriores a 12 /12/2016. No mérito, que os pedidos sejam julgados improcedentes, conforme as razões acima formuladas com base no Princípio da Eventualidade. Assim se requer que este Meritíssimo Juiz julgue os pedidos improcedentes, com base nos fatos e fundamentos supracitados. 2. Logo, o autor tem plena confiança e espera serenamente que vossa excelência, ao analisar os fatos, seja julgado improcedente o requerimento lançado na exordial. 3. Dá-se a causa o valor de R$... (xxx) para efeitos fiscais. Nestes termos, pede deferimento. Local e data, Advogado OAB nº…
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