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Contabilidade Tributária para Micro e Pequenas Empresas ALEXANDRA NICK MASCARENHAS 1ª Edição Brasília/DF - 2018 Autores Alexandra Nick Mascarenhas Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4 Introdução ............................................................................................................................................................................. 6 Capítulo 1 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS ............................................................................................................. 9 Capítulo 2 REGIME DE COMPETÊNCIA .....................................................................................................................................33 Capítulo 3 CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO ......................................................................................39 Capítulo 4 IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA .......................................................46 Capítulo 5 OPERAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................................................................................................52 Capítulo 6 FOLHA DE PAGAMENTO ...........................................................................................................................................62 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................................................................70 4 Organização do Livro Didático Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Cuidado Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado. Importante Indicado para ressaltar trechos importantes do texto. Observe a Lei Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, a fonte primária sobre um determinado assunto. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. 5 ORGANIzAÇãO DO LIVRO DIDÁTICO Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Posicionamento do autor Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado. 6 Introdução Olá pessoal! Meu nome é Alexandra Nick Mascarenhas, sou professora conteudista da disciplina Contabilidade Tributária para Micro e Pequenas Empresas. Sejam bem-vindos a mais uma disciplina do nosso curso de ciência contábeis. Estaremos juntos durante todo esse estudo e vamos aprofundar um pouco mais o estudo dessa ciência chamada contabildade. Tenho experiência em docência superior nos cursos de ciências contábeis e administração há doze anos, profissional no mercado há vinte e cinco anos, graduada em ciências contábeis e pós-graduada em controladoria e finanças corporativas. Venho apresentar o contéudo dessa disciplina dando continuidade aos conceitos abordados até o momento. No decorrer do nosso estudo, veremos a importância do perfeito entendimento do mecanismo do débito e do crédito para que consigamos registrar o fato contábil e entender como as informações chegam até as demonstrações contábeis, que representam o produto final da contabilidiade, obedecendo às normas brasileiras às quais devemos nos reportar. Continuando nosso estudo, apresentaremos o regime de competência e o regime de caixa, aprendendo a diferença entre os dois e a importância de conseguir entender a ocorrências dos fatos geradores da receita e da despesa. Em seguida, vamos estudar uma outra forma de controle dos estoques de mercadorias, o chamado controle periódico de estoques, utilizando a fórmula para cálculo do Custo das Mercadorias Vendidas e contabilizando em partidas de diário e em razontes, chamados de “conta T” que é a representação gráfica do lançamento contábil, facilitando a compreensão da variação do saldo da da cada conta. Iremos também fazer o cálculo do resultado com mercadorias utilizando o custo de mercadorias apurado nesse controle. Dando continuidade ao nosso estudo, vamos entender como são contabilizados os impostos incidentes sobre compra e venda, qual o impacto desses impostos nos estoques. Abordaremos nesta disciplina o ICMS, PIS e COFINS pelo método cumulativo e não cumulativo, e os fatores que alteram as operações de compra e de vendas de mercadorias. Indo para o final da disciplina, temos as operações financeiras e sua contabilização, como também a abordagem da folha de pagamento, provisão de férias e provisão para o 13o Salário. BONS ESTUDOS! 7 INTRODUÇãO Objetivos » Realizar os registros contábeis obedecendo ao mecanismo do débito e crédito. » Entender e aplicar o conceito da ocorrência do FATO GERADOR para o regime de competência e identificar a diferença entre este e o regime de caixa. » Controlar, mensurar e contabilizar o custo das mercadorias vendidas e o resultado com mercadorias pelo controle de período de estoques. » Contabilizar os impostos e fatores incidentes sobre compras e vendas de mercadorias. » Contabilizar operações financeiras respeitando a ocorrência do fato gerador das receitas e despesas financeiras. » Calcular e contabilizar os eventos da folha de pagamento, como também as provisões de férias e 13o Salário. 8 9 Introdução ao capítulo Neste primeiro capítulo, faz-se necessário apreender a contabilizar, pois, para que as informações cheguem de forma correta e clara às demonstrações contábeis, precisamos saber primeiro como essa informação deve ser contabilizada, utilizando o método das partidas dobradas, respeitando a natureza das contas e sua classificação Objetivos do capítulo » Entender a evolução patrimonial por meio de balanços sucessivos. » Entender a importância do mecanismo: débito e crédito. » Conhecer o passo a passo para fazer os registros contábeis. » Contabilizar em razonetes as operações contábeis. 1 CAPÍTULO MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS 10 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS CONCEITO DE CONTABILIDADE “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle, de registros relativos à administração econômica.” (I Congresso de Contabilistas 1924, Conceito Oficial) CAMPO DE APLICAÇãO A contabilidade aplica-se a qualquer entidade que tenha um patrimônio que possa ser expresso emtermos monetários, seja público ou particular, com fins lucrativos ou não. TÉCNICAS CONTÁBEIS Representam o conjunto de processos adotado em contabilidade para registrar ou levantar os fatos patrimoniais. » Escrituração (registro dos fatos contábeis) » Demonstrações contábeis (conjunto de relatórios contábeis) » Auditoria (exame e consistência das demonstrações contábeis) » Análise de balanço (diagnóstico sobre a situação econômica financeira) DADO, INFORMAÇãO, COMUNICAÇãO E CONTABILIDADE Estabelecendo a distinção necessária entre dado e informação na concepção de HENDRIKSEN (1999, pag. 62): A contabilidade faz uma distinção geral relevante entre os dados e informações. Os dados podem ser definidos como mensurações ou descrições de objetos ou eventos. Se estes dados já são conhecidos ou não interessam à pessoa a quem são comunicados, não podem ser definidos como informação. A informação pode ser definida como um dado (ou conjunto de dados) que provoca o efeito surpresa na pessoa que recebe. Além disso, ela deve reduzir a incerteza, comunicar uma mensagem, ter um valor superior ao seu custo a ser capaz, potencialmente, de evocar uma resposta do tomador de decisão. De acordo com Nakagawa (1993, pag. 60): Dado é o registro puro, ainda não interpretado, analisado e processado. 11 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Informação é o dado que foi processado de uma forma compreensível para o seu receptor que apresenta um valor real ou percebido para suas decisões correntes ou prospectivas. COMUNICAÇÃO: é o processo de transmissão de informação e de compreensão que somente se efetiva mediante uso de símbolos comuns. O grande desafio para o profissional contábil está em produzir um sistema efetivo de comunicação capaz de disseminar, de forma mais transparente, os elementos constitutivos e distributivos da riqueza gerada para que qualquer cidadão tenha um mínimo de compreensão sobre gestão dos recursos públicos ou privados. PATRIMÔNIO: representa o conjunto de bens, direitos e obrigações, apreciável economicamente, isto é, em valores monetários, pertencentes a uma pessoa natural ou jurídica do direito público ou privado. De acordo com a Resolução CFC nº 774, de 16 de dezembro de 1994, “PATRIMÔNIO: Na sua condição de objeto da contabilidade é no mínimo aquele juridicamente formalizado como pertencente à entidade, com ajustes quantitativos e qualitativos em consonância com os princípios da própria contabilidade.” Cabe ressaltar os aspectos de caráter econômico, jurídico e contábil que norteiam o conceito de patrimônio, entretanto suas características fundamentais são a autonomia e a independência em relação aos dos seus proprietários. Assim sendo temos os seguintes aspectos representados no Patrimônio: Quantitativos: representa os valores monetários do bem, direito ou obrigação. Qualitativos: representa a natureza dos elementos patrimoniais (caixa, banco, máquinas). Estático: é o estudo do patrimônio considerado sem movimento em um dado momento na sua estrutura qualitativa e quantitativa, isto é, nos seus elementos e nos seus componentes ou valores. Dinâmico: é o estudo do patrimônio considerando as transformações ocorridas na composição patrimonial, ou seja, pelos efeitos da gestão. Quadro 1: REPRESENTAÇãO DO PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO Bens Obrigações Direitos Fonte: a autora. 12 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS A COMPOSIÇãO DO PATRIMÔNIO Bens: De bem, do latim bene, é empregado na acepção de utilidade, riqueza, prosperidade, tudo aquilo capaz de suprir as necessidades humanas. Do ponto de vista contábil, significa o elemento de que dispõe uma empresa ou entidade para obtenção de seus fins. Como podemos verificar, o balanço patrimonial é composto pelo patrimônio (ATIVO e PASSIVO). Quadro 2: QUALIFICANDO O PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS Bens 1.830 Obrigações 4.500 Direitos 2.800 BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVES Bens Obrigações Dinheiro Empréstimos a pagar Mercadorias em estoques Salários a pagar Veículos Fornecedores Imóveis Financiamentos Máquinas Impostos a pagar Ferramentas Encargos sociais Móveis e utensílios Aluguéis a pagar Marcas e patentes Títulos a pagar Promissórias a pagar Direitos Contas a pagar Depósitos em bancos Duplicatas a receber Títulos a receber Aluguéis a receber Ações Fonte: a autora. 13 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 O patrimônio líquido é composto basicamente por: CAPITAL: são os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporação de reservas e lucros. RESERVAS: são os valores decorrentes de retenção de lucros, de reavaliação de ativos e outras circunstâncias. LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS: são os lucros retidos ou ainda não destinados e os prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela redutora do patrimônio líquido. CONFIGURAÇÃO DO CAPITAL CAPITAL: é a origem de recursos aplicados na entidade pelos proprietários. Assume as seguintes configurações: Capital subscrito: é o valor do capital pelo qual os sócios se obrigam no ato da assinatura do contrato social; Capital realizado/integralizado: é a totalidade ou a parcela do capital efetivamente integralizado (entregue) à entidade pelos sócios ou acionistas; Capital a realizar/a integralizar: é o valor do capital que ainda não foi colocado à disposição da empresa. EXEMPLIFICANDO: 1 – João e Maria resolvem constituir uma sociedade com o capital inicial de R$ 20.000 e apenas assinam o contrato social, ocorrendo apenas a subscrição do capital. Quadro 3: BALANÇO SUCESSIVO 1. BALANÇO ATIVO PASSIVO Patrimônio líquido Capital subscrito $ 20.000 Capital a integralizar $ ( 20.000) TOTAL DO ATIVO --------- * -------- TOTAL DO PASSIVO --------- * --------- Fonte: a autora. 14 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS Quadro 4: BALANÇO SUCESSIVO 2 2 – João e Maria resolvem constituir uma sociedade com capital inicial de R$ 20.000,00, apenas integralizando 50% do capital em dinheiro. BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa $ 10.000 Patrimônio líquido Capital subscrito $ 20.000 Capital a integralizar $ (10.000) TOTAL DO ATIVO $ 10.000 TOTAL DO PASSIVO $ 10.000 Fonte: a autora. Quadro 5: BALANÇO SUCESSIVO 3 3 – João e Maria resolvem constituir uma sociedade: capital social de R$ 20.000, sendo totalmente subscrito e integralizado neste ato em dinheiro. BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa $ 20.000 Patrimônio líquido Capital social $ 20.000 TOTAL DO ATIVO $ 20.000 TOTAL DO PASSIVO e PL $ 20.000 Fonte: a autora. TERMINOLOGIAS APLICADAS CAPITAL SOCIAL = CAPITAL NOMINAL = CAPITAL REGISTRADO: é o investimento inicial feito pelos sócios/acionistas. CAPITAL PRÓPRIO: corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o capital inicial e suas variações. CAPITAL DE TERCEIROS: representa os investimentos feitos na empresa com recursos de terceiros, que abrange o passivo exigível. CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA: corresponde ao capital à disposição da empresa em um dado momento (CAPITAL DE TERCEIROS + CAPITAL PRÓPRIO). Quadro 6: BALANÇO SUCESSIVO 4 BALANÇO ATIVO PASSIVO Passivo exigível = Capital de terceiros Patrimônio líquido = Capital próprio 15 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Capital social Reservas Lucros ou prejuízos TOTAL DO ATIVO ---- * ---- TOTAL DO PASSIVO e PL = Capital total à disposição da empresa (CT + CP) Fonte: a autora. CONTA Instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis da mesma natureza, sendo aberta para encerraros valores de realização passada, presente ou futura, recebendo um título que a identifica. CONTA: é o meio utilizado para identificar o tipo de transação que está sendo realizada. Ex1: Capital (conta utilizada para registrar o investimento dos sócios aplicado no negócio). Ex2: Caixa (conta utilizada para registrar as entradas e saídas de numerários da empresa) Ex3: Os direitos (que a empresa tem a receber devem ser registrados nas contas: clientes, duplicatas a receber, títulos a receber, notas promissórias a receber etc.) As contas estão classificadas: Considera-se que um dos aspectos mais relevantes para o iniciante ao estudo da contabilidade é a compreensão das variações, modificações, transformações, mutações ocorridas nos elementos que compõem o patrimônio (ativo e passivo), patrimônio líquido e seus reflexos nas organizações, pois as tomadas de decisões da administração vão impactar e alterar suas características quantitativas 16 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS e qualitativas, e a administração necessita do retorno de suas decisões, metas, planejamento, controle e se resultados foram atingidos, A contabilidade presta-se a medir a eficácia e eficiência das organizações em razão de sua complexidade e das exigências do mercado em conhecer melhor o desempenho das empresas. AS VARIAÇÕES DOS COMPONENTES DO PATRIMÔNIO As modificações no patrimônio ocorrem em razão das decisões da administração: quanto comprar, produzir, pagar, receber, investir, financiar etc. 1 – Exemplo: pagamento de uma dívida no valor de $ 10.000, com um cheque. Quais os componentes do patrimônio que se modificaram? Dívida (passivo) → Diminuição (modificou) Banco (ativo) → Diminuição (modificou) Fonte: A autora Quadro 7: SITUAÇãO ANTES DO PAGAMENTO: ATIVO PASSIVO Caixa $ 10.000, Duplicatas a pagar $30.000, Banco $ 50.000, Patrimônio líquido Capital social $ 30.000, Total do ativo $ 60.000, Total do passivo $ 60.000, Quadro 8: SITUAÇãO DEPOIS DO PAGAMENTO ATIVO PASSIVO Caixa $ 10.000, Duplicatas a Pagar $ 20.000, Banco $ 40.000, Patrimônio Líquido Capital Social $ 30.000, Total do Ativo $ 50.000, Total do Passivo $ 50.000, Observe: diminuição do total da conta corrente de R$ 50.000, para 40.000, diminuição da dívida (duplicatas a pagar) $ 30.000, para $ 20.000. Não houve variação no patrimônio líquido. À primeira vista, pode parecer simples, mas o entendimento deste raciocínio é fundamental para compreensão da lógica contábil. Exemplos: aquisição de mercadorias no valor de $ 20.000, a prazo, com aceite de duplicatas. Mercadorias (ativo) $ 20.000, aumento Duplicatas a pagar (PE) $ 20.000, aumento 17 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Não houve variação no patrimônio líquido. Quadro 9: SITUAÇãO DEPOIS DA COMPRA ATIVO PASSIVO Caixa $ 10.000, Duplicatas a pagar $ 40.000, Banco $ 40.000, Patrimônio líquido Mercadorias $ 20.000, Capital social $ 30.000, Total do ativo $ 70.000, Total do passivo $ 70.000, Fonte: a autora. Exemplo: Os sócios decidiram aumentar o capital da empresa em mais $ 30.000, com um terreno. Capital (PL) aumento $ 30.000, Terrenos (ativo) aumento $ 30.000, Não houve variação no passivo exigível. Quadro 10: SITUAÇãO DEPOIS DO AUMENTO DO CAPITAL ATIVO PASSIVO Caixa 10.000, Duplicatas a pagar 40.000, Banco 40.000, Mercadorias 20.000, Patrimônio líquido Terrenos 30.000, Capital social 60.000, Total do ativo 100.000, Total do passivo 100.000, Fonte: a autora. Atenção As variações: 18 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS Provocação Observe atentamente os balanços sucessivos das operações da Cia. Empreendedora, considerando a empresa em evolução: 1 – Investimento de capital $ 40.000, em dinheiro. Quadro 11: Demonstração do Balanço sucessivo 1 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 40.000 PL Capital social 40.000 Total ativo 40.000 Total PE e PL 40.000 Fonte: autora. 2 – Compra de mercadorias, a prazo, mediante duplicatas $ 10.000. Quadro 12: Demonstração do Balanço sucessivo 2 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 40.000 Duplicatas a pagar 10.000 Mercadorias 10.000 PL Capital social 40.000 Total ativo 50.000 Total PE e PL 50.000 Fonte: a autora. 3 – Aquisição de um veículo, à vista, $ 10.000. Quadro 13: Demonstração do Balanço sucessivo 3 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 30.000 Duplicatas a pagar 10.000 Mercadorias 10.000 PL Veículos 10.000 Capital social 40.000 Total ativo 50.000 Total PE e PL 50.000 Fonte: a autora. 4 – Pagamento de $ 6.000, referente as duplicatas. Quadro 14: Demonstração do Balanço sucessivo 4 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 24.000 Duplicatas a pagar 4.000 Mercadorias 10.000 PL Veículos 10.000 Capital social 40.000 Total ativo 44.000 Total PE e PL 44.000 Fonte: a autora. 19 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 5 – Venda de mercadorias, a preço de custo, por $ 5.000; a prazo, mediante duplicatas. Quadro 15: Demonstração do Balanço sucessivo 5 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 24.000 Duplicatas a pagar 4.000 Mercadorias 5.000 PL Veículos 10.000 Capital social 40.000 Duplicatas a receber 5.000 Total ativo 44.000 Total PE e PL 44.000 Fonte: a autora. 6 – Recebimento de $ 3.000, referente às duplicatas. Quadro 16: Demonstração do Balanço sucessivo 6 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 27.000 Duplicatas a pagar 4.000 Mercadorias 5.000 PL Veículos 10.000 Capital social 40.000 Duplicatas a receber 2.000 Total ativo 44.000 Total PE e PL 44.000 Fonte: a autora. 7 – Abertura de uma conta corrente (Banco) no valor $ 20.000. Quadro 17: Demonstração do Balanço sucessivo 7 BALANÇO ATIVO PASSIVOCaixa 7.000 Duplicatas a pagar 4.000 Banco 20.000 PL Mercadorias 5.000 Capital social 40.000 Veículos 10.000 Duplicatas a receber 2.000 Total ativo 44.000 Total PE e PL 44.000 Fonte: a autora. 8 – Aumento de capital da empresa em mais $ 60.000, com imóvel. Quadro 18: Demonstração do Balanço sucessivo 8 BALANÇO ATIVO PASSIVO Caixa 7.000 Duplicatas a pagar 4.000 Banco 20.000 PL Mercadorias 5.000 Capital social 100.000 Veículos 10.000 20 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS Duplicatas a receber 2.000 Imóvel 60.00 Total ativo 104.000 Total PE e PL 104.000 Fonte: a autora. 9 – Com os dados do balanço acima, analise os valores de cada grupo: Quadro 19: Informações quantitativas e qualitativas Bens $ 82.000 Direitos $ 22.000 Obrig. exigíveis $ 4.000 Ativo $ 104.000 Passivo exigível $ 4.000 Riqueza líq. $ 100.000 Patr. líquido $ 100.000 Capital de terceiros $ 4.000 Capital próprio $100.000 Capital nominal $ 100.000 Situação líquida $ 100.000 Origens $ 104.000 Aplicações $ 104.000 Investimentos $ 104.000 Financiamentos $ 104.000 Fonte: a autora. O DÉBITO E O CRÉDITO A contabilidade como ciência possui linguagem própria, e os termos débito e crédito têm uma função específica de indicar as modificações ocorridas nos elementos patrimoniais, no ativo, passivo e no patrimônio líquido. Como você já domina o raciocínio das alterações ocorridas no patrimônio, veja como é a utilização do mecanismo Débito e Crédito. O que vamos fazer é simplesmente substituir os termos aumento e diminuição por débito e crédito. Quando usar? 21 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Lembre-se que o ativo deve sua existência ao passivo, logo os ativos aumentam pelo débito e o passivo pelo crédito, para diminuir ambos, basta raciocinar ao contrário. APLICAÇãO IMEDIATA I - Investimento de capital: $ 20.000 em dinheiro. A entrada de um bem no ativo aumenta, portanto debita. O investimento de capital aumenta o PL, portanto credita. Relembrando: nas partidas de diário, as contas creditadas são precedidas da vogal “a” minúscula. Então: Diário: Caixa a Capital social....................................20.000,00 Histórico: xxxxxxxxxxxx Razonete: II – Compra de mercadorias, a prazo, $ 5.000, com duplicatas. 22 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS A entrada de um bem no ativo aumenta, portanto debita. Aquisição de uma dívida aumenta o PE, portanto credita. Então: Diário: Estoque de mercadorias a Duplicatas a pagar....................................5.000,00 Histórico: xxxxxxxxxxxx Razonete: SALDO DE UMA CONTA É a diferença aritmética entre o valor do débito e do crédito. Saldo devedor = débito > crédito D - $ 200 C - $ 100 ------------- Saldo devedor $ 100 23 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Saldo credor = ( débito < crédito) D - $ 300 C - $ 500 ----------- Saldo credor $ 200 O saldo também pode ser utilizado para identificação da natureza das contas. As contas do ativo possuem saldo devedor, pois aumentam pelo débito. As contas de passivo exigível e patrimônio líquido possuem saldo credor, pois aumentam pelo crédito. O REGISTRO DAS OPERAÇÕES (Individualizado) Para efeitos didáticos, vamos registrar e controlar individualmente cada conta utilizada para indicar as variações dos elementos patrimoniais: a conta T ou simplesmente razonete. 24 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS Atenção RELEMBRANDO: 1o Passo: analisar as contas envolvidas na operação. 2o Passo: classificar o grupo e a natureza de cada conta (Ativo, Passivo, PL, Receitas ou Despesas/Natureza devedora ou Credora). Lembrando que as contas dos grupos do ativo e despesas possuem natureza DEVEDORA, e as contas do grupo do passivo, patrimônio líquido e receitas possuem natureza CREDORA. 3o Passo: verificar se houve um aumento ou diminuição no saldo de cada conta 4o Passo: aplicar o seguinte raciocínio: Figura 1: Mecanismo das Partidas Dobradas. CONTAS DO ATIVO E DESPESAS Natureza devedora AUMENTO: DEBITA-SE DIMINUIÇÃO: CREDITA-SE CONTAS DO PASSIVO, PL E RECEITAS Natureza credora AUMENTO: CREDITA-SE DIMINUIÇÃO: DEBITA-SE Fonte: a autora. BALANCETE DE VERIFICAÇãO NBC T2.7 “1 – O Balancete de Verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraída dos registros contábeis em determinada data”. Como já vimos até o momento, a contabilidade controla o patrimônio das entidades, por meio dos registros dos fatos contábeis, utilizando o método das partidas dobradas como regra básica. O relatório utilizado pela contabilidade para verificar se os lançamentos contábeis foram realizados corretamente denomina-se “Balancete de Verificação” ou simplesmente “Balancete”. BALANCETE DE DUAS COLUNAS É o balancete mais simples, sendo elaborado transportando os saldos das contas existentes nas razões. Quadro 20: Balancete de Verificação de duas colunas. CIA BLUE LIFE BALANCETE PATRIMONIAL EM 28.02.20XX CONTAS SALDOS DEVEDORES CREDORES Caixa 5.000 Duplicatas a receber 3.000 25 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Imóveis 2.000 Duplicatas a pagar 3.000 Capital social 7.000 TOTAL 10.000 10.000 Fonte: a autora. BALANCETE DE QUATRO COLUNAS É elaborado utilizando-se os movimentos a débito e a crédito, apurando o saldo no balancete. Quadro 21: Balancete de Verificação de quatro colunas. CIA BLUE LIFE BALANCETE PATRIMONIAL EM 28.02.20XX CONTAS Movimento do período SALDOS Débito Crédito Devedor Credor Caixa 7.000 2.000 5.000 Duplicatas a receber 5.000 2.000 3.000 Imóveis 2.000 2.000 Duplicatas a pagar 1.000 4.000 3.000 Capital social 7.000 7.000 TOTAL 15.000 15.000 10.000 10.000 Fonte: a autora. BALANCETE DE SEIS COLUNAS É elaborado utilizando-se o saldo do último balancete, acrescentando-se os movimentos a débito e a crédito e apurando-se os saldos do novo balancete. Quadro 22: Balancete de Verificação de seis colunas. CIA BLUE LIFE BALANCETE PATRIMONIAL EM 31.03.20XX CONTAS SALDO ANTERIOR MOVIMENTO DO PERÍODO SALDO ATUAL DEVEDOR CREDOR DÉBITO CRÉDITO DEV CR Caixa 5.000 1.000 2.000 4.000 Dup. a receber 3.000 1.000 2.000 Imóveis 2.000 2.000 Dup. a pagar 3.000 2.000 1.000 Capital social 7.000 7.000 TOTAL 10.000 10.000 3.000 3.000 8.000 8.000 Fonte: a autora. 26 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS ERROS QUE O BALANCETE NãO DETECTA TROCA DE CONTAS: sena operação de compra de máquinas, à vista, a conta debitada for a conta imóveis em vez de ser usada a conta máquinas e equipamentos, o balancete não detectará erro algum, pois a soma dos débitos e créditos será igual. INVERSÃO DE LANÇAMENTO: se numa operação de compras de mercadorias, a prazo, inverter-se o lançamento, ou seja, débito da conta fornecedores e crédito da conta mercadorias, o balancete não detectará erro algum, pois da mesma forma, a soma dos débitos e créditos será igual. PERÍODO CONTÁBIL O período contábil é o lapso temporal para que a Contabilidade consiga demonstrar a situação patrimonial e financeira da empresa, informando a evolução ou involução da atividade econômica. ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RECEITA E DESPESA Todas as empresas, independentemente do seu porte, precisam apurar o seus resultados pelo menos uma vez por ano. Confrontando as receitas com as despesas, obteremos o resultado do exercício. Observe: Quadro 23: Balancete de Verificação em 31.12.X1 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31.12.20X1 CONTAS SALDOS DEVEDORES CREDORES Caixa 5.000 Duplicatas a receber 3.000 Imóveis 2.000 Duplicatas a pagar 2.500 Capital social 7.000 Receita de vendas* 2.100 Receita de juros* 200 Despesa com aluguel* 1.100 Despesa com salários* 300 Despesa de juros* 400 TOTAL 11.800 11.800 * - Contas de resultado que serão encerradas. Fonte: a autora. 27 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 APURAÇAO DO RESULTADO Após a situação do resultado, temos o seguinte balanço patrimonial: Quadro 24: Balanço Patrimonial em 31.12.X1 BALANÇO PATRIMONIAL EM 31.12.20X1 ATIVO PASSIVO Caixa 5.000 Duplicatas a pagar 2.500 Duplicatas a receber 3.000 Imóveis 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 7.000 Lucros acumulados 500 Total 10.000 Total 10.000 Fonte: a autora. 28 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS RESULTADO O mesmo que rédito, lucro ou prejuízo; efeito da gestão sobre o patrimônio das organizações. Resultado: representa a diferença entre receitas e despesas em determinado período. Receita $ $ $ (-) Despesas ($ $ $) -------------- (=) Resultado $ $ $ ( lucro ou prejuízo) Receita: ganho, entrada de numerários presentes ou futuros decorrentes da atividade empresarial. Despesa: são gastos necessários para obtenção de receitas. REGIME DE COMPETÊNCIA De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico, CPC, parágrafo 22: A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. Observe: 1 – Receitas $ 700, 2 – Receitas $ 200, (-) Despesas $ 300, (-) Despesas $ 100, ----------- ----------- Lucro $ 400, (PL) Prejuízo $ 100, (PL) O lucro aumenta o PL, pois as receitas são maiores que as despesas. O prejuízo diminui o PL, pois as despesas são maiores que as receitas. 29 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Atenção As receitas aumentam o PL, gerando lucro. As despesas diminuem o PL, gerando prejuízo. AS VARIAÇÕES DA SITUAÇãO LÍQUIDA FATOS CONTÁBEIS PERMUTATIVOS E MODIFICATIVOS FATOS PERMUTATIVOS: não provocam alterações no valor da situação líquida, mas podem modificar a composição dos demais elementos patrimoniais. Exemplos: a. Compra de mercadorias para revenda à vista: D – Mercadorias para revenda + Ativo C – Caixa - Ativo b. Compra de um imóvel a prazo: D – Imóvel + Ativo C – Títulos a pagar + Passivo FATOS MODIFICATIVOS: são os que provocam alterações no valor da situação líquida. Podem ser aumentativos, quando provocam acréscimos no valor da situação líquida; ou diminutivos, quando provocam reduções no valor da situação líquida. Exemplos: a. Fato modificativo aumentativo: Recebimento de juros de mora por atraso proveniente de clientes D- Caixa + Ativo C- Clientes - Ativo C- Juros ativos + Receita (+ situação líquida) b. Fato Modificativo Diminutivo: Pagamento de aluguel (despesa) de fevereiro em fevereiro: D – Despesas c/ aluguel + Despesa (- situação líquida) C – Caixa - Ativo 30 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS OBSERVAÇÃO: De uma forma geral, o PAGAMENTO de qualquer DESPESA sempre conduz a um FATO MODIFICATIVO DIMINUTIVO do tipo ( - ) PL / ( - ) A, desde que tal DESPESA seja relativa ao MESMO PERÍODO DO PAGAMENTO. Assim, se a empresa paga o aluguel de fevereiro no próprio mês de fevereiro, pelo REGIME DE COMPETÊNCIA, a DESPESA DE ALUGUEL ocorre em fevereiro. Porém, se o aluguel de fevereiro for pago somente em março, em fevereiro a empresa apropria o aluguel, gerando uma DESPESA DE ALUGUEL e, ao mesmo tempo, contabiliza a obrigação de pagar o aluguel, gerando ALUGUÉIS A PAGAR, ocorrendo, portanto, um FATO MODIFICATIVO DIMINUTIVO do tipo ( - ) P / ( - ) A, pois a saída da obrigação (aluguel a pagar de fevereiro = diminuição do passivo) será simultânea à saída do dinheiro (caixa ou banco = diminuição do ativo). EXEMPLOS DE FATOS MODIFICATIVOS AUMENTATIVOS » Receitas de aluguéis » Receita de juros » Aumento de capital com recursos provenientes dos proprietários » Descontos obtidos DIMINUTIVOS » Despesas de salários » Despesas financeiras » Descontos concedidos » Despesa c/ salários FATOS MISTOS OU COMPOSTOS Combinam FATOS PERMUTATIVOS com FATOS MODIFICATIVOS, logo podem ser: AUMENTATIVOS ou DIMINUTIVOS. FATOS MISTOS OU COMPOSTOS AUMENTATIVOS Combinam FATOS PERMUTATIVOS com FATOS MODIFICATIVOS AUMENTATIVOS. Envolvem duas ou mais CONTAS PATRIMONIAIS e uma ou mais CONTAS DE RESULTADO (RECEITAS) 31 MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS • CAPÍTULO 1 Exemplo: a. Recebimento de duplicatas com juros. D – Caixa + Ativo C – Clientes - Ativo C - Receita de juros + Receita ( + Situação Líquida) b. Pagamento de uma duplicata com desconto: C – Caixa - Ativo D – Duplicatas a pagar - Passivo C – Descontos obtidos + Receita (+ situação líquida) FATOS MISTOS OU COMPOSTOS DIMINUTIVOS Combinam FATOS PERMUTATIVOS com FATOS MODIFICATIVOS DIMINUTIVOS. Envolvem duas ou mais CONTAS PATRIMONIAIS e uma ou maisCONTAS DE RESULTADO (DESPESAS) Exemplos: a. Recebimento de duplicatas com desconto. D – Caixa + Ativo C – Clientes - Ativo D- Desconto concedido + Despesa ( - situação líquida) b. Pagamento de uma duplicata com juros: C – Caixa - Ativo D – Duplicatas a pagar - Passivo D – Despesa c/ juros + Despesa (- situação líquida) Figura 2. RESUMO Fonte: a autora. 32 CAPÍTULO 1 • MECANISMO DAS PARTIDAS DOBRADAS Sintetizando Vimos até aqui: » Evolução patrimonial por meio de balanços patrimoniais sucessivos. » O passo a passo do mecanismo do débito e crédito. » Elaboração do balancete de verificação em duas, quatro, seis e oito colunas. » Fatos contábeis: permutativos, modificativos aumentativos e diminutivos e misto. 33 Introdução ao capítulo Nesse segundo capítulo, nós vamos trabalhar o conceito de regime de competência e regime de caixa. Este aprendizado se faz necessessário tendo em vista que a norma exige que se faça a contabilização dos fatos contábeis de acordo com o regime de competência. Objetivos do capítulo » Entender o conceito de regime de competência e do regime de caixa e a diferença entre os dois regimes. » Conhecer a forma de utilização de cada regime. » Entender e aplicar o conceito de fato gerador. 2CAPÍTULOREGIME DE COMPETÊNCIA 34 CAPÍTULO 2 • REGIME DE COMPETÊNCIA REGIME DE COMPETÊNCIA No regime de competência, anteriormente chamado de princípio da competência, os fatos contábeis são contabilizados na data em que ocorrem, sem estarem atrelados ao recebimento referente à receita ou pagamento referente à despesa. Basta, para isso, que ocorra o que chamamos em contabilidade de FATO GERADOR, ou seja, que a receita tenha sido realizada ou que a despesa tenha sido incorrida. Se realizarmos uma venda, com recebimento de parte à vista e parte a prazo, o registro da receita deverá ser feito imediatamente, independentemente do valor a receber. RECEITAS REALIzADAS Para ajudar a entender melhor esse raciocínio, vou exemplificar de três formas: » RECEITAS REALIZADAS E RECEBIDAS PARCIALMENTE NO ATO » RECEITAS REALIZADAS E NÃO RECEBIDAS » RECEITAS REALIZADAS E RECEBIDAS Exemplo 1: receita realizada e recebida parcialmente no ato Uma determinada empresa prestou serviços para um cliente no valor de R$ 10.000,00, sendo que recebeu 20% no ato, em dinheiro, o qual fora depositado no banco, e o restante receberá em 30 dias. Como seria o lançamento contábil respeitando o regime de competência? Receita de prestação de serviços: R$ 10.000,00 Recebimento: 20% à vista e o restante a prazo. Contabilização: (partida de diário) Diversos a Receita de serviços............................10.000 Banco......................................................2.000 Clientes...................................................8.000 Exemplo 2: receita realizada e não recebida Uma determinada empresa prestou serviços para um cliente no valor de R$ 10.000,00 que receberá integralmente em 30 dias. Como seria o lançamento contábil respeitando o regime de competência? 35 REGIME DE COMPETÊNCIA • CAPÍTULO 2 Receita de prestação de serviços: R$ 10.000,00 Recebimento: receberá m 30 dias integralmente. Contabilização: (partida de diário) Clientes a Receita de serviços............................10.000 Exemplo 3: receita realizada e recebida Uma determinada empresa prestou serviços para um cliente no valor de R$ 10.000,00 e recebeu, no ato, o valor integral. Como seria o lançamento contábil respeitando o regime de competência? Receita de prestação de serviços: R$ 10.000,00 Recebimento: integralmente no ato e foi realizado depósito bancário. Contabilização: (partida de diário) Banco a Receita de serviços............................10.000 Perceba que nos três eventos, independentemente de o pagamento ter sido feito de três formas diferentes, a contabilização da receita de prestação de serviços não foi alterada, respeitou-se o regime de competência diante da ocorrência do FATO GERADOR. Há a necessidade de fazer a contabilização dessa forma para que a empresa possa ter uma posição financeira das vendas ou prestações de serviços realizadas. O fundamental é o controle, visto que é a finalidade da ciência contábil. Por meio da conta receita de serviços prestados, temos a posição das vendas que está sendo contabilizada em uma conta de resultado; e nas contas patrimoniais, caixa, banco clientes ou duplicatas a receber, teremos a posição financeira do que recebemos ou iremos receber. Outro exemplo: RECEITA RECEBIDA E NãO REALIzADA (não ocorreu o fato gerador) Uma determinada empresa, que aluga um galpão a terceiros, recebeu aluguéis antecipados. Deveremos contabilizar imediatamente tudo como receita de aluguéis nesse momento? A resposta é não! Porque a empresa está recebendo antecipadamente, ou seja, antes de ocorrer o fato gerador dessa receita. Então como ficaria a contabilização? 36 CAPÍTULO 2 • REGIME DE COMPETÊNCIA Dados: Recebimento antecipado de receita de aluguéis no valor de $ 6.000, em dinheiro, referente ao aluguel de 10 meses, no valor de $ 600 mensais. Contabilização: No ato do recebimento: Caixa (ativo circulante) a Aluguéis recebidos antecipadamente (passivo circulante).........$6.000 A cada mês incorrido ATÉ DECORRER OS 10 MESES, será necessário realizar este registro: Aluguéis recebidos antecipadamente (passivo circulante) a Receita de aluguéis......................................................................$ 600 Em relação às DESPESAS, vejamos: DESPESAS PAGAS E NãO INCORRIDAS Da mesma forma que demonstramos nas receitas realizadas, ocorrerá com as despesas. O regime de competência deverá também ser respeitado. Veja os exemplos: Exemplo 1: Uma determinada empresa pagou seguros antecipadamente referentes a um período de 1 ano no valor de $ 12.000 com cheque. Obs: nesse momento, não podemos contabilizar todo o valor em despesas com seguros, pois o fato gerador da despesa ainda não ocorreu. Contabilização: Seguros pagos antecipadamente (ativo circulante) a Banco................................................................................$12.000 A cada mês será contabilizado para despesas com seguros o valor utilizado no período, a cada fato gerador incorrido. Vejamos abaixo: Primeiramente iremos calcular o valor: Seguro: 12.000 37 REGIME DE COMPETÊNCIA • CAPÍTULO 2 Período: 12 meses 12.000/12 = 1.000 ao mês Portanto a cada mês será contabilizado $ 1.000 para despesa com seguros. Contabilização: (a cada mês, durante os 12 meses) Despesa com seguros a Seguros pagos antecipadamente.................................... $ 1.000 Exemplo 2: Uma determinada empresa pagou uma despesa com material de escritório no valor de $ 1.000, esse material será totalmente utilizado de imediato, ou seja, ele não será estocado. Contabilização: Despesa com material de escritório a Banco........................................................... $1.000 Uma determinada empresa adquiriu material de escritório no valor de $ 5.000, esse material será estocado e, mediante requisições para utilização, será contabilizado em despesas: Contabilização: No momento da aquisição: Estoque de material de escritório (ativo circulante) a Banco (ativo circulante)...........................................................$ 5.000 No momento em que é realizada a requisição para o consumo do material no estoque, ocorre o FATO GERADOR da despesa, dessa forma, a despesa está sendo incorrida. Observe: Requisição no valor de $ 500 em materiais: Despesa com material de escritório a Estoque de material de escritório.................................... $ 500 REGIME DE CAIXA Já no regime de caixa, os registros são realizados de acordo com a entrada e saída de dinheiro, ou seja, de acordo com a movimentação financeira.38 CAPÍTULO 2 • REGIME DE COMPETÊNCIA A finalidade desse regime é controlar o fluxo de caixa, isso permite que a empresa planeje melhor suas operações e seus prazos de pagamento e recebimento, pois esse controle permite que não seja gerado problema de liquidez no decorrer do período. Portanto a diferença entre o regime de competência e o regime de caixa está na situação que dá origem ao lançamento contábil. No caso do regime de competência, essa origem é a ocorrência do FATO GERADOR, não importando nesse momento o pagamento ou recebimento; já no regime de caixa, a ocorrência do pagamento ou recebimento efetivamente é que gera a necessidade do registro contábil. Sintetizando Vimos até aqui: » O conceito de regime de competência e regime de caixa. » A identificação da ocorrência do fato gerador. » Contabilização das despesas e receitas antecipadas, obedecendo ao regime de competência, contabilizando de acordo com as incorrências das despesas e realizações das receitas. 39 Introdução ao capítulo Neste terceiro capítulo, abordaremos o estudo do controle periódico de estoques. Mais à frente, em outra discplina posterior, abordaremos o controle permanente de estoques, que utiliza outra técnica de controle das mercadorias. Nesse controle períodico, calcularemos o custo das mercadorias vendidas e também o resultado com mercadorias e suas respectivas contabilizações. Objetivos do capítulo » Entender cada parte da fórmula do controle periódico do estoque. » Contabilzar cada operação com mercadorias, utilizando conta desdobrada. » Calcular e contabilizar o resultado com mercadorias. 3 CAPÍTULO CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO 40 CAPÍTULO 3 • CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO CONTROLE PERÍODICO DO ESTOQUE – CONTA DESDOBRADA Para que possamos apurar a posição, ou seja, saldo final do estoque de mercadorias, devemos levantar os saldos das contas em que são contabilizadas todas as operações com mercadorias durante o período. Então vejamos: Utilizando a conta desdobrada com inventário periódico, para calcularmos o resultado da conta mercadorias no final do período, além das contas acima, devemos apurar o valor das mercadorias em estoque no último dia do período. Dessa forma, faremos uma contagem física, que chamamos de inventário das mercadorias. Digamos que o inventário físico realizado em 31 de dezembro do ano anterior seja de R$ 10.000,00, vamos analisar a apuração extracontábil e contábil. APURAÇÃO EXTRACONTÁBIL 1ª fórmula: CMV = Ei + C - Ef Descrição da fórmula: CMV = Custo das mercadorias vendidas Ei = Estoque inicial de mercadorias C = Compras de mercadorias Ef = Estoque final de mercadorias 41 CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO • CAPÍTULO 3 Apuração contábil Para iniciarmos a contabilização para apurarmos o resultado da conta mercadorias, vamos realizar os devidos lançamentos no razonete, utilizando a ordem em que aparecem na fórmula. Como a conta custo das mercadorias vendidas (CMV), teremos que abrir um razonete para fazermos o registro: Custo das mercadorias vendidas De acordo com a fórmula: CMV = Ei ....... 1ª Conta: Ei (Estoque inicial) O valor do estoque inicial de um período será o valor do estoque final do período anterior, e esse valor está registrado na conta estoque de mercadorias, que apresenta saldo devedor de R$ 10.000,00, como exposto inicialmente. Agora vamos transferir do saldo dessa conta para a conta CMV, vejamos abaixo o seguinte lançamento: Custo das mercadorias vendidas (CMV) a Estoque de mercadorias...................................................10.000,00 Valor que se transfere para apuração do CMV, ref. ao estoque inicial Então temos os seguintes lançamentos em razonete para que a visualização fique mais clara: Estoque de Estoque de Estoque de Estoque de mmmmercadorias ercadorias ercadorias ercadorias CMVCMVCMVCMV 10.000 10.000 10.000 Observe que depois do lançamento zeramos a conta de estoque de mercadorias, tendo em vista que transferimos o valor do saldo para a conta CMV. Continuando a fórmula, temos: CMV = Ei + C.... 2ª Conta: C (Compras) Nesse momento, faremos a transferência do saldo da conta compras de mercadorias para a conta CMV. Vejamos o lançamento abaixo: 42 CAPÍTULO 3 • CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO Custo das mercadorias vendidas (CMV) a Compras de mercadorias .................................................................................................. 30.000 Transferência do valor das compras para a apuração do CMV Observe os razonetes das respectivas contas: Observe que depois do lançamento zeramos a conta de compra de mercadorias, tendo em vista que transferimos o valor do saldo para a conta CMV. Continuando... CMV = Ei + C - Ef 3ª Conta: Ef (Estoque final) O valor do estoque final é apurado mediante levantamento físico efetuado no final do período, geralmente em 31 de dezembro. Vejamos abaixo a o seu registro nesse momento: Estoque de mercadorias a Custo das mercadorias vendidas (CMV) ..................................................................... 18.000 Hist.: registro do estoque final, conforme inventário físico realizado Observe os razonetes das respectivas contas: Observe que a conta estoque de mercadorias, que teve seu saldo inicial de R$ 10.000,00 transferido para a conta CMV através do lançamento n.º 1, teve reabertura por meio do lançamento com o valor do estoque final. 43 CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO • CAPÍTULO 3 Desta forma, finalizamos a fórmula para apuração do CMV, em seguida, iremos apurar o saldo dessa conta, que deverá ser igual ao valor apurado extracontabilmente. Vamos utilizar agora a segunda fórmula (RCM), a conta RCM não recebeu movimentação até o momento, por isso vamos abrir esse razonete agora: Relembrando: RCM: resultado com mercadorias Analisando a fórmula, vejamos: RCM = V - ... A fórmula se inicia com a conta vendas de mercadorias, dessa forma, iremos transferir o saldo dessa conta para a conta RCM. Vejamos o lançamento: Vendas de mercadorias a Resultado da conta de mercadorias (RCM) .............................................................. 80.000 Hist.: transferência do valor das vendas para apuração do RCM Observe os razonetes abaixo reproduzindo o lançamento acima para melhor visualização: Observe que a conta vendas de mercadorias ficou com saldo zerado, pois teve seu valor transferido para a conta RCM. Continuando a fórmula, temos: RCM = V - CMV A transferência do CMV para o RCM é feita por meio do seguinte lançamento: Resultado da conta mercadorias (RCM) a Custo das mercadorias vendidas (CMV) ..................................................... 22.000 Hist.: transferência do CMV para apuração do RCM 44 CAPÍTULO 3 • CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO Vamos observar os razonetes: Observe que zeramos o saldo da conta custo das mercadorias vendidas com esse lançamento (destaque em vermelho), pois seu saldo fora integralmente transferido para a conta resultado da conta mercadorias. Apuração do saldo da conta RCM Quando o saldo apurado for devedor, ele indicará PREJUÍZO BRUTO e se for credor, indicará LUCRO BRUTO. Observe: Desta forma, concluímos a apuração do RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS. Observe que, depois de todos esses lançamentos, alguns razonetes permaneceram com seus respectivos saldos, são eles: Estoque de mercadorias: com débitode R$ 18.000,00, que representa o valor que foi inventariado, ou seja, mercadorias que ainda estão no estoque para venda. Esse saldo será representado na conta estoque de mercadorias no ativo circulante no balanço patrimonial. Resultado da conta mercadorias (RCM): com saldo credor de R$ 58.000, cujo valor corresponde ao lucro bruto. Esse saldo será transferido para resultado do exercício no momento da apuração do resultado líquido do exercício, como no nosso exemplo foi apurado lucro, vamos realizar o seguinte registro: Resultado da conta mercadorias (RCM) a Lucro sobre vendas Lucro bruto apurado no período......................................................................................... 58.000 45 CONTROLE DO ESTOQUE INVENTÁRIO PERÍODICO • CAPÍTULO 3 Sintetizando Vimos até aqui: » A importância do controle extracontábil e a contabillização das operações com mercadorias; » O cálculo do CMV de acordo com a formula do controle periódico; » O cálculo do RCM utilizando o CMV pelo controle periódico. 46 Introdução ao capítulo Neste quarto capítulo, aprenderemos sobre os impostos que incidem sobre as compras e as vendas de empresas comerciais, como também os fatores que alteram as compras e as vendas. Veremos a contabilização do ICMS, PIS e COFINS, regime não cumulativo sobre as compras e vendas e abordaremos o conceito do PIS e COFINS pelo método cumulativo. Objetivos do capítulo » Contabilizar o ICMS incidente sobre a compra e venda. » Contabilizar o PIS e a COFINS sobre a compra e a venda. » Contabilizar o resultado com mercadorias. 4 CAPÍTULO IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA 47 IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA • CAPÍTULO 4 ICMS O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação é um imposto de competência estadual, incidente sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços, como o fornecimento de energia elétrica, transporte e comunicações. » Até agora, quando no referimos a compras e vendas de mercadorias, não nos preocupamos com o ICMS, mas esse imposto incide sobre a maioria dessas operações. » O valor do ICMS já vem incluído no valor das mercadorias constantes da nota fiscal. ICMS INCIDENTE SOBRE COMPRAS Vamos citar o exemplo de uma nota fiscal no valor de $ 2.000 de mercadorias, incluindo $ 360 de ICMS (calculado com base em uma alíquota de 18 %), a prazo. Registro no livro diário: Diversos a Fornecedores Compra de mercadorias.................................. 1.640 ICMS a recuperar .............................................. 360 2.000 Histórico: Nota Fiscal n° xxxx....... Observações: Na conta compras de mercadorias (AC), foi debitado o valor líquido da compra, ou seja, o valor pago menos o valor do ICMS. Na conta ICMS a recuperar (AC), foi debitado o valor do ICMS incidente sobre essa compra, que representa um direito para a empresa, que poderá compensá-lo no valor do ICMS que será devido nas vendas efetuadas no mesmo mês. ICMS incidente nas vendas Exemplo: nota fiscal, referente à venda de mercadorias à vista com n.° *** da empresa Luar do Sol S/A, no valor de $ 2.500 (alíquota do ICMS 18%), a prazo. 48 CAPÍTULO 4 • IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA Registro no livro diário: Clientes a Receita de venda de mercadoria cf NF ****........................................................ 2.500 ICMS sobre vendas a ICMS a recuperar Valor do ICMS incidente sobre a venda supra .................................................... 450 Observe os razonetes: Observações: A conta receita de vendas de mercadorias foi creditada no segundo lançamento por R$ 2.500,00 que corresponde ao valor da venda bruta. Como já vimos anteriormente, seu saldo será transferido para a conta resultado da conta mercadorias no momento da apuração do resultado bruto. A conta ICMS sobre vendas foi debitada no terceiro lançamento por R$ 450,00, que representa o percentual de 18% sobre o valor da receita bruta. Essa conta é uma dedução da receita bruta de vendas e seu saldo será transferido para a conta resultado da conta mercadorias no momento da apuração do resultado bruto. No primeiro lançamento, a conta ICMS a recuperar foi debitada pelo valor do ICMS que incidiu sobre a compra realizada, esse ICMS representa um direito para a empresa; já no terceiro lançamento, o ICMS foi creditado, pois nesse momento o ICMS representa uma obrigação da empresa, pois incidiu sobre a receita de vendas. No final de cada mês, as empresas deverão apurar o saldo do ICMS a recolher, ou se se ainda haverá saldo de ICMS para compensar. De que forma fazemos isso? Faremos o confronte entre as duas contas de ICMS (a recuperar e a recolher), desta forma: 49 IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA • CAPÍTULO 4 Vamos verificar qual conta possui o saldo menor, A RECUPERAR OU A RECOLHER? Notamos que de acordo com os razonetes, o saldo da conta ICMS A RECUPERAR é de R$ 360,00, e o saldo da conta ICMS A RECOLHER é R$ 450,00, portanto o saldo da conta ICMS A RECUPERAR É MENOR, nesse caso, o saldo dessa conta será zerado. Vejamos: ICMS a recolher a ICMS a recuperar.................................... R$ 360,00 Observe como ficam os lançamentos no razonete: APURAÇãO DO ICMS NO MÊS Dessa forma, com o lançamento acima em vermelho, a conta ICMS a recuperar terá saldo zero, e a conta ICMS a recolher, com seu saldo credor, representa o valor que ainda deverá ser recolhido para fisco, ou seja, R$ 90,00. Se num determinado mês o saldo da conta ICMS a recolher for o menor, o ajuste será feito usando como contrapartida a conta de ICMS a recuperar normalmente, essa conta ainda terá saldo para ser compensado no mês posterior e a conta ICMS a recolher apresentará saldo zero. PIS E COFINS Como vimos no assunto anterior, a contabilização do ICMS sobre as vendas é efetivamente igual à Contabilização do PIS e da COFINS, onde teremos o registro a débito de uma conta de despesa e um registro a crédito de uma conta no passivo, representando a obrigação do recolhimento do imposto. O PIS e COFINS são tributos federais, ou seja, a arrecadação é direcionada para o Brasil inteiro, tecnicamente dizemos que é um imposto de competência da União (governo federal). 50 CAPÍTULO 4 • IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA No PIS e COFINS PELO REGIME NÃO CUMULATIVO, quando o fornecedor lhe vende a mercadoria, ele paga X%, e quando quem comprou a mercadoria vender, não vai mais pagar os X%, vai pagar Y% - X% de impostos, o procedimento é idêntico à contabilização do ICMS, ou seja, nos apropriamos de créditos fiscais e ao final de um período de apuração, que geralmente é um mês, fazemos o ajuste. A empresa pode optar (ou ser obrigada) a adotar qualquer um dos critérios, seja de apurar o imposto com base no regime cumulativo ou não cumulativo. No regime cumulativo, a empresa não vai ser apropriar dos créditos e no regime não cumulativo, a empresa vai se apropriar. A diferença entre ambos consiste na alíquota, enquanto que no regime cumulativo a empresa paga 3% de COFINS e 0,65% no PIS, no regime não cumulativo a empresa vai pagar 7,6% de COFINS e 1,65% de PIS, em regra geral, pois existem alguns produtos que têm alíquotas diferenciadas, que podem ser maiores ou menores. No regime não cumulativo, em que há apropriação de créditos de impostos, estes serão calculados na mesma alíquota, ou seja, 1,65% e 7,6%, para o PIS e a COFINS respectivamente, no entanto poderá se apropriar dos impostos de acordocom a mesma sistemática utilizada para o cálculo do ICMS. FATORES QUE ALTERAM O VALOR DAS COMPRAS DEVOLUÇÃO DE COMPRAS: esse registro representa a devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra. Obs: considera-se que o controle do estoque seja o periódico. Registro no livro diário: Devolução de compras no valor de 4.000, adquiridas à vista. Caixa a Devolução de compras ...........................................4.000 Nossa devolução de parte das mercadorias adquiridas da empresa **** DESCONTOS INCONDICIONAIS OBTIDOS E ABATIMENTOS: consistem nos descontos obtidos do fornecedor no momento da compra das mercadorias, os quais vêm destacados em nota fiscal. Nesse desconto, não há dependência de eventos posteriores à emissão da nota fiscal. A contabilização desse tipo de desconto, do ponto de vista técnico, é desnecessária, sendo a compra registrada pelo seu valor líquido. Caso haja interesse, a contabilização poderá ser feita da seguinte maneira: 51 IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA • CAPÍTULO 4 Registro no livro diário: Compras de mercadorias a Diversos a Caixa.............................................................. 3.600 a Descontos incondicionais obtidos........... 400 4.000 Hist.: nossa compra, conf. NF n.***** do fornecedor ******* FRETES E SEGUROS SOBRE COMPRAS: correspondem à importância paga diretamente ao fornecedor ou a uma empresa transportadora, referente a despesas com seguros e transporte. Registro no livro diário: Fretes e seguros sobre compras a Caixa........................................................ 1.000 Hist.: Fretes e seguros pagos à transportadora ******** conf. NF de serviço de transporte no **** FATORES QUE ALTERAM O VALOR DAS VENDAS DEVOLUÇÃO DE VENDAS: é comum as empresas receberem de seus clientes mercadorias em devolução total ou parcial, por motivos também desconhecidos no momento da venda. Registro no livro diário: Devolução de vendas de mercadorias a Caixa .......................................... 6.000 Hist.: devolução de vendas recebida do cliente ******* ref. parte de nossa NF no ****** DESCONTOS OU ABATIMENTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS: independentemente de qualquer condição posterior à emissão da nota fiscal, nossa empresa também poderá oferecer descontos, destacando-os nas notas fiscais de venda. Registro no livro diário: Diversos a Receita de vendas de mercadorias Caixa ....................................................................................... 7.200 Descontos incondicionais concedidos ............................... 800 8.000 Hist.: nossa NF no **** Empresa****** Sintetizando Vimos até aqui: » A contabilização dos impostos incidentes sobre compra e vendas: ICMS, PIS e COFINS; » A contabilização dos fatores que alteram as compras e as vendas; » A contabilização do ajuste do ICMS mensal. 52 Introdução ao capítulo Neste quinto capítulo, vamos abordar o estudo de algumas operações financeiras que fazem parte do dia a dia das empresas. Vamos aprender como contabilizar essas operações, fazendo o reconhecimento das receitas e despesas financeiras de acordo com a ocorrência do fato gerador. Objetivos do capítulo » Conhecer as operações financeiras mais comuns no dia a dia da empresa. » Contabilizar cada operação financeira abordada no capítulo. » Realizar o reconhecimento das despesas e receitas e levar ao resultado. 5CAPÍTULOOPERAÇÕES FINANCEIRAS 53 OPERAÇÕES FINANCEIRAS • CAPÍTULO 5 As operações financeiras são realizadas pelas empresas com o objetivo de gerar recursos financeiros, grande parte delas ocorre entre as empresas e os estabelecimentos bancários. Classificação: » Investimentos (operações financeiras ativas) » Empréstimos (operações financeiras passivas) INVESTIMENTOS: os excessos de recursos financeiros que temporariamente permanecem compondo o saldo da conta caixa ou bancos conta movimento, enquanto não forem utilizados para atender a compromissos já assumidos ou para adquirir outros ativos, conforme o interesse da empresa, podem ser investidos, visando à obtenção de rendimentos, independentemente das reditas auferidas no desenvolvimento das suas atividades operacionais normais. Investimentos com rendimentos pós-fixados: nesse tipo de investimento, a empresa fica sabendo quanto ganhou com a aplicação somente no dia do resgate. » Aplicações de liquidez imediata: aplicação de curtíssimo prazo. Exemplo: em 2 de setembro, a empresa Blue Life S/A aplicou a importância de $ 10.000, a curto prazo, no Banco Delta S/A, onde mantém sua conta corrente. No dia seguinte resgatou $ 10.200, sendo $ 10.000 correspondente ao capital investido e $ 200 ao rendimento. CONTABILIzAÇãO: Dia da aplicação: Aplicação de liquidez imediata a Banco ...................................................10.000 Dia do resgate: Banco a Diversos a Aplicação de liquidez imediata...........................................10.000 a Rendimento de aplicações financeiras............................... 200 10.200 Investimentos com rendimentos prefixados: nesse tipo de operação financeira, a empresa fica sabendo, antecipadamente, no dia da aplicação, quanto vai ganhar. Os rendimentos correspondem à correção monetária mais juros Exemplo: a empresa Delta S/A aplicou, no Banco Beta S/A, a importância de $ 4.000 em CDB, com rendimentos prefixados no valor de $ 600. Data da Aplicação: 01/11/X1 Data de Resgate: 30/01/X2 54 CAPÍTULO 5 • OPERAÇÕES FINANCEIRAS CONTABILIzAÇãO: Dia da aplicação: 01/11/X1 Aplicações financeiras a Diversos a Banco...............................................................4.000 a Rendimentos s/ aplicações a vencer............. 600..................4.600 Apropriação das receitas em 31/12/X1 Cálculos: Período: 01/11/X1 a 31/01/X2 = 3 meses Então, Rendimentos financeiros: R$ 600,00 / 3 meses = R$ 200,00 a.m Reconhecimento da receita financeira no exercício de X1: 200 x 2 meses: R$ 400,00 CONTABILIZAÇÃO: Rendimentos s/ aplicações financeiras a vencer a Rendimentos s/ aplicações financeiras...........................400 Data do resgate: (30/01/X2) Banco conta movimento a Aplicações financeiras ..................................4.600 Reconhecimento do restante da receita financeira referente ao período de X2: (1 mês) Rendimentos s/ aplicações financeiras a vencer a Rendimentos s/ aplicações financeiras...........................200 Atenção A conta Rendimentos s/ aplicações financeiras a vencer é uma conta patrimonial, pois como ainda não ocorreu o fato gerador, não é correto, nesse momento da aplicação com rendimentos prefixados, levar esse valor ao resultado. Portanto no balanço patrimonial, essa conta é apresentada logo abaixo da conta de aplicações financeiras no ativo circulante como redutora ou retificadora, porque como estudamos, o ativo circulante possui natureza devedora e, no momento da 55 OPERAÇÕES FINANCEIRAS • CAPÍTULO 5 aplicação, nós creditamos nessa conta. Sendo apresentada logo abaixo da conta de aplicações financeiras, podemos, com isso, fornecer uma informação mais transparente no balanço. Ocorrido o fato gerador, levaremos esse valor ao resultado do período pertinente, por isso é importante nos atermos ao prazo da aplicação e respeitarmos a divisão dos períodos, como foi realizado no exemplo acima, e dessa forma levarmos o valor da receita financeira ao resultado no momento correto. Rendimentos s/ aplicações financeiras a vencer – Conta patrimonial AC redutora a Rendimentos s/ aplicações financeiras – Conta de resultado grupo receita financeira Aplicações em fundos de investimento em ações Enquanto as aplicações financeiras de renda fixa são remuneradas pelos juros (pré ou pós-fixados), a remuneração das aplicações em fundos de investimento em ações decorre da performance alcançada pelas ações integrantes do fundo, podendo, inclusive,ser negativa, ou seja, trata-se de uma aplicação de risco. Essas aplicações financeiras são classificadas: a. no ativo circulante, caso sejam resgatáveis a qualquer momento, sem vinculação a prazo predeterminado ou, se resgatáveis em prazo determinado, caso este ocorra até o término do exercício social seguinte; ou b. no ativo não circulante (no subgrupo do ativo realizável a longo prazo), caso sejam resgatáveis em prazo determinado, caso este ocorra após o término do exercício social seguinte. Exemplo: Consideremos que determinada empresa tenha efetuado uma aplicação financeira em fundo de investimento em ações no valor de R$ 500.000,00 e que, por ocasião do resgate, tenha auferido um ganho de R$ 17.500,00. Nesse caso, teríamos os seguintes lançamentos: 1. Pela aplicação no fundo: Aplicações financeiras em fundos de investimento em ações (AC ou ANC) a Bancos conta movimento (AC).......................500.000,00 2. Pelo resgate da aplicação no fundo: 56 CAPÍTULO 5 • OPERAÇÕES FINANCEIRAS Diversos a Diversos Bancos conta movimento (AC).........................514.875,00 IR fonte a recuperar (AC)*.............................. 2.625,00 a Aplic. financeiras em fundos de investimento em ações (AC)........500.000,00 a Rendimentos de aplicações financeiras em FIA. (CR)..................... 17.500,00 (*) R$ 17.500,00 x 15% (alíquota aplicável aos rendimentos decorrentes de aplicações em fundos de investimento em ações – Lei nº 11.033/2004, art. 1º, § 3º, inciso I). EMPRÉSTIMOS Empréstimo é o ato de confiar a alguém, durante tempo determinado, certa quantia em dinheiro, que será restituída posteriormente ao dono, com ou sem acréscimo de juros e correção monetária. Esse empréstimo, geralmente é realizado em instituições financeiras, podendo variar quanto à forma e ao prazo de pagamento e em relação aos cálculos de correção monetária prefixada ou pós-fixada etc. Empréstimo com correção monetária prefixada: Exemplo: A empresa Blue Life Ltda efetuou empréstimo no valor de $ 6.000 no Banco Delta S/A, em 25 de maio, para vencimento em 23/06. O banco cobrou $ 940 de correção monetária e $ 60 de juros, liberando para a empresa a importância de $ 5.000. A empresa emitiu uma nota promissória no valor total da dívida. CONTABILIzAÇãO: No dia do empréstimo: Diversos a Empréstimos Banco conta movimento..........................................................5.000 Variações monetárias passivas a vencer................................ 940 Juros passivos a vencer.......................................................... 60 ............ 6.000 No dia do pagamento: Empréstimo a Banco....................................................................................6.000 Variações monetárias passivas a Variações monetárias passivas a vencer.............................. 940 57 OPERAÇÕES FINANCEIRAS • CAPÍTULO 5 Juros passivos a Juros passivos a vencer........................................................ 60 Empréstimo com correção monetária pós-fixada: Exemplo: Uma determinada empresa efetuou empréstimo no Banco Beta S/A no valor de $ 50.000 em 1º de setembro, para pagamento no dia 10 de novembro, com correção monetária pós-fixada mais juros de 12% a.a., também calculados no vencimento sobre o valor do empréstimo, atualizado pela taxa do dia. CONTABILIzAÇãO No dia do empréstimo: Banco conta movimento a Empréstimos................................................................50.000 No dia do pagamento: Em 10 de novembro, data do vencimento do empréstimo, o banco cobrou $ 10.000 referentes à correção monetária do período mais $ 800 de juros. Assim, a empresa liquida a dívida no valor de $ 60.800. Diversos a Empréstimos Variações monetárias passivas.......................................10.000 Juros passivos......................................................................800 10.800 Empréstimo a Banco conta movimento...............................................60.800 Empréstimos ou financiamentos em moeda estrangeira: Neste caso, a contabilização é semelhante ao caso dos empréstimos com correção pós-fixada, pois havendo perda cambial, tal perda será registrada na conta variações monetárias passivas, e os juros serão calculados sobre o saldo devedor, ao final de cada mês, e registrados na conta juros passivos. DESCONTO DE DUPLICATAS É uma operação financeira de curto prazo, na qual a empresa obtém recursos nos bancos. Para realizar essa operação, é preciso ter feito vendas a prazo, obtendo as duplicatas de venda mercantil. 58 CAPÍTULO 5 • OPERAÇÕES FINANCEIRAS A instituição financeira aplica uma taxa de desconto sobre o valor nominal do título, cobrando, também, tarifas e IOF, creditando à empresa tomadora o valor líquido (valor nominal dos títulos menos os encargos financeiros). A empresa que desconta duplicatas é responsável pelo seu pagamento ao banco, portanto, se a duplicata for liquidada em dia, o banco fica com o valor pago pelo sacado. Caso o pagamento não ocorra no vencimento, dois ou três dias depois, o banco debita o valor da duplicata na conta da empresa que fez o desconto. Quando uma empresa desconta duplicatas de sua emissão nos bancos, deve contabilizar o seu valor em conta específica (duplicatas descontadas), retificadora do saldo da conta de duplicatas a receber no ativo circulante. Os valores cobrados pelo banco representam despesas antecipadas, que devem ser registradas em conta própria, também no ativo circulante, e apropriadas em contas de resultado à medida que forem sendo incorridos, conforme o regime de competência. A legislação do imposto de renda impõe que as despesas financeiras, decorrentes de títulos cujo vencimento ultrapasse a data de encerramento do exercício, devem ser apropriadas pro rata tempore, nos períodos-base a que competem (art. 374, inciso I, do RIR/99). Contabilização Suponha que o gestor de uma empresa esteja com uma carteira de duplicatas no valor de R$ 50.000 emitida contra seus clientes e com vencimento em 45 dias. Fazendo uma análise de sua projeção de caixa, verifica que terá necessidade de recursos durante o próximo mês. Sua projeção também indica que será uma necessidade passageira devido a um declínio sazonal das vendas. Assim o gestor resolve descontar essas duplicatas em um banco, no dia 1o de dezembro de 2017, a uma taxa de juros de 3% ao mês e o banco aplica o desconto sobre as duplicatas. D = VF x i x n D = 50.000 x 0,03 x 45 30 D = 50.000 x 0,03 x 1,5 D = 2.250 VP = VF – D VP = 50.000 – 2.250 VP = 47.750 Onde: D = desconto 59 OPERAÇÕES FINANCEIRAS • CAPÍTULO 5 VF = valor nominal da duplicata i = taxa de desconto n = prazo da duplicata VP = valor presente (líquido creditado para a empresa) Na data do desconto do título (01/12/2017) Bancos c/ movimento a Duplicatas descontadas .....................R$ 47.750,00 Histórico: desconto de duplicatas conforme doc. anexo. Gastos financeiros a apropriar a Duplicatas descontadas...................... R$ 2.250,00 Histórico: juros incidentes sobre desconto de duplicatas. No dia 31 de dezembro, para apurar o resultado, parte dos encargos será lançada como despesa do exercício de 2017: Despesas financeiras a Gastos financeiros a apropriar......... R$ 1.500,00 Histórico: apropriação de encargos financeiros referentes ao exercício. No dia 15 de janeiro, pela liquidação do título: Duplicatas descontadas a Duplicatas a receber .........................R$ 50.000,00 Histórico: pela liquidação das duplicatas no ........ Despesas financeiras a Gastos financeiros a apropriar............. R$ 750,00 Histórico: juros e IOF sobre desconto de duplicatas referente a Jan/2018. Caso os clientes não efetuem os pagamentos no vencimento, o banco debitará a conta da empresa e o lançamento em sua contabilidade Duplicatas descontadas a Banco c/ movimento..............................$ 50.000,00 60 CAPÍTULO 5 • OPERAÇÕES FINANCEIRAS
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