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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS - Mônica D'angelo

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE 
PERNAMBUCO 
 
MÔNICA D’ANGELO FARIAS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 
 
 
Relatório apresentado ao Professor 
Niédson José da Silva como parte da 
avaliação da II Unidade da disciplina 
Ensaios Mecânicos, no período letivo 
2020.2. 
 
 
 
 
Campus CARUARU 
MAR/2021 
 
1. INTRODUÇÃO 
Na Engenharia é de extrema importância a preocupação relacionada ao grau de 
qualidade dos materiais de máquinas e estruturas durante seu uso, isso pode evitar 
diversos acidentes envolvendo patrimônios materiais e até mesmo vidas. Por isso, 
existe a necessidade do conhecimento das características e propriedades desses 
materiais, que podem ser mensuradas por ensaios. 
Do mesmo modo que existem ensaios que causam a destruição dos corpos de 
provas, existem também ensaios conhecidos como não destrutivos, END, que 
mantém a integridade física do material que foi ensaiado. E são esses que 
abordaremos durante todo trabalho. 
Os Ensaios Não Destrutivos são capazes de manter os padrões de qualidades 
exigidos pelas normas, através do reconhecimento de descontinuidades em materiais, 
evitando assim o seu uso caso algo de errado seja detectado. 
2. DESCONTINUIDADES METÁLICAS 
As descontinuidades podem ser divididas em três categorias principais, sendo 
elas: descontinuidades inerentes, de processamento e de esforço em serviço. 
2.1. Metálicas inerentes 
Essas são relacionadas com a solidificação do material metálico, podem ser 
encontradas em peças fundidas e forjadas. Para as peças fundidas, as 
descontinuidades se formam nos processos de fusão, fundição ou solidificação. Já 
para peças forjadas, as descontinuidades aparecem durante o processo de fusão e 
solidificação originais, do lingote e do metal. 
2.2. Metálicas de processamento 
Esse tipo de descontinuidade é gerada durante o processamento das peças e 
podem acontecer nos processos de extrusão, soldagem, laminação, tratamento 
térmico, entre outros. 
2.3. Metálicas de esforços em serviços 
Essas são advindas das condições de serviço que as peças são submetidas e 
relacionam-se com ambientes corrosivos, excesso de tensão aplicada, fadiga 
acentuada, compressão excessiva, pressão, entre outros. 
3. ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS 
Os END são técnicas que possuem o intuito de medir, detectar propriedades ou 
verificar o desempenho de materiais metálicos (ferrosos ou não ferrosos) e materiais 
não metálicos, na forma de peças ou componentes acabados ou semiacabados. São 
feitos através da aplicação de energias físicas de modo que não causem danos aos 
produtos inspecionados, ou seja, após sua aplicação não são deixadas marcas, por 
consequência, esses ensaios nunca inutilizam os corpos de prova. 
Existem dois grupos distintos para escolha do método de avaliação não destrutiva. 
Esses são classificados de acordo com a descontinuidade que deseja determinar e 
são: o método de inspeção nas superfícies, que como já é denominado verifica 
descontinuidades na superfície externa ou subsuperficial ou o método de inspeção 
volumétrica, que é realizado para avaliar descontinuidades observadas no interior dos 
materiais. 
São encontrados diferentes métodos de ensaios não destrutivos que acompanham 
variáveis relativas a cada um deles, podemos citar os de tipo ultrassom, raio X, 
correntes parasitas, partículas magnéticas, visual, teste hidrostático, estanqueidade e 
líquido penetrante. 
O uso dos ensaios não destrutivos pode ser como complementar aos ensaios 
destrutivos para dar maior amplitude no conhecimento das propriedades da peça ou 
máquina. Bem como, por esse teste ser realizado nas peças que definitivamente serão 
usadas na operação, ele gera uma maior confiabilidade no seu emprego. Também 
podem ser usados em casos de máquinas em operação, sem gerar a necessidade de 
parada do serviço, com isso além de garantir a integridade do material, mantêm 
inalteradas as condições de trabalho. 
Abaixo mostramos uma tabela com resumos de como funcionam alguns métodos 
e as comparações entre eles: 
 
 
Tabela 1 – Alguns métodos de END 
Método Resumo Característica Vantagens Limitações Exemplos de 
uso 
Visual A principal ferramenta 
são os olhos de um 
técnico especializado. 
Superfícies 
características tais 
como trincas com 
cores, tensão em 
materiais 
transparentes, 
corrosão. 
Muitas vezes 
conveniente e pode 
ser automatizado. 
Só pode ser aplicado 
em superfícies 
através de aberturas, 
de trincas ou material 
transparente. 
Madeira, papel 
ou metal para 
acabamento 
superficial e 
uniformidade. 
Ultrassom Onda sonora reflete ao 
incidir em uma 
descontinuidade. 
Mudança na 
impedância 
acústica causada 
por trincas, 
inclusões ou 
interfaces. 
Podem penetrar 
em materiais 
espessos, 
excelente para 
detecções de 
trincas. Pode ser 
automatizado. 
Normalmente requer o 
acoplamento ao 
material, quer por 
contato com a 
superfície ou imersão 
num fluido tal como 
água. Superfície deve 
ser lisa. 
Inclusões, 
laminação, 
trincas, 
rechupes, poros, 
falta de fusão. 
Radiografia Determina 
descontinuidades com 
poucos milímetros de 
extensão através dos 
Raios X e gama. 
Mudanças na 
densidade por 
vazios, inclusões, 
materiais variados, 
localização de 
partes internas. 
Podem ser usados 
para inspeção de 
uma gama de 
materiais e 
espessuras, 
versátil possui 
filmes para 
gravação das 
inspeções. 
Segurança radiológica 
requer precauções, 
detecção de trincas 
podem ser difíceis 
perpendicularmente 
aos Raios X. 
Soldas de 
penetração com 
tubos, para 
inclusões e 
vazios, defeitos 
internos. 
Líquido penetrante Penetra-se um líquido 
na descontinuidade que 
é mostrada após o uso 
de um revelador. 
Aberturas de 
superfície, devido a 
trincas, porosidade, 
soldagens ou 
dobras. 
Barato, fácil, 
prontamente 
portátil, sensível 
para pequenas 
falhas superficiais. 
As falhas devem estar 
abertas a superfície. 
Não é útil em 
materiais porosos ou 
em superfícies 
rugosas. 
Lâminas de 
turbinas com 
trincas 
superficiais ou 
porosidade. 
Partículas 
magnéticas 
Submete-se a peça a 
um campo magnético. 
Fuga de fluxo 
magnético gerado 
pela superfície ou 
perto dela, de 
trincas, vazios, 
inclusões ou 
materiais com 
alterações de 
geometria. 
Barato ou com 
custo moderado, 
sensíveis a ambas 
as superfícies e 
defeitos superficiais 
próximos. 
Limitado a materiais 
ferromagnéticos e 
pode ser necessária a 
preparação da 
superfície e 
desmagnetização 
pós-inspeção. 
Rodas 
ferroviárias com 
trincas ou 
grandes peças. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
CARVALHO, G. Determinação de defeitos em profundidade. 
(Estereoradiografia). Tese (Mestrado em Ciências na área de tecnologia nuclear) – 
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo. São 
Paulo, p. 110. 2001. 
Ensaios. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/24444/24444_3.PDF. 
Acesso em: 28 mar. 21. 
Ensaios Não Destrutivos (END). Disponível em: 
http://www.lucianosantarita.pro.br/documentos/Notas_aula_END_2013.pdf. Acesso 
em: 28 mar. 21. 
 
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/24444/24444_3.PDF
http://www.lucianosantarita.pro.br/documentos/Notas_aula_END_2013.pdf

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