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METODOLOGIA DO ENSINO RELIGIOSO

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
METODOLOGIA DO ENSINO 
RELIGIOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
www.ucamprominas.com.br 
 
 
 
Site: www.ucamprominas.com.br 
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br 
Telefone: (0xx31) 3865-1400 
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2 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO A HISTORIA DO ENSINO RELIGIOSO ...................................................... 4 
UNIDADE 2: O ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR PRESSUPOSTOS TEÓRICOS .................................. 16 
UNIDADE 3: O ENSINO RELIGIOSO QUE É DESEJADO NA ESCOLA................................................. 20 
UNIDADE 4: O PROFESSOR DE ENSINO RELIGIOSO ............................................................................. 42 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Site: www.ucamprominas.com.br 
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3 
Ensino Religioso e Experiência Humana 
 
 “Ao colocar o pleno desenvolvimento do educando e o seu preparo para o 
exercício da cidadania, entre outros, como objetivos da educação, a LDB afirma que 
isso se dá mediante o desenvolvimento da capacidade de compreensão do 
ambiente natural e social; da formação de atitudes e valores que fortalecem os 
vínculos familiares, os laços de solidariedade humana que constituem as bases da 
vida em sociedade (cf. art. 32). 
É nesta perspectiva que se insere o Ensino Religioso, proporcionando ao 
educando o conhecimento das experiências religiosas da humanidade, 
sistematizadas pelas diferentes tradições religiosas, no decorrer da sua historia; 
possibilitando ao estudante articular e organizar tais conhecimentos e construir um 
saber que, certamente, o orientará na busca de respostas aos seus 
questionamentos a cerca do sentido da vida e aos desafios existenciais presentes 
no seu cotidiano. 
Deste modo, poderá decidir de modo autônomo e responsável, frente as 
diferentes circunstâncias da vida, pois todos nós seres humanos nos defrontamos 
com os mesmos problemas de vida e morte e partilhamos de um destino comum.” 
 
Luzia M. de Oliveira Sena 
Membro da Coordenação do FONAPER 
(Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso) 
 
 
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Telefone: (0xx31) 3865-1400 
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 
 
4 
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO A HISTORIA DO ENSINO 
RELIGIOSO 
 
Os passos iniciais do Ensino Religioso no Brasil coincidem com os da História 
do Brasil, cujos primeiros fatos são registrados com a chegada dos colonizadores. 
A evangelização e catequização das populações que estavam em nosso país, 
os indígenas, e daqueles trazidos como escravos foi de alguma maneira uma 
espécie de ensino religioso, de educação e formação religiosa de acordo com os 
princípios da moral e da doutrina católica. 
Foram as “Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia”, propostas e 
aceitas no sínodo diocesano de 12 de junho de 1707, o primeiro documento legal 
que dispõe sobre a educação religiosa de forma clara. Tais constituições previam 
que a formação religiosa dos escravos era obrigação dos senhores proprietários. 
Aos párocos ficava a incumbência de ensinar a doutrina cristã aos escravos e aos 
meninos, estes aprendiam a ler e escrever através de livros religiosos. Então, 
juntamente com a alfabetização ocorria a doutrinação das crianças de acordo com 
os princípios da religião católica, os padres eram os catequizadores e professores. 
A inclusão do Ensino Religioso nas escolas é muitas vezes questionada 
devido o modo como foi introduzido e permaneceu na conjuntura escolar por mais 
de 400 anos. Como o Estado e a Igreja andavam juntos desde o início da 
colonização até ao final do regime Imperial e mesmo depois a Igreja se manteve 
subjugada ao Estado como instrumento de apoio político o Ensino Religioso é 
entendido como “ensino da religião”, pois o Governo e a Igreja tinham como objetivo 
expandir o Cristianismo nas terras conquistadas. 
O ensino era tipicamente iluminista: baseado na razão visava o saber; não 
educava uma fé atenta a uma revelação divina. Mesmo assim, este ensino era visto 
como catequese infantil, naquele momento tirado da família e da paróquia e levado 
para a escola. 
Predominava o ensino dirigido pelas ordens e congregações religiosas com 
destaque para o trabalho dos jesuítas. 
 
 
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5 
A situação muda quando acontece a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de 
Pombal, em 1759, e quando o mesmo introduz no país reformas de espírito 
anticlerial, dentro da tendência da modernidade européia. 
O quadro a seguir nos permite uma visão clara da síntese histórica do Ensino 
Religioso no Brasil: 
 
Período 
Histórico 
Legislação Vigente Situação do Ensino Religioso Destaque 
Colonial 
1500 a 
1700: 
1º período 
1700 a 
1800: 
2º período 
Ordenações do Reino Cristianização ou evangelização 
dos gentios, justificativa do 
poder estabelecido pelo regime 
de padroado; no 2º período 
colonial vem a submissão à fé 
cristã.”A doutrina cristã é uma 
das partes principais que entra 
na obrigação dos professores 
de primeiras letras” 
Constituições do Arcebispado 
da Bahia de 1707. 
ER: em 
função do 
projeto 
colonizador 
Imperial: 
1823 a 1890 
Constituição Política do 
Império no Brasil – ou 
“Constituição do 
Imperador”, 1823. “Art. 
5º - A religião catholica 
apostólica romana 
continuará a ser a 
religião do Império. 
Todas as outras serão 
permitidas com seu culto 
doméstico ou particular, 
em casas para isso 
destinadas, sem forma 
alguma exterior de 
Templo”. 
Efetivado sob o regime regalista, 
em que o Imperador jura manter 
oficialmente a Religião Católica, 
na forma do art.105 da 
Constituição. “Juro manter a 
religião catholica, apostólica, 
romana, a religião do Império”. 
ER: 
submetido ao 
regime 
regalista 
 
 
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6 
Republicano Constituição da 
República dos Estados 
Unidos do Brasil 
Passa por um processo de 
redefinição, uma vez que se 
torna alvo do mais polêmico 
debate de todas as épocas, em 
virtude da interpretação do art. 
72 da Lei Maior, à moda 
Francesa. Na França o ER fora 
proibido, na implantação do 
Regime Republicano, segundo 
os princípios da separação 
Estado/Igreja. 
ER: Vítima do 
positivismo e 
da corrente 
laicista 
Republicano 
2º período 
1934 a 1937 
Constituição dos Estados 
Unidos do Brasil – 1934. 
”Art. 153: O ensino 
religioso será de 
freqüência facultativa e 
ministrado de acordo 
com os princípios da 
confissão religiosa do 
aluno, manifestada pelos 
pais ou responsáveis, e 
constituirá matéria dos 
horários nas escolas 
primárias,secundarias, 
profissionaes e 
normaes.” 
Admitido pelo decreto de 30 de 
abril de 1931 e assegurado na 
escola oficial, pela carta Magna 
de 1934, em caráter facultativo, 
após várias emendas a favor e 
contra a sua inclusão no 
currículo escolar. Duas 
correntes atuaram na 
Constituinte de 33: a liderada 
pela Igreja e a dos 
escolanovistas. A 1ª contra o ER 
na escola pública. A 2ª a favor, 
por considerá-lo como um direito 
do cidadão e dever do Estado. 
ER:admitido 
por Getúlio 
em 1931. 
Assegurado a 
seguir pela 
Carga Magna 
de 1934 
Estado 
Novo 
1937 a 1945 
Constituição dos Estados 
Unidos do Brasil – 1937 
“Art.133: O ensino 
religioso poderá ser 
contemplado como 
matéria do curso 
ordinário das escolas 
primárias, normais e 
Simplesmente permitido, em 
virtude da Lei Maior, a dar-lhe 
um cunho de neutralidade. O 
dispositivo da nova Carta é 
regulamentado pelas chamadas 
Leis Orgânicas, a partir de 1942, 
quando é decretada a reforma 
Capanema, inspirada no modelo 
ER: Apenas 
permitido. 
 
 
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7 
secundárias. Não 
poderá, porém, constituir 
objeto de obrigação dos 
mestres ou professores, 
nem de freqüência 
compulsória por parte do 
aluno. 
de educação de ideologia nazi-
facista. 
Republica- 
no 
Terceiro 
Período: 
1946 a 1964 
Constituição dos Estados 
Unidos do Brasil – 1946. 
“Art. 168 – (...) V-O 
ensino religioso constitui 
disciplinas dos horários 
oficiais, é de matrícula 
facultativa e será 
ministrado de acordo 
com a confissão religiosa 
do aluno, manifestada 
por ele, se for capaz, ou 
pelo seu representante 
legal ou responsável”. 
Contemplado como dever do 
Estado para com o direito ao ER 
e a liberdade religiosa do 
cidadão. Na prática, a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação, 
de nº. 4024/61, o exclui do 
sistema escolar, ao introduzir a 
expressão “sem ônus para os 
cofres públicos”, discriminando, 
desta forma, o professor da 
disciplina. 
ER: 
Assegurado 
fora do 
sistema 
( sem ônus) 
Republicano 
Quarto 
Período: 
1964 a 1984 
Constituição da 
República Federativa do 
Brasil – 1967 e Emenda 
Constitucional nº. 1 – 
1969 “Art. 168: O ensino 
religioso de matrícula 
facultativa constituirá 
disciplina dos horários 
normais das escolas 
oficiais de grau primário 
e médio. 
Obrigatório para a escola, 
concedendo ao aluno o direito 
de opção no ato da matrícula. A 
nova LDBN de nº. 5692/71, ao 
regulamentar tal dispositivo 
prefere repetir, simplesmente, o 
texto constitucional, o que 
permite o tratamento ao 
Professor de ER, com exceção 
de um dos Estados da 
Federação. 
Assegurado, 
incluído no 
sistema, 
porém 
facultativo. 
Republicano 
Quinto 
período: 
Constituição da 
República Federativa do 
Brasil – 1988. 
Assegurado o direito do 
cidadão, como no período 
anterior. Assim como em outras 
Assegurado 
pela Lei Maior 
 
 
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8 
1985 até o 
atual 
momento 
“Art. 210, parágrafo 1º: O 
ensino religioso, de 
matrícula facultativa, 
constituirá disciplina dos 
horários normais das 
escolas públicas de 
ensino fundamental.” 
épocas, atuam, 
simultaneamente, duas 
correntes antagônicas em seus 
princípios educacionais. Uma a 
favor e outra contra a 
permanência da referida 
disciplina no currículo escolar, 
com ônus para os cofres 
públicos. 
Republicano 
Momento 
Atual: 
1996... 
Nova Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação 
Nacional, sancionada em 
20 de dezembro de 
1996, cf. publicação no 
Diário Oficial da 
República Federativa do 
Brasil, em 23/12/1996, 
sob o nº. 9.394/96. 
Nova LDBN: Art. 33 – O ensino 
religioso, de matrícula 
facultativa, constitui disciplina 
dos horários normais das 
escolas públicas de ensino 
fundamental, sendo oferecido 
sem ônus para os cofres 
públicos, de acordo com as 
preferências manifestadas pelos 
alunos ou por seus 
responsáveis, em caráter: I – 
Confessional, de acordo com a 
opção religiosa do aluno ou seu 
responsável, ministrado por 
professores ou orientadores 
religiosos preparados e 
credenciados pelas respectivas 
igrejas ou entidades religiosas, 
ou 
II – interconfessional, resultante 
do acordo entre as diversas 
entidades religiosas, que se 
responsabilizarão pela 
elaboração do respectivo 
programa. 
Regulamenta-
do de forma 
ambígua em 
relação à Lei 
Maior. 
 
 
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9 
1997 .... Lei nº 9475, de 22 de 
julho de 1997 “Dá nova 
redação ao art. 33 da Lei 
9394, de 20 de 
dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes 
e bases da Educação 
Nacional. (...) Art. 33 – O 
Ensino Religioso de 
matrícula facultativa, é 
parte integrante da 
formação básica do 
cidadão e constitui 
disciplina dos horários 
normais das escolas 
públicas de ensino 
fundamental, assegurado 
o respeito à diversidade 
cultural religiosa do 
Brasil, vedadas 
quaisquer formas de 
proselitismo. 
Parágrafo 1º - Os 
sistemas de ensino 
regulamentarão os 
procedimentos para a 
definição dos conteúdos 
de ensino religioso e 
estabelecerão as normas 
para a habilitação e 
admissão dos 
professores. 
Parágrafo 2º - Os 
sistemas ouvirão 
O Ensino Religioso de matrícula 
facultativa, é parte integrante da 
formação básica do cidadão e 
constitui disciplina dos horários 
normais das escolas públicas de 
ensino fundamental, assegurado 
o respeito à diversidade cultural 
religiosa do Brasil, vedadas 
quaisquer formas de 
proselitismo. 
Os sistemas de ensino 
regulamentarão os 
procedimentos para a definição 
dos conteúdos de ensino 
religioso e estabelecerão as 
normas para a habilitação e 
admissão dos professores e 
ainda ouvirão entidade civil, 
constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a 
definição dos conteúdos do 
ensino religioso.” 
ER: avanços 
voltados para 
a melhoria da 
qualidade das 
disciplinas 
nas escolas e 
da sua 
efetivação 
como 
elemento 
normal do 
sistema 
escolar. 
 
 
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10 
entidade civil, constituída 
pelas diferentes 
denominações religiosas, 
para a definição dos 
conteúdos do ensino 
religioso.” 
(Quadro extraído do Programa de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental – 5ª a 8ª série – da 
Secretaria do Estado de Minas Gerais, publicado em 1997) 
 
Como visto, foi no final do século XIX que teve origem a busca de um espaço 
assegurado e assumido para o Ensino Religioso nas escolas, em decorrência da 
separação entre Estado e Igreja, como um dos primeiros atos do regime 
republicano. 
 O regime de padroado foi extinto e a intervenção da autoridade federal e dos 
estados em matéria religiosa foi proibida através do decreto 119 “A” de 1890. Igreja 
e Estado são reconhecidos como instituições distintas. 
Porém, foi o Parágrafo 6º, do art. 72 da Constituição da República de 1891: 
“Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos” que trouxe mais 
polêmica. Este dispositivo foi inspirado na Constituição dos Estados Unidos da 
América, na tentativa de garantir ao cidadão o direito à liberdade religiosa.A polêmica surge na interpretação da matéria constitucional, pois no Brasil a 
expressão “será leigo” é interpretada por alguns segundo o pensamento francês 
sobre a liberdade religiosa, sendo entendido então como irreligioso, ateu, laicista, 
sem a presença de elementos oriundos das crenças dos cidadãos que freqüentam 
as escolas mantidas pelos Estados da Federação. Assim a regulamentação do 
dispositivo constitucional caminhou. 
Mas ao mesmo tempo, os interessados pela garantia do Ensino Religioso na 
Escola concebem-no como elemento eclesial no sistema escolar e assim as 
discussões transcorrem ao longo do tempo. 
Durante os anos 20 e 30 do século XX aconteceram conquistas pelos 
defensores do direito ao Ensino Religioso na escola: os atos do Governo do Estado 
permitiram a referida disciplina nas escolas, mesmo sem o amparo da Lei Maior. A 
 
 
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11 
Lei Maior matinha a neutralidade como principio da liberdade religiosa, de acordo 
com os juristas da época. 
Foi nos anos 60 que a reorganização do Ensino Religioso teve maior ênfase, 
vários decretos e portarias entraram em vigor e no estado de Minas Gerais vários 
programas foram publicados. Porém, ao analisar tais programas, percebe-se que o 
Ensino Religioso é concebido ainda como elemento eclesial na escola. É o 
imaginário educacional da Igreja que vigora, a prática ecumênica não é vista e nem 
os conteúdos diferentes dos adotados na Catequese são incluídos e assim ainda 
nos anos 70 e 80 são comuns as expressões “Catequese Escolar”, “Religião na 
escola” , “Aula de Religião” e outras parecidas. 
O período atual é marcado por alguns avanços voltados para a melhoria da 
qualidade do Ensino Religioso nas escolas, porém a própria questão da identidade e 
dos objetivos do Ensino Religioso está longe de ser resolvida, muita reflexão e 
muitos debates ainda terão de serem feitos. 
Atualmente, a Lei nº. 9394, sancionada em dezembro de 1996, que fixa 
diretrizes e bases da Educação Nacional e posteriormente a Lei nº 9475/97, dá 
prosseguimento aos esforços de fazer com que a disciplina de Ensino Religioso 
tenha a atenção que lhe é devida. 
Na nova LDB 9.394/96, o Ensino Religioso nas escolas é parte integrante da 
formação básica da pessoa e, portanto, integrante do currículo, sendo reconhecido 
como área de conhecimento. A característica plurirreligiosa e a realidade escolar 
desafiam educadores e educadoras a uma contínua reflexão sobre sua práxis. 
Diante da multiplicidade religiosa presente na escola, busca-se cada vez mais uma 
cooperação inter-religiosa. 
O modelo de ensino religioso, macro-ecumênico e inter-religioso, consagrado 
pela Lei Federal 9.475 de 1997, além de vedar o proselitismo e a doutrinação 
religiosa, afirma o respeito à diversidade cultural e religiosa da atual sociedade 
brasileira, o ensino religioso assume um novo modelo baseado no pluralismo e no 
diálogo inter-religioso que reflete essa tendência de aproximação entre as religiões. 
Carneiro (2004:7), afirma: “[...] a partir de 1997, o ensino religioso é 
ressignificado, passando a ser entendido como parte integrante da construção de 
um novo cidadão e não apenas formar ou confirmar um fiel.” 
 
 
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12 
Esclarecendo alguns Conceitos 
 
 Um dos objetivos principais do Ensino Religioso é o desenvolvimento da 
religiosidade do cidadão que freqüenta a escola e sua meta é a busca do sentido 
primeiro e último da vida. Por isso é importante que se tenha bem definido o que é 
religião, religiosidade, religioso, catequese e ensino religioso. 
 
 
Religião 
Religião vem do verbo latino religare (re-ligare). Religar tanto pode ser um 
novo liame entre um sujeito e um objeto, um sujeito e outro sujeito, como também 
entre um objeto e outro objeto e também a ligação do homem com a divindade. 
Há algumas discordâncias entre autores ao tentar definir o que é religião. 
Entre as definições mais aceitas estão as seguintes: 
- em sentido objetivo, religião é o conjunto de crenças, leis e ritos que visam 
um poder que o homem considera supremo, do qual se julga dependente, com o 
qual pode entrar em relação pessoal e do qual pode obter favores. 
- em sentido subjetivo, religião é o conhecimento pelo homem de sua 
dependência de um ser supremo pessoal, pela aceitação de varias crenças e 
observância de varias leis e ritos atinentes a este ser. 
 Vejamos então, alguns conceitos básicos que servem para o melhor 
entendimento de termos usados quando se fala em religião: 
- Crença: Convicção íntima e pessoal a respeito de algo que se tem por certo 
e verdadeiro. Fé religiosa. 
- Culturas: O complexo dos padrões do comportamento das crenças das 
instituições e de outros valores transmitidos coletivamente, típico de uma sociedade; 
civilização. 
- Dogma: Do Latim Eclesiástico dogma – ponto fundamental e indiscutível de 
uma doutrina religiosa e, por extensão, de qualquer doutrina ou sistema. 
- Doutrina: Do Latim doctrina, de docere, conjunto de princípios que servem 
de base a um sistema religioso, político ou filosófico. 
 
 
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13 
- Fenômeno Religioso: Algo que se mostra, revela ou manifesta-se na 
experiência humana; é o resultado do processo de busca que o homem 
realiza na procura do transcendente. 
- Laico/leigo: Do Latim laicus, aquele que é estranho ou alheio a um assunto. 
Leigo aquele que não tem ordens sacras. 
- Moral: Do latim mos = costume, prática. Como atitude é a disposição da 
pessoa em relação com o bem que se deve praticar. Como ciência, é a parte da 
teologia que estuda o comportamento humano enquanto ajustado ou não à retidão. 
- Profano: Do Latim profãnus = estranho à religião, secular; que não tem 
finalidade religiosa, mundano. 
- Proselitismo: Zelo ou afã por ganhar prosélitos, isto é, para converter outros 
para sua própria religião. Atualmente está carregado de sentido pejorativo, por 
atentar contra a liberdade alheia. 
- Sagrado: Do Latim sacrãtus – sagrar = dedicar a Deus, aos deuses, ou ao 
serviço divino; relativo ou inerente a Deus, a uma divindade, à religião, ao culto ou 
aos ritos. "Sacro" e "Profano" representam conceitos de relação. 
 
Religiosidade 
 Religiosidade é a atitude dinâmica de abertura do homem ao sentido 
fundamental de sua existência, seja qual for o modo como é percebida neste 
sentido, a religiosidade está à raiz da vida humana na sua totalidade, é a relação 
com a entidade divina. Como a religiosidade é exteriorizada forma-se a religião, mas 
é justamente por ser subjetiva e existencial é que surge a diversidade de religiões. 
A religiosidade também poderia ser chamada fé; mas em sentido amplo. A fé 
se expressa em atitudes e símbolos humanos, mas aqueles que conseguem como 
as diversas respostas de fé se relacionam com a busca de um sentido de vida, 
comum a todos, estará em condições de viver melhor sua opção de fé. 
 Para quem tem fé, o caminho tem rumo definido; o que ele busca e realiza 
tem nome certo. Assim, para o cristão, no centro de toda a sua caminhada está 
Jesus, o Cristo, presente na comunidade, para os não cristãos seus líderes são seus 
guias. Nesse caso, a religiosidade não é substituída pela fé: é por ela iluminada, 
explicitada. O grupo social que vive essa atitude constitui uma comunidade de fé. 
 
 
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14 
Catequese 
 Catequese é a educação permanente e sistemática da fé. Quem ministra 
supõe que a pessoa com a qual está trabalhando já fez a sua adesão de fé, que já 
se ligou a um grupo religioso. 
 
Ensino Religioso 
 O Ensino Religioso tem a pretensão de auxiliar na formação integral da 
pessoa, abrindo espaço para discutir e aprofundar a relação com o transcendente, 
as bases humanas do ato de crer e dos valores religiosos, tendo sempre em vista os 
objetivos e as características próprias da escola. 
 
Ensino Religioso x Catequese 
Documentos da Igreja falam de uma distinção clara entre Ensino Religioso e 
Catequese. Se Ensino religioso não é Catequese, o que é então? 
A educação da fé dá-se numa comunidade atuante, comporta também um 
importante componente doutrinário; mas este é inseparável do conjunto da 
experiência da fé. Este ponto é importantíssimo, pois se tem entregado a catequese 
para a escola oficial, porque se perdeu a noção de catequese; ou então, porque não 
se consegue organizar uma boa catequese onde ela devia existir. Conforme Catão 
(1995): 
"Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar 
tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a 
questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a 
comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas às 
perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida." 
 
A família, escola e comunidade religiosa devem dividir por igual a 
responsabilidade da formação religiosa intencional do educando, porém, 
lamentavelmente, enquanto a nossa sociedade, cada vez mais complexa, tende a 
sempre maior diversificação de funções e distribuição de competências, insiste-se 
em sobrecarregar a escola, transferindo para ela responsabilidades que outros 
setores não conseguem ou não querem assumir. 
 
 
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Primeiro foi a família que se alienou quanto à formação religiosa dos filhos, 
deixando-a aos cuidados da paróquia e da escola. Agora, muitas paróquias também 
esmorecem, acumulando nos ombros do professor, além da que lhe é própria, as 
responsabilidades de pai, mãe e catequista. 
Não é o caso de caracterizar aqui o que compete à família e à comunidade de 
fé, em termos de educação religiosa, mas sim fazer a configuração de um Ensino 
Religioso verdadeiramente escolar. 
O Ensino Religioso na escola não pode estar a serviço dessa ou daquela 
religião, ou de grupos religiosos autônomos, mas há de considerar o substrato 
religioso presente na formação do povo brasileiro, desde a sua origem até os dias 
atuais. 
As crianças e jovens têm perguntas existenciais que ultrapassam a realidade 
perceptível e é o Ensino Religioso que deve ajudar na compreensão de elementos 
presentes no íntimo de cada ser, na busca de respostas sobre as razões de seu 
existir e de optar pela vivência de valores fundamentais como seres imanentes, na 
busca do transcendente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2: O ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR 
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 
 
 A Constituição Federal, art. 210, parágrafo 1º e a Constituição do Estado de 
Minas Gerais, art. 200, parágrafo único, determinam: “O Ensino Religioso, de 
matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas 
de ensino fundamental”. Assim, a todos os cidadãos, é garantido o direito de acesso 
à educação religiosa, sendo que é na escola que tal prática se efetiva de maneira 
plena. Mas, o que se encontra de fato na maioria das escolas? 
 São em cursos e encontros nacionais (em geral promovidos pela Conferencia 
Nacional dos Bispos do Brasil) que são discutidos muitos aspectos polêmicos do 
ensino religioso, dentre eles: sua identidade, a questão do pluralismo, os possíveis 
programas, objetivos, formação dos professores e outros. Mas nem todos que 
podem decidir sobre o ensino religioso participam destes momentos de discussão, 
então o ensino religioso continua acontecendo de forma diversificada: 
 - Nos colégios católicos predomina um ensino religioso fortemente marcado 
pelo estilo da congregação mantenedora da escola, cuidando da preparação dos 
sacramentos, tarefa esta que seria da comunidade paroquial; 
 - Nas escolas oficiais, estaduais e municipais, são os acordos e 
regulamentações fixadas pelas Secretarias de Educação que são seguidas. Sendo 
que há estados em que o ensino religioso é interconfessional cristão, não 
acontecendo separação por credos ao ministrar as aulas e em outros o ensino 
religioso é confessional, ou seja, cada professor deve atender apenas aos alunos de 
sua confissão religiosa (é necessário o credenciamento junto à Secretaria de 
Educação das instituições religiosas que desejam fazer parte desse trabalho). 
 No Ensino Religioso interconfessional o diálogo ecumênico é facilitado e a 
discriminação entre os adeptos de diversas Igrejas Cristãs é evitado, porém não é 
fácil para o professor, poucos estão preparados para lidar com as diferenças entre 
as várias maneiras de viver a fé cristã. 
 O Ensino Religioso confessional é mais prático para o professor e para a 
família, pois é mais fácil de ser programado e entendido pelos interessados, porém, 
 
 
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a separação dos alunos, a diversidade de professores para a mesma tarefa e, pela 
multiplicidade, a falta de coesão com o projeto escolar dificulta o trabalho da escola 
 As reflexões recentes daqueles que muito têm se empenhado para a 
definição da identidade e dos objetivos do Ensino Religioso, apontam para a 
superação da discussão sobre confessionalidade, já que a palavra “confessional” se 
refere à opção de fé, e o ensino religioso seria educação da religiosidade, podendo 
então ser considerado pré-confessional ou transconfessional. 
Porém, a religiosidade não existe no vazio, ela se manifesta de forma visível 
nas várias religiões e suas variantes e, de modo especial, a característica religiosa 
do povo brasileiro se expressa pelas mais variadas formas culturais, onde figuram a 
presença do sagrado e a concepção de determinados valores fundamentais como a 
verdade, o bem, a justiça, a liberdade, a solidariedade, o respeito e outros. 
Existem pelo menos três possibilidades de se ministrar o Ensino Religioso em 
Escolas: 
1. O ensino religioso confessional – Onde cada representação oficial religiosa 
tem sua expressão litúrgica e doutrinária, marginalizando outras expressões 
minoritárias. 
2. O ensino religioso ecumênico – Onde a ênfase está nas posturas éticas, 
buscando princípios doutrinários e litúrgicos afins, ficando o grupo religioso de maior 
expressão com uma maior influência sobre as demais. 
3. O ensino religioso fenomenológico – Onde é feita uma abordagem 
antropológica, observando-se a diversas manifestações religiosas de forma cultural, 
seja através do estudo das Religiões Comparadas ou buscando as histórias das 
Religiões. 
O Ensino Religioso é assegurado nos currículos escolares como elemento 
integrante do sistema educacional, afim de promover o desenvolvimento da função 
religiosa do ser humano, para que a descoberta e redescoberta das razões íntimas e 
transcendentais do seu ser aconteçam. Mas, não basta garantir em lei a educação 
da religiosidade como função nata do ser humano, é preciso proporcionar os meios 
necessários e eficazes para sua efetivação na escola segundo as aspirações e 
necessidades dos educandos, suas famílias e a comunidade, segundo suas 
características próprias. 
 
 
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Numa escola de qualidade, que permite o acesso de todos, há de se 
considerar os educandos com suas diferenças religiosas e até aqueles que dizem 
não ter crença nenhuma. 
A escola deve ser aquela que: 
- forneça ao educando os princípios básicos para que o mesmo valorize sua 
crença e respeite a dos outros; 
- instiga o educando a prosseguir além do aqui - agora, a pensar sobre as 
razões do seu existir e de optar pela vivência de valores fundamentais para a 
convivência harmônica entre os seres; 
- incentiva o educando a participar da construção de uma sociedade mais 
justa e igualitária; 
- mostre razões concretas ao educando para a inserção do mesmo em grupos 
religiosos ou não. 
Para que a escola consiga desenvolver seu trabalho de formação integral de 
seus educandos ela não pode perder de vista os seguintes questionamentos: 
 - Que tipo de sociedade temos hoje? 
- Que tipo de ser humano queremos formar? 
- Que modelo de sociedade propomos? 
- Que proposta temos? 
- Que os meios e desafios que encontramos para a formação de uma nova 
sociedade? 
Considerando toda essa necessidade de formação plena e realização da 
pessoa humana, Anísia de Paulo Figueiredo, em seu livro “Ensino Religioso: 
perspectivas pedagógicas” nos diz: 
 “O Ensino Religioso, como componente do sistema de ensino, é elemento 
Integrante do conjunto das disciplinas que estão a serviço do 
desenvolvimento harmônico de todas as dimensões do ser humano. È 
elemento qualitativo no desempenho do papel de favorecer o desabrochar da 
dimensão religiosa do educando, a partir da compreensão da natureza de tal 
ensino, relacionada com a globalidade da vida.” 
 
 
 
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Portanto, tendo em vista toda esta complexidade, o ensino religioso trata 
basicamente da busca de sentido para a vida, para as relações humanas, para as 
perguntas que fazemos para nós mesmos. 
É sobre a base cristã que se alicerça a religiosidade e a cultura do povo 
brasileiro, por isso se justifica a busca da identidade do Ensino Religioso numa 
perspectiva cristã, porém este mesmo Ensino Religioso, nas escolas públicas, é 
aberto ao diálogo inter-religioso, em seu sentido amplo, onde são respeitados os 
valores comuns a todas as denominações religiosas, credos, concepções religiosas, 
favorecendo a construção de uma sociedade mais humana e humanizadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3: O ENSINO RELIGIOSO QUE É DESEJADO NA 
ESCOLA 
 
Natureza e objetivos 
 
“É impossível chegar a autênticas opções de vida, quando se pretende 
ignorar a religião, que tem tanto a dizer; ou então quando se quer restringi-
la a um ensino vago e neutro e, por conseguinte, inútil, por ser destituído 
de relação a modelos concretos e coerentes com a tradição e a cultura de 
um povo.” 
 (João Paulo II – Porto Alegre/Brasil – Julho/1980) 
 
 O Ensino religioso como “ensino” está ligado a todo um projeto pedagógico 
 escolar que é amplo e complexo, como “religioso” é submetido a uma área 
determinada de atuação, portanto merece tratamento metodológico adequado, pois 
faz parte de um processo educacional como um todo. É preciso deixar muito claro 
que o Ensino Religioso não pretende ser nenhuma experiência de fé, mas que 
precisa se manter para a sua própria razão de ser, sob o fundamento do 
conhecimento. Assim nos diz Catão (1995): 
"Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar 
tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a 
questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a 
comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas 
às perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida.” 
 
 Em seu livro A Bíblia na escola, o Padre Wolfang Gruen nos descreve alguns 
objetivos importantes previstos para o Ensino Religioso: 
 Sensibilizar o aluno para a relevância da proposta religiosa. 
 Remover preconceitos e resistências relativos à religião. 
 Ajudar o aluno a questionar, deixar-se questionar, respeitar o 
questionamento dos outros, antes mesmo do professor supor ou 
ensinar respostas. 
 
 
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 Aprofundar a crença e as expressões religiosas de seu grupo e 
respeitar as dos outros. 
 Criticar os fatos absolutos que nossa sociedade impinge. 
 Vivenciar práticas transformadoras, principalmente no que diz respeito 
à justiça. 
Objetivos são sempre formulados em consonância com o projeto pedagógico 
de cada instituição, nenhum professor chega com uma bagagem de objetivos 
prontos, fechados, pensados de forma individual. 
 Pensando neste sentido mais amplo o objetivo do Ensino Religioso escolar é 
proporcionar ao aluno experiências, informações e reflexões que o ajudem a cultivar 
uma atitude dinâmica de abertura ao sentido mais profundo de sua existência em 
comunidade, e a encaminhar, assim, a organização responsável do seu projeto de 
vida. 
Referindo-se aos objetivos gerais do ensino religioso para o ensino 
fundamental, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, na página 
30, traz o seguinte: 
“O ensino religioso, valorizando o pluralismo e a diversidade cultural 
presente na sociedade brasileira, facilita a compreensão das formas que 
exprimem o Transcendente na superação da finitude humana e que 
determinam subjacentemente, o processo histórico da humanidade.” 
 
O aguçamento da atitude de admiração, do senso do sagrado, respeito, e 
outras atitudes próprias de quem se predispõe a encontrar sentido no que é próprio 
da experiência humana, dentro ou fora de um grupo religioso, como também sua 
predisposição para a busca das perfeições do ser pessoal e relacional, na condição 
humana de seres imanentes e, ao mesmo tempo, transcendentes são objetivos 
importantes do Ensino Religioso na escola. 
Também figuram entre os objetivos do Ensino Religioso a proposta de 
oferecer aos alunos informações que possibilitem identificar: a razão de ser das 
religiões; suas formas de organização e expressões; o que distingue as Grandes 
Religiões dos Movimentos, Grupos religiosos e/ou filosóficos diversos; o que 
caracteriza as Igrejas como Instituições; a razão de ser do pluralismo religioso 
 
 
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emergente no Brasil e no mundo; a relação entre ciência, religiosidade, fé, política e 
cultura.Enfim, o que dispõe a Resolução CFE 8/71, de 01.12.1971, no artigo 3º, 
Parágrafo 1 º, resume bem o que seria o objetivo maior do Ensino Religioso: 
"O ensino das matérias fixadas e o das que lhes sejam acrescentadas, sem 
prejuízo de sua destinação própria, deve sempre convergir para o 
desenvolvimento, no aluno, das capacidades de observação, reflexão, 
criação, discriminação de valores, julgamento, comunicação, convívio, 
cooperação, decisão e ação encaradas como objetivo geral do processo 
educativo". 
 
Conteúdos 
 Os conteúdos do Ensino Religioso devem considerar as exigências de um 
projeto pedagógico global. Todos os conteúdos são propícios ao Ensino Religioso, 
desde que respondam aos questionamentos existenciais dos educandos, segundo 
as suas necessidades e interesses, orientados por um quadro referencial de valores 
fundamentais. 
Não tendo conteúdos prefixados por autoridade, o que dá uma liberdade 
maior de organizar o ensino de modo participativo e de acordo com as necessidades 
do grupo, não se pode esquecer que os conteúdos são a operacionalização dos 
objetivos, ou seja, serve como conteúdo aquilo que ajuda a realizar o que está 
proposto como objetivo. 
No princípio, quando se pensou em organizar o Ensino Religioso nas escolas, 
em muitos lugares, o caminho seguido foi o acompanhamento do calendário 
religioso católico, mas logo os problemas surgiram: os alunos se cansavam de ouvir 
as mesmas coisas que se repetiam ano após ano; temas importantes que não 
faziam parte do calendário ficavam faltando; os temas não tinham ligação entre si; a 
questão religiosa ficava resumida apenas na celebração de eventos católicos; o 
comodismo das datas estabelecidas levava a um trabalho pouco criativo e sem 
perspectivas. 
Ficou clara então a falta de um trabalho articulado e eficiente, com seqüência, 
organicidade e avanços. Então começou a haver um redirecionamento e questões 
 
 
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importantes começaram a serem discutidas ao pensar em conteúdos a serem 
tratados dentro do Ensino Religioso. 
A Secretaria do Estado de Educação de Minas Gerais, em 1997, publicou um 
Programa de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série, que traz 
sugestões de conteúdos que são agrupados em: 
 Conteúdos geradores e iluminadores do processo educativo: aqueles 
que são trabalhados em função do ser humano, religioso, concebido 
como sujeito de seu desenvolvimento e da busca da realização como 
pessoa e que favoreçam a humanização do ambiente escolar, 
possibilitando uma educação para a vivência dos valores comuns a 
todos os cidadãos que freqüentam a escola, independente de credo 
religioso ou concepção filosófica. 
 Conteúdos que desafiem educandos e educadores a buscarem as 
razões de ser e estar no mundo favorecendo a reflexão em trono de 
questionamentos existenciais; sendo parte de um projeto onde todas 
as disciplinas se confrontem em ordem à preparação cultural e 
profissional do aluno; contribuindo para um processo educativo em que 
educandos e educadores busquem não apenas o ter e o saber, mas, 
antes de tudo, “o ser”; predispondo educandos e educadores ao 
exercício da cidadania; sendo marcos orientadores para o 
reconhecimento e a vivência dos valores religiosos, culturais, sociais e 
democráticos; exercitando o educando à vivência da liberdade 
religiosa, cultivando a sua crença e respeitando a do outro; visando a 
busca do transcendente. 
 Conteúdos agrupados a partir do levantamento anual dos assuntos de 
interesse dos educandos e dos pilares de sustentação do objeto da 
disciplina, dando origem aos seguintes eixos: eixos de natureza 
antropológica, eixos científicos, eixos teológicos, eixos culturais e 
sócio-políticos. 
 
O Programa citado ainda traz como pilares de sustentação do objeto e dos 
Conteúdos do Ensino Religioso o senso do simbólico, a matriz cultural e a formação 
 
 
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ético-moral, pilares estes que podem desempenhar importante papel no 
desenvolvimento da sensibilidade religiosa do ser humano. 
Há ainda dois tipos de dados que devem ser considerados no ensino 
religioso: 
 - os fatos religiosos objetivos que correspondem aos conhecimentos sobre a 
maneira como as religiões respondem aos problemas da vida, fatos estes 
encontrados em textos bíblicos, documentos das Igrejas, livros de História, ritos, 
formas de religiosidades e outros; 
- os valores a serem vividos tendo como objetivo uma vivência humana em 
busca de uma sociedade mais justa e fraterna. Para o trabalho com valores é 
indispensável que o aluno construa seu próprio aprendizado, o professor é aquele 
que provoca a reflexão, cria situações estimulantes, mas é o aluno que deve 
reinterpretar, redescobrir, apropriar-se do que está sendo discutido e reinventar seu 
próprio caminho. 
Pensando em objetivos e conteúdos não se pode perder de vista que existem 
princípios que regem a própria natureza no ensino religioso, sendo a compreensão 
da vida como dom gratuito, com dimensões a serem desenvolvidas em ordem à 
plena realização da pessoa humana, como também o favorecimento da percepção 
dos sinais e mecanismos geradores ou preservadores de vida que precisam ser 
valorizados. 
Segundo a LDBN 9394/96, o ensino religioso nas escolas não é definido, se é 
ou não cristão, e por isso mesmo precisamos abranger o maior número possível de 
expressões religiosas em nossa sociedade, para garantir o direito de livre expressão 
de culto. Se forem ignoradas tais manifestações culturais, o proselitismo e 
intolerância religiosa se instalarão o que contraria o espírito da própria lei. Portanto, 
torna-se crime reduzir o ensino religioso às próprias convicções religiosas, à 
historicidade cultural ou familiar. 
O pedagogo Sérgio Junqueira, presidiu o FONAPER (Fórum Permanente do 
Ensino Religioso), que reúne educadores, educandos, organismos e entidades 
interessadas e/ou envolvidas na disciplina, além da sociedade em geral. Desde 
Fórum, saiu a proposta ao Ministério da Educação, da criação de um Parâmetro 
Curricular Nacional (PCN) para o Ensino Religioso, da mesma forma que o ensino 
 
 
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em áreas como matemática, saúde, ética, geografia, língua portuguesa, entre outras 
disciplinas têm seus PCNs que são válidos para todo ensino praticado no Brasil, em 
escolas públicas ou privadas. 
O PCN do ensino religioso proposto pelo Fórum foi elaborado a partir de cinco 
pilares: 
 Culturas e Tradições Religiosas: estudo do fenômeno religioso à luz da razão 
humana, tratando de questões como: função e valores da tradição religiosa, relação 
entre tradição religiosa e ética, teodicéia, tradição religiosa natural e revelada, 
existência e destino do ser humano nas diferentes culturas. Os conteúdos são 
estabelecidos a partir da Filosofia da tradição religiosa: a idéia do Transcendente, na 
visão tradicional e atual; 
História e tradição religiosa: a evolução da estrutura religiosa nas organizações 
humanas no decorrer dos tempos; 
Sociologia e tradição religiosa: a função política das ideologias religiosas; 
Psicologia e tradição religiosa: as determinações da tradição religiosa na construção 
mental do inconsciente pessoal e coletivo. 
 Escrituras Sagradas e/ou Tradições Orais: é o trabalho com textos quetransmitem uma mensagem do Transcendente, onde pela revelação, cada forma de 
afirmar o Transcendente faz conhecer aos seres humanos seus mistérios e sua 
vontade, dando origem às tradições. E estão ligados ao ensino, à pregação, à 
exortação e aos estudos eruditos. Conteúdos estabelecidos a partir de: Revelação: o 
discurso religioso fundamentado na experiência mística do emissor que a transmite 
como verdade do Transcendente para o povo; 
História das narrativas sagradas: o conhecimento dos acontecimentos religiosos que 
originaram os mitos e segredos e a formação dos textos; 
Contexto cultural: a descrição do contexto sociopolítico-religioso determinante na 
redação final dos textos sagrados; 
Exegese: a análise e hermenêutica atualizada dos textos sagrados. 
 Teologias: trabalha o conjunto de afirmações e conhecimentos elaborados pela 
religião e repassados para os fiéis sobre o Transcendente, de um modo organizado 
ou sistematizado. 
 
 
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Os Conteúdos são estabelecidos a partir de: Divindades: a descrição das 
representações do Transcendente nas tradições religiosas; Verdades de fé: o 
conjunto de mitos, crenças e doutrinas que orientam a vida do fiel em cada tradição 
religiosa; 
Vida além morte: as possíveis respostas norteadoras do sentido da vida: a 
ressurreição, a reencarnação, a ancestralidade e o nada. 
 Ritos: trabalha com a série de práticas celebrativas das tradições religiosas 
formando um conjunto de: a) Rituais que podem ser agrupados em três categorias 
principais: os propiciatórios que se constituem principalmente de orações, sacrifícios 
e purificações; os divinatórios que visam conhecer os desígnios do Transcendente 
em relação aos acontecimentos futuros; os de mistérios que compreendem as várias 
cerimônias relacionadas com certas práticas limitadas a um número restrito de fiéis, 
embora também haja uma forma externa acessível a todo o povo; 
b) símbolos que são sinais indicativos que atingem a fantasia do ser, levando-o à 
compreensão de alguma coisa; 
c) espiritualidades que alimentam a vida dos adeptos através de ensinamentos, 
técnicas e tradições, a partir de experiências religiosas e que permitem ao crente 
uma relação imediata com o Transcendente. Os Conteúdos são estabelecidos a 
partir de: 
Rituais: a descrição de práticas religiosas significantes, elaboradas pelos diferentes 
grupos religiosos; Símbolos: a identificação dos símbolos mais importantes de cada 
tradição religiosa, comparando seu(s) significado(s); 
Espiritualidades: o estudo dos métodos utilizados pelas diferentes tradições 
religiosas no relacionamento com o Transcendente, consigo mesmo, com os outros 
e o mundo. 
 Ethos: é o trabalho visando a forma interior da moral humana em que se 
realiza o próprio sentido do ser. É formado na percepção interior dos valores, de que 
nasce o dever como expressão da consciência e como resposta do próprio "eu" 
pessoal. Conteúdos estabelecidos a partir de: 
Alteridade: as orientações para o relacionamento com o outro, permeado por 
valores; Valores: o conhecimento do conjunto de normas de cada tradição religiosa 
apresentado para os fiéis no contexto da respectiva cultura; 
 
 
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Limites: a fundamentação dos limites éticos propostos pelas várias tradições 
religiosas. 
 Baseando-se no pressuposto de que o Ensino Religioso é um conhecimento 
humano e, enquanto tal, deve estar disponível à sociabilização, os conteúdos do 
Ensino Religioso, não servem ao proselitismo e nem à doutrinação, mas 
proporcionam o conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno 
religioso. Com esses pressupostos, o tratamento didático dos conteúdos realiza-se 
em nível de análise e conhecimento, na pluralidade cultural da sala de aula, 
salvaguardando-se assim a liberdade da expressão religiosa do educando. 
Dentro dessa vertente, o ensino religioso deveria conter cinco componentes 
curriculares: dominar linguagens, compreender os fenômenos, enfrentar situações, 
construir argumentações e elaborar propostas. 
O evolucionismo também estaria incluído nesse programa como parte da 
história. 
O documento chamado “Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino 
Religioso” foi escrito em 1997 por uma equipe do FONAPER - entidade civil 
especialmente criada para acompanhar o processo de tramitação legal do Ensino 
Religioso e que elaborou o documento do PCNER – e significou muito mais que um 
referencial curricular na medida em que determinou a própria constituição da 
identidade da disciplina escolar. Tornou-se o modelo para a disciplina “Ensino 
Religioso” na escola pública e tem como objetivo refletir sobre a religiosidade e 
despertar a dimensão religiosa do ser humano. Assim nos diz Junqueira: 
“O documento dos Parâmetros foi utilizado ainda para orientar a redação do 
novo texto do art.33 da LDB, pois, apesar do texto original preconizar duas 
modalidades para esta disciplina como confessional e interconfessional, o 
FONAPER, após tantos anos de estudos, compreendera que estas 
modalidades não eram mais compatíveis com a realidade brasileira, por isso 
buscou todo um esforço para alterá-lo” (JUNQUEIRA, 2002, p.72). 
 
Os Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso trata-se de um livro com 63 
páginas que contém: 
 Apresentação: Declaração dos propósitos do documento e indicação das 
partes do texto; 
 
 
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 Elementos históricos do Ensino Religioso: Visão panorâmica do tema nos 
cinco séculos de colonização do Brasil. Define a concepção de área de 
ensino e explicita os objetivos da disciplina; 
 Critérios para a organização e seleção de conteúdos e seus pressupostos 
didáticos. Além disso, fornece orientação didática sugerindo formas de 
avaliação; 
 O Ensino Religioso nos ciclos: Elege os conteúdos sugeridos para os quatro 
ciclos do Ensino Fundamental. 
 
 É importante ressaltar que enquanto os “Parâmetros Curriculares Nacionais” 
dos diversos níveis e áreas foram elaborados por comissões instituídas pelo 
Ministério da Educação, os PCNER foram elaborados por um grupo do FONAPER, 
editados pela editora Ave-Maria em São Paulo, mas aceitos pelas autoridades 
educacionais brasileiras sem restrições. 
No Ensino Religioso em especial, bem como em todo projeto político-
pedagógico da escola, somos desafiados a estabelecer uma relação entre os 
objetivos curriculares e os princípios éticos, solidários e dialógicos. 
A ética, a pluralidade cultural e a cidadania passam a ser, pois, pressupostos 
curriculares fundamentais. Isto também está bem explícito na Lei 9475/97, que se 
refere especificamente ao Ensino Religioso. 
 Assim sendo, os conteúdos do Ensino Religioso não serão pensados apenas, 
nem prioritariamente, em termos de conhecimento. Há toda uma prática a ser vivida, 
uma esfera afetiva, indispensável para a convivência humana, há uma educação 
para a responsabilidade social e política, para a ação transformadora. 
 
Métodos 
Métodos e conteúdos têm relações estreitas, mas não são a mesma coisa. 
Estamos sempre perseguindo objetivos, mas para que estes se realizem é 
necessária a organização de uma seqüência de ações para atingi-los, por isso os 
métodos são os meios adequados para se atingir um objetivo. 
Os métodos de ensinodependem dos objetivos que são formulados tendo em 
vista o conhecimento e a transformação da realidade, não se reduzem a quaisquer 
 
 
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29 
medidas, procedimentos e técnicas. As concepções de sociedade, da natureza da 
atividade do homem no mundo, da compreensão da prática educativa numa 
determinada sociedade definem os métodos a serem utilizados. 
Em seu livro Didática, 1994, Libâneo assim comenta sobre os métodos: 
“O método de ensino, pois, implica ver o objeto de estudo nas suas 
propriedades e nas suas relações com outros objetos e fenômenos e sob 
vários ângulos, especialmente na sua implicação coma a prática social, uma 
vez que a apropriação de conhecimentos tem a sua razão de ser na sua 
ligação com necessidades da vida humana e com a transformação da 
realidade social.” 
 
 Os métodos de ensino são, então, as ações do professor pelas quais se 
organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho 
docente em relação a um conteúdo específico, correspondem à seqüência de 
atividades do professor e dos alunos. 
 A direção pedagógica do professor consiste em planejar, organizar e controlar 
as atividades de ensino, atividades estas que estimulem nos alunos qualidades e 
atitudes necessárias ao estudo ativo e independente para que os mesmos possam: 
desenvolver métodos próprios de compreensão e assimilação de conceitos e 
habilidades; expor e defender pontos de vista, conclusões sobre uma afirmativa e a 
confrontá-la com outras opiniões; exercitar o pensamento e a criação de propostas 
criativas; ter suas as potencialidades cognoscitivas ativadas de modo que saibam 
usar os conceitos aprendidos em situações novas e no cotidiano. 
 Como em qualquer disciplina, no ensino religioso também encontramos 
posturas diferentes ao se definir os métodos: o ensino visto como algo reprodutivo, 
ou seja, ensinar para que o aluno reproduza direitinho os conceitos ensinados pelo 
professor ou o ensino visto como aquele que estimula o aluno a descobrir, a pensar 
a fazer perguntas e buscar respostas. 
 Na proposta do antigo catecismo, o importante era transmitir os 
conhecimentos, com respostas que já vinham prontas. Hoje, muitas vezes este 
ensino “tradicional” é disfarçado pela utilização de recursos que tornam a aula mais 
animada, mas a ação pedagógica continua a mesma, com comandos diretivos onde 
o aluno deve seguir somente o que é proposto, sem previsão de buscas pessoais. 
 
 
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30 
 Hoje, ao pensar em métodos, deve-se buscar aquele onde o ensino se 
encontra numa linha provocativa, partindo de situações-problemas, envolvendo 
debates, reflexões, seminários, contribuições pessoais, participação na busca 
coletiva de respostas a problema sociais e nos questionamentos existenciais. Nessa 
perspectiva, o Ensino Religioso deve ser integrador, agregando pessoas diferentes, 
sem distinção de etnia, classe social, idade, sexo e religião. Budistas, evangélicos, 
judeus, protestantes, maometanos, católicos, afro-brasileiros, não religiosos etc. 
poderão partilhar as aulas oferecidas, os conteúdos apresentados, as atividades 
sugeridas e vivenciadas, de modo a enriquecer-se na diferença. 
 Cabem nas atividades específicas o uso de textos literários e jornalísticos, 
além daqueles religiosos, como a Bíblia, o Corão e outros; filmes; novelas de rádio e 
de televisão; programas jornalísticos; dinâmicas de grupo; vídeos; visitas a 
comunidades religiosas; palestras complementares dadas por pessoas de diferentes 
religiões; entrevistas com pessoas que participam de diferentes religiões ou que não 
são religiosas etc. 
 Vale a pena ressaltar que o ensino religioso deve ser trabalhado com um forte 
espírito ecumênico. Mas o qual é a definição correta e clara de ecumenismo? 
 Terezinha M.L. Cruz, autora do livro Didática do Ensino Religioso (1997, p.24) 
assim descreve: 
“Ecumenismo é: respeito à identidade religiosa do outro sem abrir mão de 
sua própria identidade; busca de colaboração e enriquecimento recíproco 
entre membros de grupos religiosos diferentes; diálogo no qual não há 
pressão para “derrotar” o outro; ação e oração em comum, sempre que for 
possível, visando um mundo mais humano e fraterno; reconhecimento dos 
valores presentes na busca de Deus feita pelas diferentes correntes 
religiosas. Ecumenismo não é: mistura de todas as religiões; trocar ou 
diminuir sua própria crença religiosa para aceitar o outro; deixar de ter 
espírito crítico em relação aos valores positivos e negativos das religiões.” 
 
 De acordo com as idéias descritas percebemos que ecumenismo não é a 
compilação de doutrinas e tradições existentes, mas a criação de uma nova visão de 
mundo e de uma idéia de Deus que abrange todas as religiões. 
 
 
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O ensino religioso nas escolas é parte integrante da formação básica da 
pessoa e, portanto, integrante do currículo, sendo reconhecido como área de 
conhecimento. 
Ao tratar do ecumenismo, nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da 
Igreja Católica no Brasil (DGAE), já aparece essa preocupação quando afirma “o 
proselitismo seria a ruína do verdadeiro espírito ecumênico” 
Para se pensar em uma nova prática metodológica em Ensino Religioso, não 
se pode deixar de pensar o processo educativo de forma abrangente o que implica 
na concepção de seus objetivos, conteúdos, procedimentos da relação ensino-
aprendizagem com os determinantes dos processos sócias em todas suas 
dimensões considerando o contexto no qual o aluno está inserido. 
 O processo pedagógico mais adequado a ser usado é o da problematização e 
do confrontamento, ou seja, partir sempre da proposta de discussão de fatos da 
vida, da realidade e depois deste momento confrontar a situação proposta com a 
experiência religiosa, pois as religiões sempre têm se ocupado com respostas a 
questões humanas importantes. 
 Tendo como necessária a interação entre educando/educador/comunidade, é 
preciso encontrar uma metodologia que auxilie no desenvolvimento de reflexão 
crítica e na busca de soluções para as situações do cotidiano. Basicamente os três 
elementos básicos, que compõem esta metodologia aplicável ao ensino religioso são 
Vivência / ação interativa / conhecimento. 
 
Linguagem 
Ao se pensar em qual linguagem usar no Ensino Religioso, é necessário levar 
em conta qual linguagem corresponde ao nível de compreensão e à vivência 
cotidiana de nossos alunos e para isso torna-se importante conhecer quais 
conhecimentos os alunos trazem para a escola, que conhecimentos, habilidades e 
nível de maturidade, qual é a história religiosa dos alunos. 
É justamente a linguagem, enquanto expressão de determinado enfoque que 
diferencia o Ensino Religioso escolar da catequese. Esta linguagem pode ter dois 
aspectos: o caráter libertador ou opressor 
O homem é linguagem, antes mesmo de servir-se dela para comunicação. 
 
 
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Linguagem é expressão, retrato da pessoa com todas as influências que nela 
deixou seu contexto histórico, sócio-político-econômico,cultural, religioso, toda sua 
experiência de vida. 
Linguagem é também instrumento de comunicação daquilo que temos em 
mente e desejamos falar aos outros. 
Portanto, a linguagem é instrumento de relações sociais: de estagnação e 
opressão, ou de transformação, emancipação para o melhor. O Ensino Religioso 
então será libertador ou domesticador conforme a linguagem de que se serve. E 
nesse contexto não basta corrigir só a linguagem e sim o que tem de mudar primeiro 
é a vivência da qual brota a linguagem. 
É na convivência em grupo que a dialética da transformação acontece, que a 
consciência crítica é cultivada e se com vive com coerência a própria fé. O 
crescimento do grupo na fé, justiça, verdade, coragem, fará com certeza com que a 
linguagem seja purificada. 
É claro que o professor proclama uma religião e também a maioria os alunos. 
Entretanto, na aula de religião falar-se-á a linguagem não desta ou daquela tradição 
religiosa, mas de todo homem disponível. Usando não de uma linha neutra, vaga; 
mas de modelos concretos, coerentes com as tradições e as culturas do nosso povo. 
A forma como se apresenta determinados fatos ou valores não podem 
evidenciar uma determinada religiosa. Por exemplo: Na catequese usa-se a 
linguagem “nós cristãos cremos que Jesus ressuscitou”, no Ensino Religioso deve-
se usar” os cristãos crêem que Jesus ressuscitou, os espíritas crêem que...); na 
catequese usa-se o termo” Nossa Senhora, mãe de Jesus e de todos nós”, no 
Ensino Religioso o termo já teria a seguinte expressão “Maria, a mãe de Jesus”. 
O Ensino Religioso escolar pode abordar realidades da fé católica, pois elas 
permeiam o ambiente brasileiro, seja qual for a religião do cidadão, mas na escola 
não se usará a linguagem da fé católica e sim uma linguagem que respeite todas as 
religiões e crenças. 
A nossa cultura está impregnada de valores cristãos, na história, na literatura, 
na arte, na filosofia; a própria vida social está configurada pelo cristianismo, desde o 
nascimento, passando pelo casamento até a morte: as festas, os costumes, o 
folclore, a linguagem… A Escola tem de promover uma educação integrada na 
 
 
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cultura. Estes valores culturais, ao encontrarem-se adulterados, estão a exigir uma 
intervenção crítica fundamentada; e é a religião uma das mais importantes 
instâncias críticas da sociedade e com capacidade de regenerá-la de tantos males 
que a perturbam. 
Tratando da forma como se usa a linguagem é interessante a colocação de 
Wolfgang Gruen, em seu livro O ensino religioso na escola (1995, p.152): 
 “Em outras palavras: o que torna “religiosa” determinada linguagem não é o 
assunto que se fala. Podemos falar mal de assuntos maravilhosos, divinos e 
falar bem de temas até desumanos, diabólicos. A linguagem é religiosa pelo 
modo como trata seu assunto, seja este qual for.” 
 
Nesse processo, a elaboração de uma linguagem simbólica favorece a 
descoberta e experiência dessa realidade, portanto, podemos considerar quanto aos 
aspectos essenciais que orientam a ação pedagógica do Ensino Religioso a 
pedagogia do limite, a linguagem simbólica, os livros sagrados, e a dimensão dos 
valores. 
 
Interdisciplinaridade 
Ações pedagógicas contextualizadas e interdisciplinares tornam a forma de 
ensinar e a forma de aprender algo prazeroso, investigativo e participativo, trazendo 
motivação e alegria ao ambiente escolar. A fragmentação das disciplinas cria uma 
barreira ao melhor aprendizado dos alunos que lidando com muitos conteúdos 
diferentes e sem integração, torna o desempenho escolar muito baixo. Isso afeta 
diretamente a auto-estima dos alunos que acabam abandonando a escola por 
acreditarem que não são capacitados. Por outro lado, o professor assumindo a 
postura de prático reflexivo consegue adaptar-se a situações novas e de conceber 
soluções originais, tornando-se modelo de profissional inovador. 
Apesar da força da disciplinaridade, a interdisciplinaridade está ganhando 
vigor extraordinário nas últimas décadas. Tem sido freqüente neste século a 
reorganização do conhecimento. Se admitirmos a diversidade de experiências na 
vida humana, a compreensão de qualquer fenômeno social deve levar em 
consideração essas dimensões, uma vez que a realidade é multidimensional. 
 
 
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 Porém, interdisciplinaridade só se faz com espírito aberto ao diálogo e à 
capacidade de fazer perguntas à vida em todas as situações. 
 O Ensino Religioso fica difícil de ser trabalhado com uma dimensão 
interdisciplinar quando se encontram idéias e atitudes, por parte do professor ou 
outros agentes da escola, que demonstram: entender o ensino religioso como um 
espaço da igreja dentro da escola; separar o sagrado e o humano, como esferas que 
não se tocam; perceber o religioso somente em textos ou obras produzidas em 
instituições explicitamente religiosas; apresentar preconceitos contra tudo o que é 
moderno no mundo; desinteresse do professor pelas outras áreas de conhecimento; 
incapacidade de realizar diálogo entre fé, cultura e ciência; objetivos desvinculados 
de um projeto educativo escolar mais amplo. 
A interdisciplinaridade e a contextualização devem ser o recurso para 
conseguir superar o arbítrio da proposição de áreas, ou agrupamentos de 
conteúdos, adequando-as às características dos alunos e do ambiente 
socioeconômico. Assim, a interdisciplinaridade e a contextualização, podem 
possibilitar a reorganização das experiências dos agentes da escola, de forma que 
revejam suas práticas, discutam sobre o que ensinam e como ensinam e assim 
alcancem os verdadeiros objetivos de formação integral do seu alunado. 
 
Planejamento 
 O trabalho docente do professor de qualquer área do conhecimento não se 
restringe à sala de aula, mas está diretamente ligado a exigências sociais e à 
experiência de vida dos alunos. A escola, os professores e os alunos são integrantes 
das dinâmicas das relações sociais, tudo o que acontece, tudo o que é construído, 
tudo o que é falado e proposto está atravessado por influências econômicas, 
políticas, culturais e religiosas. 
 Para que o professor não se perca nesta complexidade que é o dia-a-dia 
escolar o professor deve sempre lançar mão de um instrumento precioso que é o 
planejamento. 
 O planejamento escolar é um processo de racionalização, organização e 
coordenação da ação docente, que ajuda na integração da atividade escolar com a 
problemática do contexto social, que inclui tanto a previsão das atividades didáticas 
 
 
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tendo em vista os objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no 
decorrer do processo de ensino. 
 Sobre o ato de planejar, assim nos diz Libâneo, em seu livro Didática (1994, 
p.222): 
“A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de 
formulários para controle administrativo; é, antes, a atividade consciente 
previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-
pedagógicas e tendo como referência permanente as situações didáticas 
concretas isto é, a problemática social, econômica, política e cultural que 
envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que 
interagem no processo de ensino.” 
 
 Como se pode ver o planejamento é dinâmico, acompanha toda a atividadedidática. Os planos são feitos para registrar por escrito as decisões tomadas e assim 
para que o planejamento se desenvolva o plano vai sendo consultado, avaliado e 
reformulado de acordo com as necessidades. Assim nos afirma Gandin, em seu livro 
Planejamento como prática educativa (1991, p.57): 
“Fazer plano(s) sem um processo de planejamento é tecer uma rede em 
que só há os nós e nada que os ligue entre si. Ter um processo de 
planejamento sem plano(s) é correr o risco de que a rede se desmanche por 
falta de pontos de ligação dos fios." 
 
 Planejar envolve determinar objetivos para um curso, uma série, uma 
unidade, uma aula. Planejando o trabalho torna-se mais eficiente, não se perde de 
vista os objetivos, evita-se repetições e lacunas, aproveita-se melhor os recursos 
disponíveis, permite-se uma constante avaliação do que se faz e assim pode-se 
entender com mais nitidez o próprio trabalho. 
O objetivo mais geral do Ensino Religioso tem a ver com a busca do sentido 
da vida, das razões de ser e estar no mundo, sendo assim é na vida que se deve 
buscar a provocação para tratar de qualquer assunto. Assim nos diz Wolfgang 
Gruen, em seu livro O Ensino Religioso na escola (1995, p.117): 
 “O Ensino Religioso quer ensinar religiosidade – esta capacidade de ir além 
da superfície de coisas, acontecimentos, gestos, ritos, normas e 
 
 
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formulações, para interpretar toda a realidade em profundidade crescente e 
atuar na sociedade de modo transformador, libertador.” 
 
Ao planejar, além do professor ter em vista os objetivos que pretende 
alcançar, o perfil da turma que o espera, os recursos dos quais ele dispõe, ele ainda 
deve levar em conta a distribuição do tempo para cada atividade, a linguagem 
adequada a cada turma, a seleção de material e a possibilidade concreta de uso 
desse material, a variedade e tarefas, a oportunidade do aluno utilizar também o 
corpo no processo de aprendizagem e não somente o intelecto, o cuidado de dosar 
os desafios conforme as capacidades dos alunos. 
A dinâmica da ação-reflexão-ação dever sempre presente no planejamento 
didático do Ensino Religioso. 
 
Procedimentos e Recursos 
 Para que o processo de ensino e aprendizagem tenha sucesso é preciso que 
o método utilizado pelo professor seja ativo. 
“Estudo ativo é o conjunto das tarefas cognoscitivas que concorrem para o 
desenvolvimento das atividades mentais dos alunos (...) o estudo ativo não 
se reduz ao estudo individual e nem a dispensa da explicação da matéria 
pelo professor. O estudo ativo requer planejamento, organização e controle, 
de modo que acompanhe todos os momentos ou passos da aula (...) 
Mesmo que o professor estabeleça ótimos objetivos, selecione conteúdos 
significativos e empregue uma variedade de métodos e técnicas, se não 
conseguir suscitar no aluno o desejo de aprender, nada disso funcionará.” ( 
Libâneo, Didática,1994, p. 108) 
 
Dentre as atividades que concorrem para o estímulo das atividades mentais 
dos alunos está a discussão, a observação das coisas e fatos do mundo atual e 
passado, o trabalho em grupos, o estudo dirigido individual, os exercícios escritos 
em sala de aula, os deveres de casa, o estudo do meio, a pesquisa, a anotação das 
idéias principais retiradas de enciclopédias, artigos, fazer esquemas, resumos, etc. 
A importância não se encontra no tipo de atividade que é programada, mas no 
quanto ela é significativa para o aluno, no tipo de provocação que ela causa como: 
- suscitação de questionamentos e hipóteses; 
 
 
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- desafio ao raciocínio, à criatividade, à capacidade de estabelecer relações; 
- procuram de interações com colegas, livros, outras informações; 
- reação das habilidades de análise, síntese, comparação, generalização e 
aplicação no cotidiano da vida real. 
Para cada idade, para cada série e ciclo são necessárias atividades diferentes 
conforme o interesse do educando, mas algumas são básicas para todos. Dentre 
elas estão o trabalho com desenho, música, poesia, trabalhos manuais e artesanais, 
jogos, dramatizações, expressões corporais, produções de textos, entrevistas, 
análise de imagens e textos, documentários, leitura de livros, da bíblia e outros 
religiosos. 
Como o Ensino Religioso trata da busca do sentido da vida, tudo o que é 
humano e real é material em potencial para ser utilizado, portanto a literatura infantil, 
as histórias em quadrinhos, os filmes têm trazido a realidade da vida, os problemas 
familiares e sociais, uma visão de mundo, de forma interessante e provocante, que 
precisa ser utilizada em sala de aula para ser discutida. 
Os ditos populares, as trovas, as frases de pára-choques de caminhão trazem 
a sabedoria e o bom humor do povo que podem ser colocados como provocações 
ao pensar sobre os costumes, regionalismos, particularidades e problemas humanos 
comuns. 
A mídia em suas diversas formas, o que ela traz entrelinhas, principalmente 
com suas propagandas, os anúncios publicitários, as revistas, as imagens de 
outdoors, são ótimos recursos para se trabalhar os desejos, as carências e os 
impulsos humanos, provocando a reflexão sobre o poder da sedução e o perigo da 
massificação. 
Notícias de jornal, da internet e curiosidades podem servir como recursos 
para se trabalhar a linguagem da vida cotidiana. 
O que não se pode esquecer é a necessidade de estar procurando relacionar 
a linguagem da vida cotidiana à linguagem do universo religioso. 
Reconhecer que cada forma particular de vida compõe um conjunto maior, 
que é a humanidade e que, nesta, cada especificidade é uma linguagem 
própria, por meio da qual as pessoas criaram códigos de expressão e 
entendimento. Essa compreensão requer entender que o universo cultural 
religioso possui elementos estéticos e éticos, entre outros, que devem ser 
 
 
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apreciados enquanto produção da própria trajetória constitutiva do 
indivíduo/grupos sociais é necessário que a escola propicie aos educandos 
esse entendimento. 
(Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental - Ensino Religioso – 
Estado do Paraná/2005) 
 
O que é importante ressaltar que todas as atividades em Ensino religioso 
acontecem dentro de uma prática que não promova somente uma reflexão de 
valores, mas possa explicitar áreas específicas do conhecimento religioso, se 
baseando na capacidade de decifrar a linguagem simbólica e na compreensão das 
experiências do transcendente. 
 
AVALIAÇÃO 
 A avaliação escolar é um componente importante do processo de ensino-
aprendizagem que visa, através da verificação, qualificação e apreciação qualitativa 
dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos 
propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas 
seguintes. Logo, a definição dos planos com seus objetivos, conteúdos e prática 
didática são elementos essenciais para dar sentido ao processo avaliativo no ensino 
religioso. 
 A avaliação é condição para análise do educador e do educando, provocando 
reflexões sobre as práticas e processos de aprendizagem, não podendo ser 
compreendida como um ato meramente de aprovação e reprovação. 
A avaliação é um processo que precisa ser planejado e quando esse 
processo é mediado pelo professor,

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