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MATERIAL DIDÁTICO METODOLOGIA DO ENSINO RELIGIOSO U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1: INTRODUÇÃO A HISTORIA DO ENSINO RELIGIOSO ...................................................... 4 UNIDADE 2: O ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR PRESSUPOSTOS TEÓRICOS .................................. 16 UNIDADE 3: O ENSINO RELIGIOSO QUE É DESEJADO NA ESCOLA................................................. 20 UNIDADE 4: O PROFESSOR DE ENSINO RELIGIOSO ............................................................................. 42 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 51 Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 3 Ensino Religioso e Experiência Humana “Ao colocar o pleno desenvolvimento do educando e o seu preparo para o exercício da cidadania, entre outros, como objetivos da educação, a LDB afirma que isso se dá mediante o desenvolvimento da capacidade de compreensão do ambiente natural e social; da formação de atitudes e valores que fortalecem os vínculos familiares, os laços de solidariedade humana que constituem as bases da vida em sociedade (cf. art. 32). É nesta perspectiva que se insere o Ensino Religioso, proporcionando ao educando o conhecimento das experiências religiosas da humanidade, sistematizadas pelas diferentes tradições religiosas, no decorrer da sua historia; possibilitando ao estudante articular e organizar tais conhecimentos e construir um saber que, certamente, o orientará na busca de respostas aos seus questionamentos a cerca do sentido da vida e aos desafios existenciais presentes no seu cotidiano. Deste modo, poderá decidir de modo autônomo e responsável, frente as diferentes circunstâncias da vida, pois todos nós seres humanos nos defrontamos com os mesmos problemas de vida e morte e partilhamos de um destino comum.” Luzia M. de Oliveira Sena Membro da Coordenação do FONAPER (Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso) Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 4 UNIDADE 1: INTRODUÇÃO A HISTORIA DO ENSINO RELIGIOSO Os passos iniciais do Ensino Religioso no Brasil coincidem com os da História do Brasil, cujos primeiros fatos são registrados com a chegada dos colonizadores. A evangelização e catequização das populações que estavam em nosso país, os indígenas, e daqueles trazidos como escravos foi de alguma maneira uma espécie de ensino religioso, de educação e formação religiosa de acordo com os princípios da moral e da doutrina católica. Foram as “Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia”, propostas e aceitas no sínodo diocesano de 12 de junho de 1707, o primeiro documento legal que dispõe sobre a educação religiosa de forma clara. Tais constituições previam que a formação religiosa dos escravos era obrigação dos senhores proprietários. Aos párocos ficava a incumbência de ensinar a doutrina cristã aos escravos e aos meninos, estes aprendiam a ler e escrever através de livros religiosos. Então, juntamente com a alfabetização ocorria a doutrinação das crianças de acordo com os princípios da religião católica, os padres eram os catequizadores e professores. A inclusão do Ensino Religioso nas escolas é muitas vezes questionada devido o modo como foi introduzido e permaneceu na conjuntura escolar por mais de 400 anos. Como o Estado e a Igreja andavam juntos desde o início da colonização até ao final do regime Imperial e mesmo depois a Igreja se manteve subjugada ao Estado como instrumento de apoio político o Ensino Religioso é entendido como “ensino da religião”, pois o Governo e a Igreja tinham como objetivo expandir o Cristianismo nas terras conquistadas. O ensino era tipicamente iluminista: baseado na razão visava o saber; não educava uma fé atenta a uma revelação divina. Mesmo assim, este ensino era visto como catequese infantil, naquele momento tirado da família e da paróquia e levado para a escola. Predominava o ensino dirigido pelas ordens e congregações religiosas com destaque para o trabalho dos jesuítas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 5 A situação muda quando acontece a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, em 1759, e quando o mesmo introduz no país reformas de espírito anticlerial, dentro da tendência da modernidade européia. O quadro a seguir nos permite uma visão clara da síntese histórica do Ensino Religioso no Brasil: Período Histórico Legislação Vigente Situação do Ensino Religioso Destaque Colonial 1500 a 1700: 1º período 1700 a 1800: 2º período Ordenações do Reino Cristianização ou evangelização dos gentios, justificativa do poder estabelecido pelo regime de padroado; no 2º período colonial vem a submissão à fé cristã.”A doutrina cristã é uma das partes principais que entra na obrigação dos professores de primeiras letras” Constituições do Arcebispado da Bahia de 1707. ER: em função do projeto colonizador Imperial: 1823 a 1890 Constituição Política do Império no Brasil – ou “Constituição do Imperador”, 1823. “Art. 5º - A religião catholica apostólica romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras serão permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo”. Efetivado sob o regime regalista, em que o Imperador jura manter oficialmente a Religião Católica, na forma do art.105 da Constituição. “Juro manter a religião catholica, apostólica, romana, a religião do Império”. ER: submetido ao regime regalista Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 6 Republicano Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil Passa por um processo de redefinição, uma vez que se torna alvo do mais polêmico debate de todas as épocas, em virtude da interpretação do art. 72 da Lei Maior, à moda Francesa. Na França o ER fora proibido, na implantação do Regime Republicano, segundo os princípios da separação Estado/Igreja. ER: Vítima do positivismo e da corrente laicista Republicano 2º período 1934 a 1937 Constituição dos Estados Unidos do Brasil – 1934. ”Art. 153: O ensino religioso será de freqüência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno, manifestada pelos pais ou responsáveis, e constituirá matéria dos horários nas escolas primárias,secundarias, profissionaes e normaes.” Admitido pelo decreto de 30 de abril de 1931 e assegurado na escola oficial, pela carta Magna de 1934, em caráter facultativo, após várias emendas a favor e contra a sua inclusão no currículo escolar. Duas correntes atuaram na Constituinte de 33: a liderada pela Igreja e a dos escolanovistas. A 1ª contra o ER na escola pública. A 2ª a favor, por considerá-lo como um direito do cidadão e dever do Estado. ER:admitido por Getúlio em 1931. Assegurado a seguir pela Carga Magna de 1934 Estado Novo 1937 a 1945 Constituição dos Estados Unidos do Brasil – 1937 “Art.133: O ensino religioso poderá ser contemplado como matéria do curso ordinário das escolas primárias, normais e Simplesmente permitido, em virtude da Lei Maior, a dar-lhe um cunho de neutralidade. O dispositivo da nova Carta é regulamentado pelas chamadas Leis Orgânicas, a partir de 1942, quando é decretada a reforma Capanema, inspirada no modelo ER: Apenas permitido. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 7 secundárias. Não poderá, porém, constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores, nem de freqüência compulsória por parte do aluno. de educação de ideologia nazi- facista. Republica- no Terceiro Período: 1946 a 1964 Constituição dos Estados Unidos do Brasil – 1946. “Art. 168 – (...) V-O ensino religioso constitui disciplinas dos horários oficiais, é de matrícula facultativa e será ministrado de acordo com a confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou pelo seu representante legal ou responsável”. Contemplado como dever do Estado para com o direito ao ER e a liberdade religiosa do cidadão. Na prática, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de nº. 4024/61, o exclui do sistema escolar, ao introduzir a expressão “sem ônus para os cofres públicos”, discriminando, desta forma, o professor da disciplina. ER: Assegurado fora do sistema ( sem ônus) Republicano Quarto Período: 1964 a 1984 Constituição da República Federativa do Brasil – 1967 e Emenda Constitucional nº. 1 – 1969 “Art. 168: O ensino religioso de matrícula facultativa constituirá disciplina dos horários normais das escolas oficiais de grau primário e médio. Obrigatório para a escola, concedendo ao aluno o direito de opção no ato da matrícula. A nova LDBN de nº. 5692/71, ao regulamentar tal dispositivo prefere repetir, simplesmente, o texto constitucional, o que permite o tratamento ao Professor de ER, com exceção de um dos Estados da Federação. Assegurado, incluído no sistema, porém facultativo. Republicano Quinto período: Constituição da República Federativa do Brasil – 1988. Assegurado o direito do cidadão, como no período anterior. Assim como em outras Assegurado pela Lei Maior Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 8 1985 até o atual momento “Art. 210, parágrafo 1º: O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” épocas, atuam, simultaneamente, duas correntes antagônicas em seus princípios educacionais. Uma a favor e outra contra a permanência da referida disciplina no currículo escolar, com ônus para os cofres públicos. Republicano Momento Atual: 1996... Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sancionada em 20 de dezembro de 1996, cf. publicação no Diário Oficial da República Federativa do Brasil, em 23/12/1996, sob o nº. 9.394/96. Nova LDBN: Art. 33 – O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter: I – Confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou seu responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas, ou II – interconfessional, resultante do acordo entre as diversas entidades religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa. Regulamenta- do de forma ambígua em relação à Lei Maior. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 9 1997 .... Lei nº 9475, de 22 de julho de 1997 “Dá nova redação ao art. 33 da Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. (...) Art. 33 – O Ensino Religioso de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Parágrafo 1º - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos de ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. Parágrafo 2º - Os sistemas ouvirão O Ensino Religioso de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos de ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores e ainda ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.” ER: avanços voltados para a melhoria da qualidade das disciplinas nas escolas e da sua efetivação como elemento normal do sistema escolar. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 10 entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.” (Quadro extraído do Programa de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental – 5ª a 8ª série – da Secretaria do Estado de Minas Gerais, publicado em 1997) Como visto, foi no final do século XIX que teve origem a busca de um espaço assegurado e assumido para o Ensino Religioso nas escolas, em decorrência da separação entre Estado e Igreja, como um dos primeiros atos do regime republicano. O regime de padroado foi extinto e a intervenção da autoridade federal e dos estados em matéria religiosa foi proibida através do decreto 119 “A” de 1890. Igreja e Estado são reconhecidos como instituições distintas. Porém, foi o Parágrafo 6º, do art. 72 da Constituição da República de 1891: “Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos” que trouxe mais polêmica. Este dispositivo foi inspirado na Constituição dos Estados Unidos da América, na tentativa de garantir ao cidadão o direito à liberdade religiosa.A polêmica surge na interpretação da matéria constitucional, pois no Brasil a expressão “será leigo” é interpretada por alguns segundo o pensamento francês sobre a liberdade religiosa, sendo entendido então como irreligioso, ateu, laicista, sem a presença de elementos oriundos das crenças dos cidadãos que freqüentam as escolas mantidas pelos Estados da Federação. Assim a regulamentação do dispositivo constitucional caminhou. Mas ao mesmo tempo, os interessados pela garantia do Ensino Religioso na Escola concebem-no como elemento eclesial no sistema escolar e assim as discussões transcorrem ao longo do tempo. Durante os anos 20 e 30 do século XX aconteceram conquistas pelos defensores do direito ao Ensino Religioso na escola: os atos do Governo do Estado permitiram a referida disciplina nas escolas, mesmo sem o amparo da Lei Maior. A Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 11 Lei Maior matinha a neutralidade como principio da liberdade religiosa, de acordo com os juristas da época. Foi nos anos 60 que a reorganização do Ensino Religioso teve maior ênfase, vários decretos e portarias entraram em vigor e no estado de Minas Gerais vários programas foram publicados. Porém, ao analisar tais programas, percebe-se que o Ensino Religioso é concebido ainda como elemento eclesial na escola. É o imaginário educacional da Igreja que vigora, a prática ecumênica não é vista e nem os conteúdos diferentes dos adotados na Catequese são incluídos e assim ainda nos anos 70 e 80 são comuns as expressões “Catequese Escolar”, “Religião na escola” , “Aula de Religião” e outras parecidas. O período atual é marcado por alguns avanços voltados para a melhoria da qualidade do Ensino Religioso nas escolas, porém a própria questão da identidade e dos objetivos do Ensino Religioso está longe de ser resolvida, muita reflexão e muitos debates ainda terão de serem feitos. Atualmente, a Lei nº. 9394, sancionada em dezembro de 1996, que fixa diretrizes e bases da Educação Nacional e posteriormente a Lei nº 9475/97, dá prosseguimento aos esforços de fazer com que a disciplina de Ensino Religioso tenha a atenção que lhe é devida. Na nova LDB 9.394/96, o Ensino Religioso nas escolas é parte integrante da formação básica da pessoa e, portanto, integrante do currículo, sendo reconhecido como área de conhecimento. A característica plurirreligiosa e a realidade escolar desafiam educadores e educadoras a uma contínua reflexão sobre sua práxis. Diante da multiplicidade religiosa presente na escola, busca-se cada vez mais uma cooperação inter-religiosa. O modelo de ensino religioso, macro-ecumênico e inter-religioso, consagrado pela Lei Federal 9.475 de 1997, além de vedar o proselitismo e a doutrinação religiosa, afirma o respeito à diversidade cultural e religiosa da atual sociedade brasileira, o ensino religioso assume um novo modelo baseado no pluralismo e no diálogo inter-religioso que reflete essa tendência de aproximação entre as religiões. Carneiro (2004:7), afirma: “[...] a partir de 1997, o ensino religioso é ressignificado, passando a ser entendido como parte integrante da construção de um novo cidadão e não apenas formar ou confirmar um fiel.” Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 12 Esclarecendo alguns Conceitos Um dos objetivos principais do Ensino Religioso é o desenvolvimento da religiosidade do cidadão que freqüenta a escola e sua meta é a busca do sentido primeiro e último da vida. Por isso é importante que se tenha bem definido o que é religião, religiosidade, religioso, catequese e ensino religioso. Religião Religião vem do verbo latino religare (re-ligare). Religar tanto pode ser um novo liame entre um sujeito e um objeto, um sujeito e outro sujeito, como também entre um objeto e outro objeto e também a ligação do homem com a divindade. Há algumas discordâncias entre autores ao tentar definir o que é religião. Entre as definições mais aceitas estão as seguintes: - em sentido objetivo, religião é o conjunto de crenças, leis e ritos que visam um poder que o homem considera supremo, do qual se julga dependente, com o qual pode entrar em relação pessoal e do qual pode obter favores. - em sentido subjetivo, religião é o conhecimento pelo homem de sua dependência de um ser supremo pessoal, pela aceitação de varias crenças e observância de varias leis e ritos atinentes a este ser. Vejamos então, alguns conceitos básicos que servem para o melhor entendimento de termos usados quando se fala em religião: - Crença: Convicção íntima e pessoal a respeito de algo que se tem por certo e verdadeiro. Fé religiosa. - Culturas: O complexo dos padrões do comportamento das crenças das instituições e de outros valores transmitidos coletivamente, típico de uma sociedade; civilização. - Dogma: Do Latim Eclesiástico dogma – ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa e, por extensão, de qualquer doutrina ou sistema. - Doutrina: Do Latim doctrina, de docere, conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político ou filosófico. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 13 - Fenômeno Religioso: Algo que se mostra, revela ou manifesta-se na experiência humana; é o resultado do processo de busca que o homem realiza na procura do transcendente. - Laico/leigo: Do Latim laicus, aquele que é estranho ou alheio a um assunto. Leigo aquele que não tem ordens sacras. - Moral: Do latim mos = costume, prática. Como atitude é a disposição da pessoa em relação com o bem que se deve praticar. Como ciência, é a parte da teologia que estuda o comportamento humano enquanto ajustado ou não à retidão. - Profano: Do Latim profãnus = estranho à religião, secular; que não tem finalidade religiosa, mundano. - Proselitismo: Zelo ou afã por ganhar prosélitos, isto é, para converter outros para sua própria religião. Atualmente está carregado de sentido pejorativo, por atentar contra a liberdade alheia. - Sagrado: Do Latim sacrãtus – sagrar = dedicar a Deus, aos deuses, ou ao serviço divino; relativo ou inerente a Deus, a uma divindade, à religião, ao culto ou aos ritos. "Sacro" e "Profano" representam conceitos de relação. Religiosidade Religiosidade é a atitude dinâmica de abertura do homem ao sentido fundamental de sua existência, seja qual for o modo como é percebida neste sentido, a religiosidade está à raiz da vida humana na sua totalidade, é a relação com a entidade divina. Como a religiosidade é exteriorizada forma-se a religião, mas é justamente por ser subjetiva e existencial é que surge a diversidade de religiões. A religiosidade também poderia ser chamada fé; mas em sentido amplo. A fé se expressa em atitudes e símbolos humanos, mas aqueles que conseguem como as diversas respostas de fé se relacionam com a busca de um sentido de vida, comum a todos, estará em condições de viver melhor sua opção de fé. Para quem tem fé, o caminho tem rumo definido; o que ele busca e realiza tem nome certo. Assim, para o cristão, no centro de toda a sua caminhada está Jesus, o Cristo, presente na comunidade, para os não cristãos seus líderes são seus guias. Nesse caso, a religiosidade não é substituída pela fé: é por ela iluminada, explicitada. O grupo social que vive essa atitude constitui uma comunidade de fé. Site:www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 14 Catequese Catequese é a educação permanente e sistemática da fé. Quem ministra supõe que a pessoa com a qual está trabalhando já fez a sua adesão de fé, que já se ligou a um grupo religioso. Ensino Religioso O Ensino Religioso tem a pretensão de auxiliar na formação integral da pessoa, abrindo espaço para discutir e aprofundar a relação com o transcendente, as bases humanas do ato de crer e dos valores religiosos, tendo sempre em vista os objetivos e as características próprias da escola. Ensino Religioso x Catequese Documentos da Igreja falam de uma distinção clara entre Ensino Religioso e Catequese. Se Ensino religioso não é Catequese, o que é então? A educação da fé dá-se numa comunidade atuante, comporta também um importante componente doutrinário; mas este é inseparável do conjunto da experiência da fé. Este ponto é importantíssimo, pois se tem entregado a catequese para a escola oficial, porque se perdeu a noção de catequese; ou então, porque não se consegue organizar uma boa catequese onde ela devia existir. Conforme Catão (1995): "Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas às perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida." A família, escola e comunidade religiosa devem dividir por igual a responsabilidade da formação religiosa intencional do educando, porém, lamentavelmente, enquanto a nossa sociedade, cada vez mais complexa, tende a sempre maior diversificação de funções e distribuição de competências, insiste-se em sobrecarregar a escola, transferindo para ela responsabilidades que outros setores não conseguem ou não querem assumir. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 15 Primeiro foi a família que se alienou quanto à formação religiosa dos filhos, deixando-a aos cuidados da paróquia e da escola. Agora, muitas paróquias também esmorecem, acumulando nos ombros do professor, além da que lhe é própria, as responsabilidades de pai, mãe e catequista. Não é o caso de caracterizar aqui o que compete à família e à comunidade de fé, em termos de educação religiosa, mas sim fazer a configuração de um Ensino Religioso verdadeiramente escolar. O Ensino Religioso na escola não pode estar a serviço dessa ou daquela religião, ou de grupos religiosos autônomos, mas há de considerar o substrato religioso presente na formação do povo brasileiro, desde a sua origem até os dias atuais. As crianças e jovens têm perguntas existenciais que ultrapassam a realidade perceptível e é o Ensino Religioso que deve ajudar na compreensão de elementos presentes no íntimo de cada ser, na busca de respostas sobre as razões de seu existir e de optar pela vivência de valores fundamentais como seres imanentes, na busca do transcendente. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 16 UNIDADE 2: O ENSINO RELIGIOSO ESCOLAR PRESSUPOSTOS TEÓRICOS A Constituição Federal, art. 210, parágrafo 1º e a Constituição do Estado de Minas Gerais, art. 200, parágrafo único, determinam: “O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Assim, a todos os cidadãos, é garantido o direito de acesso à educação religiosa, sendo que é na escola que tal prática se efetiva de maneira plena. Mas, o que se encontra de fato na maioria das escolas? São em cursos e encontros nacionais (em geral promovidos pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) que são discutidos muitos aspectos polêmicos do ensino religioso, dentre eles: sua identidade, a questão do pluralismo, os possíveis programas, objetivos, formação dos professores e outros. Mas nem todos que podem decidir sobre o ensino religioso participam destes momentos de discussão, então o ensino religioso continua acontecendo de forma diversificada: - Nos colégios católicos predomina um ensino religioso fortemente marcado pelo estilo da congregação mantenedora da escola, cuidando da preparação dos sacramentos, tarefa esta que seria da comunidade paroquial; - Nas escolas oficiais, estaduais e municipais, são os acordos e regulamentações fixadas pelas Secretarias de Educação que são seguidas. Sendo que há estados em que o ensino religioso é interconfessional cristão, não acontecendo separação por credos ao ministrar as aulas e em outros o ensino religioso é confessional, ou seja, cada professor deve atender apenas aos alunos de sua confissão religiosa (é necessário o credenciamento junto à Secretaria de Educação das instituições religiosas que desejam fazer parte desse trabalho). No Ensino Religioso interconfessional o diálogo ecumênico é facilitado e a discriminação entre os adeptos de diversas Igrejas Cristãs é evitado, porém não é fácil para o professor, poucos estão preparados para lidar com as diferenças entre as várias maneiras de viver a fé cristã. O Ensino Religioso confessional é mais prático para o professor e para a família, pois é mais fácil de ser programado e entendido pelos interessados, porém, Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 17 a separação dos alunos, a diversidade de professores para a mesma tarefa e, pela multiplicidade, a falta de coesão com o projeto escolar dificulta o trabalho da escola As reflexões recentes daqueles que muito têm se empenhado para a definição da identidade e dos objetivos do Ensino Religioso, apontam para a superação da discussão sobre confessionalidade, já que a palavra “confessional” se refere à opção de fé, e o ensino religioso seria educação da religiosidade, podendo então ser considerado pré-confessional ou transconfessional. Porém, a religiosidade não existe no vazio, ela se manifesta de forma visível nas várias religiões e suas variantes e, de modo especial, a característica religiosa do povo brasileiro se expressa pelas mais variadas formas culturais, onde figuram a presença do sagrado e a concepção de determinados valores fundamentais como a verdade, o bem, a justiça, a liberdade, a solidariedade, o respeito e outros. Existem pelo menos três possibilidades de se ministrar o Ensino Religioso em Escolas: 1. O ensino religioso confessional – Onde cada representação oficial religiosa tem sua expressão litúrgica e doutrinária, marginalizando outras expressões minoritárias. 2. O ensino religioso ecumênico – Onde a ênfase está nas posturas éticas, buscando princípios doutrinários e litúrgicos afins, ficando o grupo religioso de maior expressão com uma maior influência sobre as demais. 3. O ensino religioso fenomenológico – Onde é feita uma abordagem antropológica, observando-se a diversas manifestações religiosas de forma cultural, seja através do estudo das Religiões Comparadas ou buscando as histórias das Religiões. O Ensino Religioso é assegurado nos currículos escolares como elemento integrante do sistema educacional, afim de promover o desenvolvimento da função religiosa do ser humano, para que a descoberta e redescoberta das razões íntimas e transcendentais do seu ser aconteçam. Mas, não basta garantir em lei a educação da religiosidade como função nata do ser humano, é preciso proporcionar os meios necessários e eficazes para sua efetivação na escola segundo as aspirações e necessidades dos educandos, suas famílias e a comunidade, segundo suas características próprias. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 18 Numa escola de qualidade, que permite o acesso de todos, há de se considerar os educandos com suas diferenças religiosas e até aqueles que dizem não ter crença nenhuma. A escola deve ser aquela que: - forneça ao educando os princípios básicos para que o mesmo valorize sua crença e respeite a dos outros; - instiga o educando a prosseguir além do aqui - agora, a pensar sobre as razões do seu existir e de optar pela vivência de valores fundamentais para a convivência harmônica entre os seres; - incentiva o educando a participar da construção de uma sociedade mais justa e igualitária; - mostre razões concretas ao educando para a inserção do mesmo em grupos religiosos ou não. Para que a escola consiga desenvolver seu trabalho de formação integral de seus educandos ela não pode perder de vista os seguintes questionamentos: - Que tipo de sociedade temos hoje? - Que tipo de ser humano queremos formar? - Que modelo de sociedade propomos? - Que proposta temos? - Que os meios e desafios que encontramos para a formação de uma nova sociedade? Considerando toda essa necessidade de formação plena e realização da pessoa humana, Anísia de Paulo Figueiredo, em seu livro “Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas” nos diz: “O Ensino Religioso, como componente do sistema de ensino, é elemento Integrante do conjunto das disciplinas que estão a serviço do desenvolvimento harmônico de todas as dimensões do ser humano. È elemento qualitativo no desempenho do papel de favorecer o desabrochar da dimensão religiosa do educando, a partir da compreensão da natureza de tal ensino, relacionada com a globalidade da vida.” Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 19 Portanto, tendo em vista toda esta complexidade, o ensino religioso trata basicamente da busca de sentido para a vida, para as relações humanas, para as perguntas que fazemos para nós mesmos. É sobre a base cristã que se alicerça a religiosidade e a cultura do povo brasileiro, por isso se justifica a busca da identidade do Ensino Religioso numa perspectiva cristã, porém este mesmo Ensino Religioso, nas escolas públicas, é aberto ao diálogo inter-religioso, em seu sentido amplo, onde são respeitados os valores comuns a todas as denominações religiosas, credos, concepções religiosas, favorecendo a construção de uma sociedade mais humana e humanizadora. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 20 UNIDADE 3: O ENSINO RELIGIOSO QUE É DESEJADO NA ESCOLA Natureza e objetivos “É impossível chegar a autênticas opções de vida, quando se pretende ignorar a religião, que tem tanto a dizer; ou então quando se quer restringi- la a um ensino vago e neutro e, por conseguinte, inútil, por ser destituído de relação a modelos concretos e coerentes com a tradição e a cultura de um povo.” (João Paulo II – Porto Alegre/Brasil – Julho/1980) O Ensino religioso como “ensino” está ligado a todo um projeto pedagógico escolar que é amplo e complexo, como “religioso” é submetido a uma área determinada de atuação, portanto merece tratamento metodológico adequado, pois faz parte de um processo educacional como um todo. É preciso deixar muito claro que o Ensino Religioso não pretende ser nenhuma experiência de fé, mas que precisa se manter para a sua própria razão de ser, sob o fundamento do conhecimento. Assim nos diz Catão (1995): "Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas às perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida.” Em seu livro A Bíblia na escola, o Padre Wolfang Gruen nos descreve alguns objetivos importantes previstos para o Ensino Religioso: Sensibilizar o aluno para a relevância da proposta religiosa. Remover preconceitos e resistências relativos à religião. Ajudar o aluno a questionar, deixar-se questionar, respeitar o questionamento dos outros, antes mesmo do professor supor ou ensinar respostas. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 21 Aprofundar a crença e as expressões religiosas de seu grupo e respeitar as dos outros. Criticar os fatos absolutos que nossa sociedade impinge. Vivenciar práticas transformadoras, principalmente no que diz respeito à justiça. Objetivos são sempre formulados em consonância com o projeto pedagógico de cada instituição, nenhum professor chega com uma bagagem de objetivos prontos, fechados, pensados de forma individual. Pensando neste sentido mais amplo o objetivo do Ensino Religioso escolar é proporcionar ao aluno experiências, informações e reflexões que o ajudem a cultivar uma atitude dinâmica de abertura ao sentido mais profundo de sua existência em comunidade, e a encaminhar, assim, a organização responsável do seu projeto de vida. Referindo-se aos objetivos gerais do ensino religioso para o ensino fundamental, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, na página 30, traz o seguinte: “O ensino religioso, valorizando o pluralismo e a diversidade cultural presente na sociedade brasileira, facilita a compreensão das formas que exprimem o Transcendente na superação da finitude humana e que determinam subjacentemente, o processo histórico da humanidade.” O aguçamento da atitude de admiração, do senso do sagrado, respeito, e outras atitudes próprias de quem se predispõe a encontrar sentido no que é próprio da experiência humana, dentro ou fora de um grupo religioso, como também sua predisposição para a busca das perfeições do ser pessoal e relacional, na condição humana de seres imanentes e, ao mesmo tempo, transcendentes são objetivos importantes do Ensino Religioso na escola. Também figuram entre os objetivos do Ensino Religioso a proposta de oferecer aos alunos informações que possibilitem identificar: a razão de ser das religiões; suas formas de organização e expressões; o que distingue as Grandes Religiões dos Movimentos, Grupos religiosos e/ou filosóficos diversos; o que caracteriza as Igrejas como Instituições; a razão de ser do pluralismo religioso Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 22 emergente no Brasil e no mundo; a relação entre ciência, religiosidade, fé, política e cultura.Enfim, o que dispõe a Resolução CFE 8/71, de 01.12.1971, no artigo 3º, Parágrafo 1 º, resume bem o que seria o objetivo maior do Ensino Religioso: "O ensino das matérias fixadas e o das que lhes sejam acrescentadas, sem prejuízo de sua destinação própria, deve sempre convergir para o desenvolvimento, no aluno, das capacidades de observação, reflexão, criação, discriminação de valores, julgamento, comunicação, convívio, cooperação, decisão e ação encaradas como objetivo geral do processo educativo". Conteúdos Os conteúdos do Ensino Religioso devem considerar as exigências de um projeto pedagógico global. Todos os conteúdos são propícios ao Ensino Religioso, desde que respondam aos questionamentos existenciais dos educandos, segundo as suas necessidades e interesses, orientados por um quadro referencial de valores fundamentais. Não tendo conteúdos prefixados por autoridade, o que dá uma liberdade maior de organizar o ensino de modo participativo e de acordo com as necessidades do grupo, não se pode esquecer que os conteúdos são a operacionalização dos objetivos, ou seja, serve como conteúdo aquilo que ajuda a realizar o que está proposto como objetivo. No princípio, quando se pensou em organizar o Ensino Religioso nas escolas, em muitos lugares, o caminho seguido foi o acompanhamento do calendário religioso católico, mas logo os problemas surgiram: os alunos se cansavam de ouvir as mesmas coisas que se repetiam ano após ano; temas importantes que não faziam parte do calendário ficavam faltando; os temas não tinham ligação entre si; a questão religiosa ficava resumida apenas na celebração de eventos católicos; o comodismo das datas estabelecidas levava a um trabalho pouco criativo e sem perspectivas. Ficou clara então a falta de um trabalho articulado e eficiente, com seqüência, organicidade e avanços. Então começou a haver um redirecionamento e questões Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 23 importantes começaram a serem discutidas ao pensar em conteúdos a serem tratados dentro do Ensino Religioso. A Secretaria do Estado de Educação de Minas Gerais, em 1997, publicou um Programa de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série, que traz sugestões de conteúdos que são agrupados em: Conteúdos geradores e iluminadores do processo educativo: aqueles que são trabalhados em função do ser humano, religioso, concebido como sujeito de seu desenvolvimento e da busca da realização como pessoa e que favoreçam a humanização do ambiente escolar, possibilitando uma educação para a vivência dos valores comuns a todos os cidadãos que freqüentam a escola, independente de credo religioso ou concepção filosófica. Conteúdos que desafiem educandos e educadores a buscarem as razões de ser e estar no mundo favorecendo a reflexão em trono de questionamentos existenciais; sendo parte de um projeto onde todas as disciplinas se confrontem em ordem à preparação cultural e profissional do aluno; contribuindo para um processo educativo em que educandos e educadores busquem não apenas o ter e o saber, mas, antes de tudo, “o ser”; predispondo educandos e educadores ao exercício da cidadania; sendo marcos orientadores para o reconhecimento e a vivência dos valores religiosos, culturais, sociais e democráticos; exercitando o educando à vivência da liberdade religiosa, cultivando a sua crença e respeitando a do outro; visando a busca do transcendente. Conteúdos agrupados a partir do levantamento anual dos assuntos de interesse dos educandos e dos pilares de sustentação do objeto da disciplina, dando origem aos seguintes eixos: eixos de natureza antropológica, eixos científicos, eixos teológicos, eixos culturais e sócio-políticos. O Programa citado ainda traz como pilares de sustentação do objeto e dos Conteúdos do Ensino Religioso o senso do simbólico, a matriz cultural e a formação Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 24 ético-moral, pilares estes que podem desempenhar importante papel no desenvolvimento da sensibilidade religiosa do ser humano. Há ainda dois tipos de dados que devem ser considerados no ensino religioso: - os fatos religiosos objetivos que correspondem aos conhecimentos sobre a maneira como as religiões respondem aos problemas da vida, fatos estes encontrados em textos bíblicos, documentos das Igrejas, livros de História, ritos, formas de religiosidades e outros; - os valores a serem vividos tendo como objetivo uma vivência humana em busca de uma sociedade mais justa e fraterna. Para o trabalho com valores é indispensável que o aluno construa seu próprio aprendizado, o professor é aquele que provoca a reflexão, cria situações estimulantes, mas é o aluno que deve reinterpretar, redescobrir, apropriar-se do que está sendo discutido e reinventar seu próprio caminho. Pensando em objetivos e conteúdos não se pode perder de vista que existem princípios que regem a própria natureza no ensino religioso, sendo a compreensão da vida como dom gratuito, com dimensões a serem desenvolvidas em ordem à plena realização da pessoa humana, como também o favorecimento da percepção dos sinais e mecanismos geradores ou preservadores de vida que precisam ser valorizados. Segundo a LDBN 9394/96, o ensino religioso nas escolas não é definido, se é ou não cristão, e por isso mesmo precisamos abranger o maior número possível de expressões religiosas em nossa sociedade, para garantir o direito de livre expressão de culto. Se forem ignoradas tais manifestações culturais, o proselitismo e intolerância religiosa se instalarão o que contraria o espírito da própria lei. Portanto, torna-se crime reduzir o ensino religioso às próprias convicções religiosas, à historicidade cultural ou familiar. O pedagogo Sérgio Junqueira, presidiu o FONAPER (Fórum Permanente do Ensino Religioso), que reúne educadores, educandos, organismos e entidades interessadas e/ou envolvidas na disciplina, além da sociedade em geral. Desde Fórum, saiu a proposta ao Ministério da Educação, da criação de um Parâmetro Curricular Nacional (PCN) para o Ensino Religioso, da mesma forma que o ensino Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 25 em áreas como matemática, saúde, ética, geografia, língua portuguesa, entre outras disciplinas têm seus PCNs que são válidos para todo ensino praticado no Brasil, em escolas públicas ou privadas. O PCN do ensino religioso proposto pelo Fórum foi elaborado a partir de cinco pilares: Culturas e Tradições Religiosas: estudo do fenômeno religioso à luz da razão humana, tratando de questões como: função e valores da tradição religiosa, relação entre tradição religiosa e ética, teodicéia, tradição religiosa natural e revelada, existência e destino do ser humano nas diferentes culturas. Os conteúdos são estabelecidos a partir da Filosofia da tradição religiosa: a idéia do Transcendente, na visão tradicional e atual; História e tradição religiosa: a evolução da estrutura religiosa nas organizações humanas no decorrer dos tempos; Sociologia e tradição religiosa: a função política das ideologias religiosas; Psicologia e tradição religiosa: as determinações da tradição religiosa na construção mental do inconsciente pessoal e coletivo. Escrituras Sagradas e/ou Tradições Orais: é o trabalho com textos quetransmitem uma mensagem do Transcendente, onde pela revelação, cada forma de afirmar o Transcendente faz conhecer aos seres humanos seus mistérios e sua vontade, dando origem às tradições. E estão ligados ao ensino, à pregação, à exortação e aos estudos eruditos. Conteúdos estabelecidos a partir de: Revelação: o discurso religioso fundamentado na experiência mística do emissor que a transmite como verdade do Transcendente para o povo; História das narrativas sagradas: o conhecimento dos acontecimentos religiosos que originaram os mitos e segredos e a formação dos textos; Contexto cultural: a descrição do contexto sociopolítico-religioso determinante na redação final dos textos sagrados; Exegese: a análise e hermenêutica atualizada dos textos sagrados. Teologias: trabalha o conjunto de afirmações e conhecimentos elaborados pela religião e repassados para os fiéis sobre o Transcendente, de um modo organizado ou sistematizado. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 26 Os Conteúdos são estabelecidos a partir de: Divindades: a descrição das representações do Transcendente nas tradições religiosas; Verdades de fé: o conjunto de mitos, crenças e doutrinas que orientam a vida do fiel em cada tradição religiosa; Vida além morte: as possíveis respostas norteadoras do sentido da vida: a ressurreição, a reencarnação, a ancestralidade e o nada. Ritos: trabalha com a série de práticas celebrativas das tradições religiosas formando um conjunto de: a) Rituais que podem ser agrupados em três categorias principais: os propiciatórios que se constituem principalmente de orações, sacrifícios e purificações; os divinatórios que visam conhecer os desígnios do Transcendente em relação aos acontecimentos futuros; os de mistérios que compreendem as várias cerimônias relacionadas com certas práticas limitadas a um número restrito de fiéis, embora também haja uma forma externa acessível a todo o povo; b) símbolos que são sinais indicativos que atingem a fantasia do ser, levando-o à compreensão de alguma coisa; c) espiritualidades que alimentam a vida dos adeptos através de ensinamentos, técnicas e tradições, a partir de experiências religiosas e que permitem ao crente uma relação imediata com o Transcendente. Os Conteúdos são estabelecidos a partir de: Rituais: a descrição de práticas religiosas significantes, elaboradas pelos diferentes grupos religiosos; Símbolos: a identificação dos símbolos mais importantes de cada tradição religiosa, comparando seu(s) significado(s); Espiritualidades: o estudo dos métodos utilizados pelas diferentes tradições religiosas no relacionamento com o Transcendente, consigo mesmo, com os outros e o mundo. Ethos: é o trabalho visando a forma interior da moral humana em que se realiza o próprio sentido do ser. É formado na percepção interior dos valores, de que nasce o dever como expressão da consciência e como resposta do próprio "eu" pessoal. Conteúdos estabelecidos a partir de: Alteridade: as orientações para o relacionamento com o outro, permeado por valores; Valores: o conhecimento do conjunto de normas de cada tradição religiosa apresentado para os fiéis no contexto da respectiva cultura; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 27 Limites: a fundamentação dos limites éticos propostos pelas várias tradições religiosas. Baseando-se no pressuposto de que o Ensino Religioso é um conhecimento humano e, enquanto tal, deve estar disponível à sociabilização, os conteúdos do Ensino Religioso, não servem ao proselitismo e nem à doutrinação, mas proporcionam o conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno religioso. Com esses pressupostos, o tratamento didático dos conteúdos realiza-se em nível de análise e conhecimento, na pluralidade cultural da sala de aula, salvaguardando-se assim a liberdade da expressão religiosa do educando. Dentro dessa vertente, o ensino religioso deveria conter cinco componentes curriculares: dominar linguagens, compreender os fenômenos, enfrentar situações, construir argumentações e elaborar propostas. O evolucionismo também estaria incluído nesse programa como parte da história. O documento chamado “Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso” foi escrito em 1997 por uma equipe do FONAPER - entidade civil especialmente criada para acompanhar o processo de tramitação legal do Ensino Religioso e que elaborou o documento do PCNER – e significou muito mais que um referencial curricular na medida em que determinou a própria constituição da identidade da disciplina escolar. Tornou-se o modelo para a disciplina “Ensino Religioso” na escola pública e tem como objetivo refletir sobre a religiosidade e despertar a dimensão religiosa do ser humano. Assim nos diz Junqueira: “O documento dos Parâmetros foi utilizado ainda para orientar a redação do novo texto do art.33 da LDB, pois, apesar do texto original preconizar duas modalidades para esta disciplina como confessional e interconfessional, o FONAPER, após tantos anos de estudos, compreendera que estas modalidades não eram mais compatíveis com a realidade brasileira, por isso buscou todo um esforço para alterá-lo” (JUNQUEIRA, 2002, p.72). Os Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso trata-se de um livro com 63 páginas que contém: Apresentação: Declaração dos propósitos do documento e indicação das partes do texto; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 28 Elementos históricos do Ensino Religioso: Visão panorâmica do tema nos cinco séculos de colonização do Brasil. Define a concepção de área de ensino e explicita os objetivos da disciplina; Critérios para a organização e seleção de conteúdos e seus pressupostos didáticos. Além disso, fornece orientação didática sugerindo formas de avaliação; O Ensino Religioso nos ciclos: Elege os conteúdos sugeridos para os quatro ciclos do Ensino Fundamental. É importante ressaltar que enquanto os “Parâmetros Curriculares Nacionais” dos diversos níveis e áreas foram elaborados por comissões instituídas pelo Ministério da Educação, os PCNER foram elaborados por um grupo do FONAPER, editados pela editora Ave-Maria em São Paulo, mas aceitos pelas autoridades educacionais brasileiras sem restrições. No Ensino Religioso em especial, bem como em todo projeto político- pedagógico da escola, somos desafiados a estabelecer uma relação entre os objetivos curriculares e os princípios éticos, solidários e dialógicos. A ética, a pluralidade cultural e a cidadania passam a ser, pois, pressupostos curriculares fundamentais. Isto também está bem explícito na Lei 9475/97, que se refere especificamente ao Ensino Religioso. Assim sendo, os conteúdos do Ensino Religioso não serão pensados apenas, nem prioritariamente, em termos de conhecimento. Há toda uma prática a ser vivida, uma esfera afetiva, indispensável para a convivência humana, há uma educação para a responsabilidade social e política, para a ação transformadora. Métodos Métodos e conteúdos têm relações estreitas, mas não são a mesma coisa. Estamos sempre perseguindo objetivos, mas para que estes se realizem é necessária a organização de uma seqüência de ações para atingi-los, por isso os métodos são os meios adequados para se atingir um objetivo. Os métodos de ensinodependem dos objetivos que são formulados tendo em vista o conhecimento e a transformação da realidade, não se reduzem a quaisquer Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 29 medidas, procedimentos e técnicas. As concepções de sociedade, da natureza da atividade do homem no mundo, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade definem os métodos a serem utilizados. Em seu livro Didática, 1994, Libâneo assim comenta sobre os métodos: “O método de ensino, pois, implica ver o objeto de estudo nas suas propriedades e nas suas relações com outros objetos e fenômenos e sob vários ângulos, especialmente na sua implicação coma a prática social, uma vez que a apropriação de conhecimentos tem a sua razão de ser na sua ligação com necessidades da vida humana e com a transformação da realidade social.” Os métodos de ensino são, então, as ações do professor pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico, correspondem à seqüência de atividades do professor e dos alunos. A direção pedagógica do professor consiste em planejar, organizar e controlar as atividades de ensino, atividades estas que estimulem nos alunos qualidades e atitudes necessárias ao estudo ativo e independente para que os mesmos possam: desenvolver métodos próprios de compreensão e assimilação de conceitos e habilidades; expor e defender pontos de vista, conclusões sobre uma afirmativa e a confrontá-la com outras opiniões; exercitar o pensamento e a criação de propostas criativas; ter suas as potencialidades cognoscitivas ativadas de modo que saibam usar os conceitos aprendidos em situações novas e no cotidiano. Como em qualquer disciplina, no ensino religioso também encontramos posturas diferentes ao se definir os métodos: o ensino visto como algo reprodutivo, ou seja, ensinar para que o aluno reproduza direitinho os conceitos ensinados pelo professor ou o ensino visto como aquele que estimula o aluno a descobrir, a pensar a fazer perguntas e buscar respostas. Na proposta do antigo catecismo, o importante era transmitir os conhecimentos, com respostas que já vinham prontas. Hoje, muitas vezes este ensino “tradicional” é disfarçado pela utilização de recursos que tornam a aula mais animada, mas a ação pedagógica continua a mesma, com comandos diretivos onde o aluno deve seguir somente o que é proposto, sem previsão de buscas pessoais. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 30 Hoje, ao pensar em métodos, deve-se buscar aquele onde o ensino se encontra numa linha provocativa, partindo de situações-problemas, envolvendo debates, reflexões, seminários, contribuições pessoais, participação na busca coletiva de respostas a problema sociais e nos questionamentos existenciais. Nessa perspectiva, o Ensino Religioso deve ser integrador, agregando pessoas diferentes, sem distinção de etnia, classe social, idade, sexo e religião. Budistas, evangélicos, judeus, protestantes, maometanos, católicos, afro-brasileiros, não religiosos etc. poderão partilhar as aulas oferecidas, os conteúdos apresentados, as atividades sugeridas e vivenciadas, de modo a enriquecer-se na diferença. Cabem nas atividades específicas o uso de textos literários e jornalísticos, além daqueles religiosos, como a Bíblia, o Corão e outros; filmes; novelas de rádio e de televisão; programas jornalísticos; dinâmicas de grupo; vídeos; visitas a comunidades religiosas; palestras complementares dadas por pessoas de diferentes religiões; entrevistas com pessoas que participam de diferentes religiões ou que não são religiosas etc. Vale a pena ressaltar que o ensino religioso deve ser trabalhado com um forte espírito ecumênico. Mas o qual é a definição correta e clara de ecumenismo? Terezinha M.L. Cruz, autora do livro Didática do Ensino Religioso (1997, p.24) assim descreve: “Ecumenismo é: respeito à identidade religiosa do outro sem abrir mão de sua própria identidade; busca de colaboração e enriquecimento recíproco entre membros de grupos religiosos diferentes; diálogo no qual não há pressão para “derrotar” o outro; ação e oração em comum, sempre que for possível, visando um mundo mais humano e fraterno; reconhecimento dos valores presentes na busca de Deus feita pelas diferentes correntes religiosas. Ecumenismo não é: mistura de todas as religiões; trocar ou diminuir sua própria crença religiosa para aceitar o outro; deixar de ter espírito crítico em relação aos valores positivos e negativos das religiões.” De acordo com as idéias descritas percebemos que ecumenismo não é a compilação de doutrinas e tradições existentes, mas a criação de uma nova visão de mundo e de uma idéia de Deus que abrange todas as religiões. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 31 O ensino religioso nas escolas é parte integrante da formação básica da pessoa e, portanto, integrante do currículo, sendo reconhecido como área de conhecimento. Ao tratar do ecumenismo, nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja Católica no Brasil (DGAE), já aparece essa preocupação quando afirma “o proselitismo seria a ruína do verdadeiro espírito ecumênico” Para se pensar em uma nova prática metodológica em Ensino Religioso, não se pode deixar de pensar o processo educativo de forma abrangente o que implica na concepção de seus objetivos, conteúdos, procedimentos da relação ensino- aprendizagem com os determinantes dos processos sócias em todas suas dimensões considerando o contexto no qual o aluno está inserido. O processo pedagógico mais adequado a ser usado é o da problematização e do confrontamento, ou seja, partir sempre da proposta de discussão de fatos da vida, da realidade e depois deste momento confrontar a situação proposta com a experiência religiosa, pois as religiões sempre têm se ocupado com respostas a questões humanas importantes. Tendo como necessária a interação entre educando/educador/comunidade, é preciso encontrar uma metodologia que auxilie no desenvolvimento de reflexão crítica e na busca de soluções para as situações do cotidiano. Basicamente os três elementos básicos, que compõem esta metodologia aplicável ao ensino religioso são Vivência / ação interativa / conhecimento. Linguagem Ao se pensar em qual linguagem usar no Ensino Religioso, é necessário levar em conta qual linguagem corresponde ao nível de compreensão e à vivência cotidiana de nossos alunos e para isso torna-se importante conhecer quais conhecimentos os alunos trazem para a escola, que conhecimentos, habilidades e nível de maturidade, qual é a história religiosa dos alunos. É justamente a linguagem, enquanto expressão de determinado enfoque que diferencia o Ensino Religioso escolar da catequese. Esta linguagem pode ter dois aspectos: o caráter libertador ou opressor O homem é linguagem, antes mesmo de servir-se dela para comunicação. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 32 Linguagem é expressão, retrato da pessoa com todas as influências que nela deixou seu contexto histórico, sócio-político-econômico,cultural, religioso, toda sua experiência de vida. Linguagem é também instrumento de comunicação daquilo que temos em mente e desejamos falar aos outros. Portanto, a linguagem é instrumento de relações sociais: de estagnação e opressão, ou de transformação, emancipação para o melhor. O Ensino Religioso então será libertador ou domesticador conforme a linguagem de que se serve. E nesse contexto não basta corrigir só a linguagem e sim o que tem de mudar primeiro é a vivência da qual brota a linguagem. É na convivência em grupo que a dialética da transformação acontece, que a consciência crítica é cultivada e se com vive com coerência a própria fé. O crescimento do grupo na fé, justiça, verdade, coragem, fará com certeza com que a linguagem seja purificada. É claro que o professor proclama uma religião e também a maioria os alunos. Entretanto, na aula de religião falar-se-á a linguagem não desta ou daquela tradição religiosa, mas de todo homem disponível. Usando não de uma linha neutra, vaga; mas de modelos concretos, coerentes com as tradições e as culturas do nosso povo. A forma como se apresenta determinados fatos ou valores não podem evidenciar uma determinada religiosa. Por exemplo: Na catequese usa-se a linguagem “nós cristãos cremos que Jesus ressuscitou”, no Ensino Religioso deve- se usar” os cristãos crêem que Jesus ressuscitou, os espíritas crêem que...); na catequese usa-se o termo” Nossa Senhora, mãe de Jesus e de todos nós”, no Ensino Religioso o termo já teria a seguinte expressão “Maria, a mãe de Jesus”. O Ensino Religioso escolar pode abordar realidades da fé católica, pois elas permeiam o ambiente brasileiro, seja qual for a religião do cidadão, mas na escola não se usará a linguagem da fé católica e sim uma linguagem que respeite todas as religiões e crenças. A nossa cultura está impregnada de valores cristãos, na história, na literatura, na arte, na filosofia; a própria vida social está configurada pelo cristianismo, desde o nascimento, passando pelo casamento até a morte: as festas, os costumes, o folclore, a linguagem… A Escola tem de promover uma educação integrada na Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 33 cultura. Estes valores culturais, ao encontrarem-se adulterados, estão a exigir uma intervenção crítica fundamentada; e é a religião uma das mais importantes instâncias críticas da sociedade e com capacidade de regenerá-la de tantos males que a perturbam. Tratando da forma como se usa a linguagem é interessante a colocação de Wolfgang Gruen, em seu livro O ensino religioso na escola (1995, p.152): “Em outras palavras: o que torna “religiosa” determinada linguagem não é o assunto que se fala. Podemos falar mal de assuntos maravilhosos, divinos e falar bem de temas até desumanos, diabólicos. A linguagem é religiosa pelo modo como trata seu assunto, seja este qual for.” Nesse processo, a elaboração de uma linguagem simbólica favorece a descoberta e experiência dessa realidade, portanto, podemos considerar quanto aos aspectos essenciais que orientam a ação pedagógica do Ensino Religioso a pedagogia do limite, a linguagem simbólica, os livros sagrados, e a dimensão dos valores. Interdisciplinaridade Ações pedagógicas contextualizadas e interdisciplinares tornam a forma de ensinar e a forma de aprender algo prazeroso, investigativo e participativo, trazendo motivação e alegria ao ambiente escolar. A fragmentação das disciplinas cria uma barreira ao melhor aprendizado dos alunos que lidando com muitos conteúdos diferentes e sem integração, torna o desempenho escolar muito baixo. Isso afeta diretamente a auto-estima dos alunos que acabam abandonando a escola por acreditarem que não são capacitados. Por outro lado, o professor assumindo a postura de prático reflexivo consegue adaptar-se a situações novas e de conceber soluções originais, tornando-se modelo de profissional inovador. Apesar da força da disciplinaridade, a interdisciplinaridade está ganhando vigor extraordinário nas últimas décadas. Tem sido freqüente neste século a reorganização do conhecimento. Se admitirmos a diversidade de experiências na vida humana, a compreensão de qualquer fenômeno social deve levar em consideração essas dimensões, uma vez que a realidade é multidimensional. Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 34 Porém, interdisciplinaridade só se faz com espírito aberto ao diálogo e à capacidade de fazer perguntas à vida em todas as situações. O Ensino Religioso fica difícil de ser trabalhado com uma dimensão interdisciplinar quando se encontram idéias e atitudes, por parte do professor ou outros agentes da escola, que demonstram: entender o ensino religioso como um espaço da igreja dentro da escola; separar o sagrado e o humano, como esferas que não se tocam; perceber o religioso somente em textos ou obras produzidas em instituições explicitamente religiosas; apresentar preconceitos contra tudo o que é moderno no mundo; desinteresse do professor pelas outras áreas de conhecimento; incapacidade de realizar diálogo entre fé, cultura e ciência; objetivos desvinculados de um projeto educativo escolar mais amplo. A interdisciplinaridade e a contextualização devem ser o recurso para conseguir superar o arbítrio da proposição de áreas, ou agrupamentos de conteúdos, adequando-as às características dos alunos e do ambiente socioeconômico. Assim, a interdisciplinaridade e a contextualização, podem possibilitar a reorganização das experiências dos agentes da escola, de forma que revejam suas práticas, discutam sobre o que ensinam e como ensinam e assim alcancem os verdadeiros objetivos de formação integral do seu alunado. Planejamento O trabalho docente do professor de qualquer área do conhecimento não se restringe à sala de aula, mas está diretamente ligado a exigências sociais e à experiência de vida dos alunos. A escola, os professores e os alunos são integrantes das dinâmicas das relações sociais, tudo o que acontece, tudo o que é construído, tudo o que é falado e proposto está atravessado por influências econômicas, políticas, culturais e religiosas. Para que o professor não se perca nesta complexidade que é o dia-a-dia escolar o professor deve sempre lançar mão de um instrumento precioso que é o planejamento. O planejamento escolar é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, que ajuda na integração da atividade escolar com a problemática do contexto social, que inclui tanto a previsão das atividades didáticas Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 35 tendo em vista os objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. Sobre o ato de planejar, assim nos diz Libâneo, em seu livro Didática (1994, p.222): “A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo; é, antes, a atividade consciente previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político- pedagógicas e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas isto é, a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino.” Como se pode ver o planejamento é dinâmico, acompanha toda a atividadedidática. Os planos são feitos para registrar por escrito as decisões tomadas e assim para que o planejamento se desenvolva o plano vai sendo consultado, avaliado e reformulado de acordo com as necessidades. Assim nos afirma Gandin, em seu livro Planejamento como prática educativa (1991, p.57): “Fazer plano(s) sem um processo de planejamento é tecer uma rede em que só há os nós e nada que os ligue entre si. Ter um processo de planejamento sem plano(s) é correr o risco de que a rede se desmanche por falta de pontos de ligação dos fios." Planejar envolve determinar objetivos para um curso, uma série, uma unidade, uma aula. Planejando o trabalho torna-se mais eficiente, não se perde de vista os objetivos, evita-se repetições e lacunas, aproveita-se melhor os recursos disponíveis, permite-se uma constante avaliação do que se faz e assim pode-se entender com mais nitidez o próprio trabalho. O objetivo mais geral do Ensino Religioso tem a ver com a busca do sentido da vida, das razões de ser e estar no mundo, sendo assim é na vida que se deve buscar a provocação para tratar de qualquer assunto. Assim nos diz Wolfgang Gruen, em seu livro O Ensino Religioso na escola (1995, p.117): “O Ensino Religioso quer ensinar religiosidade – esta capacidade de ir além da superfície de coisas, acontecimentos, gestos, ritos, normas e Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 36 formulações, para interpretar toda a realidade em profundidade crescente e atuar na sociedade de modo transformador, libertador.” Ao planejar, além do professor ter em vista os objetivos que pretende alcançar, o perfil da turma que o espera, os recursos dos quais ele dispõe, ele ainda deve levar em conta a distribuição do tempo para cada atividade, a linguagem adequada a cada turma, a seleção de material e a possibilidade concreta de uso desse material, a variedade e tarefas, a oportunidade do aluno utilizar também o corpo no processo de aprendizagem e não somente o intelecto, o cuidado de dosar os desafios conforme as capacidades dos alunos. A dinâmica da ação-reflexão-ação dever sempre presente no planejamento didático do Ensino Religioso. Procedimentos e Recursos Para que o processo de ensino e aprendizagem tenha sucesso é preciso que o método utilizado pelo professor seja ativo. “Estudo ativo é o conjunto das tarefas cognoscitivas que concorrem para o desenvolvimento das atividades mentais dos alunos (...) o estudo ativo não se reduz ao estudo individual e nem a dispensa da explicação da matéria pelo professor. O estudo ativo requer planejamento, organização e controle, de modo que acompanhe todos os momentos ou passos da aula (...) Mesmo que o professor estabeleça ótimos objetivos, selecione conteúdos significativos e empregue uma variedade de métodos e técnicas, se não conseguir suscitar no aluno o desejo de aprender, nada disso funcionará.” ( Libâneo, Didática,1994, p. 108) Dentre as atividades que concorrem para o estímulo das atividades mentais dos alunos está a discussão, a observação das coisas e fatos do mundo atual e passado, o trabalho em grupos, o estudo dirigido individual, os exercícios escritos em sala de aula, os deveres de casa, o estudo do meio, a pesquisa, a anotação das idéias principais retiradas de enciclopédias, artigos, fazer esquemas, resumos, etc. A importância não se encontra no tipo de atividade que é programada, mas no quanto ela é significativa para o aluno, no tipo de provocação que ela causa como: - suscitação de questionamentos e hipóteses; Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 37 - desafio ao raciocínio, à criatividade, à capacidade de estabelecer relações; - procuram de interações com colegas, livros, outras informações; - reação das habilidades de análise, síntese, comparação, generalização e aplicação no cotidiano da vida real. Para cada idade, para cada série e ciclo são necessárias atividades diferentes conforme o interesse do educando, mas algumas são básicas para todos. Dentre elas estão o trabalho com desenho, música, poesia, trabalhos manuais e artesanais, jogos, dramatizações, expressões corporais, produções de textos, entrevistas, análise de imagens e textos, documentários, leitura de livros, da bíblia e outros religiosos. Como o Ensino Religioso trata da busca do sentido da vida, tudo o que é humano e real é material em potencial para ser utilizado, portanto a literatura infantil, as histórias em quadrinhos, os filmes têm trazido a realidade da vida, os problemas familiares e sociais, uma visão de mundo, de forma interessante e provocante, que precisa ser utilizada em sala de aula para ser discutida. Os ditos populares, as trovas, as frases de pára-choques de caminhão trazem a sabedoria e o bom humor do povo que podem ser colocados como provocações ao pensar sobre os costumes, regionalismos, particularidades e problemas humanos comuns. A mídia em suas diversas formas, o que ela traz entrelinhas, principalmente com suas propagandas, os anúncios publicitários, as revistas, as imagens de outdoors, são ótimos recursos para se trabalhar os desejos, as carências e os impulsos humanos, provocando a reflexão sobre o poder da sedução e o perigo da massificação. Notícias de jornal, da internet e curiosidades podem servir como recursos para se trabalhar a linguagem da vida cotidiana. O que não se pode esquecer é a necessidade de estar procurando relacionar a linguagem da vida cotidiana à linguagem do universo religioso. Reconhecer que cada forma particular de vida compõe um conjunto maior, que é a humanidade e que, nesta, cada especificidade é uma linguagem própria, por meio da qual as pessoas criaram códigos de expressão e entendimento. Essa compreensão requer entender que o universo cultural religioso possui elementos estéticos e éticos, entre outros, que devem ser Site: www.ucamprominas.com.br E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas 38 apreciados enquanto produção da própria trajetória constitutiva do indivíduo/grupos sociais é necessário que a escola propicie aos educandos esse entendimento. (Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental - Ensino Religioso – Estado do Paraná/2005) O que é importante ressaltar que todas as atividades em Ensino religioso acontecem dentro de uma prática que não promova somente uma reflexão de valores, mas possa explicitar áreas específicas do conhecimento religioso, se baseando na capacidade de decifrar a linguagem simbólica e na compreensão das experiências do transcendente. AVALIAÇÃO A avaliação escolar é um componente importante do processo de ensino- aprendizagem que visa, através da verificação, qualificação e apreciação qualitativa dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes. Logo, a definição dos planos com seus objetivos, conteúdos e prática didática são elementos essenciais para dar sentido ao processo avaliativo no ensino religioso. A avaliação é condição para análise do educador e do educando, provocando reflexões sobre as práticas e processos de aprendizagem, não podendo ser compreendida como um ato meramente de aprovação e reprovação. A avaliação é um processo que precisa ser planejado e quando esse processo é mediado pelo professor,
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