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Módulo mão – Síndromes compressivas do membro superior As principais patologias não traumáticas encontradas são: Síndrome do túnel do carpo, tendinite de Quervain, dedo em gatilho e cisto sinovial. Compressões do membro superior Sd. Do desfiladeiro torácico, Sd. do espaço quadrilátero, Compressão do N. supraescapular, Sd. compressivas do N. mediano, Sd. Pronador, Sd. do interosseo anterior. Sd. do desfiladeiro torácico O desfiladeiro torácico é a região de transição entre a região cervical e o tórax é uma área estreita na qual o feixe vasculho nervoso é representado pelo plexo braquial, artéria subclávia e veia subclávia. A compressão pode acontecer na região cervical, triângulo escaleno, costoclavicular ou no espaço quadrilátero. Quando esse plexo se divide em nervo ulnar, mediano e radial, também existem pontos críticos de compressão. Nervo radial Quando comprime próximo ao punho, na região dos tendões extensores irá ocorrer uma compressão sensitiva no dorso da mão (primeiro, segundo, terceiro e metade do quarto dedo); Quando existe uma compressão na região do túnel radial, ocorrerá uma compressão motora; Uma compressão alta, na região do terço médio do úmero, é responsável pela síndrome/paralisia do sábado à noite ou “paralisia dos amantes”; Nervo ulnar Na região do punho, próximo ao canal de Guyon, acarreta na síndrome do túnel de Guyon. Também pode ser comprimido no túnel cubital. Quando ocorre uma compressão mais severa, além dos sintomas sensitivos (parte dorsal e volar da metade do quarto dedo e quinto dedo), podem ocorrer sintomas motores (atrofia dos interósseos, atrofia da região hipotênar e deformidade do quarto e quinto dedos “mão papal” ou “mão em garra ulnar”); Nervo mediano Podem ocorrer em áreas altas (acima do cotovelo), na região do pronador redondo (Síndrome do pronador redondo), na região do arco do flexor superficial dos dedos que acomete o interósseo anterior ou na região do túnel do carpo. Síndrome do Túnel do Carpo É a síndrome mais comum das compressões no membro superior. Mais frequente nas mulheres na quarta e sexta décadas de vida. O assoalho do túnel do carpo é formado pelos ossos do carpo e o teto é formado pelo ligamento carpal ou ligamento transverso do carpo. O conteúdo são os quatro tendões flexores superficiais dos dedos, os quatro tendões flexores profundos dos dedos, o flexor longo do polegar e o nervo mediano. Fatores predisponentes Qualquer alteração que causar um aumento do conteúdo do túnel do carpo, por exemplo, edema causado por alterações hormonais (menopausa, hipotireoidismo, diabetes) ou tudo que diminuir o túnel (fratura de rádio distal que consolidou viciosamente); Quadro clínico Parestesia na mão, acompanhada ou não de dor, inicialmente de caráter noturno, sendo que, o comprometimento unilateral é mais frequente e mais comum na mão dominante. Exame físico Alteração sensitiva na área do mediano, em casos mais graves observa-se a atrofia tênar e fraqueza na pinça. Pode irradiar proximalmente até o ombro. Teste de Phalen Mantem o membro em flexão durante 1 minuto, positivo reproduz os sintomas; O Phalen invertido realiza com o punho em dorsiflexão; Sinal de Tinel Realiza a digito percussão no nervo e o paciente refere uma irradiação nas pontas dos dedos; Teste de Durkan Digitocompressão na região do túnel do carpo. É o teste mais específico e mais sensível. Diagnóstico É basicamente clínico. Pode-se contar com eletroneuromiografia (padrão-ouro e confirma o diagnóstico clínico); radiografias (Túnel view, e auxilia muito pouco. Realizada para descartar anormalidades ósseas); laboratoriais para avaliar doenças sistêmicas. Classificação Leve: Teste provocativos positivos e sintomas transitórios; Moderada: Sintomas constantes, paresia e hipoestesia; Grave: Hipotrofia e alteração grave da sensibilidade; Tratamento É cirúrgico, o tto conservador é um tratamento de exceção. Realiza-se a abertura do ligamento transverso do carpo. Acesso longitudinal tradicional: utilizando como referência a borda radial do dedo anular entre a região tênar e hipotênar; Ziguezague: Incisão um pouco maior e é utilizada em casos de recidivas, em pacientes com túnel do carpo atípico, quando possui alterações anatômicas (para retirada de cisto, tumor, consolidações viciosas). Possui maior morbidade e pode ver todas as estruturas e alterações anatômicas. Mini open: Incisão pequena de dois a três centímetros. É a mais utilizada; Endoscópica: Maior curva de aprendizagem, alto curso, mais complicações, desnecessária; Conservador Nos quadros leves e recentes, sem paresia ou atrofia muscular; Repouso, AINEs e tala em leve extensão, fisioterapia; EVITAR infiltração com corticoide; Em gestantes pode melhorar com o fim da gestação; Complicações Em casos de alívio incompleto pode indicar diagnóstico incompleto, como em casos de compressão duplas; distrofia simpático-reflexa; sensibilidade cicatriz; rigidez; neurites. Tenossinovite de Quervain É a tenossinovite do primeiro compartimento extensor que é composto pelo abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar e acomete mais as mulheres entre 30 a 50 anos; Etiologia A maior parte é idiopática, possui relação com movimentos repetitivos e sequelas de fraturas de rádio distal. 40% da população possui algum tipo de variação anatômica nessa área, sendo a mais comum a duplicação do abdutor longo do polegar, ou até a septação no compartimento, podendo levar a falhas no tratamento. Clínica Dor em região do estiloide radial, edema, ressalto e espessamento. Em alguns pacientes pode-se escutar um rangido. Teste de Finkelstein é patognomônico; Rx: Exclui outras causas de dor (artroses) USG: Avalia o processo inflamatório e quantifica tendões extra-numerários e septos; O diagnóstico é clínico; Tratamento Cirúrgico Acesso longitudinal/oblíquo: Cuidado com o ramo N. sensitivo radial, risco de cicatriz hipertrófica; Falha do tto cirúrgico: Aderência, formação de neuroma, subluxação volar dos tendões, cicatriz hipertróficas ou não liberação das septações; Conservador Exceção. Utiliza-se imobilização, AINEs e fisioterapia. Não realizar infiltração. Dedo em gatilho Inflamação da bainha dos tendões flexores. É uma tenossinovite estenosante com bloqueio progressivo. Acomete mais vezes as mulheres entre 40 a 60 anos, e a ordem de incidência é o polegar > 4º dedo > 2º dedo > 3º dedo e 5º dedo; Etiologia Nodulação sinovial, o local mais frequente é proximal a art. Metacarpofalangeana; Possui associação com DM insulino dependente e doenças do colágeno; Clinica Varia de uma sinovite até a deformidade fixa; Graus 0: Dor e crepitação sob a polia; Grau 1: Bloqueio esporádico; Grau 2: Bloqueio constante com redução ativa Grau 3: Bloqueio constante com redução passiva Grau 4: Deformidade fixa; Tratamento Cirúrgico Abertura da polia A1 + Tenólise dos flexores Liberação da polia A1: Diversas incisões na pele, todas sobre a polia, dissecção romba e cuidado com o feixe vásculo- nervoso no polegar; Conservador Diminuir o processo inflamatório local, AINEs, repouso; Evitar infiltração com CTC na reg A1; Evitar liberação percutânea; Cisto sinovial É um tumor benigno preenchido por líquido sinovial. Dilatação anormal da membrana sinovial, a qual recobre articulações e tendões. Clínica Nódulo geralmente indolor, no dorso da mão, punho, região radial volar; Tratamento Conservador AINEs, repouso, observação. Evitar punção/infiltração; Cirúrgico Se dor, aumento progressivo e estética;
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