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EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO

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Exame físico pediátrico 
 
Semiologia Pediátrica - LIPED, Porto, Tratado de Pediatria - SBP, site Unicamp 
 
Exame físico do RN na sala de parto: 
→ Exame físico geral e ectoscopia: presença de malformações, atividade. 
→ Antropometria: peso estatura: perímetros cefálico, torácido e abdominal. 
→ Cabeça e pescoço: formato do crânio, suturas, fontanelas, olhos, avaliar frênulo lingual, palpação do palato, 
mobilidade e palpação cervical, palpação da clavícula, implantação de orelhas, permeabilidade de narinas. 
→ Aparelho respiratório e cardiovascular: 
→ Exame abdominal. 
→ Coto umbilical. 
→ Região genital e perineal. 
→ Membros: mobilidade, manobra de Barlow e Ortolani, posição dos pés. 
→ Neurológico: reflexos, coluna vertebral. 
 
Exame físico do RN e do lactente: 
→ Exame físico geral e ectoscopia: temperatura, FR, FC, icterícia, estado de nutrição e hidratação, presença de 
malformações, atividade 
→ Antropometria: peso, estatura, perímetros cefálico, torácico e abdominal 
→ Pele e anexos, mucosas, tecido celular subcutâneo 
→ Cabeça e pescoço: suturas e fontanelas, olhos, oroscopia, otoscopia, mobilidade e palpação cervical, palpação de 
linfonodos 
→ Aparelho respiratório e cardiovascular 
→ Exame abdominal, avaliar umbigo 
→ Região genital e perineal 
→ Membros: mobilidade, manobra de Ortolani e Barlow, posição e formato dos pés 
→ Neurológico: reflexos, coluna vertebral, DNPM 
 
Exame físico do lactente ao escolar: 
→ Exame físico geral: temperatura, frequência respiratória e cardíaca, estados de hidratação e nutrição, PA, etc 
→ Antropometria: peso, estatura, perímetro cefálico (até 2 anos), IMC 
→ Pele e anexos, mucosas, tecido celular subcutâneo 
→ Cabeça e pescoço: olhos, otoscopia, oroscopia, palpação de linfonodos 
→ Aparelho respiratório e cardiovascular 
→ Exame abdominal 
→ Região genital e perineal 
→ Membros 
→ Neurológico: marcos do desenvolvimento 
 
Semiologia do adolescente: particularidades 
→ Anamnese: com o familiar e somente com o adolescente. 
→ Hábitos de vida, relações familiares e de amizade, educação e trabalho. 
→ Sexualidade e DSTs. 
→ Álcool e drogas; 
→ Características psicológicas / psicossociais. 
→ Relação médico-paciente. 
→ Maturação sexual: estágios de Tanner. 
→ Estirão do crescimento: meninos 10 – 12 cm/ano e meninas 8 – 10 cm/ano. 
 
 
 
Exame físico geral 
Frequência cardíaca: 
Prematuro: 120 – 170 
0 – 3 meses: 100 – 150 
3 – 6 meses: 90 – 120 
6 – 12 meses: 80 – 120 
1 – 3 anos: 70 – 110 
3 – 6 anos: 65 – 110 
6 – 12 anos: 60 – 95 
12 anos: 55 – 85 
 
Frequência respiratória: 
Prematuro: 40 -70 
0 – 3 meses: 35 – 55 
3 – 6 meses: 30 – 45 
6 – 12 meses: 25 – 40 
1 – 3 anos: 20 – 30 
3 – 6 anos:20 – 25 
6 – 12 anos: 14 – 22 
12 anos: 12 – 18 
 
Temperatura normal: 
Axilar: 35 °C – 37,2 °C 
Oral: 35,5 °C – 37,7 °C 
Retal: 36,1 °C – 37,8 ° C 
 
Ectoscopia: 
Avaliar a cor da pele (clara, ictérica, cianótica), seu turgor, ocorrência de descamação, manchas (mongólicas, eritema 
tóxico), equimoses, hematomas e lesões cortocontusas, que podem ocorrer no momento do parto. É importante 
procurar evidências de síndromes genéticas: fronte proeminente, micro ou macrocrania, alterações no dorso nasal, 
pregas epicânticas, hipertelorismo, orelhas de baixa implantação, micrognatia, protrusão da língua, pescoço alado. Na 
boca, avaliar os lábios e a conformação do palato: se em ogiva, fenda palatina, se há fissura labiopalatal etc., pesquisar 
se há dentes neonatais (dentes ao nascimento - mais comuns nas meninas). A maioria dos casos é familiar e sem 
implicações patológicas, mas podem estar associados a síndromes genéticas. Observar anatomia da língua e freio 
lingual (anquiloglossia parcial ou "língua presa”); verificar gengivas. Observar a posição dos mamilos (podem estar 
afastados na linha média) e a posição de inserção do coto umbilical no abdome, verificando se este tem duas artérias 
e uma veia. Avaliar genitália (ver adiante). Observar região sacral em busca de fóveas, fossetas, tufos capilares, 
proeminências (mielomeningocele), manchas (mongólicas). Avaliar membros, com especial atenção aos dedos das 
mãos (quirodáctilos) e dos pés (pododáctilos) em busca de polidactilias, sindactilias, dedos mais curtos ou mais longos 
que o habitual. Observar palma das mãos em busca de linha palmar transversa contínua e formato da planta do pé (pé 
plano). Avaliar posição dos pés em relação aos tornozelos (pés tortos congênitos). É também importante verificar se 
as narinas e a região anal estão pérvias, por meio de uma sonda fina introduzida delicadamente nestes orifícios em 
busca de atresia de cóanas e imperfuração anal respectivamente. 
 
Icterícia: 
 
 
 
 
Antropometria 
Evolução do ganho de peso: 
→ Perda de cerca de 10% do peso nos primeiros 7 – 10 dias. 
→ Primeiro trimestre: ganho de 700g/mês – 25 – 30 g/dia 
→ Segundo trimestre: 500 g/mês – 15 g/dia 
→ Quarto trimestre: 400g/mês – 10-15 g/dia 
→ Após 2 anos: 2 kg/ano 
 
Evolução do crescimento: 
→ Primeiro ano de vida: 25 cm/ano. 
→ 1 a 2 anos: 12 cm/ano. 
→ 2 a 4 anos: 7 cm/ano. 
→ 4 a 6 anos: 6 cm/ano. 
→ 6 anos a puberdade: 5 cm/ano. 
 
Perímetros 
O perímetro cefálico é maior que o perímetro torácico ao nascimento. Dos três aos cinco meses, são admitidos valores 
iguais e, a partir dos 6 meses, o perímetro torácico tende a ser maior que o perímetro cefálico. 
→ Perímetro cefálico: é a medida da circunferência do crânio em centímetros que reflete o crescimento do cérebro 
até os 3 anos de idade. É obtida pela fita métrica não distensível. Deve-se tomar como referência a saliência frontal 
como limite anterior e o polo occipital como o posterior. O valor médio do PC em um recém-nascido a termo é de 
34 cm, atingindo o valor médio máximo de 49,5 cm aos 3 anos de idade. Espera-se um aumento de 2 cm até 3 
meses de vida, 1 cm até 6 meses, 0,5 cm até 9 meses e 0,5 cm até 1 ano de vida, terminando então, o primeiro ano 
de vida com um PC de 46 cm. Entre 2 e 8 anos, ocorre aumento de 1 cm por ano; com 9 anos, a criança apresenta 
em torno de 59 cm e, cm 10 anos, de 61 a 64 cm. O crescimento cerebral se mantém mesmo em grandes 
comprometimentos de desnutrição. O perímetro cefálico é a ultima medida a ser comprometida em casos graves. 
→ Perímetro torácico: é a medida da circunferência do tórax em cm. Mede-se passando a fita métrica ao nível dos 
mamilos, com a criança em decúbito dorsal (até 3 anos de idade). Após os 3 anos ou em adolescentes, é medido 
em pé, no apêndice xifoide com os pulmões em situação respiratória média. O valor médio do PT de um recém-
nascido a termo é de 33 cm. Os 3 meses espera-se 43 cm, aos 6 meses 43 cm (?), aos 9 meses 45,5 cm e com 1 ano 
47 cm. Com essa medida podem ser identificadas anormalidades do tórax, como tórax em barril, aumento do PT 
por cardiopatia congênita ou hipertensão pulmonar. 
→ Perímetro abdominal: é a medida da circunferência do abdome em cm. Tem valor relativo por varia se for realizado 
após a alimentação, por exemplo. É medido com a fita métrica passando no nível da cicatriz umbilical. Alterações 
dessa medida podem sinalizar hérnia diafragmática no RN, desnutrição grave ou a medida pode servir para 
acompanhar patologias que cursam com o aumento abdominal (ascite, visceromegalias). 
→ Perímetro braquial: é a medida da circunferência do braço em cm. A posição correta para a medir é posicionando-
se o braço da criança caído sem esforço, formando um ângulo reto com o antebraço. Passar a fita métrica no ponto 
médio entre o acrômio e o olecrano, sem compressão. O perímetro braquial de um RN é, aproximadamente, de 10 
cm. No primeiro ano, cresce 4 a 6 cm e aumenta 0,5 a 1 cm por ano. Aos 19 anos, no sexo masculino, mede 26 cm, 
e no feminino aos 17 anos, mede 25 cm; idades essas em que a medida se estabiliza. 
 
Cabeça e pescoço 
(suturas e fontanelas, olhos, oroscopia, otoscopia, mobilidade e palpação cervical, palpação de linfonodos) 
→ Cabeça e pescoço: formato do crânio, suturas e fontanelas, olhos, avaliar frênulo lingual, palpaçãodo palato, 
mobilidade e palpação cervical, palpação da clavícula, implantação de orelhas, permeabilidade de narinas. 
Inspeção da cabeça: no crânio deve-se observar dimensão, formato, suturas, fontanelas e presença de deformidades. 
Na face, avaliam-se a simetria, os movimentos, alterações da pele, da boca, do nariz, dos olhos e das orelhas. 
Palpação da cabeça: devem-se verificar as suturas, as fontanelas anterior e posterior, presença ou não de massas 
tumorais, bossa serossanguinolenta (edema depressível localizado abaixo do couro cabeludo, não se limita às regiões 
das suturas. É + comum) ou cefalematoma.(acúmulo de coleção sanguínea circunscrita entre o periósteo e o osso, 
estando contida nas linhas de sutura e mais frequentemente nos ossos parietais. É – comum. Raramente está presente 
imediatamente após o nascimento). Na palpação de suturas, verificam-se a mobilidade, contiguidade, separação ou 
fusão. 
 
Formato do crânio: 
→ Plagiocefalia: assimetria do crânio 
→ Dolicocefálico: predomínio do diâmetro anteroposterior 
→ Mesocéfalo: há equilíbrio entre os diâmetros 
→ Braquicéfalo: predomínio do diâmetro transverso (aspecto de cabeça chata) 
→ Turricéfalo: crânio pontiagudo na parte posterior ou anterior 
→ Escafocéfalo: crânio estreito com abaulamento nas regiões frontal e occipital 
→ Macrocéfalo: aumento excessivo do crânio (hidrocefalia) 
→ Microcéfalo: crânio pequeno e pouco desenvolvido 
 
Fontanelas e suturas: as fontanelas devem ser avaliadas quanto ao tamanho, tensão, pulsações, abaulamentos ou 
depressões. Quando abauladas, sugere aumento de pressão intracraniana (meningite, hidrocefalia, edema cerebral ou 
hemorragia intracraniana). Fontanela deprimida associa-se ao estado de desidratação ou desnutrição. A fontanela 
posterior geralmente é pequena, quando aumentada de tamanho, pode estar presente hipotireoidismo ou síndrome 
de Down. Alargamentos da fontanela anterior podem ser resultados de patologias ósseas, como acondroplasia, 
osteogênese imperfeita, raquitismo, síndrome de Kennedy, anormalidades cromossômicas e infecções congênitas 
(rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes e citomegalovírus). 
Os cavalgamentos de suturas são comuns no recém-nascido de parto norma, que tendem a desaparecer em poucos 
dias, sem expressões patológicas. Entretanto, afundamentos com assimetrias de crânio podem sugerir fusão 
intrauterina das suturas, denominada craniossinostose, situação que requer tratamento cirúrgico. 
 
 
Olhos: o exame dos olhos do RN deve ser efetuado fora dos períodos de choro, evitando-se a abertura forçada dos 
olhos. O exame é basicamente voltado à inspeção da estrutura, aspecto do olho e região circundante. Examinam-se as 
sobrancelhas em pesquisa de simetria e sinofre (suspeita de síndrome de Comelia de Lange). 
Exame fundoscópico minucioso com indução de midríase não é rotina, mas pode ser feito no intuito de pesquisa de 
turvações, massas ou hemorragias. O edema de córnea presente após o nascimento dificulta a visualização precisa do 
fundo de olho e reflexo vermelho, que é mais bem visualizado com um oftalmoscópio direto a 30 cm do recém-nascido. 
Em RNs, o estrabismo é comum e pode persistir do 3º ao 6º mês de vida. 
Fotofobia, lacrimejamento excessivo, córnea turva ou olhos grandes, quando presentes, podem sugerir quadro de 
glaucoma congênito. 
A esclera do RN é delgada e, por isso, é levemente azulada. Quando se apresentam em azul intenso, pode-se suspeitar 
de osteogênese imperfeita ou até mesmo de glaucoma congênito. 
As pálpebras frequentemente estão edemaciadas decorrente da reação ao nitrato de prata profilático. Anomalias 
congênitas palpebrais: ptose congênita, coloboma palpebral (falta um pedaço da pálpebra, fenda na pálpebra), 
telecanto (aumento do espaço intercantal, mas com distância interpupilar normal), epicanto (prega de pele que 
recobre a porção superior do canto medial do olho), blefarofimose (estreitamento anormal da fenda palpebral), 
entrópio e ectrópio. 
Aparelho lacrimal: obstrução do conduto nasolacrimal, cistos na glândula lacrimal, ausência de pontos lacrimais. 
Conjuntivas: anomalias são raras. Pode haver cistos dermoides, dermolipomas, anomalias vasculares. Hemorragia 
subconjuntivais (comum no parto normal), conjuntivites (química, neonatal, catarrais agudas, crônicas e recidivantes). 
Córnea: alterações de forma, tamanho e transparência. Córnea vertical pode indicar sífilis congênita ou síndrome de 
turner. Córnea globosa (ceratoglobo), costuma ser encontrada na síndrome de Ehler-Danlos. Opacidade de córnea 
pode ser indicativo de glaucoma, infecção corneana intrauterina, lesões pelo uso de fórceps. 
Cristalino: forma, posição, transparência. Deslocamentos congênitos (ectopia lentis) deve-se investigar síndrome de 
Marfan, síndrome de Marchesani e hemocistinúria. Opacificação do cristalino (catarata) pode ser causada por rubéola 
congênita, toxoplasmose ou galactosemia. 
Orelhas: microtia (pavilhão auricular pequeno), macrotia, anotia (ausência de pavilhão auricular). 
Avaliar a posição do pavilhão auricular. Implantação baixa do pavilhão auricular (terço superior do pavilhão auricular 
localizado abaixo da linha entre o ângulo lateral do olho à protuberância externa do occipital) sugere síndrome de 
Down, síndrome de Treacher Colins. 
Avaliar os canais auditivos e a membrana timpânica (difícil de visualizar pois o canal é tortuoso) por meio do otoscópio. 
Nariz: devem ser avaliados tamanho, forma, aspecto, columela, septo, permeabilidade de narinas (ausculta do fluxo 
aéreo ou passagem de cateter por cada orifício), presença ou não de batimento de asa de nariz. Quando houver 
obstrução intensa de vias aéreas superiores deve-se investigar a possível existência de oclusão congênita de coanas. 
Em inspeção podem estar presentes patologicamente os cistos dermoides, nevos pigmentares, hemangiomas e 
malformações (geralmente associadas ao lábio leporino, fenda labiogengival, fenda labial e/ou fenda palatina). 
Presença de coriza mucossanguinolenta sugere sífilis congênita. 
Boca e faringe: verificar se há vermelhidão, exsudato, secreção, ulceração ou anomalias. Anomalias como a fenda de 
palato ou palato ogival podem ser visualizados pela inspeção e percebidos pela palpação da cavidade oral. A salivação 
normalmente é escassa e, quando em excesso, pode indicar atrésia de esôfago. 
A úvula sempre deve ser visualizada no exame. A língua dos neonatos é maior em relação ao tamanho da boca quando 
comparada a crianças de outras idades, quando o tamanho é exagerado (macroglossia) indica hipotireoidismo e 
síndrome de Beckwith. 
Frênulo lingual: anquiloglossia (dificulta a amamentação). 
 
Pescoço: verificar existência de nódulos, tumores, fissuras, cistos ou massas. Palpar as cadeias de linfonodos. Na 
presença de torcicolo congênito (encurtamento do esternocleidomastoideo) sempre se deve investigar a presença de 
displasia congênita de quadril e pé torto congênito. 
Ambas as clavículas devem ser palpadas para verificar se houve fratura durante o parto 
 
Pele e mucosas 
Pele: os RN prematuros tendem a apresentar pele mais fina, gelatinosa e rósea. O RN a termo apresenta pele fina, 
brilhante, úmida e lisa. O RN pós-termo apresenta pele seca, enrugada e com bastante descamação. 
 
Alterações cutâneas fisiológicas do recém-nascido (são fenômenos transitórios): 
Vérnix caseoso: está presente na pele do bebê logo ao nascimento. É uma substância de cor branco-acinzentada com 
caráter gorduroso, decorrente da secreção de glândulas sebáceas e decomposição da epiderme do RN, com função de 
proteção fisiológica na vida intrauterina da criança. Tende a desaparecer com os banhos e trocas de roupas. 
Cutis marmorata: fenômeno que ocorre à exposição do RN ao frio com vasodilatação dos capilares. É resultado da 
imaturidade do sistema nervoso no controle da vasoconstrição e vasodilatação. A pele do neonato apresenta-se com 
reticulado marmóreo azulado e tende a desaparecer com o aquecimento do RN. Não caracteriza patologia. 
Cianose: coloraçãoazulada da pele do RN decorrente da hipertonia das arteríolas periféricas com consequente 
congestão venosa, quando o bebê é exposto ao frio. Esta se manifesta nas regiões peitoral e de extremidades 
(acrocianose). A cianose generalizada é patológica e pode estar associada à cardiopatia, às alterações metabólicas e 
às doenças respiratórias. 
Coloração de arlequim: eritema em um hemicorpo e palidez no outro hemicorpo, separada por uma linha 
intermediária. Ocorre pela ausência transitória de regulação central do tônus vascular periférico. Manifesta-se nas 
primeiras 3 semanas e atinge cerca de 15% dos RNs. 
Eritema tóxico: pápulas puntiformes sobre base eritematosa, podendo ser acompanhadas por vesículas ou pústulas e 
regridem espontaneamente. Sua origem é desconhecida. Ao exame microscópico, apresenta caráter eosinofílico. 
Mancha mongólica: surge com maior frequência em RNs negros. Corresponde a agregados melanocíticos, que se 
manifestam como manchas azul-acinzentadas, localizada na maioria das vezes, nas nádegas. Quando não estão em 
dorso, são chamadas de manchas mongólicas ectópicas. Tendem a desaparecer até os 4 anos de idade. 
Icterícia: coloração amarelada da pele por impregnação de bilirrubina. Dependendo do tempo de vida do RN, deve ser 
feita investigação de sua causa. 
Nevos vasculares: manchas de coloração salmão que desaparecem à digitopressão, localizadas na região occipital, 
pálpebras, glabela e regiões periorbitárias em geral. São resultantes de ectasias capilares na derme e desaparecem no 
decorrer do tempo. 
Hemangiomas: são formas vasculares elevadas, na maioria das vezes, de coloração vinhosa. O hemangioma cavernoso 
é composto por elementos vasculares maduros e grandes que crescem ao longo do primeiro ano de vida e regridem 
ao longo dos próximos anos. 
Lanugo: pelos finos e abundantes que geralmente recobrem o corpo do RN, principalmente na região dos ombros, 
escápulas e face, que desaparece nas primeiras semanas de vida. 
Descamação fisiológica: ocorre acentuadamente no RN pós-termo, mas pode ocorrer nos demais RN. Localizada 
principalmente nas regiões dos pés e mãos. Quando exacerbada e contínua, sugere quadro de ictiose. 
Hiperplasia sebácea: lesões foliculares puntiformes de coloração amarelada e superfície lisa. Comumente encontradas 
em regiões de lábio superior, base do nariz e regiões malares. São manifestações resultantes do estimulo hormonal 
materno. 
Cistos de milia: são pápulas de cor branco-amarelada encontradas nas regiões frontal, nasal e do mento, 
principalmente resultantes da obstrução e intumescimento das glândulas sebáceas. 
Miliária: pequenas pápulas/vesículas superficiais, avermelhadas ou transparentes, que geralmente ocorrem em 
situações onde há aumento da temperatura e umidade, resultantes da obstrução das glândulas sudoríparas por 
imaturidade delas. 
 
Tecido subcutâneo: avaliar espessura e turgor da pele, por uma prega de, aproximadamente, 1 cm. Devem-se observar 
o depósito de gordura e turgor firme. Pode-se notar o turgor frouxo em crianças emagrecidas; já o pastoso, que 
apresenta lento retorno após o pinçamento, pode associar-se à desnutrição ao final da gestação devido à insuficiência 
placentária 
 
Mucosas: avaliar cor, umidade, presença de lesões. 
 
Aparelho respiratório e cardiovascular 
→ Aparelho respiratório 
(Porto) Durante a inspeção, procurar sinais de esforço respiratório (avaliar se há tiragem subcostal, intercostal e 
fúrcula; observar se ocorrem cianose, batimento de aletas nasais e balancim toracoabdominal - assincronia entre o 
movimento do tórax e do abdome no ciclo respiratório). Avaliar frêmito torácico, proceder à ausculta do tórax para 
avaliação do murmúrio vesicular. Observar se há ruídos adventícios (sibilos, estertores). Contar a frequência 
respiratória do RN em 1 min. 
 
O choro costuma alterar os parâmetros do exame cardiorrespiratório, devendo este ser realizado com o RN mais calmo 
possível e em condições ideais de temperatura. 
 
Inspeção: identificação do padrão respiratório (nessa idade predomina o tipo abdominal), ritmo, frequência (a 
frequência respiratória do RN pode variar de 40 a 60 IRPM no neonato desperto e calmo). Verificar se há tiragem 
intercostal, supra e infraesternal (são anormais em qualquer caso). O aumento do esforço respiratório (batimento de 
asa de nariz, retração de musculo intercostal e do esterno) podem indicar síndrome do desconforto respiratório (SDR), 
síndrome da aspiração de mecônio, síndrome de hipertensão pulmonar persistente neonatal, pneumonias e 
malformações pulmonares congênitas. 
 
Palpação: a palpação deve ser aplicada a toda a área pulmonar buscando anormalidades, como atrofias musculares, 
edema, enfisema subcutâneo, pesquisa de linfonodos ou mudança de padrão comportamental indicativa de 
desconforto ou dor. 
 
Percussão: o som claro pulmonar deve ser característico em todas as áreas do parênquima pulmonar, exceto na área 
de projeção hepática. 
 
Ausculta: deve percorrer toda a área parenquimatosa. O som respiratório na criança geralmente possui tonalidade 
mais alta do que no adulto, uma vez que o calibre brônquico é maior e a parede torácica é mais delgada. 
 
→ Sistema cardiovascular 
(Porto) Ausculta atenciosa de todo o tórax. Observar visualmente o ictus cordis e palpá-lo para identificação de 
frêmitos de origem cardíaca. Sua posição varia de acordo com a faixa etária, localizando-se lateralmente à linha 
hemiclavicular esquerda no 3º espaço intercostal esquerdo no recém-nascido. Contar a frequência cardíaca e avaliar 
o ritmo. Lembrar que a arritmia sinusal ou respiratória é normal na infância e que nesta situação, a frequência cardíaca 
aumenta com a inspiração e diminui na expiração. Palpar os pulsos femorais. Observar se ocorrem sopros cardíacos e 
avaliar sua intensidade. No exame físico do aparelho cardiovascular, é importante estar atento também a cianoses, 
edemas, tamanho do fígado e reflexos hepatojugulares. 
 
A percepção do ictus é rara em RN saudáveis com distribuição adiposa adequada. Geralmente o ictus está mais 
lateralizado quando comparado ao de crianças maiores e o geralmente é palpado no 4º EIC lateralmente à linha 
hemiclavicular esquerda. 
 
Palpação: palpação do percordio em lactentes deve ser feita em decúbito dorsal, pelo lado direito do paciente, com 
uma polpa digital aplicada na borda esternal esquerda. Palpação do ventrículo direito deve ser feita com o dedo 
mínimo sobre a região epigrastrica abaixo do apêndice xifoide (o VD tem as paredes mais espessas ao nascimento. O 
VD no RN tem hipertrofia fisiológica). Presença de frêmito à palpação é indicativo de cardiopatia. 
Palpar os pulsos nos membros superiores e inferiores comparativamente buscando a possibilidade de coarctação de 
aorta, avaliando simetria, ritmo, intensidade e amplitude. 
 
Ausculta: é essencial que a criança esteja o mais calma possível. 
Arritmias em RN podem ser transitórias. As arritmias no período neonatal têm bom prognóstico, sendo a taquicardia 
supraventricular a mais frequente no período neonatal e na infância. 
As bulhas devem ser avaliadas sistematicamente por repetidas vezes em seus focos mais audíveis. Detecção de terceira 
ou quarta bulha durante ausculta é sugestivo de cardiopatia. Durante a ausculta da segunda bulha, não é raro o 
aparecimento de desdobramento inconstante pelo fechamento da valva semilunar aórtica e pulmonar. 
Pode-se auscultar um sopro sistólico no terceiro ou quarto EIC esquerdo, próximo ao esterno, nas primeiras 48 horas 
de vida e não ter um significado clínico se for isolado, ou seja, sem associação de sinais como cianose, taquicardia ou 
taquipneia. Nesses casos, o achado geralmente desaparece nos primeiros 3 meses. Contudo, 20% dos casos de doença 
cardíaca grave em RN não apresentam sopros em um primeiro momento. 
Principais cardiopatias congênitas em RN: cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial (atresia 
pulmonar com septo ventricular íntegro, atrésia pulmonar crítica, tetralogia de Fallotcom atrésia pulmonar, atrésia 
tricúspide, ventrículo único com atrésia pulmonar e a estenose pulmonar de grau acentuado; cardiopatias com fluxo 
sistêmico dependente do canal arterial (síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, estenose aórtica crítica, 
coarctação de aorta, interrupção do arco aortico); cardiopatias com circulação em paralelo (transposição de grandes 
artérias); cardiopatias com shunt misto, cardiopatias com shunt esquerda-direita (comunicação interventricular, 
defeito no septo atrioventricular, persistência do canal arterial, janela aortopulmonar). 
 
Abdome 
(Porto) Avaliar a forma do abdome (globoso, plano, escavado), tensão (abdome intensamente flácido, com pele 
enrugada e vísceras abdominais palpáveis como na síndrome de prune belly), ocorrência de visceromegalias e massas 
palpáveis. A percussão, avaliar o timpanismo. A ausculta, observar os ruídos hidroaéreos. Avaliar cordão umbilical, 
contando número de artérias e veias (normalmente duas artérias e uma veia). 
 
Inspeção: o abdome do RN é semigloboso, com perímetro abdominal 2 a 3 cm menor que no perímetro cefálico. 
Habitualmente não se visualizam ondas peristálticas. A presença de abdome globoso, distendido, com ondas 
peristálticas visíveis sugere processo obstrutivo. Abdome escavado é sugestivo de hérnia diafragmática (as alças 
intestinais deslocam-se para a cavidade torácica). 
Deve-se observar a presença de circulação colateral, ascite, hérnias, extrofia de bexiga e tumorações. A presença de 
diástase dos músculos retos abdominais e hérnia umbilical é frequente, particularmente em crianças negras. A diástase 
dos músculos retos não apresenta significado clínico e habitualmente regride após o início da deambulação. 
A musculatura lisa do tubo digestório tem tônus diminuído, o que facilita a distensão abdominal. No entanto, a 
distensão significativa faz pensar em perfuração do TGI ou obstrução, geralmente por íleo meconial (íleo obstruído por 
mecônio endurecido). 
O mecônio deve ser eliminado logo ao nascimento, mais comumente 10 a 12 horas depois. Quando o mecônio não é 
liberado dentro de 24 horas ou tem características diferentes, deve-se suspeitar de malformação do tubo intestinal. 
Ausculta: ruídos hidroaéreos são bem frequentes. Ruídos aumentados ocorrem nas situações de luta contra a 
obstrução intestinal. A ausência de ruídos é preocupante que indica doença grave como íleo paralítico. 
Percussão: determinar o tamanho do fígado. Eventualmente, consegue-se delimitar o tamanho do baço, 
especialmente quando aumentado. Caracteristicamente, encontra-se timpanismo no resto do abdome. Timpanismo 
aumentado é sinal de pneumoperitônio, obstrução intestinal e/ou aerofagia. 
Palpação: mãos limpas e aquecidas. No início, a palpação deve ser suave e superficial, partindo-se da fossa ilíaca em 
direção ao rebordo costal. Após a palpação superficial, pode-se fazer uma palpação mais profunda com o objetivo de 
identificar visceromegalias. A presença de visceromegalia sugere alguma enfermidade. 
É possível palpar a borda do fígado, cerca de 2 cm abaixo do rebordo costal direito, na linha mamilar. Eventualmente, 
com a palpação superficial consegue-se palpar o polo inferior do baço no nível do rebordo costal esquerdo (por vezes, 
fica a dúvida se está sendo palpado o baço ou o rim). 
As doenças renais são as causas mais frequentes de tumorações no neonato (hidronefrose, rim multicístico displásico, 
hemorragia de suprarrenal, hidrometrocolpo, doença policística, trombose de veia renal) 
 
* Coto umbilical 
Inspeção: inicialmente, o coto umbilical é gelatinoso, ele seca progressivamente, mumificando-se perto do 3º ou 4º 
dia de vida, e costuma desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º dia. 
Habitualmente, o cordão umbilical apresenta 2 artérias e 1 veia. A presença de artéria umbilical única pode estar 
associada a anomalias ou problemas genéticos, principalmente a trissomia do cromossomo 18 (síndrome de Edwards). 
É importante pesquisar a presença de secreções na base do boto umbilical ou eritema na pele ao redor da implantação 
umbilical. Secreção purulenta na base do coto, com edema, hiperemia da parede abdominal que pode formar um 
triangulo na parte superior do umbigo indica infecção de alto risco para o RN, conhecida como onfalite. 
A higiene da região umbilical com álcool 70% é um importante fator de proteção contra infecção. 
Na inspeção, verificar presença de onfalocele (herniação do conteúdo abdominal através da linha média, recoberta 
por saco peritoneal. Onfalocele envolve o cordão umbilical) ou gastrosquise (herniação do conteúdo abdominal sem 
envolvimento do cordão umbilical e os órgãos não ficam recobertos por peritônio). 
 
Região genital e perineal 
Meninos: observar comprimento do pênis (normal maior que 3 cm), posição do orifício uretral centralizado e glande 
(hipospadia e epispadia), e a presença de fimose (a aderência balanoprepucial é fisiológica nos lactentes), observar os 
testículos na bolsa escrotal. Reflexos cremastéricos hiperativos podem dar origem a uma criptorquidia aparente. 
Observar hidrocele, hipospadia ou hipogonadismo. 
→Alterações de glande e canal uretral: 
Hipospadia: meato uretral na face períneo escrotal do pênis; excesso de pele dorsal. 
Epispadia: falha no fechamento da uretra na parede dorsal. Pode acometer toda a uretra, inclusive com extrofia 
vesical. 
Micropênis: comprimento menos que 2,5 desvios-padrão para a idade. 
→ Alterações da descida dos testículos e alteração da bolsa escrotal: 
Criptorquidia: parada da migração testicular em seu trajeto normal de descida até a bolsa escrotal. Deve ser 
identificada o mais precoce possível. 
Hérnia inguinal: persistência do ducto perineovaginal. 
Hidrocele: acumulo de liquido dentro da bolsa escrotal. 
 
Meninas: observar comprimento do clitóris, o posicionamento do orifício vaginal e hímen, a presença de secreção 
vaginal e sinéquia de pequenos lábios. Avaliar o posicionamento do canal uretral, a distância anovulvar. Nas RN pode 
haver secreção mucoide ou, às vezes sanguinolenta nos primeiros dias de vida, em razão da influência estrogênica 
materna. 
 
Genitália ambígua necessita de investigação minuciosa quanto à existência de gônadas palpáveis, ao tamanho do falo 
e à presença de hipospadia e o número de orifícios na região perineal. Pode ser necessário realizar cariótipo e dosagens 
hormonais. 
 
Ânus: permeabilidade anal (imperfurado, perfurado), posicionamento do orifício em reação à genitália. 
 
Membros 
Barlow e Ortolani: investigação de luxação/displasia congênita de quadril. O teste de Barlow averigua se a cabeça do 
fêmur pode ser luxada do acetábulo; já a manobra de Ortolani contata se ela pode ser recolocada. 
Para a realização das manobras de Barlow e Ortolani, o RN deve estar sem roupa, em decúbito dorsal, com as coxas 
abduzidas e flexionadas a 90º e em superfície plana, o examinador deve posicionar o dedo indicador ou médio sobre 
o trocânter maior e o polegar sobre a porção medial do fêmur e fazer movimentos de abdução e adução do quadril. O 
resultado é positivo quando o examinador nota um estalo decorrente da luxação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo 
(teste de Barlow) ou redução dos mesmos (Ortolani). 
 
Pé torto congênito resulta da associação das seguintes deformidades: equino, cavo, varo e aduto. Apresenta uma 
deformidade típica e rígida ao exame com bom prognóstico, se tratado precocemente. O principal diagnostico 
diferencial é o pé torto postural em que o pé apresenta movimentação ativa, é flexível e sem deformidades associadas 
e decorre da fase terminal da gestação, quando o pé fica “preso”. 
 
Manobras realizadas para análise do tônus muscular: 
1. Manobra do cachecol: ao posicionar o neonato em decúbito dorsal e fletir o braço dele no sentido contralateral em 
direção ao ombro, espera-se que o cotovelo esteja próximo à linha hemitoácica (sagital mediana). caso o cotovelo 
ultrapasse essa linha, sugere-se avaliar hipotonia por prematuridade. 
2. Manobra da suspensão ventral:ao segurar o RN em decúbito ventral com o tórax em sua mao obtêm-se, como 
resposta, o dorso e a cabeça nivelados e as extremidades fletidas. 
3. Retificação da cabeça ou reação de sustentação da cabeça: ao sentar o bebê numa superfície plana, segurando-o 
pelo tórax, a cabeça mantém-se no mesmo eixo do tórax por alguns segundos. 
4. Reação da retificação do corpo: ao se fazer, há extensão de membros inferiores, tronco e cabeça. 
5. Trofismo: pode ser avaliada por meio da palpação do musculo peitoral ao realizar uma suave extensão do braço. A 
normalidade do trofismo é uma espessura em torno de 1 cm. 
 
Manobras reflexas para observar motilidade: 
1. Manobra de propulsão ou reptação: posicionar o NR em decúbito ventral com membros inferiores fletidos. 
Seguram-se as plantas dos pés unidas, e observa-se o deslocamento do corpo do neonato para frente. 
2. Manobra do arrasto: em decúbito dorsal, tracionam-se os braços do RN que estarão fletidos. A cabeça, inicialmente 
inclinada para trás, desloca-se para a posição mediana e, em seguida, cai para frente. É observado até o 3º mês de 
vida. 
 
Exame neurológico 
Coluna vertebral: observar presença de massas como lipomas ou meningomieloceles, tufos pilosos em região sacral, 
trato fistuloso dérmico acima do sulco intergluteo e escoliose congênita. 
 
Reflexos 
Reflexos primitivos: são transitórios e desaparecem ao longo do tempo em períodos específicos que são substituídos 
por controle neurológico do SN amadurecido. São próprios do RN e compreendem: voracidade, Moro, sucção, 
preensão palmoplantar, Magnus e de Kleinji, Landau, marcha reflexa e apoio plantar, fuga à asfixia e cutâneo-plantar. 
Os reflexos primitivos são respostas automáticas e estereotipadas a um determinado estímulo externo. Estão 
presentes ao nascimento mas devem ser inibidos ao longo dos primeiros meses, quando surgem os reflexos posturais. 
Sua presença mostra integralidade do SNC; entretanto, sua persistência mostra disfunção neurológica. 
 
→ Reflexo de voracidade ou da procura: pode ser estimulado pelo toque da bochecha, tento como resposta uma 
rotação cervical em direção a ele. Não deve ser procurado após a amementação pois pode ser débil ou não ocorrer. 
Quando esse reflexo está ausente, pode indicar lesão do SNC, depressão por drogas, anóxia e infecção. Está presente 
até o 3º mês de vida. 
→ Reflexo de sucção: após o RN fazer a pega do bico do seio, o contado dele com a porção anterior da língua estimula 
o reflexo de sucção do bebê. Pode-se também avaliar, introduzindo um dedo do examinador na boca do RN. Está 
presente até o 3º mês de vida. 
→ Reflexo de Moro: aproximar as mãos do RN até a linha média, simulando suspendê-lo e soltá-lo repentinamente 
ou promover ruído súbito (bater palmas). Como resposta, ocorrerá, abdução e extensão dos braços com extensão dos 
dedos das mãos, exceto polegar e indicador, que ficam em forma de C. Também é conhecido como reflexo do abraço. 
Está presente até o 3º mês de vida. 
*Reflexo de moro pode ser completo ou incompleto. 
→ Reflexo de preensão palmoplantar: faz-se compressão da extremidade distal palmar do RN com o indicador do 
examinador e, em resposta, há contração dos dedos do bebê. O reflexo plantar é estimulado por uma pressão feita na 
sola do pé, na base da implantação dos pododáctilos e, em resposta há contração dos dedos. É necessário comparar 
os dois lados. O reflexo palmar está presente até o 3º mês de vida e o plantar de 8 a 15 meses. 
→ Reflexo de Magnus e de Kleijin/ tônico cervical/ do esgrimista: com o RN em decúbito dorsal, rotacional a cervical 
par um lado e observar simultaneamente a extensão dos membros do mesmo lado e flexão contralateral. Presente até 
o 3º mês de vida. Também conhecido como reflexo do esgrimista. 
→ Marcha reflexa: sob uma superfície plana e firme, apoia-se os pés do RN segurando-o pelas axilas e mantendo-o 
estendido. Faz-se uma leve inclinação do corpo do RN para a frente e observa-se se ele “marcha” sobre a superfície. 
→ Reflexo de apoio plantar: coloca-se o RN de pé em uma superfície plana e dura, segurando-o pelas axilas. Ao se 
fazer o contato da planta dos pés com o plano, o bebê estende as pernas na altura dos joelhos que se mantinham 
semifletidos. 
→ Reflexo de Galant: é desencadeado por estímulo tátil na região dorso-lateral. Observa-se encurvamento do tronco 
ipsilateral ao estímulo. 
→ Reflexo da colocação/ da escada: é desencadeado por estímulo tátil do dorso do pé estando o bebê seguro pelas 
axilas. Observa-se elevação do pé como se estivesse subindo um degrau de escada. É o único reflexo primitivo com 
integração cortical. 
→ Reflexo da fuga à asfixia: coloca-se o RN em decúbito ventral no leito com a face voltada para o colchão. Em alguns 
segundos, o bebê deve rotacionar a cabeça para desobstruir as narinas. 
→ Reflexo cutâneo-plantar: ao se fazer estímulo contínuo da planta do pé ao calcâneo no sentido dos artelhos, os 
dedos se estendem. 
→ Reflexo da propulsão: posicionar o RN em decúbito ventral com membros inferiores fletidos. Seguram-se as plantas 
dos pés unidas, e observa-se o deslocamento do corpo do neonato para frente. 
 
Reflexos posturais: são movimentos automáticos que mantém a posição e equilíbrio do corpo durante repouso ou 
movimento. modulam a distribuição do tono muscular nos membros e tronco. Mantém a postura, equilíbrio e 
harmonia do movimento. os reflexos posturais substituem os reflexos primitivos. 
 
→ Reflexo de Landau: é desencadeado quando o bebê é suspenso na posição prona. Observa-se elevação da cabeça 
acima do tronco. Em seguida o tronco é retificado e as pernas estendidas. Quando o examinador flete a cabeça, as 
pernas se fletem. É um reflexo postural fundamental para sentar e andar. Está presente a partir de 4 ou 5 meses de 
idade. 
→ Reflexo de apoio lateral: é desencadeado lateralizando-se o tronco do bebê sentado. Observa-se extensão do braço 
ipsilateral ao lado da queda, com apoio da palma da mão na maca. Está presente a partir de 6 ou 8 meses de idade. 
→ Reflexo do paraquedista: é desencadeado colocando-se a criança de ponta cabeça. Observa-se a extensão dos 
braços para frente, como se para amparar a queda. É o ultimo reflexo postural a aparecer. Está presente a partir de 8 
a 9 meses de idade e deve estar obrigatoriamente presente aos 12 meses. 
 
Estabilidade cervical: 4 meses 
Elevação de tronco: 
Sentar-se com e sem apoio: com apoio= 6 meses, sem apoio = 9 meses 
Sentar-se sozinho: 
Engatinhar: 
Ficar em pé com apoio: 
Ficar em pé sem apoio: 
Passos com e sem auxílio: 
 
Manobra do lenço no rosto: a manobra do lenço no rosto é realizada colocando-se um pano sobre o rosto da criança 
e observando-se o modo de retirá-lo. 
Avaliação da coordenação: para avaliar a coordenação deve-se oferecer um objeto ao bebê e observar se ele consegue 
pegá-lo. 
Avaliação do equilíbrio estático e dinâmico: o equilíbrio estático deve ser avaliado com o lactente sentado e em pé. 
Assim como nos adultos, o normal é conseguir ficar em pé tanto com os olhos abertos quanto com os olhos fechados. 
Ao fim do primeiro ano de vida, podemos observar o equilíbrio dinâmico durante a marcha em alguns pacientes. É 
importante lembrar que é normal apresentar marcha com base alargada nos primeiros anos de vida. Durante a marcha, 
também deve-se observar a simetria do balanço dos braços. Assimetrias devem ser valorizadas; pois a diminuição no 
balanço pode ser sinal de hemiparesia. 
 
Marcos do desenvolvimento 
2 meses: observa um rosto, segue objetos ultrapassando a linha média, reage ao som, vocaliza (emite sons diferentes 
do choro), eleva a cabeça e os membros na cama na posição prona, sorri. 
4 meses: observa a própria mão, segue com o olhar até 180°, grita, senta com apoio e sustenta a cabeça, agarra um 
brinquedo colocado em sua mão. 
6 meses: tenta alcançar um brinquedo, procura objetos fora do alcance, volta-se para o som, rola no leito, inicia uma 
interação. 
9 meses: transmite objetos de uma mão para a outra, faz pinça (polegar-dedo, balbucia,senta sem apoio, 
estranhamento (prefere pessoas de seu convívio), brinca de esconde-achou. 
12 meses: bate palmas, acena, combina sílabas, pinça completa (polpa a polpa), segura o copo ou a mamadeira. 
15 meses: primeiras palavras, primeiros passos, é ativa e curiosa. 
18 meses: anda, rabisca, obedece a ordens, nomeia objetos. 
24 meses: sobe escadas, corre, formula frases simples (“dá água”, “quer papar”), retira uma vestimenta, tenta impor 
sua vontade. 
 
 
 
Estágios de Tanner 
Meninas 
Estágios de desenvolvimento das mamas: 
1. Mamas infantis (M1). 
2. Broto mamário formado com uma pequena saliência com elevação da mama e da papila e ocorre o aumento do 
diâmetro areolar (M2). 
3. Maior aumento da aréola e da papila sem separação do contorno da mama (M3). 
4. Aumento continuado e projeção da aréola e da papila formando uma segunda saliência acima do nível da mama 
(M4). 
5. Mama com aspecto adulto, com retração da aréola para o contorno da mama e projeção da papila (M5). 
 
Estágios de desenvolvimento dos pelos pubianos: 
1. Ausência de pelos ou pelugem natural (P1). 
2. Pelos iniciam-se com uma pelugem fina, longa, um pouco mais escura, na linha central da região pubiana (P2) 
3. Pelos em maior quantidade, mais escuros, mais espessos, discretamente encaracolados, com distribuição em toda 
a região pubiana (P3). 
4. Pelos do tipo adulto, encaracolados, mais distribuídos e ainda em pouca quantidade (P4). 
5. Pelos tipo adulto, com maior distribuição na região pubiana e na raiz da coxa (P5). 
 
Meninos: 
Estágios de desenvolvimento da genitália: 
1. Genitália pré-puberal ou infantil (G1). 
2. Aparece um afinamento e hipervascularização da bolsa escrotal, e aumento do volume testicular sem aumento do 
pênis (G2). 
3. Aumento da bolsa escrotal, do volume testicular e do comprimento do pênis (G3). 
4. Maior aumento e hiperpigmentação da bolsa escrotal, maior volume testicular com aumento do pênis em 
comprimento e diâmetro, e desenvolvimento da glande (G4). 
5. Genitália adulta em tamanho, forma e volume testicular (G5). 
 
Estágios de desenvolvimento dos pelos pubianos: 
1. Pelugem pré-puberal ou nenhum pelo (P1). 
2. Inicio do crescimento de alguns pelos finos, longos, escuros e finos na linha medial ou na base do pênis (P2). 
3. Aparecimento de maior quantidade de pelos, mais escuros e mais espessos, discretamente encaracolados, com 
distribuição em toda a região pubiana (P3). 
4. Pelos escuros, espessos, encaracolados do tipo adulto e com distribuição em toda a região pubiana (P4). 
5. Pelos do tipo adulto, em maior quantidade, cobrindo toda a região pubiana, e estendendo-se até a superfície 
interna das coxas (P5).

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