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CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA UTERINA …………………………..INTRODUÇÃO…………………… ❖ Os músculos lisos podem-se contrair em resposta à transmissão sináptica neuromuscular ou ao acoplamento elétrico. > Como o músculo esquelético, o músculo liso recebe impulsos sinápticos do sistema nervoso. ● Os impulsos sinápticos para o músculo liso diferem daqueles do músculo esquelético de duas maneiras: ○ I: os neurônios são parte do SNA e não do sistema nervoso somático. ○ II: o neurônio faz múltiplos contatos com uma célula de músculo liso. ● Em cada ponto de contato, o diâmetro do axônio se expande para formar uma série de saliências chamadas varicosidades que contêm os componentes pré-sinápticos para a liberação vesicular do transmissor. ○ Cada varicosidade �ca perto da membrana pós-sináptica da célula de músculo liso, mas há pouca especialização na membrana pós-sináptica. ○ Em vez de serem agrupados bem próximos entre si na junção neuromuscular, como no músculo esquelético, os receptores dos neurotransmissores no músculo liso �cam mais espalhados através da membrana pós-sináptica. MECANISMOS DE COMUNICAÇÃO INTERCELULAR ● A célula de músculo liso pode receber impulsos de mais de um neurônio. ● Há pouco acoplamento elétrico (junções comunicantes) entre essas células de músculo liso, e desse modo, cada célula pode contrair-se de modo independente da célula vizinha > células independentes > músculo liso multiunitário. ○ Controle mais �no ○ Íris, corpo ciliar do olho, músculos piloeretores, alguns vasos sanguíneos… ● Músculo liso unitário ou músculo liso visceral > extensa comunicação intercelular, como as cels do músculo cardíaco > útero, TGI… …………...POTENCIAIS DE AÇÃO DOS MÚSCULOS LISOS………. Em comparação com o músculo esquelético e cardíaco, os quais produzem potenciais de ação que iniciam as contrações, as cels do músculo liso produzem uma ampla faixa de variações de Vm que podem iniciar ou modular a contração. ● Os potenciais que são similares aos dos músculos esqueléticos podem ser vistos nos músculos lisos unitários, e em alguns multiunitários. ● Algumas cels do músculo liso podem gerar potenciais prolongados, com platô proeminente. CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA UTERINA ● Outras não podem gerar potenciais de modo algum. ○ Vm se modi�ca de modo graduado, ao invés do modo tudo ou nada. ○ Estímulos: fatores humorais circulantes e locais, estímulos mecânicos (alongamento da célula). ○ Mudanças graduadas = hiperpolarização ou despolarização. ○ Se a soma das despolarizações graduadas leva o Vm acima do limiar (na cel de músculo liso capaz de produzir um PA), ocorre um PA. > Os potenciais de ação costumam ser vistos em músculos lisos unitários. DESPOLARIZAÇÃO ● Subida lenta e duração mais longa (~100ms) ● Tipos de potencial: ponta simples, ponta seguida por um platô ou série de pontas no tipo de ondas lentas do Vm. ○ A subida ou fase de despolarização re�ete a abertura de canais de Ca+2 controlados por voltagem. ● A corrente de Ca+2 para dentro despolariza ainda mais a célula, e assim, mais canais de Ca+2 se abrem. ● A velocidade de subida do potencial de ação no músculo liso é mais lenta pois os canais de Ca abrem-se mais lentamente que os de Na no músculo esquelético e cardíaco. REPOLARIZAÇÃO ● Também é relativamente lenta. Por quê? a. Canais de Ca controlados por voltagem são inativados lentamente. b. Fase de repolarização do potencial de ação re�ete a ativação mais lenta dos canais de K controlados por voltagem, e alguns canais de K controlados por Ca. OBS!! Algumas células de músculos lisos possuem canais de Na rápidos controlados por voltagem, mas não parecem ser necessários para a geração do PA. - Qual a f unção? Ativação mais rápida dos canais de Ca controlados por voltagem, contribuindo pra uma despolarização mais rápida. ● Em alguns músculos lisos unitários, a repolarização é tão demorada que o traçado do PA mostra um platô proeminente. ○ Os PAs em platô ocorrem no músculo liso do trato geniturinário (ureteres, bexiga, útero). ○ O platô Vm longo permite que a entrada de Ca continue por um período maior. Desse modo, tem-se uma maior [Ca]i, prolongando a contração. ……………….Atividade elétrica espontânea……………….. As células do músculo liso passam por estímulo neural, hormonal e mecânica, alterando o Vm. CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA UTERINA ● No entanto, algumas delas são capazes de iniciar uma atividade elétrica espontânea: ○ Propriedades dependentes do tempo e da voltagem das correntes iônicas que produzem aumento espontâneo nas correntes de in�uxo (despolarização/Ca) ou e�uxo (hiperpolarização/K). ○ As correntes de marca-passo fazem com que a célula se despolarize até que o Vm até o limiar, desencadeando o PA. ● A atividade elétrica espontânea pode resultar em oscilações regulares, repetitivas, no Vm. ○ Chamadas de ondas lentas, uma vez que o Vm oscila várias vezes por minuto. Hipótese de origem: 1) Canais de Ca controlados por voltagem, no Vm repouso - despolarizam a célula o su�ciente para abrir mais canais de Ca > despolarização progressiva > in�uxo de Ca. 2) Aumento de [Ca]i ativa canais de K dependentes de Ca > hiperpolarização progressiva e término da fase de despolarização. ATENÇÃO!! Essas despolarizações periódicas e aumentos da [Ca2+]i causam contrações tônicas, periódicas, do músculo liso. ………….Ativação da contração do músculo liso………….. Vias utilizadas pelas células do músculo liso para produzir aumento na [Ca]i que desencadeia a contração: 1) entrada de Ca pelos canais controlados por voltagem em resposta à despolarização celular. 2) liberação de Ca pelo RS. 3) entrada de Ca pelo canais independentes de voltagem. ENTRADA DE CÁLCIO PELOS CANAIS CONTROLADOS POR VOLTAGEM ● Estímulo: despolarização graduada ou potenciais de ação. ● Em qualquer caso a despolarização pode produzir um in�uxo de Ca através de canais de Ca do tipo L controlados por voltagem. LIBERAÇÃO DE CÁLCIO DO RS ● Pode ser induzida por Ca: No músculo liso, a relação entre a membrana plasmática e o RS não é tão regularmente organizada quanto no músculo estriado. Contudo, acoplamentos densos de elétrons têm sido observados unindo a junção entre as membranas celulares e elementos do RS no músculo liso. Embora a CICR ocorra nas células dos músculos lisos sob certas condições, essa requer níveis de [Ca2+]i que são mais altos do que aqueles que ocorrem tipicamente em condições �siológicas e seu papel continua obscuro. ● Pode ser mediada por IP3 (canal receptor inositol 1,4,5-trifosfato) (canal de Ca controlado por ligante): via mais importante! A existência dessa via é con�rmada pela observação de que alguns agonistas extracelulares podem desencadear a contração do músculo liso com mínima despolarização e in�uxo de Ca2+ desprezível. CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA UTERINA Além disso, mesmo para agonistas como a serotonina e norepinefrina, que ativam uma via de in�uxo de Ca+2, o aumento de [Ca]i é desproporcional ao esperado do in�uxo de Ca sozinho. - alguns agonistas causam contração do músculo liso desencadeando a produção de IP3, que se liga a um receptor especí�co da membrana do RS do músculo liso. ENTRADA DE CÁLCIO PELOS CANAIS INDEPENDENTES DE VOLTAGEM Quando se tem uma eventual depleção dos estoques de Ca no RS, vê-se a ativação dos canais de Ca operados por estoque (SOCs) - que fazem a mediação do in�uxo de Ca pela membrana celular. ● Ca entrando pelos SOCs permite que a [Ca]i permaneça elevada mesmo após a depleção do RS, e também parece repor essas reservas. Tanto a liberação de Ca2+ do RS quanto a entrada de Ca2+ via SOCs são independentes de voltagem. Esses dois mecanismos fornecem o Ca2+ que é a base de uma forma de acoplamento farmacomecânico. Portanto, fármacos, neurotransmissores excitatórios e hormônios podem induzir a contração do músculo liso que é independente da geração de potencial de ação, conforme discutido na seção anterior. ………...Ciclo das pontes cruzadas no músculo liso………. ● Controlado pela fosforilação da cadeia leve de miosina pela quinase da cadeia leve de miosina.● Actina e miosina no músculo liso não são altamente organizadas, como no esquelético e cardíaco, por isso, não exibem estriações características. ● Filamentos de actina são orientados paralelamente ou obliquamente ao longo do eixo da célula. ○ Múltiplos �lamentos de actina: corpos densos. ○ Corpos densos são encontrados abaixo da MP, e no interior do miócito. ● Os �lamentos grossos (miosina) são distribuídos entre os �lamentos �nos e são menos abundantes. > Mecanismo diferente das pontes cruzadas: O aumento de [Ca]i inicia uma cadeia lenta de eventos que aumenta a atividade da ATPase da miosina. 1. Ligação de 4 íons Ca à calmodulina (intimamente relacionada com a troponina C do músculo estriado). 2. Complexo Ca-CaM ativa a enzima quinase da cadeia leve de miosina (MLCK), que faz a fosforilação da cadeia leve reguladora associada a molécula de miosina II. a. A fosforilação altera a conformação da cabeça da miosina, que aumenta muito sua atividade de ATPase e prossegue para interagir com a actina e agir como motor molecular. b. Calmodulina: responsável pela contração-disparo. > A ciclagem das pontes cruzadas ocorre em uma frequência menor no músculo liso, mas a geração de força pode ser tão grande ou maior, se comparado aos músculos esqueléticos e cardíaco. ● Hipótese: pontes cruzadas permanecem intactas por um período maior em cada ciclo: taxa mais lenta de liberação de ADP pela miosina do músculo liso. CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA UTERINA …………………Término da contração……………………….. Como o Ca2+ desencadeia a contração do músculo liso ao induzir a fosforilação da miosina reguladora de cadeia leve, a mera restauração da [Ca2+]i ao seu valor baixo de repouso pode não permitir o relaxamento muscular. ● O relaxamento do músculo liso requer a desfosforilação da miosina de cadeia leve (MLC), que é realizada pela fosfatase da cadeia leve da miosina. ● Essa fosfatase é um heterotrímero consistindo em subunidades com massas moleculares de 130, 20 e 37 kDa. A subunidade de 130 kDa confere especi�cidade ao ligar-se à miosina; a proteína de 37 kDa é a subunidade catalítica responsável pela atividade de desfosforilação.
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