Prévia do material em texto
1 DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL. Sumário 1 – Coesão textual ............................................................................................................................................. 2 1 – Coesão recorrencial .................................................................................................................................. 3 2 – Coesão referencial ................................................................................................................................... 5 1.2.1 Sinônimos .......................................................................................................................................... 5 1.2.2 Hipônimos e hiperônimos ................................................................................................................. 11 3 – Pronomes ................................................................................................................................................ 15 1.3.1 Pronomes demonstrativos ................................................................................................................. 28 1.3.2. Coesão referencial com o pronome relativo “que”......................................................................... 37 4 – Coesão referencial com advérbios ou locuções adverbiais .................................................................... 40 5 – Elemento de coesão por omissão (elipse) ............................................................................................... 43 6 – Elementos sequenciadores ...................................................................................................................... 48 2 – O que devo tomar nota como mais importante? ........................................................................................ 55 3 – Lista de questões ........................................................................................................................................ 55 4 – Gabarito .................................................................................................................................................... 77 Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Olá, pessoal! Como vão os estudos? Espero que todos estejam se dedicando bastante e continuem bastante motivados! Incluí no rol desta aula algumas questões um pouco mais antigas, mas que, de certa forma, têm um cunho didático específico sobre o assunto tratado. Assim, não deixamos de treinar nenhum conteúdo previsto. 1 – COESÃO TEXTUAL Antes de falarmos da coesão textual, devemos entender o que é coerência. A coerência é o resultado de articuladores no texto que transmitem a harmonia de pensamento. Ela é pautada na lógica, com produção de sentido possível. A ruptura desta lógica ocorrerá por desvio do uso desses articuladores. Por exemplo: Se estou em dificuldades financeiras e necessito de um veículo para me locomover ao trabalho, há lógica em comprar um carro de luxo? Certamente, não! Então, se uma agência de carros me oferece um veículo novo, pela lógica financeira em que me encontro, devo recusar, pois não terei como pagar. No texto, a coerência é a utilização de articuladores que mantenham a lógica. A incoerência ocorre quando o produtor do texto, por desconhecimento ou até mesmo intencionalmente, utiliza marcadores linguísticos inconvenientes ao resultado esperado. Por exemplo: Faço faculdade, mas aprendo muito. O enunciado “Faço faculdade” nos transmite a ideia de estudo, o que nos levaria à conclusão de que naturalmente aprenderíamos muito neste ambiente do saber. Não caberia, então, na relação entre esses dois enunciados, a conjunção “mas”, por transmitir valor de oposição, contraste. Tendo em vista manter a coerência nos argumentos, o ideal neste contexto seria a conjunção “portanto”, “logo”, pois transmitiria um resultado esperado. A incoerência pode ter ocorrido porque o autor não prestou atenção no valor do conectivo “mas”. Assim, teríamos um vício na linguagem. Mas essa incoerência poderia ter sido proposital, pois a intenção do autor seria justamente a de criticar o ensino nas faculdades. Diante desse novo contexto, percebemos que a frase passa, agora, a ter coerência. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce 3 Resumindo, percebemos que a coerência se baseia na lógica, na harmonia dos elementos linguísticos em seu contexto. A incoerência, portanto, será o rompimento dessa lógica. Para que haja coerência no texto, necessitamos da utilização dos elementos de coesão. A coesão é o elemento que faz as ligações entre as palavras do texto para gerar a harmonia entre os argumentos. Assim, no exemplo anterior, vimos que a conjunção “mas”, numa primeira leitura, traria incoerência. Essa conjunção é o elemento coesivo, e sua utilização gera a coerência ou não nos argumentos, dependendo sempre do contexto. Portanto, a coerência é o resultado da boa utilização dos elementos de coesão. Normalmente, dizemos que a coesão está no plano gramatical (o uso das palavras) e a coerência está no plano dos sentidos (a interpretação dos elementos coesivos no plano do texto, dos argumentos). Vários são os mecanismos de coesão. Eles podem ligar palavras ou orações (coesão sequencial, também chamados de operadores argumentativos), ser elemento de referência a algo expresso anteriormente ou posteriormente (coesão referencial) ou pode repetir o vocábulo por motivo de ênfase ou estilo (coesão recorrencial). Vamos começar pelo último deles: 1 – Coesão recorrencial Muitas vezes, nós nos deparamos na escrita com a repetição de vocábulos. Essa repetição pode ser intencional ou não. Um dos princípios fundamentais da coerência/coesão de um texto é a necessidade de se repetir, em seu desenvolvimento linear, elementos anteriores. Mas, se por um lado as repetições são inevitáveis, por outro devem ser feitas sob determinadas condições, a fim de não tornar o texto deselegante ou monótono. Em termos gerais, a repetição de palavras só é considerada um problema na composição de um texto sob algumas condições, expostas a seguir. a) Quando há proximidade entre os vocábulos repetidos: Oscar tinha um sítio. Um dia Oscar resolveu viajar. b) Quando os vocábulos são rigorosamente os mesmos, sem qualquer expansão ou redução e mesmo sem variação de gênero ou número: O tráfico de animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática ilegal, as autoridades responsáveis montam barreiras nas estradas, para impedir as tentativas de exportar os animais silvestres. c) Quando ocorre em número excessivo: Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce 4 Sempre gostei das viagens de ônibus, mas atualmente considero as viagens de ônibus uma verdadeira provação, pois o que vem caracterizando as viagens de ônibus é uma profusão de ruídos de toda espécie, o que torna as viagens de ônibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro. Ainda assim, em alguns casos especiais (textos publicitários, literários, ditados populares), a repetição não é vista como deficiência, quando há a intenção, por motivo de ênfase ou estilo: Quem bebe cerveja alemã, não bebe outra cerveja; quem bebe cerveja dinamarquesa, bebe qualquer cerveja; quem bebe cerveja inglesa não gosta é de cerveja. T[ambém no caso de o termo repetido estarsendo usado em outro sentido, a repetição não é vista como um problema textual: Quem casa quer casa. De acordo com as palavras de Othon M. Garcia, “se a repetição resultante da pobreza de vocabulário ou de falta de imaginação para variar a estrutura da frase pode ser censurável, a repetição intencional representa um dos recursos mais férteis de que dispõe a linguagem para realçar as ideias: Tudo se encadeia, tudo se prolonga, tudo se continua no mundo (O. Bilac)” As repetições intencionais tornam-se mais enfáticas, quando observam o paralelismo. Os sermões de Padre Antônio Vieira abundam em construções deste tipo: Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante. (“Sermão da quinta-feira” Padre Antônio Vieira) A repetição da estrutura “Se...com...”→ “o...é...” mostra uma cadência, um ritmo que embala as frases. Assim, há exemplo clássico de repetição intencional. Portanto, sem um tom estilístico, sem intencionalidade, a repetição não é bem vista na língua culta. Assim, o autor do texto tem a possibilidade de escolher vários recursos que evitam esta repetição, os quais serão vistos adiante: Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce Matheus Realce 7 por não as ter feito a tempo e por não as ter assaz amadurecidas Gabarito: C 3. (CESPE / TRF 1ª Analista Judiciário Taquígrafo – 2017) Fragmento do texto: A prática empreendedora vem crescendo no Brasil, sobretudo entre a população negra. Atualmente a maioria dos empreendedores negros são mulheres que abriram seus negócios por oportunidade, contrariando a crença geral de que as pessoas das camadas com menor poder aquisitivo procuram abrir seus negócios mais por necessidade ou devido ao desemprego. A palavra “oportunidade” (linha 3) retoma a expressão “prática empreendedora” (linha 1). Comentário: A palavra “oportunidade” não é sinônimo de “prática empreendedora” neste contexto e não a retoma. Uma forma simples de observar isso é entender que, pelo contexto, a prática empreendedora pode se dar de três formas: por oportunidade (linha 3), por necessidade (linha 4) ou por desemprego (linha 5). Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 4. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. A substituição da palavra “alegou” por argumentou prejudicaria o sentido original do texto. Comentário: O verbo “alegar” tem o mesmo sentido de “argumentar”. Por isso, pode haver a troca preservando-se o sentido original do texto. Como a questão afirmou que a substituição prejudicaria o sentido original do texto, está errada. Gabarito: E 5. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de matrizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão. Altera-se totalmente a informação original do período ao se substituir a palavra “Corroborando” (linha 1) por Confirmando. Comentário: O verbo “Corroborando” tem o mesmo sentido de “Confirmando”. Por isso, pode haver a troca preservando-se o sentido original do texto. Como a questão afirmou que a substituição alteraria totalmente a informação original do período, está errada. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 8 6. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”, que consiste na conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Prejudicam-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir “ilícita” (linha 6) por ilegal. Comentário: Sabemos que uma vantagem ilícita é o mesmo que uma vantagem ilegal. Assim, a substituição pode ocorrer sem qualquer prejuízo do sentido ou gramatical. Como a questão afirmou o contrário, está errada. Gabarito: E 7. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”, que consiste na conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. A palavra “adulterar” (linha 4) está sendo empregada com o sentido de alterar prejudicando. Comentário: A palavra “adulterar” tem um tom pejorativo, pois se altera algo com fins danosos. Isso é reforçado no contexto, tendo em vista que se afirma que há finalidade de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ... ou instalar vulnerabilidades. Tudo isso reforça a ideia de que a ação de adulterar causa prejuízo. Portanto, a afirmativa está correta. Gabarito: C 8. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Empregados no texto, os adjetivos “platônico” (linha 3) e “maquiavélicas” (linha 3) são dois exemplos de “adjetivos conhecidos de todos” (linha 2). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 9 Comentário: Há uma cadeia coesiva no fragmento deste texto, em que a expressão “dois filósofos” é colocada no início do texto, sem uma especificação ou denominação de quem se está falando, para criar no leitor uma expectativa de buscar essa identificação ao longo do texto. Em seguida, essa expressão é retomada por “seus nomes”, pelo pronome “quem”, até a denominação dos substantivos “Platão e Maquiavel”. A expressão “adjetivos conhecidos de todos” também cria esta expectativa, pois logo na sequência ainda não foram especificados esses adjetivos. Os adjetivos se encontram no outro período: “platônico” e “maquiavélicas”. Assim, a questão está correta. Gabarito: C 9. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: As grandes atividades arquetípicas da sociedade humana são, desde o início, inteiramente marcadas pelo jogo. Como, por exemplo, no caso da linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim de poder comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem que lhe permite distinguir as coisas, defini-las e constatá-las, em resumo, designá-las e com essa designação elevá- las ao domínio do espírito. Na criação da fala e da linguagem, brincando com essa maravilhosafaculdade de designar, é como se o espírito estivesse constantemente saltando entre a matéria e as coisas pensadas. Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda metáfora é jogo de palavras. As expressões “primeiro e supremo instrumento” (linhas 2 e 3), “maravilhosa faculdade de designar” (linhas 5 e 6) e “toda expressão abstrata” (linha 7) referem-se à linguagem. Comentário: A expressão “esse primeiro e supremo instrumento” é o aposto explicativo, o qual retoma o substantivo “linguagem” (linha 3). O pronome demonstrativo “essa” é o conectivo que nos permite inferir a retomada do substantivo “linguagem” (linha 5). O termo “toda expressão abstrata” não tem referência direta com a palavra “linguagem”, por meio de algum conectivo, como ocorreu com as expressões anteriores. Porém, percebemos que o texto se refere à linguagem. O trecho “Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda metáfora é jogo de palavras.” Afirma que toda metáfora é um jogo de palavras. Ora, o jogo de palavras é expresso pela linguagem. Como foi afirmado que “Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora”, obrigatoriamente há referência à linguagem por meio do termo “toda expressão abstrata”. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 10 10. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Além de apresentarem certa precocidade na aquisição do hábito de ingerir álcool, os adolescentes paulistas bebem frequentemente, exageram nas doses e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse o vocábulo “frequentemente” (linha 2) por diuturnamente. Comentário: O advérbio de modo “frequentemente” tem o sentido de ação repetida, continuada, habitual. Já o advérbio “diuturnamente” significa longa duração, muito tempo. Assim, a substituição não preserva o mesmo sentido. Gabarito: E 11. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Além disso, como o processo de amadurecimento do cérebro só se completa duas décadas depois do nascimento, o consumo precoce de álcool pode comprometer seriamente o desenvolvimento desse órgão vital, ao aumentar a probabilidade de aparecimento de problemas cognitivos, como falta de concentração, e de alterações de humor, como depressão e ansiedade. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse o termo “como” (linha 1) pela expressão já que. Comentário: Veja que a conjunção “como” é adverbial causal e inicia a oração subordinada adverbial causal “como o processo de amadurecimento do cérebro só se completa duas décadas depois do nascimento”. Por isso, pode ser substituída pela locução conjuntiva adverbial causal “já que”. Gabarito: C 12. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: O governo do estado de São Paulo lançou um programa que fechará o cerco ao consumo de álcool por crianças e adolescentes. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse a expressão “fechará o cerco” (linha 1) pela forma verbal coibirá. Comentário: O verbo “coibir” significa a tentativa de impedimento de realização de algo, repressão a algo, refreamento de algo. Este sentido é o mesmo da expressão “fechar o cerco”. Assim, semanticamente, a substituição estaria correta, mas sintaticamente há um problema: o verbo “coibirá” é transitivo direto e não admite a preposição “a”, a qual deve ser retirada: “...coibirá o consumo de álcool...” Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 11 13. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no nível pessoal como no profissional. Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (linha 3) fosse reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho. Comentário: A expressão “a nível de” é viciosa. O substantivo “nível” não possui o valor de “relativo a”, “a respeito de”, como vulgarmente é utilizado (Falei a nível de problema social). Os valores corretamente empregados da palavra “nível” são: • Elevação relativa de uma linha ou de um plano horizontal: O nível das águas subiu. • Padrão, qualidade, gabarito: bairro residencial de alto nível. • Altura relativa numa escala de valores (plano): nível econômico; nível de disciplina. No contexto, o substantivo “nível” está sendo usado com o sentido número 3, visto anteriormente. Assim, um substantivo sinônimo que pode ser utilizado é “plano”: “tanto no plano pessoal como no profissional” Gabarito: E 1.2.2 Hipônimos e hiperônimos A palavra que apresenta um significado mais abrangente é chamada de hiperônimo. O prefixo “hiper” dá a noção de generalização. Já a palavra que especifica o sentido é chamada de hipônimo. O prefixo “hipo” transmite o valor de especificação. Assim: cores (sentido mais geral) é hiperônimo de azul (sentido mais específico). frutas (sentido mais geral) é hiperônimo de abacaxi (sentido mais específico). trânsito (sentido mais geral) é hiperônimo de rodovia (sentido mais específico). Por associação, hipônimos são palavras que se relacionam pelo sentido dentro de um conjunto, ligando-se por afinidade. laranja (sentido mais específico) é hipônimo de fruta (sentido mais geral). preto (sentido mais específico) é hipônimo de cor (sentido mais geral). couve (sentido mais específico) é hipônimo de verdura (sentido mais geral). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br Matheus Realce 13 que o vetor estava presente em um município quando continuava presente nos imóveis após a realização das medidas de controle que vinham associadas à delimitação de foco. Logo após a detecção de focos positivos do mosquito em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a aplicação de controle, as quais não foram suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano) apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e, em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8. Apesar de não se descartar a hipótese de que o aumento progressivo das incidências da dengue no município já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos múltiplos sorotipos do vírus da dengue. De modo geral, a persistência e a intensidade da dengue em São José do Rio Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação com o patógeno. Os vocábulos “mosquito” (linha 10) e “patógeno” (linha 22) têm o mesmo referente no texto: “Aedes aegypti” (linhas 4 e 7). Comentário: A afirmação está errada, pois “mosquito” refere-se a “Aedes aegypti”; porém “patógeno” refere-se ao “vírus da dengue”, linha 21. Mesmo não havendo um conhecimento da Biologia e da área de saúde em relação ao sentido da palavra “patógeno” (organismo capaz de causar doençaem um hospedeiro, como vírus e bactérias), percebemos pelo contexto um distanciamento bem grande da palavra “patógeno” do substantivo “mosquito”. Assim, já temos um sinal de que os referentes são distintos. Gabarito: E 16. (CESPE / TRF 1ª Analista Judiciário Taquígrafo – 2017) Fragmento do texto: O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. Os termos “gaveta de meias”, “lancheira do filho” e “boteco da esquina”, nas linhas 1 e 2, são hipônimos que exemplificam aquilo que o autor denomina de “detalhe” (linha 6) ao final do texto. Comentário: Primeiro é interessante entendermos o contexto. O autor começa falando que o cronista é um pedestre, tendo em vista que este não se atém a estudos aprofundados, mas à vida cotidiana, a coisas simples do dia a dia. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 14 Assim, entendemos que “a gaveta de meias”, “a lancheira do filho”, “o boteco da esquina” são exemplos dessas coisas simples, do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. Dessa forma, as expressões “a gaveta de meias”, “a lancheira do filho”, “o boteco da esquina” são hipônimos, os quais exemplificam o hiperônimo “detalhe”. Portanto, a afirmação está correta. Gabarito: C 17. (CESPE / TRF 1ª Analista Judiciário Taquígrafo – 2017) Fragmento do texto: O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. O sentido da frase “O cronista é um pedestre” (linha 1) seria preservado caso se substituísse a palavra “cronista” por escritor. Comentário: Note que “cronista” é um hipônimo de “escritor” (termo mais abrangente, hiperônimo). Assim, uma simples troca de “cronista”, o qual tem o sentido mais específico, por “escritor” mudaria consideravelmente o sentido. Numa relação coesiva, até se poderia trocar, por exemplo, “cronista” (linha 8) pela expressão “esse escritor”, pois a característica principal do cronista ainda se manteria preservada contextualmente, tendo em vista o emprego do pronome demonstrativo “esse”. Porém, a simples troca de um pelo outro realmente muda o sentido no texto e a afirmação está errada. Gabarito: E 18. (CESPE / Tribunal de Justiça – RJ nível superior – 2008) Fragmento do texto: A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. O termo “elementos” funciona como hiperônimo de “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Comentário: Note que “elementos” é o predicativo do sujeito, isto é, caracteriza esse sujeito composto. Naturalmente o vocábulo “elementos” deve ser abrangente para abarcar as ideias específicas de cada núcleo desse termo enumerado, por isso “elementos” é hiperônimo (sentido geral) de seus hipônimos (sentido específico) “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 15 Gabarito: C 19. (CESPE / Tribunal de Justiça - RJ nível superior – 2008) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia) Comentários Na realidade, “crime” (mais específico) é um termo incluso em “delitos” (mais abrangente), por isso a relação deveria ser contrária: (hiponímia/hiperonímia) Gabarito: E 3 – Pronomes Os pronomes são elementos de coesão por princípio, pois retomam ou projetam elementos no texto. Veja: Ana Clara realizou uma prova ontem. Ela não havia levado seu material de estudo, então pediu a um amigo que morava perto de sua casa que o trouxesse à faculdade, pois todo o resumo se encontrava nele. Perceba que o pronome pessoal “Ela” retomou “Ana Clara”. O pronome possessivo “seu”, além de fazer subentender a preposição “de”, retoma “Ela” (=material dela). O pronome relativo “que” se refere ao vocábulo “amigo” (amigo morava...). O pronome “sua” novamente retoma “Ela” (casa dela). Os pronomes “o” e “nele” fazem referência à expressão “material de estudo”. Com isso, podemos perceber o papel crucial dos pronomes na retomada de palavras. Essa referência ao que foi dito anteriormente é chamada de recurso anafórico ─ recurso muito utilizado. Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para depois inserir o elemento. Veja: Ana já soube de sua nota: cinco. A nota de Ana foi esta: cinco. Preciso de algo: descanso. Chamamos isso de recurso catafórico. Não temos que decorar os nomes, mas saber identificar a quem o nome se refere, quem ele retoma e quem ele projeta. Para tal, basta lermos com calma o texto e confirmarmos os dados nele. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 17 planejamento para o futuro e imaginação. Você realmente esperava processar todos os estímulos a cada momento e ainda formar registros duradouros de todos eles? O que faz com que a memória se torne seletiva não é o mundo atual, informatizado, rápido e denso em informações. Ela o é por definição, já que sua porta de entrada é um funil poderoso: a atenção, que concentra todo o poder operacional do cérebro sobre uma coisa só, aquela que for julgada a mais importante no momento. No texto, o termo “o” — em “Ela o é por definição” (linha 8) — remete ao elemento A “O que faz com que a memória se torne seletiva” (linha 7). B “o mundo atual” (linha 7). C “a memória” (linha 7). D “seletiva” (linha 7). E “um funil poderoso” (linha 8). Comentário: Entendemos da expressão “Ela o é por definição” que a memória é seletiva por definição. Assim, a alternativa (D) é a correta. Gabarito: D 22. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é contra a tendência dos seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural conversar, aceitando ou recusando uma bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou em qualquer outra fantochada do gênero. Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso seu último período passasse a figurar como seu quarto período. Comentário: A afirmação está correta e pede apenas para trocarmos de posição os dois últimos períodos, como deixo explícito a seguir. Mas, antesde lermos essa reescrita, vejamos que, no trecho original, é apresentada uma negação: nenhum homem achará natural conversar em Volapuque etc. Em seguida, coloca-se uma afirmativa: Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. No último período, há uma justificativa, um esclarecimento: O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. Assim, tal esclarecimento pode ser inserido imediatamente antes da frase afirmativa, pois isso já reforça a negação anterior, além de enfatizar a afirmação posterior. Confirme: Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 18 A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é contra a tendência dos seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural conversar, aceitando ou recusando uma bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou em qualquer outra fantochada do gênero. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. Gabarito: C 23. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento do texto: Entramos na liça ao nascer; dela saímos ao morrer. De que vale aprender a conduzir melhor seu carro quando se está no fim do percurso? Só resta pensar então em como abandoná-lo. O estudo de um Velho, se ainda lhe resta a fazer, é unicamente o de aprender a morrer e é precisamente o que menos se faz na minha idade, pensa-se em tudo, menos nisso. Todos os velhos dão mais apreço à vida do que as crianças e a deixam com maior má vontade do que os jovens. Na linha 5, a inserção de sua diante de “vida” manteria a coesão e a coerência do texto, assim como sua correção gramatical. Comentário: Na oração “Todos os velhos dão mais apreço à vida do que as crianças”, entende-se que o substantivo “vida” se refere à vida dos velhos. Assim, a inserção do pronome possessivo “sua” mantém a correção gramatical, a coesão e a coerência. Gabarito: C 24. (CESPE / STM Analista Judiciário – 2018) Fragmento do texto: Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você acha. O vocábulo “os” (linha 4) remete a “sinônimos” (linha 3). Comentário: Pelo contexto entendemos que realmente “os” retoma “sinônimos”. Mas, se você ficou em dúvida, a estrutura morfossintática também nos ajuda neste caso. Perceba que o pronome possessivo “seus” em “seus sinônimos” faz a seguinte relação de posse: sinônimos dos conceitos. O pronome “seus” é o adjunto adnominal e “sinônimos” é o núcleo. O mesmo ocorre na expressão com relação de posse “os do resto das palavras”. O pronome “os” retoma o mesmo núcleo anterior: sinônimos. Além disso, note que “os” também é núcleo e agora é o termo preposicionado “do resto das palavras” que é o adjunto adnominal. Confirme: Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 19 Todos esses conceitos têm os seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você acha. Todos esses conceitos têm os seus sinônimos (sinônimos dos conceitos), veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os (sinônimos) do resto das palavras você acha. Gabarito: C 25. (CESPE / STM Analista Judiciário – 2018) Fragmento do texto: Narração é diferente de narrativa, uma vez que mantém algo da ideia de acompanhar os fatos à medida que eles acontecem. A narrativa é uma totalidade de acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar; em mitos, romances, contos, novelas, peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas, desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas, nos videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração, por sua vez, é basicamente aquilo que um narrador enuncia. A autora utiliza o termo “tudo” (linha 3) para se referir a uma ampla quantidade de experiências, objetos e produtos que constituem e(ou) comportam uma sequência articulada de eventos. Comentário: O pronome indefinido “tudo” encontra-se em recurso catafórico, isto é, projeta no segmento enumerado posterior o seu referente. Assim, “tudo” refere-se a “na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar; em mitos, romances, contos, novelas, peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas, desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias”. A afirmação da questão resume tais expressões como ampla quantidade de experiências (“na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas, no Curriculum vitae”), produtos (“na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar”) e objetos (“videogames e jogos de tabuleiro”). Além disso, foi afirmado que tudo isso é uma sequência articulada de eventos, como se afirma no texto com a seguinte expressão: “A narrativa é uma totalidade de acontecimentos encadeados”. Por tudo isso, a afirmação está correta. Gabarito: C 26. (CESPE / ABIN Agente de Inteligência – 2018) Fragmento do texto: Na legislação interna dos países, a espionagem costuma ser juridicamente entendida como a obtenção sub-reptícia e indevida de informação sigilosa do Estado. Esse tipo de conduta é criminalizado pela legislação de cada país. O mesmo se pode dizer do vazamento, que guarda estreita relação com a espionagem e que consiste na divulgação indevida de informações por quem tem o dever legal do sigilo. A espionagem é um dos poucos crimes na legislação brasileira que podem, em tempo de guerra, levar Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 20 à pena de morte, seja o condenado nacional ou estrangeiro, civil ou militar, além de, em tempo de paz, sujeitar o militar que a pratique à indignidade para o oficialato. Na construção das cadeias referenciais do texto, os termos “Esse tipo de conduta” (linha 2) e “a” (linha 7) constituem diferentes formas de evocar o mesmo conteúdo semântico: o do referente “a espionagem” (linha 1). Comentário: Uma leitura atenta nos mostra que os termos “Esse tipo de conduta” e “a” referem-se a “espionagem”. Porém, devemos notar que a questão fez referência apenas ao vocábulo “espionagem” da linha 1. Note que o pronome “a” faz referência ao substantivo “espionagem” que se encontra na linha 5. Assim, a afirmação está errada. Esta foi uma questão que pegou até mesmo a banca. Ela mesma havia colocado o gabarito como correto, pois não havia se dado conta de que o comando da questão havia restringido apenas ao vocábulo “espionagem” da linha 1. Assim, após muitos recursos, a banca mudou o gabarito para errado e colocou a seguinte justificativa: Embora seja correto afirmar que, na construção das cadeias referenciais do texto, o termo “Esse tipo de conduta” é uma expressão usada no texto para fazer referência anafórica ao termo “a espionagem” da linha 1, afirmar o mesmo do pronome “a” é incorreto, uma vez que essa forma linguística faz referência ao termo “a espionagem” que aparece na linha 6. Gabarito: E 27. (CESPE / EBSERH Administrativo – 2018) Fragmentodo texto: Um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia acrescentou mais itens ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar os riscos de doenças como o diabetes do tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória. O potencial danoso do açúcar pode ter origem no fato de que ele é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. No segundo parágrafo do texto, o nome “açúcar” (linha 4) é retomado por meio do pronome “ele” (linha 4) e da expressão “desse alimento” (linha 5). Comentário: Uma leitura atenta nos mostra que o substantivo “açúcar” realmente foi retomado por “ele” e “desse alimento”. Assim, a afirmação está correta. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 21 28. (CESPE / TRE TO Técnico Judiciário – 2017) Fragmento do texto: Os fósseis da floresta foram preservados graças à presença de sílica no ambiente, que se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização celular. A infiltração e a impregnação de sílica nas células e nos espaços intercelulares formaram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem do agente da permineralização silicosa ainda permanece obscura. No texto, o pronome “os” (linha 4) remete a a) “células” (linha 3) e “espaços” (linha 3). b) “os tecidos das plantas” (linha 4). c) “tecidos” (linha 4) e “plantas” (linha 4). d) “Os fósseis da floresta” (linha 1). e) “seus formatos” (linha 2). Comentário: O pronome “os”, contextualmente, retoma a expressão plural e masculina imediatamente anterior, que é “os tecidos das plantas”. Assim, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B 29. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O elemento “ele” (linha 7) refere-se a “prefeito” (linha 7). Comentário: O texto fala do escritor Graciliano Ramos na fase em que foi político. No texto notamos várias palavras que se referem a ele, como a locução verbal “ter incorporado” (linha 1), cujo sujeito “Graciliano Ramos” está subentendido; os pronomes “seus” (linha 1), “seu” (linha 5) e “ele” (linha 8). Assim, o pronome “ele” não se refere a “prefeito”, mas a “Graciliano Ramos” e a afirmação está errada. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 22 30. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. O referente da forma pronominal “eles” (linha 2) é o termo “cargos” (linha 1). Comentário: Notamos no contexto que os conceitos como os da transparência e da impessoalidade é que foram consolidados na Constituição Federal de 1988, não os cargos. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 31. (CESPE / TRT 7ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Na mídia em geral, nos discursos políticos, em mensagens publicitárias, na fala de diferentes atores sociais, enfim, nos diversos contextos em que a comunicação se faz presente, deparamo- nos repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse largo uso, porém, não torna evidente seu significado. Ao contrário, o fato de admitir vários empregos deprecia seu valor conceitual, isto é, sua capacidade de nos fazer compreender certa ordem de eventos. Por que, então, a palavra cidadania é constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco esclarecido? No parágrafo do texto, o referente da forma pronominal “sua” (linha 4) é a) “significado” (linha 3). b) “a palavra cidadania” (linha 3). c) “Esse largo uso” (linha 3). d) “vários empregos” (linha 4). Comentário: Entendemos do texto que o fato de admitir vários empregos da palavra cidadania deprecia seu valor conceitual, ou seja, a capacidade dessa palavra de nos fazer compreender certa ordem de eventos. Assim, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B 32. (CESPE / TCE PE Analista – 2017) Fragmento do texto: Mas a “falha” dos atenienses era a inexistência de direitos humanos. Não havia proteção contra as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais. Estes são os grandes legados das três revoluções modernas — a inglesa, a americana e a francesa: somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 23 As formas pronominais em “ele salvara” (linha 3) e “protegendo-o” (linha 4) remetem ao mesmo referente: “Temístocles” (linha 3). Comentário: O pronome “ele” retoma “Temístocles”, porém o pronome “o”, em “protegendo-o”, retoma “homem” linha 4. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 33. (CESPE / TRE PE Analista – 2017) Fragmento do texto: Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo jurídico com o Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal (Constituição, leis), que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e iguais perante a lei, porém súditos do Estado. No parágrafo do texto, o pronome “lhe” (linha 3) faz referência a a) “Estado” (linha 2). b) “portador de direitos e deveres” (linha 2). c) “nacionalidade” (linha 3). d) “teoria constitucional moderna” (linha 1). e) “cidadão” (linha 1). Comentário: Entendemos do texto que a estrutura legal confere ao cidadão a nacionalidade. Assim, a alternativa (E) é a correta. Gabarito: E 34. (CESPE / TRE PE Analista – 2017) Fragmento do texto: A moralidade, que deve ser uma característica do conjunto de indivíduos da sociedade, deve caracterizar de modo mais intenso ainda aqueles que exercem funções administrativas e de gestão pública ou privada. Com relação a essa ideia, vale destacar que o alcance da moralidade vincula-se a princípios ou normas de conduta, aos padrões de comportamento geralmente reconhecidos, pelos quais são julgados os atos dos membros de determinada coletividade. Disso é possível deduzir que os membros de uma corporação profissional — no caso, funcionários e servidores da administração pública — também devem ser submetidos ao julgamento ético-moral. A administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a regem. É necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente disponíveis ao conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam respeitá-los e vivenciá-los. Nesse contexto, destacam-se osprincípios constitucionais tidos como base da função pública e que, sem dúvida, constituem pilares de sustentabilidade da função gestora. Na linha 9 do texto, a forma pronominal “los”, em “respeitá-los” e “vivenciá-los”, remete a Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 24 a) “todos os cidadãos” (linha 9). b) “princípios constitucionais” (linha 9). c) “estes” (linha 9). d) “os membros de uma corporação profissional” (linhas 5 e 6). e) “funcionários e servidores da administração pública” (linha 6). Comentário: Entendemos do texto que é necessário que princípios constitucionais estejam pública e legalmente disponíveis ao conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam respeitar e vivenciar esses princípios. Assim, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B 35. (CESPE / MPU Analista – 2015) Fragmento do texto: Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. O pronome “eles” (linha 5) faz referência a “ramos diversos” (linha 5). Comentário: Entende-se do trecho que haverá uma disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre os ramos diversos para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. Assim, fica fácil perceber que a afirmativa está correta. Gabarito: C 36. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação. Na linha 2, a expressão “A sua história” refere-se ao antecedente “democracia”. Comentário: Esta questão trabalha o valor anafórico dos pronomes. O pronome possessivo “sua” retoma a expressão “Ministério Público”. Isso é reforçado pelo emprego do pronome pessoal oblíquo átono “o”, o qual se refere à mesma expressão masculina e singular. Assim, entendemos que a história do Ministério Público é marcada por processos que culminaram consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 25 Você poderia ter ficado na dúvida sobre a possibilidade da retomada da expressão “Estado Brasileiro”, haja vista também ser masculina e singular, porém o texto afirma ser uma instituição. Assim, fica patente a referência ao Ministério Público. Gabarito: E 37. (CESPE / MTE Auditor-Fiscal do Trabalho – 2014) “Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas, identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI, ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um desempenhando seu papel de forma adequada. A forma pronominal “lo”, em “fazê-lo” (linha 3), refere-se a “tema” (linha 2), e as formas “as” e “lhes” (linha 8) referem-se a “organizações” (linha 8). Comentário: No período “Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos humanos.”, o pronome “-lo” não se refere a “tema”, mas à ação de “tratar um tema que envolve seus subordinados”. Assim, entendemos do trecho acima que os chefes não têm coragem de tratar um tema que envolve seus subordinados. Já os pronomes “as” e “lhes” realmente fazem referência a “organizações”, pois se entende que gente move as organizações e dá vida a elas. Gabarito: E 38. (CESPE / MTE Agente Administrativo – 2014) Fragmento do texto: Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Na linha 3, a forma pronominal “la”, em “anunciá-la”, refere-se a “polícia”. Comentário: A forma pronominal “la” não se refere ao substantivo “polícia”, mas ao substantivo “carteira”. Assim, entendemos que ele devia anunciar a carteira ou levá-la à polícia. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 26 39. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Na linha 4, o pronome “ele” refere-se a “Platão”, o referente mais próximo. Comentário: O pronome pessoal “ele” também trabalha a coesão referencial anafórica. Assim retoma palavra expressa anteriormente, e não posteriormente, como a questão faz subentender. Assim, o substantivo retomado foi “Maquiavel”, e não “Platão”. Gabarito: E 40. (CESPE / EBC nível superior – 2011) São Paulo, 18 novembro 1925. Carlos, Dá-se isto: ontem me apareceu um dos redatores da Noite do Rio aqui em casa e além de me pedir uma entrevista pra tal propôs o seguinte: a Noite organiza um Mês Modernista. Durante um mês todos os dias o jornal publicará um artiguete de meia coluna assinado por um modernista qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos, o que a gente quiser. Pagam 50$ por artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e Sérgio Milliet em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas. Me mande com absoluta urgência uma linha sobre isto falando que aceitam, pra eu dispor as coisas logo. Estou esperando. Ciao. Mário No texto, a sequência “a Noite organiza um Mês Modernista” não atende à expectativa de leitura criada com “propôs o seguinte:”, pois não informa, com clareza, a proposta de que trata a carta. Comentário: A expressão “propôs o seguinte” transmite ao leitor a expectativa de que em seguida haverá a proposta. A oração “a Noite organiza um Mês Modernista” ambienta o leitor sobre a situação que posteriormente levará à proposta, que é “Durante um mês todos os dias o jornal publicará um artiguete de meia coluna assinado por um modernista qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos,o que a gente quiser. Pagam 50$ por artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e Sérgio Milliet em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas.” Assim, somente aquela primeira oração após os dois-pontos não é clara quanto à proposta, ela apenas ambienta a situação, mas a proposta mesmo ocorre em seguida. Por isso, a questão está certa. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 27 Gabarito: C 41. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Na linha 2, o pronome “quem”, em ambas as ocorrências, equivale a pessoas que. Comentário: A questão associa o nosso conhecimento de coesão referencial, isto é, qual palavra está sendo retomada, ao conhecimento do sentido das palavras. Como a questão apenas informou que os pronomes equivalem, não significa que devemos substituir uma expressão por outra, o que importa é o valor semântico, o sentido em cada ocorrência. A primeira ocorrência do pronome “quem” realmente faz subentender a expressão “pessoas que” e, sintaticamente, deve haver alguns ajustes. Confronte: “...adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe...” “...adjetivos conhecidos de todos, até das pessoas que não sabem...” Já a segunda ocorrência deste pronome não envolve as pessoas de maneira geral, mas restringe a “Platão e Maquiavel”. Este recurso é chamado de catafórico, porque projeta o referente para depois do pronome. Veja: “...não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel.” Gabarito: E 42. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996. O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos — que devem rumar de preferência para oeste ou sudoeste. Algumas cartas demoraram 13 anos para voltar para ele. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 28 A forma pronominal “las”, em “enviá-las” (linha 6), pode fazer referência tanto ao termo “garrafas” (linha 6) quanto ao termo “mensagens” (linha 7). Comentário: A forma pronominal “las" retoma explicitamente o substantivo “mensagens”. Como essas mensagens são enviadas por meio de “garrafas”, contextualmente, “mensagens” e “garrafas” possuem o mesmo sentido na retomada por este pronome. Veja: “Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá- las(as mensagens, as garrafas)...” Gabarito: C 43. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Tanto na linha 2 quanto na linha 3, o pronome “todos” remete ao significado de todas as pessoas. Comentário: Na linha 2, realmente o pronome “todos” tem o sentido de “todas as pessoas”, inclusive pode até haver a substituição de tais vocábulos: “só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos...” “só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todas as pessoas...” Já a ocorrência deste pronome na linha 3 recebeu o verbo “ouvimos”, o qual faz subentender o pronome “nós”. Assim, o autor quis especificar esse universo, inserindo ele mesmo e o leitor na situação de ter ouvido falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Assim, houve mudança de sentido. Prova disso é não podermos mais substituir o pronome “todos” pela expressão “todas as pessoas”, como fizemos no pronome anterior. Gabarito: E 1.3.1 Pronomes demonstrativos Os pronomes demonstrativos devem ser estudados com especial atenção, pois são divididos em anafórico e catafórico, os quais trabalham a coesão referencial, por retomar palavra ou expressão dita anteriormente e referenciar-se a termo posterior, respectivamente. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 31 45. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento do texto: Entramos na liça ao nascer; dela saímos ao morrer. De que vale aprender a conduzir melhor seu carro quando se está no fim do percurso? Só resta pensar então em como abandoná-lo. O estudo de um Velho, se ainda lhe resta a fazer, é unicamente o de aprender a morrer e é precisamente o que menos se faz na minha idade, pensa-se em tudo, menos nisso. Todos os velhos dão mais apreço à vida do que as crianças e a deixam com maior má vontade do que os jovens. É que, como todos os seus trabalhos tiveram essa mesma vida por objetivo, veem, no final, que perderam seus esforços. Todos os seus cuidados, todos os seus bens, todos os frutos de suas laboriosas vigílias, tudo deixam quando se vão. Não pensaram em adquirir alguma coisa, durante a vida, que possam levar com a morte. Disse tudo isso a mim mesmo quando era tempo de mo dizer, e, se não soube tirar melhor partido de minhas reflexões, não foi por não as ter feito a tempo e por não as ter bem amadurecido. A inserção de tais coisas após o infinitivo “dizer” (linha 8) daria ênfase aos sentidos do texto e melhoraria sua coesão, sem prejuízo da correção gramatical. Comentário: Para resolver essa questão, devemos observar os complementos do verbo “dizer”. A questão pede que insiramos um possível objeto direto (“tais coisas”) ao verbo “dizer”. Mas devemos notar que o verbo “dizer” é transitivo direto e indireto e o vocábulo “mo” é a contração do objeto direto “o” com o objeto indireto “me” (me+o=mo). Assim, já há objeto direto “o”, o qual retoma “tudo isso”. Por isso, não cabe a inserção de “tais coisas” e a afirmação está errada. Gabarito: E 46. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento do texto: Um elemento parece caracterizar a gestão pública brasileira contemporânea: a adoção de conceitos, discursos e práticas gerenciais típicas do mundo corporativo. Criatividade, postura empreendedora, inovação gerencial, gestão por resultados, contratos de gestão, gestão por competências são alguns dos termos e expressões que, paulatinamente, incorporam-se ao vocabulário cotidiano das diversas instâncias da gestão pública nacional. Influenciadas pela disseminação de concepções neoliberais, calcadas nas noções de Estado mínimo e gestão por resultados, as instituições públicas cada vez mais aparentam aderir à lógica de mercado, concebendo o cidadão como cliente e adotando novas políticas e práticas de gestão, conforme disseminadas na esfera privada. No Brasil, tal fenômeno ganhou espaço a partir do processo de redemocratização, nos anos 80 doséculo XX, alimentado pela difusão de discursos que enfatizam uma ampla crise da administração pública, cujo equacionamento demandaria novos paradigmas de gestão, capazes de superar as estruturas centralizadas, as hierarquias formais e os sistemas de controle tayloristas prevalentes. A expressão “tal fenômeno” (linha 10) remete à ideia de adesão do mundo corporativo ao conceito de Estado mínimo e à gestão por resultados. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 32 Comentário: A expressão “tal fenômeno” refere-se à informação de que as instituições públicas aparentam aderir à lógica de mercado, concebendo o cidadão como cliente e adotando novas políticas e práticas de gestão. A afirmação da questão errada, pois não é o mundo corporativo que está aderindo o conceito de Estado mínimo e a gestão de resultados, mas as instituições públicas. Gabarito: E 47. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O elemento “disso” (linha 2) retoma “foco no resultado com responsabilidade fiscal” (linha 2). Comentário: Podemos entender do contexto que o fato de construir estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado é realmente um exemplo de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Assim, realmente o pronome “disso” retoma “foco no resultado com responsabilidade fiscal” e a afirmativa está correta. Gabarito: C 48. (CESPE / TRF 1ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: A pergunta a respeito da exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia não comporta uma resposta genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo. Na verdade, o campo de atuação profissional do advogado é bastante amplo e compreende tanto trabalhos usuais, corriqueiros, de pequena complexidade técnica, quanto situações de extrema dificuldade, verdadeiramente polêmicas e de enorme repercussão prática, de ordem tanto econômica quanto propriamente jurídica. O estudo desse problema exige muita ponderação, repudiando-se, de uma vez, soluções simplistas e extremadas. Nem se pode dizer que toda contratação direta de advogado pelo poder público é lícita, dado o caráter fundamentalmente intelectual e pessoal do trabalho advocatício, nem se pode afirmar que toda e qualquer contratação de advogado deve ser precedida de licitação, em face do princípio da isonomia. No início do segundo parágrafo, o termo “problema” faz referência à “exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia” (linhas 1 e 2). Comentário: O primeiro parágrafo apresenta um tema (“exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia”) e afirma que isso não comporta uma resposta genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 33 Assim, há uma situação duvidosa, questionadora e podemos notar como um problema que exige muita ponderação, repudiando-se soluções simplistas e extremadas. Assim, o pronome demonstrativo “desse” precede o substantivo “problema”, o qual realmente retoma “exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia”. Portanto, a afirmação está correta. Gabarito: C 49. (CESPE / TRT 7ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O velocista jamaicano Usain Bolt, considerado o homem mais rápido do mundo, declarou certa vez que queria se tornar jogador de futebol do Manchester United. (...) Bolt jogaria de ala e aproveitaria para imprimir velocidade ao jogo, segundo afirmou. Dá pra imaginar o corredor levando nove segundos e meio para sair da pequena área, sem sombra de impedimento, e chegar saltitante ao gol rival, antes que os locutores tenham tempo de informar as horas. Isso me leva a uma boa ideia para os próximos jogos olímpicos: no evento de abertura, as delegações desfilariam e confraternizariam; no dia seguinte, haveria um eletrizante sorteio. Neste, descobriríamos que o time de vôlei iria representar o Brasil na canoagem e que a equipe de pentatlo moderno havia sido escalada para jogar handebol. No texto, o pronome este, na contração “Neste” (linha 7), refere-se a a) “dia seguinte” (linhas 7). b) “um eletrizante sorteio” (linha 7). c) “o time de vôlei” (linhas 8). d) “evento de abertura” (linha 6). Comentário: O pronome demonstrativo em “Neste” retoma a expressão imediatamente anterior: “um eletrizante sorteio”. Assim, entendemos que no sorteio descobriríamos que o time de vôlei iria representar o Brasil na canoagem e que a equipe de pentatlo moderno havia sido escalada para jogar handebol. Portanto, a alternativa correta é a (B). Gabarito: B 50. (CESPE / TRT 7ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O velocista jamaicano Usain Bolt, considerado o homem mais rápido do mundo, declarou certa vez que queria se tornar jogador de futebol do Manchester United. (...) Bolt jogaria de ala e aproveitaria para imprimir velocidade ao jogo, segundo afirmou. Dá pra imaginar o corredor levando nove segundos e meio para sair da pequena área, sem sombra de impedimento, e chegar saltitante ao gol rival, antes que os locutores tenham tempo de informar as horas. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 34 Isso me leva a uma boa ideia para os próximos jogos olímpicos: no evento de abertura, as delegações desfilariam e confraternizariam; no dia seguinte, haveria um eletrizante sorteio. Neste, descobriríamos que o time de vôlei iria representar o Brasil na canoagem e que a equipe de pentatlo moderno havia sido escalada para jogar handebol. No texto, o vocábulo “Isso” (linha 6) remete à a) velocidade característica de Bolt, que poderia ser mais bem aproveitada no futebol. b) vontade de trocar de esporte manifestada por diversos atletas olímpicos. c) cena hipotética imaginada na qual Usain Bolt atua como jogador de futebol. d) intenção de Bolt de deixar as pistas de atletismo para se dedicar ao futebol. Comentário: O pronome “Isso” retoma o último período do parágrafo anterior: “Dá pra imaginar o corredor levando nove segundos e meio para sair da pequena área, sem sombra de impedimento, e chegar saltitante ao gol rival, antes que os locutores tenham tempo de informar as horas.” A expressão “Dá pra imaginar” traduz um valor hipotético e as informações desse período nos remete à cena de Usain Bolt atuando como jogador de futebol. Assim, a alternativa (C) é a correta. Gabarito: C 51. (CESPE / MTE Auditor-Fiscal do Trabalho – 2014) Fragmento do texto: Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. O vocábulo “aquela” (linha 1) refere-se à expressão “nova classe média brasileira” (linha 1). Comentário: O travessão sinaliza que o pronome “aquela” é o aposto explicativo, o qual especifica a expressão anterior “nova classe média brasileira”. Assim, entendemos que a nova classe média brasileira, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Dessa forma, a afirmação está correta.Gabarito: C 52. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho, somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos, não deixa margem para muitas dúvidas. No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos” (linhas 1 e 2), o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 35 Comentário: Veja que o pronome demonstrativo “os” está flexionado no plural e masculino por retomar o substantivo “estudos”. Assim, pode ser substituído pelo pronome demonstrativo “aqueles”. Como a palavra “aos” possui preposição por ser exigida pelo vocábulo “somado” e o pronome “aqueles” é iniciado pela vogal “a”, ocorre a crase: àqueles. Confronte: “Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho, somado aos que vinham sendo realizados...” “Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho, somado àqueles que vinham sendo realizados...” Gabarito: C 53. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Quando se fala em sistema público de comunicação, pensa-se justamente em um conjunto de mídias públicas (nos diversos suportes, como rádio, televisão, Internet etc.) que operam de modo integrado e sistêmico, tendo como horizonte o interesse dos cidadãos. Para o professor Laurindo Leal Filho, da Universidade de São Paulo, um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil, esse não é um conceito fechado. O pronome “esse” (linha 4) refere-se ao conceito de sistema público de comunicação explicitado anteriormente. Comentário: O pronome “esse” é o sujeito da última oração, e o predicativo é “um conceito fechado”. Sabendo-se que o predicativo é o termo que caracteriza o sujeito, entendemos que o pronome “esse” tem relação com um conceito anteriormente veiculado no texto: “sistema público de comunicação (...) um conjunto de mídias públicas (nos diversos suportes, como rádio, televisão, Internet etc.) que operam de modo integrado e sistêmico, tendo como horizonte o interesse dos cidadãos”. Assim, a questão está correta. Gabarito: C 54. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Segundo pesquisa realizada no ano de 2006 em sete países (França, Coreia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos da América e Japão) pelo Broadcasting Culture Research Institute — NHK, 4 em cada 5 cidadãos consideram necessário existir um sistema público de comunicação. Em países como Alemanha, Japão e Reino Unido — onde há cobrança de imposto específico que financia mídias públicas —, 60% dos entrevistados consideraram importante pagar esse tipo de tributo para sustentar tais corporações. A expressão “tais corporações” (linha 6) retoma o antecedente “Broadcasting Culture Research Institute — NHK” (linha 3). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 36 Comentário: A “Broadcasting Culture Research Institute — NHK” é a empresa que realizou a pesquisa no ano de 2006. Note que o termo “tais corporações” possui o pronome demonstrativo “tais”, o qual ajuda na referência a “mídias públicas”. Assim, a questão está errada. Gabarito: E 55. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996. Na expressão “que o diga” (linha 2), o termo “o” refere-se à ideia expressa no período anterior. Comentário: A experiência do canadense Harold Hackett fez com que ele confirmasse que “algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado”. Assim, realmente o pronome demonstrativo “o”, em “que o diga”, retoma a informação do período anterior. Gabarito: C 56. (CESPE / Polícia Civil CE Inspetor – 2012) Fragmento de texto: Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada pelas redes transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da cultura pós-moderna. Alguns pós-modernistas levam mais longe a argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a racionalidade da civilização moderna, entre cujos esteios principais se insere a noção segura e unidimensional de soberania política absoluta, inserida no conceito de Estado nacional. Na linha 3, “isso” refere-se ao fato de alguns dizerem que a soberania dos Estados nacionais, desde 1945, foi suplantada por redes transnacionais de poder. Comentário: Primeiramente, devemos observar que os trechos “velhice do Estado nacional” e “soberania foi ultrapassada”, contextualmente, são sinônimos, pois “velhice do Estado Nacional” tem o sentido de fim dos tempos, aquilo que está ultrapassado. O pronome demonstrativo “isso” é o sujeito na oração “põe em risco a certeza e a racionalidade da civilização moderna”. O que põe em risco não é o fato de alguns afirmarem que a soberania do Estado Nacional tenha sido ultrapassada, mas simplesmente que ela está velha, ultrapassada. Assim, o pronome demonstrativo “isso”, na realidade, retoma a expressão “chegamos à velhice do Estado nacional” ou “sua soberania foi ultrapassada pelas redes transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da cultura pós-moderna”. Veja o esquema: “Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada pelas redes transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da cultura Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 37 pós-moderna. Alguns pós-modernistas levam mais longe a argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a racionalidade da civilização moderna, entre cujos esteios principais se insere a noção segura e unidimensional de soberania política absoluta, inserida no conceito de Estado nacional.” Gabarito: E 57. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Segundo pesquisa realizada no ano de 2006 em sete países (França, Coreia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos da América e Japão) pelo Broadcasting Culture Research Institute — NHK, 4 em cada 5 cidadãos consideram necessário existir um sistema público de comunicação. Em países como Alemanha, Japão e Reino Unido — onde há cobrança de imposto específico que financia mídias públicas —, 60% dos entrevistados consideraram importante pagar esse tipo de tributo para sustentar tais corporações. A expressão “esse tipo de tributo” (linha 5) refere-se ao antecedente “imposto específico que financia mídias públicas” (linhas 4 e 5). Comentário: Como “imposto” (palavra de sentido específico) é um tipo de “tributo” (palavra de sentido mais abrangente), fica fácil entender pelo contexto que “esse tipo de tributo” se refere a “imposto específico que financia mídias públicas” Gabarito: C 1.3.2. Coesão referencial com o pronome relativo “que” Este pronome inicia uma oração subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior. Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. Perceba que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “instituição”. Assim, quando lemos “que”, entendemos “instituição” e então teríamos: “a instituição cuida de crianças carentes”. Veja: Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. Conversei com o fundador da instituição. A instituição cuida de crianças carentes. É fácil achar o pronome relativo: basta substituí-lopelos também pronomes relativos “o qual, a qual, os quais, as quais”. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 39 Ao fim desse termo, a oração subordinada adjetiva “que correspondesse à satisfação das necessidades próprias da vida” caracteriza, delimita o sentido do termo “tarefa material”, que é um dos elementos do trabalho. Note que o papel do pronome relativo “que” é essencial para entendermos essa relação de coesão e coerência. Assim, por eliminação, entendemos que a alternativa (E) é a correta. Gabarito: E 59. (CESPE / TRE BA Analista – 2017) Fragmento do texto: Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população na gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática, sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os limites da democracia puramente representativa. No texto, o termo “que”, empregado na linha 5, remete a a) “prática” (linha 5). b) “nível” (linha 5). c) “poder local” (linha 5). d) “discussão” (linha 4). e) “orçamento” (linha 5). Comentário: Entendemos do texto que a “discussão democrática do orçamento” (não só a discussão, não só orçamento) tem sido uma prática que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os limites da democracia puramente representativa. Assim, o substantivo “prática” foi retomado pelo pronome relativo “que”. Note que “prática” resume toda a expressão “discussão democrática do orçamento”. Assim, a alternativa (A) é a correta. Gabarito: A 60. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: O mundo em que nos encontramos hoje, no entanto, não se parece muito com o que eles previram. Em “não se parece muito com o que eles previram”, o pronome “que” tem como antecedente o pronome “o”, que se refere a “mundo”. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 42 Gabarito: E 64. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Sr. Y (sem revisão do orador) — Boa tarde a todos. Primeiramente, dizemos aos presentes que, em todo o mundo, está sendo celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em 1948, foi aprovada e proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o mais forte grito da humanidade contra a intolerância, a discriminação e o preconceito. De lá para cá, muita coisa avançou. O Brasil tornou-se país signatário de todos os tratados e convenções dos direitos humanos. E, nesse avanço, há quinze anos surgiu o Conselho Estadual de Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, um “adolescente” que teve papel extremamente importante, no Espírito Santo, em todas as lutas, estando sempre ao lado dos humilhados e dos ofendidos. Na expressão “De lá para cá” (linha 4), os advérbios “lá” e “cá” fazem referência, respectivamente, ao ano de 1948 e ao momento atual, à época em que o orador está proferindo seu discurso. Comentário: Esta questão trabalha a coesão referencial com base nos advérbios “lá” e “cá”. A preposição “De” transmite o sentido de início, origem. Ela se encontra antes do advérbio “lá”, porque a intenção do autor é delimitar um momento passado, que é o ano de 1948. A preposição “para” transmite o sentido de direção, destino. Ela se encontra no advérbio “cá”, porque a intenção do autor é delimitar o momento atual: o momento em que o orador está proferindo seu discurso. Assim, a questão está certa. Gabarito: C 65. (CESPE / Polícia Civil CE Inspetor – 2012) Fragmento de texto: No coração histórico da sociedade moderna, a Comunidade Europeia (CE) supranacional parece dar especial crédito à tese de que a soberania político-nacional vem fragmentando-se. Ali, tem-se às vezes anunciado a morte efetiva do Estado nacional, embora, para essa visão, uma aposentadoria oportuna talvez fosse a metáfora mais adequada. Na linha 3, “Ali” tem como referente “sociedade moderna” (linha 1). Comentário: Mais uma questão de coesão referencial com advérbio. Note que o advérbio “Ali” retoma, na realidade, a “Comunidade Europeia (CE) supranacional”. Gabarito: E 66. (CESPE / Polícia Civil CE Inspetor – 2012) Fragmento de texto: É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas, que trazem à memória algumas formas mais antigas, como lembra o latim usado por Schmitter. Estas nos obrigam a rever nossas ideias do que devem ser os Estados contemporâneos e suas inter-relações. De fato, nos últimos 25 anos, assistimos a reversões neoliberais e transnacionais de alguns poderes de Estados nacionais. No entanto, Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 44 As pessoas em geral pareciam usar essa frase para descrever um mundo que se lhes afigurava não só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé nem cabeça... Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus fizera o mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos — gente rica e gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que o Velho queria mesmo era um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a frase que encabeça esta divisão do presente volume. Tanto na oração “que suponho de origem gauchesca” (linha 2) quanto na oração “que desejo seja interpretada a frase” (linha 11), há elementos gramaticais elípticos. Comentário: A afirmação está correta, pois conseguimos perceber a omissão de palavras facilmente subentendidas no contexto. Na oração “que suponho de origem gauchesca”, percebemos a omissão da conjunção integrante “que” (para evitar redundância) e do verbo “seja” (como estilo de linguagem). Compare com a omissão e sem a omissão: ...que suponho de origem gauchesca... ...que suponho que seja de origem gauchesca... Na oração “que desejo seja interpretada a frase”, percebemos a omissão da conjunção integrante “que” (para evitar redundância). Compare com a omissão e sem a omissão: ... que desejo seja interpretada a frase... ... que desejo que seja interpretada a frase... Gabarito: C 68. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias modernas. Trata-se de algo tão antigo quanto o próprio surgimento da TV e do rádio. Diversos países sustentam hoje robustas corporações de mídia pública que concentram substancial fatia da audiência e são reconhecidas pela qualidade no conteúdo que produzem e transmitem. Uma das mais antigas em operação é a BBC do Reino Unido, criada nos anos 20 do século passado. A BBC tem servido como modelo para muitas outras experiências que surgiram durante todo o século passado. No trecho “Uma das mais antigas” (linha 6), a elipse da expressão “corporações de mídia pública” funciona como recurso coesivo. Comentário: A expressão “Uma das mais antigas” está flexionada no feminino e com o substantivo no plural, por fazer referência ao termo plural e feminino “corporações de mídia pública”. Esta expressão foi omitida naquela expressão para evitar repetição de vocábulo desnecessariamente. Veja: Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br45 “Uma das mais antigas (corporações de mídia pública) em operação é a BBC do Reino Unido, criada nos anos 20 do século passado.” Gabarito: C 69. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no nível pessoal como no profissional. No final do parágrafo, está implícita a palavra nível antes do termo “profissional”. Comentário: Na expressão “tanto no nível pessoal como no”, o artigo “o”, em contração com a preposição “em” (no), determina o substantivo “nível” na primeira ocorrência (no nível) e faz subentender este substantivo na segunda ocorrência. Veja: “...tanto no nível pessoal como no (nível) profissional”. Assim, a questão está correta. Gabarito: C 70. (CESPE / Instituto Rio Branco Diplomacia – 2011) No estudo da história, tem-se a impressão de que, quanto mais se recua no tempo, mais dura parece ter sido a vida das crianças do passado — e mais privilegiada parece a da garotada de hoje. Quando se pensa em como era a infância séculos atrás, uma das primeiras imagens que vêm à cabeça é a de meninos dando duro em minas ou limpando chaminés. A ideia de que essa fase da vida era simplesmente ignorada e de que as pessoas passavam de bebês a trabalhadores, do dia para a noite, é reforçada por inúmeras pinturas antigas retratando crianças sérias, tristemente vestidas como miniadultos. As fontes de informações medievais, entretanto, quando analisadas de perto, não oferecem evidência alguma de que as pessoas daquela época tivessem, com relação às crianças, atitudes muito diferentes das de hoje — com exceção, talvez, apenas do uso em excesso de castigos físicos, que, de qualquer modo, também eram aplicados em adultos. Apesar de o estilo de vida da época ser muito diferente do nosso, as crianças medievais cresciam, em muitos aspectos, de maneira semelhante à de seus “primos” modernos. Nicholas Orme e Fernanda M. Bem. Pequenos na Idade Média. In: BBC História, ano 1, ed. n.o 4 (com adaptações). Nas sequências “a da” (linha 2), “a de” (linha 3) e “das de” (linha 8), sem núcleo nominal expresso, pode-se depreender que os artigos definidos “a”, “a” e “as”, na ordem das sequências, são portadores de propriedades anafóricas e retomam os seguintes referentes, respectivamente: “vida”, “imagem” e “crianças”. Comentário: Esta é mais uma questão de coesão referencial por meio da elipse, isto é, da omissão de palavra facilmente subentendida; evitando, assim, a repetição desnecessária de palavras. Na linha 2, o artigo “a” faz subentender o substantivo “vida”. Veja: Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 46 “No estudo da história, tem-se a impressão de que, quanto mais se recua no tempo, mais dura parece ter sido a vida das crianças do passado — e mais privilegiada parece a (vida) da garotada de hoje.” Na linha 3, o artigo “a” faz subentender o substantivo “imagem”. Veja: “Quando se pensa em como era a infância séculos atrás, uma das primeiras imagens que vêm à cabeça é a (imagem)de meninos dando duro em minas ou limpando chaminés.” Na linha 8, o artigo “a” faz subentender o substantivo “atitude”, e não o substantivo “crianças”, como havia sido afirmado na questão. Veja: “As fontes de informações medievais, entretanto, quando analisadas de perto, não oferecem evidência alguma de que as pessoas daquela época tivessem, com relação às crianças, atitudes muito diferentes das (atitudes) de hoje...” Por isso, a questão está errada. Gabarito: E 71. (CESPE / EBC nível superior – 2011) Texto 1 São Paulo, 18 novembro 1925. Carlos, Dá-se isto: ontem me apareceu um dos redatores da Noite do Rio aqui em casa e além de me pedir uma entrevista pra tal propôs o seguinte: a Noite organiza um Mês Modernista. Durante um mês todos os dias o jornal publicará um artiguete de meia coluna assinado por um modernista qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos, o que a gente quiser. Pagam 50$ por artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e Sérgio Milliet em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas. Me mande com absoluta urgência uma linha sobre isto falando que aceitam, pra eu dispor as coisas logo. Estou esperando. Ciao. Mário Texto 2 Belo Horizonte, 20 novembro 1925. Mário, Salve. Recebi hoje tua expressa fazendo o amável — e gostoso — convite para escrever umas besteiras na Noite. Aceito. O Martins de Almeida, avisado, também aceitou. Diga para quando é a joça, que estamos prontos. E desde já te agradeço o reclame e os cobres, pois estou certo que foi você que se lembrou do meu nome. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 47 Depois escreverei mais longamente. Um abraço forte do Carlos Lélia Coelho Frota (Org.). Carlos & Mário. Correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade (inédita) e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi Produções Literárias, 2002, p. 159-61 (com adaptações). Para se recuperar o conteúdo do complemento verbal exigido pela forma verbal “Aceito”, no texto 2, é imprescindível a leitura do texto 1. Comentário: A questão cobra novamente a coesão referencial por elipse, pois o verbo “Aceito” é transitivo direto e o objeto direto está subentendido em dado anterior. Veja que a leitura do texto 1 nos ajuda a entender melhor o contexto, mas ele não é imprescindível para entender o complemento do verbo “Aceito”, pois a expressão “tua expressa fazendo o amável — e gostoso — convite para escrever umas besteiras na Noite” já retoma o conteúdo do texto 1. Assim, o complemento do verbo “Aceito” está subentendido no primeiro período do texto 2. Veja: “Recebi hoje tua expressa fazendo o amável — e gostoso — convite para escrever umas besteiras na Noite. Aceito (o convite para escrever umas besteiras na Noite).” Gabarito: E 72. (CESPE / Instituto Rio Branco Diplomacia – 2011) Fragmento de texto: Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver. A elipse em “nem que estará” (linha 1) e o emprego do pronome anafórico “ele” (linha 2) são mecanismos de coesão utilizados para referenciar o substantivo “Oscar” (linha 1). Comentário: Na linha 1, realmente ocorre elipse, pois o verbo “acredita” está subentendido na expressão “nem que estará”: “nem (acredita) que estará”. O sujeito deste verbo elíptico também é elíptico, pois subentende o substantivo “Oscar”. Além deste verbo, “estará” também se refere a “Oscar”. Veja: “Oscar não acredita em Papai do Céu, nem (acredita) que estará um dia construindo brasílias angélicas...” O recurso anafórico é a utilização de uma palavra que retoma outra anterior. Isso realmente ocorreu com o pronome pessoal “ele”. Veja um dado interessante sobre a coesão referencial. O primeiro verbo “acredita” tem como sujeito determinado simples o substantivo “Oscar”. O verbo subentendido “acredita” e o verbo explícito “estará” Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 48 têm como sujeito determinado elíptico o mesmo referente: “Oscar”. O verbo “Põe” tem o sujeito determinado simples “ele”, o qual faz referência ao substantivo “Oscar”.Concluindo, nesta questão temos os exemplos de coesão referencial anafórica por elipse (por omissão) na expressão “nem que estará” e coesão referencial anafórica por substituição na expressão “Põe ele”. Veja: “Oscar não acredita em Papai do Céu, nem (acredita) que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra...” Gabarito: C 6 – Elementos sequenciadores Os elementos sequenciadores ou operadores argumentativos são basicamente as conjunções coordenativas e subordinativas adverbiais, as quais já foram vistas nas aulas de sintaxe do período composto por coordenação e subordinação. Mas, não são apenas as conjunções que são cobradas como operadores argumentativos, outras palavras também fazem a ligação entre orações, frases, parágrafos, com determinado valor semântico. Veja os principais operadores: Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de tudo, antes de mais nada, primeiramente. Tempo: antes, finalmente, enfim, por fim, atualmente, logo após, ao mesmo tempo, enquanto isso, frequentemente, eventualmente. Semelhança/comparação: igualmente, da mesma forma, analogamente, por analogia, de acordo com, sob o mesmo ponto de vista , assim também. Adição, continuação: além disso, outrossim, por outro lado, ainda mais, ademais. Dúvida, hipótese: provavelmente, é provável que, possivelmente, não é certo que, se é que. Certeza/ênfase: decerto, com certeza, sem dúvida, inegavelmente, certamente. Ilustração/esclarecimento: por exemplo, em outras palavras, a saber, quer dizer, isto é, ou seja. Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, com a finalidade de, a fim de, para que, intencionalmente. Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, em conclusão, em resumo, enfim, portanto. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 50 74. (CESPE / SEFAZ RS Auditor Fiscal 2019) Fragmento do texto: A tributação, portanto, somente pode ser compreendida a partir da necessidade dos indivíduos de estabelecer convívio social organizado e de gerir a coisa pública mediante a concessão de poder a um soberano. Em decorrência disso, a condição necessária (mas não suficiente) para que o poder de tributar seja legítimo é que ele emane do Estado, pois qualquer imposição tributária privada seria comparável a usurpação ou roubo. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados se o termo “Em decorrência disso” (linha 3) fosse substituído pela seguinte expressão. a) Devido isso b) Em suma c) Por conseguinte d) Consoante isso e) Para tanto Comentário: O termo “Em decorrência disso” é um sequenciador que retoma uma causa anterior, e o segmento a ele correlacionado “condição necessária (mas não suficiente)” transmite um valor de consequência, de efeito do que aconteceu anteriormente. Dessa forma, o sequenciador que também inicia um segmento de valor conclusivo e retoma uma causa anterior é “por conseguinte”. Portanto, a alternativa correta é a (C). A alternativa (A) está errada, pois “Devido” rege a preposição “a”. Assim, a forma correta é “Devido a isso”. A alternativa (B) está errada, pois “Em suma” transmite um valor de concisão, de resumo ao anteriormente mencionado. A alternativa (D) está errada, pois “Consoante” transmite valor de conformidade. A alternativa (E) está errada, pois “para” transmite valor de finalidade. Gabarito: C 75. (CESPE / TRE TO Analista Judiciário – 2017) Fragmento do texto: As vias de comunicação evoluíram no sentido de uma conjugação de veículos e técnicas, para criar uma rede complexa e global, que congrega desde empresas de produção da comunicação (imprensa, televisão etc.) até a indústria da informática. As consequências dessa estupenda transformação técnico-econômica não foram ainda assimiladas pela teoria política. A vida política, como todas as demais formas de relacionamento social, pressupõe a organização de um espaço próprio de comunicação. No regime democrático, esse espaço é necessariamente público, porque o poder político supremo pertence ao povo. Na realidade, porém, a organização do espaço público de comunicação — não só em matéria política, como também econômica, cultural ou religiosa — faz-se, hoje, com o alheamento do povo. Assim, enquanto nos regimes autocráticos a comunicação social constitui monopólio dos governantes, nos países geralmente Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 51 considerados democráticos o espaço de comunicação social deixa de ser público, para tornar-se, em sua maior parte, objeto de oligopólio da classe empresarial. Os vocábulos “ainda” (linha 4) e “enquanto” (linha 9) exprimem tempo decorrido. Comentário: Tal questão trabalha os sequenciadores temporais “ainda” e “enquanto”. O primeiro tem o mesmo valor de “até então”, “até agora”, isto é, traduz um valor de tempo decorrido. Porém, o segundo “enquanto” traduz um valor temporal de simultaneidade. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 76. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. A locução “Além de” (linha 1) estabelece uma relação de adição no período em que ocorre. Comentário: A locução prepositiva “Além de” é entendido como um sequenciador, um operador argumentativo, pois serve para adicionar uma informação no texto. Assim, entendemos do texto que Graciliano Ramos incorporou “conceitos como os da transparência e da impessoalidade” e “foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos”. Portanto, a afirmação está correta. Gabarito: C 77. (CESPE / TRF 1ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência. O vocábulo “portanto” (linha 5) denota que a oração na qual está inserido constitui uma conclusão, alcançada a partir das informações expostas no período anterior. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 52 Comentário: Vimos na aula de período composto por coordenação que a conjunção “portanto” realmente é conclusiva e tal conectivo é um sequenciador que traduz uma conclusão das informações expostas no período anterior. Portanto, a afirmação está correta. Gabarito: C 78. (CESPE / TRF 1ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto, a expressão “Até então” (linha 2) poderia ser substituída por Até aquela época. Comentário: Podemos entender a locução adverbial “Até então” como um sequenciador temporal, o qual pode, naturalmente, ser substituídopor “Até aquela época”, preservando o sentido, a coerência e a correção gramatical. Gabarito: C 79. (CESPE / DEPEN nível superior – 2015) Fragmento de texto: Ao todo, os detentos podem remir até quarenta e oito dias apenas com as leituras. Essa possibilidade, no entanto, ainda é restrita a penitenciárias federais de segurança máxima. A substituição da locução “no entanto” por conquanto manteria a relação estabelecida entre a última oração do parágrafo e a que a antecede. Comentário: Tal questão trabalha a substituição de conectivos de sequenciação. Vimos na aula de sintaxe do período que o conectivo “no entanto” é coordenativo adversativo e não pode, estruturalmente, ser substituído por uma conjunção subordinativa adverbial concessiva, como é o caso da conjunção “conquanto”. Assim, a afirmativa está errada. Gabarito: E 80. (CESPE / MTE Agente Administrativo – 2014) Nos últimos cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorrido na sociedade brasileira foi a inserção crescente das mulheres na força de trabalho. Esse contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, e a queda das taxas de fecundidade proporcionou o aumento das possibilidades de as mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. Segundo, a rebelião feminina do final dos anos 60 do século passado, nos Estados Unidos da América e na Europa, chegou às nossas terras e fez ressurgir o Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 53 movimento feminista nacional, aumentando a visibilidade política das mulheres na sociedade brasileira. Esse sucesso influenciou o comportamento e os valores sociais das mulheres, visto que proporcionou alterações na formação da identidade feminina. Os termos “Nos últimos cinquenta anos” (linha 1), “Primeiro” (linha 3) e “Segundo” (linha 5) contribuem para a progressão das ideias no texto. Comentário: A afirmação está correta, pois a expressão temporal “Nos últimos cinquenta anos” ambienta um momento do passado, a partir do qual se ressalta o contínuo crescimento da participação feminina. Em seguida, as expressões “Primeiro” e “Segundo” iniciam a especificação da combinação de fatores econômicos e culturais que explicam esse crescimento. Assim, tais expressões marcam uma continuidade no texto e contribuem para a progressão das ideias. Gabarito: C 81. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior - 2011) Fragmento de texto: Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se houver intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se houver homofobia, em suma, nenhuma forma de preconceito pode existir. Os direitos humanos têm a tarefa de ser a tribo civilizadora. A expressão “em suma” (linha 4), de caráter explicativo, tem a função de retomar, exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: “nenhuma nação será forte se houver homofobia” (linhas 3 e 4). Comentário: A expressão “em suma” não tem valor explicativo. Ela é um elemento de coesão sequencial, que inicia um resumo de toda a informação transmitida anteriormente (e não somente o trecho imediatamente anterior, como afirmou a questão). Gabarito: E 82. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: As pessoas aprenderam que devem ter sempre alguma atividade — primeiro é estudar e depois, trabalhar —; o importante é fazer alguma coisa, nem que para isso se deixe de ver o filho nascer ou crescer. Primeiro vem o trabalho, a produção. Outro aspecto aterrador aparece quando o indivíduo para para ouvir o próprio discurso: boa parte do que se fala está centrado em um futuro almejado, nunca concreto, como: “quando eu entrar em férias...”, “quando eu ganhar na loto...”. Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (linha 3), a palavra “Outro” indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado anteriormente. Comentário: O primeiro aspecto considerado aterrador pelo autor é a ideia de que “Primeiro vem o trabalho, a produção”. Assim, o pronome indefinido “Outro” liga o período imediatamente anterior ao posterior. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 54 83. (CESPE / Serpro nível superior – 2010) Fragmento de texto: Mais: os dados reforçam tendências que vêm causando crescente apreensão às autoridades atentas à evolução do perfil da violência no país. Um deles: aumenta o número de homicídios entre jovens. Em 1980, eram 30 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2007, nada menos que 50,1. Outro: homens são vítimas preferenciais - 90% das ocorrências. Mais uma: os negros lideram o ranking dos mortos - incremento de 21% em relação às estatísticas dos períodos anteriores. Os termos “Um deles” (linha 2) e “Outro” (linha 3) referem-se a “os dados” (linha 1). Comentário: Esta questão abordou outro exemplo da coesão sequencial, por meio dos pronomes indefinidos “um” e “outro”. Ambos retomam o substantivo “dados”, da linha 1, transmitindo uma sequência e ampliando o seu sentido. Gabarito: C 84. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: O Príncipe, que, em breve, completará 500 anos, tem características notáveis. Primeira: é livro facílimo de ler. Segunda: apesar disso, não há acordo sobre o que quer dizer. Nós o lemos com facilidade e não temos certeza do que ele pretende. Talvez porque, terceira característica, pareça contradizer o resto da vida e obra do autor. Ao enumerar as características da grande obra de Maquiavel, o autor empregou o recurso coesivo da sequenciação numérica. Comentário: Esta questão abordou o exemplo clássico da coesão sequencial, por meio da enumeração ordinal “Primeira”, “Segunda” e “terceira”, a qual enumera e dá sequência às características notáveis do livro “O Príncipe”. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 56 era tempo de mo dizer, e, se não soube tirar melhor partido de minhas reflexões, não foi por não as ter feito a tempo e por não as ter bem amadurecido. A substituição do trecho “bem amadurecido” (linha 10) por assaz amadurecidas preservaria a correção gramatical do texto, apesar de interromper estrutura com paralelismo sintático. 3. (CESPE / TRF 1ª Analista Judiciário Taquígrafo – 2017) Fragmento do texto: A prática empreendedora vem crescendo no Brasil, sobretudo entre a população negra. Atualmente a maioria dos empreendedores negros são mulheres que abriram seus negócios por oportunidade, contrariando a crença geral de que as pessoas das camadas com menor poder aquisitivo procuram abrir seus negócios mais por necessidade ou devido ao desemprego. A palavra “oportunidade” (linha 3) retoma a expressão “prática empreendedora” (linha 1). 4. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. A substituição da palavra “alegou” por argumentou prejudicaria o sentido original do texto. 5. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de matrizes africanasnão corresponde ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão. Altera-se totalmente a informação original do período ao se substituir a palavra “Corroborando” (linha 1) por Confirmando. 6. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”, que consiste na conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Prejudicam-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir “ilícita” (linha 6) por ilegal. 7. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”, que consiste na conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. A palavra “adulterar” (linha 4) está sendo empregada com o sentido de alterar prejudicando. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 57 8. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Empregados no texto, os adjetivos “platônico” (linha 3) e “maquiavélicas” (linha 3) são dois exemplos de “adjetivos conhecidos de todos” (linha 2). 9. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: As grandes atividades arquetípicas da sociedade humana são, desde o início, inteiramente marcadas pelo jogo. Como, por exemplo, no caso da linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim de poder comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem que lhe permite distinguir as coisas, defini-las e constatá-las, em resumo, designá-las e com essa designação elevá- las ao domínio do espírito. Na criação da fala e da linguagem, brincando com essa maravilhosa faculdade de designar, é como se o espírito estivesse constantemente saltando entre a matéria e as coisas pensadas. Por detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda metáfora é jogo de palavras. As expressões “primeiro e supremo instrumento” (linhas 2 e 3), “maravilhosa faculdade de designar” (linhas 5 e 6) e “toda expressão abstrata” (linha 7) referem-se à linguagem. 10. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Além de apresentarem certa precocidade na aquisição do hábito de ingerir álcool, os adolescentes paulistas bebem frequentemente, exageram nas doses e, em muitos casos, agem assim com anuência familiar. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse o vocábulo “frequentemente” (linha 2) por diuturnamente. 11. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Além disso, como o processo de amadurecimento do cérebro só se completa duas décadas depois do nascimento, o consumo precoce de álcool pode comprometer seriamente o desenvolvimento desse órgão vital, ao aumentar a probabilidade de aparecimento de problemas cognitivos, como falta de concentração, e de alterações de humor, como depressão e ansiedade. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse o termo “como” (linha 1) pela expressão já que. 12. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: O governo do estado de São Paulo lançou um programa que fechará o cerco ao consumo de álcool por crianças e adolescentes. O sentido e a correção gramatical do texto seriam mantidos caso se substituísse a expressão “fechará o cerco” (linha 1) pela forma verbal coibirá. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 58 13. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no nível pessoal como no profissional. Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (linha 3) fosse reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho. 14. (CESPE / MPC-PA Analista Ministerial – Controle Interno e Externo 2019) Fragmento de texto: O economista indiano traçou então, pela primeira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e concentração de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. No texto CG2A1-I, o termo “a questão” (linha 3) remete à A) fome. B) produção de alimentos. C) queda na taxa de mortalidade. D) pobreza. E) concentração de renda. 15. (CESPE / EBSERH Superior – 2018) Fragmento do texto: São José do Rio Preto, centro urbano de tamanho médio, com cerca de 408 mil habitantes em 2010, localizada na região noroeste do estado de São Paulo, em área de clima tropical, é uma cidade reconhecida pelo seu calor intenso. Em 1985, a Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo detectou a presença de focos do Aedes aegypti em doze cidades paulistas, entre elas, São José do Rio Preto, e confirmou sua reintrodução no estado. Os focos foram encontrados em locais com concentração de recipientes, denominados pontos estratégicos (PEs). Foi então estruturado o Programa de Controle de Aedes aegypti em São Paulo, que previa a visitação sistemática e periódica aos PEs dos municípios e a realização de delimitações de foco, quando do encontro de sítios positivos. Considerava-se que o vetor estava presente em um município quando continuava presente nos imóveis após a realização das medidas de controle que vinham associadas à delimitação de foco. Logo após a detecção de focos positivos do mosquito em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a aplicação de controle, as quais não foram suficientes para eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue. Os primeiros casos autóctones da dengue no município foram registrados em 1991, atribuídos ao sorotipo DENV1. A primeira grande epidemia ocorreu em 1995, com 1.462 casos autóctones. Posteriormente, com a introdução dos demais sorotipos, as incidências (casos/100 mil habitantes/ano) apresentaram comportamento cíclico: em 1999, 1.351,1; em 2006, 2.935,7; em 2010, ano da maior incidência, 6.173,8; e, em 2015, até outubro, a segunda maior incidência, 5.070,8. Apesar de não se descartar a hipótese de que o aumento progressivo das incidências da dengue no município já seria um efeito do aumento das temperaturas, parece que esse fenômeno estaria mais relacionado com a circulação dos múltiplos sorotipos do vírus da dengue. De modo geral, a persistência e a DécioTerror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 59 intensidade da dengue em São José do Rio Preto são esperadas por se tratar de cidade de clima tropical e com condições ideais para o desenvolvimento do vetor e de sua relação com o patógeno. Os vocábulos “mosquito” (linha 10) e “patógeno” (linha 22) têm o mesmo referente no texto: “Aedes aegypti” (linhas 4 e 7). 16. (CESPE / TRF 1ª Analista Judiciário Taquígrafo – 2017) Fragmento do texto: O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. Os termos “gaveta de meias”, “lancheira do filho” e “boteco da esquina”, nas linhas 1 e 2, são hipônimos que exemplificam aquilo que o autor denomina de “detalhe” (linha 6) ao final do texto. 17. (CESPE / TRF 1ª Analista Judiciário Taquígrafo – 2017) Fragmento do texto: O cronista é um pedestre. O que existe para o cronista é a gaveta de meias, a lancheira do filho, o boteco da esquina. Verdade que às vezes, na gaveta de meias, na lancheira do filho, no boteco da esquina, o cronista até resvala no amor, trisca no perdão, se lambuza na saudade, tropeça num deusinho ou outro (desses deuses de antigamente, também pedestres, que se cansam do Olimpo e vão dar umas bandas pela 25 de Março), mas é de leve, é sem querer, pois na prática (e é assim que eu devo começar) o cronista trata do pequeno, do detalhe, do que está tão perto que a gente nem vê. O sentido da frase “O cronista é um pedestre” (linha 1) seria preservado caso se substituísse a palavra “cronista” por escritor. 18. (CESPE / Tribunal de Justiça – RJ nível superior – 2008) Fragmento do texto: A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. O termo “elementos” funciona como hiperônimo de “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. 19. (CESPE / Tribunal de Justiça - RJ nível superior – 2008) Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia) 20. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento de texto: Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. Em “apesar de muitos o esquecerem” (linhas 2 e 3), a partícula “o” refere-se a “O homem” (linha 2). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 60 21. (CESPE / TCE PB Auditor – 2018) A cada instante, a quantidade de informações disponíveis para processamento pelo cérebro é formidável: todo o campo visual, todos os estímulos auditivos e olfativos, toda a informação relativa à posição do corpo e ao seu estado de funcionamento. Esses estímulos precisam ser processados em conjunto, de modo que o cérebro possa montar uma imagem coerente do indivíduo e de seu ambiente. Isso sem contar os processos de evocação de memórias, planejamento para o futuro e imaginação. Você realmente esperava processar todos os estímulos a cada momento e ainda formar registros duradouros de todos eles? O que faz com que a memória se torne seletiva não é o mundo atual, informatizado, rápido e denso em informações. Ela o é por definição, já que sua porta de entrada é um funil poderoso: a atenção, que concentra todo o poder operacional do cérebro sobre uma coisa só, aquela que for julgada a mais importante no momento. No texto, o termo “o” — em “Ela o é por definição” (linha 8) — remete ao elemento A “O que faz com que a memória se torne seletiva” (linha 7). B “o mundo atual” (linha 7). C “a memória” (linha 7). D “seletiva” (linha 7). E “um funil poderoso” (linha 8). 22. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é contra a tendência dos seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural conversar, aceitando ou recusando uma bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou em qualquer outra fantochada do gênero. Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua artificialmente construída. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal irracional, como todos o são. A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso seu último período passasse a figurar como seu quarto período. 23. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento do texto: Entramos na liça ao nascer; dela saímos ao morrer. De que vale aprender a conduzir melhor seu carro quando se está no fim do percurso? Só resta pensar então em como abandoná-lo. O estudo de um Velho, se ainda lhe resta a fazer, é unicamente o de aprender a morrer e é precisamente o que menos se faz na minha idade, pensa-se em tudo, menos nisso. Todos os velhos dão mais apreço à vida do que as crianças e a deixam com maior má vontade do que os jovens. Na linha 5, a inserção de sua diante de “vida” manteria a coesão e a coerência do texto, assim como sua correção gramatical. 24. (CESPE / STM Analista Judiciário – 2018) Fragmento do texto: Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 61 Todos esses conceitos têm os seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das palavras você acha. O vocábulo “os” (linha 4) remete a “sinônimos” (linha 3). 25. (CESPE / STM Analista Judiciário – 2018) Fragmento do texto: Narração é diferente de narrativa, uma vez que mantém algo da ideia de acompanhar os fatos à medida que eles acontecem. A narrativa é uma totalidade de acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar; em mitos, romances, contos, novelas, peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios médicos; em conversas, desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas, nos videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração, por sua vez, é basicamente aquilo que um narrador enuncia. A autora utiliza o termo “tudo” (linha 3) para se referir a uma ampla quantidade de experiências, objetos e produtos que constituem e(ou) comportam uma sequência articulada de eventos. 26. (CESPE / ABIN Agente de Inteligência – 2018) Fragmento do texto: Na legislação interna dos países, a espionagem costuma ser juridicamente entendida como a obtenção sub-reptícia e indevida de informação sigilosa do Estado. Esse tipo de conduta é criminalizado pela legislação de cada país. O mesmo se pode dizer do vazamento, que guarda estreita relação com a espionagem e que consiste na divulgação indevidade informações por quem tem o dever legal do sigilo. A espionagem é um dos poucos crimes na legislação brasileira que podem, em tempo de guerra, levar à pena de morte, seja o condenado nacional ou estrangeiro, civil ou militar, além de, em tempo de paz, sujeitar o militar que a pratique à indignidade para o oficialato. Na construção das cadeias referenciais do texto, os termos “Esse tipo de conduta” (linha 2) e “a” (linha 7) constituem diferentes formas de evocar o mesmo conteúdo semântico: o do referente “a espionagem” (linha 1). 27. (CESPE / EBSERH Administrativo – 2018) Fragmento do texto: Um estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia acrescentou mais itens ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar os riscos de doenças como o diabetes do tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória. O potencial danoso do açúcar pode ter origem no fato de que ele é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. No segundo parágrafo do texto, o nome “açúcar” (linha 4) é retomado por meio do pronome “ele” (linha 4) e da expressão “desse alimento” (linha 5). 28. (CESPE / TRE TO Técnico Judiciário – 2017) Fragmento do texto: Os fósseis da floresta foram preservados graças à presença de sílica no ambiente, que se infiltrou nas plantas e conservou seus formatos, por meio do processo de permineralização celular. A infiltração e a impregnação de sílica nas células e nos espaços intercelulares formaram uma matriz inorgânica que sustentou os tecidos das plantas, preservando-os. A origem do agente da permineralização silicosa ainda permanece obscura. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 62 No texto, o pronome “os” (linha 4) remete a a) “células” (linha 3) e “espaços” (linha 3). b) “os tecidos das plantas” (linha 4). c) “tecidos” (linha 4) e “plantas” (linha 4). d) “Os fósseis da floresta” (linha 1). e) “seus formatos” (linha 2). 29. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O elemento “ele” (linha 7) refere-se a “prefeito” (linha 7). 30. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. O referente da forma pronominal “eles” (linha 2) é o termo “cargos” (linha 1). 31. (CESPE / TRT 7ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Na mídia em geral, nos discursos políticos, em mensagens publicitárias, na fala de diferentes atores sociais, enfim, nos diversos contextos em que a comunicação se faz presente, deparamo- nos repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse largo uso, porém, não torna evidente seu significado. Ao contrário, o fato de admitir vários empregos deprecia seu valor conceitual, isto é, sua capacidade de nos fazer compreender certa ordem de eventos. Por que, então, a palavra cidadania é constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco esclarecido? No parágrafo do texto, o referente da forma pronominal “sua” (linha 4) é a) “significado” (linha 3). b) “a palavra cidadania” (linha 3). c) “Esse largo uso” (linha 3). d) “vários empregos” (linha 4). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 63 32. (CESPE / TCE PE Analista – 2017) Fragmento do texto: Mas a “falha” dos atenienses era a inexistência de direitos humanos. Não havia proteção contra as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais. Estes são os grandes legados das três revoluções modernas — a inglesa, a americana e a francesa: somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos. As formas pronominais em “ele salvara” (linha 3) e “protegendo-o” (linha 4) remetem ao mesmo referente: “Temístocles” (linha 3). 33. (CESPE / TRE PE Analista – 2017) Fragmento do texto: Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo jurídico com o Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal (Constituição, leis), que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e iguais perante a lei, porém súditos do Estado. No parágrafo do texto, o pronome “lhe” (linha 3) faz referência a a) “Estado” (linha 2). b) “portador de direitos e deveres” (linha 2). c) “nacionalidade” (linha 3). d) “teoria constitucional moderna” (linha 1). e) “cidadão” (linha 1). 34. (CESPE / TRE PE Analista – 2017) Fragmento do texto: A moralidade, que deve ser uma característica do conjunto de indivíduos da sociedade, deve caracterizar de modo mais intenso ainda aqueles que exercem funções administrativas e de gestão pública ou privada. Com relação a essa ideia, vale destacar que o alcance da moralidade vincula-se a princípios ou normas de conduta, aos padrões de comportamento geralmente reconhecidos, pelos quais são julgados os atos dos membros de determinada coletividade. Disso é possível deduzir que os membros de uma corporação profissional — no caso, funcionários e servidores da administração pública — também devem ser submetidos ao julgamento ético-moral. A administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a regem. É necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente disponíveis ao conhecimento de todos os cidadãos, para que estes possam respeitá-los e vivenciá-los. Nesse contexto, destacam-se os princípios constitucionais tidos como base da função pública e que, sem dúvida, constituem pilares de sustentabilidade da função gestora. Na linha 9 do texto, a forma pronominal “los”, em “respeitá-los” e “vivenciá-los”, remete a a) “todos os cidadãos” (linha 9). b) “princípios constitucionais” (linha 9). c) “estes” (linha 9). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 64 d) “os membros de uma corporação profissional” (linhas 5 e 6). e) “funcionários e servidores da administração pública” (linha 6). 35. (CESPE / MPU Analista – 2015) Fragmento do texto: Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controlerecíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. O pronome “eles” (linha 5) faz referência a “ramos diversos” (linha 5). 36. (CESPE / MPU Técnico – 2015) Fragmento do texto: O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação. Na linha 2, a expressão “A sua história” refere-se ao antecedente “democracia”. 37. (CESPE / MTE Auditor-Fiscal do Trabalho – 2014) “Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas, identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI, ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um desempenhando seu papel de forma adequada. A forma pronominal “lo”, em “fazê-lo” (linha 3), refere-se a “tema” (linha 2), e as formas “as” e “lhes” (linha 8) referem-se a “organizações” (linha 8). 38. (CESPE / MTE Agente Administrativo – 2014) Fragmento do texto: Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Na linha 3, a forma pronominal “la”, em “anunciá-la”, refere-se a “polícia”. 39. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 65 Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Na linha 4, o pronome “ele” refere-se a “Platão”, o referente mais próximo. 40. (CESPE / EBC nível superior – 2011) São Paulo, 18 novembro 1925. Carlos, Dá-se isto: ontem me apareceu um dos redatores da Noite do Rio aqui em casa e além de me pedir uma entrevista pra tal propôs o seguinte: a Noite organiza um Mês Modernista. Durante um mês todos os dias o jornal publicará um artiguete de meia coluna assinado por um modernista qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos, o que a gente quiser. Pagam 50$ por artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e Sérgio Milliet em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas. Me mande com absoluta urgência uma linha sobre isto falando que aceitam, pra eu dispor as coisas logo. Estou esperando. Ciao. Mário No texto, a sequência “a Noite organiza um Mês Modernista” não atende à expectativa de leitura criada com “propôs o seguinte:”, pois não informa, com clareza, a proposta de que trata a carta. 41. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Na linha 2, o pronome “quem”, em ambas as ocorrências, equivale a pessoas que. 42. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996. O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão com data. Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos — que devem rumar de preferência para oeste ou sudoeste. Algumas cartas demoraram 13 anos para voltar para ele. A forma pronominal “las”, em “enviá-las” (linha 6), pode fazer referência tanto ao termo “garrafas” (linha 6) quanto ao termo “mensagens” (linha 7). 43. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 66 especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Tanto na linha 2 quanto na linha 3, o pronome “todos” remete ao significado de todas as pessoas. 44. (CESPE / STJ Analista Judiciário – 2018) Fragmento do texto: As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. A expressão “estado de coisas” (linha 10) refere-se a “situações de justiça social” (linha 9). 45. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento do texto: Entramos na liça ao nascer; dela saímos ao morrer. De que vale aprender a conduzir melhor seu carro quando se está no fim do percurso? Só resta pensar então em como abandoná-lo. O estudo de um Velho, se ainda lhe resta a fazer, é unicamente o de aprender a morrer e é precisamente o que menos se faz na minha idade, pensa-se em tudo, menos nisso. Todos os velhos dão mais apreço à vida do que as crianças e a deixam com maior má vontade do que os jovens. É que, como todos os seus trabalhos tiveram essa mesma vida por objetivo, veem, no final, que perderamseus esforços. Todos os seus cuidados, todos os seus bens, todos os frutos de suas laboriosas vigílias, tudo deixam quando se vão. Não pensaram em adquirir alguma coisa, durante a vida, que possam levar com a morte. Disse tudo isso a mim mesmo quando era tempo de mo dizer, e, se não soube tirar melhor partido de minhas reflexões, não foi por não as ter feito a tempo e por não as ter bem amadurecido. A inserção de tais coisas após o infinitivo “dizer” (linha 8) daria ênfase aos sentidos do texto e melhoraria sua coesão, sem prejuízo da correção gramatical. 46. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento do texto: Um elemento parece caracterizar a gestão pública brasileira contemporânea: a adoção de conceitos, discursos e práticas gerenciais típicas do mundo corporativo. Criatividade, postura empreendedora, inovação gerencial, gestão por resultados, contratos de gestão, gestão por competências são alguns dos termos e expressões que, paulatinamente, incorporam-se ao vocabulário cotidiano das diversas instâncias da gestão pública nacional. Influenciadas pela disseminação de concepções neoliberais, calcadas nas noções de Estado mínimo e gestão por resultados, as instituições públicas cada vez mais aparentam aderir à lógica de mercado, concebendo o cidadão como cliente e adotando novas políticas e práticas de gestão, conforme disseminadas na esfera privada. No Brasil, tal fenômeno ganhou espaço a partir do processo de redemocratização, nos anos 80 do século XX, alimentado pela difusão de discursos que enfatizam uma ampla crise da administração pública, Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 67 cujo equacionamento demandaria novos paradigmas de gestão, capazes de superar as estruturas centralizadas, as hierarquias formais e os sistemas de controle tayloristas prevalentes. A expressão “tal fenômeno” (linha 10) remete à ideia de adesão do mundo corporativo ao conceito de Estado mínimo e à gestão por resultados. 47. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também do que se designa, hoje, de foco no resultado com responsabilidade fiscal. Um exemplo disso é o fato de que, como prefeito de Palmeira dos Índios, município do agreste alagoano, de 1928 a 1930, ele construiu estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado. O elemento “disso” (linha 2) retoma “foco no resultado com responsabilidade fiscal” (linha 2). 48. (CESPE / TRF 1ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: A pergunta a respeito da exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia não comporta uma resposta genérica, seja em sentido positivo, seja em sentido negativo. Na verdade, o campo de atuação profissional do advogado é bastante amplo e compreende tanto trabalhos usuais, corriqueiros, de pequena complexidade técnica, quanto situações de extrema dificuldade, verdadeiramente polêmicas e de enorme repercussão prática, de ordem tanto econômica quanto propriamente jurídica. O estudo desse problema exige muita ponderação, repudiando-se, de uma vez, soluções simplistas e extremadas. Nem se pode dizer que toda contratação direta de advogado pelo poder público é lícita, dado o caráter fundamentalmente intelectual e pessoal do trabalho advocatício, nem se pode afirmar que toda e qualquer contratação de advogado deve ser precedida de licitação, em face do princípio da isonomia. No início do segundo parágrafo, o termo “problema” faz referência à “exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de serviços profissionais de advocacia” (linhas 1 e 2). 49. (CESPE / TRT 7ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O velocista jamaicano Usain Bolt, considerado o homem mais rápido do mundo, declarou certa vez que queria se tornar jogador de futebol do Manchester United. (...) Bolt jogaria de ala e aproveitaria para imprimir velocidade ao jogo, segundo afirmou. Dá pra imaginar o corredor levando nove segundos e meio para sair da pequena área, sem sombra de impedimento, e chegar saltitante ao gol rival, antes que os locutores tenham tempo de informar as horas. Isso me leva a uma boa ideia para os próximos jogos olímpicos: no evento de abertura, as delegações desfilariam e confraternizariam; no dia seguinte, haveria um eletrizante sorteio. Neste, descobriríamos que o time de vôlei iria representar o Brasil na canoagem e que a equipe de pentatlo moderno havia sido escalada para jogar handebol. No texto, o pronome este, na contração “Neste” (linha 7), refere-se a a) “dia seguinte” (linhas 7). b) “um eletrizante sorteio” (linha 7). c) “o time de vôlei” (linhas 8). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 68 d) “evento de abertura” (linha 6). 50. (CESPE / TRT 7ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O velocista jamaicano Usain Bolt, considerado o homem mais rápido do mundo, declarou certa vez que queria se tornar jogador de futebol do Manchester United. (...) Bolt jogaria de ala e aproveitaria para imprimir velocidade ao jogo, segundo afirmou. Dá pra imaginar o corredor levando nove segundos e meio para sair da pequena área, sem sombra de impedimento, e chegar saltitante ao gol rival, antes que os locutores tenham tempo de informar as horas. Isso me leva a uma boa ideia para os próximos jogos olímpicos: no evento de abertura, as delegações desfilariam e confraternizariam; no dia seguinte, haveria um eletrizante sorteio. Neste, descobriríamos que o time de vôlei iria representar o Brasil na canoagem e que a equipe de pentatlo moderno havia sido escalada para jogar handebol. No texto, o vocábulo “Isso” (linha 6) remete à a) velocidade característica de Bolt, que poderia ser mais bem aproveitada no futebol. b) vontade de trocar de esporte manifestada por diversos atletas olímpicos. c) cena hipotética imaginada na qual Usain Bolt atua como jogador de futebol. d) intenção de Bolt de deixar as pistas de atletismo para se dedicar ao futebol. 51. (CESPE / MTE Auditor-Fiscal do Trabalho – 2014) Fragmento do texto: Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. O vocábulo “aquela” (linha 1) refere-se à expressão “nova classe média brasileira” (linha 1). 52. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse trabalho, somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos, não deixa margem para muitas dúvidas. No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos” (linhas 1 e 2), o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles. 53. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Quando se fala em sistema público de comunicação, pensa-se justamente em um conjunto de mídias públicas (nos diversos suportes, como rádio, televisão, Internet etc.) que operam de modo integrado e sistêmico, tendo como horizonte o interesse dos cidadãos. Para o professor Laurindo Leal Filho, da Universidade de São Paulo, um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil, esse não é um conceito fechado. O pronome “esse” (linha 4) refere-se ao conceito de sistema público de comunicação explicitado anteriormente. 54. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Segundo pesquisa realizada no ano de 2006 em sete países (França, Coreia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos da América e Japão) pelo Broadcasting Culture Research Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br69 Institute — NHK, 4 em cada 5 cidadãos consideram necessário existir um sistema público de comunicação. Em países como Alemanha, Japão e Reino Unido — onde há cobrança de imposto específico que financia mídias públicas —, 60% dos entrevistados consideraram importante pagar esse tipo de tributo para sustentar tais corporações. A expressão “tais corporações” (linha 6) retoma o antecedente “Broadcasting Culture Research Institute — NHK” (linha 3). 55. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996. Na expressão “que o diga” (linha 2), o termo “o” refere-se à ideia expressa no período anterior. 56. (CESPE / Polícia Civil CE Inspetor – 2012) Fragmento de texto: Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada pelas redes transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da cultura pós-moderna. Alguns pós-modernistas levam mais longe a argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a racionalidade da civilização moderna, entre cujos esteios principais se insere a noção segura e unidimensional de soberania política absoluta, inserida no conceito de Estado nacional. Na linha 3, “isso” refere-se ao fato de alguns dizerem que a soberania dos Estados nacionais, desde 1945, foi suplantada por redes transnacionais de poder. 57. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Segundo pesquisa realizada no ano de 2006 em sete países (França, Coreia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos da América e Japão) pelo Broadcasting Culture Research Institute — NHK, 4 em cada 5 cidadãos consideram necessário existir um sistema público de comunicação. Em países como Alemanha, Japão e Reino Unido — onde há cobrança de imposto específico que financia mídias públicas —, 60% dos entrevistados consideraram importante pagar esse tipo de tributo para sustentar tais corporações. A expressão “esse tipo de tributo” (linha 5) refere-se ao antecedente “imposto específico que financia mídias públicas” (linhas 4 e 5). 58. (CESPE / TRE BA Analista – 2017) Fragmento do texto: De modo geral, considerava-se que o exercício do trabalho, aí incluídas as práticas médicas, a produção técnica e artesanal e o comércio dos bens produzidos, confiscava o tempo para o ócio, fertilizador do conhecimento político e filosófico. Ser livre, portanto, era não exercer um trabalho, uma profissão, um comércio, uma tarefa material que correspondesse à satisfação das necessidades próprias da vida. O trabalho, para os gregos, era incompatível com o exercício do livre pensar, com a produção de conhecimentos e com a participação política. No texto, a “satisfação das necessidades próprias da vida” (linhas 4 e 5) relaciona-se a) ao ócio. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 70 b) à riqueza. c) ao conhecimento. d) à política. e) ao trabalho. 59. (CESPE / TRE BA Analista – 2017) Fragmento do texto: Com a ampliação dos direitos, nasceu também uma concepção mais ampla de cidadania. De um lado, existe uma concepção consumerista de cidadania (direito de defesa do consumidor) e, de outro, uma concepção plena, que se manifesta na mobilização da sociedade para a conquista de novos direitos e na participação direta da população na gestão da vida pública, por meio, por exemplo, da discussão democrática do orçamento. Esta tem sido uma prática, sobretudo no nível do poder local, que tem ajudado na construção de uma democracia participativa, superando os limites da democracia puramente representativa. No texto, o termo “que”, empregado na linha 5, remete a a) “prática” (linha 5). b) “nível” (linha 5). c) “poder local” (linha 5). d) “discussão” (linha 4). e) “orçamento” (linha 5). 60. (CESPE / MPE PI Superior – 2012) Fragmento do texto: O mundo em que nos encontramos hoje, no entanto, não se parece muito com o que eles previram. Em “não se parece muito com o que eles previram”, o pronome “que” tem como antecedente o pronome “o”, que se refere a “mundo”. 61. (CESPE / EBC nível superior – 2011) Fragmento de texto: Kant inicia a exposição da ética, que ele chama metafísica dos costumes, pela afirmação de que “toda legislação” compreende duas partes: em primeiro lugar, “uma lei que representa como objetivamente necessária a ação que deve ser cumprida, isto é, que faz da ação um dever; e, secundariamente, um motivo que liga subjetivamente à representação da lei o princípio de determinação do livre-arbítrio a essa ação” e acrescenta: “A segunda parte equivale a dizer que a lei faz do dever um motivo”. O vocábulo “que”, em ‘que deve ser cumprida’ (linha 3) e ‘que faz da ação um dever’ (linha 4) tem o mesmo referente no período. 62. (CESPE / PGE PE Assistente de Procuradoria 2019) Fragmento do texto: Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 71 que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte. O termo “lá” (linha 4) remete à fazenda da Jureia, onde a personagem vivenciou as experiências relatadas no texto. 63. (CESPE / STM Analista Judiciário Taquígrafo – 2018) Fragmento de texto: Quem não sabe deve perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. O vocábulo aí, na contração “daí” (linha 4), retoma a ideia expressa no trecho “não acreditar cegamente naquilo que supõe saber” (linha 4). 64. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: Sr. Y (sem revisão do orador) — Boa tarde a todos. Primeiramente, dizemos aos presentes que, em todo o mundo, está sendo celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em 1948, foi aprovada e proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o mais forte grito da humanidade contra a intolerância, a discriminação e o preconceito. De lá para cá, muita coisa avançou. O Brasil tornou-se país signatário de todos os tratados e convenções dos direitos humanos. E, nesse avanço, há quinze anos surgiu o Conselho Estadual de Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, um “adolescente” que teve papel extremamente importante, no Espírito Santo, em todas as lutas, estando sempre ao lado dos humilhados e dos ofendidos. Na expressão “De lá para cá” (linha 4), os advérbios “lá” e “cá” fazem referência, respectivamente, ao ano de 1948 e ao momento atual, à época em que o orador está proferindo seu discurso. 65. (CESPE / Polícia Civil CE Inspetor – 2012) Fragmento de texto: No coração histórico da sociedade moderna, a Comunidade Europeia (CE) supranacional parece dar especial crédito à tese de que a soberania político-nacionalvem fragmentando-se. Ali, tem-se às vezes anunciado a morte efetiva do Estado nacional, embora, para essa visão, uma aposentadoria oportuna talvez fosse a metáfora mais adequada. Na linha 3, “Ali” tem como referente “sociedade moderna” (linha 1). 66. (CESPE / Polícia Civil CE Inspetor – 2012) Fragmento de texto: É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas, que trazem à memória algumas formas mais antigas, como lembra o latim usado por Schmitter. Estas nos obrigam a rever nossas ideias do que devem ser os Estados contemporâneos e suas inter-relações. De fato, nos últimos 25 anos, assistimos a reversões neoliberais e transnacionais de alguns poderes de Estados nacionais. No entanto, alguns de seus poderes continuam a crescer. Ao longo desse mesmo período recente, os Estados regularam cada vez mais as esferas privadas íntimas do ciclo de vida e da família. (...) Michael Mann. Estados nacionais na Europa e noutros continentes: diversificar, desenvolver, não morrer. In: Gopal Balakrishnan. Um mapa da questão nacional. Vera Ribeiro (Trad.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 311-4 (com adaptações). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 72 O trecho “Ao longo desse mesmo período recente” (linha 5) retoma, por coesão, a expressão “nos últimos 25 anos” (linha 3), cuja referência temporal exata depende de informações extratextuais, tais como a data de publicação do texto. 67. (CESPE / SEFAZ RS Auditor – 2018) Fragmento do texto: Usei como título deste capítulo, dedicado a minhas viagens, uma expressão popular que suponho de origem gauchesca: mundo velho sem porteira. Tenho-a ouvido desde menino, da boca de velhos parentes e amigos, de tropeiros, peões de estância, índios vagos, gente da rua... Minha própria mãe empregava-a com frequência e costumava pontuá-la com um fundo suspiro de queixa. As pessoas em geral pareciam usar essa frase para descrever um mundo que se lhes afigurava não só incomensurável como também misterioso, absurdo, sem pé nem cabeça... Parece a mim, entretanto, que na sua origem essa exclamação manifestava apenas a certeza popular de que Deus fizera o mundo sem nenhuma porteira a fim de que nele não houvesse divisões e diferenças entre países e povos — gente rica e gente pobre, fartos e famintos, uns com terra demais, outros sem terra nenhuma. Em suma, o que o Velho queria mesmo era um mundo que fosse de todo mundo. É neste sentido que desejo seja interpretada a frase que encabeça esta divisão do presente volume. Tanto na oração “que suponho de origem gauchesca” (linha 2) quanto na oração “que desejo seja interpretada a frase” (linha 11), há elementos gramaticais elípticos. 68. (CESPE / EBC nível médio – 2011) Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias modernas. Trata-se de algo tão antigo quanto o próprio surgimento da TV e do rádio. Diversos países sustentam hoje robustas corporações de mídia pública que concentram substancial fatia da audiência e são reconhecidas pela qualidade no conteúdo que produzem e transmitem. Uma das mais antigas em operação é a BBC do Reino Unido, criada nos anos 20 do século passado. A BBC tem servido como modelo para muitas outras experiências que surgiram durante todo o século passado. No trecho “Uma das mais antigas” (linha 6), a elipse da expressão “corporações de mídia pública” funciona como recurso coesivo. 69. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: Na verdade, idealiza-se o que fazer (e que dificilmente acontece), esquecendo-se do presente. Geralmente, as expectativas centradas nesse futuro refletem uma insatisfação com a situação presente, tanto no nível pessoal como no profissional. No final do parágrafo, está implícita a palavra nível antes do termo “profissional”. 70. (CESPE / Instituto Rio Branco Diplomacia – 2011) No estudo da história, tem-se a impressão de que, quanto mais se recua no tempo, mais dura parece ter sido a vida das crianças do passado — e mais privilegiada parece a da garotada de hoje. Quando se pensa em como era a infância séculos atrás, uma das primeiras imagens que vêm à cabeça é a de meninos dando duro em minas ou limpando chaminés. A ideia de que essa fase da vida era simplesmente ignorada e de que as pessoas passavam de bebês a trabalhadores, do dia para a noite, é reforçada por inúmeras pinturas antigas retratando crianças sérias, tristemente vestidas como miniadultos. As fontes de informações medievais, Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 73 entretanto, quando analisadas de perto, não oferecem evidência alguma de que as pessoas daquela época tivessem, com relação às crianças, atitudes muito diferentes das de hoje — com exceção, talvez, apenas do uso em excesso de castigos físicos, que, de qualquer modo, também eram aplicados em adultos. Apesar de o estilo de vida da época ser muito diferente do nosso, as crianças medievais cresciam, em muitos aspectos, de maneira semelhante à de seus “primos” modernos. Nicholas Orme e Fernanda M. Bem. Pequenos na Idade Média. In: BBC História, ano 1, ed. n.o 4 (com adaptações). Nas sequências “a da” (linha 2), “a de” (linha 3) e “das de” (linha 8), sem núcleo nominal expresso, pode-se depreender que os artigos definidos “a”, “a” e “as”, na ordem das sequências, são portadores de propriedades anafóricas e retomam os seguintes referentes, respectivamente: “vida”, “imagem” e “crianças”. 71. (CESPE / EBC nível superior – 2011) Texto 1 São Paulo, 18 novembro 1925. Carlos, Dá-se isto: ontem me apareceu um dos redatores da Noite do Rio aqui em casa e além de me pedir uma entrevista pra tal propôs o seguinte: a Noite organiza um Mês Modernista. Durante um mês todos os dias o jornal publicará um artiguete de meia coluna assinado por um modernista qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos, o que a gente quiser. Pagam 50$ por artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e Sérgio Milliet em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas. Me mande com absoluta urgência uma linha sobre isto falando que aceitam, pra eu dispor as coisas logo. Estou esperando. Ciao. Mário Texto 2 Belo Horizonte, 20 novembro 1925. Mário, Salve. Recebi hoje tua expressa fazendo o amável — e gostoso — convite para escrever umas besteiras na Noite. Aceito. O Martins de Almeida, avisado, também aceitou. Diga para quando é a joça, que estamos prontos. E desde já te agradeço o reclame e os cobres, pois estou certo que foi você que se lembrou do meu nome. Depois escreverei mais longamente. Um abraço forte do Carlos Lélia Coelho Frota (Org.). Carlos & Mário. Correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade (inédita) e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi Produções Literárias, 2002, p. 159-61 (com adaptações). Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 74 Para se recuperar o conteúdo do complemento verbal exigido pela forma verbal “Aceito”, no texto 2, é imprescindível a leitura do texto 1. 72. (CESPE / Instituto Rio Branco Diplomacia – 2011) Fragmento de texto: Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentrodo curto prazo que lhe foi dado para viver. A elipse em “nem que estará” (linha 1) e o emprego do pronome anafórico “ele” (linha 2) são mecanismos de coesão utilizados para referenciar o substantivo “Oscar” (linha 1). 73. (CESPE / SEFAZ RS Auditor Fiscal 2019) A correção gramatical e os sentidos originais do texto seriam preservados se, no trecho “A competência estadual do ICMS gera ainda dificuldades na relação entre as vinte e sete unidades da Federação”, o vocábulo “ainda” fosse substituído pela seguinte expressão, isolada por vírgulas. a) até então b) ao menos c) além disso d) até aquele tempo e) até o presente momento 74. (CESPE / SEFAZ RS Auditor Fiscal 2019) Fragmento do texto: A tributação, portanto, somente pode ser compreendida a partir da necessidade dos indivíduos de estabelecer convívio social organizado e de gerir a coisa pública mediante a concessão de poder a um soberano. Em decorrência disso, a condição necessária (mas não suficiente) para que o poder de tributar seja legítimo é que ele emane do Estado, pois qualquer imposição tributária privada seria comparável a usurpação ou roubo. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados se o termo “Em decorrência disso” (linha 3) fosse substituído pela seguinte expressão. a) Devido isso b) Em suma c) Por conseguinte d) Consoante isso e) Para tanto 75. (CESPE / TRE TO Analista Judiciário – 2017) Fragmento do texto: As vias de comunicação evoluíram no sentido de uma conjugação de veículos e técnicas, para criar uma rede complexa e global, que congrega desde empresas de produção da comunicação (imprensa, televisão etc.) até a indústria da informática. As consequências dessa estupenda transformação técnico-econômica não foram ainda assimiladas pela teoria política. A vida política, como todas as demais formas de relacionamento social, pressupõe a organização de um espaço próprio de comunicação. No regime democrático, esse espaço é necessariamente público, porque o poder político supremo pertence ao povo. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 75 Na realidade, porém, a organização do espaço público de comunicação — não só em matéria política, como também econômica, cultural ou religiosa — faz-se, hoje, com o alheamento do povo. Assim, enquanto nos regimes autocráticos a comunicação social constitui monopólio dos governantes, nos países geralmente considerados democráticos o espaço de comunicação social deixa de ser público, para tornar-se, em sua maior parte, objeto de oligopólio da classe empresarial. Os vocábulos “ainda” (linha 4) e “enquanto” (linha 9) exprimem tempo decorrido. 76. (CESPE / TRF 1ª Analista – 2017) Fragmento do texto: Além de ter incorporado, no desempenho de seus cargos, conceitos como os da transparência e da impessoalidade, décadas antes de eles serem consolidados na Constituição Federal de 1988, o renomado escritor Graciliano Ramos foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos. A locução “Além de” (linha 1) estabelece uma relação de adição no período em que ocorre. 77. (CESPE / TRF 1ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. A preocupação do filósofo era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar sua inteligência e sua consciência. O vocábulo “portanto” (linha 5) denota que a oração na qual está inserido constitui uma conclusão, alcançada a partir das informações expostas no período anterior. 78. (CESPE / TRF 1ª Técnico – 2017) Fragmento do texto: O pensamento do filósofo grego Sócrates, no século V a. C., marcou uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo com base na observação das forças da natureza. A partir de Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto, a expressão “Até então” (linha 2) poderia ser substituída por Até aquela época. 79. (CESPE / DEPEN nível superior – 2015) Fragmento de texto: Ao todo, os detentos podem remir até quarenta e oito dias apenas com as leituras. Essa possibilidade, no entanto, ainda é restrita a penitenciárias federais de segurança máxima. A substituição da locução “no entanto” por conquanto manteria a relação estabelecida entre a última oração do parágrafo e a que a antecede. 80. (CESPE / MTE Agente Administrativo – 2014) Nos últimos cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorrido na sociedade brasileira foi a inserção crescente das mulheres na força de trabalho. Esse contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais. Primeiro, o avanço da industrialização transformou a estrutura produtiva, e a queda das taxas de fecundidade proporcionou o aumento das possibilidades de as Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 76 mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. Segundo, a rebelião feminina do final dos anos 60 do século passado, nos Estados Unidos da América e na Europa, chegou às nossas terras e fez ressurgir o movimento feminista nacional, aumentando a visibilidade política das mulheres na sociedade brasileira. Esse sucesso influenciou o comportamento e os valores sociais das mulheres, visto que proporcionou alterações na formação da identidade feminina. Os termos “Nos últimos cinquenta anos” (linha 1), “Primeiro” (linha 3) e “Segundo” (linha 5) contribuem para a progressão das ideias no texto. 81. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior - 2011) Fragmento de texto: Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se houver intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se houver homofobia, em suma, nenhuma forma de preconceito pode existir. Os direitos humanos têm a tarefa de ser a tribo civilizadora. A expressão “em suma” (linha 4), de caráter explicativo, tem a função de retomar, exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: “nenhuma nação será forte se houver homofobia” (linhas 3 e 4). 82. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível médio – 2011) Fragmento de texto: As pessoas aprenderam que devem ter sempre alguma atividade — primeiro é estudar e depois, trabalhar —; o importante é fazer alguma coisa, nem que para isso se deixe de ver o filho nascer ou crescer. Primeiro vem o trabalho, a produção. Outro aspecto aterrador aparece quando o indivíduo para para ouvir o próprio discurso: boa parte do que se fala está centrado em um futuro almejado, nunca concreto, como: “quando eu entrar em férias...”, “quando eu ganhar na loto...”. Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (linha 3), a palavra “Outro” indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado anteriormente. 83. (CESPE / Serpro nível superior – 2010) Fragmento de texto: Mais: os dados reforçam tendências que vêm causando crescente apreensão às autoridades atentas à evolução do perfil da violência no país. Um deles: aumenta o número de homicídios entre jovens. Em 1980, eram 30 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2007, nada menos que 50,1. Outro: homens são vítimas preferenciais - 90% das ocorrências.Mais uma: os negros lideram o ranking dos mortos - incremento de 21% em relação às estatísticas dos períodos anteriores. Os termos “Um deles” (linha 2) e “Outro” (linha 3) referem-se a “os dados” (linha 1). 84. (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior – 2011) Fragmento de texto: O Príncipe, que, em breve, completará 500 anos, tem características notáveis. Primeira: é livro facílimo de ler. Segunda: apesar disso, não há acordo sobre o que quer dizer. Nós o lemos com facilidade e não temos certeza do que ele pretende. Talvez porque, terceira característica, pareça contradizer o resto da vida e obra do autor. Ao enumerar as características da grande obra de Maquiavel, o autor empregou o recurso coesivo da sequenciação numérica. Décio Terror Filho Aula 06 Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br