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0 SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL ESCOLA SENAI DE ITUMBIARA ENSINO MÉDIO ARTICULADO A EDUCAÇÃO PROSSIFIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO EM QUÍMICA ALEXANDRA HELENA RIBEIRO DE SOUZA FRANCYELLE DA SILVA MEDONÇA GRASIELLY BARBOSA NUNES JÚLIE MARQUES E SILVA MONIQUE KATHLEEN CONRADO RODRIGUES VIEIRA NATHALIA NASCIMENTO DE MORAIS EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DA CASTANHA DA Syagrus Olerace Becc. ITUMBIARA-GO 2017 1 ALEXANDRA HELENA RIBEIRO DE SOUZA FRANCYELLE DA SILVA MEDONÇA GRASIELLY BARBOSA NUNES JÚLIE MARQUES E SILVA MONIQUE KATHLEEN CONRADO RODRIGUES VIEIRA NATHALIA NASCIMENTO DE MORAIS EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DA CASTANHA DA Syagrus Olerace Becc. Projeto apresentado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, como requisito parcial para a obtenção do título de Técnico em Química. Orientadores: Graziela Dias Ferreira, Jéssyca Lorraine Garcia Eugênio ITUMBIARA-GO 2017 2 DEDICATÓRIA Dedicamos primeiramente este trabalho a Deus e também a todos integrantes do grupo que se empenharam bastante nesta trajetória de pesquisas e testes para a realização do projeto. Dedicamos também aos nossos amigos e familiares que nos apoiaram em toda nossa jornada. 3 AGRADECIMENTO Agradecemos primeiramente a Deus que nos possibilitou energias para concluir este trabalho, as nossas famílias por toda dedicação e paciência contribuindo diretamente para que pudéssemos encontrar um caminho mais acessível para realização do projeto. Agradecemos também aos professores que sempre estiveram dispostos a ajudar e contribuir para o desempenho e melhor aprendizado do grupo e em especial a orientadora Jéssyca Lorraine Garcia Eugênio e por fim agradecemos a nossa instituição SESI/SENAI que nos possibilitou recursos para a realização deste trabalho, permitindo chegar ao final do projeto de maneira satisfatória. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 2. REFERENCIAL TEÓRICO... ............................................................................... 7 2.1.Syagrus Olerace Gueroba...…………………..……………….…………......... .7 2.2. Óleos vegetais………………..................….........……………..........................9 2.2.1Ácidos graxos..........................................................................................10 2.3.Métodos de extração …………………..…………….………………….............11 2.3.1. Extração por Prensagem……………………………….......……..............12 2.3.2. Extração por Solvente………………...........................…………..………12 2.4 Método de soxhlet 13 2.5 Caracterização físico-química de óleos vegetais...........................................15 2.5.1 Refratômetro..........................................................................................15 2.5.2 Índice de saponificação .. 16 3. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................17 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................18 4.1 Caracterização...........................................................................................19 4.1.1 Ácidos graxos livres.................................................................................19 4.1.2 Índice de saponificação...........................................................................20 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................21 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 22 APÊNDICES...............................................................................................................27 ANÊXOS....................................................................................................................30 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Syagrus Oleracea em seu ambiente natural......................................08 Figura 2: Amêndoa da gueroba.........................................................................09 Figura 3: Coco da gueroba................................................................................09 Figura 4: Óleo Linoleico.....................................................................................10 Figura 5: Óleo Oleico.........................................................................................10 Figura 6: Fórmula estrutural da ácido graxo......................................................11 Figura 7: Hexano e água...................................................................................14 Figura 8: Extrator de soxhlet.............................................................................15 Figura 9: Movimento sifão..................................................................................15 Figura 10: Equação genética da hidrólise alcalina............................................17 Figura 11: Óleos extraídos................................................................................31 Figura 12: Pesagem do óleo para a análise......................................................31 Figura 13: Titulação da análise de ácidos graxos.............................................31 Figura 14: Pesagem dos cocos.........................................................................31 Figura 15: Amêndoas........................................................................................32 Figura 16: Trituração.........................................................................................32 Figura 17: Soxhlet.............................................................................................32 Figura 18: Amêndoas trituradas........................................................................33 Figura 19: Triturada, para o cartucho................................................................33 Figura 20: Cocos ..............................................................................................33 Figura21: Óleo extraído.............................................................................................33 6 1. INTRODUÇÃO O cerrado é uma vegetação típica de locais com as estações climáticas definidas e regiões de solo de composição arenosa. É o segundo maior bioma da América do Sul, reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas (MEZA, 2014). A Gueroba (Syagrus oleracea becc.) palmeira nativa do cerrado geralmente conhecida como guariroba, guarirova, jaguarova, gueroba, palmito amargo, coco- amargoso, paty amargosa é encontrada nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo e Paraná. A produção de seus frutos é durante todo o ano entre os meses de fevereiro a maio sua produção é menor geralmente apenas um cacho com poucos cocos, a partir de junho a produção aumenta e a safra se estende até janeiro do próximo ano. O pico da coleta fica entre setembro a dezembro. Possui flores masculinas e femininas (planta monoica), seu tronco é único de 10 a 20 m de altura e de 20 a 30 cm de diâmetro. Seu fruto é composto por 4 partes: casca, mesocarpo carnoso, endocarpo (caroço),e a amêndoa que é aparte interna do fruto e apresenta uma cavidade interna comestível com alta quantidade de óleo vegetal (PEDROSA, et al., 2000). O óleo vegetal é um dos principais produtos extraídos de plantas, e cerca de 2/3 são usados em produtos alimentícios. São substâncias insolúveis em água (hidrofóbica) de origem vegetal, composto principalmente por ésteres de triacilgliceróis (reação entre o glicerol e ácidos graxos). Os triacilgliceróis são compostos insolúveis em água e sua temperatura ambiente tem uma consistência de liquido para sólidos. Existe dois meios para a extração desses óleos, mecânica manuseando a prensa e a extração por solventes, entre eles o hexano, pelo meio do solvente também é realizado o método de soxhlet (PRESOTTO, 2007). Atualmente o óleo extraído da castanha é utilizado apenas para a produção de medicamentos caseiros sem fins industriais. Tendo em vista a grande produção de gueroba no estado de Goiás e a ilimitada aplicação de seu óleo, torna-se necessário um estudo das propriedades físico-químicas para a sua caracterização. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é caracterizar o óleo extraído da castanha da gueroba através de analises físico-química e morfológicas. Esse trabalho teve como objetivos específicos: 7 Extrair o óleo a partir da castanha de gueroba Caracterizar morfologicamente o coco da gueroba Realizar análises físico-químicas de ácidos graxos livres e índice de refração 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Syagrus oleracea bec. O nome Syagrus vem de uma origem latim que significa “um tipo de palmeira”. E esse gênero é restrito ao Brasil que é considerado seu ponto de disseminação. A gueroba é uma planta monocotiledônea da família Arecaceae, sua subfamília Cocosoideae e o gênero Syagrus, Carol Fhil Martires foi a primeira pessoa a fazer sua descrição (Figura 1) incluindo dentro do gênero e nomeando de Coco Oleracea. Mas em 1916 a gueroba passou por outra análise taxonômica e foi inserida no respectivo gênero Syagrus, renomeando-a de Syagrus oleracea becc. (NAVES, 2009) Figura 1: Syagrus Oleracea em seu ambienta natural. Fonte: MORAIS, 2009 A palmeira da gueroba é totalmente aproveitável desde o caule que pode ser utilizado como madeira na construção civil até as folhas que normalmente são utilizadas na alimentação de animais e nas coberturas de casas. A amêndoa (Figura 2) e a polpa do coco contém um sabor doce e sempre foram muito prezadas como alimento. A polpa é rica em nutrientes com um valor significativo de carboidratos. Já a amêndoa tem um alto valor calórico mas é rica em fibras e proteína (ALMEIDA et al, 2000). 9 Figura 2: Amêndoa da gueroba Fonte: CARVALHO, 2013 Os cocos da gueroba têm o formato oval, como mostra na figura 3, medem entre 4 e 7 cm de comprimento e pesam em média de 30 à 40 g. O coco é formado por uma casca fina, por uma polpa carnosa, um caroço duro e uma amêndoa interna de cor branca. A polpa e a amêndoa representam mais da metade do peso do coco. A coleta dos cocos só é feita após caírem no chão, realizando uma seleção para eliminar os cocos velhos e separar os cocos de outra espécie que não são necessários como o bacuri que nasce próximo a gueroba (DIAS, 2012). Figura 3: Coco da gueroba Fonte: CHEN, 2002 A polpa e amêndoa oferecem óleo com um grande potencial para desenvolvimento de novos produtos. O óleo da polpa é rico em ácidos graxos insaturado especialmente o linoleico e o oleico que possuem uma ou mais ligações duplas em sua cadeia de carbonos como podemos ver nas Figuras 4 e 5, podendo 10 ser usado na alimentação, já o óleo da amêndoa é rico em ácidos graxos saturados como o ácido graxo láurico considerado de cadeia media e pode contribuir para o aumento de HDL (conhecido como colesterol bom) e também possui propriedades medicinais tal como anti-inflamatório e melhora no sistema de defesa do organismo. Eles também dispõe de uma boa estabilidade oxidativa (demora para ficar rançoso) e suporta altas temperaturas indicando que podem ser usados em processos industriais (COIMBRA, 2010). Figura 4: Óleo Linoleico Fonte: LOUREDO, 2006. Figura 5: Óleo Oleico Fonte: LOUREDO, 2006. 2.2 Óleos vegetais Óleos vegetais comestíveis são matérias graxas, ou seja, são essenciais para os óleos vegetais, elas não tem influência sobre o sabor, cheiro, ou cor dos alimentos. A maioria das graxas alimentícias está contida nos óleos vegetais, e aditivos aprovados pelos órgãos regulamentares. São extraídos na maioria das vezes, por solventes de grãos oleaginosos e refinados. Os mais comuns encontrados no mercado varejista, embalados em frascos de polietileno tereftalato (PET) ou em latas, são os de soja, girassol, algodão, milho, canola e, ás vezes, arroz ou gergelim em frascos menores. O óleo bruto, extraído por solvente, deve obrigatoriamente passar pelas etapas que compõem o refino. Quanto mais baixa a qualidade do óleo, maiores 11 são as perdas e os gastos no refino, e menor é o rendimento industrial. (APARECIDA, 2006) 2.2.1 Ácidos graxos Os ácidos graxos ocupam a maior parte do peso molecular da molécula de triglicerídeo (gordura), eles são os principais responsáveis por suas características. São a parte relativa da molécula, de forma que, conhecendo-se as propriedades físico- químicas dos ácidos graxos, conhecem-se, pelo menos em parte, as propriedades do triglicerídeo. A Figura 6 apresenta a estrutura molecular do ácido carboxílico (OETTERER, BISMARA; SPOTO, 2006). Figura 6– Fórmula estrutural do ácido graxo Fonte: SUGA, 2012 A Tabela 1 abaixo apresenta a composição de ácidos graxos na amêndoa do coco de gueroba, sendo que o ácido láurico é encontrado em maiores quantidades. Tabela1: Composição dos ácidos graxos da amêndoa do coco da gueroba Fonte: NOZAK,2012 Em óleos e gorduras naturais há grande número de ácidos graxos, mas a maioria é de cadeia reta (linear) e quase sempre com número par de átomos de Ácidos graxos saturados Quantidade (%) Ácido caprílico 10,30 Ácido cáprico 6,65 Ácido láurico 49,53 Ácido mirístico 14,34 Ácido palmítico 5,14 Ácido esteárico 3,72 Outros 0,71 Ácido graxos monoinsaturados - Ácido oleico 7,98 Ácido graxos poli-insaturados - Ácido linoleico 1,63 12 carbono e um agrupamento carboxila terminal. Eles diferem entre si conforme o número de átomos de carbono na cadeia, a presença de instauração, o número e a posição de duplas ligações. As reações que os ácidos graxos podem sofrer são importantes para o controle das alterações de qualidade de óleos e gorduras tanto durante o processo de obtenção, extração e refino, quanto durante o armazenamento. Os ácidos graxos podem ser saturados, ou apresentar diferentes graus de instauração, alguns ácidos graxos insaturados são essenciais, e seu teor pode determinar o valor biológico do lipídeo, pois são sucessíveis a oxidação, processo que ocorre nas duplas ligações (OETTERER, BISMARA; SPOTO, 2006). O ácido graxo míristico confere ao óleo de gueroba propriedades emolientes e umectantes, o que proporciona consistência e um toque aveludado em loções hidratantes, Os óleos da polpa e da amêndoa da gueroba possuem um grande potencial para o desenvolvimento de novos produtos. O óleo da polpa é rico em ácidos graxos insaturados, principalmente o linoleico e o oleico,ou seja, é um óleo que pode ser usado em dietas alimentares (COIMBRA M.C, 2010). Já o óleo da amêndoa é rico em ácidos graxos saturados, principalmente o ácido graxo láurico, não sendo indicado para alimentação, mas possui propriedades medicinais e de uso cosmético. Segundo Dias (2012) o óleo da amêndoa é anti-inflamatório e melhora o sistema de defesa do organismo. O óleo também possui boa estabilidade oxidava, ou seja, demora a ficar rançoso, além de suportar altas temperaturas, podendo ser usados em processos industriais. 2.3 Métodos de extração Os processos de extração de óleos são classificados como uma operação unitária que tem em vista a separação de determinados compostos a partir de processos químico, físicos ou mecânicos. Existem vários tipos de processos de extração como: extração solido liquido, extração liquido-liquido e extração gás-liquido. Conforme o método escolhido para a extração as características do óleo pode ser mudadas, visando que suas propriedades químicas podem ser alteradas dependendo das condições a qual é submetido. Altas temperaturas, longa exposição térmica, tempo de tratamento, irradiação e alta concentração de oxigênio afetam as propriedades físico-químicas dos óleos. Os processos de extração mais utilizados 13 atualmente são prensagem direta mais conhecida como extração mecânica, extração com solvente e extração com solvente associado a prensagem (SANTOS, 2014). 2.3.1 Extração por prensagem É considerado o método mais antigo de extração, resume-se na realização de pressão ou na prensagem mecânica, porém com esse método pode-se obter várias vantagens como: baixo custo inicial de instalações, pode ser usado em operações com mais de 3t/d de capacidade, não opera com solvente diminuindo o custo do processamento, fornece um óleo que pode ser consumido sem necessidade de refino, sua única desvantagem é que juntamente com o custo ele também pode diminuir o rendimento do óleo. (OETTERER, ARCE, SPOTO, 2006). O material é submetido a um esmagamento sob pressão por uma prensa e pode ser seguida de aquecimento ou não, etapa determinada de acordo com o tipo de vegetal. O aquecimento facilita o escoamento do óleo por meio das células dos vegetais, porém pode acarretar na perda de algumas propriedades importantes, devido a alguns de seus compostos apresentarem sensibilidade ao calor. Portanto, a prensagem a frio é o método mais adequado de obtenção desses óleos, por ser a forma mais natural e sem prejuízos à qualidade do produto obtido. Nesse mecanismo, algumas matérias-primas, como a oliva ou a palma, dão ótimos resultados, pois a extração é feita pelos frutos do vegetal (ANTONIASSI, 2012) 2.3.2 Extração por solvente Na extração por solvente, o vegetal é fragmentado e dissolvido antes da adição do produto. Normalmente é utilizado hexano que por ser um composto orgânico apolar, irá penetrar no interior das sementes, extraindo facilmente o óleo sem atingir outros componentes. Para sementes com alto teor de óleo, como os caroços de algodão ou as sementes de açafrão, costuma-se utilizar uma prensagem prévia seguida de extração por solvente, tendo em vista a obtenção de rendimentos mais elevados. A extração por solvente pode recuperar até 95% do óleo (RUSCHEL, 2016). O solvente Hexano é universalmente adotado nas indústrias de óleo. Vários solventes foram empregados antes do hexano, porém a prática industrial levou a sua adoção por sua composição e características atenderem a alguns requisitos, como 14 ser totalmente apolar e dissolver prontamente o óleo, ser imiscível com a água como mostra a Figura 7 , ter baixo calor latente de ebulição, não atacar as canalizações e os aparelhos com os quais entra em contato, apesar de ter como desvantagens a alta inflamabilidade, explosividade e toxidade (OETTERER, BISMA- RA, FILLET. 2006). Figura 7 : Hexano e Água Fonte:GRIMM 2.4 Método de Soxhlet A extração por Soxhlet é utilizada para determinação do teor de óleo, graxas e gorduras e em outros materiais (sementes, águas, resíduas, comerciais e industriais). Esta extração é utilizada alguns tipos de solventes como: hexano, éter de petróleo, acetona, etanol, etc. A vantagem deste aparelho é o fato de usar pequenas quantidades de solventes. A substância que é utilizada na extração é posta em um cartucho de papel filtro na câmara de extração (LINHARES, 2012). Há dois meios de extração como: Líquido-Líquido, que é quando o solvente orgânico passa em um processo continuo sobre a solução contendo o soluto, levando até o balão de aquecimento. Enquanto o solvente está sendo destilado, o soluto vai se concentrando no balão de aquecimento (TREVISAN, HABECK, FARHAT, 2013). A extração sólido-Líquido, esta técnica de extração é utilizada quando a solubilidade do composto orgânico é baixa na água. Quando o solvente é condensado o volume é ultrapassado, e consequentemente ele escoa de volta para o balão, onde é aquecido, e novamente evaporado, em seguida os solutos são concentrados no balão. O solvente passa ser puro, quando ele entra em contato com a fase sólida, pois, vem da destilação do extrator de Soxhlet (Figura 7 observa-se o extrator) (LUIS, 2016). O aparelho de Soxhlet é dividido em três (3) partes: Câmara de Extração (extrator), Câmara de vaporização (balão) e condensador, conforme pode-se observar na Figura 8. O extrator entra em contato com o balão por meio de dois (2) tubos 15 laterais, um dos quais ocorre o movimento sifão(pode-se observar na Figura 9) Ao todo o equipamento é composto por, 1 extrator, 1 condensador, 1 balão de fundo chato, uma manta aquecedora, garra, suporte universal, mangueira, o solvente e o cartucho com as amêndoas. (LINHARES, 2012). Figura 8: Extrator de soxhlet Fonte: ARIS; MORAD, 2014 Figura 9: Movimento Sifão Fonte: VIEIRA; et,al., 2010 Durante cada etapa, uma parte do composto não-volátil dissolve-se no solvente. Logo após várias passagens do solvente pelo material sólido, o composto é concentrado no balão de destilação. A vantagem deste sistema é que passa várias vezes pela amostra, obtendo-se uma amostra muito mais concentrada, pois a quantidade de passar pelo o solvente quente faz que a amostra fique mais limpa, e viável para ser utilizada (RODRIGUES, 2015). 16 2.5 Caracterização física química de óleos vegetais A caracterização físico-química é o estudo dos princípios da química, mencionando os fenômenos observados nas reações químicas entre quantidades macroscópicas das substâncias, sendo que, análise físico-química são as análises realizadas para a avaliação da qualidade e da caracterização do óleo (FOGAÇA, 2014). Através das análises de composição em índice de saponificação, determinação de pH, analise de turbidez e ácidos graxos livres que são realizadas é possível obter a descrição dos óleos vegetais (SANTANA, 2013). 2.5.1 Refratometria O índice de refração é proporcional à concentração em porcentagem de sólidos dissolvidos em soluções aquosas (%brix). Permite conhecer o teor de açúcar de sumos de fruta, bebidas, etc, que é fundamental para controlar a qualidade e valor nutricional destes produtos alimentares. Através da refração é possível também a determinação de água em leite, álcool em água, óleos não saturados em gorduras e óleos vegetais. O refratômetro é um equipamento de laboratório destinado à medição do índice de refração de luz em líquidos, pastosos e sólidos, ou seja, da mudança de ângulo que a luz sofre ao atravessar o líquido (BRAGA, 2009). A medição pode revelar características do produto, os níveis de concentração de determinadas substâncias, determinação do nível de pureza, e são utilizados na indústria alimentícia para medir a concentração de açúcar em bebidasou a salinidade no controle de qualidade de alimentos (REIS, 2006). 2.5.2 Índice de saponificação A reação de saponificação sobrevém quando um éster em uma solução aquosa de base inorgânica dá origem a um sal orgânico e a um álcool, ou seja, um éster reage em meio aquoso com uma base forte. Essa reação pode ser conhecida 17 como hidrólise alcalina, (representação na Figura 10 ) sendo possível a formação de um sal e um álcool (FOGAÇA, 2014) Figura 10:Equação genérica da hidrólise alcalina. Fonte:SOUZA, 2014. É viável afirmar que é uma hidrólise devido a presença de água (H2O) e que é alcalina pela presença da base NaOH (hidróxido de sódio). O símbolo ∆ mostra que houve aquecimento ao longo do processo. Através da saponificação pode-se obter o sabão, que seria a combinação de um éster (resultante de um ácido graxo) e uma base (hidróxido de sódio) para se obter assim, o sabão (sal orgânico). Outro produto obtido através da saponificação é o glicerol, um composto orgânico que faz parte do grupo dos álcoois, em que a indústria pode optar por fazer a glicerina que é a forma comercial do glicerol com 95% de pureza (SOUZA, 2014). A determinação do índice de saponificação tem relevância devido ao elo entre o índice de saponificação e o comprimento da cadeia dos resíduos de ácidos graxos. No qual o índice de saponificação adapta-se a uma dada massa de lipídios que varia inversamente com a massa molar dos resíduos de ácidos graxos (SlLVA, 2014). 18 3. MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho inicialmente foi desenvolvido por meio de pesquisas bibliográficas em arquivos, artigos na internet e em livros para a levantação de dados objetivando-se a execução do projeto. Em seguida pesquisas das análises físico- químicas para a caracterização do óleo da gueroba, que foram realizadas no laboratório da Escola SENAI, situadas no município de Itumbiara-GO. As metodologias realizadas podem ser observadas nos anexos A, e B. 19 4. RESULTADO E DICUSSÕES Utilizando o método de soxhlet foi possível extrair o óleo da castanha, para diminuir a quantidade de variáveis usamos o mesmo peso de amostra (40g) para todos os teste mudando apenas o tempo de extração como é possível ver na tabela a baixo: Tabela 1: Extração do Óleo Fonte: Autoria própria De acordo com o gráfico é possível ver com precisão o tempo de extração e a quantidade de óleo extraído, pode-se notar que o primeiro teste teve como duração 3 horas e o rendimento final de 18 ml, já no segundo e terceiro teste a duração de 5 horas conseguiu finalizar com 22 ml, , no quarto teste mudamos para 9 horas sem muita diferença de rendimento, no quinto e último teste alteramos para 12 horas com o rendimento de 25 ml. Ao final dos testes foi feito uma média para analisar qual seria o tempo mais viável para a extração, notando que entre os teste 1 e 2 a diferença foi apena de 4 ml a mais, o calculo abaixo mostra a porcentagem do óleo extraído: 25 𝑚𝑙 − 100% 22 𝑚𝑙 − 𝑥 𝑁 = 2.200 25 20 𝑁 = 88% Com 88% do óleo extraído é possível obter uma quantidade significativa, contando que o processo é feito utilizando 3 soxhlet rendendo em torno de 66 ml por dia, além do rendimento podemos contar com uma menor quantidade de hexano pois quanto maior seu tempo de permanência no balão mais chance de ocorrer uma evaporação do produto. 4.1 Caracterização 4.1.1 Acidos Graxos Livres No teste realizado para ver a quantidade dos AGL utilizou-se de 4g NaOH o calculo indicado pelo roteiro pratico foi da molaridade sendo: M= Molaridade MM= Massa Molecular V= Volume 𝑀 = 𝑚 𝑚𝑚 . 𝑉 𝑂, 1 = 𝑚 40 . 1 𝑚 = 4𝑔 Após o teste concluído obteve-se um valor muito alto em comparação ao parâmetro utilizado com o valor de: 𝑚𝐿 𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝑀 𝑥 28,2 𝑃𝐴 76,5 𝑥 0,1 𝑥 28,2 28,2 = 7, 65% De acordo com analise realizadas por Bora e Moreira (2003) o óleo da castanha da gueroba teve o valor do ácidos graxos livres em torno de 0,10% muito abaixo do encontrado na nossa amostra outro valor encontrado por Cardoso (2010) foi de 0,46% continua sendo um resultados bastante a baixo do encontrado em nossa análise porem essa variação é causada pelos mesmo motivos. Essa diferença pode se dar pelo tempo de secagem que a castanha foi exposta ante da extração, outro 21 fator que pode ter influenciado e a temperatura que a castanha foi exposta depois de triturada, seu armazenamento foi feito na geladeira pelo tempo de 2 meses. Seguindo o mesmo procedimento da castanha da soja, o ideal seria o armazenamento em uma sala de temperatura ambiente sem iluminação. Ao final da analise realizada em triplicata, não foi encontrado parâmetros definidos pela Anvisa do óleo da Gueroba. Os ácidos graxos livres (AGL) são componentes indesejados nos óleos, pois podem causar cheiro e sabores indesejados, se houver uma grande quantidade desses ácidos significa que o produto está em um nível de deterioração bastante elevado o produto acaba se tornando mais ácido, e quanto maior o índice de acidez mais chances o óleo tem de estar sofrendo quebras em sua cadeia, pois liberam seus principais constituintes: os ácidos graxos que são as gorduras boas no qual é aproveitável no óleo. 4.1.2 Índice de refração O índice de refração varia de acordo com os tipos de óleo, estando relacionado com o grau de saturação, teor de ácidos graxos livres, oxidação e tratamento térmico. Neste procedimento foi usado o equipamento refratometro, para identificar o valor do índice de refração, que sendo absoluto é inversamente proporcional á velocidade de propagação da luz no meio, isto é, quanto menor for à velocidade de propagação da luz, maior será o índice de refração do meio. Os índices de refração dos óleos vegetais mais comuns variam entre 1,326 até 2,415. Cerca de 56% deles, situam-se entre 1,475 e 1,700, enquanto obtivemos um resultado de 1.4545, ou seja neste trabalho, o índice de refração analisado, está em conformidade com as normas padrões. Segue abaixo parâmetros do índice de refração de óleos vegetais estudados, juntamente com o óleo de gueroba. Índice de refração dos óleos vegetais. Tabela 3: Indice de refração dos óleos vegetais. Índice de refração do óleo da gueroba Analise Parâmetro 1,4545 1,4446 Fonte: Pontes, 2011 22 A refratometria se mostrou uma análise importante para o estudo em comparação ao grau de insaturação de diferentes tipos de óleos. Já que os óleos com maior nível de insaturações possuem menor estabilidade oxidativa, podemos utilizar a refratometria como metodologia de estudo da estabilidade oxidativa das diferentes espécies de óleos. 4.1.3 Caracterização morfológica O coco da gueroba têm a formato oval, mede entre 4 e 7 cm de comprimento e pesa em média entre 30 e 40 g. Quando estão maduros começam a se soltar e a cair do cacho, podendo ter cor verde, verde amarelado ou amarelo. O coco é constituído por uma casca fina, por uma polpa carnuda, por um caroço duro e uma amêndoa interna de cor branca. 23 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com esse projeto concluímos que a extração do óleo da gueroba atingiu os objetivos desejados, como: índice de refração, índice de ácidos graxos livres, caracterização físico-química e caracterização morfológica. Na analise de refração obteve uma instauração que mostra a estabilidade oxidativa do óleo. O índice de ácidos graxos livre passou dos parâmetros, no qual essa diferença pode se dar pelo tempo de secagem que a castanha foi exposta antes da extração e temperatura mudou depois de triturada, porém não interferiu no processo de extraçãodo óleo. Portanto, as analises foram importantes para o estudo do óleo da gueroba, ao ver que o óleo extraído ainda não poderá ser utilizado a fins, cosméticos, óleo de cozinha, sabão entre outros, porque o óleo está com a presença do solvente utilizado para a extração que é o hexano, por ser tóxico o óleo não pode se utilizado desta forma, pois ainda tem que passar por processamento de refinação. 24 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, S. P.: BONNAS, D.: S. ; JORDÃO, P. R; AGUIAR, J. L. P. A gueroba (Syagrus Oleracea Becc.) nas Comunidades Rurais I: aproveitamento agroindustrial. Planaltina Embrapa, 2000. Disponivel em: < file:///E:/Roberta/Downloads/A Gueroba- (Syagrus Oleracea Becc.) -nas- Comunidades-Rurais-I-aproveitamento-agroindustrial%20(1).pdf>. Acesso em: 1 abr 2017 AMARAL, F. P. Estudo das características físico-químicas dos óleos da amêndoa e polpa da macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart]. Disponível em: <http://www.pg.fca.unesp.br/Teses/PDFs/Arq0213.pdf>. Acesso em 27 mai. 2017. ANTONIASSI, Rosemar. Óleos vegetais: conheça os benefícios e propriedades cosméticas. Disponível em: < http://www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/3163-o-producao- encontrar-oleos-vegetais-lipideos-gorduras-vitaminas-alternativa-cosmeticas-natural- propriedades-hidratantes-umectantes-emolientes > Acesso em: 10 maio 2017 APARECIDA, Marisa .Fundamentos de Ciência e Tecnologia de Alimentos: Extração e refino de óleos vegetais. São Paulo: Manole, 2006 . 300p (Alimentos). BRAGA, Eliane C. Apostila de Aulas Práticas. Universidade de São Paulo. 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Álcool Concentraçã o de NaOH 0,00 a 0,2 56,4 ± 50 0,1 M SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DIRETORIO REGIONAL DE GOIÁS ESCOLA SENAI DE ITUMBIARA Curso; Disciplina Professor(a) Aluno(os) Técnico em química Projetos TCC Graziela Dias Ferreira Alexandra, Francyelle, Grasielly, Júlie Monique e Nathalia. 30 0,2 a 1,0 28,2 ± 50 0,1 M 1,0 a 30,0 7,05 ± 75 0,25 M 30,0 a 50,0 7,05 ± 10 0 0,25 M ou 1,0 M 50,0 a 100,0 3,52 5 ± 10 0 1,0 M *Observação: para amostras de óleos vegetais refinados % A.G.L 0,00 a 0,2. Pesar a quantidade de amostra conforme a tabela em um Erlenmeyer de 250ml. Medir uma quantidade de álcool e neutralizar, adicionando-se solução indicadora fenolftaleína (3 a 5 gotas de fenolftaleína) e titular com hidróxido de sódio até leve coloração rósea. Utilizar está coloração como referência na titulação da amostra. Adicionar a quantidade especificada de álcool neutralizado quente à amostra e agitar vigorosamente até completa homogeneização. Titular com a solução de NaOH, agitar vigorosamente até o aparecimento da primeira coloração rosa permanente. Esta coloração deve ter a mesma intensidade do álcool neutralizado antes da adição da amostra. A coloração deverá permanecer por 30 segundos. 4- Resultados e Discussões 1. Faça os cálculos e comente os resultados. 2. Quais são os parâmetros de qualidade para o óleo? Cálculos: Ácidos graxos livres (como Ácido oleico)%= 𝐦𝐋 𝐍𝐚𝐎𝐇 × 𝐌 × 𝟐𝟖,𝟐 𝑃𝐴 Ácidos graxos livres (como Ácido láurico) %= 𝐦𝐋 𝐍𝐚𝐎𝐇 × 𝐌 × 𝟐𝟎,𝟎 𝑃𝐴 Ácidos graxos livres (como Ácido palmítico) %= 𝐦𝐋 𝐍𝐚𝐎𝐇 × 𝐌 × 𝟐𝟓,𝟔 𝑃𝐴 Onde: M= molaridade da solução padronizada de NaOH. PA= peso da amostra mL= volume gasto de NaOH para titular a amostra 31 Apêndice B SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DIRETORIO REGIONAL DE GOIÁS ESCOLA SENAI DE ITUMBIARA Curso; Disciplina Professor(a) Aluno(os) Técnico em química Projetos TCC Graziela Dias Ferreira Alexandra, Francyelle, Grasielly, Júlie Monique e Nathalia. Refratometria 1-Objetivo: Determinar a quantidade de sólidos insolúveis presentes no óleo da amêndoa de gueroba 2- Material Utilizado: Papel toalha Refratômetro Óleo Água destilada Pipeta descartável Pisseta com água destilada 3-Procedimento experimental Parte 1: Ajuste do refratômetro Ligue a mangueira do refratômetro na água da torneira; Em seguida ligue o equipamento Coloque água destilada sobre o prisma e feche Confira no telescópio se o X está no meio e a cor laranja e preta Peça para zerar (o brix da água destilada deve dar zero) Logo após a zeragem pode-se realizar a leitura da amostra Parte 2: Analise Depois de calibrar os equipamentos, realizar as leituras do óleo da gueroba. 32 Apêndice C SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DIRETORIO REGIONAL DE GOIÁS ESCOLA SENAI DE ITUMBIARA Curso; Disciplina Professor(a) Aluno(os) Técnico em química Projetos TCC Graziela Dias Ferreira Alexandra, Francyelle, Grasielly, Júlie Monique e Nathalia. Extração por soxhlet 1-Objetivo: Extrair o óleo do amendoim pelo soxhlet utilizando como auxiliar o hexano. 2- Material Utilizado: Manta térmica Balão de condesação Soxhlet Condensador Mangueiras Pérolas de vidro Chumaço de algodão Becker Garra Balão de destilação Reagente: Hexano 3-Procedimento experimental Pesar as castanhas da gueroba e macerar Colocar no cartucho e dentro do extrator. Adicionar o hexano e perolas de vidro. Montar o sistema, com manta, condensador e mangueiras. Aquecer o sistema, mantendo sobre refluxo. Deixar o solvente sanfonar até que a solução no corpo do extrator esteja da cor marrom 33 ANEXOS Figura 11: Óleos extraídos Figura 12: Pesagem do óleo Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Figura 13:Análise de ácidos graxos Figura 14:Pesagem dos cocos Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria 34 Figura 15: Amêndoas Fonte: Autoria própria Figura 16: Trituração Figura 17: Soxhlet Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria 35 Figura 18: Amêndoas trituradas Figura 19: triturada, para o cartucho Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Figura 20: Cocos Figura 21: Óleo extraído Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria
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