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Problema 2: Intermediária Pro���m� 2 - In�e�m���ári� 4. Uso de Ácido Acetilsalicílico em Doenças Exantemáticas VISÃO GERAL & FARMACOLOGIA Basicamente, o uso de AAS (e de AINEs em geral) é feito com o intuito de terapia de suporte (tipo, o paciente sente uma dor, uma cefaléia, uma febre… aí vai lá e toma o medicamento), mas não é usado para tratamento específico (ou seja, não cura nenhuma das doenças exantemáticas). Em alguns casos, o uso de AAS e outros AINES é estritamente proibido (como na dengue, zika…) pelo risco hematológico (sangramentos…). FA���C��O���: REVISÃO! Todos os AINES atuam inibindo a síntese de prostaglandinas (PGs). Por isso, vou fazer uma breve introdução sobre a biossíntese e ações das PGs para entendermos melhor! ➔ Qual é o papel das prostaglandinas? Nosso corpo produz PGs em quantidades mínimas em praticamente todos os tecidos, elas servem como mediadores locais. Geralmente, ela é sintetizada no tecido e rapidamente metabolizada em produtos inativos. Por isso, não temos PGs em quantidades significativas circulando no sangue. Tromboxanos e leucotrienos e etc são meio que “irmãos” das prostaglandinas visto que são sintetizados a partir dos mesmos precursores (Ou seja,no final das contas é tudo farinha do mesmo saco!) ➔ De onde surgem as PGs? O ácido araquidônico é o principal precursor das PGs e dos compostos relacionados. Ele é componente dos fosfolipídeos das membranas celulares. O ácido araquidônico livre é liberado dos fosfolipídeos teciduais pela ação da fosfolipase A2 por um processo controlado por hormônios e outros estímulos. Existem duas vias principais para a síntese de eicosanoides a partir do ácido araquidônico: a via da cicloxigenase e a da lipoxigenase. Obs: eicosanoides serve para denominar tudo que deriva do ácido araquidônico (pq ele é um ácido graxo de 20 carbonos) 1. Via da cicloxigenase: Todos os eicosanoides com estrutura anelar (PGs, tromboxanos e prostaciclinas) são sintetizados pela via da cicloxigenase. Foram descritas duas isoformas relacionadas das enzimas cicloxigenases: a cicloxigenase-1 (COX-1) é responsável pela produção fisiológica de prostanóides, e a COX-2 provoca o aumento da produção de prostanóides em locais de doença e inflamação crônicas. A COX-1 é uma “enzima constitutiva” que regula os processos celulares normais, como a citoproteção gástrica, a homeostase vascular, a agregação plaquetária e as funções reprodutiva e renal. A COX-2 é expressa de maneira constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e ossos. Sua expressão em outros locais aumenta durante os estados inflamatórios crônicos. Diferenças na forma dos locais de ligação permitiram o desenvolvimento de inibidores COX-2 seletivos (Fig. 36.2). Outra característica diferencial da COX-2 é que sua expressão é induzida por mediadores inflamatórios como o FNT-α e a IL-1, mas pode também ser inibida por glicocorticóides (Fig. 36.3), o que pode contribuir para os efeitos anti-inflamatórios significativos desses fármacos. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 - In�e�m���ári� 2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, várias lipoxigenases podem atuar no ácido araquidônico formando leucotrienos (Fig. 36.3). AINES (de verdade agora) Os AINEs são um grupo de fármacos quimicamente heterogêneos que se diferenciam na sua atividade antipirética, analgésica e anti-inflamatória. A classe inclui derivados do ácido salicílico (ácido acetilsalicílico [AAS], diflunisal e salsalato), do ácido propiônico (ibuprofeno, fenoprofeno, flurbiprofeno, cetoprofeno, naproxeno e oxaprozina), do ácido acético (diclofenaco, etodolaco, indometacina, cetorolaco, nabumetona, sulindaco e tolmetina), do ácido enólico (meloxicam e piroxicam), de fenamatos (ácido mefenâmico e meclofenamato) e do inibidor COX-2 seletivo (celecoxibe). Eles atuam, principalmente, inibindo as enzimas cicloxigenase que catalisam o primeiro estágio da biossíntese de prostanoides. Isso leva à redução da síntese de PGs, com efeitos desejados e indesejados. (Nota: diferenças na segurança e na eficácia dos AINEs podem ser explicadas pela UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 - In�e�m���ári� seletividade relativa das enzimas COX-1 ou COX-2. A inibição da COX-2 parece levar aos efeitos anti-inflamatório e analgésico dos AINEs, ao passo que a inibição da COX-1 é responsável pela prevenção dos eventos cardiovasculares e pela maioria dos eventos adversos.) SARAMPO A febre pode ser controlada com antipiréticos comuns, como paracetamol. Não se deve usar nunca a aspirina (AAS) no sarampo, devido ao risco de síndrome de Reye, uma doença rara, mas com alta mortalidade, caracterizada por edema cerebral e lesão do fígado. Antibióticos só têm valor se houver alguma infecção bacteriana complicando o quadro de sarampo. RUBÉOLA Salvo os raríssimos casos de púrpura trombocitopênica (porque o ácido acetilsalicílico interfere na coagulação do sangue) em que se questiona o uso da aspirina, não se conhece nenhum medicamento contraindicado para a rubéola. Entretanto, nas doenças virais, especialmente quando se imagina que a pessoa pegou gripe ou resfriado, é sempre bom evitar o ácido acetilsalicílico (AAS), enquanto não houver certeza sobre a natureza da enfermidade. ERITEMA INFECCIOSO Não encontrei indicação nem contraindicação com relação ao AAS, AINES ou medicamentos de suporte. EXANTEMA SÚBITO Tratamento de suporte e administração de medicação sintomática, bem como a vigilância das complicações, especialmente às relacionadas ao sistema nervoso. Não existe vacina disponível. ESCARLATINA Para o tratamento da febre ou da dor de garanta, pode dar à criança acetaminofeno (Tylenol, Tempra ou outras marcas) ou ibuprofeno (Motrin, Advil ou outras marcas). Não dê AAS (ácido acetilsalicílico ou Aspirina) à criança. VARICELA Loções para reduzir a coceira e analgésicos podem ser prescritos pelo médico para melhor controle da dor e da febre. Contudo, é muito importante salientar que pessoas com “catapora” não podem fazer uso de medicamentos contendo AAS (Ex: Aspirina®, Melhoral®) pois o Ácido Acetil Salicílico (AAS) pode causar complicações graves em pacientes com “catapora”. Uma das complicações da catapora, a chamada Síndrome de Reye (insuficiência hepática e coma), pode ser provocada pelo uso de ácido acetil-salicílico (AAS), presente em alguns medicamentos, quando a enfermidade já está instalada. DENGUE Medicamentos derivados de Ácido Acetilsalicílico ou sigla AAS são totalmente contraindicados em todos os casos de Dengue ou suspeita de Dengue porque são antigregantes plaquetários e assim, aumentam o risco de sangramentos e hemorragias, pois a coagulação do paciente já está prejudicada pela redução de plaquetas. Os Anti-inflamatórios não hormonais (ou não esteroidais) como o diclofenaco, indometacina, ibuprofeno, piroxicam, naproxen, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac, diflunisal e o ibuprofeno, por exemplo, são UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 - In�e�m���ári� todos contraindicados, pois também elevam o risco de sangramentos. Os remédios que podem ser usados para aliviar os sintomas da dengue e que geralmente são recomendados pelo médico são o paracetamol (Tylenol) e a dipirona (Novalgina), que ajudam a baixar a febre e a reduzir a dor. FEBRE AMARELA Não há tratamento específico, utilizando-se sintomáticos (exceto ácido acetilsalicílico e seus derivados) e hidratação adequada. Chikungunya Como ainda não há um tratamento antiviral específico para a doença, a terapia utilizada é a de suporte médico, hidratação (ingerir muita água diariamente) e repouso absoluto. Os remédios usados para fazer um suporte a dores de cabeça e febre são o paracetamol e dipirona. No caso da chikungunya, é preciso alternar esses dois pra tentar aliviar a dor. Não é recomendado usar medicamentos a base de ácido acetil salicílico (AAS, Aspirina, Melhoral, Doril, etc.) e anti-inflamatórios que interferem na coagulaçãodo sangue (AINEs) ZIKA Não se deve utilizar qualquer remédio com ácido acetilsalicílico, como aspirina ou AAS, pois, tal como acontece na dengue, existe risco de desenvolvimento de hemorragias que podem agravar o estado geral do paciente. SÍNDROMES MONO-LIKE Raramente a infecção por EBV requer mais do que tratamento de suporte. Paracetamol e outros anti-inflamatórios não esteroidais podem ser usados no tratamento da febre e desconforto em orofaringe. É importante que o paciente mantenha repouso e hidratação adequada. Deve-se evitar o uso de AAS pelo risco de Síndrome de Reye. Os pacientes devem esperar pelo menos 3-4 semanas (até a normalização das transaminases) antes de retomar atividades esportivas, consumo de álcool e uso de anticoncepcionais orais. O uso de antivirais (aciclovir) é controverso na literatura e não deve ser recomendado como rotina nos quadros habituais. Corticoterapia pode ser indicada em pacientes com risco de obstrução de vias aéreas, anemia hemolítica e trombocitopenia grave. INDICAÇÕES GERAIS Para o alívio sintomático da cefaleia, odontalgia, dor de garganta, dismenorreia, mialgia ou artralgia, lombalgia e dor artrítica de pequena intensidade. – No resfriado comum ou na gripe, para o alívio sintomático da dor e da febre. CONTRAINDICACOES Comprimido: ● Hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, a outros salicilatos ou a qualquer outro componente do produto; ● História de asma induzida pela administração de salicilatos ou substâncias com ação similar, principalmente anti-inflamatórios não-esteroides; ● Úlceras gastrintestinais agudas; ● Diátese hemorrágica; ● Insuficiência renal grave; ● Insuficiência hepática grave; ● Insuficiência cardíaca grave; ● Associado ao metotrexato em doses iguais ou maiores que 15 mg/semana; ● Último trimestre de gravidez. ● Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Comprimido revestido - O ácido acetilsalicílico não deve ser utilizado nas seguintes situações: UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 - In�e�m���ári� ● Hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, a outros medicamentos que contenham salicilatos ou a qualquer um dos componentes do medicamento; ● Histórico de crise de asma ou reações de hipersensibilidade (por exemplo, urticária, angioedema, rinite grave, choque) induzidas pela administração de salicilatos ou substâncias com ação semelhante, principalmente anti-inflamatórios não esteróides; ● Úlceras gastrintestinais agudas; ● Diátese hemorrágica; ● Insuficiência renal grave; ● Insuficiência hepática grave; ● Insuficiência cardíaca grave; ● Em associação ao metotrexato em doses maiores que 20 mg/semana com doses antiinflamatórias do ácido acetilsalicílico ou com doses analgésicas ou antipiréticas (veja item “6. Interações medicamentosas); ● Coadministração de anticoagulantes orais com ácido acetilsalicílico utilizado nas doses anti-inflamatórias, analgésicas ou antipiréticas e em pacientes com histórico de úlcera gastroduodenal; ● A partir do início do 6° mês de gestação ( acima de 24 semanas de amenorreia). ● Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa�
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