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WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO AINES São fármacos heterogêneos que atuam na inflamação aguda bloqueando as COXs, uma vez que não são seletivos. Os antiflamatórios esterodais (glicocorticoides) atuam na inflamação crônica, ao passo que os COXIBs atuam na inflamação aguda. Possuem efeito AAAA: A – antinflamatório A – antitérmico A – analgésico A – anticoagulante (no caso do AAS) Exemplos: AAS – atua principalmente no bloqueio da COX1 Ibuprofeno Cetoprofeno Nimesulida – atua principalmente na COX2 Meloxicam – atua principalmente na COX2 Tenoxicam Piroxicam Ácido mefenâmico Dipirona – atua principalmente na COX3 Paracetamol – atua principalmente na COX3 Dicoflenaco (possui nefrotoxicidade) Quem tem ASMA não deve usar AINES, principalmente o AAS. Isso porque o bloqueio da COX leva o ácido aracdônico a ser transformado em leucotrieno, que é um broncoconstritor, ou seja, piora a asma. Nesse caso, recomenda-se o uso de glicocorticoides (imunossupressor e antialérgico), que bloqueia a fosfolipase A2, uma vez que por atuar em receptor celular, o glicocorticoide leva a produção de lipocortina (anexina-1), a qual bloqueia a PLA2. AINES E COXIBS WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO Os AINES são efetivos contra artrite, bursite, odontalgia, disminorreia, dor pós- parto, dor leve ou moderada, inflamação aguda e febre. Em casos de dor intensa, recomenda-se o uso de opioides. Com exceção do AAS, o bloqueio da COX é reversível. O bloqueio das COX: 3: efeito analgésico e antitérmico 2: efeito antinflamatório 1: efeito antiagregante plaquetário Ação anti-inflamatória: A inibição da cicloxigenase diminui a formação de PGs e, assim, modula os aspectos da inflamação nos quais as PGs atuam como mediadoras. Ação analgésica: Acredita-se que a PGE2 sensibiliza as terminações nervosas à ação da bradicinina, da histamina e de outros mediadores químicos liberados localmente pelo processo inflamatório. Assim, diminuindo a síntese de PGE2, a sensação de dor pode diminuir. Ação antipirética: A febre ocorre quando o “ponto de referência” do centro termorregulador hipotalâmico anterior é aumentado. Isso pode ser causado pela síntese da PGE2, que é estimulada quando agentes endógenos causadores de febre (pirógenos), como as citocinas, são liberados pelos leucócitos ativados por infecção, hipersensibilidade, câncer ou inflamação. Os AINEs diminuem a temperatura corporal em pacientes febris, impedindo a síntese e a liberação da PGE2. Esses fármacos, essencialmente, recolocam o “termostato” no normal. Crianças de 0 a 3 meses: paracetamol 3 a 6 meses: dipirona >6 meses: ibuprofeno (alivium) WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO COX-1 Fisiológica / constitutiva Estômago: gastroproteção (diminui HCL e aumenta o muco) Rins: vasodilatação e nefroproteção, mantém o fluxo renal Plaquetas: agregação plaquetária Endotélio: cardioproteção e vasodilatação, controle da PA. Os efeitos colaterais resultam do bloqueio dessa COX. COX-2 Patológica/induzida Inflamação Produz 100 vezes mais PGs que a COX-1 Leva a vasodilatação, aumento da permeabilidade (edema e rubor), ativa nociceptores e aumenta a temperatura (febre) COX-3 Está no SNC Regula dor e febre No caso da dengue, paracetamol e dipirona são os mais recomendados, uma vez que só bloqueiam essa COX e não gera, portanto, risco de hemorragia. A COX-2 possui canal hidrofóbico mais largo, o que permite maior entrada de AA e maior formação de PG do que a COX-1 O bolso lateral é onde os COXIBS se ligam Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) aliviam a dor e inflamação, mas não eliminam as causas que levaram a tais manifestações - por isso são chamados medicamentos sintomáticos - aliviam os sintomas, apenas. Nas plaquetas, a COX-1 produz tromboxano A1, o qual leva a vasocontrição e agregação plaquetária. MECANISMO DE AÇÃO O principal mecanismo de ação dos AINEs é a inibição da enzima ciclooxigenase (COX), tanto central quanto perifericamente, interferindo assim na conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos. Efeitos colaterais: Distúrbios gastrointestinais: úlcera, dispepsia, gastrite, hemorragia digestiva alta, náuses, vômitos e flatulências. Por isso, é importante WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO usá-los associados com IBPs ou após alimentação. Distúrbios renais: nefropatias, insuficiência renal aguda ou crônica. Distúrbios hemorrágicos: uso de AAS Aumento da PA Hepatotoxicidade: uso de paracetamol Distúrbios da medula óssea (dipirona): trombocitopenia, anemia aplásica e agranulocitose (raro) Síndrome de Reye Cutâneo: exantemas, petéquias (pequenas hemorragias) Pulmonares: asma Sonolência, dores de cabeça, tonturas, zumbido nos ouvidos Na gravidez, os AINEs não devem ser utilizados no 1º e 2º trimestres, porque sua segurança não foi devidamente estabelecida, e podem ser prejudiciais ao feto (teratogenicidade); no 3º trimestre, todo medicamento inibidor de prostaglandinas (como os AINEs) não deve ser dado à gestante, porque pode prejudicar o coração, pulmões ou rins do feto. No final da gravidez ocorre normalmente um aumento no tempo de sangramento da mãe e do bebê, e o uso de um anti-inflamatório pode causar hemorragias. As prostaglandinas têm ação vasodilatadora, o que é de extrema importância para a manutenção da resistência pré-glomerular, por meio da manutenção da taxa de filtração glomerular e da preservação do fluxo sanguíneo renal. A inibição da vasodilatação mediada pelas prostaglandinas (PGE-2) impede uma perfusão renal adequada. CLASSIFICAÇÃO GERAL Salicilatos (AAS e sulfassalazina) Derivados de para-aminofenol (paracetamol) Derivados de ácido fenilacético (dicoflenaco) Derivados de ácido propriônico (ibuprofeno e naproxeno) Ácidos enólicos (meloxicam) Derivados de pirazólicos (dipirona) CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS Extenso metabolismo Alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas Bem absorvidos Irritação gástrica WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO Preparações entéricas (medicamentos preparados para serem dissolvidos no intestino, menor dano gástrico) Associação com antiácidos AAS: ação irreversível INTERAÇÕES Os AINEs podem reduzir a resposta dos medicamentos anti- hipertensivos, prejudicando o controle da pressão arterial em pacientes hipertensos. Os AINEs podem aumentar os efeitos da insulina e medicamentos orais para controlar a glicemia (risco de hipoglicemia). Pela alta ligação às proteínas plasmáticas, os anti-inflamatórios deslocam fármacos que se ligam às proteínas plasmáticas (como outros anti-inflamatórios, anticoagulantes orais, antidiabéticos orais, anticonvulsivos, alguns anti- hipertensivos) de seus locais de ligação, deixando esses fármacos livres na corrente sanguínea e assim, aumentando sua atividade e também seus efeitos nocivos. PRINCIPAIS GRUPOS Grupo da fenilbutazona (Butazona Cálcica®, Mioflex®), bumadizona, oxifembutazona, aminofenazona Anti-inflamatórios, analgésicos e antitérmicos. Efeitos adversos graves São usados para tratar a artrite reumatoide, doença autoimune inflamatória crônica e a gota quando outros agentes anti-inflamatórios menos tóxicos não obtiveram resposta adequada. Devem ser utilizados por períodos curtos Grupo da indometacina (lndocid®), etodolaco (Flancox®), cetorolaco (Toragesic®, Toradol®) Pouca atividade antitérmica Os componentes deste grupo são recomendados aos pacientes que não responderam aosAINEs menos tóxicos. O cetorolaco é quimicamente relacionado à indometacina, e tem maior atividade analgésica. Esse maior poder analgésico está relacionado com o bloqueio do impulso da dor. WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO Grupo do ibuprofeno (Advil®, Alivium®, D alsy®), naproxeno (Flanax®), flurbiprofeno (Ocufen®, Strepsils®), cetoprofeno (Artrosil®, Profenid®), loxoprofeno (Loxonin®) Derivados do ácido propiônico Anti-inflamatórios, analgésicos e antitérmicos. O ibuprofeno e o naproxeno são mais usados como analgésicos. O loxoprofeno, por atuar inibindo preferencialmente a COX-2, agride menos o estômago, com maior ação analgésica que o cetoprofeno e o naproxeno Grupo do aceclofenaco (Proflam®) e diclofenaco - sódico, potássico, resinato, dietilamônio, colestiramina (Cataflan®, Fenaren®, Flogan®, Voltaflex®, Voltaren®, Flotac®, entre outros) Analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos. Estes AINEs inibem a COX-1 e a COX-2. Este é um dos grupos mais utilizados (e abusados) dentre os AINEs. Grupo do ácido mefenâmico (Ponstan®), clonixinato de lisina (Dolamin®, Dolamin Flex®) Analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos; Comumente lembrados na dismenorreia e enxaqueca. No entanto (no uso sistêmico, por via oral e parenteral), por seus efeitos adversos (discrasias sanguíneas, sangramentos gastrintestinais, danos renais) estes fármacos devem ser utilizados apenas em situações nas quais outros AINEs ou analgésicos não tiveram resposta. Os de uso tópico destinam-se ao alívio da dor reumática e muscular Grupo dos oxicams: meloxicam (Inicox®, Movatec®), piroxicam (Feldene®, Inflamene®, tenoxicam (Tilatil®, Tenotec®) O meloxicam é um anti-inflamatório potente, inibindo em maior grau a COX-2 que o diclofenaco, ibuprofeno indometacina e piroxicam, os quais atuam inibindo tanto a COX- 1 como a COX-2. O piroxicam é apresentado também associado à betaciclodextrina (Cicladol®, Flogene®). A betaciclodextrina confere maior solubilidade ao piroxicam, e o início da ação do medicamento torna-se mais rápido. O tenoxicam apresenta propriedades muito semelhantes ao piroxicam, como analgésico, anti-inflamatório e antitérmico. Anti-inflamatório: nimesulida (Nimesilam®, Nimesubal®, Nisulid®, Scaflan®) Antiinflamatório, analgésico e antitérmico Natureza ácida. Inibe principalmente a COX-2 preservando a mucosa do estômago. WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO A nimesulida, associada à betaciclodextrina (Maxsulid®), busca facilitar a solubilidade (com início de ação mais rápido) e a biodisponibilidade do medicamento. O uso de nimesulida com varfarina (anticoagulante) e com o AAS aumenta o risco de hemorragias. Nimesulida com outros AINEs aumenta o risco de efeitos adversos gastrintestinais: dores, gastrites, sangramentos. Anti-inflamatório: benzidamina (Benflogin®, Benzitrat®, Flogoral®) Substância não ácida, com ação anti-inflamatória, analgésica e anestésica local. Além do uso sistêmico - oral - é muito utilizada em pastilhas para acalmar a dor e a inflamação local na garganta Uso vaginal, como anti--inflamatório, anestésico e antisséptico tópico (Flogo-rosa®). A benzidamina pode causar alterações no sistema nervoso central, com agitação, ansiedade, alucinações. COXIBS São seletivos para a COX-2, uma vez que se ligam na bolsa lateral. Reduz os efeitos gastrointestinais, porém existe uma COX-2 fisiológica, a qual produz prostaglandinas nefroprotetoras, cardioprotetoras e antiagregantes, o que leva à: Efeitos renais: diminui a taxa de filtração renal Efeitos cardiovasculares: aumenta a PA Efeitos tromboembólicos Celecoxib (coques e celebra) e eterocoxib (arcoxia) são medicamentos de controle especial. Mecanismo de ação: se liga no bolso lateral da COX-2 inibindo essa enzima e gerando efeito anti-inflamatório. Usados clinicamente em distúrbios inflamatórios osteo-articulares (lombalgia, hérnia de discos, traumas). Porém, deve- se sempre avaliar o custo-benefício. Por isso, seu uso é limitado: vendidos por receita e não devem ser usados por mais de 7 dias. Celebra e arcoxia são os mais usados hoje em dia. Não inibe a COX-1 > por isso, sem efeitos na agregação plaquetária, porém diminui a síntese de PGI2 (antitrombos e vasodilatadora) no endotélio, isso leva à aumento da PA e efeitos tromboembólicos. WESLEY VANDERSON – 4º PERÍODO Diante destes dados, alguns fármacos do grupo foram retirados do mercado pouco tempo depois de sua introdução, como o rofecoxibe (Vioxx®), valdecoxibe (Bextra®) e lumiracoxibe (Prexige®) CONTRAINDICAÇÕES Úlceras Asmáticos Crianças com viroses Insuficiência renal Hipoglicemia Cirrose hepática QUESTÃO PARA FIXAR a. Celecoxibe. b. Indometacina e omeprazol. c. Naproxeno e omeprazol. d. Naproxeno. Indometacina é um AINE que só deve ser usado em caso de um fármaco menos tóxico não ter gerado efeito. Desse modo, o AINE mais viável dentre as opções é o naproxeno, visto que é um excelente analgésico e assim aliviaria a dor musculoesquelética do paciente. Todavia, ele não é totalmente seletivo para COX-2, atuando também na COX-1 e por isso, como o paciente tem histórico de úlceras, deve-se usar um IBP em conjunto, nesse caso, o omeprazol. O paciente tem histórico cardíaco, por esse motivo o celecoxibe é descartado. Desse modo, a resposta é a letra C. LETRA A. Após jogar golfe, um homem de 64 anos sente dor musculosquelética de leve a moderada nas costas. Ele tomou paracetamol, mas não melhorou. Sua anamnese revela diabetes, hipertensão, hiperlipidemia, úlcera gástrica (resolvida) e doença arterial coronariana. Qual dos seguintes regimes com AINEs é o mais apropriado para tratar a dor desse paciente? a. Celecoxibe b. Indometacina e omeprazol c. Naproxeno e omeprazol d. Naproxeno Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) representam uma classe de fármacos de uso amplamente difundido ao redor do mundo. Sua principal indicação é para o tratamento da dor nos processos inflamatórios agudos e crônicos causando analgesia e agindo como antipirético. Considere as afirmativas a seguir sobre a ação dos AINES: I. Os inibidores seletivos da COX-2, além de inibirem a cicloxigenase, também apresentam ação sobre a lipoxigenase aumentando sua eficácia terapêutica. II. O naproxeno, a nimesulida, o meloxicam são inibidores seletivos da COX-2, mas também apresentam ação sobre a COX-1. III. A inibição da COX-1 pelos AINES não seletivos apresenta como principal efeito adverso lesão à mucosa gástrica pela inibição da síntese de PGI2 e PGE2. IV. Os coxibes são anti- inflamatórios muito seguros pois não atuam na COX-1, não provocam lesão na mucosa gástrica nem apresentam risco cardiovascular e vêm substituindo os AINES tradicionais. Estão corretas as afirmativas: a. II e III. b. I e II. c. III e IV. d. I e IV.
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