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JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 1 Mieloma múltiplo DEFINIÇÃO ↳ Neoplasia resultante da proliferação progressiva e incontrolada de plasmócitos (células B diferenciadas) ↳ Neoplasia de células plasmáticas ↳ Tem a proliferação exagerada dos plasmócitos que nem sempre estarão de maneira organizada ↳ núcleo – citoplasma diferente ↳ pode ter diversas vesículas de imunoglobulina A ↳ aspecto de ‘’chamas’’ em volta do núcleo Imunofenótipo → positivo para CD138 e podem expressar CD56 (identifica células neoplásicas) INCIDENCIA ↳ Corresponde a 13% de todas as neoplasias hematológicas ↳ Doença sub-diagnosticada ↳ Normalmente diagnosticada já num estado mais avançado ↳ Doença de diagnóstico tardio dificultando o tratamento ↳ Atinge pacientes >60 anos ↳ Sobrevida de 3-6 anos ↳ Não tem cura, prognóstico ruim e tratamento dificultado pois o diagnóstico é demorado PROGNÓSTICO ↳ Variável ↳ Sobrevida média de 4-7 anos ↳ Não há cura ↳ Pacientes com múltiplas lesões ósseas, se não tratados, raramente sobrevivem 1 ano ↳ Translocações associadas com evolução ruim (MM agressivo): deleção do 13q, 17p e t (4;14) CONCEITOS ↳ Presença de mais de um núcleo ↳ Tamanhos variados ↳ Presença de nucléolos ↳ Relação N/C aumentada, mas também é possível relação N/C diminuída ↳ Variação desses plasmócitos é denominado de flaming cells ↳ Essa célula é denominada flaming cells pois ao redor do núcleo conseguimos observar coloração azulada, mais marcada que lembra a chama de fogo ↳ Essa área azul (citoplasma) tem um aspecto mais ‘’arenoso’’ que é as imunoglobulinas A ↳ células de mott → muita imunoglobulina no interior ↳ Consigo reconhecer o plasmócito pela presença das vesículas com imunoglobulina no interior e às vezes com núcleo duplo (que é os plasmócitos malignos) ↳ É possível observar células binucleadas ↳ Célula bem irregulada PLASMÓCITOS TUMORAIS – VIAS QUE PROMOVEM SOBREVIVENCIA ↳ Os plasmócitos tumorais produzem quantidade elevada de imunoglobulinas anormais ↳ Conhecidos como componente monoclonal, que, se não metabolizadas pela maquinaria celular, podem ocasionar estresse proteotóxico e consequente morte celular ↳ Via ulbiquitina-proteassoma, resposta a proteína não- envelopada, autofagia, chaperona Eles produzem quantidade elevadas de imunoglobulinas A (proteínas M) e se não forem metabolizadas pela maquinaria celular, causará um estresse proteotóxico e morte celular. O nosso organismo não consegue metabolizar rapidamente esses componentes pois a produção é maior que a metabolização. CONCEITOS PLASMÓCITOS MALIGNOS JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 2 CONCEITOS ↳ Está associado a rearranjos que envolvem o locus do IgH e vários proto-oncogeneses ↳ Translocações envolvendo o locus da cadeia pesada da Ig no cromossomo 14q32 ↳ Deleções no cromossomo 17p que envolve o locus supressor de tumor p53 onde está associado a um pior prognóstico pois tem exagerada produção de cadeias leves livres. ↳ quando tem a deleção → tem a supressão da p53 Quanto maior for a produção de cadeia leve livre e quanto mais eu encontrar na hora da análise, mais grave é a doença com prognóstico pior ↳ Mutações que envolvem a via NFKB (mantem a sobrevivência dos plasmócitos) O mieloma é molecularmente heterogêneo (desapegado a sua existência). Pois, se não acontecer por uma via, ocorre por outra (ocorre por diferentes situações). ↳ As células tumorais produzem altas quantidades de imunoglobulinas anormais, conhecidas como componente monoclonal, também referida como paraproteína ou proteína M Começo a indicar que tem algo está ocorrendo de errado e muita das vezes no MM não dá para combater ↳ Essas substâncias (proteína M) produzidas podem ser detectadas no sangue e urina ou apartir de testes como: 1. Eletroforese de proteína do soro para detecção da proteína M 2. Eletroforese de proteínas na urina detectando proteína M 3. Imunofixação (padrão ouro) que determina o tipo exato de proteína M (possíveis tipos: IgA, IgG ou IgM que é mais comumente ou IgD e mais raramente IgE Detectar essa proteína faz a diferença pois além da análise isso guiará para o tratamento adequado para o paciente ↳ Quando o mieloma progride, as células do mieloma começam a produzir mais cadeias leves do que cadeias pesadas ↳ Quanto mais altas as cadeias leves livres, mais agressiva é a doença ↳ O teste da cadeia leve livre o soro é um melhor preditor de resultado do que a quantidade de proteína M no sangue Quanto maior for a concentração de cadeia livre no sangue mais agressiva a doença. Para isso, tem que fazer a análise da cadeia leve livre no soro sanguíneo que dirá a quantidade exata de proteína M no sangue. Se eu quiser saber qual o tipo de proteína M faço a imunofixação. • A origem do clone neopláscio do mieloma múltiplo parece ser um linfócito B de memória ou um plasmático. Essas células são formadas no tecido linfoide (linfonodos, baço), a partir dos centrócitos (células B presentes nos centros germinativos e que foram selecionadas pela estimulação antigênica) • O plasmablasto sai do tecido linfoide e migra para a medula óssea, onde se transforma em plasmócito, uma célula altamente capaz de produzir anticorpos • No MM o clone neoplásico pode surgir inicialmente no tecido linfoide, porém, somente no microambiente da medula óssea encontra as condições para se proliferar • A medula se torna repleta de plasmócitos neoplásicos que são as células de mott • As células do mieloma se proliferam na medula óssea, ocupando o espaço das células hematopoiéticas • Nesse processo, liberam substâncias que inibem a proliferação dos eritroblastos (justificando a anemia e pancitopenia) e ativam os osteoclastos - células incriminadas na reabsorção óssea • A hiperatividade osteoclástica (associada à inibiçaõ osteoblástica) em volta dos focos da neoplasia medula é o principal mecanismo de destruição óssea que acompanha a doença • As células do mieloma interagem com diversas células da medula óssea, ativando umas e inibindo algumas e sendo ativadas por outras células (dendriticas, osteoblastos, osteoclastos e células do estroma) • A IL-6 é uma citocina fundamental para a proliferação das células mielomatosas PATOGÊNESE - RESUMOPATOGÊNESE JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 3 o EVENTOS GENÉTICOS ↳ Mutações genéticas primárias (células germinativas) ↳ Aumento da instabilidade genômica (translocações, deleções, ganho de função ou redução da função de genes supressores de tumor) o EVENTOS EPIGENÉTICOS ↳ Hipometilação (gera instabilidade genômica para a célula) ↳ Hipermetilação (silenciamento dos genes supressores de tumor) o EVENTOS BIOLÓGICOS ↳ Relacionados ao microambiente (organismo) ↳ angiogênese ↳ osteoclastogenese ↳ fatores solúveis pró-tumorais ↳ Relacionados as células tumorais ↳ proliferação ↳ migração ↳ resistência à drogas ↳ A proliferação e sobrevivência de células do mieloma depende de várias citocinas destacando a IL-6 que é um fator importante para crescimento dos plasmócitos ↳ O crescimento das células de MM também está relacionado à presença de um microambiente tumoral (células do estroma da medula óssea) CONCEITOS ↳ A base da patogênese da doença óssea relacionada ao mieloma é o desacoplamento do processo de remodelação óssea ↳ A interação entre as células do mieloma e o microambiente ósseo, leva a ativação dos osteoclastos e a supressão dos osteoclastos, resultando em perda óssea À medida que tem a atividade osteoclastica, a atividade osteoblastica é suprimida. No microambiente ósseo tem aumento da osteoclastogenese e diminuição da osteoblastogenese Paciente perderá matriz óssea, osso mais poroso e suscetível a mais lesões ósseas por conta da proteína M que é secretada pelo plasmócito maligno que tambémresponde a interleucina 6 e outras substâncias que vai ativar a via de RANK-L CONCEITOS ↳ O estádio da doença, diferenças na biologia da célula tumoral e fatores relacionados ao sistema imune do próprio paciente devem ser considerados no planejamento terapêutico de qualquer tipo de câncer ↳ O tratamento do MM deve ser individualizado, priorizando características clínicas e moleculares do paciente, visto que a evolução da doença é extremamente heterogênea. CONCEITOS ↳ Teste de quantificação de cadeias leves livres no soro ↳ considerado marcador de MM ativo se a razão entre cadeias leves livres envolvida/não-envolvida, juntamente com células plasmáticas clonais da medula óssea >60% e presença de mais de uma lesão focal em exames de ressonância magnética com pelo menos 5mm de diâmetro PRINCIPAIS ↳ Dores ósseas ↳ Anemia (60% dos pacientes) ↳ Insuficiência renal (20% dos pacientes) ↳ Doença mais comum em pacientes acima de 60 anos CONCEITOS ↳ Efeitos do crescimento dos plasmócitos nos tecidos (osso) ↳ reabsorção óssea frequente onde tem faturas patológicas e dor crônica ↳ Produção excessiva de imunoglobulina que tem propriedades físico-químicas anormais ↳ produção reduzida de cadeias de Ig normais onde há infecções recidivantes ↳ Supressão da imunidade humoral ↳ hipercalcemia onde há manifestações neurológicas, confusão, fraqueza, disfunção renal O MM é caracterizado por lesão de órgão terminal, comprometimento renal, hipercalcemia, lesões ósseas líticas e anemia (aumento do percentual de plasmócitos tumorais na medula óssea suprimindo a série eritrocitária, resultando em anemia) C --> calcio elevado R --> complicações renais A --> anemia B --> lesões ósseas 1. história e exame clínico 2. hemograma completo 3. ureia, creatininina, sódio, potássio, cálcio e ácido úrico 4. LDH, fosfatase alcalina, beta-2-microglobulina, dosagem de imunoglobulinas séricas 5. Eletroforese de proteínas séricas com imunofixação 6. Proteinúria de 24h com imunoeletroforese e imunofixação 7. Aspirado e biópsia de medula óssea 8. Inventário radpiológico do esqueleto (pelve, coluna, cranio, úmero e femur) 9. Dosagem sérica de cadeia leve livre MM E LESÕES ÓSSEAS DIAGNÓSTICO MANEJO DA DOENÇA SINAIS E SINTOMAS QUADRO CLÍNICO JASMINY MOREIRA | TURMA 5 FISIOPATOLOGIA | 2021.1 4 Proteína de Bence Jones → cadeias leves excretadas são tóxicas para as células epiteliais tubulares renais RAIO-X ↳ Não visualiza tanto aquele padrão sal e pimenta mas dá para notar que tem uma osteopenia ↳ O mais importante é que nesse distanciamento aqui entre as vértebras, está maior que o normal. Chama-se de lesão de boca de peixe (lesão que diminuiu o tamanho dessa vértebra) ↳ Na RNM é mais fácil de ver, a região escura é lesão lítica com enfraquecimento do osso, levando à alguma lesão óssea. É possível ver disco vertebral + mieloma múltiplo, além da lesão lítica e abaulamento do disco fazendo compressão e gerando sintomas neurológicos. CONCEITOS ↳ É feito através do ISS (sistema internacional de estadiamento) e precisa de dois exames: 1. Beta-2-microglobulina 2. Anemia CONCEITOS DO TRATAMENTO ↳ O tratamento padrão para mieloma é amplamente dependente da aptidão do paciente e do estado de saúde subjacente ↳ É ainda considerado uma doença de evolução crônica e incurável, devido ao desenvolvimento de resistência a drogas, em parte relacionada ao microambiente da medula óssea, com sobrevida que varia de 3-6 anos dependendo do estádio e das características genético-moleculares da doença USO DE DROGAS IMUNOMODULADORAS ↳ Talidomida e seus análogos (incluindo a lenalidomida) INIBIDORES DO PROTEASSOMA ↳ Como o bortezomibe (droga de alto custo ainda não disponível para a maioria dos pacientes no SUS, mas amplamente utilizado na saúde complementar) ESTERÓIDES SINTÉTICOS ↳ Como a prednisona e o dexametasona) AGENTES ALQUILANTES ↳ Melfalano e ciclofosfamida TRANSPLANTE ↳ Transplante autólogo de células tronco hematopoéticas sempre que possível ESTADIAMENTO 1 exames normais com sobrevida de 62 meses ESTADIMENTO 2 queda da albumina ou aumento da beta-2 com sobrevida de 44 meses ESTADIMENTO 3 queda da albumina e aumento da beta- 2 com prognóstico bem reservado com sobrevida de 29 meses TRATAMENTO ESTADIAMENTO
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