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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Tutelas do Consumo e do Meio Ambiente
O filme “Erin Brockovich – decorre de uma história real na qual uma mulher que se divorciou por duas vezes e com três filhos para criar, passava por muitas dificuldades financeiras e passava também por preconceitos sociais. O filme se inicia com um acidente de carro em que Erin sofreu, um carro ultrapassou o farol e bateu no carro dela,
Erin contrata um advogado Ed e vai ao Tribunal, pelo jeito extravagante de Erin acabm perdendo a causa, mesmo com provas em seu favor. Com diversas despesas hospitalares, carro para consertar e seus filhos para sustentar, Erin já estava desesperada e bate na porta do pequeno escritório de advocacia em que cujo advogado Ed era o dono e pede um emprego. Começou a trabalhar no escritório como ajudante na carga dos processos e então se envolveu por um processo que estava lá parado e pediu autorização ao chefe para investigar. Erin, sem conhecimento algum sobre direito, começa a investigar a PGE – Gás e Eletricidade do Pacifico, e do seu jeito extravagante começou a procurar todas as famílias que moravam no terreno que estava contaminado. A empresa havia contaminado com o “cromo 6” lençol freático da região e os poços de agua de abastecimento de várias famílias o que causou diversas doenças nas famílias como enxaqueca, hemorragia nasal, respiratórias, falência do fígado, coração, sistema reprodutor e até diversos tipos de câncer. Erin conseguiu um aparato de provas muito grande, mobilizou as famílias para entrarem com uma ação coletiva na justiça, no fim aceitaram enviar o caso para a arbitragem judicial que lhes permitiu receber de imediato no valor de 333 milhões de dólares, o maior valor já recebido em uma ação na história dos EUA, a serem distribuídos entre as famílias, esta ação rendeu 1 milhão de dólares para Eirin assim se tornando a a assistente jurídica mais bem sucedida dos EUA.
No Brasil ocorrem vários acidentes ambientais parecidos, um exemplo é o caso da contaminação em função do descarte indevido de um aparelho de radioterapia que se ocorreu em Goiânia, já se passaram mais de 30 anos e ainda sim existem pessoas com sequelas deste crime ambiental. Acontece que algumas horas após o contato com a substância, vítimas apareceram com os sintomas da contaminação como vômitos, náuseas, diarreia e tonturas, com um grande número de infectados e ninguém imaginava ou sabia o que estava ocorrendo, os enfermos foram tratados como portadores de uma doença contagiosa. Ocorre que dias se passaram até que se descobriu a possibilidade de se tratar de sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação e somente no dia 29 de setembro de 1987, após a esposa do dono do ferro-velho levar parte da máquina de radioterapia na sede da Vigilância Sanitária, que se foi possível identificar os sintomas como sendo de contaminação radioativa. Os médicos ao receberem o equipamento solicitou de imediato a presença de um físico nuclear para avaliar o acidente, e assim o físico Valter Mendes, constatou que havia índices de radiação na Rua 57, do Setor Aeroporto, e em suas imediações.
Por consequência em 1996, a Justiça julgou e condenou por homicídio culposo três sócios e funcionários do antigo Instituto Goiano de Radioterapia a três anos e dois meses de prisão, pena que foi substituída por prestação de serviços.
Atualmente, as vítimas alegam omissão do governo para se ter a assistência médica e medicamentos e assim para amenizar e tentar resolver a situação e vencer o preconceito ainda existente, foi fundado a associação de Vítimas Contaminadas por Césio-137.
Tutelas coletivas do meio ambiente
A tutela ambiental penal é regulamentada especificamente na lei 9.605/98, lei que trata de sanções penais e administrativas aos que cometem atos lesivos ao meio ambiente. A tutela penal é de grande importância na proteção do meio ambiente por se tratar da defesa de um direito que pertence a todos. O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado configura-se como transidividual, este é ligado a uma pluralidade de titulares identificáveis ou não, diferentes do direito de natureza individuai onde apenas um individuo ou alguém permitido por este se faz como titular e competente para pleitear em juízo seu direito. As ações coletivas, portanto configuram-se como a ferramenta jurídica correta na busca dos direitos transindividuais, em outras palavras, direitos que pertencem a mais de um titular, os direitos coletivos divide-se em direitos difusos, direitos coletivos em sentido estrito e os direitos individuais homogêneos. O direito difuso possui definição legal prevista no Código de Defesa de Consumidor, e refere-se a direitos ligados por uma situação de fato, possuindo um numero indeterminado de titulares, não sendo possível identificar o numero de pessoas que serão alcançadas pelo direito tutelado, o meio ambiente é um exemplo de direito difuso, não sendo possível atribuir sua titularidade a um só individuo ou a um grupo determinado de pessoas. Ação popular com fundamento no Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. A ação popular é uma garantia constitucional dada ao cidadão, fundamentada em uma norma constitucional originária, e portanto não passível de controle de constitucionalidade, a Ação Popular é dada como uma ferramenta constitucional de defesa ao Meio Ambiente. A lei de nº 4717/65 trata de forma especializada a ação popular, esta é de forma prévia um mecanismo que visa defender os direitos difusos, no direito ambiental, vê-se que proteção ao meio ambiente é um dos pressupostos de validade para a ação popular, podendo ser impetrada de forma preventiva ou repressiva. Ação Civil Pública A ação civil pública é o instrumento processual integrante do microssistema das tutelas coletivas, previsto na Constituição Federal e possuindo base legal em lei especifica, lei nº 7.347/85, que tem como instrumento jurídico a defesa de direitos metaindividuais ou transindividuais, contendo em seu preambulo: “Disciplina a ação civil publica de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e turístico.” A ação civil publica possui um rol de legitimados para sua propositura mais escasso e selecionado que o da ação popular, de acordo com o art.5º da lei 7.347/85 legitimados para propor a ação civil publica o Ministério Público, a Defensoria Pública, fundações, sociedades de economia mista, autarquias, empresas publicas, associações interessadas desde que constituídas há pelo menos um ano, a União, os estados, municípios. 
 SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTICA 
 O entendimento do STJ é no sentido de que a “AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO CAUSADO AO MEIO AMBIENTE. LEGITIMIDADE PASSIVA DO ENTE ESTATAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. RESPONSÁVEL DIRETO E INDIRETO. SOLIDARIEDADE. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO. ARTIGO 267, IV, DO CPC. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. […] 5. Assim, independentemente da existência de culpa, o poluidor, ainda que indireto (Estado-recorrente) (artigo 3.º da Lei 6.938/198 1), é obrigado a indenizar e reparar o dano causado ao meio ambiente (responsabilidade objetiva). 6. Fixada a legitimidade passiva do ente recorrente, eis que preenchidos os requisitos para a configuração da responsabilidade civil (ação ou omissão, nexo de causalidade e dano), ressalta-se, também, que tal responsabilidade (objetiva) é solidária, o que legitima a inclusão das três esferasde poder no polo passivo na demanda, conforme realizado pelo Ministério Público (litisconsórcio facultativo).” STJ REsp 604.725/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 21.06.2005, DJ 22.08. 2005, p. 202). Vem ganhando destaque a teoria norte-americana do bolso profundo (Deep Pocket Doctrine), para que o direito fundamental não fique sem amparo protetivo, ante a alegação de impossibilidade indenizatória, a teoria do bolso profundo pondera a multiplicidade de agentes poluidores, de modo que a responsabilidade irá recair sobre aquele que possuir melhores condições financeiras de arcar com os despesas ambientais, podendo acionar os demais regressivamente, haja vista também a restrição jurisprudencial que se tem dado para os casos de denunciação à lide, em virtude da celeridade processual. Além dos mecanismos analisados na responsabilidade que foram incorporados na jurisprudência para dar efetividade à reparação do dano ambiental, essa teoria busca, com fundamento na responsabilização solidária, atribuir àquele que tem mais condições econômicas os custos dos estragos gerados, fortalecendo assim as tendências específica no Direito Ambiental em buscar responsabilizar quem tem mais condições de arcar com os prejuízos ambientais, com base na doutrina americana do “bolso profundo”, uma vez que prevalece que todos os poluidores são responsáveis solidariamente pelos danos ambientais, conforme já se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça.

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