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RELATÓRIO, PESQUISA DOUTRINÁRIA JURISPRUDENCIAL SOBRE TUTELA COLETIVA DOS DANOS AMBIENTAIS, A PARTIR DA ANÁLISE DO FILME ERIN BROCKOVICH, DE STEVEN SODERBERGH

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
JESSICA NASCIMENTO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APS 
RELATÓRIO, PESQUISA DOUTRINÁRIA JURISPRUDENCIAL SOBRE TUTELA 
COLETIVA DOS DANOS AMBIENTAIS, A PARTIR DA ANÁLISE DO FILME ERIN 
BROCKOVICH, DE STEVEN SODERBERGH 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
RELATORIO 
 
O filme é baseado em fatos reais e tem como protagonista a atriz Julia Roberts no papel 
de Erin Brockovich, uma jovem mãe com três filhos e recém divorciada, desempregada, durante 
as varias tentativas na busca de um emprego ela conhece o advogado Ed Masry (Albert Finney), 
que depois de muita insistência por parte da jovem a resolve contrata-la para trabalhar em seu 
escritório. 
Enquanto Erin Brockovich organizava alguns arquivos encontrou algumas fichas 
médicas junto a litígios imobiliários, por não entender a ligação entre as fichas e os casos ela 
resolve investigar e solicita a autorização do seu chefe, ele sem dar muita atenção concede a 
autorização, durante as investigações Erin descobre que uma grande empresa estava 
contaminando as águas da pequena cidade de Hinkley, situada ao nordeste de Los Angeles, ao 
conversar com diversos moradores Erin identifica que muitos se encontram doentes devido a 
contaminação da água por uma substância química chamada de crômio seis. A partir deste 
momento Erin se envolve com cada história das pessoas que ficaram doentes devido a 
exposição a substância química e vai a luta por justiça, mesmo sem ter nenhum conhecimento 
jurídico se utiliza das suas habilidades e ganha a confiança dos moradores e consegue convence-
los a entrar com uma ação coletiva contra a PG&E para que houve-se a reparação dos danos 
que foram causados aos moradores da pequena cidade. 
Depois de juntar muitas provas e ter convencido as pessoas o caso foi levado para a 
justiça e a empresa foi obrigada a pagar 333 milhões de dólares para a indenização das vítimas 
de Hinkley pelos danos causados as pessoas e ao meio ambiente. 
Em concordância com o filme podemos citar o caso das empresas Eli Lilly farmacêutica 
e ABL farmacêutica que tramitou na 2° Vara do trabalho de Paulínia, onde o Ministério público 
do trabalho ordenou a execução imediata de parte da sentença contra a empresa Eli Lilly e ABL, 
determinando o impedimento da exploração da atividade econômica em áreas em que havia a 
potencialidade de causar danos a saúde dos trabalhadores, em razão da degradação ambiental 
causada pela contaminação do solo, água e ar dentro de uma das sua fabricas, os trabalhadores 
da empresa tiveram exposição a substancias tóxicas e metais pesados, também houve a 
condenação pela contaminação do solo, os laudos realizados na época dos fatos apontaram a 
presença de substancias perigosas nas águas, subterrânea que ficavam situadas nas 
intermediações da fábrica, foram identificados benzeno, xileno (solvente), estireno (usado para 
a fabricação de veneno contra ratos), naftaleno (também conhecido como naftalina), tolueno 
(caracteriza a cola de sapateiro), omeno e isopropil benzeno. 
DOUTRINA E JURISPRUDENCIAS RELACINADAS AS TUTELAS 
COLETIVAS DE MEIO AMBIENTE 
 
No Brasil temos diversos dispositivos legais que tratam do assunto um forte exemplo é 
a previsão do referido assunto na Constituição Federal, o artigo 225 da CF prevê o meio 
ambiente coo sendo um direito fundamental de todos e o direito de todos quanto a sua 
preservação e o reconhecimento do dever defesa por se tratar de um direito coletivo. 
Ainda tratando-se da Constituição Federal o artigo 5°, LXXII, da CF, dispõem a 
qualquer cidadão o direito a ser parte na propositura de uma ação popular, visando a preservação 
de atos lesivos que venha a tratar-se referente a matéria ambiental, e quando citamos Meio 
Ambiente isso não fica resumido apenas a fauna e flora, mas qualquer dano até mesmo o meio 
ambiente cultural. 
Podemos citar a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente - 6.938/81, que foi 
positiva em nosso ordenamento jurídico anteriormente a CF de 88 e a lei pública de 85, a 
referida lei já tratava do direito de posição das tutelas coletivas relativas ao meio ambiente 
conforme podermos observar em seu artigo 14, §1 conforme assim transcreve: 
 
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e 
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos 
inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os 
transgressores: 
 
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor 
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos 
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério 
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade 
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. (BRASIL, 1981 Art. 14, §1). 
 
 
 
Conforme SILVA, José Afonso 2008, qualquer cidadão poderá propor de forma legitima a ação 
popular que vise a defesa de atos danosos contra diversos bens e valores entre os quais se 
encontram incluso meio ambiente e o patrimônio cultural. Neste sentido Lei de ação civil 
pública a LACP de 1985 veio para ratificar esse direito a todos os cidadãos, principalmente de 
um direito fundamental que trata não só das questões ambientais, mas também que trata da 
qualidade de vida de todos os seres vivos. 
 Em de acordo com o tema tratado segue citações conforme doutrinas e jurisprudências: 
 
 
 
A ação civil pública não se presta somente à defesa dos direitos difusos ou coletivos, 
mas também à tutela dos interesses e direitos individuais homogêneos, o C ódigo 
de Defesa do Consumidor instituiu a ação c oletiva, a rtigo 81, parágrafo único, 
nesta ação as vítimas e seus sucessores serão beneficiados, podendo proceder à 
liquidação e à e xecução da decisão. (FIORILLO, 2015, p. 797) 
 
Segue abaixo decisão de julgado que trata do referido tema: 
 
 
EMENTA : APELAÇÃO CÍVEL PRELIMINAR DIALETICIDADE RECURSAL 
REJEITADA MÉRITO - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS RUPTURA DE 
BARRAGEM DE REJEITOS DE MINÉRIO DESASTRE AMBIENTAL 
ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM REJEIÇÃO DANO MORAL 
INDIVIDUAL EM DECORRÊNCIA DA LESÃO AO MEIO AMBIENTE 
INEXISTÊNCIA DE PROVA DE DANO ESPECÍFICO IMPROCEDÊNCIA 
INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL EM COLATINA 
MENOR DANO MORAL IN RE IPSA QUANTUM INDENIZATÓRIO VALE S/A 
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO QUANTO A ESSA EMPRESA - 
REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS MAJORAÇÃO 
POSSIBILIDADE RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Este Egrégio 
Tribunal de Justiça vem adotando posicionamento amainado em relação ao rigor com 
que a peça de inconformismo deve ser apreciada, tendo entendido que "[¿] atende o 
requisito da regularidade formal e o princípio da dialeticidade recursal o recurso que, 
a despeito de vir construído em peça com nítida atecnia, torna possível a compreensão 
das razões pela qual pretende a reforma do ato impugnado.[...]" (TJES, Apelação nº 
24129013025, Relatora DES.ª: JANETE VARGAS SIMÕES, PRIMEIRA CÂMARA 
CÍVEL, Data de Julgamento: 15/04/2014, DJ: 07/05/2014). Preliminar de falta de 
regularidade formal rejeitada. 2. Mérito: O absolutamente incapaz, embora não possa 
exercer os atos da vida civil pessoalmente, é sujeito de direito e, por isso, pode sofrer 
lesão à sua esfera jurídica e aos bens juridicamente tutelados. 3. Mesmo que sem 
consciência total dos fatos que ocorreram em decorrência do desastre ambiental, não 
se pode negar que a menor foi submetido à situações que colocaram em risco a sua 
vida e a sua saúde, já que obrigado a utilizar-se de água que teria sido contaminada 
por rejeitos de minério. 4. Nesse contexto, de acordo com a Teoria da Asserção, a 
menor é legítimo para pleitear os danos morais pretendidos ante aos transtornos 
sofridos emdecorrência da contaminação da água. 5. É sabido que o dano ambiental 
não atinge somente o meio ambiente que o cerca, mas também, ao homem, e a 
terceiros que estão inseridos no meio. A ruptura da barragem de rejeitos em 
Mariana/MG, com impactos ambientais imensuráveis sobre o rio Doce e o nexo de 
causalidade entre ele e a interrupção da oferta de água na cidade de Colatina/ES são 
fatos notórios e foram, inclusive, reconhecidos pela SAMARCO. 6. A 
responsabilidade da mineradora é objetiva, dispensando a apuração de sua culpa, 
diante do risco excepcional da atividade por ela desempenhada (parágrafo único, do 
art. 927, do CC/02, e art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81). 7 . O indivíduo tem legitimidade 
para pleitear a compensação por dano moral que, em decorrência da lesão coletiva, 
tenha atingido a sua esfera particular. No entanto, deve também demonstrar que o 
dano que o atingiu especificamente o diferencia da pretensão da demanda que tem 
alcance coletivo, o que não ficou provado no caso dos autos. 8. Desta feita, verificado 
que o desastre ambiental de responsabilidade da ré ensejou na suspensão do 
fornecimento de água potável à requerente, apresentando-se como verdadeiro dano 
moral in re ipsa , resta caracterizada a responsabilidade da mineradora em arcar com 
os danos causados à autora, a teor de diversos precedentes do Colendo Superior 
Tribunal de Justiça. 9. Não há motivos jurídicos que alicercem a condenação da VALE 
S/A na presente demanda, já que além de não ter praticado quaisquer dos atos que 
foram narrados na exordial, não é obrigada, seja por lei ou contrato, a responder de 
forma solidária com a Samarco pelos danos descritos na inicial, e, por fim, inexiste 
qualquer decisão judicial desconsiderando a personalidade jurídica da Samarco e, na 
sequência, admitindo a responsabilização de suas sócias (dentre elas a Vale S/A), de 
modo que o pleito, em relação a referida empresa, deve ser julgado improcedente. 10. 
Verifica-se pelo sistema bifásico, adotado pelo STJ para os fins de arbitramento do 
quantum em indenização a título de danos morais, no qual se analisa, inicialmente, o 
interesse jurídico lesado e, em seguida, as circunstâncias do caso concreto, que a 
quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) é adequada ao caso em tela, não se revelando 
enriquecimento ilícito, e compensando devidamente os danos sofridos. 11. 
Condenação da apelada SAMARCO S/A ao pagamento das custas, despesas 
processuais e honorários advocatícios em 10% (dez por cento) sobre o valor da 
condenação. 12. Por outro lado, diante da improcedência do pedido inicial com 
relação à VALE S/A, via de consequência, condenar a autora a pagar em favor dos 
patronos da referida empresa 10% (dez por cento) do proveito econômico obtido, 
mantendo, porém, a suspensão da exigibilidade da obrigação. 13. Recurso 
parcialmente provido. 
 
(TJ-ES - APL: 00017458120178080014, Relator: TELEMACO ANTUNES DE 
ABREU FILHO, Data de Julgamento: 04/12/2018, TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, 
Data de Publicação: 14/12/2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
Justiça trabalhista determina que farmacêuticas deixem de explorar área contaminada em 
Cosmópolis. Portal G1, Piracicaba, 08 de set. de 2020. Disponível em: 
https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2020/09/08/justica-trabalhista-determina-
que-farmaceuticas-deixem-de-explorar-area-contaminada-em-cosmopolis.ghtml 
 
Justiça proíbe atividade da Eli Lilly. Correio, Cosmópolis, 09 de set. de 2020. Disponível em: 
https://correio.rac.com.br/_conteudo/2020/09/campinas_e_rmc/989668-justica-proibe-
atividade-da-eli-lilly.html 
 
SILVA, José Afonso da. Ação popular constitucional: doutrina e processo. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 1968, p. 163-164; MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação popular. 6ª ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 190-191; JUCOVSKY, Vera Lúcia R. S. Instrumentos 
de defesa do meio ambiente: ação popular e participação pública: Brasil-Portugal. Revista do 
Tribunal Regional Federal – 3ª Região, São Paulo, n. 39, p. 48, jul./set. 1999; 
BRASIL. Tribunal de Justiça Estadual-ES (3 câmara cível) Apelação Civél n°: 
00017458120178080014, Relator: Telemaco antunes de abreu filho, data de julgamento: 
04/12/2018, terceira câmara cível, data de publicação: 14/12/2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2020/09/08/justica-trabalhista-determina-que-farmaceuticas-deixem-de-explorar-area-contaminada-em-cosmopolis.ghtml
https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2020/09/08/justica-trabalhista-determina-que-farmaceuticas-deixem-de-explorar-area-contaminada-em-cosmopolis.ghtml
https://correio.rac.com.br/_conteudo/2020/09/campinas_e_rmc/989668-justica-proibe-atividade-da-eli-lilly.html
https://correio.rac.com.br/_conteudo/2020/09/campinas_e_rmc/989668-justica-proibe-atividade-da-eli-lilly.html