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ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ MÁRCIA VALÉRIA MARCONI TATIANA SOUTO MAIOR DE OLIVEIRA Professores autores/conteudistas É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal. SUMÁRIO Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Unidade 1 – Tendências e Gestão da Cultura Organizacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1 Contrato e minicontrato de dólar, euro, Ibovespa, DI, S&P 500 . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.1 Importância do dólar enquanto moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 1.2 Cupom cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 1.2.1 Aplicabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.3 Cupom IPCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 1.4 Day trade com minicontratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 1.5 Robot trading com minicontratos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Unidade 2 – Contratos de troca de rentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2 .1 Mercado de derivativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2 .2 Finalidade do mercado de derivativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2 .3 Produtos de mercados derivativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 2 .4 SWAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2.4.1 Tipos de swap 30 2.4.2 Swap cambial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.4.3 Swap de juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Unidade 3 – Derivativos de commodities 36 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 3 .1 Contratos futuros de commodities . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 3.1.1 Mercado a termo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 3.1.2 Mercado futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 3.1.3 Mercado de opções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.1.4 Mercado de swaps . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 3 .2 Contrato de petróleo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 3 .3 Soja, milho, boi, café, açúcar, etanol e ouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Unidade 4 – Avaliação de riscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 4 .1 Gerenciamento de riscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 4.1.1 Tipos de riscos de negócios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 4.1.2 Riscos financeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 4.1.3 Origem dos riscos financeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 4.1.4 Etapas da análise do risco financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 4.2.1 Métricas de gestão do risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 4.2.2 Value at Risk (VaR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 4 .3 Volatilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Pág. 5 de 71 CONTRATOS FUTUROS INTRODUÇÃO Vamos aos estudos? Acompanhe! Você sabe como é formado o mercado financeiro e como os contratos futuros são classificados? Quem participa dele? Quais são os tipos de transações ocorridas nele? De que forma são realizadas? Seria possível obter ganhos nesse mercado? É possível utilizar o mercado financeiro para se proteger de eventuais riscos? Esses temas serão abordados e estudadas as noções gerais sobre a composição e o funcionamento do sistema financeiro, bem como a aplicação dos instrumentos financeiros, chamados de derivativos. Você entenderá ainda, a distinção entre os mercados monetários de crédito, de valores mobiliários e cambial. Além disso, serão abordados temas indispensáveis aos profissionais atuantes no mercado financeiro, tais como: o funcionamento das bolsas de valores, o risco, o retorno e a operacionalização de determinados instrumentos financeiros e seus reflexos dentro das rotinas financeiras das empresas. Pág. 6 de 71 UNIDADE 1 – TENDÊNCIAS E GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL 1 CONTRATO E MINICONTRATO DE DÓLAR, EURO, IBOVESPA, DI, S&P 500 Vamos começar nosso estudo falando de prazos e das diferenças entre eles. Primeiramente, precisamos saber que os prazos considerados para as fontes de financiamento e maturidade dos títulos são: curto, médio e longo prazo. Apesar de parecerem definições genéricas, para Hull (2016) há duas classificações de fontes de financiamento quanto ao prazo de maturidade: a classificação entre curto e longo prazo; e a que possuitrês categorias de maturidade – financiamento de curto, médio e longo prazo. Essa classificação pode ser representada da seguinte forma: • curto prazo – geralmente são compromissos estabelecidos em um período menor que um ano; • médio prazo – entre um e cinco anos e, na maioria dos casos, trata- se de compromisso de pagamento mensal; • longo prazo – período superior a cinco anos, o qual corresponde, comumente, a um período menor que 20 anos. Entenda que um sistema financeiro é formado por instituições e instrumentos financeiros, os quais permitem a mobilidade de recursos financeiros entre tomadores e ofertantes, possibilitando o encontro entre oferta e demanda. Em síntese, os demandantes de recursos financeiros podem ser aqueles que se posicionam deficitários e pretendem gastar acima da sua dotação, para consumo próprio ou investimento. Em um sistema financeiro, há ainda intermediários financeiros – que oferecem recursos dos ofertantes para os demandantes – e instituições reguladoras, instituições financeiras que costumam não utilizar de seu superávit financeiro para isso, mas sim o de terceiros. Elas repassam aos deficitários os recursos demandados por eles, promovendo esse intercâmbio de relações financeiras. Dessa forma, os sistemas financeiros, por meio de suas instituições, realizam as seguintes funções: • captação de recursos financeiros; • distribuição e circulação de valores e títulos mobiliários; • regulação do processo financeiro. Pág. 7 de 71 1.1 Importância do dólar enquanto moeda É no sistema financeiro que se dão os negócios entre moedas, fluxos monetários, empréstimos, pagamentos e investimentos financeiros. Essas relações podem ocorrer entre bancos centrais, demais bancos, instituições governamentais, empresas, fundos e outras organizações. A principal função desse sistema consiste em flexibilizar o comércio e o fluxo de capitais financeiros e produtivos, proporcionando a alocação mais eficiente dos recursos. Figura 1 – Ascenção da moeda Fonte: Plataforma Deduca (2020). O agregado de instituições que compõe o sistema financeiro é chamado de mercado financeiro, que pode ser classificado em subgrupos. Entre eles, podemos destacar: • mercado cambial – responsável pela conversão de moeda entre os países; • mercado de crédito – responsável por financiamentos do tipo empréstimo financeiro, podendo ser para empresas e, até mesmo, para governos; • mercado de valores mobiliários – responsável por financiamentos angariados por meio de títulos, os quais, por sua vez, podem ser de propriedade ou de crédito; Pág. 8 de 71 • mercado monetário – responsável pela liquidez bancária. Considerando que a liquidez se refere ao grau de dificuldade de conversão de ativos em dinheiro, ou seja, quanto mais fácil for encontrar um comprador ou vendedor, mais líquido é o mercado. Você sabe o que é o mercado monetário? Quais tipos de transações ocorrem nele? Neste tópico, serão respondidas estas e outras indagações, relacionando as principais obrigações existentes nele. Posteriormente, serão estudadas as taxas de juros, que têm papel fundamental para o desempenho desse mercado e, também, para o sistema financeiro como um todo. Inclusive, veremos a taxa de juros internacional, assim como as taxas de juros internas. Algumas taxas de juros variáveis podem ser expressas em termos percentuais acima ou abaixo da taxa prime. Ela é usualmente adotada para empréstimos de curto prazo e/ ou para grandes volumes de empréstimos entre os bancos internacionais, instituições governamentais e empresas classificadas como mínimo risco. 1.2 Cupom cambial O mercado de opções surgiu como consequência da evolução dos mercados derivativos. No mercado de opções, são comercializados os contratos de opções. Quem o adquire, fica com o direito de comprar ou vender uma determinada quantidade de ativos numa data futura, por um preço previamente estabelecido. Você sabe qual a diferença entre o mercado futuro e mercado de opções? Os dois mercados têm em comum o princípio da proteção contra riscos, mas enquanto o mercado futuro apresenta a obrigação de adquirir ou vender algo no futuro, o contrato de opção, ao contrário, registra unicamente o direito do titular de exercer sua opção de compra ou venda a um determinado preço no futuro, não sendo obrigatório seu exercício. Pág. 9 de 71 SAIBA MAIS O mercado de capitais está relacionado à comercialização de títulos pelas empresas, para que elas arrecadem recursos para o financiamento de seus projetos ou estruturação financeira. Em contrapartida, há uma promessa de pagamento de juros ou de ganhos aos interessados na oportunidade, por meio da valorização de suas ações no mercado. Securato e Securato (2013) entendem o mercado de capitais como um complemento ao mercado de crédito, à medida em que atua como alternativa de financiamento das empresas em um horizonte de longo prazo, ao passo que o mercado de crédito atua no curto prazo. Existem ainda transações como a compra com cartão de crédito no exterior. Nestes casos, a compra é efetuada e convertida em dólares, mas, como as instituições financeiras demoram alguns dias para repassar os recursos às administradoras, podem fazer mais de um lançamento (débito ou crédito) em meses diferentes, referentes à variação da moeda no momento do repasse do recurso ao favorecido no exterior. Todas as empresas buscam maximizar o retorno a seus acionistas e ser reconhecidas por entregar um produto ou serviço de qualidade a seus clientes. Esse objetivo também existe no mercado de capitais, pois o compromisso com os acionistas ou credores só se concretizará se a empresa crescer e desenvolver-se. Os investidores, por sua vez, querem o retorno do compromisso ou, pelo menos, das expectativas assumidas. Tendo essas expectativas em mente, podemos listar alguns exemplos de operações do mercado de capitais (HULL, 2016): • ações; • opções de ações; • debêntures; • notas promissórias; • commercial papers; • contratos futuros de opções e outros derivativos. Pág. 10 de 71 Ao negociar ações, por exemplo, compra-se e vende-se uma fração do capital da empresa e acompanha-se o desempenho desse papel. Já na opção de ações, é estabelecido um contrato no qual o comprador, ao final, pode escolher comprar ou não a ação ou o ativo. Do outro lado, há um vendedor (ou lançador), que tem a obrigação de vender o ativo ou a ação pelas condições preestabelecidas. Essa transação tem início com o pagamento de um valor (prêmio) pelo comprador ao vendedor, que fica para o vendedor caso o comprador opte por não exercer o direito de compra. 1.2.1 Aplicabilidade A transparência e a profissionalização na gestão empresarial é um legado do mercado de capitais, visto que as empresas que nele atuam são avaliadas em tempo real. Aspectos como lucros, vendas, sazonalidade e até imagem podem influenciar a percepção do investidor e interferir no preço das ações. Ao longo deste capítulo, percebemos a dimensão do mercado financeiro e sua influência para o desenvolvimento de uma sociedade. Estudamos as transações de compra e venda de produtos e serviços, que fazem a moeda circular, e entendemos o conceito de mercado monetário em seus contextos histórico e teórico. Vimos também o papel do crédito como alavanca de negócios, as diferentes formas de obtê-lo e o funcionamento do mercado de câmbio. Por fim, compreendemos que o mercado de capitais é importante não só pela possibilidade de ganhos, mas também como fonte de financiamento das empresas no longo prazo, em complemento a outras fontes, como as instituições financeiras, que atuam mais fortemente no curto e médio prazo. A sociedade organiza-se de muitas formas e o sistema econômico apresenta uma dinâmica particular para conciliar os interesses das famílias, empresas e governo. Nesse cenário, o governo tem a função principal de organizar e harmonizar interesses por meio dos instrumentos de políticasgovernamentais, como legislação, controle de emissão de moeda, definição de taxas básica de juros para a economia e compra e venda de moeda estrangeiras. Assim, estudar o mercado monetário e as políticas públicas relativas a ele é importante porque seu poder de influência em médio e longo prazos passa por aspectos como impactos no consumo, controle da inflação e da taxa de câmbio, além da geração de empregos (FORTUNA, 2016). Pág. 11 de 71 1.3 Cupom IPCA Observe uma questão prática exemplificada por Assaf Neto (2012), em que uma operação de mercado futuro envolve basicamente um compromisso de compra ou venda de determinado ativo em certa data futura, sendo previamente fixado o preço objeto da negociação: um investidor pode desejar adquirir certa quantidade de uma ação específica para entrega no futuro, enquanto outro investidor deseja efetuar a venda desses ativos para entrega também no futuro. O preço é acertado entre as partes e o negócio é fechado como uma operação de mercado futuro. Nessa operação, há um compromisso de compra e venda no futuro da ação por um preço estabelecido pelas partes, denominado preço futuro. Em verdade, o investidor da ação aposta na elevação de sua cotação no mercado, adquirindo hoje para entrega futura por um preço acordado previamente. O vendedor, por outro lado, acredita na possibilidade de compra da ação no futuro a um preço inferior, o que o permitiria realizar um lucro. No mercado futuro, quem adquire o contrato tem a obrigação de executar a ordem prevista de compra ou venda, mas pode ocorrer uma liquidação antecipada do contrato, ou a transferência a terceiros, sendo que todo contrato futuro pode ser anulado pela recompra ou revenda no mercado secundário. Considerando que um comprador não queira receber o previsto no contrato no vencimento, então poderá vendê-lo no mercado secundário. Um vendedor a futuro, por seu lado, procurando evitar a entrega dos itens objeto do contrato ao final do prazo, pode realizar uma compra antecipada (HULL, 2016). Figura 2 – Valores organizacionais e financeiros Fonte: Plataforma Deduca (2020). Pág. 12 de 71 Uma classificação no mercado de derivativos é o mercado futuro, que constitui mais uma alternativa para proteção de riscos nas aplicações financeiras. Neste mercado, as partes obrigam- se a comprar ou vender determinado ativo em uma data futura a um preço preestabelecido, sendo que eventuais variações no preço ajustado em relação a determinado valor de referência são cobradas ou pagas pelos compradores e vendedores. Mas você sabe quais os principais produtos e instrumentos financeiros negociados no mercado futuro? E quais vantagens efetivamente o investidor pode obter neste mercado? Um investidor pode promover a diversificação de seu portfólio, e consequente redução do risco, por meio da aquisição de novas ações em operações a termo, desembolsando somente a margem de garantia. Talvez não ter todos os recursos necessários ao operar no mercado à vista, pois se trata de uma operação sem garantia, concedida unicamente baseada na renda e idoneidade do tomador. Se ocorrer inadimplência, o banco perderá todo o valor ou pelo menos uma parte dele, já que não há garantias, e a cobrança judicial do crédito geralmente se mostra antieconômica, devido aos custos envolvidos. Por outro lado, se a inadimplência não ocorrer, o banco terá um lucro excepcional com a operação devido à alta taxa de juros cobrada. Sem dúvidas, entre todas as taxas de juros que vigoram no sistema econômico, a mais importante é a Selic por servir como base para a determinação das demais. O Copom, quando se reúne para definir a taxa básica de juros, faz avaliações para fundamentar sua nova decisão (que pode ser a de manter a taxa vigente, aumentá-la ou diminuí-la, sinalizando ao mercado um possível viés, ou seja, uma perspectiva do que poderá acontecer na reunião seguinte, que ocorrerá em 45 dias). Para tanto, o Copom leva em consideração os itens citados anteriormente, pois a definição da taxa básica de juros é um componente fundamental na política monetária de um país e cabe ao Bacen a responsabilidade pelo controle da moeda e da taxa de inflação, sendo que a taxa de juros da economia contribui de forma decisiva para esse controle. Todas as vezes em que a taxa Selic sobe, os juros para tomar capital emprestado elevam-se, o que representa um encarecimento das operações de empréstimos, financiamentos, cheque especial e cartão de crédito. Por outro lado, quando as taxas reduzem, ocorre o inverso, ou seja, os juros das operações financeiras diminuem. É importante ressaltar que a taxa Selic também pode influenciar o preço do dólar, sendo que taxas de juros elevadas atraem investidores estrangeiros para o Brasil e, com a maior entrada de dólar no país, sua oferta aumenta; portanto o dólar desvaloriza perante o real. Pág. 13 de 71 1.4 Day trade com minicontratos Os mercados de derivativos oferecem instrumentos financeiros para que os investidores possam optar e assim realizar transações com vistas a cobrir possíveis riscos. Você sabia que parte dos riscos financeiros pode ser evitada por meio de operações de hedging? E se você pudesse investir num ativo que, no primeiro momento, não exigisse desembolsar o valor total do ativo? Essa possibilidade existe no mercado de derivativos. Uma das características do mercado futuro é que ele permite a negociação com ações sem a necessidade de desembolsos financeiros significativos, como requerido pelo mercado à vista, sendo necessário depositar a margem de garantia. No mercado de opções, o prêmio pelo risco é um fator elementar. Para a compreensão dos mercados específicos, que serão estudados adiante, tais como o mercado a termo, mercado futuro e mercado de opções, é importante entender antes os aspectos do mercado mais amplo, que é o mercado de derivativos. Ao adquirir ações no mercado à vista, o investidor corre o risco de o preço cair. Uma forma de proteger o valor do investimento contra eventual desvalorização do patrimônio é vender esses papéis no mercado futuro ou no mercado de opções a um preço prefixado. A essa proteção, denomina-se hedge – que significa proteção ao risco de o preço cair, ou seja, a operação de derivativos elimina o risco de perda de valor a que está exposto o investimento e proporciona uma compensação pelas duas posições assumidas. Figura 3 – Controle monetário Fonte: Plataforma Deduca (2020). Pág. 14 de 71 Por fim, a organização precisa buscar articular a compreensão de sua missão amplamente, pois, quanto mais se sabe o que fazer, mais rápido e melhor se chega onde se quer. Devem-se estruturar, igualitária e flexivelmente, processos e ações, de forma a promover a troca de ideias e feedbacks sobre procedimentos e valores organizacionais. O maior desafio para aplicar este tipo de modelo de gestão reside na falta de preparo dos gestores em entender e atender as expectativas tanto dos colaboradores, em relação ao próprio desempenho, quanto ao retorno que suas ações produzem. Assim, pensar na atuação em um modelo como este é estabelecer, por exemplo, sistemas de controle de promoção de eficiência e cadeias de comando da organização, estruturados de forma a preparar os gestores para trabalhar resistências às mudanças, reação típica do modelo tradicional. Gestores que são eficazes em desenvolver habilidades que fazem seus colaboradores realizarem as tarefas a eles incumbidas e destruírem resistências à experimentação tendem a alcançar resultados mais sólidos e duradouros. CURIOSIDADE Desta forma, existem duas maneiras de aumentar o lucro de uma empresa. A primeira é por meio do aumento da produtividade, buscando produzir mais, com custos menores e a curto prazo. Outra maneira é gerar receita por meio de inovações, isto é, novos clientes, novos processos, novos produtos e até novas maneiras de fazer negócios. O planejamento econômico exigeanálise de longo prazo, pesquisas, testes e paciência. Isso não quer dizer morosidade, mas sim prudência com assertividade e controle das atividades. Dentro de uma economia globalizada, os contratos futuros dependem do auxílio de pessoas que possam manusear e controlar as atividades em torno da economia. Contudo, como as pessoas podem inventar se não têm tempo nem incentivo para sair de suas atividades rotineiras? A resposta a essa pergunta é um grande desafio para os gestores no que se refere a administrar as escolhas dos investimentos de recursos de tempo e dinheiro para essas potenciais sementes de uma economia mais sólida. Pág. 15 de 71 O gestor deve ter bem claro que a alocação de recursos de tempo e dinheiro para a inovação é muito diferente da alocação para melhoria de processos, pois, de certa forma, a pressão de curto prazo que funciona para a melhoria não funciona para a inovação. As relações entre conhecimento, prazo, risco e resultado estão ligadas diretamente ao comportamento necessário para inovar. Isso quer dizer que, se as pessoas forem pressionadas para entregar resultados em menor prazo, elas escolherão o controle das atividades internas. Dessa forma, podemos exemplificar mais uma operação com derivativos. Um produtor agrícola pode querer garantir, na época do plantio, o valor da venda de seu produto por ocasião da colheita. Se o preço atual do produto no mercado estiver pagando seus custos de produção e assegurando uma margem de lucro que o satisfaz, o produtor vende contratos futuros do produto, recebendo antecipadamente os recursos, que lhe permitem, inclusive, custear a lavoura. Se, por ocasião da colheita (vencimento dos contratos), o produto estiver com o preço mais elevado, ele deixará de ganhar, pois terá que entregar a mercadoria ao comprador dos contratos pelo preço ajustado inicialmente. Por outro lado, se o preço no mercado estiver menor, o produtor terá feito um bom negócio, pois receberá um valor mais alto e antecipado e nem vai precisar entregar o produto, pois o comprador não vai exercer seu direito, uma vez que poderá comprar mais barato no mercado. Veremos a partir de agora diversos exemplos, com suas explicações, de operações no mercado de capitais, a fim de compreendermos melhor como é seu funcionamento. O primeiro exemplo é de uma compra de ações no mercado à vista (liquidação imediata). Um investidor deseja adquirir ações de uma empresa no mercado de capitais, com o objetivo de aplicar seus recursos na perspectiva de obter ganhos futuros com a valorização delas. A ordem de compra é executada quando atingir o preço que o comprador estipular, chamada de ordem limitada, que é o valor que esse investidor aceita pagar. Assim, ele autoriza sua corretora a adquirir a quantia de 1.000 ações da empresa Y por R$ 10,00 cada. Assim, se houver alguma corretora oferecendo uma ordem de venda da mesma empresa por esse valor, a ordem é executada. Após três dias úteis, o comprador deverá pagar o valor da ordem acrescido dos emolumentos e taxas de corretagem. O vendedor, por sua vez, receberá o valor da ordem, descontados a taxa de corretagem de sua corretora, os emolumentos da bolsa e parte dos impostos incidentes. Nesse caso, o comprador ficará com as ações escriturais (ou seja, ele não receberá um papel físico) custodiadas na corretora e aguardará o momento oportuno para revendê-las. Ele também pode Pág. 16 de 71 mantê-las em carteira por um longo tempo, esperando uma valorização expressiva e aproveitando o crescimento da empresa, usufruindo inclusive de dividendos (que é um tipo de participação nos lucros da empresa). O investidor, então, passou a ser sócio da empresa. O segundo exemplo envolve uma companhia que decide fazer uma emissão de mil debêntures, contratando, para tanto, corretoras e bancos de investimentos para intermediar a colocação das debêntures no mercado. Cada uma tem preço de R$ 1.000,00, o que totaliza R$ 1.000.000,00 pelo prazo de oito anos, com remuneração pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) mais 5% ao ano de juros. As debêntures são adquiridas por investidores interessados em obter rendimentos reais, por isso, normalmente, exigem uma taxa de juros, além de algum índice de preços, como o IPCA. A emissão é constituída por escritura pública e a garantia é o próprio patrimônio da empresa, nesse caso, a hipoteca de imóvel. A emissão de debêntures representa uma dívida contraída pela empresa, de longo prazo, mas com vencimento e que precisa ser honrada junto aos investidores. Caso isso não ocorra, eles poderão acionar as garantias vinculadas ao contrato de debêntures. 1.5 Robot trading com minicontratos Para manter um bom funcionamento das operações de crédito é importante identificar fatores (como capacidade de pagamento e vulnerabilidade) por meio de uma boa avaliação, evitando distorções que provoquem grande endividamento e acompanhando a situação financeira dos devedores. Estes são aspectos que preservam a qualidade de uma operação de crédito, utilizando o controle por meio do Robot Trading (HULL, 2016). Avaliação: momento em que devedor e credor (ou seu representante) encontram-se para discutir aspectos como objetivo do crédito, prazos, juros, taxas e garantias da operação etc. Por exemplo, o gerente de um banco identifica que uma empresa precisa de R$ 35.000,00 para comprar uma máquina. Por isso, pergunta à empresa sobre os ganhos que esta máquina trará, o nível de endividamento da organização, seu faturamento etc. Pág. 17 de 71 SAIBA MAIS Para entender um pouco mais sobre o assunto, sugerimos a leitura do artigo Uma análise da alocação de contratos futuros sobre commodities em portfólios diversificados, de Silveira e Barros (2010). O texto está disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0103-20032010000100009. O processo descrito, representa macro etapas comuns que ocorrem no dia a dia dos negócios financeiros, porém este processo pode acontecer de diferentes formas. Algumas vezes, as condições de crédito já foram preestabelecidas e a instituição financeira chega aos clientes com operações pré-aprovadas (limites, prazos e taxas). Isso ocorre, por exemplo, quando o gerente de uma instituição que já possui cadastro atualizado avalia a capacidade de um cliente de assumir riscos antes mesmo de esse cliente solicitar uma proposta. Assim, o gerente tem a proatividade de entrar em contato com o cliente e oferecer uma linha de crédito pré-aprovada. Figura 4 – O controle monetário Fonte: Plataforma Deduca (2020). Além do financiamento das famílias, das empresas e dos governos, o crédito também possui um efeito multiplicador na economia, fazendo-a girar, demandando mais recursos, bens e serviços, gerando mais empregos, vendas e salários. Um exemplo desse efeito multiplicador é percebido quando uma pessoa contrata um empréstimo pessoal e utiliza o recurso para o conserto de seu carro http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20032010000100009 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20032010000100009 Pág. 18 de 71 e para pagar a festa de aniversário do filho. Nesse processo, foram gerados recursos financeiros para o mecânico e para o salão de festas, que devolverão os valores recebidos sob a forma de gastos, pagamento de salários etc. Dessa forma, e de outras, como será visto em seguida, as instituições financeiras têm a possibilidade de gerar liquidez, ou seja, transformar determinado recurso em dinheiro e aumentar o poder de compra e barganha das famílias. Isso ocorre devido aos juros que o devedor paga pelo período que utilizou o recurso emprestado pelo credor. Assim, o dinheiro continua tendo seu percurso na economia, criando esse efeito multiplicador e os juros pagos pelos tomadores às instituições financeiras geram liquidez quando são reinseridos na economia. Isso é feito por meio de algumasações, como a contratação de novos empréstimos, por exemplo (FORTUNA, 2016). DICA DO PROFESSOR Para ajudar no controle das estruturas, leia o artigo Avaliação da eficácia de contratos futuros, de Lopes (2007), disponível em: https://www.lume.ufrgs. br/bitstream/handle/10183/13899/000649612.pdf?sequence=1. https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13899/000649612.pdf?sequence=1 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13899/000649612.pdf?sequence=1 Pág. 19 de 71 CONCLUSÃO O presente capítulo concentrou-se em apresentar algumas formas monetárias e controle financeiros. Também é importante ressaltar que, além da capacidade de pagamento, outras variáveis (como o relacionamento do cliente com o banco, as garantias oferecidas e o nível de endividamento em outras instituições) também podem influenciar o risco de inadimplência e as taxas de juros. Por isso, empréstimos no formato de penhor têm taxas de juros mais baixas, pois a instituição financeira tem a garantia real de pagamento, por exemplo, por meio de um colar de ouro, que pode ser vendido para amortizar a dívida em caso de não pagamento. Depois de entender todo esse contexto do mercado de crédito, é necessário conhecer os produtos que fazem parte desse cenário. Pág. 20 de 71 UNIDADE 2 – CONTRATOS DE TROCA DE RENTABILIDADE INTRODUÇÃO Vivemos em tempos de mercados turbulentos, em que cada vez mais surgem variáveis incontroláveis que podem impactar os investimentos realizados pelas empresas. Desta forma, a incerteza é um fato, mas a necessidade de investimentos também. Sendo assim, as empresas e o mercado acabaram criando estratégias que permitem que elas consigam minimizar tais impactos. É justamente nesse sentido que os mercados derivativos operam. Dentre os vários tipos de transações com derivativos que podemos destacar as operações de swap que se resumem em uma troca de valores que permite a diminuição dos riscos nos investimentos. Nesta unidade, iremos nos concentrar em entender os mercados derivativos, finalidade e produtos. Na sequência, analisaremos os conceitos das operações de swap e os principais modelos. Vamos lá? 2.1 MERCADO DE DERIVATIVOS Por volta das décadas de 1960 e 1970, começamos a perceber um processo cada vez maior de integração comercial, decorrente da globalização que começa a influenciar as ações mercadológicas e, com ela, o número de variáveis que impactam as empresas aumentaram vertiginosamente e fez com que fossem criados mecanismos capazes de driblar essas variações do mercado. Uma dessas ferramentas se refere aos mercados derivativos. Com base nesse contexto, Serafini e Sheng (2011, p. 285) corroboram afirmando que “O avanço tecnológico, a integração dos mercados financeiros, a evolução dos modelos de precificação e a criação de produtos financeiros sofisticados podem explicar o rápido desenvolvimento do mercado de derivativos na última década”. A busca de proteção contra a forte volatilidade das taxas de câmbio e de juros registrada desde o fim dos acordos de Bretton Woods está na origem da criação e da enorme expansão de mercados de derivativos financeiros muito diversificados e amplos. Essa volatilidade introduziu profundas mudanças no comportamento dos agentes econômicos ao tornar imperativa a formação de expectativas sobre a evolução de curto prazo das principais variáveis financeiras para a condução normal Pág. 21 de 71 das atividades econômicas. A existência dos mercados de derivativos permitiu que os agentes cobrissem seus riscos financeiros ao transferi-los para outros (FARHI, 1999, p. 93). Considerando esse cenário, podemos pensar no conceito por trás dos derivativos que, de maneira simples, são instrumentos que possibilitam que uma empresa realize seus investimentos sem, necessariamente, desembolsar alguma quantia de imediato, permitindo assim que os negócios continuem acontecendo. Segundo Toledo Filho (2006, p. 117), os derivativos “são instrumentos financeiros ou ferramentas, sempre derivados de um ativo (daí o seu nome), utilizados por pessoas ou instituições nos mercados futuros e de opções para gerenciar riscos, proteger investimentos ou simplesmente especular”. De acordo com o Banco Central do Brasil (2002 apud MATTOS, 2008, p. 20): Instrumentos financeiros derivativos são aqueles cujo valor varia em decorrência de mudança em taxa de juros, preço de título ou valor mobiliário, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de Bolsa de Valores, índice de preço e iniciou classificação de crédito ou qualquer outra variável similar específica, cujo investimento inicial seja inexistente ou pequeno em relação ao valor do contrato e que sejam liquidados em data futura. Deste modo, nada mais são do que mecanismos que postergam os desembolsos iniciais em um determinado contrato. Derivativos é o nome dado à família de mercados em que operações com liquidação futura são realizadas, tornando possível a gestão do risco de preço de diversos ativos. Quatro modalidades de contratos são negociadas nesses mercados: termo, futuro, opções e swaps (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 286). Os derivativos têm como base um determinado ativo que é a base da previsão futura, desta forma, os valores desses contratos estão diretamente relacionados aos preços dos produtos. A partir dessas definições, fica fácil perceber a essência e a razão de ser dos derivativos, ou seja, são mecanismos que buscam auxiliar os processos comerciais. Eles, na realidade, buscam minimizar os riscos das empresas em seus processos operacionais. Os derivativos foram criados para que os agentes econômicos pudessem se proteger contra riscos de oscilações de preços. O gestor de investimentos pode, por exemplo, realizar operações com derivativos, com o intuito de proteger uma carteira de ações contra oscilações do mercado, ou uma operação de renda fixa prefixada contra oscilações das taxas de juros (PINHEIRO, 2019, p. 163). Pág. 22 de 71 Conforme a Comissão de Valores Monetários (2015, p. 286): [...] derivativos são instrumentos financeiros utilizados, em essência, para gerenciar riscos, uma vez que seu valor depende de outros ativos aos quais se referem. Os derivativos são poderosos instrumentos de transferência do risco, permitindo que empresas e indivíduos tenham um fluxo de caixa mais previsível e, portanto, com mais planejamento (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 286). Na prática, são os contratos futuros que permitem às empresas postergar os gastos iniciais com determinadas operações que só começarão a dar lucros a longo prazo. Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do ativo-objeto sobre os quais se efetuam as negociações), em mercados organizados, com o fim de proporcionar, aos agentes econômicos, oportunidades para a realização de operações que viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de ativos e de variáveis macroeconômicas (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 286). A partir das reflexões que fizemos, você deve estar entendendo a importância de estudarmos os mercados derivativos. Podemos dizer que, no contexto econômico atual, eles são uma peça-chave na viabilidade de muitos negócios. Os mercados derivativos vêm adquirindo importância para todos os agentes econômicos, impulsionados pela necessidade de encontrar mecanismos de proteção contra o risco de oscilação de preço. Os derivativos são instrumentos financeiros cujos preços estão ligados a outro instrumento que lhes serve de referência (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 39). 2.2 FINALIDADE DO MERCADO DE DERIVATIVOS Você deve estar pensando, tudo bem que o mercado seja instável, mas é só mapear os riscos, não havendo necessidade de algum mecanismo que os minimize. Você até tem uma certa razão, entretanto, o que ocorre é que para determinadas operações, se fossemrealizadas sem a possibilidade do uso de mecanismos de mercado de derivativos, simplesmente elas não aconteceriam. Segundo a Comissão de Valores Monetários (2015, p. 39): O mercado de derivativos responde a uma necessidade genuína da comercialização de determinadas mercadorias. Por exemplo, nos Estados Unidos, a colheita de trigo é realizada apenas durante algumas semanas, enquanto o consumo do cereal ocorre o ano todo. Então, alguém precisa carregar a mercadoria, até que seja consumida por inteiro, arcando com os custos de aquisição, armazenagem e transporte, e sujeitando-se aos riscos das variações de preço. Pág. 23 de 71 Somente o mercado de derivativos pode oferecer ao agricultor (que pretender vender sua produção, assim que efetuar a colheita, pelo melhor preço) e ao processador/ usuário do produto (que espera comprar o produto no decurso do ano, pelo melhor preço) os meios de garantir sua necessidade de fixação de preço, por meio de operações de hedging (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 39). Deste modo, podemos dizer que as operações com os mercados de derivativos têm como objetivo principal facilitar a vida de empresas e investidores, o que pode ocorrer de várias maneiras. Dessa forma, na Figura 1 podemos ver os objetivos dos mercados derivativos. Figura 1 – Objetivos dos mercados derivativos Permitir alavancagem da empresa. Proteger as empresas em operações. Possibilitar a operação da tendência de preços. Tirar proveitos da diferença de preços. Fonte: Elaborado pela autora (2020). Vamos analisar os mecanismos pelos quais podemos atingir os objetivos dos derivativos. Quadro 1 – Finalidades dos derivativos Finalidade Descrição Hedge (proteção) Proteger o participante do mercado físico de um bem ou ativo contra variações adversas de taxas, moedas ou preços. Equivale a ter uma posição em mercado de derivativos oposta à posição assumida no mercado à vista, para minimizar o risco de perda financeira decorrente de alteração adversa de preços. Alavancagem Diz-se que os derivativos têm grande poder de alavancagem, já que a negociação com esses instrumentos exige menos capital do que a compra do ativo à vista. Assim, ao adicionar posições de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total destes a um custo mais barato. Especulação Tomar uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição correspondente no mercado à vista. Nesse caso, o objetivo é operar a tendência de preços do mercado. Arbitragem Tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto/ ativo negociado em mercados diferentes. O objetivo e aproveitar as discrepâncias no processo de formação de preços dos diversos ativos e mercadorias e entre vencimentos. Fonte: Comissão de Valores Monetários (2015, p. 39). Pág. 24 de 71 Como podemos ver, cada um desses mecanismos busca melhorar os resultados da empresa por meio da viabilização de suas operações. IMPORTANTE O conceito de especulador tem recebido conotação muito depreciativa, talvez devido ao fato de o participante visar apenas o lucro. Todavia, sua presença é fundamental no mercado futuro, pois é o único que toma riscos e, assim, viabiliza a outra ponta da operação do hedger, fornecendo liquidez ao mercado (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 39). 2.3 PRODUTOS DE MERCADOS DERIVATIVOS Para cumprir com seus objetivos, os mercados derivativos podem ser divididos em quatro grandes abordagens, a saber: mercado a termo, mercado de opções, mercado de swap e mercado futuro. O detalhamento de cada uma dessas abordagens pode ser visto no Quadro 2. Quadro 2 – Produtos dos derivativos Tipo de derivativo Finalidade Mercado a termo Como comprador ou vendedor do contrato a termo, você compromete-se a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, ainda na data de realização do negócio, para liquidação em data futura. Os contratos a termo somente são liquidados integralmente no vencimento, podendo ser negociados em bolsa e no mercado de balcão. Mercado de opções Está relacionado ao tipo de contrato no qual o contratante tem o direito de escolher um ativo, cujo preço está pré-determinado em contrato, independentemente da sua variação cambial. Pág. 25 de 71 Mercado de swap Negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros). Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes, que estabelecem a troca de fluxo de caixa, tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada. Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à taxa prefixada negociada entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro. Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu taxa prefixada. Você deve observar que a operação de swap é muito semelhante à operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento. Mercado futuro Deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você compromete- se a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A definição é semelhante, tendo como principal diferença a liquidação de seus compromissos somente na data de vencimento, no caso do mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados financeiramente às expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros são negociados somente em bolsas. Fonte: Comissão de Valores Monetários (2015, p. 39). Pág. 26 de 71 IMPORTANTE Pensar nesse tipo de contrato parece ser um negócio somente para grandes empresas, mas, na realidade, hoje cada vez mais esses cenários estão disponíveis para pequenos investidores que buscam se prevenir no momento de seus investimentos. Além disso, atualmente há várias consultorias que buscam auxiliar o pequeno investidor, dentre elas podemos destacar a empresa XP investimentos (https://www.xpi.com.br/). Deste modo, começamos a perceber uma mudança no perfil dos investidores, sendo que cada vez mais vemos os de médio e pequeno porte participando dos mercados de ações. 2.4 SWAP A partir do momento em que as empresas começaram a incrementar suas relações comerciais internacionais, a distância entre suas operações produtivas e a finalização do processo de comercialização era tamanha que, podemos dizer, gerou uma inviabilidade financeira para fazer operações. De fato, esse cenário sofreu condicionado, enquanto o mercado de derivativos evoluiu, em especial as operações de swap. O SWAP surgiu da necessidade de proteção ao risco que muitas empresas possuíam em meados da década de 70 por causa de atividades comerciais internacionais, em grande medida influenciadas pelas enormes variações das taxas de câmbio (GLADI; LOPES, 2007, p. 443 apud MATTOS, 2008, p. 30). Podemos entender o swap como: Swap consiste em um acordo entre duas partes para troca de risco de uma posição ativa (credora) ou passiva (devedora), em data futura, conforme critérios preestabelecidos. As trocas (swaps) mais comuns são as de taxas de juro, moedas e commodities. No mercado de swap, você negocia a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros), a partir da aplicação da rentabilidade de ambos a um valor em reais (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 72). Etimologicamente, a palavra swap significa troca, da qual deriva seu funcionamento. As partes envolvidas em um contrato de swap simplesmente trocam seus fluxos de caixa a partir de alguns parâmetros como prazo, preço e variáveis específicas. Os parâmetros de um contrato de swap dependem, fundamentalmente, da sua valorização. https://www.xpi.com.br/Pág. 27 de 71 No Quadro 3 podemos ver alguns conceitos relacionados às operações de swap: Quadro 3 – Conceitos de swap BACEN – Resolução nº 2.138 (BRASIL, 1994) São operações consistentes na troca dos resultados financeiros decorrentes da aplicação de taxas ou índices sobre ativos ou passivos utilizados como referenciais. Hull (1996) Os swaps são acordos privados entre duas empresas para troca futura de fluxos de caixa, respeitada uma fórmula pré-estabelecida, e podem ser considerados carteiras de contratos a termo. Com isso, podemos dizer que a análise de swap é uma extensão natural do estudo de contratos futuros e a termo. Silva Neto (2002) Swap é um contrato de derivativo por meio do qual as partes trocam o fluxo financeiro de uma operação sem trocar o principal. Marins (2004) Contratos de swap regulamentam operações entre duas contrapartes para troca futura de fluxos de caixa entre ambas, obedecendo a fórmula de cálculo, prazos, volumes e demais condições pré-estabelecidas no contrato. Barbedo et al. (2005) É a troca de índice entre dois investidores, um contrato de balcão que se caracteriza pela não alteração contábil das dívidas de cada parte e pela não transferência do principal – apenas um fluxo de caixa líquido para a parte ganhadora. Fonte: Adaptado de Mattos (2008, p. 31). A principal característica do contrato de swap reside no fato de que ele é um contrato de balcão e, deste modo, acaba sendo mais flexível que o normal, podendo ser configurado conforme o negócio em questão. De acordo com a Comissão de Valores Monetários (2015, p. 75): Os contratos de swap possuem características operacionais que os diferenciam dos derivativos negociados em bolsa. Por serem negociados em mercado de balcão e serem do tipo taylor made, em geral, não existe a possibilidade de transferir a posição para outro agente, o que obriga as instituições a carregarem todas as posições até o seu vencimento (exceto nos casos em que as contrapartes concordem em realizar a liquidação antecipada). Pág. 28 de 71 Uma das grandes vantagens dos contratos de swap é o fato de que não há desembolso durante todo o contrato e é justamente por isso que viabilizam as operações. Esse tipo de operação gira em torno de uma aposta sobre um certo referencial, sendo que as partes ajustam os referenciais de atualização dos ativos envolvidos, a data de liquidação da operação e a forma pela qual ela se deve proceder. Nessas operações não há emprego de caixa em um primeiro momento, sendo a operação liquidada pelas diferenças entre os índices inicialmente pactuadas. Dependendo do acordado, as operações de Swap podem ser liquidadas antecipadamente (BULGARELLI, 2001, p. 279). Ainda pensando em definições, o swap tem como atribuição econômica: [...] permitir que dois agentes econômicos efetuem trocas entre si de rentabilidade e/ ou indexadores de seus valores a receber ou a pagar com o objetivo de reduzir os riscos envolvidos pelas variações dessas rentabilidades e o indexador a que seus ativos ou passivos estão submetidos. Entretanto, sabe-se que nem sempre as operações de Swap são utilizadas com esse objetivo (MARINS, 2004). Na Figura 2, podemos ver um esquema que explica como funcionam as operações de swap. Figura 2 – Exemplo de swap INSTITUIÇÃO A INSTITUIÇÃO B TROCA DE FLUXOS Recebe variação IBOVESPA Paga variação IBOVESPA Recebe variaçao ouro Paga variação ouro R$ 100 mil Fonte: Adaptado de Comissão de Valores Monetários (2015, p. 72). Como podemos ver na Figura 1, os contratos de swap têm como objetivo aproveitar ou oportunizar as vantagens competitivas em uma determinada transação. No caso da figura, dependendo da Pág. 29 de 71 variação do dólar, uma das pontas sai com a vantagem, mas a Instituição A leva a vantagem inicial, pois não tem que desembolsar recursos no início do contrato. Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à variação do Ibovespa negociada entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou Ibovespa e vendeu ouro. Nesse exemplo, será a instituição A. Se a rentabilidade do ouro for superior à variação do Ibovespa, receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu Ibovespa. No caso, a Instituição B (COMISSÃO DE VALORES MONETÁRIOS, 2015, p. 72). Para entender o processo de swap, precisamos entender alguns atores que atuam nesse processo. Segundo a Comissão de Valores Monetários (2015, p. 72), para que a transação de swap ocorra, precisamos identificar os itens a seguir elencados. • Contraparte: agente que negocia o swap; • Variável: preço ou taxa que será apurada ao longo de um período para valorizar o parâmetro; • Valor de referência: valor inicial sobre o qual incidirá a valorização do parâmetro. Pode ser chamado de principal ou nocional; • Parâmetros: fórmulas para cálculo dos fluxos; formam o conjunto de informações responsáveis pela valorização do contrato; • Prazo: período de duração do contrato de swap. No processo de operação de swap, ainda podemos identificar dois grandes atores do processo: o swap dealer e o swap broker, como podemos ver na Figura 3. Figura 3 – Atores em um contrato swap Swap dealer O swap dealer é o agente que se posicio- na em uma das pontas de um swap quando surge o interesse de uma instituição pelo contrato, até que ele mesmo encontre outra instituição que queira ser a contrapar- te em seu lugar. Swap broker O swap broker identifica e localiza as duas partes que firmam o compromis- so no swap . Fonte: Adaptado de Comissão de Valores Monetários (2015, p. 75). Pág. 30 de 71 Normalmente, nos contratos de swap, é possível definir livremente: as taxas, os percentuais, os valores iniciais, os prazos e, até mesmo, a carência para início de valorização. Aqui é importante ressaltarmos que, segundo Pinheiro (2019), todo contrato de swap deve ser registrado na BM&F Bovespa ou na Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip). PARA REFLETIR O swap, enquanto ferramenta de proteção de crédito, é bastante aceitável. Seria ético também o utilizar para alavancagem? Neste caso, ela não abre brechas para oportunismos? 2.4.1 Tipos de swap Já falamos bastante sobre o conceito de swap e creio que ele já esteja cristalizado no seu conhecimento. Agora vamos estudar os dois principais tipos de swaps que temos no mercado. 2.4.2 Swap cambial Lembram que falamos que o swap teve seu grande desenvolvimento nas operações internacionais? Assim, consequentemente, um dos principais tipos de swap é o swap cambial, bastante utilizado no Brasil, principalmente quando temos o dólar como a taxa pré-fixada, como podemos ver na Figura 4. Pág. 31 de 71 Figura 4 – Exemplo de swap cambial INSTITUIÇÃO A INSTITUIÇÃO B TROCA DE FLUXOS Recebe variação taxa pré R$ 100 mil Paga variação cambial + cupom Recebe variação cambial + cupom Paga variação taxa pré Fonte: Adaptado de Comissão de Valores Monetários (2015, p. 72). A lógica por trás desse tipo de transação é simples. Vamos analisar um exemplo extraído de Mattos (2008, p. 33). Imagine que a empresa GHY possui ativo de R$10.000.000,00 prefixado a 17% ao ano para receber em 21 dias úteis e que quer transformar seu indexador em dólar + 10% sem movimentação de caixa. Para isso, contrata um swap, ficando ativo em dólar + 10% e passivo em 17%, ao mesmo tempo em que o banco X, que negociou o swap com a empresa, fica ativo a uma taxa prefixada em 17% ao ano e passivo em dólar + 10% ao ano. A empresa GHY está exposta ao risco de alta na taxa de juro prefixada no swap. No vencimento do contrato, serão aplicadas as variações dos indexadores sobre o valor referencial, conforme demonstrado a seguir. Suponha que, no período, a variação do câmbio foi de 2%. Posição original: ativo em taxa pré 10.000.000,00 × (17/100 + 1)21/252 = R$10.131.696,11 Swap passivo em taxa pré 10.000.000,00 × (17/100 + 1)21/252 = R$10.131.696,11. Ativo em dólar 10.000.000,00 × 1,02 × [(10/100× 30/360) + 1] = R$10.285.000,00. Pode-se concluir que a empresa GHY receberá do banco X o valor líquido de R$153.303,89 (resultado de R$10.285.000,00 – R$10.131.696,00), pois a variação cambial mais 10% ficou abaixo dos 17% estipulado pela taxa pré. O exemplo anterior deixa claro que uma transação de swap pode ser mais ou menos vantajosa. É importante considerar aqui que o risco existente se justifica pela minimização da operação. Pág. 32 de 71 SAIBA MAIS Intervenção Cambial Segundo Bastos eFontes (2013, p. 99-100): Em muitos países, as intervenções no mercado cambial são comuns. Visam manter a taxa de câmbio em níveis considerados adequados pelo governo ou evitar variação considerada excessiva, que poderia trazer danos à economia. No Brasil, as preocupações são ora com efeitos de desvalorizações sobre a inflação, ora com efeitos de valorizações sobre a competitividade da indústria e das exportações em geral. Desde a adoção do regime de câmbio flutuante e metas de inflação, em 1999, tais operações têm o objetivo declarado de prover liquidez em momentos de necessidade e acumular reservas, mas não de influenciar o nível ou a tendência da taxa de câmbio. Ainda segundo os autores (2013, p. 99-100): Os instrumentos mais comuns na experiência internacional são os seguintes: • compras ou vendas no mercado à vista; • compra ou venda de contratos derivativos, tendo a taxa de câmbio como ativo subjacente; • compra ou venda de títulos públicos indexados à taxa de câmbio; e • política monetária (taxa de juros). 2.4.3 Swap de juros Segundo a Comissão de Valores Monetários (2015, p. 74), o swap de juros é um “contrato em que as contrapartes trocam indexadores associados aos seus ativos ou passivos e que uma das variáveis é a taxa de juro”. Nesse tipo de Swap uma contraparte A concorda em pagar a outra contraparte B fluxos de caixa resultante da aplicação de determinada taxa de juro flutuante, sobre um valor base previamente estabelecido. Simultaneamente, a contraparte B concorda em pagar a contraparte A fluxo de caixa resultante da aplicação de uma Pág. 33 de 71 taxa de juros pré-fixada sobre o mesmo valor base. Ao final da operação quando serão conhecidos os valores das curvas de Swap a contraparte liquidante devedora terá que pagar a contraparte liquidante credora a diferença entre as curvas (MARINS, 2004 apud MATTOS 2008, p. 34). Vamos analisar alguns exemplos de swap de juros no Quadro 4: Quadro 4 – Tipos de swap Tipo de swap de juros Descrição Swap taxa de DI × dólar Trocam-se fluxos de caixa indexados ao DI por fluxos indexados à variação cambial, mais uma taxa de juro negociada entre as partes. Swap pré × taxa de DI Trocam-se fluxos de caixa indexados a uma taxa prefixada por fluxos indexados à taxa de DI. Swap de moeda Contrato em que se troca o principal e os juros em uma moeda pelo principal, mais os juros em outra moeda. Swap fixed-for-fixed de dolar × libra esterlina Trocam-se os montantes iniciais em dólares e em libras. Durante o contrato, são feitos pagamentos de juros a uma taxa prefixada para cada moeda. Swap de índices Contrato em que se trocam fluxos, sendo um deles associado ao retorno de um índice de preços (como IGP-M, IPC- Fipe, INLPC) ou de um índice de ações (Ibovespa, IBrX-50). Swap Ibovespa × taxa de DI Trocam-se fluxos de caixa indexados ao retorno do Ibovespa mais uma taxa de juros negociada entre as partes por fluxos indexados a uma variação ao DI ou vice-versa. Swap de commodities Contrato por meio do qual duas instituições trocam fluxos associados à variação de cotações de commodities. Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Vamos ver um exemplo: Pedro tem uma dívida de R$ 1.000.000,00 corrigida pela variação do dólar. João tem outra dívida, também de R$ 1.000.000,00, corrigida pelo CDI . Pág. 34 de 71 Vamos supor que as duas dívidas têm vencimento no mesmo dia e taxas de juros igual a zero (empréstimo subsidiado). Pedro, temendo que o Plano Real não sobreviva e ocorra uma maxidesvalorização que faça crescer sua dívida mais que a taxa de juros, propõe a João um swap, ou seja, trocar sua dívida em dólares pela dívida de João, corrigida pelo CDI. João, mais confiante na atual politica cambial, concorda, porém, cobra de Pedro R$ 10.000,00 (1%), aproveitando-se do desespero deste. Na verdade, no contrato de swap eles não trocam as dívidas, acertando as diferenças no final. Vamos supor que no vencimento a valorização do dólar tenha sido de 10% e a correção pelo CDI de 15%. Pedro estaria devendo R$ 1.100.000 e João R$ 1.150.000,00. Porém, como fizeram um swap, isto é, trocaram os riscos, Pedro deve pagar a João 5% (15% – 10%), ou seja, R$ 50.000,00, além dos R$ 10.000,00 que já pagou. O swap valeu a pena para João que recebeu R$ 60.000,00. E para Pedro? Este, na prática, fez um hedge contra uma desvalorização cambial que não ocorreu e pagou um preço para não ter a preocupação de um aumento brutal em sua dívida. Se ocorresse o contrário, ou seja, um aumento expressivo do dólar no período, João pagaria a Pedro a diferença entre a variação cambial e o CDI (MATTOS, 2008, p. 34). Pág. 35 de 71 CONCLUSÃO Como pudemos ver existe uma grande quantidade de ferramentas que podem ser utilizadas no momento que uma empresa ou uma pessoa precisa proteger os seus investimentos e os contratos de derivativos têm justamente essa função: a de estabelecer um contrato entre duas partes, estabelecendo um pagamento para uma data futura. Dentre os vários tipos de derivativos, podemos destacar as operações de swap por meio das quais se estabelece uma troca entre diferentes variáveis pré-fixadas. Pág. 36 de 71 UNIDADE 3 – DERIVATIVOS DE COMMODITIES INTRODUÇÃO Você terá a oportunidade de aprender temas importantes sobre contratos futuros e mercado financeiro de ações para o melhor investimento corporativo. As empresas industriais realizam investimentos futuros para que possam se manter no mercado e aplicar seus ativos e finanças da melhor forma. Para tanto, comparam as opções para não perder dinheiro e arriscar muito. Você conhecerá os tipos de derivativos, mercado à vista e formas de investir. Por isso, você também estudará, nesta unidade, sobre os derivativos de petróleo e exemplo de investimento no setor de agronegócios, assim como entenderá a forma de ganha com estes ativos. Parecem muitos assuntos? Não se preocupe, apresentaremos exemplos que facilitarão seu entendimento. Vamos aos estudos? Acompanhe! 3.1 CONTRATOS FUTUROS DE COMMODITIES Dentre os segmentos do mercado de ações, encontram-se os derivativos, sobre os quais vamos nos aprofundar. CONCEITO Derivativo consiste em um instrumento financeiro, que é um contrato financeiro que possui esta denominação pelo fato de depender dos valores de outros ativos. O mercado de capitais tem grande eficiência e importância para os derivativos, pois é por meio dele que é realizada a distribuição de valores mobiliários. Todavia, com sua evolução, uma significativa parcela dos derivativos passou a ser negociada em bolsas, entre elas, a Bolsa de Pág. 37 de 71 Mercadorias e Futuros (BM&F) e a Bovespa que, segundo a InfoMoney (2006), “concentram grande parte do mercado de derivativos negociados em bolsa no Brasil”. No mercado de ações secundárias, há diferentes modalidades de operação, conforme prazo e condições de liquidação. Assim, o mercado secundário pode ser classificado em dois segmentos principais: os derivativos e à vista, sendo eles: a termo, futuro e de opções, além do mercado swap. Mercado à vista Nesse segmento, os títulos são negociados a um preço estabelecido em determinado momento do pregão diário. O prazo para liquidação financeira das operações à vista é de três dias úteis, ou seja, se a compra ou venda dos títulos for efetuada hoje (D0), o pagamento ou recebimento do valor correspondente será realizado no terceiro dia útil após a operação (D3). Operações Day-Trade É nessemercado que ocorrem as operações de compra e venda normais e day-trade realizadas nas agências e no site de compra e venda de ações do Banco do Brasil (Home Broker). Após a confirmação de uma negociação de compra, a ordem de venda já pode ser registrada, ainda que a posição não seja visualizada na carteira. Nas operações day-trade, não há liquidação física, ou seja, não há movimentação de títulos em custódia, uma vez que a posição acionária do investidor permanece inalterada. Somente será aceito day-trade iniciado com uma operação de venda, se houver saldo de ações suficiente na conta de custódia. Figura 1 – Mercado de capitais A termo Swaps Opções Futuro À vista (Spot) Fonte: Adaptado pelo Autor https://plus.google.com/113948179734463341005/posts Pág. 38 de 71 Há vários tipos de operações, dentre elas, as quatro do mercado à vista que iremos explicar (baseadas na legislação): a termo, futuro, de opções e swaps. A seguir estão elencadas as operações mais utilizadas: IMPORTANTE A partir da publicação da Lei nº. 8.021, de 13/04/1990, as ações do tipo “nominativas” tornaram-se modalidade única obrigatória, deixando de existir as ações “ao portador”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L8021.htm. 3.1.1 Mercado a termo O mercado a termo é o mais simples e mais procurado na bolsa de valores. Nele, duas partes assumem um compromisso de venda ou de compra, para negociação de um determinado ativo financeiro em um período futuro e a um preço fixado na data de celebração do contrato. A realização de um contrato a termo é semelhante a um negócio à vista, mas ele necessita de uma corretora de investimentos, que irá realizar a operação, em pregão, quando os interessados poderão fazer o acompanhamento de todo o processo pela rede de terminais da Bovespa e, logo após o encerramento, todas as informações relevantes poderão ser encontradas em jornais diários ou no site da bolsa. O preço de uma ação é calculado a partir da somatória do valor investido e a parcela de juros que a operação rende. O processo de liquidação do contrato pode ocorrer no vencimento do acordo ou dias antes, mas independente da data escolhida para esse procedimento, o comprador deste termo terá que pagar o valor integral combinado. 3.1.2 Mercado futuro Um derivativo do tipo mercado futuro funciona de forma semelhante ao mercado a termo, com o diferencial de como liquidar seus compromissos. O desembolso de um mercado a termo ocorre no vencimento do contrato, enquanto no mercado futuro não há data estipulada e as partes não http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8021.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8021.htm Pág. 39 de 71 estão vinculadas, o que significa que o investidor pode vender um contrato que comprou antes do vencimento. Seus compromissos são ajustados diariamente e verificadas as alterações dos preços destes contratos para a apuração de lucros ou prejuízos dos respectivos lados, realizando uma liquidação das diferenças do dia. O contrato futuro caracteriza-se por: • elevado padrão; • liquidez acentuada; • transparente negociação em pregão na bolsa; • ajuste diário de contrato, com possível encerramento a qualquer momento do participante; • evita acúmulo de valores de ajuste diário e perdidos em garantia. As desvantagens operacionais do mercado futuro são: • fluxo de caixa instável, em razão do alto movimento financeiro, devido aos ajustes diários; • altos custos, maiores que nos contratos a termo; • depósito em garantias necessários. 3.1.3 Mercado de opções O mercado de opções é mais um mercado que se identifica como instrumento de derivativos. Nele, negocia-se o direito de comprar ou vender um bem ou ativo financeiro por um determinado preço de exercício em um prazo de validade pré-estabelecido (data futura). Quem obtiver o direito, deve pagar um prêmio ao vendedor, tal como em um acordo de seguro. Por exemplo: existe um terreno que tem o valor de 100 mil, no entanto, o dono possui a expectativa de que a região vai se desenvolver e o terreno valorizar-se futuramente. O possível comprador também concorda com a análise de potencial valorização, mas não está com 100 mil disponíveis no momento, tendo somente 20 mil. Mas, se o investidor vendeu ações da empresa “X” em um determinado dia, a um preço inferior ao da compra, ele terá que pagar o prejuízo da operação em D+3, sofrendo um débito na liquidação financeira, incluindo as despesas/ taxas. Pág. 40 de 71 IMPORTANTE Você sabia que o mercado à vista é dividido em: mercado de lotes-padrão e mercado de lotes fracionados? No mercado de lotes-padrão são negociadas quantidades de títulos múltiplas dos lotes-padrão definidos pela bolsa de valores para cada empresa. Lote-padrão ou lote de negociação é a quantidade de ações, de características idênticas, considerada ideal para negociação. Em geral, quanto maior for a cotação da ação, menor será o lote-padrão, e vice-versa. Um exemplo de lote padrão de ações BBAS3 (Banco do Brasil ON) é composto por 100 ações, enquanto o lote padrão de ações TELB4 (Telebrás PN) é composto por 100.000 ações. No mercado fracionário, a negociação independe de quantidade mínima de ações, as ordens impostadas podem ser atendidas parcialmente, em qualquer quantidade, de acordo com as ofertas e necessidades dos investidores. Caso a quantidade seja pequena e dependendo do preço do ativo negociado, a operação poderá até resultar deficitária. Vamos analisar um exemplo. Considere uma ordem de venda de dez ações ABCD4 a R$ 1,60. O investidor interessado na compra possui 99 ações da empresa e necessita de apenas uma ação para completar um lote-padrão. Neste caso, o vendedor que pretendia negociar suas dez ações, vendeu somente uma, realizando uma operação deficitária, conforme cálculo a seguir: em vez de receber o crédito da venda, o cliente terá que desembolsar R$ 1,10, valor da diferença entre a venda e a corretagem. • Valor bruto da operação R$ 1,60 • Corretagem mínima (–) R$ 2,70 • Valor líquido (–) R$ 1,10 Com isso, podemos entender que o mercado de ações é muito complexo e repleto de formas de investir e gerenciar seus investimentos, com cálculos que devem ser analisados friamente antes de colocar cada ação no mercado. Pág. 41 de 71 Figura 2 – Mercado futuro Fonte: Plataforma Deduca (2020). Então, o comprador procura o dono e faz uma oferta, dizendo que gostaria de ter a preferência de comprar o terreno em dois anos, ou seja, está pedindo a preferência para comprar no futuro e explica que sua proposta é pagar os 20 mil agora para ter o direito de comprar o terreno. Assim, nos próximos dois anos, por 20 mil, quem fez a oferta terá o direito de compra do terreno a qualquer tempo, por 130 mil. O valor pago inicialmente, servirá para manter a oferta e o preço futuro do terreno. Contudo, caso ao fim deste prazo o comprador não queira concretizar a compra, então o valor de 20 mil ficarão com o proprietário. SAIBA MAIS Esta opção é conhecida como opção de compra CALL, ou seja, o comprador possui o direito de comprar e o vendedor assume a obrigação de vender. Em suma, foi definido: • titular/ comprador – que tem o direito de comprar; • lançador/ vendedor – que tem a obrigação de vender, ou seja, compromete-se com a obrigação de vender o ativo nas condições e no prazo futuro acordados; • prazo de dois anos – duração do contrato; http://www.deduca.com.br/mediabank/7038 Pág. 42 de 71 • prêmio – que é o valor que será pago apenas para ter o direito de comprar o terreno ou não que, no exemplo, refere-se aos 20 mil, ou seja, é o prêmio de risco que o lançador vai receber para assumir a obrigação de vender em uma data futura, é o preço da opção; • strike – que é o valor acordado para comprar em uma data futura. Conforme o exemplo, relaciona-se aos 130 mil. Assim, strike é o preço de exercício, ou seja, o preço pago pelo direito de exercer a compra do terrenode acordo com o interesse, conforme combinado. SAIBA MAIS O especulador tem como objetivo adquirir o lucro. Já o hedger, somente atua nos contratos futuros, comprando e vendendo para ter ganho na diferença dos preços, sem interesse no ativo-objeto e não necessitando negociar para ter proteção no mercado físico. Comumente, os especuladores integram um grupo bem maior que o de hedgers e sua presença num contrato futuro é menor. Abrange tanto pessoas físicas quanto jurídicas e ainda se distinguem dos hedgers pela velocidade com que atuam no mercado (entrando e saindo dele). Em geral, não mantêm posição comprada ou vendida até o vencimento e não têm muita experiência em relação a commodities. São importantes para o mercado futuro por fornecerem aos hedgers a contrapartida de seus interesses, chamando para si o risco da variação de preços transferido pelo hedger que o repassou. Figura 3 – Contrato de commodities Fonte: Plataforma Deduca (2020). http://www.deduca.com.br/mediabank/7038 Pág. 43 de 71 A justificativa do titular desse ativo em estabelecer o contrato é que ele realmente acredita que o terreno possa valer mais no final de dois anos e que logo, terá um retorno muito maior. Vantagens – o titular da opção poderá comprar o ativo por um preço abaixo do que ele poderá vir a valer no mercado em uma data futura, além de poder ter um ganho em cima de um valor menor. Já o lançador poderá ter uma perda caso venda mais barato que a valorização real no futuro. Desvantagens – o titular da opção corre o risco de o terreno desvalorizar-se em dois anos e então ele não exercerá seu direito à compra, ficando o lançador com o prêmio pago pela opção, um ganho, mesmo diante da desvalorização do terreno. Opção de venda PUT A PUT dá ao titular comprador da opção o direito de vender um ativo a um preço específico, em uma data determinada e obriga o lançador a comprar o ativo no preço, caso o titular exerça seu direito. Então, no caso, inverteria a situação do exemplo, ou seja, o titular/ comprador fica com o direito de vender e o lançador/ vendedor, a obrigação de comprar. 3.1.4 Mercado de swaps Swap tem como diferença entre os demais derivativos a troca e consiste no acordo entre as partes por meio de um contrato, sendo uma troca de risco tanto ativa quanto passiva, devedora e credora, respectivamente, de acordo com a data futura e os critérios estabelecidos. Os swaps mais comuns são os de taxas de juros, câmbio e commodities, índices, indexadores, entre outros. Os contratos não são padrão e têm negociação em balcão, não podendo ser antecipados do vencimento e tão pouco transferidos a outros acionistas. IMPORTANTE Como o hedge tem como objetivo a proteção do ativo ou bem do autor do mercado deste ativo, faz com que ele realize sua segurança contra as variâncias de preços, taxas e moedas. Assim, podemos dizer que mesmo havendo risco de perda por mudança de preço, é equivalente à oposição do mercado à vista com o mercado de derivativos. Pág. 44 de 71 Com destas explicações, vamos nos aprofundar um pouco mais no mercado de derivativos, tratando de ações e mercado. Figura 4 – Mercado de hedge Fonte: Plataforma Deduca (2020). Por meio do swap, os mercados de investimentos negociam ativos ou mercadorias, com emissão de títulos para trocar por empréstimos, pela diferença cambial que existe entre eles. Grandes instituições financeiras, companhias e até o Banco Central utilizam este tipo de negociação. • Swap de taxa de juros – variação dos juros pelas taxas associadas a contratos de ativos ou passivos; • Swap de moeda – são trocados no contrato o valor principal e os juros numa moeda pelo valor principal e os juros em outra moeda; • Swap de índices – retorno dos índices de ações e de preços são associados no contrato, no qual trocam fluxos do retorno destes índices; • Swap de commodities – variação das cotas de commodities em que os contratos de duas instituições realizam trocas de fluxos da variação destas cotações. http://www.deduca.com.br/mediabank/7038 Pág. 45 de 71 SAIBA MAIS Além dos quatro principais derivativos já citados, também existe a margem de garantia deles e o ajuste diário que ocorre pelas variações. Com isso, são apresentadas as características de cada operação, os participantes dos mercados e os principais fluxos. Em suma, podemos evidenciar que o mercado de derivativos é um interessante instrumento financeiro que atende, de diversas formas, o investidor com seus quatro tipos de mercado para determinada necessidade. Autorizadas pela CVM, as entidades agentes de custódia mantém as contas dos clientes na central de custódia. O direito dos títulos e a guarda são a base do serviço de custódia e consistem no acompanhamento dos fluxos de valores e títulos movimentados na custódia e liquidação. As instituições depositárias são empresas que contratam bancos comerciais para emitir ativos e ações, além de prestar serviços aos acionistas, que preservam o controle do título em custódia para os investidores e à instituição financeira contratada para prestação do serviço, para receber dividendos, bonificações ou exercer direitos de subscrição, beneficiando-se do sistema de custódia. Esse procedimento agiliza a transação dos títulos, que são negociados na BM&F Bovespa, que sofre custódia da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Quando os títulos não passam por um processo de custódia, a negociação atrasa. Instituições depositárias O Banco do Brasil atua como instituição depositária de suas próprias ações e cotas de fundo imobiliário, além de prestar esse serviço a outras empresas. Os principais serviços prestados pelas instituições depositárias são: • atendimento à empresa emissora das ações; • processamento dos eventos societários (subscrições, bonificações etc.); • manutenção do sistema de dados e informações; • recolhimento e retenção do pagamento de IRRF nos prazos legais no nome do emissor; • disponibilização de dados gerenciais; Pág. 46 de 71 • escrituração do livro de Registro de Ações Nominativas; • atenção aos acionistas e corretoras; • manutenção dos cadastros; • atualização das posições acionárias; • disponibilização de extratos aos acionistas; • transferência de titularidade, bloqueios e desbloqueios. No quadro a seguir você conhecerá o fluxo entre a emissão e a negociação de ações. Quadro 1 – Áreas de negociações de investimentos AGENTE DE CUSTODIA INSTITUIÇÃO DEPOSITÁRIA Custo É cobrada taxa de custódia mensalmente Sem custo para o acionista Agilidade na negociação Inclusão da ordem no pregão de forma imediata, podendo efetivar a negociação das ações desde que atendidas as condições de preço e quantidade do mercado. Necessidade de depósito das ações na CBLC, úteis para inclusão da ordem no pregão de negociação. O procedimento de depósito pode levar alguns dias para ser concluído. Facilidade operacional Os investidores que possuam mais de um ativo na custódia poderão guardá-los em um único agente, facilitando o controle e acompanhamento Necessidade de alocação dos ativos de acordo com a instituição depositária, obrigando o investidor a percorrer diversas instituições para o controle e acompanhamento Processamento dos direitos Processamento dos direitos Necessidade de recebimento no caixa da Instituição financeira, quando não correntista. Este fato ocorre com algumas instituições depositárias Fonte: Adaptado de Frezatti (2007, p. 41). 3.2 CONTRATO DE PETRÓLEO Em relação às commodities e aos contratos de ativos e contratos de derivativos, houve um grande debate controverso com os economistas e financistas sobre o papel da cotação do mercado à vista: Pág. 47 de 71 Segundo Morgan (1999, p. 37): Os contratos de derivativos, além de permitirem a realização de operações de hedge e diversificação de carteiras de investimento, possuem importante função econômica baseada na descoberta de preços. Por um lado, argumenta-se
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