Ficha Escolas do pensamento geográfico

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Escolas do pensamento geográfico 
Professor Me. Álvaro Farias 
Disciplina: Geografia 
 
Olá caro(a) leitor(a)! 
Nesta ficha você encontrará uma síntese sobre as principais escolas do 
pensamento geográfico e a sua influencia na sistematização da Geografia como 
ramo do conhecimento científico. Ao longo da ficha, foram dispostas 5 (cinco) 
questões para exercitar o conteúdo estudado. 
 
 
Alexander Von 
Humboldt (1769-
1859) 
Carl Ritter (1779-
1859) 
 
Escola alemã de Geografia 
No seu início, a Geografia era 
baseava na descrição, servia para 
elaborar mapas, guiar as grandes 
navegações, e não procurava ir além, 
na sua abordagem. Com o tempo 
surgiu a necessidade de uma 
sistematização, que traria a 
Geografia os ares de ciência que 
tanto precisava. Essa sistematização 
foi proposta e desenvolvida por dois 
autores Prussianos, Humboldt e 
Ritter. A respeito dos mesmos, a 
obra destes dois autores compõe a 
base da Geografia Tradicional. 
Todos os trabalhos posteriores vão 
se remeter às formulações de 
Humbolt e Ritter, seja para aceitá-las 
ou refutá-las. 
 
 
Friedrich Ratzel (1844-1904) 
Determinismo Geográfico 
Neste tempo, a geografia 
tradicional, geografia que 
apresentou o positivismo de 
Augusto Comte (1798-1857), ou 
seja baseando-se na observação. O 
que influenciou a obra de Friedrich 
Ratzel, que formulou a teoria do 
Determinismo ambiental, o 
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primeiro paradigma a caracterizar a 
Geografia que emerge no final do 
séc. XIX. 
A teoria do determinismo ambiental 
formulada por Ratzel, fala das 
influências que as condições 
naturais exerceriam sobre o ser 
humano, sustentando a tese de que 
o meio natural determinaria o 
homem. Neste sentido, os 
homens procurariam organizar o 
espaço para garantir a 
manutenção da vida. O maior 
sinal de perca de uma sociedade 
seria a perda do território. 
 
 
Teoria do espaço vital 
As afirmações de Ratzel estavam 
fortemente ligadas ao momento 
histórico em que ele vivia, durante a 
unificação alemã. O expansionismo 
do Império Alemão, arquitetado 
pelo primeiro-ministro da Prússia, 
Otto von Bismarck (1815-1898), foi 
legitimado pelas duas principais 
correntes de pensamento ratzeliano, 
o determinismo geográfico e o 
espaço vital (espaço necessário para 
a sobrevivência de uma dada 
comunidade). A primeira explicaria 
a superioridade de algumas raças, 
nesse caso, a alemã, que 
naturalmente se desenvolveria mais 
que as outras, e a segunda justificaria 
a conquista de novos territórios para 
suprir a maior demanda de recursos 
para seu desenvolvimento, ou seja, 
expansionismo. 
 
 
Paul Vidal de La Blache (1845-1918) 
Escola Francesa de Geografia 
Ao final do século XIX, em reação 
ao determinismo geográfico, surge 
na França, o Possibilismo. Este 
procurou abolir qualquer forma de 
determinação, adotando a ideia de 
que a ação humana é marcada pela 
contingência. A natureza era 
considerada como fornecedora de 
possibilidades para que o homem a 
modificasse. Teve como precursor 
Paul Vidal de La Blanche (1845-
1918), sem dúvida, o nome de maior 
destaque da escola francesa de 
geografia. 
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Enquadrado no pensamento 
político dominante, num momento 
em que a França tornou-se uma 
grande soberania, diferentemente da 
Alemanha, que na época do 
determinismo ainda passava por um 
processo de unificação territorial, 
Vidal de la Blanche realizou 
estudos regionais procurando 
provar que a natureza exercia 
influências sobre o homem, mas 
que o homem tinha 
possibilidades de modificar e de 
melhorar o meio, dando origem 
ao possibilismo. A natureza passou 
a ser considerada fornecedora de 
possibilidades e o homem o 
principal agente geográfico. 
 
Gênero de vida 
La Blache introduz um outro 
conceito fundamental pra entender 
a sua teoria é o de gênero de vida, 
onde defendia que os povos que 
foram colonizados pelos europeus 
acabaram sendo beneficiados 
culturalmente. Esse conceito 
legitimava o domínio dos povos 
asiáticos e africanos pelos franceses. 
Sendo assim, entende-se como 
gênero de vida como o resultado das 
influências físicas, históricas e 
sociais, presentes na relação do 
homem com o meio. 
 
Exercitando o conteúdo 
 
Questão 1. Essa teoria foi utilizada 
principalmente para dar suporte e 
legitimar a política expansionista 
proposta por Otto von Bismarck e 
posteriormente também foi utilizada 
para legitimar a política 
expansionista adotada no regime 
nazista durante a Segunda Guerra 
Mundial. 
 
O texto acima traz uma reflexão à 
respeito de uma teoria que está 
relacionada ao processo de 
expansionismo alemão em dois 
momentos distintos, qual a 
alternativa que melhor condiz com o 
assunto tratado nesse texto? 
 
a) Possibilismo 
b) Gênero de vida 
c) Princípio de causalidade 
d) Princípio da extensão 
e) Espaço vital 
 
Questão 2. 
I - Representando uma renovação, 
efetua uma crítica apenas à 
insuficiência da análise tradicional, 
não indo aos fundamentos e à sua 
base social, propondo uma ótica 
prospectiva com a finalidade de 
atuar no planejamento estatal. 
II - Fundamentada no positivismo, 
privilegia a descrição, a enumeração 
e a classificação dos fatos, em que o 
homem seria um elemento a mais na 
paisagem. 
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III - Com enfoque predominante na 
relação formada entre espaço e 
cultura, está assentada na 
subjetividade, na experiência, na 
intuição e nos sentimentos, 
colocando o homem no centro do 
debate científico. 
IV - Desenvolvendo uma prática de 
contestação radical ao que existia até 
então, seus autores postulam um 
posicionamento de transformação 
da realidade e assumem um 
conteúdo político na análise 
científica. 
 
Dentre as caracterizações acima, 
aquelas que correspondem às 
correntes de pensamento da 
Geografia Humanística e da 
Geografia Crítica, respectivamente, 
são as descritas APENAS em 
 
a) I e II 
b) I e III 
c) I e IV 
d) II e IV 
e) III e IV 
 
Questão 3. O professor de 
Geografia distribuiu a uma turma do 
Ensino Fundamental o texto 
transcrito a seguir. "A área estudada 
neste trabalho não poderá 
desenvolver-se efetivamente por 
razões exclusivamente naturais. O 
meio natural é por demais adverso, 
pois apresenta solos pouco 
desenvolvidos e ácidos, encostas 
íngremes, que prejudicam as 
atividades agrícolas e clima semi-
árido, com secas periódicas. Em 
face desse conjunto de fatos, as 
populações locais enfrentam sérios 
problemas sociais e econômicos...". 
Depois solicitou aos alunos que 
identificassem a corrente da 
Geografia da qual fazem parte as 
ideias desenvolvidas no texto. 
Assinale a corrente de pensamento 
geográfico solicitada. 
 
a) Possibilismo Geográfico 
b) Geografia Crítica 
c) Geografia Pós-moderna 
d) Determinismo Geográfico 
e) Gêneros de Vida 
 
 
 
Geografia quantitativa 
Surgiu em meados do séc. XX, na 
evolução do conhecimento 
geográfico, nas décadas de 1940 e 
1950 houve a emergência da 
denominada Geografia 
Quantitativa, com base neo-
positiva, para análise do Espaço 
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Geográfico. Suas principais 
características foram a adoção do 
método científico, o tratamento 
estatístico dos dados e a definição e 
utilização de modelos espaciais. 
Desenvolveu-se o uso da 
Construção de Modelos, que pode 
ser considerada estruturação 
sequencial de ideias, relacionadas 
com o funcionamento do sistema. 
 
 
Milton Santos (1926-2001) 
Geografia crítica 
A geografia crítica sucede a corrente 
do pensamento geográfico 
denominada nova geografia ou 
geografia quantitativa, que surgiu 
durante a Guerra Fria, em meados 
do século XX, na Inglaterra, 
Estados Unidos e Suécia – corrente 
que, pautada em métodos 
quantitativos, encobria o 
compromisso ideológico de 
justificar a expansão capitalista sem 
exprimir a essência da realidade 
social. É nesse contexto de 
dominação pelouso ideologizado da 
informação, assim como de 
agravamento das tensões sociais nos 
países centrais e movimentos por 
independência nos países 
subdesenvolvidos, que a geografia 
crítica emerge como uma corrente 
que se opõe à quantitativa. 
É uma corrente que propõe romper 
com a ideia de neutralidade 
científica para fazer a geografia uma 
ciência apta a elaborar uma crítica 
radical à sociedade capitalista pelo 
estudo do espaço e das formas de 
apropriação da natureza. 
 
 
Armand Fremont (1933-2019) 
Geografia humanística 
A Geografia Humanista é definida 
por bases teóricas nas quais são 
ressaltadas e valorizadas as 
experiências, os sentimentos, a 
intuição, a intersubjetividade e a 
compreensão das pessoas sobre o 
meio ambiente que habitam, 
buscando compreender e valorizar 
esses aspectos. 
A Geografia Humanista procura um 
entendimento do mundo humano 
através do estudo das relações das 
pessoas com a natureza, do seu 
comportamento geográfico, bem 
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como dos seus sentimentos e ideias 
a respeito do espaço e do lugar. 
Surge na década de 1970. 
 
Exercitando o conteúdo 
 
Questão 4. O conceito de espaço, 
além de ser denominado como o 
resultado das relações entre o 
homem e o meio, também passa a 
ser analisado como uma produção 
das relações sociais. Essa corrente 
de pensamento procura valorizar e 
estimular os movimentos sociais, 
transformando-se em instrumento 
de extrema importância na inclusão 
e no combate às desigualdades. A 
pesquisa de campo é muito 
valorizada, pois seria um método de 
extrema importância para a análise 
da sociedade. 
O texto acima traz reflexões acerca 
de qual corrente do pensamento 
geográfico? 
 
a) Geografia Humanística 
b) Geografia Crítica 
c) Geografia Teorética ou 
Quantitativa 
d) Geografia Tradicional 
e) Geografia Regional 
 
Questão 5. Esta renovação 
pragmática na Geografia obteve 
apoio na utilização dos métodos 
matemáticos e dos modelos de 
representação, considerados como 
estruturação sequencial de ideias 
relacionadas com o funcionamento 
do sistema com a finalidade de 
torna-lo compreensível e expressar 
as relações entre os seus diversos 
componentes. 
 
O texto acima traz reflexões acerca 
de qual corrente do pensamento 
geográfico? 
 
a) Geografia Humanistica 
b) Geografia Crítica 
c) Geografia Teorética ou 
Quantitativa 
d) Geografia Tradicional 
e) Geografia Regional 
 
RASCUNHO 
 
 
 
 
 
 
Referencias 
SÃO PAULO, Secretaria de Educaçao de 
São Paulo. Caminhos do pensamento 
geográfico. Disponível em: 
https://acervodigital.unesp.br/bitstream
/123456789/40348/3/2ed_geo_m1d1.pd
f. Acesso em: 30 mai. 2021.