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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – CRIMES EM ESPÉCIE 
(ESTUDO E ANÁLISE DO LIVRO “DOS DELITOS E DAS PENAS”, DE CESARE 
BECCARIA) 
 
 
 
A Obra de Cesare Beccaria, objeto de estudo e análise em questão é um marco histórico 
que influenciou e influencia diversos assuntos e ideias até os dias atuais. Para se ter uma 
melhor compreensão e contextualização da obra criada e desenvolvida por Cesare 
Beccaria, devemos nos atentar para o período histórico á qual ele estava envolvido, o 
mesmo se encontrava diante de um regime totalitário, onde os cidadãos eram submetidos 
ás autoridades da Monarquia que governava na época em questão e também da Igreja 
Católica. Cesare Beccaria habitava no Continente Europeu, no século XVIII, em um tempo 
onde ocorreram diversas e grandes transformações sociais, econômicas, culturais e 
políticas. O século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes, pois as ideias 
iluministas promovidas na Europa por filósofos se espalharam pelo mundo e inspiram 
revoluções como a Revolução Francesa em 1789, que iniciou na Inglaterra, que inovou os 
métodos de produção até então conhecidos, também ocorreram na Europa no século XVIII 
(o qual Cesare Beccaria estava inserido) grandes acontecimentos como por exemplo em 
1755 ocorreu o Sismo de Lisboa, em Portugal, também no mesmo século, em 1776, foi 
declarada a independência das Treze Colônias da América do Norte da Grâ-Bretanha (foi 
ratificada no dia 4 de Julho do mesmo ano). Também ocorreu no século XVIII á Revolução 
Francesa, no dia 14 de Julho de 1789, onde parisienses tomam a Bastilha, e libertam presos 
políticos, dando início á um dos maiores acontecimentos de nossa história. Deste modo, 
Beccaria se posicionou sobre as leis e as punições da época, tendo como fundamentos 
suas análises filosóficas e morais, propondo-se a, criticar e examinar os abusos do séculos 
anteriores a ele, segundo o mesmo somente as leis podem impedir ou por fim á esses 
abusos. 
Logo nos primeiros capítulos da Obra de Cesare Beccaria “Dos Delitos e das Penas”, o 
autor menciona que os princípios fundamentais do direito de punir devem ser devidamente 
fundamentados e baseados na moral política fundada sobre os sentimentos indeléveis do 
homem, baseando-se na Teoria do Contrato Social para explicar que os primeiros homens 
que para garantirem sua sobrevivência abriram mão de parte de sua liberdade para que o 
restante dela fosse protegido, logo entendo que o que uniu os homens foram as leis e 
normas impostas por determinado regime. Beccaria também diz que somente as leis podem 
determinar as situações nas quais os culpados devam ir para as prisões como forma de 
castigo e punição, a lei também deve prever expressamente quais são os indícios de delitos 
que permitem a um acusado se submeter a um interrogatório. O Autor também menciona 
que ao Juiz cabe a constatação dos fatos, quando a lei é clara e exata, também diz que o 
melhor julgamento seria feito por iguais, não ocorrendo, sentimentos de desigualdade e que 
deve ainda ser público e obter a legitimidade. 
O Autor também menciona que os indícios que merecem pouca importância são os que se 
apoiam em somente uma única prova concreta, logo se derrubarem tal prova, também será 
derrubado todos os outros supostos indícios. Isto posto, entendo que quanto mais indícios 
tiverem em uma investigação, mais provável será que o investigado seja culpado; “quanto 
mais numerosos forem esses indícios, tanto mais provável será o delito”. Cesare Beccaria 
destaca a importância das testemunhas para a resolução de um determinado caso, 
ademais, também alega que toda legislação saiba o grau de importância que deve ser dado 
á testemunha tendo em vista o interesse que a mesma tem em dizer ou não a verdade, na 
época em que o Autor mencionava isso em sua Obra as leis não admitiam como 
testemunho nem os condenados, nem as mulheres e nem as pessoas com nota de infâmia. 
Beccaria também diz que a tortura demonstra o direito da força, pois inflige pena ao cidadão 
quando não se sabe se é inocente ou não, diz também que a tortura só é útil quando é certo 
que o delito foi cometido, porém vale lembrar que não há necessidade do acusado 
confessar o crime, porém destaca o Autor que este método faz o inocente confessar crimes 
também, o que seria um resultado trágico se um inocente fraco confessar o crime e o 
culpado forte ser tido como inocente, logo, o inocente acaba entrando em uma situação 
desfavorável enquanto o culpado fica numa situação favorável. Beccaria se posiciona 
contra tais castigos alegando que é inaceitável exigir que um homem acuse si mesmo, 
ainda mais sob tormentos físicos, como se fosse a única maneira de se conseguir a 
verdade. O Autor destaca que para que as penas transmitam medo e sejam eficientes é 
necessário que sejam proporcionais aos delitos e também que o rigor das penas deve ser 
relativo ao estado atual da sociedade na qual o culpado reside. Beccaria também cita que; 
“Quanto mais terríveis forem os castigos, tanto mais cheio de audácia será o culpado em 
evitá-los. Praticará novos crimes, para subtrair-se à pena que mereceu pelo primeiro”. No 
tocante á Infâmia, destaca-se que não é uma pena que decorre das leis, mas do povo, é 
sinal de improbração pública. Também dispões a Obra que as penas devem ser 
proporcionais aos delitos e os meios utilizados pela legislação para prevenir o crime deve 
ser superior à medida que é mais danoso ao bem público, o Autor propões uma proporção 
entre os delitos e penas onde a sanção deve ser correspondente a infração e a exta medida 
de determinado delito é o prejuízo causado à sociedade. No capítulo onde o Autor dispões 
sobre as Injúrias, encontramos que a Infâmia deve ser a maneira de punir as injúrias 
pessoais que atingem a honra, a honra deve ser garantida pelo Direito para que seja 
preservada a imagem de cada cidadão perante a sociedade. No Capítulo em que trata do 
Roubo, Beccaria defende a ideia de que a pena mais justa para o roubo seria a escravidão 
temporária para que fique claro para o condenado o dano que causou para a sociedade, 
quando o roubo for acompanhado de violência, deve ser acrescentado o dano a pessoa 
condenada. O Autor conclui a obra mencionado que uma boa legislação deve possuir o 
dever de proporcionar aos cidadãos o maior bem-estar possível e evitar que os mesmos 
possam vir a sofrer, Beccaria conclui dispondo que cabe aos magistrados impedir o delito 
antes de repará-lo, o Autor completa sugerindo que sejam elaboradas leis com maior 
clareza para que a sociedade esteja preparada para respeitarem tais leis para que se faça 
uso dos mecanismos jurídicos quando tais legislações forem violadas.

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