Buscar

Dentina

Prévia do material em texto

Dentina:
Propriedades químicas da dentina: 
Composto orgânico (70%): 90% de fibras colágenas, predominantemente do tipo I, paralelas à superfície pulpar. Além disso, é possível notar compostos orgânicos não colagênicos, repletos de proteínas como: fosfoproteinas de dentina, proteoglicanas, proteínas Gla e proteínas ácidas. Essas proteínas possuem afinidade com íons minerais, agilizando a mineralização da dentina.
Composto inorgânico (30%): cristais de hidroxiapatita, as quais e depositam entre as fibras colágenas.
Propriedades físicas da dentina: 
Cor amarelada;
Permeável;
Resiliente.
Dentinogênese: 
A partir da amelogênese na fase e coroa, inicia-se o processo de formação da dentina (primeiro a dentina do manto e posteriormente, a dentina circumpulpar).
Dentro da classificação de dentina circumpulpar, há vários tipos de dentina.
O processo ocorre entre o epitélio interno do órgão do esmalte e o saco dentário. No meio desses, encontramos a papila dentária.
Os pré-odontoblástos se diferenciam em odontoblástos por indução recíproca. 
É notável que os odontoblástos (células pós-mitóticas) são responsáveis pela formação de dentina.
As células ectomesenquimais recebem estímulo e iniciam seu processo mitótico. Posteriormente a isso, se diferenciam para formar a camada odontoblástica.
Posteriormente a isso, inicia-se um processo de polarização nuclear dessas células.
É notável que o polo de secreção dessas células localiza-se na parte superior da célula, produzindo dentina. A parte proximal é voltada para a parte de baixo.
Tumores Odontogênicos:
Resultantes de erros na fase de indução recíproca.
Os tumores odontogênicos, também chamados de mixomas ou neoplasias bucais são lesões derivadas dos remanescentes celulares que se originam durante a formação e erupcionamento dentários, não devendo ser confundidos com neoplasias malignas, do tipo câncer. São encontrados, exclusivamente, na mandíbula ou no maxilar superior (maxila) e devem ser considerados no diagnóstico diferencial de lesões envolvendo estes locais.
Aspectos histológicos da dentina:
Dentina do manto: é a primeira matriz dentinária que o odontoblásto recém diferenciado produz. Possui uma espessura entre 15 e 20 micrômetros. É rica em colágeno do tipo III (fibras de von korff) depositadas perpendicularmente à JAD (junção amelodentinária).
Esse tipo de dentina é 5% menos mineralizada.
Sofrem mineralização através de vesículas de matriz (membranas ricas em fosfato alcalino, permitindo a entrada de cálcio e fosfato, formando pequenos cristais de hidroxiapatita) produzidas por odontoblástos, as quais realizam nucleação das células.
Possuem túbulos dentinários ramificados, os quais alojam os prolongamentos das células odontoblásticas.
Conforme as células odontoblásticas terminam seu processo de diferenciação, elas se voltam à polpa, porém não perdem seu contato com a dentina já produzida (túbulos dentinários).
Dentina Circumpulpar: é considerada uma pré-dentina, matriz não mineralizada e menos corada (tom de cinza). Localiza-se próxima ao corpo dos odontoblástos.
A mineralização desse tipo de dentina é determinada das pré-dentinas formadas primeiramente às formadas posteriormente.
Dentina peritubular: localiza-se ao redor dos túbulos dentinários. É depositada por processos odontoblásticos nas paredes desses. Há ausência de matriz colagenosa. Esse tipo de dentina é 15% mais mineralizada que a dentina intertubular (possui cristais de hidroxiapatita maiores). É depositada pelos processos odontoblásticos.
Dentina intertubular: Localizada entre os túbulos dentinários. É produzida a partir de calcosferitos. É menos mineralizada, constituindo a massa dentinária propriamente dita. Apesar do seu alto grau de mineralização, cerca da metade do seu volume é composto por uma matriz orgânica representada por fibras colágenas envolvidas por substância amorfa. 
Esclerose dentinária: calcificação dos canalículos dentinários, com a dentina tornando-se nesta região menos permeável, vítrea e sem vitalidade. A calcificação dos canalículos é contínua, fazendo parte da fisiologia pulpo-dentinária. Este processo é acelerado frente a estímulos de baixa intensidade, que não provocam necrose do prolongamento do odontoblasto. A esclerose da dentina é freqüente na porção radicular de pessoas idosas.
Túbulos dentinários: São canais estreitos que se ramificando intensamente próximo da junção entre dentina e esmalte.
Linhas incrementais de Von Ebner: são linhas dentinárias perpendiculares aos túbulos dentinários e são menos mineralizadas que a dentina primária. Está relacionada a distúrbio metabólico durante a formação dos dentes. Seu diagnóstico se faz por meio de radiografia, onde as linhas de Von Ebner são identificadas como linhas hipo-calcificadas. É determinada por uma depositação incremental diária de dentina perpendicularmente aos túbulos dentinários.
Padrão de Mineralização:
A dentina circumpulpar se mineraliza a partir de íons minerais disponíveis no líquido intersticial, de maneira globular. 
A mineralização globular realiza-se através de alcosferitas, formando a dentina globular.
Dentina interglobular: fusão incompleta das massas globulares (calcosteritos) localizada abaixo da dentina do manto e na periferia da dentina radicular (camada granular de Tomes).
Camada granular de Tomes: Área hipomineralizada da dentina radicular. É caracterizada como a ramificação dos prolongamentos odontoblásticos na junção cemento-dentina. 
Tipos de Dentina: 
Dentina primária: É a dentina formada até a formação completa da dentina radicular.
Dentina secundária: desenvolvida após a finalização da dentina primária, consequentemente da formação completa do dente. Possui deposição mais lenta. Protege a região de polpa dentária de possíveis traumas.
Dentina terciária:  é formada em resposta a fatores externos. Também é conhecida como dentina de natureza patológica, pois é formada a partir de estímulos nocivos como traumas e ação de ácidos produzidos por bactérias com a finalidade de proteção pulpar.
A dentina terciária pode ser formada de maneira reacional (por odontoblástos maduros) ou reparadora (produzida por odontoblástos recém diferenciados).

Continue navegando