Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
RESUMO Neste artigo, tem-se por objetivo apresentar as especificações dos diversos aços estruturais, com enfoque no aço ASTM HPS 50W, utilizado nas estruturas de pontes, no qual os resultados obtidos pelas pesquisas realizadas são destacados, levando em consideração a metodologia dos graus existentes, propriedades mecânicas e de corrosão, composição química, custo benefício, segurança, normas e a necessidade que cada projeto exige para seu desenvolvimento. Com tais dados é possível verificar que o aço em destaque neste artigo, atende muitos requisitos que envolvem a construção de pontes sem apresentar grandes problemáticas para os projetistas e engenheiros responsáveis, facilitando e otimizando o processo de composição da obra. PALAVAS-CHAVE: Aço. Propriedades. Estrutura. Pontes. Custo benefício. Comentado [1]: Não precisamos colocar resumo no trabalho. Sigam aquela estrutura mais simples que disponibilizamos no Classroom ABSTRACT In this article, the objective is to present the specifications of the various structural steels, focusing on ASTM HPS 50W steel, used in bridge structures, in which the results obtained by the researches are highlighted, taking into account the methodology of the existing grades, mechanical and corrosion properties, chemical composition, cost benefit, safety, standards and the need that each project requires for its development. With such data it is possible to verify that the steel highlighted in this article, meets many requirements that involve the construction of bridges without presenting major problems for the responsible designers and engineers, facilitating and optimizing the construction composition process. KEY WORDS: Steel. Properties. Structure. Bridges. Cost benefit. Comentado [2]: Ídem ao comentário anterior. SUMÁRIO Introdução .................................................................................................... 1 Aços e estruturas para pontes .................................................................... 1 Comportamento das estruturas em aço aplicadas a pontes..................... 2 Vantagens na utilização de estruturas em aço aplicadas a pontes ......... 6 Aços estruturais ........................................................................................... 6 Grau 36 ........................................................................................................ 8 Grau 50 ........................................................................................................ 8 Grau 50W ..................................................................................................... 8 Grau 50S ...................................................................................................... 9 Grau HPS ..................................................................................................... 9 Diagrama de fases ................................................................................... 11 Diagrama TTT ........................................................................................... 13 Tratamentos térmicos ............................................................................... 15 Considerações Finais ............................................................................... 16 Referências ............................................................................................... 17 1 Introdução Aços estruturais para uso em pontes geralmente têm requisitos de desempenho mais rigorosos comparado aos aços usados em edifícios e em muitas outras aplicações estruturais. Os aços-ponte são usados em um ambiente externo com mudanças de temperatura relativamente grandes, estão sujeitos a milhões de ciclos de carregamento ativo e são frequentemente expostos a ambientes corrosivos que contêm cloretos [1]. Os aços em geral são necessários para atender aos requisitos de resistência e ductilidade de todas as aplicações estruturais. No entanto, os aços-ponte precisam fornecer serviços adequados com relação à estado limite adicional de fadiga e fratura. Eles também precisam fornecer uma melhor atmosfera de resistência à corrosão em muitas aplicações em que são usados sem revestimentos de proteção. Por esses motivos, é necessário que os aços estruturais para pontes tenham tenacidade à fratura e muitas vezes resistência à corrosão que exceda os requisitos estruturais gerais [2]. Aços e estruturas para pontes A especificação padrão ASTM A 709 para aço estrutural para pontes foi estabelecida em 1974 como uma especificação separada, cobrindo todas as classes estruturais aprovadas para uso em membros principais de estruturas de ponte. Muitas das disposições da A 709 são idênticas às das especificações individuais de aço estrutural aplicáveis para uso mais geral [3]. A Tabela 1 fornece uma visão geral dos vários tipos de aço inclusos na especificação. O número na designação de nota indica a tensão nominal de escoamento em ksi. Tabela 1. Características de diversos tipos de aços estruturais para pontes. Fonte: [1] Grau A 709 Descrição Res. a Corrosão Atmosférica Categorias do Produto Chapas Lâminas 36 Aço Carbono Não X X 50 Aço Baixa Liga de Alta Resistência Não X X 50S Aço Estrutural Não X X 50W Aço Baixa Liga de Alta Resistência Sim X X HPS 50W Aço Baixa Liga de Alta Resistência Sim X Comentado [3]: Precisamos adequar a introdução à estrutura que está descrita em nosso material sobre escrita científica. Por favor, leiam sobre isso no slide 16. 2 HPS 70W Aço Baixa Liga de Alta Resistência, tratado termicamente Sim X HPS 100W Aço Cu-Ni temperado e resfriado Sim X Comportamento das estruturas em aço aplicadas a pontes Pontes de aço, por serem estruturas de comportamento dinâmico, estão sujeitas a falhar por processo de fadiga. Estas estruturas podem fraturar de maneira catastrófica sob tensões abaixo das tensões mais elevadas para as quais foram projetadas causando, assim, grande prejuízo econômico e risco às vidas humanas. As principais causas que ocasionam o problema de fadiga em pontes de aço são: - Idade da estrutura; - Carregamentos alternados; - Tipos de detalhes estruturais concentradores de tensão; - Frequência de tráfego com amplitude variável; - Defeitos do material; - Baixa tenacidade à fratura do material; - Defeitos de soldagem; - Defeitos de projeto. Pontes de aço são estruturas muito comuns em todos os países e são vulneráveis a problemas relacionados à fratura e à fadiga por estarem sujeitas a flutuações de carregamentos. O problema fica mais complicado se as condições de deterioração e falta de manutenção das pontes forem consideradas. “A cada ano, cerca de 1.200 pontes alcançam o fim do seu projeto de vida. A maioria delas deve ser reformada, consertada ou reconstruída para assegurar um nível aceitável de segurança considerando as condições de tráfego presente e futura” (YAZDANI & ALBRECHT (1990) 2 apud ZHAO & HALDAR (1996)). A ponte St. Mary’s Bridge, de projeto similar à ponte Pleasant Bridge, e a ponte Pleasant Bridge sobre o rio Ohio em West Virginia nos Estados Unidos depois de uma ruptura por fadiga, a mesma ocorreu uma ruptura causada pequena trinca que levou aproximadamente 50 anos para ficar instável e causou a morte de 46 pessoas. 3 Figura 1. Fotografia da Ponte St. Mary Figura 2. Fotografia da ponte Pleasant após colapso Para se fazer uma boa avaliação da segurança e vida remanescente de uma estrutura, faz-se necessário realizar inspeções periódicas. Através de técnicas não destrutivas, é possível detectar em pontes de aço pequenas trincas devido à fadiga. As técnicas mais utilizada é a inspeção visual é o mais elementar método utilizado e embora seja muito utilizada na prática, fornece dados subjetivos ou às vezes impossíveis de serem determinados, podendo existir outros métodos, como: - Líquido penetrante; - Raios-X; - Partículas magnéticas; - Ultra-som. Desde a 2 a Guerra Mundial a utilização de materiais de alta resistência Comentado [4]: Não esqueçam de legendar e referenciar as figuras de acordo com as normas da ABNT. 4 para aplicações estruturais aumentou muito. Estes materiais são freqüentemente selecionados para que se obtenha redução de peso, como em estruturas de aeronaves. Uma economia adicional de peso veio através de um refinamento na análise de tensões, que pôde habilitar projetos como sendo admissíveis. Entretanto, não era reconhecido até o fim da década de 1950 que, embora estes materiais não fossem intrinsecamente frágeis, a energia requerida para a falha era relativamente baixa. O objetivo da mecânica da fratura é de fornecer respostas quantitativas para o problema específico de trincas em estruturas. Uma trinca pré-existente contida numa estrutura pode crescer devido a vários motivos e deverá crescer progressivamente cada vez mais rápida . A resistência residual da estrutura, que é a resistência como função do comprimento da trinca, diminui com o aumento do tamanho da trinca (Figura 3). Após um certo tempo a resistência residual torna-se tão baixa que a estrutura deve falhar em serviço. Figura 3. Problema de engenharia em uma trinca em uma estrutura Com base na Figura 3, a mecânica da fratura tenta fornecer respostas quantitativas às seguintes questões: - Qual a resistência residual em função do tamanho da trinca; - Qual o máximo tamanho de trinca permissível (ac); - Quanto tempo leva para uma trinca crescer de um certo tamanho inicial ao até um máximo tamanho permissível (ac); - Qual a vida da estrutura quando um certo tamanho de trinca pré existente é assumida 5 existir; - Qual freqüência deve uma estrutura ser inspecionada durante o período útil de detecção das trincas. A fratura consiste na separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais partes sob a ação de tensões. A fratura por arrancamento pode ser introduzida de várias maneiras diferentes, mais notadamente pela aplicação de cargas externas bem lentas, pelo impacto, pelo carregamento repetido (fadiga), pela deformação dependente do tempo (especialmente a altas temperaturas). O processo de fratura em todos os casos pode ser considerado em termos dos seguintes estágios: - Acúmulo de dano; - Iniciação de uma ou mais trincas no material; - Propagação de trinca levando à fratura do material. As primeiras investigações registradas sobre o fenômeno da fratura em metais foram feitas por Leonardo da Vinci que estudou a variação da resistência à falha de lâminas de ferro para diferentes comprimentos e observou que esta variava inversamente proporcional ao comprimento da lâmina. Este efeito do comprimento também foi estudado em barras de ferro por Lloyd e Hodkinson. Weibull demonstrou, usando técnicas estatísticas, que este efeito do tamanho era devido à falhas internas no material. As primeiras aproximações matemáticas no campo da Teoria da Mecânica da Fratura foram apresentadas pelo inglês Inglis em 1913. Ele mostrou através da Teoria Clássica da Elasticidade, que se fosse aplicada uma tensão σn numa placa com orifício elíptico, este orifício causaria uma mudança no campo de tensões locais que poderiam ser superiores à tensão uniforme aplicada (Figura 4). Figura 4. Placa infinita com orifício elíptico 6 Vantagens na utilização de estruturas em aço aplicadas a pontes As vantagens consideradas na utilização de estruturas em aço aplicada a projetos de construção de pontes consiste em: durabilidade; agilidade na execução; padronização; resistência e estética. A durabilidade está diretamente relacionada aos devidos cuidados tomados ao longo da vida útil da estutura, onde estas podem ter sua eficiência no decorrer de séculos. Várias das primeiras pontes metálicas construídas a partir do ano 1779 podem ser visitadas até hoje, além disso, as pontes de aço possuem uma maior durabilidade em relação às pontes de madeira e concreto. Existem pontes metálicas em uso com mais de 130 anos de construídas. Quando leva-se em conta a agilidade e organização na execução da obra com uso de estrutura metálica é insuperável, bem como os elementos da estrutura metálica são industrializados o que agrega maior confiabilidade aos elementos e a estrutura como um todo. O aço detém a melhor relação resistência/peso na construção civil aliviando os esforços sobre a fundação, pode-se levar em consideração que a partir da utilização de estruturas metálicas na construção de pontes se torna viável o emprego de desenhos arquitetônicos mais arrojados. No Brasil entretanto predominam as estruturas de concreto armado, neste tipo de concreto há uma alta resistência à tração e boa aderência, pois o aço é inserido dentro do concreto, garantindo essa boa propriedade e conferindo deformações compatíveis como o material, desta forma atende-se os padrões da indústria para tolerâncias dimensionais e composição. Aços estruturais Nos Estados Unidos da América (USA), os aços são especificados e regulamentados pela ASTM International e esta norma podem ser utilizada internacionalmente e as regulamentações mais populares são ASTM A572 ou ASTM A36, porém existem outras classes de aços estruturais são utilizadas principalmente para construção de estruturas, tais como pontos, edifícios, vagões de carga, máquinas e torres de transmissão. É a partir da norma ASTM A709 que o aço estrutural utilizado no discorrer deste trabalho está regulamentado. 7 A fabricação de um aço pode ocorrer de duas maneiras distindas, por um processo mais longo onde o ferro é obtido através do minério de ferro contendo bastante óxidos de ferro, após sua purificação o carbono é adicionado até chegar as propriedades ideias do aço estrutural a ser utilizado; ou pela reciclagem de um aço antigo, onde este é fundido e refinado, afim de atender as especificações, formando uma liga de ferro-carbono. Uma liga de ferro-carbono pode ser produzida pela combinação de um coque com minério de ferro e adicionando calor até que o mesmo acenda, o coque é uma forma de carvão rica em carbono e seu aquecimento libera carbonos e ocorre a aderência dos oxigênios dos óxidos de ferro, ocorrendo assim o processo de redução, a porcelana de carbono é de 4% no processo de aquecimento e com seu resfriamento a quantidade é reduzida, tornando o material mais resistente. O aço estrutural possui teor de carbono em faixas entre 0,05% a 0,25%, tornando este material com excelente custo benefício e excelente relação entre sua resistência e peso, existem diversos tipos de aços estruturais ao quais suas composições variam de acordo com as especificações solicitadas pelo projeto. Em alguns casos também podem ser processados adicionalmente, sendo aquecidos e resfriados e/ou com adição de outras ligas. Um exemplo a ser citado pode ser de titânio e cromo que aumentam a dureza, afetam a fragilidade geral tornando inadequado para aplicações estruturais, a presença destas ligas adicionais proporcionam aumento da dureza e a fragilidade é a principal diferença na composição entre o aço não estrutural e o aço estrutural, as diferenças entre eles podem ser entre níveis de qualidade, em outros casos muito frágeis em capacidades estruturais tanto quanto ao rendimento e resistência a tração. A composição química de um aço, as forças de tração e escoamento ajudam a estabelecer o tipo de aço e sua aplicabilidade em geral nos projetos. O ponto mais alto de tensão é a resistência ao escoamento, onde ocorre a mudança de forma permanente, já o rendimento é o valor para absorver o peso de uma estrutura em projetos de estruturas em pontes, onde este depende da espessura, sendo o valor mais comum é de 50 Ksi. Quanto a resistência ao escoamento em pontes é o peso máximo que pode ser tolerado pela ponte antes de ocorrer o dano permanente, a resistência à tração é o ponto em que o material dobrado pode-se romper, essas são métricas de extrema Comentado [5]: Para a versão final vale a pena revisarmos direitinho a ortografia. 8 importância para o planejamento do material necessário para um projeto específico. Grau 36 A especificação ASTM A 36 foi adotada originalmente em 1960 como a evolução final do aço estrutural carbono-manganês soldável. De todos os aços na especificação A 709, este é o mais fácil e mais barato de produzir em siderúrgicas que produzem aço fundindo minério de ferro em um alto-forno. Grande parte da prática de fabricação de aço nos EUA agora mudou para a produção de fornos elétricos, onde uma grande porcentagem de sucata é usada para produzir aço estrutural. Como a sucata normalmente possui mais elementos de liga do que o exigido pela especificação A 36, a resistência do aço resultante é tipicamente muito maior. Os aços que estão sendo entregues hoje como Grau 36 normalmente têm resistências próximas a 50 ksi [1]. Grau 50 O grau 50 é o tipo mais comum de aço estrutural disponível atualmente. A especificação A 572 foi originalmente adotada em 1966 para introduzir esse grau de maior resistência em aços estruturais. A resistência foi obtida adicionando pequenas quantidades de nióbio, vanádio e às vezes titânio à composição química básica do aço carbono-manganês do grau A 36. Isso resultou em aumento de 39% na resistência ao escoamento comparado ao aço A 36. O aumento resultante na eficiência proporcionada pela maior resistência mais do que compensou o aumento do custo da adição de componentes de liga ao aço. O grau 50 rapidamente se tornou o material de escolha para os componentes primários das pontes que são pintados ou galvanizados em serviço [1]. Grau 50W A classe 50W é uma versão especial de aço de 50 ksi que foi desenvolvida para melhorar a atmosfera resistente à corrosão. Ele é comumente chamado de aço "intemperismo" e é capaz de executar bem sem tinta ou outros revestimentos em muitas aplicações de pontes. Diferentes empresas siderúrgicas desenvolveram classes proprietárias concorrentes que foram incluídas na especificação A 588 em 1968. A resistência à corrosão adicionada foi alcançada adicionando diferentes combinações de cobre, cromo e níquel à composição química da classe 50 para fornecer maior resistência à corrosão. Há um custo adicional para 9 a classe 50W em comparação com a classe 50, mas esse custo é geralmente compensado pela economia eliminando a necessidade de pintar estruturas de pontes [1]. Grau 50S A especificação A 992 foi introduzida em 1998 para acompanhar as mudanças nas práticas de produção da forma laminada nos EUA. Como discutido anteriormente para o Grau 36, a mudança para a produção baseada em sucata tornou os materiais do Grau 36 um pouco obsoletos. Aços sob as especificações A 992 têm certificação dupla para se qualificar para o Grau 36 ou o Grau 50. É mais difícil controlar com precisão a composição química da produção de aço à base de sucata, já que muitos elementos de liga podem estar presentes na sucata de aço. Portanto, a especificação A 992 permite uma ampla variedade de composição química. Contudo, muitos elementos de liga podem afetar adversamente o desempenho do aço estrutural e porcentagens máximas são definidas para C, Si, V, Co, P, S, Cu, Ni, Cr e Mo. Desde que os elementos de liga permaneçam abaixo desses níveis máximos, a especificação é amplamente baseada em atender aos requisitos exigidos de resistência e ductilidade [1]. Grau HPS As classes de aço de alto desempenho (HPS) foram desenvolvidas por meio de um acordo de cooperação entre a Federal Highway Administration, a Marinha dos EUA e o American Iron and Steel Institute. O objetivo era aprimorar a soldabilidade e a resistência em comparação com as versões anteriores dos aços 70 e 100. Antes do HPS, os aços com limite de escoamento superior a 50 ksi eram muito sensíveis às condições de soldagem e os fabricantes frequentemente encontravam problemas de soldagem. As classes HPS eliminaram essencialmente as preocupações de soldabilidade de metais comuns. Além disso, as classes HPS fornecem resistência à fratura aprimorada em comparação com as classes não HPS [4]. As propriedades do HPS são amplamente obtidas pela redução drástica da porcentagem de carbono na composição química do aço. Como o carbono é tradicionalmente um dos principais elementos de fortalecimento do aço, a 10 composição de outros elementos de liga deve ser controlada com mais precisão para atender à resistência necessária e compensar o teor reduzido de carbono. Também existem controles mais rigorosos sobre as práticas de fabricação de aço e os requisitos de processamento térmico e/ou mecânico para atender à resistência necessária. Esses refinamentos na prática de fabricação de aço resultam em um produto de alta qualidade [1]. Aços HPS, devido à sua maior resistência, podem resultar em pontes mais eficientes com menor custo inicial. Esse benefício geralmente é maior à medida que o tamanho e o comprimento das pontes aumentam. Como o custo é maior que o aço convencional, o uso do HPS deve ser cuidadosamente considerado pelo projetista para garantir que os benefícios superem o custo adicional do produto [4]. Devido às propriedades altamente aprimoradas, os aços originais das classes 50W, 70W e 100W foram incluídas pela especificação A 709 nessa categoria, sendo que o HPS 70W e o 100W são as únicas opções de aços com resistência de 70 ksi e 100 ksi respectivamente para uso em ponte [4]. Devido aos custos dos processos de fabricação que são submetidos cada um dos três tipos de aços grau HPS, o mais comum e popular dentre eles, é o tipo 50W, pois não requer tratamentos térmicos, ou inclusões de outros elementos de liga como Cu e Ni durante a sua fabricação [1]. Semelhante às classes HPS de maior resistência, o HPS 50W aprimora a soldabilidade e a resistência em comparação com as classes 50, 50W e 50S. No entanto, a necessidade de soldabilidade aprimorada é questionável nesse nível de resistência, pois poucos problemas de soldabilidade são relatados para as classes não HPS. A principal vantagem do HPS 50W é que ele pode ser entregue com alta tenacidade. A tenacidade aprimorada pode ser benéfica para certos membros críticos de fratura com baixa redundância, como os níveis de tensão nas pontes de arco amarradas [4]. Na tabela abaixo, temos a composição química comum de um aço HPS 50W, bem como algumas das suas propriedades mecânicas que são importantes para seu uso em pontes estruturais. Percebe-se que esse aço, é do tipo baixo carbono (≤0,3% C), e as propriedades mecânicas são condizentes com o que exige a Norma ASTM A709 [3]. Tabela 2. Composição química, Propriedades Mecânicas e Físicas do Aço HPS 50W. ν (Poisson), E (Módulo de Elasticidade), G (Módulo de Cisalhamento, L.E. (Limite de Escoamento), Res. Máx. 11 (Limite de Resistência), Duc. (Ductilidade), Ten. (Tenacidade). Fonte: [1] Diagrama de fases Infelizmente, não existem na literatura, diagramas de fases próprios para cada especificação de aço. O que geralmente é feito, é um embasamento pelo diagrama de fases tradicional de Ferro-Carbeto de Ferro, para poder entender os efeitos gerais que ocorrem microestruturalmente no aço em questão, durante as etapas de sua fabricação, considerando que estes efeitos variem muito pouco entre as especificações. Aços com porcentagens de Carbono entre 0,021-0,76% são considerados como hipoeutetóides (ou seja, antes do ponto correspondente a composição eutetóide, no diagrama de fases Fe-C). Portanto, o Aço ASTM HPS 50W, por possuir uma composição máxima de carbono de 0,11%, pode ser incluído nessa classe de aços. A Figura 1, mostra as transformações microestruturais desenvolvidas pelos aços hipoeutetóides durante sua obtenção. Comentado [6]: Lembrem do que o Igor falou, a nomenclatura atual é carboneto. 12 Figura 1. Histórico de resfriamento e evolução dos constituintes de um aço hipoeutetoide. Fonte: [5] A Figura 1 acompanha o histórico de resfriamento a partir do campo austenítico (γ) e a respectiva evolução dos constituintes, nos diferentes campos do diagrama, para uma liga X, hipoeutetóide. O comportamento desta liga é idêntico para todas as demais ligas hipoeutetóides. Note-se que todas essas ligas cruzam a isoterma eutetóide apresentando, deste modo, a transformação eutetóide quando do resfriamento dentro do equilíbrio, e, consequentemente, o constituinte perlita, na temperatura ambiente [5]. Pode-se observar no ponto 1, o início da transformação 𝛾 𝛼⁄ , onde cristais de ferrita nucleiam-se de forma estável na matriz de austenita. Estes primeiros cristais de ferrita são todos formados à uma temperatura superior à do ponto eutetóide, durante o resfriamento da liga, antes de atingida. Em função disso, estes cristais, em particular, levam o nome de ferrita proeutetóide (αp). A composição química (CQ) e a quantidade relativa (QR) de cada constituinte muda ponto a ponto, com a variação da temperatura no campo bifásico α + γ [5]. Deve-se atentar para o fato de que a composição química da austenita não transformada evolui para o teor de 0,76% C, segundo a curva A3, à medida em que a temperatura cai do ponto 1 para o ponto 2, pois a ferrita proeutetóide nucleada na matriz austenítica apresenta uma quantidade de carbono bastante inferior (< 0,021% C) em relação àquela inicialmente presente na austenita (X% C, no ponto 1). Em 13 outras palavras, pode-se dizer que a austenita vai enriquecendo de carbono à medida em que a temperatura cai do ponto 1 para o ponto 2 [5]. No ponto 2, a transformação 𝛾 𝛼⁄ é concluída, pois a austenita não transformada adquire exatamente a temperatura e a composição do ponto eutetóide, sofrendo assim a transformação eutetóide, a qual resulta na formação da perlita. A microestrutura final passa a ser formada pelos constituintes ferrita e perlita, não ocorrendo mais nenhuma transformação até a temperatura ambiente [5]. Diagrama TTT Assim como para o diagrama de fases, não existe diagrama TTT para o aço escolhido no trabalho. Novamente, será feita a consideração de que, devido a composição do Aço HPS 50W possuir menos que 0,11% de C, ele pode ser nomeado com um aço hipoeutetóide. A Figura 2 mostra um diagrama TTT de um aço hipoeutetóide. Este diagrama é marcado pela presença de curvas em forma de "C", que indicam o início (curvas mais a esquerda) e o final da transformação da austenita. Por exemplo, a 600ºC, a austenita começa a se transformar em ferrita após cerca de 2 segundos. Após 4 segundos, a formação de ferrita é interrompida e inicia-se a formação de perlita. Após cerca de 15 segundos, a transformação está terminada e a microestrutura final do material é constituída de cerca de 15% de ferrita e 85% de perlita. O tempo de transformação é mínimo (a velocidade de transformação é máxima) para uma temperatura em torno de 530 ºC [6]. Acima desta temperatura, os produtos da transformação são a ferrita proeutetóde e a perlita e, para temperaturas mais baixas, aparece o constituinte conhecido como bainita. Esta, da mesma forma que a perlita, é um agregado de ferrita e carbonetos, apresentando, entretanto, algumas características próximas da martensita. Ela é formada, basicamente, por lâminas ou agulhas de ferrita com uma fina dispersão de carbonetos [7]. 14 Figura 2. Diagrama TTT de um aço hipoeutetóide (0,44%C, 0,22%Si, 0,66%Mn, 0,15%Cr) [6]. Em aços carbono, as curvas de transformação da perlita e da bainita se sobrepõem dando a impressão de uma só curva (Figura 2). Em aços ligados, estas curvas podem se separar, resultando em um diagrama TTT com duas famílias de curvas de transformação como visto na Figura 3 [6]. Figura 3. Diagrama TTT de um aço baixa liga (0,35%C, 0,23%Si, 0,65%Mn, 1,10%Cr, 0,18%Cu, 0,23%Ni, 0,05%Mo) [6]. 15 Outro aspecto importante que pode ser observado comparando-se as Figuras 2 e 3 é que o tempo de transformação tende a aumentar com o aumento do teor de liga. Esta característica implica em uma maior facilidade na transformação da austenita em martensita em aços mais ligados [6]. Outros fatores que afetam a transformação da austenita são a granulação e sua homogeneidade. Estruturas austeníticas mais grossas e mais homogêneas, que podem resultar, por exemplo, da austenitização em temperatura excessivamente elevada e/ou por um período de tempo longo, tendem a sofrer uma transformação mais lenta [7]. Tratamentos térmicos O tratamento térmico pode ser aplicado ao aço durante ou após o processo de fabricação para alterar suas as propriedades mecânicas. Para uma determinada composição química, a microestrutura final do aço é grandemente influenciada pelo histórico de aquecimento e resfriamento. As propriedades mecânicas podem ser aprimoradas ou degradadas, dependendo de como o tratamento térmico é aplicado. A temperabilidade do aço é uma propriedade determinada pela composição da liga que indica a capacidade de aumentar a dureza (e, portanto, a resistência à tração) através do tratamento térmico. Para aços estruturais na especificação A709, na classe HPS 50W, a têmpera/revenido e normalização são os tratamentos térmicos mais empregados para obter as propriedades de resistência necessárias [8]. O método tradicional de endurecer o aço estrutural e aumentar a resistência é a têmpera/revenido (Q&T). Após a fabricação, o aço é reaquecido a cerca de 900 °C e mantido nessa temperatura de austenitização até que as alterações desejadas ocorram na microestrutura. O aço é então rapidamente temperado por imersão em água para criar uma taxa de resfriamento rápida. A têmpera resulta em aço com alta dureza e resistência, mas o aço tende a ser quebradiço e com baixa ductilidade. Portanto, a têmpera é seguida pelo revenimento, onde o aço é reaquecido entre 560- 700 °C, e mantido nessa temperatura por um período de tempo designado e resfriado sob condições controladas por taxa mais lenta para obter as propriedades desejadas. O revenimento tende a reduzir a resistência, mas restaura e aprimora a tenacidade à fratura e a ductilidade perdidas na operação de têmpera [1]. 16 A normalização é um processo em que o aço é reaquecido a temperaturas entre 900-930 °C, seguida por um resfriamento lento no ar. Esse processo refina o tamanho dos grãos e melhora a uniformidade da microestrutura, levando a melhorias na ductilidade e resistência [8]. Considerações Finais A escolha de aços estruturais para projeto de pontes, deve ser feita com extrema cautela e após análises minuciosas das propriedades mecânicas e de corrosão, dos custos benefícios de fabricação, de manutenção e de segurança. Isso pode ser feito por meio de comparações entre as muitas classes disponíveis e regulamentadas pela American Society for Testing and Materials (ASTM). Após comparar as principais classes disponíveis, pôde-se selecionar a que mais alia todos os requisitos importantes desse material para o projeto. O aço ASTM HPS 50W, é um aço que reúne boas propriedades mecânicas, tem excelente resistência a corrosão (dispensando aditivos como tintas, camadas apassivadoras) adquirida durante o processo de fabricação, e embora seus custos de fabricação não sejam tão baratos, os custos de manutenção após fabricados são quase dispensáveis, devido as propriedades ótimas que ele apresenta, justificando com isso a sua escolha. 17 Referências [1] Wright, W.J. Steel Bridge Design Handbook: Bridge Steels and Their Mechanical Properties. Vol. 1. Federal Highway Administration. Washington D.C, Columbia, 2015. [2] Tasca de Linhares, B. Análise de Pontes em Estruturas Mistas de Aço- Concreto de Seção Caixão com Protensão Externa. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2015. [3] American Society for testing and Materials. Standard Specification for Structural Steel for Bridges A 709/A709M. West Conshohocken. 2010. [4] Wright, W.J. High Performance Steel: Research to Practice. Vol. 60. Public Roads. Spring, Colorado, 1997. [5] Brunatto, S.F. Aços. Engenharia Mecânica, 1-31 de out. de 2016. 21 p. Notas de Aula. Universidade Federal de Paraná. [6] Santos, D.B. Apostila de Tratamentos Térmicos. Engenharia Metalúrgica, Mar-Jun de 2012. 273 p. Notas de Aula. Universidade Federal de Minas Gerais. [7] Callister Jr, W. D.; Rethwisch, D. G. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. Vol. 8° Edição, John Wiley & Sons, Inc. Hoboken, Nova Jersey, 2012. [8] Plate, B.L. Guidelines for fabricating and processing plate steel. Vol. 1. ArcelorMittal EUA. Burns Habor, Indiana, 2000. [9]www.engmarcoantonio.com.br/cariboost_files/A_C3_A7os_estruturai s.pdf <Acesso feito em 30/05/2020 às 19:35> [10]www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/2503/1/2002_dis_mfvmontez mfv.pdf <Acesso feito em 30/05/2020 às 20:58> Comentado [7]: Esse pdf um artigo científico? Capítulo de livro? Por favor, verifiquem a procedência do material para poderem utiliza-lo
Compartilhar