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ANA LUISA BRAGA CABRAL
análise do filme tempos modernos
Trabalho apresentado à Profª. Drª. Cláudia Rio Doce, para avaliação parcial do 1º bimestre na disciplina Teoria do texto literário I.
Departamento de Letras e Ciências Humanas
 
Londrina
2015
Análise do filme Tempos Modernos
O filme mudo Tempos Modernos, de 1936, tem como plano de fundo a Revolução Industrial, em que a produção passa a ser em série, e, principalmente, a crise econômica de 1929 nos Estados Unidos. Desemprego, fome e miséria são fatores muito presentes durante todo o filme.
O personagem principal dessa obra é Carlitos, clássica interpretação de Charles Chaplin. O tragicômico operário de uma fábrica é engolido pelo sistema capitalista. Com suas ideias subversivas, é despedido e privado de sua liberdade, várias vezes por motivos diferentes, quase sempre sem intenção de cometer algum delito ou crime. Depois de passadas algumas vezes na prisão e uma, no manicômio, sendo alimentado e debaixo de um teto, percebe que é melhor ser prisioneiro a passar fome como um homem livre. Dentre essas idas e vindas no sistema prisional, Carlitos conhece sua namorada, uma órfã fugitiva do juizado de menores. Nessa segunda parte do filme, é mostrado o grande abismo que vivem os desempregados e os burgueses. Essa obra é uma crítica ácida e declarada ao sistema capitalista. 
De acordo com Antonio Candido, no livro Literatura e sociedade, 1985, para haver a arte, precisa-se constituir uma tríade de autor, obra e público. Chaplin, artista do cinema, encontra nesta modalidade de arte um meio de se comunicar. Como o cinema, segundo Silva (2002), se iniciou sendo entretenimento para as massas, de fácil acesso, é neste fator em que se baseia o trabalho de Chaplin, ganhando visibilidade de grande parte do público atingido pela crise de 1929. Este ponto de vista, da tríade, conforme Cândido (1985), se divide em duas partes:
A primeira se inspira principalmente na experiência coletiva e visa a meios comunicativos acessíveis. Procura, neste sentido, incorporar-se a um sistema simbólico vigente, utilizando o que já está estabelecido como forma de expressão de determinada sociedade. A segunda se preocupa em renovar o sistema simbólico, criar novos recursos expressivos.
Dito isto, a arte exerce influência sobre a sociedade ou a sociedade exerce influência sobre a arte?
Ainda de acordo com Cândido (1985), “forças sociais condicionantes guiam o artista em grau maior ou menor”. Ou seja, para o filme, a narrativa não foi inventada sem alguma referência. É preciso representações de algo real, por mais que seja ficção. É preciso verossimilhança. O autor da arte retira o referencial da sociedade e o trabalha em sua criação e se torna um “intérprete” da realidade para seu receptor. “A obra depende estritamente do artista e das condições sociais que determinam sua posição” (Cândido, 1985). Ainda, a arte, de acordo com Aristóteles, é mimese, “cópia” da realidade.
A criação da arte, para Perrone-Moisés (1990), é o ato de suprir uma falta no real. Ainda mais nos casos de distopias e em narrativas em que a realidade da obra é terrível, isso se dá porque o autor procura indicar as mazelas vistas por ele a ressaltar sua crítica:
Ora, nessas obras negativas lê-se mais claramente a insatisfação causada pela falta. Acentuar o que estás mal, torná-lo perceptível, e generalizador até o insuportável, é ainda sugerir, indiretamente, o que deveria ser e não é.
Esse é o caso de Tempos Modernos, caracturiza os fatores presentes na crise, como desemprego, alienação, desigualdade social, fome, dificuldade de ascensão econômica, usando o humor como ferramenta de expressão. 
Logo, diante de toda as explanações, a questão acima possui a possibilidade de ser respondida pela afirmativa de quem exerce influência é a sociedade sobre a obra.
Referências
CÂNDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. São Paulo: Nacional, 1985.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Flores da escrivaninha: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e. Teoria e metodologia literárias. Lisboa: Universidade Aberta, 2002.

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