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Módulo 3 - Receita Orçamentária

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Orçamento Público
Receita Orçamentária3
M
ód
ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2019
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Educação Continuada
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Educação a Distância 
Carlos Eduardo dos Santos
Conteudista/s 
Fernanda Costa Bernardes (Conteudista revisora, 2018).
Curso produzido em Brasília 2019.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Apresentação .................................................................................. 5
1. Conceito de Receita Orçamentária ................................................ 5
2. Classificação da Receita Orçamentária .......................................... 7
2.1 Classificação por natureza da receita ...............................................................9
2.2 Classificação por identificador de resultado primário ....................................16
2.3 Classificação por Fonte/Destinação de Recursos............................................16
2.4 Classificação por esfera orçamentária ............................................................19
3. Noções básicas sobre tributos ..................................................... 19
4. Etapas da Receita Orçamentária ................................................. 25
5. Determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF ............... 27
6. Revisão do Módulo ..................................................................... 29
7. Referências ................................................................................ 31
Material complementar .................................................................. 32
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Apresentação 
Olá! 
Boas-vindas ao módulo 3 do nosso curso de Orçamento Público. Neste módulo falaremos sobre 
a Receita Orçamentária.
Quando iniciado o processo de elaboração de um orçamento, o primeiro item que devemos 
considerar, tendo em vista o princípio orçamentário do equilíbrio, é a capacidade de captação 
dos recursos necessários para cobrir as despesas que serão realizadas. Assim, entender a Receita 
Orçamentária é um fator fundamental para a compreensão do Orçamento Público.
Para isso, abordaremos pontos importantes relacionados aos principais conceitos, classificações 
da receita orçamentária e noções básicas sobre tributos, tendo como principal referência as 
orientações do Manual Técnico de Orçamento. Também conheceremos as etapas em que se 
processa a Receita Orçamentária e destacaremos as implicações da Lei de Responsabilidade 
Fiscal - LRF em sua gestão.
A nossa expectativa é que o conteúdo possibilite uma base de informações suficientes para o 
desenvolvimento de uma visão crítica a respeito deste relevante tema orçamentário.
Bons Estudos!
1. Conceito de Receita Orçamentária
Cabe relembrar que o orçamento é a ferramenta de planejamento de qualquer entidade, seja 
pública ou privada, ela representa o fluxo previsto de ingressos (receitas) e aplicações de recursos 
(despesas) em determinado período.
Nessa direção, vamos conceituar a Receita Orçamentária, abordando alguns aspectos relacionados 
ao conceito de Receita Pública.
Com relação às receitas, você tem o costume de estimar o quanto terá à disposição nos meses 
futuros ou no próximo ano? Você define as despesas que poderão ser realizadas? Consegue 
acompanhar de forma organizada a movimentação das receitas que entram na sua conta 
bancária?
M
ód
ul
o
Receita Orçamentária3
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Para responder tantas perguntas que ajudam a contextualizar a importância de uma boa gestão 
da receita orçamentária, é importante considerar que, enquanto as demandas e possibilidades 
de gastos são infinitas, a capacidade de geração de recursos para financiar esses mesmos gastos 
encontra limites, ou seja, tais recursos são escassos.
Assim, no caso da Administração Pública, torna-se fundamental uma gestão eficiente de suas 
receitas.
Importante 
Receita pública é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro 
Nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as 
despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos.
Em sentido amplo, as receitas públicas possibilitam duas formas de ingressos de valores nos 
cofres públicos: por meio de ingressos extra orçamentários e através das receitas orçamentárias. 
Abaixo, clique sobre elas para conhecê-las:
• Ingressos extraorçamentários: são aqueles que representam apenas entradas 
compensatórias, ou seja, são recursos financeiros de caráter temporário e não integram 
a LOA. Nesse caso, o Estado é mero depositário desses valores, que constituem passivos 
exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa. Exemplos: 
depósitos em caução, fianças, emissão de moeda e outras entradas compensatórias. 
Apresentamos, para ilustrar melhor como ocorrem estes ingressos, um exemplo de 
leilão de imóveis públicos:
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) promoveu leilão de um prédio de cinco 
andares localizado na Rua 24 de Maio, região central da cidade de São Paulo. Para 
participar, os interessados deveriam retirar uma guia de caução, calculada em 5% 
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
do valor de cada imóvel pertencente ao lote leiloado, e fazer o seu recolhimento 
no banco indicado. Tal exigência visou proporcionar maiores garantias de que os 
participantes teriam condições de adquirir os imóveis em leilão. Ao final do processo, 
aqueles interessados que não fizeram nenhuma aquisição receberam o valor da 
caução de volta. Nesse caso, o depósito não significou um ingresso efetivo de receita 
nas contas públicas, uma vez que gerou, para a Administração Pública, a obrigação 
de devolução das cauções depositadas pelos participantes ao final do leilão.
• Receitas orçamentárias: quando representam disponibilidades de recursos financeiros 
para o erário. Portanto, as receitas orçamentárias pertencem ao Estado, integram o 
patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força 
do princípio da universalidade, estão previstas na LOA.
De acordo com o Manual Técnico do Orçamento - Versão 2019, a Receita Orçamentária 
é o conjunto de disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o 
exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público. Constitui-se como 
um instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, 
sendo a fonte de recursos utilizada pelo Estado para o atendimento das necessidades 
públicas e demandas da sociedade.
Para fins didáticos, a receita pública deve ser entendida em seu sentido mais amplo, cuja 
abrangência envolve tanto os ingressos extraorçamentários quanto as receitas orçamentárias, 
ou seja, a receita orçamentária é um tipo de receita pública.
Por fim, é importante salientar que abordaremos somente aspectos relacionados à Receita 
Orçamentária. Desse modo, quando mencionarmos o termo receita, corresponderá à Receita 
Orçamentária.
2. Classificação da Receita Orçamentária
Ao abordar o tema Orçamento Público, é possível que venha em mente seus principais elementos: 
as receitas e as despesas.
Nessa perspectiva, o objetivo do tópico é apresentar as principais classificações da Receita 
Orçamentária. Mas, antes de iniciarmos nossos estudos, considere as seguintes reflexões:
Com relação às contas da sua família, você considera que as receitas, tais como salários, aluguéis 
de imóveis, rendimentos de aplicações, vendas de bens, etc., estão organizadas, facilitando 
assim, o planejamento de gastos futuros?
E quanto ao governo, tendo em vista o planejamento das políticas públicas e gestão de suas 
finanças, qual a importância daclassificação de suas diversas receitas?
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
No caso da União, a origem de receitas é bem diversificada, e sua composição abrange receitas 
mais conhecidas, tais como as decorrentes do imposto de renda, as oriundas da cobrança de 
Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, entre outras.
Assim, as atividades de identificação, ordenamento, agrupamento e estimativa das receitas 
orçamentárias são fundamentais para a eficiente gestão governamental.
Para tanto, os governos devem, com base na classificação padronizada para todos os entes da 
federação, organizar as suas receitas orçamentárias.
Importante 
De acordo com Machado (1967), o conhecimento do mecanismo de 
funcionamento e das repercussões de cada categoria de classificação, tanto da 
receita quanto da despesa, sob diferentes óticas (econômica, administrativa, 
jurídica, contábil, etc.), possibilita tornar o orçamento um instrumento racional 
de tomada de decisões.
O autor afirma, ainda, que qualquer sistema de classificação de contas constitui-se como 
um instrumento de planejamento, de tomada de decisões, de comunicação e de controle, 
apresentando as seguintes vantagens:
a) Proporciona o fornecimento de informação para gestores públicos, analistas e 
pesquisadores.
b) Permite um melhor conhecimento do assunto estudado.
c) Facilita a uniformização da terminologia técnica.
d) Proporciona a sistematização mais adequada do pensamento.
e) Sintetiza as diversas informações a grupos homogêneos.
A classificação orçamentária, no âmbito da União, é normatizada por meio de Portaria da Secretaria 
de Orçamento Federal, já a normatização da classificação válida para estados e municípios é feita 
por meio de Portaria Interministerial da SOF e Secretaria do Tesouro Nacional-STN.
Existem diversos critérios que podem ser utilizados para classificar as receitas. Tradicionalmente, 
a doutrina utiliza critérios quanto a regularidade, dividindo as receitas em:
• Ordinárias (tributos regulares, contribuições, etc.).
• Extraordinárias (empréstimos, vendas de ativos, etc.).
Quanto à origem, a doutrina divide em originárias resultantes das atividades do Estado – receita 
patrimonial, de serviços, etc. – e derivadas decorrentes do setor privado com base na soberania 
estatal – impostos, taxas, contribuições, etc.
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Entretanto, abordaremos apenas as classificações adotadas no modelo brasileiro: quanto à 
natureza de receita, ao indicador de resultado primário, às fontes e à esfera orçamentária.
2.1 Classificação por natureza da receita
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar 
a origem do recurso segundo o seu fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso 
da receita nos cofres públicos. Cabe frisar que, para cada tributo, a legislação estabelece um fato 
gerador específico, caracterizando as condições para que isto ocorra.
Vamos entender melhor essa afirmativa?
No caso do exemplo da empresa que adquire um equipamento de fabricação estrangeira para 
utilizá-lo em suas instalações no Brasil, o fato gerador1 do imposto de importação é a entrada da 
referida mercadoria estrangeira no território nacional, com base no Decreto-lei nº 37, de 18 de 
novembro de 1966.
Assim, a natureza da receita representa o menor nível de detalhamento das informações 
orçamentárias sobre as receitas públicas; por isso, contém as informações necessárias para as 
devidas alocações no orçamento.
NATUREZA DA RECEITA = ORIGEM DO RECURSO
A Lei nº 4.320, de 1964, define que os itens da discriminação da receita, mencionados em seu 
artigo 11, serão identificados por números de código decimal. Convencionou-se denominar esse 
código de natureza da receita que, no âmbito da União, é normatizado por meio de Portaria da 
SOF, enquanto nos Estados e Municípios é normatizado por Portaria interministerial (SOF e STN).
A atual codificação utilizada na União é voltada para a gestão das receitas orçamentárias, 
provendo informações imediatas quanto à origem dos recursos, sem a necessidade de qualquer 
procedimento paralelo para conectar dados, contribuindo para a celeridade, simplicidade 
e transparência. Para isso, estrutura-se por meio de um código numérico de 8 dígitos, cujas 
posições ordinais têm o seguinte significado:
Dígito 1º 2º 3º 4º a 7º 8º
Níveis Categoria Econômica Origem Espécie
Desdobramentos 
para identificação de 
peculiaridades de receita
Tipo
Tabela 1: Níveis da Classificação por Natureza da Receita. 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento 2018
1_ Fato, conjunto de fatos ou o estado de fato a que o legislador vincula o nascimento de obrigações jurídicas de pagar tributo 
determinado.
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1º - Categoria Econômica
A categoria econômica mede o impacto das decisões do governo na economia nacional. Classifica 
as receitas orçamentárias em:
Código Categoria
1 Receitas Correntes
2 Receitas de Capital
• Receitas Correntes: são arrecadadas dentro do exercício (entre 1º de janeiro a 31 de 
dezembro) e aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral, com efeito 
positivo sobre o Patrimônio Líquido. Essas receitas constituem instrumento para 
financiar despesas correntes2.
Como exemplo, podemos citar as receitas arrecadadas com impostos, tais como o 
Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto 
sobre Operações Financeiras (IOF).
• Receitas de Capital: também são receitas que aumentam as disponibilidades financeiras 
do Estado. Porém, diferentemente das receitas correntes, não provocam efeito sobre o 
Patrimônio Líquido, uma vez que geram sempre uma contrapartida.
Assim, estamos diante de uma receita de capital quando o governo de um 
determinado estado obtém recursos via operação de crédito (empréstimo) junto 
a um organismo internacional através do qual terá os referidos recursos em caixa a 
sua disposição, porém terá a obrigação de pagamento da dívida constituída com o 
empréstimo.
Importante 
As receitas decorrentes de operações realizadas entre órgãos e demais 
entidades da Administração Pública integrantes dos orçamentos fiscal e da 
seguridade do mesmo ente federativo (operações intraorçamentárias) não 
constituem novas categorias econômicas de receita, mas especificações 
das categorias econômicas de receitas correntes e de receitas de capital. 
Entretanto, recebem codificação específica para evitar a dupla contagem na 
consolidação das contas governamentais.
Exemplo: quando o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes 
(DNIT) efetua pagamento à Imprensa Nacional para a publicação de contrato 
no Diário Oficial da União, a receita obtida por esse órgão decorre de uma 
operação intraorçamentária, uma vez que esse faz parte da estrutura da Casa 
Civil da Presidência da República e, portanto, pertence também ao Orçamento 
da União, assim como o DNIT.
2_ Despesas destinadas à manutenção dos serviços e do patrimônio público.
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2º - Origem 
A origem refere-se ao detalhamento das categorias econômicas (receitas correntes e receitas de 
capital) com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos 
cofres públicos.
Assim, a Lei nº 4.320/64 prevê a seguinte classificação quanto a origem na natureza de receita:
CATEGORIA ECONÔMICA (1º DÍGITO) ORIGEM (2º DÍGITO)
1. Receitas Correntes
7. Receitas Correntes Intraorçamentárias 
1. Impostos, Taxas e 
Contribuições de Melhoria
2. Contribuições
3. Receita Patrimonial
4. Receita Agropecuária
5. Receita Industrial
6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes 
2. RECEITAS DE CAPITAL
8. Capital (Intraorçamentárias)
1. Operações de Crédito
2. Alienação de Bens
3. Amortização de Empréstimos
4. Transferências de Capital
9. Outras Receitas de Capital 
Tabela 2: Classificaçãopor Natureza da Receita – Origem. 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento 2019 (2018).
Agora, acompanhe atenciosamente os quadros a seguir. Eles resumem as informações de cada 
classificação da origem:
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Classificação 
econômica Classificação de origem
Item Descrição Exemplo
Corrente
Impostos, Taxas 
e Contribuições 
de Melhoria
São decorrentes da arrecadação 
dos tributos previstos no artigo 
145 da Constituição Federal.
Imposto de Renda, Taxa 
de Emissão de Passaporte, 
contribuição de melhoria 
no caso de valorização de 
imóveis de propriedade 
privada em virtude da 
execução de obra pública 
num determinado 
município.
Contribuições
Decorrem da intervenção 
estatal, abrangendo 
contribuições sociais, de 
intervenção no domínio 
econômico e de interesse 
das categorias profissionais 
ou econômicas, conforme 
preceitua o artigo 149 da CF.
C o n t r i b u i ç õ e s 
previdenciárias cobradas 
de empresas ou entidades 
equiparadas à empresa 
pela legislação que, em 
regra, incidem sobre a 
folha de pagamento, Cide-
Combustíveis, incidente 
sobre a importação e a 
comercialização de gasolina.
Patrimoniais
São receitas provenientes da 
fruição do patrimônio de ente 
público, como bens mobiliários 
e imobiliários ou, ainda, bens 
intangíveis e participações 
societárias.
Concessões, permissões, 
aluguéis, royalties, etc.
Agropecuárias
Trata-se de receita originária, 
auferida pelo Estado quando 
atua como empresário, em 
posição de igualdade com 
o particular. Decorrem da 
exploração econômica, por 
parte do ente público, de 
atividades agropecuárias.
Venda de produtos agrícolas 
(grãos, tecnologias, 
insumos, etc.), e pecuários 
(técnicas em inseminação, 
matrizes, etc.).
Industriais
São provenientes de atividades 
industriais exercidas pelo ente 
público.
Indústria de extração 
mineral, de transformação, 
de construção, etc.
Serviços
Decorrem da prestação de 
serviços por parte do ente 
público. Tais serviços são 
remunerados mediante preço 
público.
Comércio, transporte, 
comunicação, serviços 
hospitalares, armazenagem, 
serviços recreativos, 
culturais, etc.
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Corrente
Transferências 
Correntes
Recursos financeiros recebidos 
de outras pessoas de direito 
público ou privado destinados 
a atender despesas de 
manutenção ou funcionamento, 
a fim de cumprir finalidade 
pública específica que não seja 
contraprestação direta em bens 
e serviços a quem efetuou essa 
transferência. As transferências 
ocorrem entre entidades 
públicas (seja dentro de um 
mesmo ente federado, seja 
entre diferentes entes) ou entre 
entidade pública e instituição 
privada.
Fundo de Participação 
dos Estados, Fundo de 
Participação dos Municípios, 
etc.
Outras Receitas 
Correntes
Registram-se nesta origem 
outras receitas cujas 
características não permitam 
o enquadramento nas demais 
classificações da receita 
corrente.
Multas, juros de mora, 
indenizações, restituições, 
receitas da dívida ativa, 
entre outras.
Classificação 
econômica Classificação de origem
Item Descrição Exemplo
Capital
Operações 
de Crédito
Recursos financeiros oriundos da 
colocação de títulos públicos ou 
da contratação de empréstimos 
junto a entidades públicas ou 
privadas, internas ou externas.
Contratação de empréstimo 
externo junto ao Banco 
Interamericano de 
Desenvolvimento (BID) para 
financiar ações de programa 
de modernização em órgão 
federal.
Alienação 
de Bens
Ingressos financeiros 
provenientes da alienação de 
bens móveis ou imóveis de 
propriedade do ente público.
Venda de edifício público, 
de ações, etc.
Amortização 
de 
Empréstimos
Receitas obtidas quando o Estado 
recebe o valor do principal dos 
empréstimos concedidos por ele 
a entidades públicas ou privadas. 
Ressalta-se que os juros recebidos 
associados ao empréstimo são 
classificados como Receitas 
Correntes (econômica) de 
Serviços (origem).
Recebimento de receitas 
decorrentes de pagamento 
de parcela de empréstimo 
concedido a outro país.
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Capital
Transferências 
de Capital
São os recursos financeiros 
recebidos de outras pessoas 
de direito público ou privado e 
destinados a atender despesas 
com investimentos ou inversões 
financeiras, a fim de satisfazer 
finalidade pública específica que 
não seja contraprestação direta a 
quem efetuou essa transferência. 
As transferências ocorrem 
entre entidades públicas (seja 
dentro de um mesmo ente 
federado, seja entre diferentes 
entes) ou entre entidade 
pública e instituição privada.
Recursos recebidos por 
um Estado, oriundos de 
convênio firmado com a 
União, tendo em vista a 
construção de hospitais.
Outras 
Receitas de 
Capital
Registram-se nesta origem 
receitas cuja característica não 
permita o enquadramento 
nas demais classificações 
da receita de capital.
Resultado do Banco 
Central, Remuneração das 
Disponibilidades do Tesouro 
Nacional, Integralização 
do Capital Social de 
empresas estatais, etc.
3º - Espécie
Nível de classificação vinculado à origem, que permite qualificar com maior detalhe o fato 
gerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem Receita Tributária, identificam-se as 
seguintes espécies: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria, que serão abordadas com maior 
detalhamento no próximo tópico.
4º a 7º - Desdobramentos para identificação de peculiaridades da Receita
Foram reservados 4 dígitos para desdobramentos com a finalidade de identificar peculiaridades 
de cada receita, caso seja necessário. Desse modo, os dígitos podem ou não ser utilizados 
conforme a necessidade de especificação do recurso, ou seja, é facultativo.
No caso de receitas exclusivas de Estados e Municípios, o quarto dígito utilizará o número “8” 
(Ex.: 1.9.0.8.xx.x.x – Outras Receitas Correntes exclusivas de Estados e Municípios).
8º - Tipo
O último dígito do código de natureza da receita se destina à identificação do tipo de arrecadação 
a que se refere aquela natureza, sendo:
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Dígito 1º 2º 3º 4º a 7º 8º
Descrição-padrão do 
Códigos de Tipo:Significado Categ. Econ. Origem Espécie Desdobramentos Tipo
Código
0 Natureza Agregadora
1 Receita Principal
X X X X.XX.X 2 Multa e Juros da Receita Principal
3 Dívida Ativa da Receita Principal
4 Multa e Juros da Dívida Ativa da Receita Federal
Códigos de Tipo. 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2019)
Assim, as arrecadações de cada recurso – sejam elas da receita propriamente dita ou de seus 
acréscimos legais – ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas apenas no 
último dígito.
A organização da receita nos níveis mencionados facilita e otimiza a identificação dos recursos 
que ingressam nos cofres públicos. Porém, como aplicarmos essa classificação na prática? Como 
reconhecê-las? Bem, quando, o imposto de renda de pessoa física é recolhido dos trabalhadores, 
aloca-se a receita pública correspondente na natureza da receita código “1.1.1.3.01.1.1”, 
conforme apresentado no esquema:
Classificação do Imposto de Renda Pessoa Física sob a perspectiva da natureza da receita. 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento (2019)
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Note que a classificação em cada nível tem dígitos específicos, que, em conjunto com os demais, 
forma o código da receita em questão (1.1.1.3.01.1.1). No caso das demais receitas, cada uma 
tem uma codificação própria.
2.2 Classificação por identificador de resultado primário
A classificação, sob a ótica do resultado primário, tem como objetivo identificar as receitas cujos 
valores são incluídos no cálculo do resultado primário. Assim, são divididas em:
Receita Orçamentária Financeira: são receitas decorrentes de aplicações financeiras, operações 
de crédito, alienação de ativos3 e outras de que não resultem modificações patrimoniais do ente 
respectivo. Ou seja, o ente público não temganhos efetivos em seu patrimônio, tendo em vista 
que ocorre apenas uma permutação entre contas, conforme pode ser observado no exemplo: 
a União vendeu edifício pertencente ao seu patrimônio na cidade de São Luís – MA. Com a 
venda, houve a entrada de recursos financeiros no seu caixa. Em contrapartida, houve redução 
do patrimônio da União, ou seja, ocorreu um fato permutativo.
Receita Orçamentária Não-Financeira (primária): são receitas oriundas de tributos e 
contribuições; de receitas patrimoniais, agropecuárias, industriais, serviços entre outras. 
Exemplo: um médico, ao receber os pagamentos oriundos do seu trabalho, tem a sua renda 
tributada por meio do imposto de renda. Nesse exemplo, temos uma receita efetiva que entra 
no caixa da União, sem nenhuma contrapartida para isso.
2.3 Classificação por Fonte/Destinação de Recursos
Esse mecanismo foi criado para assegurar que receitas vinculadas por lei à finalidade específica 
sejam exclusivamente aplicadas em programas e ações que visem à consecução de despesas ou 
políticas públicas associadas a esse objetivo legal.
Segundo Giacomoni (2010), por meio dessa classificação, demonstram-se as parcelas de receitas 
comprometidas com o atendimento de determinadas finalidades e aquelas que podem ser 
livremente alocadas a dada programação orçamentária.
Assim, denomina-se “fonte/destinação de recursos” a cada agrupamento de receitas que possui 
as mesmas normas de aplicação. Nesse contexto, a fonte é simultaneamente mecanismo de 
gestão de receita e de despesa, assegurando que determinadas receitas sejam destinadas ao 
financiamento de certas atividades de governo, em conformidade com lei que rege o tema.
A classificação de fonte/destinação de recursos consiste em um código de três dígitos numéricos, 
conforme quadro abaixo:
3_ É a transferência de domínio de bens e direitos a terceiros.
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1º 2º 3º
Grupo da Fonte de Recursos Especificação da Fonte de Recursos
1º - Grupo da Fonte de Recursos
Cód. GRUPO da Fonte de Recurso Descrição
1 Recursos do Tesouro – Exercício Corrente
Compreende todos os recursos do exercício corrente 
arrecadados diretamente por órgãos e unidades da 
administração indireta.
2
Recursos de Outras 
Fontes – Exercício 
Corrente
Envolve os recursos do exercício corrente que tem como fonte 
entidades com autonomia e que integram o orçamento.
3 Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores
Compreende todos os recursos de exercícios anteriores 
arrecadados diretamente por órgãos e unidades da 
administração indireta.
6
Recursos de Outras 
Fontes – Exercícios 
Anteriores
Envolve os recursos de exercícios anteriores que tem como 
fonte entidades com autonomia e que integram o orçamento.
9 Recursos Condicionados
Refere-se a recursos que dependem de aprovação legal e que 
ficam em suspenso até que a pendência seja sanada.
2º e 3º - Especificação da Fonte de Recursos
Composto por 2 dígitos, detalha o grupo a que pertence.
Exemplos:
01 - Transferências do Imposto sobre a Renda e sobre Produtos Industrializados.
50 - Recursos Próprios Financeiros.
81 - Recursos de Convênios.
A classificação de fonte/destinação consiste em um código de três dígitos.
Seguem alguns exemplos de fontes/destinação de recursos:
1º DÍGITO (GRUPO DA FONTE)
2º E 3º DÍGITOS (ESPECIFICAÇÃO 
DA FONTE)
FONTE
Recursos do Tesouro – Exercício 
Corrente
12. Recursos Destinados à Manutenção 
e Desenvolvimento do Ensino
112
Recursos de Outras Fontes – 
Exercício Corrente
50. Recursos Próprios não Financeiros 112
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2. Recursos de Outras Fontes – 
Exercício Corrente
93. Produto da Aplicação dos recursos 
à Conta de Salário-Educação
293
Recursos do Tesouro – 
Exercícios Anteriores
12. Recursos Destinados à Manutenção 
e Desenvolvimento do Ensino
312
6. Recursos de Outras Fontes – 
Exercícios Anteriores
93. Produto da Aplicação dos Recursos 
à Conta de Salário-Educação
693
9. Recursos Condicionados
93. Produto da Aplicação dos Recursos 
à Conta de Salário-Educação
900
Exemplos de Classificação Fonte/Destinação de Recursos. 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento 2019 (2018).
Dessa forma, o mesmo código utilizado para controle das destinações da receita é também 
utilizado na despesa para controle das fontes financiadoras
Importante 
Enquanto a natureza da receita orçamentária busca identificar a origem do 
recurso segundo seu fato gerador, a fonte/destinação de recursos possui a 
finalidade precípua de identificar o destino dos recursos arrecadados.
Quanto à destinação de recursos, pode-se dizer que há destinações vinculadas e não vinculadas:
• Destinação vinculada:
Processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento 
às finalidades específicas estabelecidas pela norma. Cabe frisar que há ingressos 
de recursos em decorrência de convênios ou de contratos de empréstimos e de 
financiamentos. Esses recursos também são vinculados, pois foram obtidos com 
finalidade específica e deverão ser direcionados à realização dessa finalidade.
• Destinação não vinculada (ou ordinária):
É o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender 
a quaisquer finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação 
do órgão ou entidade.
Considere, para ilustrar a diferença entre os dois tipos de destinações, que: quando o governo 
arrecada as receitas decorrentes do imposto sobre operações financeiras, poderá alocá-
las em diferentes despesas de sua competência. Porém, quando recebe receitas oriundas de 
contribuições previdenciárias, deverá destiná-las ao financiamento de despesas específicas do 
sistema previdenciário, com base em determinação legal.
Saiba que a vinculação de receitas deve ser pautada em diretrizes legais que regulamentam a 
aplicação de recursos e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou fundos.
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Importante 
Devido ao alto grau de vinculação de receitas, a União conta com poucos 
recursos livres disponíveis para o governo federal financiar políticas públicas 
discricionárias. Nesse contexto, estabeleceu-se, por meio da EC nº 93/2016, a 
desvinculação de determinados recursos, que se tornam passíveis de serem 
aplicados livremente e estão agregados sob o código de Fonte de Recursos “00 
– Recursos Ordinários”.
O artigo 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT da 
Constituição Federal de 1988 – CF/88 estabelece, até o fim do exercício de 
2023, a desvinculação de 30% dos recursos arrecadados a título de taxas, 
contribuições econômicas e contribuições sociais (exceto as contribuições 
sociais do empregador e a do trabalhador para os Regimes de Previdência 
Social Geral e Próprio do Servidor Público, bem como a contribuição social do 
salário educação).
2.4 Classificação por esfera orçamentária
Essa classificação tem como finalidade identificar a qual orçamento a receita pertence, sendo 
que:
• Receitas do Orçamento Fiscal: receitas arrecadadas pelos Poderes da União, seus 
órgãos, entidades, fundos e fundações, inclusive pelas empresas estatais dependentes, 
excluídas as receitas vinculadas à seguridade social e as receitas das empresas estatais 
não dependentes (compõe o orçamento de investimento).
• Receitas do Orçamento da Seguridade Social: abrangem as contribuições sociais 
destinadas por lei à seguridade social e as receitas de todos os órgãos, entidades, fundos 
e fundações vinculados à seguridade sócial (saúde, previdência social e assistência 
social).
• Receitas do Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: recursos das empresas 
estatais não dependentes, em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria 
do capital social com direito a voto.
3. Noções básicas sobre tributos
Em seu ambiente familiar ou de trabalho, você já deve ter discutido acerca dos tributos, uma vez 
que eles estão presentes em nosso cotidiano e influenciama economia e as contas de cada um 
de nós.
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Quando você ouve falar ou discute acerca dos tributos, qual o primeiro exemplo de tributação 
que vem à sua mente? Talvez você tenha pensado no imposto de renda, uma vez que esse 
imposto incide diretamente sobre os seus rendimentos.
Para se ter uma ideia da incidência tributária no dia a dia dos cidadãos, verifique no quadro a 
seguir, de forma aproximada, o percentual dos tributos nos preços de alguns produtos/serviços:
Incidência tributária em produtos e serviços.
Fonte: http://www.fiepr.org.br/sombradoimposto/veja-o-quanto-voce-paga-de- imposto-1-14466-115735.shtml
De acordo com os dados apresentados, imaginemos que a sua conta de telefone tenha custado R$ 
100,00 (cem reais); desse valor, aproximadamente R$ 46,00 (quarenta e seis reais) são relativos à 
tributação sobre esse serviço.
Ressalta-se que a receita decorrente de tributos é a principal fonte de recursos do Governo Federal, 
cujo montante é aplicado na viabilização das políticas públicas em prol do desenvolvimento do 
país.
Assim, devido a sua importância, faz-se necessário dedicar algum tempo de estudos para 
compreender um pouco mais a respeito das noções básicas sobre os tributos.
De acordo com o artigo 3º do Código Tributário Nacional – CTN, tributo é toda prestação 
pecuniária4 compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada.
De forma resumida, tributo é uma obrigação que, preferencialmente, deve ser paga em dinheiro, 
no caso da ocorrência de hipótese prevista em lei. Assim, o contribuinte fica obrigado a pagar o 
tributo, independentemente de sua vontade, que deverá ser recolhido pelo ente governamental 
competente.
4_ É um pagamento em dinheiro (ou cheque, transferência bancária, etc.). Significa entregar pecúnia (do latim “pecus” = dinheiro).
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
De acordo com a classificação por natureza da receita, os tributos são origens da receita 
orçamentária corrente, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as 
atividades que lhe são correlatas.
Para compreender melhor as características dos tributos, acompanhe as espécies da receita a 
seguir.
• Impostos
Os impostos5 são quantias em dinheiro pagas para a União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios por pessoas físicas e jurídicas. É um tributo que serve para custear 
parte das despesas da Administração Pública e dos investimentos governamentais 
em obras de infraestrutura (estradas, portos, aeroportos, etc.) e serviços essenciais 
à população, como saúde, segurança, educação, etc. Exemplos: Imposto sobre 
Operações Financeiras - IOF, Imposto Territorial Rural - ITR e Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Quando uma pessoa compra um automóvel, ela tem a obrigação legal de pagar o 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), independentemente 
5_ Segundo o artigo 16 do CTN, os impostos são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou 
imediata pelo pagamento. Portanto, o governo não fica obrigado a prestar um serviço ou benefício específico ao contribuinte 
para que surja a obrigação de pagamento do imposto.
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
de qualquer serviço ou benefício específico oferecido pelo Estado como contrapartida. 
Dessa forma, o recurso deste imposto pode ser alocado em despesas com saúde, 
cultura, educação, sem a obrigação de ser destinado, por exemplo, para a melhoria 
de estradas e ruas onde os veículos trafegam.
O art. 167 da Constituição Federal proíbe, ressalvadas algumas exceções, a vinculação 
de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa.
• Taxas
De acordo com o art. 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm 
como fato gerador:
O exercício regular do poder de polícia;
A utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado 
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
De acordo com o CTN, os serviços são específicos quando podem ser destacados em 
unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública; e são 
divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um 
dos seus usuários (ALEXANDRE, 2009).
Conforme o art. 77 do CTN: Os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou colocados à sua disposição. Para que a taxa seja 
cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço, basta que o Poder 
Público coloque tal serviço à disposição do contribuinte.
A taxa está sujeita ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica 
orçamentária, classifica-se em:
 9 Taxas de Fiscalização: também são chamadas de Taxas de Poder de Polícia; são 
definidas em lei; e tem como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder 
disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determinadas atividades, com 
a finalidade de garantir a ordem e a segurança. Exemplos: Taxa de Controle e 
Fiscalização Ambiental – TCFA, Taxa de Fiscalização da Aviação Civil – TFAC e Taxa de 
Fiscalização de Vigilância Sanitária.
 9 Taxas de Serviço Público: são as que têm como fato gerador a utilização de 
determinados serviços públicos. Nesse contexto, o serviço é público quando 
estabelecido em lei e prestado pela Administração Pública, sob regime de direito 
público, de forma direta ou indireta. Nesse tipo de serviço, a relação jurídica é de 
verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular.
Exemplo: A Taxa de Combate a Incêndios, devida, anualmente, pelos contribuintes 
23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
que utilizam edificações para exercer atividades de comércio, indústria e prestação 
de serviços. O valor a ser pago varia de acordo com o grau de risco de incêndio 
na edificação, em razão da forma de ocupação e da área construída, e os recursos 
arrecadados com a taxa são destinados ao Corpo de Bombeiros Militar.
• Contribuição de Melhoria
A contribuição de melhoria é uma espécie de tributo na classificação da receita 
orçamentária e tem como fato gerador a valorização imobiliária que decorre de obras 
públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria ocorrida e a realização da 
obra pública.
De acordo com o art. 81 do CTN: a contribuição de melhoria cobrada pela União, 
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite 
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Exemplo: Quando uma rua é asfaltada, ou uma estação de metrô construída, 
havendo valorização dos imóveis que estão próximos, os donos desses imóveis são 
chamados a pagar uma “contribuição de melhoria” para o ente responsável pelas 
obras, em função da valorização que o serviço feito trouxe ao seu imóvel.
• Contribuições Sociais
Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei nº 4.320, de 1964, a 
contribuição social6 é um tributo vinculado a uma atividade estatal que visa 
atender aos direitos sociais previstos na Constituição Federal, tais como a saúde, a 
previdência, a assistência social e a educação. Assim, por exemplo, as contribuições 
referentes à previdência social devem ser destinadas ao financiamento de despesas 
específicas do sistema previdenciário, conforme já mencionado.
A competência para instituição das contribuições sociais é da União, exceto das 
contribuições dos servidores estatutários7 dos Estados, DistritoFederal e Municípios, 
que são instituídas pelos respectivos entes.
As contribuições sociais estão sujeitas ao princípio da anterioridade nonagesimal, 
ou seja, somente poderão ser cobradas noventa dias após a publicação da lei que as 
instituiu ou as majorou.
6_ Enquadram-se na categoria de Contribuições Sociais as contribuições que visam ao custeio dos serviços sociais autônomos: 
Serviço Social da Indústria - SESI, Serviço Social do Comércio - SESC e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI.
7_ Ocupantes de cargo público provido por concurso público, nos moldes do artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, e que 
são regidos por regime jurídico que estabelece direitos e obrigações, sendo, no caso da União, a lei nº 8.112, de 1990.
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE é o tributo classificado 
no Orçamento Público como uma espécie de contribuição que atinge um determinado 
setor da economia, com finalidade qualificada na Constituição, instituída mediante 
um motivo específico.
São exemplos dessa espécie, a CIDE -Combustíveis, relativa às atividades de 
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e álcool carburante, e a 
CIDE-Tecnologia, relativa à exploração de patentes, uso de marcas, fornecimento 
de conhecimentos tecnológicos ou prestação de assistência técnica, no caso de 
contratos que impliquem transferência de tecnologia.
• Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas
Esta espécie de contribuição se caracteriza por atender a determinadas categorias 
profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as 
instituíram. Não transita pelo orçamento da União.
Essas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de 
grupos profissionais, como, por exemplo, Conselho Regional de Engenharia e 
Arquitetura - CREA, Conselho Regional de Medicina - CRM, entre outros.
É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas no 
texto e as contribuições confederativas. Conforme o art. 8º da CF:
"Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:"
[...]
"IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da 
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em 
lei."
As contribuições confederativas não são tributos, pois serão instituídas pela 
assembleia geral e não por lei. A Contribuição de Interesse das Categorias 
Profissionais ou Econômicas é instituída por lei, portanto compulsória, e encontra 
sua regra no art. 149 da CF, possuindo natureza de tributo.
• Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública
Instituída pela Emenda Constitucional nº 39, de 19 de dezembro de 2002, que 
acrescentou o art. 149-A à CF, possui a finalidade de custear o serviço de iluminação 
pública. A competência para instituição é dos Municípios e do Distrito Federal.
25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
"Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na 
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado 
o disposto no art. 150, I e III."
"Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na 
fatura de consumo de energia elétrica."
Sob a ótica da classificação orçamentária, a Contribuição para o Custeio de Serviço 
de Iluminação Pública é espécie da origem Contribuições, que integra a categoria 
econômica Receitas Correntes.
4. Etapas da Receita Orçamentária
Você já refletiu a respeito de como o governo viabiliza as receitas orçamentárias públicas?
Para reuni-las, com vistas a aplicar nas despesas orçamentárias, é preciso adotar procedimentos 
específicos. Portanto, vamos apresentar as etapas da receita orçamentária, que podem ser 
entendidas como cada passo identificado para demonstrar o ingresso da receita no caixa do 
governo.
O processamento da Receita segue a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-
se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a seguir, a ordem 
sistemática das etapas é apresentada.
Etapas da Receita Orçamentária. 
Fonte: Manual Técnico de Orçamento 2019 (2018).
Etapas da Receita Orçamentária
• Previsão
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que 
constarão na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade 
com as normas técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições 
constantes na LRF.
No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o 
comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, 
a fim de projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e 
matemáticos.
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A busca do modelo dependerá do comportamento da série histórica de arrecadação 
e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras 
envolvidas no processo.
A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que 
irá constar nas leis orçamentárias, além de ser base para se estimar as necessidades 
de financiamento do governo.
• Lançamento
O art. 53 da Lei nº 4.320, de 1964, define o lançamento como ato da repartição 
competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é 
devedora e inscreve o débito desta.
Por sua vez, conforme o art. 142 do CTN, lançamento é o procedimento administrativo 
que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determina a 
matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo8 
e, sendo o caso, pode ainda propor a aplicação da penalidade cabível.
Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de 
lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário9, ou seja, 
aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria.
• Arrecadação
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes 
ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras 
autorizadas pelo ente.
Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº 4.320, de 1964, as receitas pertencem 
ao exercício financeiro em que foram arrecadadas, o que representa a adoção do 
regime de caixa para o ingresso das receitas públicas.
• Recolhimento
Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro 
Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela 
programação financeira da União, observando-se o princípio da unidade de 
tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei n° 4.320, de 1964, a 
seguir transcrito:
8_ É a pessoa obrigada ao pagamento do imposto.
9_ Obrigação tributária; vínculo jurídico que exige do contribuinte (sujeito passivo) o pagamento do tributo ao ente público 
competente (sujeito ativo).
27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
"Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao 
princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de 
caixas especiais."
Por fim, cabe frisar que nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas 
orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação não só das receitas que não foram previstas (não tendo, 
naturalmente, passado pela etapa da previsão), mas também das que não foram “lançadas”, 
como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos.
5. Determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF
Você sabe qual a relação entre a LRF e a Receita Orçamentária?
A LRF busca garantir o equilíbrio orçamentário de todos os entes da Federação. Para tanto, 
estabelece uma série de regras, exigências e restrições.
Com relaçãoà receita orçamentária, a seguir, destacaremos as principais determinações:
• Planejamento
Um dos requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, ressaltada pela 
LRF, é o planejamento rigoroso em relação à previsão das receitas orçamentárias, 
por meio da previsão e arrecadação de todos os tributos.
Para a sua previsão, além de observar as normas técnicas e legais e a respectiva 
metodologia de cálculo, as estimativas da receita devem estar acompanhadas de 
demonstrativo da sua evolução nos três anos anteriores e nos dois seguintes àquele 
a que se referirem.
Permanece, também, o mandamento constitucional em que somente se admite 
reestimativa de receita, pelo Poder Legislativo, nos casos de erro ou omissão de 
ordem técnica ou legal.
Nesse sentido, o art. 13 da LRF determina que o Poder Executivo deverá, até trinta 
dias após a publicação do orçamento anual, efetuar o desdobramento das receitas 
em metas bimestrais de arrecadação, informando quais medidas serão adotadas 
para o combate à sonegação fiscal10, a cobrança da dívida ativa11 e os créditos 
executáveis12 pela via administrativa.
10_ Não pagamento do tributo devido à Fazenda Pública, por meio de fraude ou qualquer outro artifício, tais como prestar 
declaração falsa; inserir elementos inexatos ou omitir informações devidas; alterar faturas e quaisquer documentos
11_ Dívida constituída pelos créditos do Estado, devido ao não pagamento dos tributos pelos contribuintes dentro dos exercícios 
em que foram lançados.
12_ Decorrem da incorporação de uma receita em favor de ente público.
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Ressalta-se a importância dessa medida, uma vez que tais metas bimestrais de 
receita servirão de parâmetro para a gestão das despesas orçamentárias.
• Capacidade de arrecadação
Em relação ao emprego de toda a capacidade de arrecadação dos entes da Federação, 
a LRF impõe um parâmetro comportamental no estilo gerencial da receita dos entes 
públicos. Assim, quando a lei exige a “efetiva arrecadação de todos os tributos”, 
pode-se interpretar que não basta dispor de toda uma estrutura de normatização 
legal, previsão e planejamento para todos os tributos da competência de cada ente, 
sendo necessária à sua arrecadação de fato. (CRUZ, 2006).
Dessa forma, o ente público que deixar de criar ou disciplinar um tributo, para o qual 
a Constituição lhe confere competência, ficará impedido de receber transferências 
voluntárias13.
• Renúncias de receitas públicas
Segundo a LRF, a renúncia de receitas compreende anistia (perdão de multas), 
remissão (perdão da dívida), subsídio, crédito presumido, concessão de isenção 
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que 
implique a redução discriminada de tributos ou contribuições e outros benefícios 
que correspondam a tratamento diferenciado.
Os chamados “incentivos fiscais”, se concedidos de forma indiscriminada, podem 
configurar-se como uma prática danosa às finanças públicas. Assim, com vistas a 
fornecer meios para a sua prudente aplicação, tal mecanismo fica sujeito a regras 
disciplinadoras.
Acompanhe o que está detalhado no artigo 14 da LRF:
A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária, da qual 
decorra renúncia de receita, deverá estar acompanhada de estimativa do impacto 
orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois 
seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos 
uma das seguintes condições:
I- demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa 
de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as 
metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes 
orçamentárias;
II- estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no 
caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, 
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
13_ A entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência 
financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Exemplo: 
transferência de recursos, por meio de convênio, do Ministério da Cultura para a Prefeitura do Município de Pirenópolis - GO, 
com vistas à implantação de biblioteca.
29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Limite de dispêndios públicos
A definição da Receita Corrente Líquida (RCL), como limite de dispêndios 
públicos, revela uma preocupação do legislador com a identificação daquelas 
receitas realmente disponíveis (líquidas), desoneradas de quaisquer vinculações, 
fortalecendo o conceito de liquidez nas contas públicas. Tendo em vista que as ações 
governamentais devem fixar suas despesas de acordo com a disponibilidade real 
das receitas.
Dessa forma, a RCL pode ser caracterizada como um instrumento medidor da 
realidade no sentido de balancear a, até então, frequente lacuna existente entre a 
receita e a despesa orçamentária.
Seu principal objetivo é servir de parâmetro para o montante da reserva de 
contingência e para os limites da despesa total com pessoal, da dívida consolidada 
líquida, das operações de crédito, do serviço da dívida, das operações de crédito 
por antecipação da receita orçamentária e das garantias de cada ente da Federação.
O cálculo da RCL é realizado a partir do somatório das receitas tributárias, de 
contribuições patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências 
correntes e outras receitas também correntes, deduzidos, principalmente, os valores 
transferidos por determinação constitucional ou legal, aos Estados e Municípios, no 
caso da União, e aos Municípios, no caso dos Estados, consideradas ainda as demais 
deduções previstas na Lei.
Portanto, o conhecimento e respeito a essas regras, exigências e restrições, 
estabelecidas pela LRF, são fundamentais para uma gestão mais eficiente e 
responsável dos recursos arrecadados junto aos contribuintes.
6. Revisão do Módulo
A receita orçamentária é o conjunto de disponibilidades de recursos financeiros que ingressam 
durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público.
A receita orçamentária se constitui como um instrumento por meio do qual se viabiliza a execução 
das políticas públicas, sendo a fonte de recursos utilizada pelo Estado para o atendimento das 
necessidades públicas e demandas da sociedade.
As principais classificações relativas à receita orçamentária são:
• Quanto à Origem: receitas Originárias e Derivadas.
• Sob a ótica do Resultado Primário: Receita Orçamentária Financeira e Receita 
Orçamentária Não-Financeira (primária).
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Sob a ótica da Obrigatoriedade: Receitas Compulsórias e Facultativas.
• Natureza da Receita: categoria econômica, origem, espécie, Desdobramentos para 
Identificação de Peculiaridades (DIP) e Tipo.
• Fonte/Destinação de Recursos: classificação utilizada como mecanismo integrador entre 
a receita e a despesa.
Tivemos a oportunidade de aprender noções básicas sobre tributo, o qual é toda prestação 
pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada.
Conhecemos as espécies de tributos: impostos, taxas, contribuição de melhoria. Além das 
seguintes contribuições: Sociais, de Intervenção no Domínio Econômico, de Interesse das 
Categorias Profissionais ou Econômicas e para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública.
Também verificamos quais são as etapas da Receita Orçamentária: Previsão, Lançamento, 
Arrecadação e Recolhimento.
Por fim, conhecemos as determinações estabelecidas pela LRF em relação à Receita Orçamentária:
• Planejamento rigoroso em relação à previsão das receitas orçamentárias.
• Empregode toda a capacidade de arrecadação dos entes da Federação.
• Restrição quanto às possibilidades de renúncias de receitas públicas.
• Definição da Receita Corrente Líquida (RCL) como limite de dispêndios públicos.
31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
7. Referências 
ALBUQUERQUE, C. M.; MEDEIROS, M. B.; SILVA, P. H. F. Gestão de Finanças Públicas. 2ª edição. 
Brasília, 2008.
ALEXANDRE, R. Direito Tributário Esquematizado. 8º ed. Rio de Janeiro: Método, 2014.
CRUZ, F. Lei de Responsabilidade Fiscal Comentada: Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 
2000. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2006.
GIACOMONI, James: Orçamento Público. 15ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MACHADO JR., J.T. Classificação das contas públicas. 1ª Ed. Rio de Janeiro: FGV,1967.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 
1998.
BRASIL. Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas 
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
BRASIL. Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para 
a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do 
Distrito Federal.
BRASIL. Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966. Define o crime de sonegação fiscal e dá outras 
providências.
BRASIL. Lei no 4.729, de 14 de julho de 1965. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e 
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
BRASIL. Decreto-lei nº 37, de 18 de novembro de 1966. Dispõe sobre o imposto de importação, 
reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. 
Manual técnico de orçamento: 2019.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Glossário Econômico. Disponível em: http://www.fazenda.gov.
br/portugues/glossario/glossario-a.asp. Acesso em: fevereiro de 2016.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Patrimônio da União. 
Tudo o que você precisa saber sobre laudêmio, taxa de ocupação e foro. Brasília, 2002.
32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Material complementar
Leitura complementar: MTO (Portal do MTO): https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/
doku.php/mto

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