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A maioria das células no organismo multicelular vão emitir e receber sinais e isso vai coordenar as ações desse organismo. É um processo bastante complexo e envolve muitas proteínas. A sinalização envolve um mecanismo chamado transdução de sinal- conversão da informação extracelular em sinais celulares. Esses sinais irão influenciar no comportamento celular como no metabolismo e divisão celular, expressão gênica, fagocitose, etc. Dois tipos de células sempre estão se comunicando: o Célula sinalizadora: emite a mensagem/sinal. Na maioria das vezes a molécula sinalizadora é secretada por exocitose no espaço extracelular, mas também pode estar exposta na membrana plasmática a célula. o Célula alvo- recebe a mensagem/sinal através de uma proteína receptora que pode estar na superfície da célula ou dentro dela. Os mecanismos de comunicação celular dependem de quatro elementos: o Molécula de sinalização extracelular: essa molécula foi liberada no espaço extracelular e vai ser reconhecida por uma proteína receptora. o Proteína receptora: está inserida na membrana plasmática da célula alvo. o Proteínas de sinalização intracelular: dentro da célula existem várias proteínas para que haja transferência de informação, que são ativadas como uma cascata- chamada de cascata de sinalização (uma proteína ativando outra e assim sucessivamente) até encontrar uma proteína efetora. o Proteínas efetoras: essas proteínas são as que efetivamente vão mudar o comportamento da célula. I. Dependente de contato: A molécula de sinalização está ligada na membrana plasmática da célula sinalizadora e exposta pela superfície da célula. II. Parácrina: Envolve células que estão próximas. Ela libera a molécula sinalizadora no espaço extracelular, afetando células adjacentes a ela. Associada a essa sinalização, existe a autócrina, pois ela libera sinais para células vizinhas e pode responder a si mesma. A célula que emite sinal tem receptores para responder o próprio sina. III. Sináptica: Envolve neurônios que vão liberar os neurotransmissores- moléculas de sinalização específica, na fenda sináptica. Eles se ligam a receptores na célula alvo. IV. Endócrina: Envolve hormônios. A célula sinalizadora é a glândula que sintetiza o hormônio e a molécula sinalizadora é um hormônio. Essa molécula foi liberada por uma célula endócrina na corrente sanguínea, então o hormônio será distribuído pela corrente sanguínea podendo afetar diversos tecidos diferentes. Tipos de sinalização A célula deve responder seletivamente aos múltiplos sinais aos quais está sujeita pois ela depende deles para sua sobrevivência. Uma célula que não recebe sinais dispara o processo de apoptose- morte celular programada. (A) Receptores de superfície celular Serão sempre proteínas transmembrana que estão inseridas na bicamada fosfolipídica da membrana plasmática. Vão reconhecer o sinal na superfície da célula. Existem três grupos de receptores que sempre vão reconhecer moléculas sinalizadoras que não conseguem se difundir pela bicamada fosfolipídica da membrana da célula alvo- são moléculas grandes e com características hidrofílicas. Elas vão encontrar seus receptores na membrana plasmática a célula. O sinal vai ser reconhecido na superfície e convertido em sinal intracelular, mas a molécula não vai entrar na célula alvo. 1. Receptores acoplados à canais iônicos: o Também chamados de receptores ionotrópicos. Nesse caso a proteína transmembrana possui função dupla: ela é receptora de sinal e transportadora de íons, o canal será regulado pela molécula ligante (acetilcolina) que vai promover a abertura desse canal para a passagem de íons. o Neurotransmissores que sinalizam através desses canais: serotonina, glutamato, glicina e ácido y-aminobutírico. 2. Receptores acoplados à proteínas G: o Receptor de passagem múltipla que está inserido na membrana plasmática da célula interagindo com ela. o Dentro desse grupo existem diversos receptores que vão se acoplar à uma proteína G (ligada à membrana e possui 3 subunidades: alfa, beta e gama) após receber a molécula sinalizadora. Essa molécula se liga no receptor e o ativa para que ele mude sua formação e se aproxime da proteína G. o Com essa ativação ele se acopla a proteína e aquele GDP que estava na subunidade alfa vai ser substituído por um GTP. A partir disso, as subunidades se separam em alfa ativa e beta e gama ativa. Eles podem se ligar a outras proteínas intracelulares passando informações adiante. o A subunidade alfa ativa se liga à uma proteína de membrana que também é uma enzima chamada adenililciclase e ativa ela. Quando ativa, ela converte o ATP (adenosina trifosfato) que está no citosol em uma molécula chamada AMP cíclico fazendo com que ele perca 2 fosfatos de uma vez e se torne uma adenosina monofosfato, que se fecha em um anel. o Esse AMP cíclico é um segundo mensageiro que está no citosol e vai ativar diversas outras proteínas como, por exemplo, a enzima PKA (proteína quinase). Quando ativa, ela pode sair fosforilando outros substratos diferentes dentro da célula, migrar para o núcleo e até mesmo regular a expressão gênica. o Os segundos mensageiros e as cascatas enzimáticas ampliam o sinal. o Existe também outro segundo mensageiro, a molécula que está dentro da célula espalhando o sinal a partir da sintetização fora da célula. o As subunidades da proteína G podem ativar a enzima fosfolipase C, que vai quebrar o fosfolipídio em dois pedaços e um deles é o inocitol, que ficará no citosol se tornando um segundo mensageiro podendo ativar outras proteínas. 3. Receptores acoplados à enzimas ou com atividade enzimática- RTK: o São proteínas transmembrana de passagem única pela membrana atravessando a bicamada fosfolipídica. o Chamados de receptores tirosina quinase o Possui diferentes tipos de receptores e formam um grupo com características em Tipos de receptores comum: região com domínio tirosina quinase. o Os receptores estão para fatores de crescimento- moléculas que regulam o ciclo celular da célula. o A molécula sinalizadora interage e se liga com o domínio extracelular da proteína, isso vai gerar uma modificação que vai ativar o domínio tirosina quinase. o O receptor de insulina é importante pois gera inúmeras sinalizações e respostas na célula o Normalmente os receptores estão na forma monomérica inativos na superfície da célula, mas quando a molécula sinalizadora se liga, ocorre uma aproximação de dois receptores formando um dímero. o A auto fosforilação que acontece nos receptores é promovida pela dimerização, onde uma enzima fosforila a outra e torna a região ativa, promovendo o recrutamento de outras proteínas para serem ativadas. Sinalização pela insulina A fosforilação pode ativar uma via que pode levar a exposição de transportadores de glicoses associados a vesículas, até que elas se fundem com a membrana (ajudando na captação de glicose dentro da célula) após a sinalização pela insulina. Essa via de sinalização envolve a proliferação e sobrevivência da célula e também com metabolismo de lipídios, proteínas e glicogênio. (B) Receptores intracelulares: Geralmente se encontram dentro do núcleo, mas também podem estar no citosol e migrar pro núcleo na hora da sinalização. Isso acontece pois em são proteínas reguladoras de genes e vão se ligar a uma sequência reguladora do DNA, logo devem trabalhar dentro do núcleo. São proteínas que possuem domínios de ligaçãoo DNA. Quando ele está sem a molécula sinalizadora, fica na forma inativa, pois possui um complexo inibitório associado a esse receptor, bloqueando o domínio de ligação ao DNA. Sinalização através de receptores intracelulares: A molécula sinalizadora entra na célula difundindo-se pela membrana plasmática para chegar no receptor (para isso ela precisa ser uma molécula pequena, hidrofóbica e ter afinidade pelos lipídeos para passar a bicamada fosfolipídica), ao chegar no núcleo encontra o receptor e o ativa pra que ele se ligue ao DNA. Os mecanismos de sinalização que envolve esses receptores intracelulares sempre vão regular a expressão gênica, e normalmente as moléculas sinalizadoras são hormônios com caráter lipídicos: esteroides, retinóides, vitamina D, hormônios tireoidianos. Tipos celulares diferentes podem responder de forma diferente ao mesmo ligante. O receptor define toda a resposta, uma mesma molécula sinalizadora pode ter perfis de respostas diferentes em células diferentes, pois essas células estão expressando um tipo de receptor que terá seu próprio mecanismo. Se a sinalização envolve uma alteração da transcrição gênica, acaba demorando mais tempo e tendo uma resposta mais lenta. Já se for uma cascata de sinalização (que vai levar uma operação de atividade de uma proteína na célula, ativar ou desativar essa proteína) isso envolve uma resposta bem rápida. Integração das vias de sinalização A sinalização é muito complexa, vai determinar tudo que acontece nas células e como elas definem seu destino. Sinalização através de gases: O óxido nítrico promove essa sinalização que independe de receptores. Os gases são moléculas muito pequenas que se difundem pela membrana, entrando na célula e mexendo diretamente com uma enzima. É um mecanismo importante envolvido no controle da pressão sanguínea. A célula endotelial que recobre internamente o vaso sanguíneo produz o óxido nítrico após uma sinalização (acetilcolina), ativa a enzima produtora desse gás, que ao ser liberado age nas células de musculo liso, que respondem com relaxamento muscular.
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