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47
UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS-ICH 
CURSO SERVIÇO SOCIAL SÃO PAULO/SP
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL: ATENDIMENTO EM CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
SÃO PAULO
2018
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL: ATENDIMENTO EM CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista- UNIP para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientador: SILVIO RIBEIRO.
SÃO PAULO
2018
FICHA CATALOGRÁFICA (verso)
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO EM CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Paulista- UNIP para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientador: SILVIO RIBEIRO.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________ ___/___/___.
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
_____________________ ___/___/___.
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
_____________________ ___/___/___.
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
RESUMO
As pessoas acima de 60 anos, muitas vezes estão aposentadas, a família e a sociedade, geralmente, passam a enxergá-las como um peso, pessoas que não rendem mais, pois não possuem forças físicas e não trabalham, precisam de ajuda para atividades que antes seriam comuns ao dia a dia. Essa visão gera violência e maus tratos aos idosos, principalmente dos familiares, pois convivem juntos a maior parte do tempo. A legislação brasileira tem implantado benefícios aos idosos, porém não são acatadas de forma integral. Assim o assistente social representa uma esperança na busca pelo cumprimento das leis em prol do idoso. Este trabalho tem caráter bibliográfico, isto é, foi revisto artigos, documentos e livros que tratam do assunto sobre o papel do assistente social em casos de violência contra os idosos. O principal objetivo da pesquisa é investigar a potencialidade do assistente social quanto ao enfrentamento da violência contra os idosos e a garantia dos direitos recomendados pela política pública, além de compreender o processo histórico e a política nacional do idoso, analisar os diversos tipos de violência que se manifesta contra o idoso e analisar como o CREAS auxilia o idoso contra as violências sofridas.
Palavras-chave: Assistente Social; Idoso; Violência.
ABSTRACT
People over the age of 60 are often retired, the family and society usually see them as a burden, people who do not pay more, do not have physical strength and do not work, need help for activities that before they would be common to day to day. This view generates violence and maltreatment to the elderly, mainly of the relatives, since they live together most of the time. Brazilian legislation has implemented benefits for the elderly, but they are not fully complied with. Thus the social worker represents a hope in the search for compliance with the laws in favor of the elderly. This work has a bibliographic character, that is, it has been reviewed articles, documents and books that deal with the subject on the role of social worker in cases of violence against the elderly. The main objective of the research is to investigate the social worker's potential to confront violence against the elderly and to guarantee the rights recommended by public policy, as well as to understand the historical process and national politics of the elderly, to analyze the different types of violence that is expressed against the elderly and analyze how CREAS assists the elderly against the violence suffered. 
Keywords: Social Worker; Old man; Violence.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	6
1. HISTÓRIA E POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO	8
1.1. Envelhecimento e os Efeitos Fisiológicos	10
1.2. Da Velhice à Terceira Idade	11
1.2.1. Surgimento da Terceira Idade	13
1.3. Lei e Políticas Públicas do Idoso no Brasil	15
1.3.1. Políticas Públicas do Idoso no Estado de São Paulo	21
2. VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO	23
2.1. Entendendo a Violência	23
2.2. Violência e o idoso	24
2.2.1. Tipos de violência contra a pessoa idosa	25
2.3. Violência Contra o Idoso no Ambiente Familiar	29
3. ASSISTÊNCIA SOCIAL E O AUXÍLIO AO IDOSO	32
3.1. Serviço Social no Brasil	32
3.2. Ações do Assistente Social em Benefício aos Idosos	40
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS	43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	44
INTRODUÇÃO
A expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado a cada ano, assim como o número de idosos no país. Segundo estudos do SIS - Síntese de Indicadores Sociais, divulgado pelo Portal Brasil no final de 2016, a proporção de idosos acima de 60 anos, entre 2005 e 2015, aumentou em 4,5%. Com isso aumenta o número de idosos que trabalham, recebem salário, são úteis à sociedade e estão longe de se preocuparem com aposentadoria e um sossego que muitas vezes é tratado como invalidez.
Apesar de toda evolução que está acontecendo na chamada "terceira idade", esta ainda é uma fase da vida que precisa de cuidados mais intensos, visitas frequentes a médicos, cuidados para evitar a depressão que ocorre devido a solidão, perda de entes queridos e inatividade e outros problemas como ansiedade, fobias e nervosismo. Muitos ainda vêem os idosos como uma pessoa que não é capaz de contribuir para o progresso social, muitas famílias os tratam como empecilho a seus afazeres, uma responsabilidade que filhos e parentes não querem assumir.
A pesquisa realizada para a conclusão deste trabalho foi impulsionada pelos maus tratos a que são expostas as pessoas idosas. Tanto a imprensa como os órgãos prestadores de serviços públicos retratam o abuso financeiro por conta dos familiares dos idosos, abandono, negligência aos cuidados básicos e até agressão física. Esses atos se enquadram em atos de violência psicológica, física e verbal.
Diante desses fatos, o assistente social pode intervir a favor do idoso nos casos de violência?
As políticas públicas, tanto no mundo como no Brasil, propõe garantias a um envelhecimento digno e de qualidade à população. Há diversos canais de denúncias, programas e planos legais que garantem a participação dos idosos na vida econômica, política e social. É essencial que os cidadãos idosos gozem de seus direitos e desenvolvam plenamente seus potenciais mediante aos recursos culturais, educativos, recreativos, saúde e higiene.
O objetivo principal deste estudo foi investigar a potencialidade do assistente social quanto ao enfrentamento da violência contra os idosos e a garantia dos direitos recomendados pela política pública. Para isso foi preciso compreender o processo histórico e a política nacional do idoso, analisar os diversos tipos de violência que se manifesta contra o idoso e analisar como o CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social auxilia o idoso contra as violências sofridas.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento dos objetivos propostos foi teórica-bibliográfica, isto é, foi feita uma revisão de documentos públicos como o Estatuto do Idoso e Política Nacional de Assistência Social (PNAS), além de autores, revistas e artigos científicos publicados.
A monografia aqui apresentada foi dividida em três capítulos, onde o primeiro capítulo intitula-se História e Política Nacional do Idoso. Este capítulo descreve toda a trajetória e evolução dos idosos no Brasil, assim como as leis e benefícios que surgiram ao longo do tempo. Neste capítulo também é analisado os efeitos fisiológicos que acontecem no ser humano após os 60 anos de idade, como é tratada a velhice no país e detalhado o termo terceira idade. A legislação e políticas públicas tratadas neste capítulo têm foco nos documentos nacionais e estaduais de São Paulo.
O segundo capítulo intitula-se Violência contra o Idoso, pois é aqui que será analisado o que é violência e como ela é direcionada às pessoas idosas, pois não é apenas a agressão física que se caracteriza violência, há diversas outras formas de maus tratos que se enquadram como atitudes violentas, principalmenteno ambiente familiar.
O terceiro capítulo, intitulado Assistência Social e o Auxílio ao Idoso, é o responsável em apresentar o serviço do assistente social em prol ao idoso, este capítulo traz a evolução do serviço social no Brasil e como os profissionais da área agem para garantir o bem estar do idoso no país.
Por fim, as considerações finais apresentam o resultado da pesquisa bibliográfica e as considerações dos autores perante o tema proposto.
1. HISTÓRIA E POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO
A expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado a cada ano, assim como o número de idosos no país. Segundo estudos do SIS - Síntese de Indicadores Sociais, divulgado pelo Portal Brasil no final de 2016, a proporção de idosos acima de 60 anos, entre 2005 e 2015, aumentou em 4,5%. Com isso aumenta o número de idosos que trabalham, recebem salário, são úteis à sociedade e estão longe de se preocuparem com aposentadoria e um sossego que muitas vezes é tratado como invalidez.
Segundo o IBGE, em 1950, havia no mundo, 204 milhões de idosos, em 1998, eram 579 milhões e as expectativas para 2050 serão 1900 milhões de idosos. No Brasil, o IBGE mostra que em 2000, eram 15 milhões de idosos.
A pesquisa realizada pelo SABE - Saúde, Bem Estar e Envelhecimento, mostra que no estado de São Paula, em 2000, eram 1 milhão de idosos.
A maior preocupação não é o aumento populacional idoso, mas sim a condição em que essa população envelhece.
Simão, Baia e Trotta (2011) afirmam que antigamente a palavra idoso retratava algo pejorativo, pois o idoso era visto como encargo, dependência, trabalho e amolação, muitos deles estavam em asilos, casas de repouso ou clínicas geriátricas, sem carinho, sem afeto, mesmo tendo filhos, netos ou outros parentes, sendo fadados a terminarem seus dias sozinhos.
A terceira idade é mais uma etapa da vida do ser humano, assim como a infância e a adolescência, cada etapa com suas características específicas. As transformações que ocorrem no ser humano em aspectos fisiológicos, ambientais, sociais e psicológicos, por exemplo, acontecem ao longo da vida caracterizando o idoso. 
Zacharias (2001) relata que terceira idade é um termo criado por Dr. Huet, gerontologista francês, em 1962. Cronologicamente, a terceira idade está na faixa de 60 a 65 anos de idade. Terceira idade, este termo é usado para identificar uma geração que se aposenta e envelhece ativamente. 
As características físicas de um idoso são visíveis, não generalizando, mas o tempo, a hereditariedade, o ambiente, a dieta e estilo de vida contribuem para a incapacidade física ou não, segundo a SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria (2017) há idosos capazes de realizar atividades físicas diversas enquanto alguns são totalmente dependentes de outra pessoa para realizar, inclusive, atividades básicas do dia-a-dia. 
Há a necessidade de aumentar as visitas médicas, pois mesmo o idoso mais preparado fisicamente terá enfraquecimento dos músculos e ossos, as doenças crônicas se agravam. 
Segundo Zacharias (2001) as doenças mais comuns na terceira idade são: glaucoma, catarata, fraqueza, cansaço, edema nos pés, feridas crônicas nos membros inferiores, diabetes, tuberculose, sífilis, dificuldades de urinar, tosse crônica, artrite reumática, problemas cardíacos, derrame, surdez, insônia, cirrose hepática, vesícula e impotência sexual.
A depressão é um problema de saúde de grande importância na terceira idade devido à solidão, a inatividade e as perdas de entes queridos. Também se destaca as manifestações neuróticas na terceira idade, algumas das principais são a ansiedade, o nervosismo e as fobias. Esse tipo de doença é diagnosticado através de exames clínicos, avaliação psiquiátrica e neurológica.
A velhice com caráter de indignação, pobreza, abandono e carência se transformou, o termo terceira idade trouxe uma nova dinâmica ao definir idosos e também em suas características, assim afirma Silva (2008, p. 01):
De fato, a modificação da sensibilidade investida sobre a velhice acabou gerando uma profunda inversão dos valores a ela atribuídos: antes entendida como decadência física e invalidez, momento de descanso e quietude no qual imperavam a solidão e o isolamento afetivo, passa a significar o momento do lazer, propício à realização pessoal que ficou incompleta na juventude, à criação de novos hábitos, hobbies e habilidades e ao cultivo de laços afetivos e amorosos alternativos à família.
Neste mesmo sentido Debert (1999) apud Silva (2008) ressalta que a terceira idade é vista como possibilidade de vivenciar o envelhecimento de forma prazerosa e gratificante, propiciando a realização de projetos e ambições pessoais. Já Netto (2004) chama de terceira idade indivíduos com idade superior a 60 anos.
Silva (2008) cita Laslett (1991) considerando que o aumento da longevidade com qualidade de vida se dá devido às novas tecnologias médicas e os benefícios da aposentadoria. A autora também relata que Lenoir (1979) afirmava que terceira idade era uma nova categoria entre a maturidade e a velhice, e observa a autonomia dessa nova categoria:
Terceira idade em contraposição à velhice, aposentadoria ativa em contraposição à aposentadoria passiva, casa de repouso em contraposição a asilo, gerontologia em contraposição à assistência social. No entanto essa nova representação não teria se difundido como identidade etária se sua capacidade descritiva não encontrasse correspondência nos anseios e nas demandas que surgiam no cotidiano dos sujeitos. (LENOIR apud SILVA, 2008, p. 01)
Toda essa mudança teve reflexo no pensamento e no comportamento das pessoas, o idoso de hoje é preocupado com atividades, aprendizagem, satisfação pessoal e vínculos afetivos. A aposentadoria e algumas limitações físicas e psicológicas decorrentes da idade não podem ser fatores que afastem o idoso do seu papel como cidadão na sociedade.
Miranda e Banhato (2008) acreditam que o próprio idoso deve buscar alternativas para continuar vivendo com qualidade e satisfação, para isso as autoras citam:
Independente de sua idade, as necessidades psicológicas e sociais do indivíduo permanecem, portanto é viável afirmar que o idoso almeja manter suas relações sociais. A teoria da atividade influenciou e influencia até hoje os movimentos sociais de idosos e orienta proposições nas áreas do lazer e da educação não-formal, afirmando que são veículos privilegiados para a promoção do bem-estar na velhice. (SIQUEIRA, 2002 apud MIRANDA e BANHATO, 2008, p. 71)
A teoria da atividade citada no artigo de Miranda e Banhato (2008) visa um envelhecimento ideal, isto é, um idoso capaz de realizar suas atividades sociais, um fenômeno, chamado pelas autoras, envelhecimento ativo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde:
Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. Para que o envelhecimento seja uma experiência positiva, não basta apenas ter uma vida longa, mas também oportunidades nos campos da saúde, participação e segurança. O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Ele permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades; ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários (OMS, 2005, apud MIRANDA e BANHATO, 2008, p. 71).
Para garantir a qualidade de vida das pessoas na terceira idade, benefícios são oferecidos em diversas áreas, tais benefícios são garantidos por lei.
1.1. Envelhecimento e os Efeitos Fisiológicos
Ocorrem muitas mudanças no corpo do ser humano ao longo da vida e no envelhecimento essas mudanças se tornam mais visíveis, são alterações das capacidades físicas, diminuição da força muscular, agilidade, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, hipotrofia cerebral e muscular, diminuição da elasticidade vascular e muscular,concentração de tecido adiposo, tendência à redução de cálcio pelos ossos, desvios de coluna, altura, densidade óssea, volume respiratório, frequência cardíaca máxima, débito cardíaco, consumo máximo de oxigênio (Vo2máx) e as alterações psicossociais que provocam depressão, isolamento social e baixa autoestima (MAZINI FILHO et. al., 2009 apud CARVALHO, 2013).
A figura a seguir mostra os efeitos fisiológicos do envelhecimento:
Figura 1: Efeitos no Processo de Envelhecimento
	
Fonte: Carvalho e Kaneko, 2013, p. 04
Para Matsudo (2006 apud Carvalho, 2013) a redução da força e da massa musculoesquelética (sarcopenia) são os principais fatores responsáveis pela diminuição da mobilidade e funcionalidade do indivíduo que está envelhecendo. 
1.2. Da Velhice à Terceira Idade
Até o século XIX não havia diferenciação entre as faixas etárias das pessoas, não havia leis que determinavam o tempo que a pessoa trabalhava cronologicamente, por exemplo (SILVA, 2008).
Segundo Lemos et. al. (2018), no final do século XIX os avanços da medicina propiciaram a divisão de velhice e enfermidade e no século XX surgem a gerontologia e a geriatria como disciplinas formais. 
Conforme a sociedade foi se modernizando, surgem as diferentes etapas da vida, inclusive a velhice. Segundo Silva (2008), essa modernização ocorreu entre os séculos XIX e XX, foi nessa época que houve condições para o surgimento da velhice. "Dois fatores se destacam como fundamentais e determinantes: a formação de novos saberes médicos que investiam sobre o corpo envelhecido e a institucionalização das aposentadorias" (SILVA, 2008, p. 03).
Ao longo do século XX algumas leis em prol do idoso foram sendo promulgadas, como o Código Civil (1916), o código eleitoral (1965), decretos, leis, portarias, a lei 6179 (1974), a renda mensal vitalícia e a constituição federal de 1988.
Essas leis e vários outros direitos e benefícios dispensados ao idoso tiveram ênfase devido à geriatria e a gerontologia (SILVA, 2008). A geriatria teve início no século XX, devido ao fisiologista Ignatz Nascher desenvolver um trabalho em que a velhice era identificada através de bases clínicas. Nascher, segundo Silva (2008), observou a degeneração do corpo, formulou as características biológicas e identificou tratamentos adequados aos idosos.
A autora Silva (2008) ainda ressalta que desde o surgimento da geriatria a influência social do envelhecimento físico a as experiências da velhice ficaram mais evidentes quebrando barreiras legais, políticas, assistenciais e sociais.
A geriatria no Brasil foi socialmente reconhecida em 1961, devido à fundação da SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Em 1975 são implantados grupos de convivência para idosos previdenciários através do INPS - Instituto Nacional da Previdência Social e o PAI - Programa de Assistência ao Idoso. O olhar do governo aos idosos ainda era apenas assistencialista. (LEMOS et. al., 2018)
Lemos et. al. (2018) citam as intervenções sociais ocorridos na segunda metade do século XX em prol do idoso, como o Clube da Maior Idade, programa da Embratur que da desconto aos idosos em viagens, Fundação Roquete Pinto e o Programa Realidade que instrui quanto aos aspectos legais, culturais, de saúde e lazer. Os Conselhos Estaduais e Municipais do idoso e programas de preparação para a aposentadoria. A LBA - Legião Brasileira de Assistência aumenta o atendimento aos idosos e o trabalho voluntário em diversos pontos do país. 
1.2.1. Surgimento da Terceira Idade
Para fins de censo demográfico, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), para as Políticas Sociais e para a Política Nacional do Idoso o termo oficial usado para denominar pessoas acima de 60 anos é idoso.
O termo terceira idade surgiu na França, na década de 60, não é o termo usado legalmente, mas é um termo popular na sociedade para se referir às pessoas idosas.
Segundo Matos (2018), a terceira idade é uma nova visão da velhice, são idosos ativos e que buscam novas experiências para uma velhice saudável, por exemplo, são as faculdades da terceira idade, spas, grupos de dança, viagens, academias, lojas, cosméticos, revistas especializadas, entre outros benefícios criados para esse público.
Não era comum a chegada das pessoas à terceira idade, portanto este é um assunto novo, com pesquisas restritas e recentes, Silva (2008) confirma que essa evolução se dá pela modernidade.
Laslett (1991) considera o aumento da longevidade e qualidade de vida – resultantes do avanço das tecnologias médicas – e o surgimento das aposentadorias como os dois principais fatores que, em conjunto, garantem o ingresso dos sujeitos na terceira idade. No entanto, se a nossa intenção se dirige ao entendimento da terceira idade como uma categoria social historicamente construída, cuja inserção no espaço público dá ensejo a novas formações identitárias, parece necessário identificar os fatores que permitiram, influenciaram ou favoreceram sua origem e sua legitimidade no imaginário cultural. Destaco como hipótese para o surgimento da terceira idade a generalização e a reorganização dos sistemas de aposentadoria, a substituição dos termos de tratamento da velhice, o discurso da gerontologia social e os interesses da cultura do consumo (SILVA, 2010, p. 10).
Com tanta evolução não há como classificar a terceira idade através da idade biológica, portanto são considerados pela aposentadoria. A aposentadoria é a entrada na terceira idade, dando aos idosos a possibilidade de novos hábitos e comportamentos que colaboram para uma velhice saudável e ativa. 
Palácios (2007 apud Matos, 2018) explica terceira como um número que sucede a primeira e segunda, logo terceira idade compreende a maturidade, "o ponto culminante em uma linha abstrata da vida".
Silva (2008, p. 2) explica:
A redefinição de todo o ciclo da vida em função do surgimento da noção de terceira idade transforma a infância em primeira idade, a idade adulta em segunda idade, o novo período que surge em terceira idade; e a velhice nas etapas mais tardias, em quarta idade. Neste esquema, a divisão entre as diferentes etapas da vida não se dá por meio de datas de aniversário ou outros critérios biológicos, mas por meio de atividades e características específicas.
A terceira idade não é determinada por idade e sim pelas escolhas feitas pela pessoa, não há mais modelos de vida a serem seguidos, não há pessoas mais velhas, como os pais, que determinam o caminho a trilhar, as pessoas da terceira idade tem vontade própria, disposição e liberdade para seguirem o que acham mais benéfico para suas vidas.
Debert (1999 apud Silva, 2008) reflete sobre a imagem positiva da vivência da terceira idade, onde o envelhecimento é visto como prazeroso e gratificante, momento em que há a possibilidade do idoso realizar seus projetos e ambições pessoais. Esse modo ativo de envelhecer esconde os problemas físicos e cognitivos que são consequência da idade avançada, diminuindo a responsabilidade social diante do fato.
No Brasil, há uma diversidade muito grande em diversos aspectos, isso faz com que o grupo homogêneo descrito como terceira idade não seja real. Os problemas sociais e econômicos que há no país impedem que o envelhecimento seja igual para todos (SILVA, 2008).
A terceira idade, de certa forma, exclui o caráter envelhecimento da cultura social, o positivismo gerado em tal fase da vida oculta a identidade da velhice, há muitos aspectos positivos, mas em um país com tantos problemas sociais, tantas diversidades e preconceitos os aspectos negativos se tornam relevantes para a velhice que se torna terceira idade ativa.
A terceira idade existe sim, não como uma realidade unânime, ainda há muitas controvérsias a serem discutidas, mas é visto que a velhice está sendo modificada, como diversos pontos positivos que levam as pessoas a serem mais dinâmicas e ativas, mudando aquela imagem de dependência e invalidez para uma imagem mais firme e determinada, capaz de realizar diversas atividades, é uma fase da vida mais autônoma e independente.
A evoluçãoe transformação da velhice fizeram com que as políticas nacionais dos idosos também sofressem alterações, a legislação do idoso é recente, mas já conquistaram muito em relação há alguns anos.
1.3. Lei e Políticas Públicas do Idoso no Brasil
As políticas públicas para a terceira idade visam contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, isto é, foram criadas leis, regulamentos, normas e projetos administrados pelo Estado a fim de garantir que as pessoas acima de 60 anos tenham uma vida com qualidade emocional, física e social.
Albuquerque et. al. (2007) afirma que é necessário uma atitude ética, consciente e cidadã dos envolvidos e interessados em viver envelhecendo de maneira saudável. Os envolvidos e interessados são profissionais da saúde, psicólogos, Estado e sociedade de maneira geral.
Antes dos detalhes sobre as Políticas Públicas, segue um breve resumo de 1989 até 2006:
Tabela 1: Cronograma sobre a Legislação do Idoso
	ANO
	AÇÃO
	1989
	O Ministério da Saúde publica a Portaria Federal de nº 810/89, que determina a normatização do funcionamento padronizado de instituições ou estabelecimentos de atendimento ao idoso;
	1990
	Aprovado o Código de Defesa do Consumidor;
	1993
	Promulgados o Estatuto do Ministério Público da União e a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), reconhecida como política de seguridade social, responsável pela garantia de proteção social não contributiva à população socialmente mais exposta a riscos e criação de instâncias de pactuação e compartilhamento de experiências nos três níveis governamentais sob a forma de conferências;
	1994
	Sancionada a Política Nacional do Idoso;
	2003
	Promulgado o Estatuto do Idoso;
	2004
	Sancionada, em outubro, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS);
	2005
	Regulamentada a PNAS, pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), responsável pelo pacto federativo de operacionalização da política;
	2006
	Implementada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e instituído o Pacto pela Saúde, pela Portaria do Ministério da Saúde nº 399/06, que se constitui em um conjunto de reformas institucionais do Sistema Único de Saúde – SUS, compartilhado pela União, Estados e Municípios.
Fonte: O autor
As primeiras citações do idoso na legislação brasileira foram no início do século XX, como o Código Civil de 1916 que, segundo Cruz e Leite (2005), o Idoso era encarado quase como um menor ou insano. Durante sua vigência, cidadãos considerados Idosos não podiam dispor de seus bens, bens estes que foram fruto de seu trabalho, de seu esforço pessoal, sejam físicos ou intelectuais, pela simples questão de terem os anos passados e ele, obviamente, ter envelhecido, sem o aval de terceiros, bem como, contrair núpcias. Além do Código Penal em 1940 e o Código Eleitoral em 1965 (CRUZ e LEITE, 2005).
De acordo com Albuquerque et. al. (2007), a Constituição Brasileira de 1988 foi a primeira a tratar o idoso e a velhice como um problema social, indo além da assistência previdenciária e assegurando a proteção na forma de assistência social. A seguir alguns artigos da CF/88 que citam os idosos:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: [...] § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: [...] II -  facultativos para: b)  os maiores de setenta anos; [...]
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
 § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: [...] II -  compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III -  voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:
 a)  sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
 b)  sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:  I -  cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;  Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I -  a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; [...] V -  a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988).
Em 1991, o governo Collor e ministros elaboram o Plano Preliminar para a Política Nacional do Idoso, segundo Lemos et. al. (2018), este plano tinha o objetivo de promover a autonomia, integração e participação efetiva dos idosos na sociedade, para que sejam co-participes da consecução dos objetivos e princípios fundamentais da nação, também previa ações referentes à formação da opinião pública, ao trabalho, previdência social, educação, saúde, habitação, assistência social, esportes e lazer e à cultura.
Em 1994 foi sancionada a Lei nº 8842 que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso:
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade. (BRASIL, 1994)
Em 1996 a Lei nº 8842 é regulamentada pelo decreto nº 1948/96.
O decreto 1948/96 foi sancionado no governo Fernando Henrique Cardoso, assim criou-se o Plano Integrado de Ação Governamental para o Desenvolvimento da Política Nacional do Idoso.
A Política Nacional do Idoso, instituída pela Lei 8.842/94, regulamentada em 3/6/96 através do Decreto 1.948/96, amplia significativamente os direitos dos idosos sendo os princípios:
1. a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; 2. o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objetivo de conhecimento e informação para todos; 3. o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; 4. o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através dessa política; 5. as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedadeem geral na aplicação dessa lei (BRASIL, 1996). 
Analisando estes princípios, percebe-se que a lei garante uma renda e também vínculos relacionais e de pertencimento que assegurem mínimos de proteção social aos idosos, objetivando a participação, emancipação e construção da cidadania e de um novo conceito social para a velhice.
No decorrer dos anos também foram promulgados o Código de Defesa do Consumidor (1990), Estatuto do Ministério Público da União (1993), Lei Orgânica da Assistência Social – Loas (1993), Política Nacional do Idoso (1994), Estatuto do Idoso (2003) e Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006). No âmbito do Estado de São Paulo, foi aprovada a Política Estadual do Idoso (2007). Todos a favor da defesa do idoso.
Existem dispositivos legais que têm por objetivos nortear ações sociais e de saúde, garantir os direitos das pessoas idosas e obrigar o Estado a proteger os mesmos. Entre eles, destacam-se o Estatuto do Idoso, a Política Nacional do Idoso e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. 
Segundo a publicação Políticas Públicas para Pessoas Idosas de 2009, o Estatuto do Idoso regulamenta direitos e deveres dos cidadãos a partir de 60 anos de idade. 
O artigo terceiro do Estatuto do Idoso (2013) cita que:
 Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso [...] (ESTATUTO DO IDOSO, 2013, p. 8) 
Dessa forma, o idoso tem garantido seus direitos, e, principalmente, tem a preferência no atendimento em órgãos públicos e privados e na execução de políticas públicas específicas, considerando que a população idosa constitui público alvo dessas políticas. 
Outro ponto a ser ressaltado no Estatuto do Idoso é o artigo 4º que proíbe a discriminação, violência, negligência, opressão ou crueldade que atinja os direitos do idoso, havendo punição prevista em lei (BRASIL, 2013, p. 9).
Os artigos 8 e 9 que regem sobre o direito à vida:
Art. 8.º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. Art. 9.º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade (BRASIL, 2013, p.10).
O artigo 10 assegura os direitos civis e políticos, "É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana 10 e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis" (BRASIL, 2013, p. 10).
Os artigos 11, 12, 13 e 14 versam sobre os alimentos:
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores. Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social (BRASIL, 2013, p. 12).
O atendimento do idoso pelo SUS - Sistema Único de Saúde também está previsto na legislação brasileira, o Estatuto do Idoso garante o atendimento prioritário a essa população assim como a distribuição de remédios, principalmente os remédios de uso contínuo. 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos (BRASIL, 2013, p. 12).
Também foi criada a PNSPI - Política Nacional de Saúde da População Idosa, cuja finalidade primordial é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência da população idosa, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, concordando com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Segundo Albuquerque et. al. (2007), a PNSPI fundamenta a ação do setor saúde na atenção integral à população idosa e em processo de envelhecimento, conforme determinam a Lei Orgânica de Saúde nº. 8080/90  (Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral) e a Lei nº. 8842/94, regulamentada pelo Decreto nº. 1948/96. Assegura os direitos dos idosos e busca criar condições para a promoção da autonomia, integração e participação dos idosos na sociedade. Cabendo ao setor saúde prover o acesso dos idosos aos serviços e às ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde. 
O foco central da PNSPI é:
Recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo dessa política todo cidadão e cidadã brasileiros com 60 anos ou mais de idade (BRASIL, 2006).
Para resumir o entendimento sobre as políticas públicas que norteiam o idoso pode-se destacar a Lei Orgânica da Saúde nº 8080/90 que prevê o atendimento prioritário ao idoso no SUS - Sistema Único de Saúde. Em 2003 foi instituído o Estatuto do Idoso afirmando conhecimentos e ações fundamentais na área do envelhecimento. E em 2006 o PNSPI - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa foi instituído pela portaria 2528, garantindo a atenção adequada aos idosos.
O Estatuto do Idoso ainda rege pela educação, cultura, esporte, lazer e diversão. Garante o direito ao trabalho sem discriminação de idade. A previdência e assistência social, o transporte público, enfim, o Estatuto do Idoso firma direitos e deveres e estabelece sanções a quem violá-los, este é o avanço dos direitos públicos do idoso.
Previdência social. Determinação de que o reajuste dos valores dos benefícios concedidos ocorrerá na mesma data de reajuste do salário-mínimo.
Assistência Social. O estatuto assegurou ao idoso acima de 65 anos (e não mais 67), que não tenha como prover a própria subsistência, nem tê-la provida pela família, o benefício mensal no valor de um salário-mínimo nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) (BRASIL, 2013).
Habitação. Prioridade na aquisição de imóveis nos programas habitacionais; assim como a assistência integral prestada por entidades na hipótese de não haver grupo familiar que ampare o idoso (BRASIL, 2013).
Transporte. Em síntese, garantindo aos maiores de 65 anos a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, assim como reserva de vagas no transporte coletivo interestadual (BRASIL, 2013).
Medidas de proteção aos idosos. São aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos no Estatuto forem ameaçados ou violados (BRASIL, 2013).
Entidades de Atendimento e sua fiscalização. O Estatuto trouxe uma disciplina mais severa quanto às entidades de atendimento e sua fiscalização
Acesso à justiça. Criação de varas especializadas e da prioridade na tramitação de processos judiciais e administrativos em que idosos figurem como parte ou interveniente (BRASIL, 2013).
Crimes. Criminalização de várias condutas contrárias aos preceitos do Estatuto e lesivas aos idosos. Dentre as quais, estabeleceu punições exemplares para coibir atitudes nocivas aos idosos,como a omissão desumana ou degradante; discriminação e abandono (BRASIL, 2013).
O Estatuto do Idoso é uma conquista da sociedade brasileira como política pública de inserção social e, vem cumprindo com eficácia seu papel em prol da população envelhecida, ao estabelecer direitos e deveres e definir punições aos que os violarem. No Brasil, segundo Camarano e Leitão (2010, p.71), “as políticas de cuidados de longa duração são de responsabilidade do órgão da assistência social, cabendo à vigilância sanitária, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o papel de fiscalizar as entidades que cuidam de idosos”. Ainda segundo as autoras, “a política de assistência social vem passando por profundas transformações, envolvendo alterações de concepção, modelo de gestão e formas de financiamento”.
1.3.1. Políticas Públicas do Idoso no Estado de São Paulo
A Política Estadual do Idoso em São Paulo foi consolidada pela lei nº 12.548/2007. Esta lei assegura os direitos à cidadania, à vida, à dignidade, ao bem-estar e à participação na sociedade.
Artigo 1º - Esta lei consolida a legislação relativa ao idoso no Estado de São Paulo.
Parágrafo único - Encontram-se consolidadas as seguintes leis:
1. Lei nº 3.464, de 26 de julho de 1982; 2. Lei nº 4.961, de 8 de janeiro de 1986; 3. Lei nº 5.198, de 24 de junho de 1986; 4. Lei nº 5.928, de 26 de novembro de 1987; 5. Lei nº 7.576, de 27 de novembro de 1991; 6. Lei nº 9.057, de 29 de dezembro de 1994; 7. Lei nº 9.315, de 26 de dezembro de 1995; 8. Lei nº 9.499, de 11 de março de 1997; 9. Lei nº 9.500, de 11 de março de 1997; 10. Lei nº 9.688, de 30 de maio de 1997; 11. Lei nº 9.802, de 13 de outubro de 1997; 12. Lei nº 9.892, de 10 de dezembro de 1997; 13. Lei nº 10.003, de 24 de junho de 1998; 14. Lei nº 10.123, de 8 de dezembro de 1998; 15. Lei nº 10.329, de 15 de junho de 1999; 16. Lei nº 10.365, de 2 de setembro de 1999; 17. Lei nº 10.448, de 20 de dezembro de 1999; 18. Lei nº 10.473, de 20 de dezembro de 1999; 19. Lei nº 10.740, de 8 de janeiro de 2001; 20. Lei nº 10.779, de 9 de março de 2001; 21. Lei nº 10.933, de 17 de outubro de 2001; 22. Lei nº 10.938, de 19 de outubro de 2001; 23. Lei nº 10.952, de 7 de novembro de 2001; 24. Lei nº 11.061, de 26 de fevereiro de 2002; 25. Lei nº 11.251, de 4 de novembro de 2002; 26. Lei nº 11.355, de 17 de março de 2003; 27. Lei nº 11.369, de 28 de março de 2003; 28. Lei nº 11.759, de 1º de julho de 2004; 29. Lei nº 11.877, de 19 de janeiro de 2005; 30. Lei nº 12.107, de 11 de outubro de 2005; 31. Lei nº 12.271, de 20 de fevereiro de 2006. (BRASIL, 2007)
A Política Estadual do Idoso de São Paulo tem o objetivo de garantir as condições para que a população acima de sessenta anos tenha assegurada todos os direitos à cidadania: direito à vida, direito à dignidade, direito ao bem estar, direito à participação na sociedade. Cabe à família, à sociedade e ao Estado observar a aplicação e o cumprimento da lei.
A luta pelos direitos dos idosos tem crescido e se fortalecido com as políticas públicas que foram sendo criadas ao longo do tempo, mas é importante que toda a sociedade esteja ciente dessas leis, dos direitos e também dos deveres que regem os idosos.
O Estatuto do Idoso é uma referência para a população em geral, mas o interessante é a conscientização e respeito de cada um, a igualdade e a universalidade dos direitos, não só para uma melhor qualidade de vida dos idosos, mas para todas as idades.
Infelizmente no Brasil, nem todas as leis são executadas a favor do idoso, muitos ainda vivem em condição de vulnerabilidade social, sem acesso à saúde, a uma moradia digna, à alimentação, entre outros itens básicos para a sobrevivência.
Muitos idosos, no Brasil, são vítimas de violência, dentro e fora de casa. Muitos ainda são considerados como um peso que incomoda a família e são tratados com descaso e desumanidade. Essa realidade é triste, mas muitos idosos a presenciam diariamente, as situações de violência e abandono são causadas por familiares, profissionais de diversas áreas que prestam serviços a eles, entre outros.
Existem as leis que protegem os idosos, falta informação, divulgação e execução.
2. VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
2.1. Entendendo a Violência
A violência é um problema mundial e antigo, existe desde os primórdios, foi mudando conforme a evolução da sociedade, pois antes era vista como uma agressividade instintiva devido a necessidade de sobrevivência do homem na natureza, atualmente a violência se resume em comportamentos que danificam pessoas, objetos ou animais (SOUSA, 2010).
A violência é contrária ao direito e à justiça, é um comportamento humano que causa danos morais, jurídicos e religiosos. Violência oprime a população, tanto nos planos econômicos, como políticos, morais e físicos, gerando sofrimento, miséria e humilhação (SOUZA, 2011).
 “Uma sociedade fundada na violência estrutural, na escravidão, num processo de colonização violada dos direitos básicos da pessoa humana cria necessariamente formas de sociabilidade e uma cultura de violência e exclusão.” (ZENAIDE, 2011, p. 11).
A violência é vivenciada dia a dia pelas pessoas, principalmente nos grandes centros, apesar de pensar em violência como agressão física, Silva (2005) explica que não só os ataques físicos são considerados violência, mas todo ato que cause constrangimento psíquico. "A violência é violação da integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis porque o assassinato, a tortura, a injustiça, a mentira, o estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime" (SILVA, 2005, p. 21).
A OMS (2004) reconhece a violência em categorias de abuso físico, psicológico, emocional, sexual, financeiro e negligência, constituindo uma questão de saúde além de social.
O governo possui prioridades em sua gestão e muitas vezes essas prioridades se resumem no desenvolvimento econômico, logo o desenvolvimento social é deixado em segundo plano e os problemas são apenas amenizados.
Para Guzzo (2006):
Vivemos em um país marcado por grandes injustiças sociais. Somos alimentados diariamente com informações que reduzem a complexidade do fenômeno relacionando a violência a indivíduos ou grupos sociais. A violência pode qualificar ações individuais e coletivas, mas emerge a partir de marcos sociais que têm sua origem na negação do direito a uma vida digna, na exploração de uns pelos outros.
A solução para a violência social, segundo Guzzo (2006), é por em prática os direitos humanos, fazer com que esses direitos sejam ativos na vida das pessoas, direitos que deveriam ser mais comuns que a violência , portanto há a necessidade de que profissionais conhecedores e habilitados sejam incorporados na sociedade com propostas de efetivar os direitos humanos.
A violência mais comum é a que acontece em relações interpessoais, dentro de uma família há muitas divergências devido à opiniões diferentes, os conflitos e os descontentamentos surgem, não há compreensão e entendimento, logo se dá início há algum tipo de violência que atinge os mais fracos, geralmente crianças e idosos.
2.2. Violência e o idoso
A violência contra o idoso também é fato histórico, segundo Martta:
Retomando o caminho do homem ate sua origem, percebe-se que a violência esteve presente em sua vida nas mais variadas formas, atravessou a Historia da humanidade; já foi estudada em quase todos os seus aspectos, como forma de sobrevivência, busca de poder, efeitos de um ideal totalista, causados por regimes tiranos e perversos, em resposta a um desequilíbrio social dos regimes capitalistas, em patologias, etc. É tão velha quanto o homem, está lá desde o inicio, também como figura da violência, como forma privilegiada na gênese. (MARTTA, 2011, p. 17).
A violência se faz presente nos diferentes ambientes sociais, principalmente no século XX houve momentos de horror que chamaram atenção dos profissionais da assistência social e da população em geral (MARTTA, 2011).
A sociedade atual se acostumou com a violência, mas com o aumento depessoas acima de 60 anos o caso está cada vez mais latente e preocupante. Apesar de que muitos idosos são bem tratados e cuidados por familiares ou instituições especializadas.
A Organização Mundial da Saúde define violência contra o idoso "um ato simples ou repetido, ou ausência de ação apropriada, que ocorre no contexto de qualquer relacionamento em que haja uma expectativa de confiança, que causa dano ou tensão a uma pessoa idosa" (OMS, 2002a, p. 126).
A violência contra os idosos é um problema estrutural da sociedade e das relações familiares e interpessoais. A desigualdade de poder faz a diferença e causa prejuízo ao idoso, gera sofrimento e exclui os direitos humanos dispensados a eles, e essa desvantagem que surge na vida do idoso prejudica-o não só fisicamente, mas moralmente, materialmente e delimita a identidade do sofredor (FALEIROS, 2007).
Há diversos fatores que precisam ser considerados, pois o envelhecimento “altera a vida do indivíduo, as dinâmicas e estruturas familiares e a sociedade” (Faleiros, 2007, p. 43). Logo a estrutura e a sociedade em que o idoso está inserido são aspectos relevantes para compreender a violência que o afeta. 
Segundo Faleiros (2007, p. 44): 
A violência contra idosos está disseminada na sociedade, mas de modo diferenciado, por região, instituições, família, organização. É também relatada de diferentes formas, além de ser um tema que vem se tornando cada vez mais presente nas investigações científicas e na política pública, com implicações em seu combate e prevenção.
Assim, a violência é variada conforme as circunstâncias.
Segundo Strumpel e Hackl (2008), a violência pode ser estrutural, cultural ou pessoal. Estrutural quando há influência das leis, o modo de vida e as circunstâncias do meio. A violência é cultural quando há importância à religião, ideologias e negativismo quanto à velhice. A violência é pessoal quando o problema é motivação, autoestima e trajetória de vida. 
Os idosos que mais sofrem violência, segundo os estudos de Strumpel e Hackl (2008), são os que possuem doenças crônicas, problemas físicos ou qualquer tipo de deficiência, idosos com problemas mentais, idosos em situações de isolamento, solidão, pobreza e diversas outras necessidades que prejudicam as atividades diárias do idoso tornando-os dependentes.
2.2.1. Tipos de violência contra a pessoa idosa
A violência contra a pessoa idosa vai além de atos que a prejudicam fisicamente, segundo a OMS (2004):
Violência contra a pessoa idosa é definida como ato de acometimento ou omissão que pode ser tanto intencional como voluntário. O abuso pode ser de natureza física ou psicológica ou pode envolver maus tratos de ordem financeira ou material. Qualquer que seja o tipo de abuso certamente resultará em sofrimento desnecessário, lesão ou dor, perda ou violação dos direitos humanos e uma redução na qualidade de vida do idoso.
Todos os envolvidos nos cuidados aos idosos são responsáveis por tais atos de violência, incluindo família e estado. Segundo a OMS (2004), há violência em três níveis, sendo a autoinfligida, interpessoal e coletiva.
A violência interpessoal é a mais comum, pois é praticada por familiares ou cuidadores, pessoas que estão diretamente ligadas ao idoso. As categorias das violências interpessoais estão divididas em abuso físico; abuso psicológico e emocional; abuso financeiro ou material; abuso sexual; negligência e autonegligência ( Strumpel & Hackl, 2008, p. 17).
Para Minayo (apud Born, 2008, p. 38), a violência contra o idoso pode ser além de física, psicológica, abandono, negligência, financeira, medicamentosa e sexual. 
- Violência Física: é o uso de força física que obriga o idoso a realizar ações contra sua vontade, causando dor e sofrimento. Born (2008) cita Minayo que afirma que as agressões físicas causadas aos idosos às vezes são tão graves que é necessário levá-lo à internação hospitalar, podendo até matar. Infelizmente, algumas vezes as agressões físicas não deixam sequelas e o idoso sofre calado.
- Violência Psicológica: segundo Minayo (apud Born, 2008, p. 39), a violência psicológica é derivada de palavras e gestos, causa medo, desprezo e discriminação. Muitos idosos, principalmente os das classes sociais menos favorecidas, já sofrem uma violência psicológica da sociedade, são dependentes de outras pessoas em diversos sentidos e se sentem menosprezados, isso gera depressão, problemas emocionais graves e agravamento dos problemas físicos.
- Abandono: O idoso abandonado, excluído do convívio social, desprovido de cuidados assistencialistas e proteção tanto familiar como do Estado é vítima de violência. Minayo (apud Born, 2008, p. 39) cita exemplos de abando quando o idoso é deixado em abrigos ou instituições de longa permanência contra sua vontade ou mesmo dentro da casa da família quando é colocado em um quarto isolado dos outros familiares. 
- Violência Financeira: o uso dos bens e patrimônios do idoso sem o seu consentimento é um ato de violência. Segundo Minayo (apud Born, 2008, p. 39), as famílias disputam os bens patrimoniais dos idosos e por parte do Estado, a autora cita a demora nas concessões e correções dos benefícios, na delegacia de proteção ao idoso e núcleos de atendimento. Infelizmente, mesmo o idoso tendo a lei que respalda seus direitos não há garantia que estes sejam cumpridos de forma correta. Ainda há violência financeira por parte dos planos de saúde que fazem cobranças exorbitantes alegando a idade do associado, além dos bancos, lojas e outros estabelecimentos que se aproveitam da ingenuidade do idoso para cometer crimes e levarem vantagens financeiras.
- Violência Sexual: manter relação sexual ou práticas eróticas ou qualquer tipo de assédio dessa natureza contra a vontade do idoso é ato de violência.
- Violência Medicamentosa: tal violência é gerada pela má administração dos medicamentos prescritos ao idoso, seja pelo familiar ou pelo cuidador.
Qualquer ato exercido contra a vontade do idoso é classificado como violência, o Ministério da Saúde (2001) cita algumas tipologias no documento de Política Nacional de Redução de Acidentes e Violências contra a pessoa idosa:
Violência interpessoal: refere-se às interações e relações cotidianas; é a violência sofrida em silêncio, na maioria das vezes praticada por filhos, cônjuges, netos, irmãos ou vizinhos próximos, conhecidos das vítimas. No que se refere a essa forma de violência, são classificados os seguintes tipos. 
Abuso físico, maus-tratos físicos ou violência física: são expressões que se referem ao uso da força física para compelir os idosos a fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade ou morte. 
Abuso psicológico, violência psicológica ou maus-tratos psicológicos: correspondem a agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar os idosos, humilhá-los, restringir sua liberdade ou isolá-los do convívio social. 
Abuso sexual, violência sexual: são termos que se referem ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou hetero relacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças. 
Abandono: é uma forma de violência que se manifesta pela ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção. 
Negligência: refere-se à recusa ou à omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. Ela se manifesta freqüentemente associada a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade. 
Abuso financeiro e econômico: consiste na exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou ao uso não consentido por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais. Esse tipo de violência ocorre, sobretudo, no âmbito familiar. 
Auto-negligência: diz respeito à conduta da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança,pela recusa de prover cuidados necessários a si mesma. 
Violência emocional e social: refere-se à agressão verbal crônica, incluindo palavras depreciativas que possam desrespeitar a identidade, dignidade e auto-estima. Caracteriza-se pela falta de respeito à intimidade, falta de respeito aos desejos, negação do acesso a amizades, desatenção a necessidades sociais e de saúde. (BRASIL, 2001).
O quadro a seguir explica os indicadores de risco da violência contra o idoso na visão de Strumpel e Hackl, 2008, p. 39-40.
Tabela 2: Indicadores de Risco de Violência
	Categorias de violência
	Negligência
	Abuso
	Física
	Sinais de má nutrição (perda de peso, astenia, sonolência), sinais de desidratação, falta de higiene (roupas sujas, dentes danificados, unhas sujas, lençóis sujos), escaras, diarréia, overdose de
 medicamentos, contração dos músculos devido a atividade física insuficiente.
	Arranhões, mordidas, contusões, queimaduras, fraturas ósseas, ausência de óculos, de próteses parciais e de próteses acústicas (que são retidos pelo perpetrador), olhos negros ou dentes partidos, cabelo arrancado, feridas de face, pescoço, peito, tratamentos médicos fora do prazo, consultas e exames médicos anulados, recusa em se despir (para exames médicos, ou banho) e em expor o corpo violado.
	Psicológica
	Falta de participação no processo decisório, isolamento social, baixa auto-estima, nervosismo, solidão.
	Insônia, alterações do apetite, tristeza a evoluir para depressão, paranóia, medo de pessoas estranhas, confusão e falta de orientação, ansiedade, apatia.
	Econômica
	Escassez de alimentos em casa, falta de medicamento prescrito, acumulação de contas e cheques não descontados.
	Súbita impossibilidade de pagar contas, incompatibilidade entre capacidades econômicas e condições de vida, redução súbita de uma conta bancária, cheques assinados por pessoas não autorizadas.
	Ambiental
	Desatenção das instituições da comunidade face à situação de risco do idoso, falta de acesso e desadequação dos recursos sociais e de saúde.
	Falta de eletricidade, aquecimento ou água corrente, presença de medicamentos expirados e não identificáveis ou prescritos ou diversas vezes, falta de condições mínimas de higiene.
Fonte: Strumpel e Hackl, 2008, p. 39-40
2.3. Violência Contra o Idoso no Ambiente Familiar
Há muitos fatores que levam o idoso a sofrer violência, entre elas estão o tipo de relacionamento com os filhos, o tipo de deficiência que o idoso possui, a dependência que existe entre o idoso e o violentador, a condição emocional do cuidador (DORNELES; COSTA, 2003, p. 154).
Quando o ser humano chega à velhice suas capacidades psicomotoras e cognitivas já estão fragilizadas, o afastamento do convívio social passa a ser cada vez mais comum, isso faz com que o idoso fique esquecido e a violência que o afeta, muitas vezes, é imperceptível. 
A dependência do idoso se torna maior devido as necessidades físicas, mentais e afetivas, isso agrava a insatisfação da família e dos cuidadores, outras causas da violência contra o idoso podem ser a desestruturação das relações familiares, existência de antecedentes de violência familiar, isolamento social, dependência química, relação desigual de poder, comportamento difícil da pessoa idosa, alteração de sono e outros fatores que causam estresse ao cuidador (FALEIROS, 2008).
A família é o local mais comum de acolhimento ao idoso, mas também é o local em que o idoso sofre muitas violências. Não só a falta de experiência da família em cuidar de pessoas, muitas vezes, debilitadas de alguma forma, mas a falta de vontade e carinho que dispensam a essas pessoas. Muitos familiares não oferecem ao idoso o necessário para o bem estar físico e social, não demonstram segurança nem paciência. Também há famílias que além desses problemas, as famílias podem ser desestruturadas física, emocional ou moralmente além de desarmoniosas. Logo o idoso desencadeia problemas psíquicos e se torna caso de saúde pública (ZIMERMAN, 2000).
O idoso não é um sujeito morto, pelo contrário, sua experiência pode auxiliar no âmbito familiar, ele sente a necessidade de participar do dia a dia, dos conflitos e de tudo que acontece em sua família, infelizmente não é assim que acontece, o idoso é deixado de lado e suas experiências não são consideradas importantes.
Zimerman (2000) afirma que ainda há idosos que sofrem agressão física de netos e filhos por causa de dinheiro, seja para comprar coisas pessoais e até drogas e álcool. Os filhos não enxergam o quanto os pais fizeram por eles enquanto ativos na sociedade e na vida profissional, simplesmente querem continuar se beneficiando sem a responsabilidade de olhar pelo pai idoso.
Há também a família que não quer se responsabilizar pelo idoso em casa e o leva ao asilo ou instituições de tempo permanente, assim se isentam do problema, abandonam o idoso nas mãos de cuidadores que também não oferecem a atenção e o carinho necessário.
A violência contra o idoso é uma realidade latente, ela existe mesmo diante de um mundo tão evoluído, as políticas públicas e programas do governo estabeleceram leis no Estatuto do Idoso, entre outras relacionadas no capítulo 1 desta pesquisa, mas é necessário que haja serviços que atendam as necessidades dos idosos que são vítimas de qualquer tipo de violência e profissionais que garantam a execução das leis propostas pelo governo.
O assistente social é um profissional preparado para lidar com as políticas públicas e programas do governo para garantir e assegurar o cumprimento das Leis estabelecidas no Estatuto do Idoso. Ainda, o Assistente Social é capaz de promover a autovalorização do idoso, afim de que ele se sinta incluso na sociedade. É necessário transformar a realidade do idoso para que num futuro próximo possam viver com dignidade, erradicando toda e qualquer forma de isolamento e exclusão social.
3. ASSISTÊNCIA SOCIAL E O AUXÍLIO AO IDOSO
Diante de tudo que foi visto a respeito da proteção ao idoso e a violência que ainda atinge essas pessoas entende-se a necessidade de órgãos que dêem auxílio e amparo para que a lei seja cumprida a favor do cidadão idoso.
3.1. Serviço Social no Brasil
O reconhecimento do serviço social brasileiro teve destaque no século XX, por volta da década de 30 e 40, como afirma Netto (2009). 
Iamamoto (2011) afirma que o serviço social, no Brasil, está relacionado à classe operária, aos debates sociais que envolvem o governo, as classes dominantes e a Igreja. O autor ainda ressalta que o serviço social como profissão surge junto com as necessidades da formação doutrinária e social laico no intuito de presenciar as atividades da Igreja Católica.
Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço Social surge como parte de um movimento social mais amplo, de bases confessionais, articulado à necessidade de formação doutrinária e social do laicato, para uma presença mais ativa da Igreja Católica no ‘mundo temporal’, nos inícios da década de 30. Na tentativa de recuperar áreas de influências e privilégios perdidos, em face da crescente secularização da sociedade e das tensões presentes nas relações entre Igreja e Estado, a Igreja procura superar a postura contemplativa (IAMAMOTO, 2011, p. 18).
A partir dessas reformas, a caridade tem um novo perfil, passa a ser organizada e apoiada pelo Estado, possibilitando obras sociais de maior proporção. Iamamoto e Carvalho (2008) destacam a criação da Associação das Senhoras Brasileiras em 1920, no Rio de Janeiro e a Liga das Senhoras Católicas em 1923, em São Paulo. 
A importância dessas instituições e obras, e de sua centralização, a partir da cúpula da hierarquia, não pode ser subestimada na análise da gênese do Serviço Social no Brasil. Se sua ação concreta é limitada, se seu conteúdo é assistencial e paternalista, será a partir de seu lento desenvolvimento que se criarão as bases materiais e organizacionais, e principalmente humanas, que a partir da década seguinte permitirão a expansão da Ação Social e o surgimento das primeiras escolasde Serviço Social (IAMAMOTO e CARVALHO, 2008, p. 167). 
Devido ao crescimento dessas instituições, viu-se necessário, cursos de formação, daí surge o CEAS - Centro de Estudos e Ação Social. Para Castro, O CEAS foi o considerado como o embrião da profissionalização do Serviço Social no Brasil [...] o trabalho de organização e preparação dos leigos se apoia numa base social feminina de origem burguesa, respaldada por Assistentes Sociais belgas que ofereceram a sua experiência para possibilitar a fundação da primeira escola católica de Serviço Social (CASTRO, 2011, p. 102).
Iamamoto e Carvalho (2010, p. 169) definem o objetivo do CEAS da seguinte maneira: 
Promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinaria e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais, visando tornar mais eficiente a atuação das trabalhadoras sociais e adotar uma orientação definida em relação aos problemas a resolver, favorecendo a coordenação de esforços dispersos nas diferentes atividades e obras de caráter social. 
O CEAS é o marco da profissionalização do Serviço Social no país, incluindo a fundação da primeira escola católica de Serviço Social em São Paulo, em 1936 (CASTRO, 2011).
Na mesma década de 30, quando a industrialização estava no auge, surgiram outros cursos de serviço social. Nas décadas seguintes a profissão foi sendo cada vez mais reconhecida. Na década de 50 a profissão foi regulamentada pela lei federal n° 3252 que na década de 90 foi substituída pela lei n° 8662/93, acompanhada por um código de ética.
Cada vez mais o capitalismo se enraizava na economia brasileira, a urbanização e industrialização crescente, nas décadas de 40, 50 e 60, fizeram necessárias as ações de entidades assistenciais no intuito de controlar as diferenças sociais. O serviço social passa a ser uma profissão legítima.
O processo de institucionalização do Serviço Social será também o processo de profissionalização dos Assistentes Sociais formados nas Escolas especializadas [...] O Serviço Social reaparece modificado, dentro do aparelho de Estado e grandes instituições assistenciais, guardando, contudo, suas características fundamentais. [...] o Serviço Social mantém sua ação educativa e doutrinária de “enquadramento” da população cliente (IAMAMOTO e CARVALHO, 2008, p. 309-310).
Em 1964, o Brasil passa pela ditadura militar, isto é, o militarismo passa a governar o país. O regime militar é marcado pela repressão e violação dos direitos, afetando o serviço social, pois outros problemas sociais aparecem, as políticas sociais continuam sendo necessárias para atender à funcionalidade do Estado e das elites, mas uma novidade lhe é posta, a exigência de uma atuação profissional realizada com caráter técnico e científico, que dê conta da burocracia estatal e dos investimentos privados (CARDOSO, 2013, p. 133).
Cardoso (2013) ainda relata sobre a atuação dos assistentes sociais, os profissionais passam a atuar em empresas multinacionais e filantrópicas, além do Estado. Há uma renovação no Serviço Social a partir de 1964, ano da ditadura, se inicia um processo de renovação diante todo o histórico apresentado, a realidade com que os problemas sociais são enfrentados é bem diversificada, assim como a compreensão das questões sociais. "Diversidade teóricometodológica, éticopolítica e técnico-operativa na profissão: do modo de pensar, fazer e escolher" (CARDOSO, 2013, p. 135).
Já na década de 80, o Serviço Social caminhou junto com o fim da Ditadura e a Constituição "Cidadã" de 1988, a Constituição define a Seguridade Social formada pela Saúde, Previdência e Assistência Social. Netto (2004) afirma que essa época foi de transição para um Brasil democrático e o Serviço Social se beneficiou com isso, pois buscava justiça social no Brasil. 
Na década de 90 foi promulgado o Código de Ética do Assistente Social, a Lei nº 8662/93, regulamentando o exercício profissional e as diretrizes curriculares para a formação acadêmica.
Os princípios fundamentais do Código de Ética do Assistente Social são:
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza social-mente produzida; Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; Garantia do pluralismo, por meio do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero; Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores; Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física (CFESS, 2012, p. 23 e 34).
Também em 1993 foi promulgada a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, a lei sugere ações benéficas do profissional.
Os princípios da LOAS são: 
Art. 4º: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. (BRASIL, 1993).
O Serviço Social e as leis que o ampara vêm se modernizando e reestruturando até os dias de hoje, o quadro a seguir resume a trajetória da profissão à partir do século XX:
Quadro 1: Linha do Tempo do Serviço Social no Brasil
	DÉCADA
	ACONTECIMENTOS
	20
	- O decreto n° 17.943-A, de 12 de outubro de 1927, criou o Código de Menores do Brasil, consolidando as regras sobre a proteção, a assistência e o controle das crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos. 
	30
	- Criado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) e a Primeira escola de Serviço Social do Brasil;
- Nasce o Conselho Nacional de Serviço Social Em pleno regime do Estado Novo, Getúlio Vargas decretou a criação do Conselho Nacional de Serviço Social (Decreto Lei nº 525). Com a promulgação da LOAS, em 1993, o CNSS foi extinto e substituído pelo atual CNAS.
	40
	- Implantado o Serviço Social na Previdência;
- I Congresso Pan-Americano;
- Fundação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), regulamentada pelo Decreto Lei n° 9.632, de 1946, que passou a incorporar a Escola de Serviço Social de São Paulo
ABESS cria metodologia para Serviço Social;
- Criação da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS);
Criação da ABAS, Associação Brasileira de AssistênciaSocial (ABAS), entidade sócio-cultural para os Assistentes Sociais foi fundada, após o primeiro congresso Pan-Americano de Serviço Social; 
- I Congresso Brasileiro de Serviço Social, em São Paulo, servindo como ato preparatório para o II Congresso Pan-Americano de Serviço Social, realizado no Rio de Janeiro, em 1949;
- Aprovado o 1° Código de Ética profissional do Assistente Social;
- Declaração Universal dos Direitos Humanos;
	50
	- Promulgada a Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953, que dispõe sobre os objetivos do ensino em Serviço Social;
- Decreto n° 35.311, de 8 de abril de 1954, regulamentou a Lei n° 1.889, de 13 de junho de 1953, sobre o ensino de Serviço Social;
- Criação da Associação Profissional de Assistentes Sociais (APAS), no Rio de Janeiro;
- Criação da Associação Profissional dos Assistentes Sociais de São Paulo (APASSP);
- Sancionada a Lei n° 3.252, em 27 de agosto de 1957, que regulamentou a profissão de Assistente Social no Brasil. Essa legislação vigorou durante 36 anos, só vindo a ser substituída em 1993, pela Lei n° 8.662.
	60
	- Regulamentação da Lei 3.252, criando o Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS);
- O dia do Assistente Social foi instaurado pelo Decreto n° 994, de 15 de maio de 1962, que regulamentou a Lei n° 3.252, de 27 de agosto de 1957, dispondo sobre o exercício da profissão;
- Primeira diretoria do CRESS SP;
- Em março de 64 foi criado o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), pela Lei n° 4.319/64;
- I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social, realizado em Porto Alegre/RS, desencadeou o Movimento de Reconceituação na América Latina e no Brasil.
- 2º Código de Ética Profissional;
- Reconceituação do Serviço Social brasileiro;
	70
	- Primeiro curso de mestrado;
- I Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais;
- O 3° Código de Ética profissional do Assistente Social foi promulgado pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais, em 1° de janeiro de 1975;
- Criação da Comissão Executiva Nacional das Entidades Sindicais de Assistentes Sociais (CENEAS).
	80
	- Criação da Associação Nacional dos Assistentes Sociais (ANAS); 
- Novo Código de Ética;
- Criação da SESSUNE Subsecretaria de Estudantes de Serviço Social da UNE, primeiro passo para a constituição de uma entidade nacional única e representativa dos estudantes de Serviço Social. 
- Constituição Cidadã: Após duas décadas de ditadura militar, o Brasil elege em 1986 uma Assembléia Nacional Constituinte que, após dois anos de trabalho e intensa mobilização social, promulga a Constituição Federal. Conhecida como a "Constituição Cidadã", a carta define a Seguridade Social - formada pelo tripé Saúde, Previdência e Assistência Social -, como um direito dos cidadãos brasileiros;
- Aprovada a Lei n° 7.853, que dispôs sobre o apoio integral às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social, sob a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE). 
	90
	- Em 13 de julho de 1990, foi promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei n° 8.069/90 -, legislação que se tornou referência mundial na área dos direitos e garantias para a infância e a juventude;
- A Lei n ° 8.142, de 28 de dezembro, dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS);
- Criado o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), pela Lei n° 8.213/91;
- A Resolução CFESS n° 273, de 13 de março de 1993, instituiu o novo Código de Ética do Assistente Social que aprimorou a legislação publicada em 1986;
- Promulgada, em 7 de junho de 1993, a Lei Federal n° 8.662 que estabeleceu de forma objetiva competências e atribuições privativas do Assistente Social, além de alterar a denominação dos órgãos de fiscalização do exercício profissional para Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), e Conselho Regional de Serviço Social (CRESS). A legislação atualizou a primeira regulamentação profissional efetivada em 1957 (Lei n° 3.252/57);
- Em 7 de dezembro de 1993, foi promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - Lei n° 8.742/93 - que organizou a Assistência Social no Brasil e instituiu o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS);
- Em 4 de janeiro, promulgou-se a Lei n° 8.842 que "dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências";
- A ABESS, com base no Currículo Mínimo, aprovado em Assembléia Geral Extraordinária, de 8 de novembro de 1996, elaborou um documento definindo as diretrizes curriculares gerais para o Curso de Serviço Social; 
- Promulgada a Lei da Filantropia (Lei n° 9.732/98) que alterou dispositivos das Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91, dispondo sobre entidades sem fins lucrativos;
- O CFESS publicou a resolução n° 382/99, traçando as normas gerais para o exercício da fiscalização e orientação profissional e instituindo a Política Nacional de Fiscalização para o Serviço Social.
	2000
	- A Lei n° 10.216, aprovada em 6 de abril de 2001, regulamentou a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental;
- O Decreto n° 3.952 regulamentou a Lei n° 9.649, que criou o Conselho Nacional de Combate à Discriminação; 
- Promulgada a Emenda Constitucional n° 34, de 13 de dezembro de 2001, que alterou o artigo 37 da Constituição Federal, permitindo o acúmulo "de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas";
- A Resolução CFESS n° 428 instituiu o Código Processual de Ética que "dispõe sobre as normas que regulam o Código Processual de Ética;
- Criado o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI), pelo Decreto n° 4.227/02;
- Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), regulamentado pelo Decreto n° 5.079/04;
- Criada pela Lei n° 10.683/03, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) e, pela Lei n° 10.683, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres;
- Promulgado o Estatuto do Idoso, pela Lei n° 10.741/03, que regulamenta os direitos e estabelece punições para crimes contra pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
- Criação do CREAS - Centro de Referências Especializado de Assistência Social, Lei nº 12.435/2011.
Fonte: http://cress-sp.org.br/ Acesso em maio/2018.
Segundo o Conselho Federal de Serviço Social, o Brasil possui mais de 120.000 profissionais atuantes na área. Esses profissionais atuantes como assistentes sociais prestam assistências em diversas áreas como: educação, saúde, habitação, transporte, etc., sempre agindo em defesa dos menos favorecidos. Além do trabalho direto com a população, o assistente social, segundo o CFESS, também pode atuar nas empresas privadas, no repasse de benefícios, organização de atividades vinculadas a produção material, organização e formação política de segmentos da classe trabalhadora. 
3.2. Ações do Assistente Social em Benefício aos Idosos
Nos capítulos anteriores foram analisados os problemas enfrentados pelos idosos no Brasil, vítimas de violência de diversas naturezas encontraram na legislação uma forma de terem qualidade de vida e amparo legal. 
O assistente social segue um código de ética que prevê a assistência a grupos de pessoas fragilizados e que precisam ter seus direitos defendidos e executados. Logo os idosos contam com esses profissionais para garantir diversos direitos conquistados ao longo dos anos. 
Os marcos legais, em defesa ao idoso, se baseiam principalmente na Constituição Federal de 1988, Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) em 1993, Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em 1998, Norma Operacional Básica (NOB) em 1997-1998, Política Nacional de Assistência Social (PNAS) em 2004, Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB-Suas) em 2005 e Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH) em 2006.
Os profissionais do Serviço Social que se dispõe a atuar nos direitos dos idosos identificam não só a violência física, mas os casos de negligência e abandono que são bem frequentes. 
Goldman (2005) afirma que a população

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