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MONITORIA DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA VETERINÁRIA MONITORIA DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA VETERINÁRIA SISTEMA URINÁRIO Katiane Carvalho Colombo É composto por um conjunto de órgãos responsáveis pela filtração do sangue, produção de urina e controle do equilíbrio hídrico (líquidos) do corpo. Constituído por: Um par de rins (órgãos que formam a urina a partir do sangue). Um par de ureteres (que conduzem a urina a partir dos rins). Bexiga (onde a urina é armazenada até que seja eliminada). Uretra (por onde a urina chega ao meio exterior). São órgãos excretores pares que eliminam continuamente os produtos residuais do sangue. Situados na região dorsal do corpo, atrás do peritônio e anterior aos músculos lombares. Funções dos rins: Manutenção do meio interno (filtração no volume de plasma). Função endócrina ⇒ produção e liberação dos hormônios renina (regula a pressão sanguínea sistema) e eritropoietina (influencia a eritropoiese → produção de hemácias pela medula óssea) – produzidos dentro do complexo justo glomerular. Eliminação de substâncias residuais e reabsorção de substâncias úteis. Regulam o equilíbrio hidroeletrolítico do organismo, mantendo assim as pressões osmóticas sanguínea e tecidual normais. São capazes também de remover substâncias estranhas do sangue, sendo importante órgão de eliminação. Localização dos rins: Na área lombar do plano médio direito e esquerdo. Geralmente estão acomodados com sua superfície dorsal nas pirâmides do diafragma e fáscia ilíaca que cobre a musculatura e estão seguros neste local por tecido conjuntivo e gordura. O rim direito é alguma coisa mais cranial que o esquerdo, visto melhor no cão e no equino e em menor grau nos felinos e suínos. São retroperitoneais em posição e cobertos com peritônio na superfície ventral com face para cavidade abdominal. O rim direito situa-se junto as três últimas costelas e o esquerdo entre a décima oitava costela e a terceira apófise transversa das vértebras lombares. Essa posição se altera com os movimentos do diafragma a cada respiração. O rim esquerdo é mais móvel e mais propenso a deslocamentos no abdômen. Coloração dos rins: Varia de marrom-avermelhado para vermelho escuro, dependendo da quantidade de sangue no seu interior. Morfologia externa dos rins: Forma ⇒ Apresentam basicamente a forma de um grão de feijão, sendo exceção o rim direito do equino que é em forma de coração. Superfícies ⇒ dorsal e ventral Margens ⇒ lateral e medial (HILO RENAL – PEDÍCULO RENAL). A borda lateral é convexa e a medial côncava. Borda medial Apresenta o HILO RENAL que é o local onde penetra a artéria renal e saem as veias, os ureteres e linfáticos renais. O bordo medial do rim direito está relacionado com a veia cava caudal e o do rim esquerdo com a aorta. As artérias e veias renais chegam destes grandes vasos em frente aos rins e passam para estes em um curto trajeto. O hilo se dirige para dentro de um recesso que se situa no centro do rim que é o SEIO RENAL e contém a PELVE RENAL. Pelve renal ⇒ é a extremidade dilatada do ureter que se localiza dentro do seio renal. Esta coleta a urina e como um funil leva-a para dentro do ureter. No equino, dois recessos terminais tubulares entram na pequena pelve renal dos polos. Polos ⇒ cranial (GLÂNDULA SUPRARRENAL OU ADRENAL) e caudal. Envoltórios dos rins: Cápsula renal É uma membrana de tecido conjuntivo frouxo que envolve os rins. Devido a sua inserção frouxa é facilmente removível. Fáscia renal Gordura perirrenal Gordura pararrenal Hilo Renal ⇒ É uma fenda situada na margem (borda) medial do rim onde encontramos os elementos do pedículo renal. Pedículo renal Artéria renal Veia renal Pelve renal Morfologia interna dos rins: Seio renal ⇒ é a cavidade do rim projetada a partir do hilo renal. Parênquima (ou tecido) renal: Córtex (camada mais externa e pálida) ⇒ localizados os GLOMÉRULOS OU CORPÚSCULOS RENAIS. É marrom-avermelhado e têm aparência granular. Em seu estado fresco contêm grande número de pontos vermelhos visíveis claramente, denominados CORPÚSCULOS RENAIS. Medula renal (camada mais interna e escura) ⇒ A porção externa da medula (zona intermédia) é vermelho-escuro, quase púrpura, sendo uma modificação brusca do córtex. A porção mais interna (zona basal) é brilhosa, vermelha acinzentada e demonstra distintas estriações radiais. Cálices ⇒ são estruturas em forma de taça, que estão em contato com as pirâmides renais e coletam a urina produzida no tecido renal. Cálices maiores Cálices menores Pelve renal ⇒ é uma estrutura que surge da confluência dos cálices ou é uma dilatação do ureter. Segmentação renal ⇒ é a divisão do rim em áreas de acordo com a distribuição arterial. Nos rins primitivos, cada unidade ou lóbulo dos rins consiste de um córtex como capa envolvendo uma base e lados de uma medula em forma de pirâmide. O ápice da pirâmide, denominada PAPILA RENAL, está inserida numa peça terminal de um ramo do ureter que apresenta forma de cálice denominado CÁLICE RENAL. Desta forma o rim primitivo lembra um cacho de uva com o ureter representando o talo. Este tipo de rim é denominado de composto ou lobulado. Nos mamíferos domésticos, as camadas cortical e medular dos lóbulos estão fundidas em vários graus, resultando em um rim uniforme e compacto. É possível, no entanto, reconhecer a lobulação quando o parênquima do rim seccionado é examinado, particularmente se seguirmos o curso dos vasos inter lobulares. A fusão completa do tecido cortical e medular dos lóbulos vizinhos resulta num rim com uma superfície lisa. A fusão cortical incompleta resulta num rim que é superficialmente dividido por fissuras de várias profundidades, como no bovino. Pirâmide renal ⇒ prolongação da medula entre os vasos até a periferia onde forma a base desta. A base é formada pelos túbulos renais e está coberta pelo CÓRTEX. O ápice está na PELVE RENAL e forma a PAPILA RENAL. A união dos ápices das pirâmides renal vai formar a CRISTA RENAL. Papila renal ⇒ é o ápice da pirâmide renal que se dirige para o centro do rim. Crista renal ⇒ é uma crista côncava que se projeta para o interior da pelve renal na porção central interna da medula. Apresenta numerosos orifícios pequenos onde se abrem os tubos papilares renais no interior da pelve renal e por esse motivo esta superfície é denominada de ÁREA CRIVOSA. A crista é constituída de papilas renais fusionadas. A pelve coleta a urina que vem de todos os forames papilares e como um funil leva esta para dentro do ureter. Suprimento sanguíneo dos rins: Cada rim é suprido por uma artéria renal que é um ramo da aorta abdominal. A artéria renal se divide em várias artérias interlobares que acompanham as divisões, antigas ou existentes, entre as pirâmides renais na junção corticomedular. Estes vasos são salientes em cortes macroscópicos dos rins. Dão origem a ramos conhecidos como artérias arqueadas, que se curvam sobre as bases das pirâmides. Essas por sua vez dão origem a numerosas artérias interlobulares que irrigam unidades ou lóbulos em que o córtex é dividido pelos raios medulares. Cada artéria interlobular dá origem a muitos ramos que irrigam glomérulos individuais (arteríolas aferentes). Cada arteríola aferente entra no corpúsculo renal no polo vascular e se divide num agrupamento de alças capilares que é o glomérulo. As pequenas arteríolas eferentes deixam o corpúsculo também no polo vascular e imediatamente entram na rede capilar ao redor dos túbulos urinários adjacentes. A drenagem é feita pela veia renal que desemboca na veia cava caudal. Os vasos linfáticos drenam para os linfonodos renais e a inervação provém do plexorenal. Os equinos apresentam um rim do tipo uni piramidal ou uni lobular, porque durante o seu desenvolvimento houve a fusão de vários lobos. Uma única papila de base larga forma a crista renal que está intimamente associada à região expandida do ureter que é a pelve renal. Anatomia comparada entre as espécies: Bovinos Apresentam rins mais primitivos que é superficialmente dividido por fissuras de várias profundidades, decorrente de uma fusão incompleta do córtex renal. Rim com aparência lobulada. Os rins são multipiramidais ou multilobulares. Apresentam pirâmides individuais nas quais suas papilas renais se projetam para dentro de um cálice renal menor localizado na extremidade de um ramo do ureter cranial ou caudal, ou cálice maior. A pelve renal está ausente devido à falta de fusão dos lóbulos. Cálice menor renal ⇒ são pedúnculos curtos em forma de taça que circundam a papila renal. No bovino não existe pelve renal de modo que os cálices maiores se esvaziam diretamente no ureter. Devido à presença do rúmen o rim esquerdo dos ruminantes é penduloso e quase inteiramente envolvido por peritônio. O rúmen puxa este em direção caudal e sobre o plano médio, ficando o rim esquerdo caudal ao rim direito em contato com o cólon espiral. Suínos Apresenta fusão parcial dos lóbulos renais, sua superfície externa é lisa, mas mantém papilas individuais que eliminam urina dentro de cálices menores. A urina desemboca nos cálices maiores, na pelve renal e desta para o ureter. Alguns autores não consideram a presença de cálices maiores. Forma ⇒ De um feijão achatado. São planos e com superfície lisa. Os rins são multipiramidais ou multilobulares. Apresentam papilas individuais que se projetam em um cálice menor e estes se continuam com o ureter. Uma ou mais pirâmides se juntam para formar uma papila que é a porção apical e arredondada da pirâmide que faz saliência em um cálice menor. Ovinos e carnívoros Como os equinos apresentam rins do tipo unipiramidal. Apresentam uma única papila que forma a crista renal, onde a urina é eliminada dentro da pelve renal para o ureter. Os equinos, pequenos ruminantes e caninos apresentam um único lobo que se formou pela fusão de vários lobos durante o desenvolvimento. O felino sempre teve um lobo. Forma ⇒ de um grão de feijão. A pelve renal dos caninos é muito similar a dos pequenos ruminantes, ambas consistindo de uma cavidade comum a qual recebe a crista renal. Inseridos ao lado da cavidade da pelve renal estão um número de recessos dentro dos quais se projetam colunas de tecido renal denominada de pseudopapila que quase divide cada recesso. As artérias e veias interlobares ascendem através do córtex em fendas estreitas entre recessos vizinhos. O rim do felino é diferenciado macroscopicamente pela presença de veias capsulares. Dependendo da espécie e das condições dos animais, os rins são embebidos numa massa de gordura peri-renal de espessura variável. Usualmente esta não envolve o rim ventralmente, mas no animal obeso pode envolvê-lo completamente. Esta ajuda a proteger o rim e a mantê-lo na posição. É bem desenvolvida nos suínos e ruminantes, em menor quantidade nos carnívoros, e mínima nos equinos. São órgãos tubulares e musculares que levam a urina da pelve renal para a bexiga. Surgem no hilo do rim curvando-se caudalmente em direção a entrada pélvica e assumem um curso levemente convexo (medial) e retroperitoneal. Organização macroscópica do parênquima renal dos mamíferos domésticos. Diferenças entre as espécies. ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA BOVINOS SUÍNOS EQUÍNO CARNÍVOROS E PEQUENOS RUMINANTES TIPO DE RIM MULTIPIRAMIDAL MULTIPIRAMIDAL UNIPIRAMIDAL UNIPIRAMIDAL URETER SIM SIM SIM SIM PELVE RENAL NÃO SIM SIM SIM CÁLICES MAIORES SIM SIM NÃO NÃO CÁLICES MENORES SIM SIM NÃO NÃO PAPILA RENAL SIM SIM NÃO NÃO CRISTA RENAL NÃO NÃO SIM SIM Penetram na parede dorsal da bexiga em um ângulo agudo perto do colo no chamado TRÍGONO VESICAL. A extremidade proximal do ureter divide-se em pelve renal nos equinos, carnívoros e suínos ou em cálices maiores nos ruminantes. Divididos em três porções: Abdominal Pélvica Intramural Estreitamentos: Pelve Vasos Ilíacos Parede da bexiga Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, onde é armazenado a urina. Órgão capaz de grande distensão e quando necessário é capaz de estocar grande quantidade de urina. Quando vazia ou contraída, recua em vários graus dentro da cavidade pélvica, especialmente no equino. Na fêmea está relacionada dorsalmente ao útero e ligamento largo. No macho, devido à curta prega genital está em contato com o reto e desta forma é mais facilmente palpada retalmente. Forma da bexiga urinária: Quando vazia tem formato piriforme e localiza-se na cavidade pélvica. Quando cheia apresenta forma ovoide e localiza-se na cavidade abdominal. Morfologia externa da bexiga urinaria: Faces Superior Ínfero-laterais Posterior (fundo) Ápice ⇒ Extremidade cranial cega, onde se encontra uma pequena projeção, especialmente nos animais jovens, que é resquício da porção caudal do úraco. O úraco é um tubo que conecta a vesícula urinária primitiva com o saco alantoide do feto e este está incluído no cordão umbilical. Quando o cordão umbilical se rompe no nascimento este se degenera ao longo de seu curso intra- abdominal. Colo ⇒ porção média. Corpo ⇒ porção estreita que leva para dentro da uretra. Capacidade da bexiga urinaria: De 3 a 4 litros. Morfologia interna da bexiga urinária: Trígono vesical ⇒ Região triangular da mucosa da bexiga, dorsalmente na proximidade do colo, com aspecto unido e liso, compreendida entre os dois óstios ureterais e um óstio uretral. Óstios ureterais e óstio interno da uretra. Músculo detrusor. Estrutura da bexiga urinária: A parede da vesícula urinária consiste de uma cobertura de peritônio, uma capa muscular e uma membrana mucosa. O peritônio cobre somente as superfícies expostas. As porções da bexiga urinária não revestidas são cobertas com tecido conjuntivo que é a adventícia. Os ureteres entram na bexiga urinária na superfície dorsal e passam através da parede em ângulo agudo. Após penetrar a camada muscular, se continuam por uma curta distância na submucosa produzindo duas cristas no interior denominadas de colunas uretéricas, antes de terminar em seus respectivos orifícios uretéricos que se apresentam como fendas. Duas pregas convergentes (PREGAS URETÉRICAS) se continuam caudalmente além dos orifícios e após se encontrarem no plano médio se continuam como CRISTA URETRAL que se projeta para dentro da uretra e termina no macho como COLÍCULO SEMINAL. Ligamentos da bexiga urinária: Ligamento lateral da bexiga ⇒ São puxados para fora pré- natalmente como pregas vasculares pelas grandes artérias umbilicais que passam da entrada pélvica para o umbigo de cada lado do plano médio. No recém-nascido somente a porção caudal das artérias se mantém e suas pregas suportes tornam-se ligamentos laterais da bexiga quando esta se torna funcional. Estes ligamentos chegam da parede pélvica lateral e se estendem medialmente para os lados da bexiga. Ligamento redondo ⇒ São as bordas craniais livres dos ligamentos laterais e são formados pelas artérias umbilicais de parede grossa. Ligamento médio da bexiga ⇒ na vida pré-natal é a prega que sustenta o úraco e se estende ao longo da parede abdominal ventral da pelve para o umbigo. A maioria deste se degenera com o úraco após o nascimento, e somente uma pequena prega mediana entre o assoalho pélvico e a superfície ventral da bexiga se mantém. Nos carnívoros esta não se degenera muito e vai no adulto para o umbigo como uma estreita prega falciforme. Suprimento sanguíneo e inervaçãoda bexiga: A irrigação é feita pelas artérias pudenda interna, obturatória e umbilical. A drenagem é pela veia pudenda interna. Os vasos linfáticos vão para os linfonodos ilíacos internos e lombares. A inervação é feita por ramos do plexo pélvico. É um tubo muscular na qual a urina é eliminada da bexiga, diferindo marcadamente entre os dois sexos. Ambas uretras do macho e da fêmea estão associadas anatomicamente com os órgãos genitais, mas no macho onde esta associação é muito mais pronunciada há também estrita relação funcional. A urina entra no orifício uretral interno e sai no orifício uretral externo. Este último na fêmea localiza-se no assoalho do trato genital na junção da vagina e vestíbulo e no macho localiza- se na extremidade do pênis. Na vaca e na porca abre-se junto com o divertículo suburetral. A uretra do macho conduz tanto o sêmen como a urina e, portanto, é parte integral dos sistemas genital e urinário. Nos machos apresenta as seguintes porções: Porção pélvica ⇒ se estende no assoalho da cavidade pélvica, apresentando aberturas das glândulas genitais acessórias. Porção esponjosa ⇒ localiza-se no interior do pênis, é extra pélvica e está coberta pelo corpo esponjoso do pênis. Porção pré-prostática ⇒ homóloga a uretra feminina, curta e se estende do óstio uretral interno ao colo da bexiga para o colículo seminal. No colículo os ductos genital e urinário do macho se unem. Do colículo para o orifício uretral externo, na extremidade do pênis, a uretra do macho conduz tanto os produtos de secreção das glândulas genitais acessórias, como espermatozoides e urina, e assim é parte integral dos sistemas genital e urinário. Relações da uretra: Macho ⇒ relaciona-se com o reto e com as glândulas genitais acessórias. Fêmea ⇒ relaciona-se dorsalmente com a vagina e ventralmente com a sínfise pélvica. Considerações clínicas: Locais potenciais de formação e obstrução das vias urinárias por cálculos. Monitoria de Anatomia Topográfica Veterinária Sistema Urinário Monitoria de Anatomia Topográfica Veterinária
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