Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITARIO ESTÁCIO DE SERGIPE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA WALLACE MAJOR DOS SANTOS HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO Modelos de Ensino: Empirismo, Inatismo e Construtivismo ARACAJU 2020 Empirismo Sinteticamente, podemos dividir os novos modelos de ensino em três. O primeiro deles, o Empirismo, parte do princípio de que o homem é uma tabula rasa, um ser absolutamente passivo, uma folha em branco, e o professor, no caso, representa a transmissão do conhecimento e do saber. Ou seja, o aluno, nada sabendo, só consegue “adquirir” conhecimento através de aulas ministradas pelos mestres. Representantes do Empirismo: Locke, Hume, Pavlov, Skinner e Mager. Inatismo De acordo com as teorias do Inatismo, o segundo dos modelos, os seres já nascem sabendo tudo, entretanto, esse conhecimento está em estado latente, cabendo ao professor, tão somente, retirá-lo dos alunos, estimulando uma liberdade sem limites para que estes se desenvolvam. Um conhecido colégio inglês denominado A.S. Neill’s Summerhill tem os fundamentos baseados no inatismo, seu fundador, A.S. Neill, escreveu um interessante livro que contém os fundamentos desse modelo, cujo nome é “Liberdade sem medo (summerhill)”, vale a pena ler. Construtivismo Já no modelo Construtivista de ensino, baseado nos fundamentos teórico-metodológicos de Piaget e Vigotsky, procura-se entender o ensino como uma relação dialética entre sujeito e objeto, ou seja, já não se pode separar o processo de ensino do processo de aprendizado, ambos se dão em conjunto. Assim, só é possível ensinar quando há alguém aprendendo. Nessa perspectiva, considera-se o ser humano como sendo um sujeito que já tem alguma coisa consigo, todas as crianças sabem coisas, e esse conhecimento prévio deve ser aproveitado no processo de ensino-aprendizagem (termo que reflete essa posição construtivista). Nesse contexto, a função do educador é de “criar as condições para que o aluno possa exercer a sua ação de aprender” (WEISZ, 2002, p. 23). O professor é um mediador entre o conhecimento (objeto) e o aluno (sujeito), favorecendo a relação dialética entre ambos. Contribuindo significativamente para as bases teórico-metodológicas do Construtivismo, Jean Piaget, biólogo, filósofo, psicólogo e epistemólogo (mas não pedagogo, propriamente), ficou bastante conhecido entre os educadores por seus estudos na área da inteligência humana e do processo de construção do conhecimento. Parte-se do princípio de que o processo de aprendizagem é uma construção pessoal, resultante de experiências vividas sob a forma de um processo complexo e multifacetado. Assim, o que se ensina, na maioria das vezes, é diferente daquilo que se aprende, já que, como dissemos anteriormente, a criança já traz algo consigo, fazendo com que apreenda o mundo com “as estruturas de pensamento que (…) já possui” (VASCONCELOS, 2010. p. 72). Contribuindo com as idéias de Piaget, sem ao menos conhecê-lo, o psicólogo bielo-russo, Vigotsky, muito contribuiu para o processo de ensino-aprendizagem da visão construtivista, introduzindo o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, cuja definição seria a distância entre o Nível De Desenvolvimento Potencial (o que pode ser realizado com a ajuda de alguém mais experiente) e o Nível De Desenvolvimento Real (aquilo que pode ser executado sem o auxílio de outra pessoa). Com isso, caberia ao professor o papel de provocar os “avanços que não ocorreriam espontaneamente” (OLIVEIRA, 1995. p 62), estimulando o desenvolvimento de seu “tutelado”. Com essas visões construtivistas do processo de ensino-aprendizagem, a sala de aula toma outra forma, fazendo com que os alunos tenham melhores relações com o conhecimento, uma vez que desenvolvem capacidade de “estabelecer relações inteligentes entre os dados, as informações e os conhecimentos já construídos” (WEISZ, 2002. p.36).