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PROCESSO_DE_EXECUÇÃO_DO_PROCESSO_DO_TRABALHO[1]

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Processo de Execução do Processo Do Trabalho 
 
É a fase satisfativa, que pode ser entendido como a fase processual onde se busca a 
satisfação da decisão, tornando efetivo aquilo que foi reconhecido pelo Poder 
Judiciário. 
Essa fase só tem início quando o devedor se torna inadimplente, não cumprindo com 
a decisão exarada pelo juízo. Desse modo, os atos executórios são realizados de 
acordo coma espécie da obrigação que foi criada: 
 
• Obrigação de pagar quantia certa (pecuniária) 
• Obrigação de fazer 
• Obrigação de não fazer 
• Obrigação de entregar coisa 
 
 
 
A CLT possui poucas normas que tratam do processo de Execução, dessa forma, em 
caso de lacunas, as normas utilizadas são quelas previstas na Lei de Execução Fiscal 
(lei n° 6.830/80) 
 
 
 
 
1. Títulos Executivos 
A ação deve ser fundamentada em algum documento que reconheça a existência da 
obrigação. Esse documento é chamado de título executivo, e pode ser judicial 
Para cada espécie de obrigação, há uma técnica específica. EX: retirada de bens 
do patrimônio do devedor, busca e apreensão de bens, aplicação de multa diária, 
etc. 
Somente em caso de lacuna da Lei de Execuções Fiscais, é que se usa o CPC! 
(exarado pelo Poder Judiciário. EX: sentença) ou extrajudicial (criado fora do Poder 
Judiciário. EX: TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – firmado pelo MPT e uma 
empresa). 
As obrigações criadas nessas duas situações serão utilizadas na Justiça do Trabalho, 
porém, em processos distintos. 
 
Os títulos executivos estão no art. 876 da CLT: 
TITULOS JUDICIAIS TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS 
 
. Decisão com trânsito em julgado: diante da 
sua definitividade, possibilita o início da 
execução definitiva. 
 
. Decisão objeto de recurso sem efeito 
suspensivo: a regra geral no processo do 
trabalho é a utilização de recursos sem efeito 
suspensivo, ou seja, apenas com efeito 
devolutivo. A situação possibilita a execução 
provisória, na medida em que a decisão ainda 
é passível de modificação. 
 
. Acordo não cumprido: enseja o início da 
execução definitiva, na medida em que não 
cabe recurso e o trânsito em julgado é 
imediato ao proferimento da decisão que 
homologa o acordo. 
 
. TAC: firmado com o MPT. Geralmente impõe 
multas pelo descumprimento de suas cláusulas, 
além de criar obrigações de fazer e não fazer, 
que podem ser executadas perante a Justiça do 
Trabalho. 
 
. Termos de Conciliação da Comissão de 
Conciliação Prévia (art. 625-E, CLT): o termo da 
CCP enseja o início da execução daquele, caso 
não seja voluntariamente cumprida nos prazos 
e modos nele previstos. 
 
. Cheque e nota promissória emitidos em 
reconhecimento de dívida trabalhista (art. 13 
da IN n° 39/16 do TST): o TST entende que por 
meio da Instrução normativa, que o cheque e a 
nota promissória não eram títulos executivos 
trabalhistas, passando a ser, se houver provas 
de que eles foram emitidos para o pagamento 
da dívida trabalhista. 
 
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais 
não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os 
acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de 
conduta firmados perante o Ministério Público do 
Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as 
Comissões de Conciliação Prévia serão executadas pela 
forma estabelecida neste Capítulo. 
 
2. Execução Provisória 
Os recursos trabalhistas não possuem efeito suspensivo imediato, são recebidos 
apenas no efeito devolutivo, conforme a CLT, o que permite o início da execução 
provisória de sentença, que pode ser considerada como um procedimento onde 
serão realizados os atos de constrição ao patrimônio do devedor, ainda que a 
sentença não tenha transitado em julgado. 
 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples 
petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as 
exceções previstas neste Título, permitida a execução 
provisória até a penhora. 
 
Na execução provisória não serão realizados atos de expropriação (retirada de bens 
do patrimônio do devedor), mas a penas a constrição patrimonial, ou seja, é um modo 
em que o devedor perde o direito de dispor de seus bens, livremente. É impedido de 
alienar ou onerar o bem de alguma forma, de modo que prejudique a satisfação da 
dívida. EX: penhora. 
A execução provisória está prevista no NCPC (art. 520), e essa espécie de execução é 
realizada nos mesmos moldes que a execução definitiva, com algumas 
peculiaridades: 
• Não há execução provisória de ofício: o art. 878 da CLT não se aplica. 
Neste caso, a execução provisória sempre dependerá de requerimento 
do exequente. 
Art. 878. A execução será promovida pelas partes, 
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo 
Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as 
partes não estiverem representadas por advogado. 
 
• Se a execução provisória gerar prejuízo para o executado, caberá ao exequente, 
indenizá-lo pelos danos causados. 
 
Na execução provisória há apenas a constrição do bem por que ainda existe a 
possibilidade de a decisão ser modificada em grau de recurso, sendo muito arriscado 
e prejudicial ao executado, transferir seu patrimônio ao exequente, de forma 
precipitada. 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença 
impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo 
será realizado da mesma forma que o cumprimento 
definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: 
II - Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou 
anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as 
partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais 
prejuízos nos mesmos autos; 
 
A execução provisória será iniciada com a juntada de documentos previstos no rol do 
art. 522 do CPC, já que os originais seguem para o Tribunal, para julgamento do 
recurso: 
 
Não Se aplica!!! 
Fica sem efeito a execução 
provisória quando a decisão 
que a embasa for reformada 
ou anulada. 
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será 
requerido por petição dirigida ao juízo competente. 
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a 
petição será acompanhada de cópias das seguintes 
peças do processo, cuja autenticidade poderá ser 
certificada pelo próprio advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal: 
I - Decisão exequenda; 
II - Certidão de interposição do recurso não dotado de 
efeito suspensivo; 
III - procurações outorgadas pelas partes; 
IV - Decisão de habilitação, se for o caso; 
V - Facultativamente, outras peças processuais 
consideradas necessárias para demonstrar a existência 
do crédito. 
 
Em relação aos atos processuais, o art. 899 da CLT diz que a execução provisória 
segue até a penhora, parando após a prática deste ato, para esperar a decisão 
transitar em julgado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, os autos criados para a 
hipótese seguirão no juízo de 
origem, onde tramitou o 
processo em 1° grau, para a 
realização dos atos 
processuais. 
Entretanto, a doutrina e a jurisprudência afirmam que ainda cabe a apresentação 
de embargos à execução (art. 884), como a garantia do juízo, assim como o recurso 
de agravo de petição (art. 897, a) da decisão que julgar os embargos do executado. 
 
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o 
executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo 
igual prazo ao exequente para impugnação 
 
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias 
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas 
execuções; 
 
Atenção!!!! 
 
SÚMULA 417 do TST 
MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO (alterado o item I, atualizado o item 
II e cancelado o item III, modulando-se os efeitos da presente redação de forma a atingir 
unicamente as penhoras em dinheiro em execução provisória efetivadas a partir de 
18.03.2016, data de vigência do CPC de 2015) 
 
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em 
dinheiro do executado paragarantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à 
gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973). 
 
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito 
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio 
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 
1973). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A possibilidade de penhora de dinheiro na execução provisória depende da seguinte análise: se o executado 
nomeou ou não bens para a penhora: 
 
• Se nomeou bens: não cabe a penhora em dinheiro, já que o executado garantiu o juízo com seus bens, 
demonstrando ter interesse no seguimento do processo de execução, sendo reconhecido a ele o princípio 
de menor sacrifício do executado, conforme o CPC. Realizada a penhora, cabe a impetração de 
Mandado de Segurança, para desconstituir a penhora. 
 
• Se não nomeou bens: neste caso, leva-se em consideração que o executado quedou-se inerte, cabendo 
a penhora de dinheiro nas suas contas, mas sem a transferência de valores imediatamente. Os valores 
ficarão depositados em juízo para posterior deliberação do exequente. Conforme entendimento da 
súmula 417 do Tst, não há ferimento de direito líquido e certo do executado. 
3. Execução por quantia certa contra devedor solvente 
É a execução mais corriqueira na Justiça do Trabalho. 
 
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do
 tribunal mandará expedir mandado de citação do exec
utado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no pr
azo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, 
quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive d
e contribuições sociais devidas à União, para que o faça 
em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, 
sob pena de penhora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo a CLT, o executado será citado por um oficial de justiça (citação pessoal), 
para que em 48 horas realize algumas condutas, que estão atreladas à garantia do 
juízo e apresentação de embargos à execução: 
 
• Pagamento de quantia devida: extingue-se o processo, diante da satisfação da 
obrigação. 
Havendo condenação ao 
pagamento da quantia, segue-
se este procedimento. 
Ao prever como será o processo executivo deste artigo, excluiu-se a aplicação do 
art. 523, §1° do CPC, que prevê uma multa de 10% sobre o montante devido, 
previsto no cumprimento de sentença. O Tst entende não ser cabível a aplicação 
deste artigo, já que a aplicação subsidiária do processo civil depende de lacuna 
e compatibilidade. Neste caso não há lacuna, pois o art. 880 da Clt, apesar de 
defasado para alguns doutrinadores, está em vigor e regula o início do processo 
satisfativo da execução. 
Art. 881 - No caso de pagamento da importância reclamada, 
será este feito perante o escrivão ou secretário, lavrando-se 
termo de quitação, em 2 (duas) vias, assinadas pelo 
exequente, pelo executado e pelo mesmo escrivão ou 
secretário, entregando-se a segunda via ao executado e 
juntando-se a outra ao processo. 
 
• Depósito de quantia devida: acarretando a garantia do juízo e a possibilidade de dar 
prosseguimento ao processo, com a apresentação dos embargos à execução (art. 
884); 
 
• Nomeação de bens à penhora: se em valor igual ou superior ao débito, haverá a 
garantia do juízo e a possibilidade de apresentação de embargos à execução. 
 
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá 
o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, 
cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. 
 
Na hipótese de inercia do executado, ou seja, da não realização de alguma dessas 
condutas, cabe ao oficial de justiça realizar a penhora dos bens do executado, com as 
restrições previstas no art. 833 do CPC, que trata dos bens absolutamente 
impenhoráveis. 
Art. 833. São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não 
sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que 
guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado 
valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do 
executado, salvo se de elevado valor; 
Se penhorados os bens de 
igual valor ou superior ao 
devido, também poderão ser 
apresentados os embargos à 
execução, tendo em vista que o 
art., 884 da Clt garante a 
apresentação da defesa. 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, 
os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas 
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do 
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo 
e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os 
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao 
exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo 
se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde 
que trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas 
para aplicação compulsória em educação, saúde ou 
assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o 
limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por 
partido político, nos termos da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades 
imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, 
vinculados à execução da obra. 
 
4. Defesa na Execução 
A defesa durante a execução pode ser classificada em: 
 
• Defesa típica: são os embargos à execução. É a forma típica de defesa do executado, 
sendo a maneira adequada de demonstrar possíveis vícios processuais que devem ser 
corrigidos. Entretanto, para ser utilizado como defesa, é necessário que se 
preencham dois requisitos: 
→ Garantia do juízo: conforme o art. 884 da CLT, só ocorre através: 
 
a) do depósito da quantia devida 
b) pela nomeação de bens à penhora 
c) pela penhora do Oficial de justiça 
 
→ Prazo: os embargos devem ser apresentados no prazo de 5 dias, contados da garantia 
do juízo, cabendo o mesmo prazo para o embargado impugnar o embargante 
(fundamentadamente). 
 
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, 
terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar 
embargos, cabendo igual prazo ao exequente para 
impugnação. 
 
Questão importante acerca dos embargos diz respeito aos vícios que podem ser 
alegados pelo embargante, conforme §1° do mesmo artigo: 
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de 
cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou 
prescrição da dívida. 
A CLT não é exaustiva neste parágrafo, ao dizer que podem ser alegados o 
cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida, sendo 
necessário o complemento do art. 525 do CPC, uma vez que ele trata de matérias de 
ordem pública, como a penhora incorreta ou a avaliação errônea, para demonstrar 
que um bem absolutamente impenhorável foi penhorado ou que não foi 
corretamente avaliado, trazendo prejuízo ao executado: 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o 
pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523
dias para que o executado, independentemente de 
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios 
autos, sua impugnação. 
 
Os embargos são processados nos autos da ação trabalhista, sendo recebidos 
sempre com efeito suspensivo, paralisando o processo até que o incidente seja 
julgado. 
Segundo a IN n° 39/16 do TST, aplica-se o art. 918 do CPC, que traz as hipóteses de 
indeferimentoliminar dos embargos: 
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: 
I - Quando intempestivos; 
II - Nos casos de indeferimento da petição inicial e de 
improcedência liminar do pedido; 
III - manifestamente protelatórios (considera-se 
conduta atentatória à dignidade da justiça). 
 
A CLT prevê a ainda a possibilidade de designação de audiência para a produção de 
provas no procedimento dos embargos. Após a instrução ou caso não haja provas 
para serem produzidas, o juiz julga os embargos, cabendo o recurso de agravo de 
petição da decisão, por se tratar de uma decisão na execução. 
 
• Defesa atípica: exceção de pré-executividade, também denominada de objeção de 
não executividade. É uma construção da doutrina e da jurisprudência, não sendo 
prevista em lei e passou a ser admitida no processo do trabalho com uma forma 
alternativa de defesa, que dispensa a garantia do juízo. Entretanto, pode encontrar 
desvantagens, que é a impossibilidade de produção de provas, ou seja, a ausência de 
dilação probatória, sendo a prova pré-constituída (documental). 
na pré-executividade podem-se alegar as matérias de ordem pública, como a nulidade 
do título, incompetência absoluta, ausência de citação no processo de conhecimento, 
etc. 
Não há prazo para a apresentação da pré-executividade, não se exigindo também a 
garantia do juízo, razão pela qual não se admite que a Fazenda Pública apresente a 
defesa, na medida em que possui a prerrogativa de apresentar embargos sem a 
referida garantia. 
Há ainda a possibilidade de ser interposto recurso da decisão que julga a exceção de 
pré-executividade: 
→ Improcedência: não cabe recurso, na medida em que o processo continua e a decisão 
é considerada como interlocutória. 
 
→ Procedência: considerada procedente a exceção de pré-executividade e a anulação 
do processo, tem-se uma decisão final, cabendo recurso de agravo de petição, já que 
se trata de uma decisão na no processo da execução. 
 
5. Expropriação de bens 
a) Penhora 
Não se efetuando pagamento, depósito ou nomeação de bens no prazo de 48 horas, 
os bens do devedor serão penhorados pelo Oficial de Justiça, com as restrições 
impostas pelo art. 833 do CPC (bens impenhoráveis). 
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do
 tribunal mandará expedir mandado de citação do exec
utado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no pr
azo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, 
quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive d
e contribuições sociais devidas à União, para que o faça 
em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, s
ob pena de penhora. 
Existem três aspectos importantes em relação à penhora, são eles: 
• Carta de fiança bancária: a OJ n°59 do TST, modificada em 2016 para adequar-se ao 
NCPC, dispõe que a carta de fiança bancária equivale a dinheiro, quando apresentada 
no valor de débito acrescido de 30%. Portanto, se o débito é de R$100.000,00 (cem 
mil reais), a carta deve ser apresentada no valor de R$130.000,00 (cento e trinta mil 
reais). Assim, no valor correto, será equivalente a dinheiro. 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a 
seguinte ordem: 
I - Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em 
instituição financeira; 
II - Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do 
Distrito Federal com cotação em mercado; 
III - títulos e valores mobiliários com cotação em 
mercado; 
IV - Veículos de via terrestre; 
V - Bens imóveis; 
VI - Bens móveis em geral; 
VII - semoventes; 
VIII - navios e aeronaves; 
IX - Ações e quotas de sociedades simples e 
empresárias; 
X - Percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI - pedras e metais preciosos; 
Os bens penhoráveis obedecem a 
uma gradação, conforme o art. 
835 do CPC, dessa forma, a 
carta de fiança bancária e o 
seguro garantia judicial, desde 
que em valor não inferior ao 
débito em execução, acrescidos 
dos 30%, equivalem a dinheiro. 
 
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de 
compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; 
XIII - outros direitos. 
 
• Penhora de salário: de acordo com o CPC, deve ser permitida a penhora de salário 
quando o valor do mesmo for superior a 50 salários mínimos, já que p CPC diz ser 
impenhorável o excedente dessa quantia. 
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à 
hipótese de penhora para pagamento de prestação 
alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às 
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos 
mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 
528, § 8º , e no art. 529, § 3º . 
 
• Penhora de renda/faturamento de empresa: a OJ n° 93 do TST permite a penhora 
sobre a renda/faturamento da empresa, desde que, em percentual razoável. 
 
b) Avaliação 
A avaliação é realizada pelo Oficial de Justiça. No auto da penhora deverá constar o 
valor do bem, sendo possível a sua contestação por meio dos embargos à execução, 
conforme o art. 525 do CPC, que dispõe sobre as possibilidades de avaliação errônea, 
que podem ser arguidas. 
Nesse processo, pode ocorrer o a apresentação dos embargos, o julgamento dos 
embargos, a preparação do bem para arrematação (venda em leilão), entretanto, 
pode ser grande o lapso temporal entre a avaliação e o leilão, tornando a primeira 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art528%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art528%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art529%C2%A73
avaliação divergente com o valor atual do bem, que pode ter sofrido valorização ou 
desvalorização. Dessa forma, o juiz pode determinar uma nova avaliação. 
Art. 873. É admitida nova avaliação quando: 
I - Qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a 
ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador; 
II - Se verificar, posteriormente à avaliação, que houve 
majoração ou diminuição no valor do bem; 
III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem 
na primeira avaliação. 
Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista 
no inciso III do caput deste artigo. 
 
c) Arrematação 
Será realizada através de leilão, devendo dar-se publicidade, com a publicação de 
edital com antecedência mínima de 20 dias, para que o maior número possível de 
pessoas tenha acesso e, consequentemente, elevando a possibilidade de 
arrematação por um preço melhor. 
Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, 
contados da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á 
a arrematação, que será anunciada por edital afixado na 
sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se 
houver, com a antecedência de vinte (20) dias. 
 
O arrematante deve garantir o lance com entrada equivalente a 20% do valor do bem, 
pagando o restante em 24 horas, sob pena de perda da entrada e o retorno do bem 
a leilão. Porém, o CPC prevê a possibilidade de adquirir o bem de forma parcelada, 
devendo o interessado apresentar sua proposta, contendo entrada de ao menos 30% 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art480
e o restante em 30 parcelas, garantido o pagamento por caução idôneo, no caso de 
bens móveis e hipoteca (imóveis). 
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em 
prestações poderá apresentar, por escrito: 
I - Até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do 
bem por valor não inferior ao da avaliação; 
II - Até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do 
bem por valor que não seja considerado vil. 
§ 1º A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de 
pagamento de pelo menos vinte e cinco por cento do valor do 
lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, 
garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e 
por hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis. 
§ 2º As propostas para aquisição em prestaçõesindicarão o 
prazo, a modalidade, o indexador de correção monetária e as 
condições de pagamento do saldo. 
 
Num primeiro momento, o bem será alienado pelo valor da avaliação, considerado 
como justo. Entretanto, o bem pode ser vendido com valor abaixo do avaliado, 
contanto que não seja considerado como vil (abaixo do valor mínimo estipulado pelo 
juiz ou, na falta deste valor, abaixo de 50% do valor do bem), tendo em vista que isto 
traria grande prejuízo ao executado e poderia não ser útil ao processo de execução. 
 
d) Adjudicação 
É a forma prioritária de execução, pode ser entendida como o recebimento da coisa 
penhorada como uma forma de pagamento da execução, ou seja, em vez do bem ser 
vendido num leilão, e transformado em dinheiro para pagamento ao exequente, 
entrega-se o próprio bem objeto da penhora. 
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior 
ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens 
penhorados. 
A adjudicação será feita pelo valor da avaliação, sendo o exequente notificado após 
a garantia do juízo e decisão sobre os embargos, para manifestar seu interesse em 
adjudicar, evitando-se que assim o bem vá a leilão, sendo ela uma forma rápida de 
satisfação da obrigação. 
e) Remição 
Está prevista na Lei n° 5.584/70, e consiste no pagamento do valor total da 
condenação, para extinguir a execução e livrar os bens constritos, objetos da 
penhora. Deve ser total, não se podendo remir um ou alguns bens, depositando-se o 
valor integral. 
Art. 13, da Lei n° 5.584/7: Em qualquer hipótese, a remição 
só será deferível ao executado se este oferecer preço 
igual ao valor da condenação. 
 
6. Prescrição intercorrente 
Trata-se da prescrição que ocorre no curso do processo trabalhista, diante da 
paralisação do processo de execução. Existem dois entendimentos divergentes: 
• Súmula 327 do STF: o direito trabalhista admite a prescrição intercorrente. 
 
• Súmula 114 do TST: não se aplica a prescrição intercorrente no processo do trabalho. 
Entende-se que, conforme entendimento da súmula 114 do TST, não existe prescrição 
no processo do trabalho, tendo em vista que o Juiz do Trabalho tem legitimidade para 
iniciar os atos processuais, em razão do princípio inquisitivo, dessa forma, entende-
se que não pode permitir que o processo seja paralisado. 
 
7. Execução de obrigação de fazer, não fazer e de entregar coisa 
Esse tipo de execução segue as normas que constam no CPC: 
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer 
ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a 
tutela específica ou determinará providências que assegurem 
a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica 
destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de 
um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da 
ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. 
 
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de 
declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o 
pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os 
efeitos da declaração não emitida. 
 
 
 
A intenção do legislador, ao afirmar que a tutela específica será concedida, é entregar 
ao credor da obrigação, exatamente o que ele teria se a obrigação tivesse sido 
cumprida de forma espontânea. EX: se a obrigação tivesse sido cumprida 
espontaneamente, o devedor deveria entregar um carro ao credor. Se a obrigação 
não tivesse sido cumprida, o credor poderia acionar o Poder Judiciário, para pleitear 
a execução da obrigação e terminaria o processo com a posse do veículo, ou seja, a 
tutela específica lhe seria concedida ao devedor lhe entregar o bem. 
Tratam da concessão da 
tutela específica para 
determinar que o devedor 
cumpra a obrigação do 
modo como foi normalizada, 
sem conversão em perdas e 
danos em um primeiro 
momento. 
Esses dispositivos se aplicam ao processo do trabalho por força da IN n° 
39/16 do TST. 
A conversão em perdas e danos é tratada de forma excepcional pelo CPC: 
Art. 499. A obrigação somente será convertida em 
perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível 
a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo 
resultado prático equivalente. 
 
Em relação à obrigação de fazer, entre as obrigações mais comuns dentro do 
processo do trabalho estão: 
• Reintegração do empregado 
• Anotação na CTPS 
• Reenquadramento funcional 
• Entrega de guias de seguro-desemprego 
 
 
 
 
 
O juiz ainda pode aplicar várias técnicas para compelir o devedor a cumprir a 
obrigação: 
§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá 
determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a 
busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o 
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, 
podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força 
policial. 
Algumas providências podem ser tomadas para assegurar o resultado prático 
equivalente. Um exemplo claro é a imposição de multa diária, caso a 
obrigação não seja cumprida. Esta multa está regulamentada no CPC: 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a 
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela 
pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à 
satisfação do exequente. 
8. Execução contra massa falida 
Ponto que merece destaque, em relação à massa falida, é a competência da Justiça 
do Trabalho para a prática de atos processuais, quando é decretada a falência de uma 
empresa que será executada. 
Dependendo do momento em que está o processo de execução, a Justiça do 
Trabalho continuará competente para a prática de atos de expropriação e 
pagamento ou devera remeter a quantia que será objeto da alienação, para a vara de 
Falência: 
• Falência decretada antes da prática de atos de constrição patrimonial: o credor 
receberá uma certidão de crédito trabalhista, para a realização de habilitação perante 
o Juízo Falimentar. 
 
• Falência decretada após a penhora dos bens, mesmo antes da alienação: após a 
penhora, os bens serão vendidos em leilões da Justiça do Trabalho, que não efetuará 
o pagamento ao credor, porque o valor será remetido para o Juízo de Falência, 
devendo o credor habilitar o seu crédito naquele juízo, pagando a todos de acordo 
com as normas da falência e concordata. 
 
• Falência decretada após a alienação dos bens pela Justiça do Trabalho: o pagamento 
do crédito pela Justiça do Trabalho será feito, sendo remetido ao juízo de falência 
apenas o residual para a efetivação do pagamento. 
 
9. Execução contra a Fazenda Pública 
A execução contra a Fazenda Pública se dá através de meios alternativos de 
pagamento de dívidas, reconhecidas pelo Poder Judiciário, que são: precatórios e 
RPV (requisição de pequeno valor). 
Não se realiza penhora para pagamentos de dívidas da Fazenda Pública, como o que 
se costuma fazer entre pessoas naturais e jurídicas, tendo em vista que a execução 
de entes públicos obedece a um procedimento diferenciado, em razão da 
impenhorabilidade de seus bens. 
A CRFB aponta quais são os entes públicos que podem ser alvo do regime de 
precatórios e RPV: 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas 
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em 
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente 
na ordem cronológica de apresentação dos precatórios 
e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação 
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e 
nos créditos adicionais abertos para este fim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. União 
. Estados 
. Municípios 
. DF 
. Autarquias 
. Fundações de Direito Público 
. Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas não se submetem a esse regime 
diferenciado. 
Sãoregidas pela Clt, que determina o pagamento ou outras ações, sob pena de penhora dos 
bens: 
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir 
mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no 
prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de paga
mento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o f
aça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora. 
Seguindo este procedimento, o ente público, uma vez que seja citado, poderá 
oferecer embargos no prazo de 30 dias, conforme o art. 910 do CPC, bem como o art. 
1°-B da Lei n° 9.494/97 (Disciplina a aplicação da tutela antecipada contra a Fazenda 
Pública). 
 Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a 
Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 
(trinta) dias. 
Além da diferença em relação ao prazo de 5 dias, estabelecido pelo art. 884 da CLT, 
não há a necessidade de garantia do juízo, diferentemente dos entes privados, pois 
há neste artigo a previsão de garantia integral por penhora ou depósito. 
 
Julgados os embargos, o Juiz da Execução determina a formação de um pequeno 
processo chamado de precatório, composto das principais peças do processo, para 
que o Presidente do Tribunal competente remeta os autos ao Poder Executivo, 
determinando que seja incluso o valor no orçamento, para o devido pagamento, 
conforme a ordem cronológica de apresentação, seguindo regras específicas: 
 
• Se o precatório for apresentado até o dia 01 de julho, o pagamento deve ocorrer até 
o fim do próximo ano (exercício financeiro subsequente). EX: 
 
→ Apresentação até 01/07/2020: pagamento feito até final de 2021 
 
→ Apresentação após 01/07/2020: pagamento até o final de 2022. 
 
 
Dependendo do valor do débito do ente público, podem ser realizados dois 
procedimentos: 
• Precatório 
• RPV (requisição de pequeno valor) 
A CRFB dispõe que as obrigações de pequeno valor (RPV), seguem um procedimento 
simplificado, não havendo a necessidade de expedição de ordem de pagamento, por 
intermediação do TRT, aplicando-se, neste caso, a Lei n° 10.259/2001 (Dispõe sobre a 
instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal), em 
relação à União Federal. 
Art. 100, CF: 
 § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à 
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos 
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor 
que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de 
sentença judicial transitada em julgado 
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, 
por leis próprias, valores distintos às entidades de direito 
público, segundo as diferentes capacidades econômicas, 
sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do 
regime geral de previdência social. 
 
Atenção!!! 
Para distinção entre valores que correspondem a precatórios e RPV, é preciso 
observar os artigos 86 e 87 da ADCT – Atos das Disposições Constitucionais 
Transitórias, que informam que, enquanto não forem criadas leis estaduais e 
municipais específicas, deverão ser levados em conta os seguintes valores: 
ENTE PÚBLICO VALOR LIMITE PARA O RPV 
União Até 60 salários mínimos 
Estados Até 40 salários mínimos 
Municípios Até 30 salários mínimos 
 
Art. 86. Serão pagos conforme disposto no art. 100 da 
Constituição Federal, não se lhes aplicando a regra de 
parcelamento estabelecida no caput do art. 78 deste Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, os débitos da 
Fazenda Federal, Estadual, distrital ou Municipal oriundos de 
sentenças transitadas em julgado, que preencham, 
cumulativamente, as seguintes condições: 
I - Ter sido objeto de emissão de precatórios judiciários; 
II - Ter sido definidos como de pequeno valor pela lei de que 
trata o § 3º do art. 100 da Constituição Federal ou pelo art. 87 
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 
III - estar, total ou parcialmente, pendentes de pagamento na 
data da publicação desta Emenda Constitucional 
§ 1º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, ou os 
respectivos saldos, serão pagos na ordem cronológica de 
apresentação dos respectivos precatórios, com precedência 
sobre os de maior valor 
§ 2º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, se ainda 
não tiverem sido objeto de pagamento parcial, nos termos do 
art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 
poderão ser pagos em duas parcelas anuais, se assim dispuser 
a lei 
§ 3º Observada a ordem cronológica de sua apresentação, os 
débitos de natureza alimentícia previstos neste artigo terão 
precedência para pagamento sobre todos os demais 
 
 Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da 
Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno 
valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis 
definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto 
no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou 
obrigações consignadas em precatório judiciário, que tenham 
valor igual ou inferior a 
I - Quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados 
e do Distrito Federal; 
II - Trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios 
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o 
estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á, sempre, por 
meio de precatório, sendo facultada à parte exequente a 
renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar 
pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista 
no § 3º do art. 100. 
 
Caso seja reconhecida a obrigação como RPV, será aplicado o art. 17 da Lei n° 
10.259/2001, que dispõe que o juiz da Execução (juiz do Trabalho), deverá intimar o 
ente público para pagar em 60 dias, depositando o valor em conta bancária do Banco 
do Brasil ou Caixa Econômica Federal. 
 
 
 
 
10. Certidão negativa de débitos trabalhistas 
A certidão negativa de débitos trabalhistas está regulamentada na CLT: 
Art. 642-A. É instituída a Certidão Negativa de Débitos 
Trabalhistas (CNDT), expedida gratuita e eletronicamente, 
para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos 
perante a Justiça do Trabalho. 
Trata-se da prova de existência de débito trabalhista, e seu objetivo é comprovar que 
não existem débitos da empresa perante a Justiça do Trabalho, que a empresa não 
foi condenada por possuir débitos em aberto, e que, portanto, é uma empresa 
cumpridora de suas obrigações. 
A CNDT é utilizada pela empresa em diversas situações, dentre elas, nas contratações 
de empresas terceirizadas (em que a tomadora de serviços exige a apresentação da 
certidão ou para participação em processos licitatórios), pode ainda ser utilizada na 
concessão de empréstimos e financiamentos. 
Após o decurso do prazo, sem que seja realizado o pagamento, o juiz poderá 
determinar o sequestro de numerário para o pagamento da obrigação. 
Além da CNDT, o mesmo artigo ainda prevê a existência da certidão positiva com 
efeito de negativa, onde se afirma a existência de débitos trabalhistas, mas que estes 
estão garantidos por penhora ou com exigibilidade suspensa. 
§ 2o Verificada a existência de débitos garantidos por 
penhora suficiente ou com exigibilidade suspensa, será 
expedida Certidão Positiva de Débitos Trabalhistas em 
nome do interessado com os mesmos efeitos da CNDT. 
 
A CNDT possui prazo de 180 dias, devendo-se extrair nova certidão depois de 
espirado este prazo, já que neste período, a empresa poderá ter sofrido alguma 
condenação trabalhista, e não ter mais direito à CNDT. 
 
11. Desconsideração da Personalidade Jurídica 
O CPC de 2015 trouxe modificações no procedimento da desconsideração da 
personalidade jurídica, criando um procedimento para a aplicação desta teoria e a 
realizaçãoda penhora dos bens dos sócios, o que não acontecia sob a égide do código 
de 1973. 
A IN n° 39/16 do TST diz que são aplicáveis os artigos 133 a 137 do CPC, tratando-se do 
procedimento de desconsideração. 
Art. 133. O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte 
ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no 
processo. 
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade 
jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de 
desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
 Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em 
todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em 
título executivo extrajudicial. 
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente 
comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for requerida 
na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou 
a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, 
salvo na hipótese do § 2º. 
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento 
dos pressupostos legais específicos para 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa 
jurídica será citado para manifestar-se e requerer as 
provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o 
incidente será resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, 
cabe agravo interno. 
 Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a 
alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de 
execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
 
Atenção!!!! 
No processo do Trabalho, sempre foi aplicada a Teoria da Menor Desconsideração, 
prevista no art. 28 do CDC, que não prevê a necessidade de demonstração de desvio 
da finalidade ou confusão patrimonial, que são requisitos necessários, conforme o 
que preconiza o art. 50 do Código Civil (que é a Teoria Maior). 
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade 
jurídica da sociedade quando, em detrimento do 
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, 
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos 
ou contrato social. A desconsideração também será 
efetivada quando houver falência, estado de insolvência, 
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica 
provocados por má administração. 
 § 1° (Vetado). 
 § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários 
e as sociedades controladas, são subsidiariamente 
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. 
 § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente 
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. 
 § 4° As sociedades coligadas só responderão por 
culpa. 
 § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa 
jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma 
forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados 
aos consumidores. 
 
Atenção!!!! 
Em relação ao procedimento dos art. 133 a 137 do CPC, deve-se observar: 
 
• O início do procedimento pode ser determinado de ofício pelo magistrado, conforme 
dispõe a IN n° 39/16 do TST. 
 
• O procedimento, apesar de ser mais comum no processo de execução, também pode 
acontecer no processo de conhecimento, principalmente quando houver risco de 
esvaziamento do patrimônio dos sócios e da empresa. 
 
• A instauração do procedimento depende de processo. 
No processo do trabalho, o único 
requisito para a desconsideração, 
é a ausência do patrimônio da 
pessoa jurídica. 
A mera ausência de bens já 
autoriza a desconsideração e a 
constrição ou expropriação dos 
bens dos sócios, como forma de 
cumprir a obrigação. 
 
• O sócio será notificado para apresentar defesa e provas em 15 dias. 
 
• O incidente será decidido por decisão interlocutória, não cabendo recurso no 
processo do Trabalho, conforme a IN n° 39/16 do TST. 
 
• Se realizado no processo de execução, cabe agravo de petição, conforme o art. 897, 
a da CLT, sem a necessidade de garantia do juízo. 
 
• Se realizado no âmbito do Tribunal, pelo Relator, cabe da decisão, recurso de agravo 
interno, conforme o art. 932, VI do CPC (por se tratar de uma decisão monocrática).

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