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Soniely Melo FIBROSE CÍSTICA É uma doença monogênica autossômica recessiva, desencadeada pela presença de mutações no gene do CFTR, encontrado no braço longo do cromossomo 7. o gene CFTR é responsável por codificar uma proteína que age no transporte transmembrana de cloro. Isso leva a modificações das secreções corporais (como suor, sucos digestivos e mucos), tornando-as mais viscosas. Rastreamento – fibrose cística: Triagem neonatal com elevação de tripsinogênio imunorreativo, deve-se repetir o teste ainda nos primeiros 30 dias de vida. Caso a segunda dosagem também seja elevada, deve-se realizar o teste do suor para confirmar o diagnóstico. Quadro clínico – fibrose cística: Afeta glândulas exócrinas, levando à produção de um muco mais espesso. Afeta principalmente pulmões, pâncreas, rins, fígado, intestino e seios da face. • nos pulmões: esse aumento na viscosidade das secreções bloqueia as vias aéreas, propiciando a proliferação bacteriana e a lesão pulmonar. • no pâncreas: ocorre obstrução com destruição do pâncreas exócrino, em geral, ainda no período intraútero, levando à má nutrição e consequentes alterações de crescimento. • no trato gastrointestinal: obstrução meconial é comum (íleo meconial). ex: pct com história de íleo meconial, pneumonias de repetição, baqueteamento digital e baixo ganho ponderoestatural. diarreia crônica + síndrome respiratória + possível componente genético = a principal hipótese é Fibrose Cística. O quadro diarreico normalmente é associado à insuficiência pancreática exócrina, que leva à má absorção de nutrientes, Esteatorreia e desnutrição. Pacientes com fibrose cística apresentam um aumento na produção de suor com perda excessiva de sais. Maior risco de desidratação com HIPONATREMIA e ALCALOSE METABÓLICA HIPOCLORÊMICA. HIPOCALEMIA e HIPOCALCEMIA. trato respiratório: • bronquiectasias • espessamento brônquico • impactação mucoide • atelectasias • aprisionamento aéreo • TC é o padrão ouro • distúrbio ventilatório obstrutivo: VEF1/CVF <0,80; sistema reprodutor masculino: azoospermia obstrutiva. Diagnóstico – Fibrose Cística: Padrão-ouro: é o teste do suor, o qual avalia a concentração de cloreto. Concentrações acima de 60meq/l, em duas ocasiões diferentes, são consideradas como diagnóstico. 1. 2 dosagens de tripsina imunorreativa (IRT) alteradas (>90ng/ml); Soniely Melo 2. teste do suor positivo = >60meq/l (2 testes positivos) 3. avaliar presença de insuficiência pancreática = esteatócrito ácido, que implica a quantificação da coluna de gordura após diluição e centrifugação de pequena amostra de fezes. 4. após a confirmação da insuficiência pancreática, devemos iniciar a terapia de reposição enzimática. 5. quanto ao laboratório, corrigir alcalose metabólica, hiponatremia, hipocalemia e hipocloremia; 6. internação e hidratação venosa, e no tratamento de manutenção, deve ser orientada a reposição de sódio oral para evitar novo quadro de desidratação. Tratamento – Fibrose Cística: • dieta equilibrada, sem restrições dietéticas. • terapia de reposição de enzimas pancreáticas • suplementação diária de vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K) • diversos centros recomendam a adoção de dietas com normogordurosa e calorias, sem restrição de sal. • ácido ursodesoxicólico se doença hepática. paciente colonizado por Staphylococcus aeruginosa multissensível = Oxacilina. para Pseudomonas aeruginosa multissensível é recomendado o uso de um betalactâmico antipseudomonas (ex: Ceftazidima) associado a um aminoglicosídeo (ex: Amicacina). Internação, hidratação endovenosa com reposição de eletrolíticos até controle gasométrico normalizado, manter aleitamento materno, realizar esteatócrito e de teste do suor para confirmar ou excluir o diagnóstico de fibrose cística. Seguimento – Fibrose cística: vigilância de culturas de escarro e orofaringe. azitromicina 3x/ semana; transplante pulmonar: indicado quando VEF1 <30% ou em queda acelerada. Paciente com infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa deve fazer supressão com antibiótico inalatório – tobramicina – para controle da colonização pulmonar. outra alternativa a tobramicina disponível no Brasil é o Colistin inalatório. S. aureus não apresenta indicação de atb inalatório.
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