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Avaliação e Intervenção Neuropsicopedagógica nos distúrbios de aprendizagem

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Avaliação e Intervenção Neuropsicopedagógica nos distúrbios de 
aprendizagem 
Autores: Esp. Cintia Fister Ferreira Marcante 
Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Cintia Fister Ferreira Marcante 
 
 
 
 
Avaliação e Intervenção 
Neuropsicopedagógica nos 
distúrbios de aprendizagem 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
MARCANTE, Cintia Fister Ferreira. 
Avaliação e Intervenção Neuropsicopedagógica nos distúrbios de 
aprendizagem / Cintia Fister Ferreira Marcante. – Curitiba, 2017. 
40 p. 
Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Avaliação e Intervenção 
Neuropsicopedagógica nos distúrbios de aprendizagem – Faculdade 
São Braz (FSB), 2017. 
 ISBN: 978-85-94439-37-6 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
 Nesta disciplina serão estudadas as teorias da aprendizagem, com foco 
cognitivo de vários autores relevantes para o processo de aprendizagem, bem 
como, a atuação do Neuropsicopedagogo no âmbito escolar, suas intervenções, 
técnicas, conceitos, formas, análises e resultados de avaliação neuropsico-
pedagógica. Também, serão compreendidas as bases neurocientíficas do 
processo de aprendizagem. 
 
 
6 
 
Aula 1 - O processo de aprendizagem sob o foco cognitivo, o papel do 
neuropsicopedagogo na instituição escolar, intervenções neuropsi-
copedagógicas: possiblidades e limites 
 
Apresentação da aula 
 
Nesta aula serão aprimorados os conhecimentos da temática da 
aprendizagem humana, com foco nas teorias de Richard Mayer, Jean Piaget, 
Lev S. Vygotsky e Henri Wallon, apresentando em cada teoria seus conceitos, 
trazendo em cada uma delas, a visão do ser humano em seu desenvolvimento, 
aprendizagem e educação, porém, todas investigando a origem do psiquismo. 
Também será conhecida a importância do neuropsicopedagogo no ambiente 
escolar e quais suas atribuições. 
 
1.1 O processo de aprendizagem sob o foco cognitivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://br.freepik.com/vetores-gratis/mente-do-aluno_761227.htm#term=cerebro 
mente&page=1&position=29 
 
 
O processo de aprendizagem sob o foco cognitivo, cada vez mais está 
ganhando destaque no panorama da educação. Discutir sobre o assunto, vem 
atraindo inúmeros profissionais a investigar cada vez mais princípios e teorias, e 
nessas investigações detectou-se a necessidade de um profissional que vai além 
de conhecimentos pedagógicos. Surge então o Neuropsicopedagogo (Base para 
o surgimento Lei 3124/97- Senado Federal). Sua formação é baseada em 
neurociência, o que faz com que ganhe um papel importante na facilitação da 
aprendizagem, pois, sabemos que a aprendizagem sempre dependerá e 
 
7 
 
passará pelo cérebro, e com isso, considera-se à necessidade da intervenção 
de um profissional habilitado nas instituições escolares. 
 Richard Mayer (2003, apud Sovela, s/data), professor de psicologia da 
Universidade da Califórnia, fez uma grande investigação sobre a interseção da 
cognição com enfoque na aprendizagem multimédia. Em sua conclusão, os 
alunos adquirem conhecimento e recordam melhor, quando o professor conduz 
uma explicação através de palavras e imagens, e não somente com palavras. 
Contudo, não pode-se concluir que com esse método se garante o sucesso 
educativo dos alunos. Para Mayer, é preciso criar habilidades na aplicação desse 
método, em que uma das formas é apropriar as imagens para cada fase 
educacional do aluno, pois cada mensagem que transmitimos precisa estar de 
acordo com o processo cognitivo da criança. Assim, faz-se necessário a 
constante busca de conhecimentos, com o objetivo de melhorar habilidades, 
competências e novas estratégias para o ensino, pois o foco segundo Mayer, é 
alcançar a compreensão do aluno, utilizando-se de uma linguagem mais próxima 
deles. 
 
 
 
 
 
Fonte:https://www.sophia.org/tutorials/teoria-cognitiva-da-aprendizagem-multimedia-
de-ric 
 
Ouça 
Para o professor Mayer, em sua investigação da área 
cognitiva, a aprendizagem terá mais sucesso se for baseada 
na utilização de recursos visuais. Assista ao vídeo sobre 
Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimédia no link: 
https://youtu.be/pK_wr0FF4N4 
https://youtu.be/pK_wr0FF4N4
 
8 
 
 
 Para Piaget (1991), o conhecimento é uma evolução contínua e sua 
construção parte da interação ativa do sujeito. Também defende que o ser 
humano se desenvolve através de estágios de organização no campo do 
pensamento e do afeto, isso acontece, através das possibilidades em que o 
ambiente leva a criança à ação, ou seja, em certo momento a criança se 
desenvolve por centrar-se em si mesmo, depois passa para um sentimento de 
obediência (envolvida por temor e afeição), a partir daí, constrói sua própria 
forma de pensar e agir, já com mais autonomia. Assim, a inteligência humana 
passa por uma transformação constante, sempre buscando compreender o que 
acontece ao seu redor. 
 Dentre suas investigações, Piaget descobriu formas da construção do 
conhecimento e do desenvolvimento das características, que vão desde o modo 
de pensar, agir e falar das crianças e adolescentes. 
 
Sensório-Motor (0 - 2 anos) 
A criança é marcada por coordenação 
sensorial, a criança começa a 
perceber gradativamente, que os 
objetos à sua volta continuam a existir, 
mesmo que não estejam sob seu 
olhar. 
Pré-Operatório (2 - 6 anos) Aparecimento da linguagem oral. 
Operatório Concreto (6 - 11 anos) 
Pensamentos mais compatíveis com 
a realidade, embora esteja ainda 
preso à realidade concreta. 
Operatório Formal (a partir dos 11 
anos) 
Os pensamentos são mais dedutivos, 
menos egocêntricos, começa a 
construir sua própria autonomia e se 
torna mais sociável. 
Fonte: Elaborada pelo autor (2017) 
 
 
 Os processos de ensino-aprendizagem do ser humano, segundo Piaget, 
são construídos através dos acontecimentos externos, das interações entre os 
sujeitos, e esses fatores, os levam ao desenvolvimento intelectual e também 
afetivo. Relacionando essa investigação de Piaget com uma situação 
 
9 
 
educacional, pode-se supor que o aluno, tanto em sua ação como no seu 
raciocínio, se posiciona emum processo de aprendizagem ativa, com ênfase nas 
interações. Tanto o professor como o companheiro de classe, são importantes 
para o desenvolvimento da aprendizagem. Fica claro, que o processo de 
aprendizagem para Piaget, não é um processo mecânico e sim um processo 
complexo, que requer um método ativo para o ensino, fazendo com que o 
professor assuma um papel mais dinâmico, com mais habilidades de ensino, se 
tornando um agente ativo, que segundo PASCUAL (1999, p.9): “cabe ao 
professor mostrar ao aluno que seus esquemas assimilados são insuficientes 
para atingir um equilíbrio permanente”, ou seja, o professor precisa aguçar a 
curiosidade de seu aluno, instigando-o a uma reflexão e criação constante. 
 Em síntese, pode-se dizer que para Piaget, a construção de conhecimento 
se remete a processos de assimilação, buscando-o através de uma elaboração 
interna, de aprendizagem cognitiva e não mecanicista, pois a inteligência é 
construída e não um produto de dotação genética. 
 Na visão de Vygotsky, temos a contribuição de que não é possível pensar 
em aprendizagem sem a interação com o outro, ou seja, é necessário à 
socialização. Veja no quadro os conceitos de aprendizagem: 
 
Espontâneos 
Aprendizagem através do cotidiano da 
criança, observando tanto os papéis 
de cada membro da família, como as 
funções dos objetos e utensílios da 
casa. 
Científicos 
Aprendizagem através do ensino, co-
mo por exemplo: conceitos matemá-
ticos, números, decimais, conceitos 
de verbos etc. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017) 
 
 
 Para Vygotsky, os dois conceitos dependem um do outro, assim os 
conceitos espontâneos só se estruturam com a influência dos conceitos 
científicos, como também os conceitos científicos necessitam do suporte dos 
conceitos espontâneos. 
 
10 
 
 Diante a isso, Vygotsky compreende que, antes do ensino escolar, a 
criança já vem para a escola com certo conhecimento, pois de alguma forma ela 
já entrou em contato em seu cotidiano, com noções matemáticas e com a escrita. 
 Na escola, o professor terá que ter habilidades, pois os conhecimentos 
adquiridos pela criança no âmbito familiar, são impulsionados por motivos e 
necessidades. Por isso, a escola tem um papel muito importante no que diz 
respeito ao desenvolvimento das funções psicológicas. 
 Para Dantas (1994), os educadores têm um grande interesse pela obra de 
Henri Wallon, pela sua proposta de uma Psicologia integradora que dá ênfase 
nos processos emocionais e afetivos, em que se predomina o componente 
intelectual do conhecimento. Com isso, Wallon afirma que há uma conexão entre 
a emoção e o funcionamento intelectual. Pode-se dizer que a emoção é um 
elemento da expressão e o professor tem que estar atento a esse aspecto, visto 
que se o emocional do aluno estiver fora de controle, irá inibir seu intelectual e 
vice-versa, resultando na dificuldade da aprendizagem. A escola tem um papel 
muito importante nesse conceito de Wallon, pois precisa de forma adequada, 
lidar com as emoções do aluno, não intensificando suas frustações e 
ansiedades, assim como o professor também precisa saber lidar suas próprias 
emoções perante seus alunos, principalmente no período da Educação Infantil, 
que é a fase que forma a personalidade. Outro momento é na adolescência, em 
que podem surgir conflitos entre professor/aluno. 
 Esses conflitos são parte da construção do psiquismo e não pode ser 
encarado totalmente como empecilhos para a aprendizagem. O professor 
nessas etapas, precisa manter o equilíbrio, a racionalidade e não se envolver em 
situações conflituosas. 
 
1.2 O neuropsicopedagogo na instituição escolar 
 
 O processo de aprendizagem sob o foco cognitivo, ganha destaque no 
panorama da educação, e em todas as teorias apresentadas, observa-se que o 
professor, diante desse novo contexto escolar, percebe uma nova necessidade: 
a de um profissional que lhe dê suporte para um processo de aprendizagem com 
mais eficiência, visto que ele se confronta cada vez mais com questões 
pedagógicas, psicológicas e neurológicas, que vão além de seus saberes. 
 
11 
 
 Baseado nessa necessidade, surge o papel neuropsicopedagogo na 
instituição escolar. Primeiro, precisa-se entender que a área da pesquisa da 
neuropsicopedagogia é na atuação interdisciplinar, que vai desde a avaliação 
até a intervenção. 
 Para Rotta Apud Consenza (2010): 
 
A área de estudo das neurociências objetiva a análise dos processos 
cognitivos, potencialidades pessoais e perfil socioeconômico, a fim de 
construir indicadores formais para a intervenção clínica, frente aos 
educandos com baixo desempenho e que apresentam disfunções 
neurais, devido à lesão neurológica de origem genética, congênita ou 
adquiridas. 
 
 A partir dessa análise, começa-se a entender o trabalho do 
neuropsicopedagogo na escola, pois seus estudos vão além dos estudos das 
características da aprendizagem, o seu conhecimento em neurociências o torna 
apto para avaliar, dar pareceres e até mesmo encaminhar o aluno para um 
especialista na área de: neurologia, pediatria, psiquiatria e fonoaudiologia, pois 
poderá identificar o problema mediante sintomas e queixas do aluno. 
 
1.3 Intervenções neuropsicopedagógicas: possibilidades e limites 
 
 Com novos olhares educativos, o neuropsicopedagogo procura a 
facilitação da aprendizagem. Identificando o problema, ele irá trabalhar com o 
processo de metacognição, que ultrapassa a aprendizagem cognitiva, que se 
baseia em um ensino com respostas certas. A metacognição procura fazer com 
que o aluno entenda o porquê de suas respostas, assim o neuropsicopedagogo 
consegue lidar com as dificuldades relacionadas à linguagem escrita, à 
matemática, ao déficit visual, aos déficit motores, aos transtornos emocionais e 
aos intelectos diferenciados, que são os com baixa capacidade intelectual e 
aqueles com o intelecto elevado. 
 Uma das maneiras do neuropsicopedagogo interferir no processo de 
alunos que parecem não aprender, é utilizando-se de métodos que, tanto Piaget 
como Vygotsky concordaram: a utilização de jogos na aprendizagem, que para 
eles, é uma possibilidade bem criativa que irá trabalhar a cognição e a 
metacognição. Alguns jogos como: “salta buraco”, fará com que o aluno entenda, 
 
12 
 
analise e reflita sobre o que está fazendo e como poderia ter feito melhor. 
Também serão ativadas nesse jogo várias áreas cerebrais. 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.cerebromente.org.br/n01/arquitet/lobos.htm 
Lobo Temporal 
Relacionado primariamente com o 
sentido de audição, exibe também 
um papel no processamento da 
memória e emoção. 
Lobo Frontal 
Pensamento abstrato, tomada de 
decisão. 
Lobo Parietal 
Responsável principalmente por 
receber sensações de toque, calor, 
frio, pressão, dor e coordenar o 
equilíbrio. Também está relacio-
nado com a lógica matemática. 
Lobo Occipital 
Responsável pela visão, danos 
nessa área promovem cegueira 
total ou parcial. 
Sistema Límbico Controle das emoções. 
 
 A intervenção poderá ocorrer também, se o aluno apresentar Transtorno 
de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Para essa intervenção, o 
neuropsicopedagogo terá que compreender o processamento neural, o 
diagnóstico, e o limite do neuropsicopedagogo nesse caso, é que, ao detectar a 
possibilidade de seu aluno estar com TDAH, encaminhar para um médico 
especialista no assunto, pois somente ele poderá dar o diagnóstico, e 
paralelamente para um psicopedagogo, para que possa realizar alguns testes de 
aprendizagem. 
 
13 
 
 Para realizar essa intervenção, o neuropsicopedagogo terá de seguir o 
seguinte protocolo: 
• Entrevista com o professor 
• Entrevista com os pais; 
• Questionário e escala de sintomas que deverão ser preenchidos pelos 
pais e professores; 
• Avaliação de um neuropsicólogo;• Avaliação de um psicopedagogo; 
• Avaliação de um fonoaudiólogo. 
Importante 
O neuropsicopedagogo tem um papel importante em efetuar o 
procedimento da intervenção no sujeito, porém, o 
planejamento deve conter duas partes: uma voltada para a 
detecção dos sintomas e outra para dissolução das causas dos 
sintomas. O profissional deve assinalar o sintoma e, em 
seguida, buscar em suas anotações, as possíveis causas 
(sempre com muito cuidado para não entrar no campo do 
psicólogo, pois, sem preparo, fracassará). Lembrando, que 
para cada causa, deverá delinear um procedimento; isso nas 
três áreas: no sujeito, na família e na escola (CHAMAT, 2008). 
 
 A tarefa neuropsicopedagógica na instituição escolar é de uma 
necessidade grandiosa, pois permite detectar e resolver rapidamente, 
implicações sintomáticas no processo de aprendizagem, evitando avaliações 
ingênuas e precipitadas. 
 
Resumo da Aula 
 
 Nesta aula foram abordadas as teorias da aprendizagem com foco 
cognitivo segundo Mayer, Piaget, Vygotsky e Wallon. Na visão de Mayer, a 
aprendizagem terá mais sucesso se for baseada na utilização de recursos 
visuais. Para Piaget, observa-se sua visão na evolução do conhecimento, sendo 
a aprendizagem um processo contínuo, em que o sujeito aprende através da 
interação com o meio em que vive. Em Vygotsky, discutiu-se a aprendizagem 
 
14 
 
como processo central do desenvolvimento humano, onde a criança aprende 
através de seu cotidiano, que ele chama de conhecimentos espontâneos e 
através do conhecimento científico, que começam ser adquiridos através do 
ensino escolar. Na teoria de Wallon, a aprendizagem requer uma ação psíquica 
complexa, para estruturação do próprio sujeito, integrando afeto, movimento e 
intelecto. Foram identificadas nas teorias apresentadas, à necessidade do 
neuropsicopedagogo na instituição escolar, que entenda como se processa o 
desenvolvimento de aprendizagem de cada indivíduo, proporcionando-lhe 
melhoras nas perspectivas educacionais. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Para aprofundar seus conhecimentos, 
leia o livro: NEUROPSICOPEDAGOGIA 
E APRENDIZAGEM, de Roberte Metring 
e Simaia Sampaio, que foi redigido por 
uma equipe de conceituados escritores, 
propondo caráter multidisciplinar e 
visando fornecer uma visão ampla e 
atualizada de viés neurocientífico sobre 
os processos de aprendizagem, suas 
dificuldades, transtornos e intercorrên-
cias. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
Destaque as contribuições de cada teoria estudada nesta 
aula, para a área da neuropsicopedagogia. 
 
15 
 
Aula 2 - Técnicas de avaliação neuropsicopedagógica na busca da 
identificação das dificuldades e transtornos da aprendizagem 
 
Apresentação da aula 
 
Nesta aula serão estudadas a atribuições do neuropsicopedagogo em 
usar técnicas para avaliar se o aluno está com dificuldade ou transtorno de 
aprendizagem. 
 
2.1 Técnicas de avaliação neuropsicopedagógica, na busca da 
identificação das dificuldades e dos transtornos da aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://soparamaes.wordpress.com/2013/09/06/dificuldades-de-aprendizagem/ 
 
Pensar em neuropsicopedagogia, aproxima de temas mais complexos, 
como o do fracasso escolar. No Brasil, depara-se com a centralidade e 
necessidade do tema. Segundo Proença (2004), o fracasso da educação escolar 
no Brasil é incontestável. Mesmo tendo aumentado o número de ofertas de 
vagas nas escolas públicas, a qualidade do ensino oferecido ainda é 
desalentadora. Dados fornecidos pelo Sistema de Avaliação da Educação 
Básica - SAEB (2001), vem preocupando muito os professores, fazendo com que 
realizem diagnósticos equivocados dos alunos, como tendo dificuldades e até 
mesmo transtornos de aprendizagem, responsabilizando-os pelo não aprender, 
sem considerar as demais condicionantes contextuais e pessoais envolvidas. 
Por isso, a neuropsicopedagogia, deve ser encarada com mais importância em 
instituições de ensino, clínicas e afins, para que se possa, junto com 
especialistas de várias áreas, mudar esse contexto. 
 
16 
 
 
 Para identificar as dificuldades e transtornos da aprendizagem, precisa-se 
entender o conceito de cada um. 
 Garcia (1998), define as dificuldades de aprendizagem como um conjunto 
heterogêneo de transtornos, que se expressa no campo da metodologia escolar. 
São também chamados de dificuldades intrínsecas, muitas vezes se dão por 
mudanças frequentes de escolas ou, passar por uma situação que abale 
gravemente o emocional. Porém, não é um problema da própria criança, ele está 
relacionado com fatores familiares, socioeconômicos e pedagógicos. 
 
2.2 Dificuldade de aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-frustrado-com-a-licao-de-casa-
escrevendo-em-casa-menino-que-estuda-na-mesa-desenho-infantil-com-um-
lapis_1188282.htm 
 
 
 
 Nas dificuldades de aprendizagem: 
• Não existem alterações funcionais neurais; 
• O problema é externo; 
• As dificuldades que podem ser transitórias, caso sejam acompanhadas 
por um profissional habilitado e aplicada uma intervenção apropriada. 
No transtorno de aprendizagem: 
• Alterações funcionais intrínsecas, com base neurológica; 
• Condições sociais e pedagógicas, não são a causa da limitação; 
• Dificuldades podem ser permanentes, apesar da intervenção. 
 
 
17 
 
2.2.1 Características Diagnósticas: DSM – V (2013) 
 
 Segundo o DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) – V o transtorno da 
aprendizagem é diagnosticado quando o resultado do indivíduo em testes 
padronizados, está abaixo do esperado para sua idade. A escolarização e nível 
de inteligência, podem incluir certos transtornos: linguagem, matemática, 
expressão escrita e transtorno sem outra especificação. Pode também ser 
caracterizado como um transtorno do neurodesenvolvimento, com uma origem 
biológica, que é à base das anormalidades no nível cognitivo, as quais são 
associadas com as manifestações comportamentais. A origem biológica inclui 
uma interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais, que influenciam 
a capacidade do cérebro para perceber ou processar informações verbais ou 
não verbais, com eficiência e exatidão. 
 
2.3 Técnica para identificação de transtorno ou dificuldade de 
aprendizagem 
 
Déficit 
Fonológico ou 
dislexia 
 
 
Sintática: Prejudica secundariamente a 
questão relacionada com a estruturação 
frasal. 
 
 
 
 
Semântica: Está relacionada na parte 
da significação do que se lê e se escre-
ve. 
 
 
Leitura muito 
lenta, 
silabada, 
decodificação 
trabalhosa, 
pode 
prejudicar a 
interpretação 
do texto lido e 
sobrecarregar 
a memória 
operacional. 
Fonte: Elaborada pela autora (2017) 
 
 
 A seguir, algumas análises de caso. 
 
18 
 
 Análise 1: Observe como funciona a leitura lenta, silabada: 
 
A-fe-cha-du-ra-da-por-ta-da-mi-nha-ca-sa-que-brou-ho-je-a-tar-de. 
 
 Nesta leitura tem 20 segmentos que não tem significado nenhum para a 
pessoa com dificuldade de aprendizagem, inibindo a recuperação da memória 
de trabalho e de fazer a interpretação. 
 Já um leitor, vai ler essa frase utilizando-se de 11 segmentos mais 
significativos, ficando mais fácil recuperar a memória do trabalho e interpretar o 
conteúdo lido. 
 A dificuldade na leitura e interpretação vai muito além da língua 
portuguesa, pois todas as outras disciplinas ficarão prejudicadas. A história e a 
geografia, mesmo que o sujeito tenha potencial para assimilar a matéria, se a 
entrada da informação se der somente com a leitura, ele terá dificuldade de 
interpretação, não podendo acompanhar o rendimento de seus colegas. O 
mesmo se dá com a matemática, por mais que tenha um bom raciocínio lógico, 
se tiver que ler e interpretar, essesujeito terá prejuízo. 
 
Análise 2: Observe a situação a seguir: 
Jean tem 9 anos e cursa o 4º ano do Ensino Fundamental. 
Caraterísticas de Jean: 
 - Dificuldade para ser alfabetizado; 
 - A dificuldade persiste para fazer a decodificação da leitura, com 
prejuízo na compreensão; 
 - Compreende quando outra pessoa faz a leitura; 
 - Muitos erros ortográficos; 
 - Não tem histórico no desenvolvimento da linguagem oral; 
 - Facilidade em outros tipos de linguagem. 
 Análise: Criança inteligente, limitação para ler e escrever – Deve ser 
encaminhado para um especialista na área, pois pode estar apresentando 
“transtorno de aprendizagem”, como a dislexia. 
 
 
 
19 
 
 
Análise 3: 
José tem 7 anos e cursa o 2º ano do Ensino Fundamental: 
 - Não está conseguindo ser alfabetizado; 
 - Desinteresse pelas atividades propostas; 
 - Desatenção e agitação dentro da sala de aula; 
 - Problemas de comportamento na escola; 
 - Facilidade de aprender; 
 - Facilidade para matemática. 
 Análise: Dificuldade na leitura e escrita, desinteresse pelas 
atividades propostas, agitação na sala, comportamento não 
adequado, com facilidade de aprender de modo geral, incluindo a 
matemática. Aparentemente é parecido com a dislexia, porém a 
diferença encontra-se na idade e período escolar, bem como a 
facilidade em aprender matemática e outras matérias, sinalizando que 
consegue interpretar. Nesse caso, deverá ser feito apenas a 
intervenção pedagógica, podendo ser acompanhado por uma 
fonoaudióloga. 
 
 
Análise 4 
Vanderlei tem 9 anos e cursa o 4º ano do Ensino Fundamental: 
- Lê e escreve com limitações na expressão e compreensão; 
- Dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral; 
- É esforçado, mais não consegue acompanhar; 
- Tem desempenho melhor em atividades não verbais; 
- Não apresenta comprometimento verbal. 
 Análise: Dificuldade oral, leitura, escrita, matemática, preservação da 
capacidade intelectual geral. Indica Distúrbio funcional da aprendizagem. 
 
 
 
 Crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, têm 
sobrecarga de trabalho, pois precisam estudar muito mais do que seus colegas 
 
20 
 
para atingirem uma nota razoável, e quando se deparam com notas que não 
foram compatíveis com seus estudos, tem um sentimento de menos valia, os 
tornando mais vulneráveis a outras situações, como o bullying e a depressão. 
Por isso a sobrecarga de trabalho demanda de uma supervisão melhor da 
família, dos professores e todos os especialistas envolvidos. 
 Muitas vezes faz-se necessário agir antes da definição do diagnóstico, é 
lógico que o diagnóstico do especialista é importante, porém, com essa espera, 
pode-se comprometer o atendimento precoce, agravando uma situação que 
poderia ser pontual. 
 Os objetivos de Programas de intervenção com habilidades cognitivas é o 
de minimizar o impacto dos entraves da leitura e escrita, de crianças que 
apresentam dificuldades ou transtornos de aprendizagem, e também, ajudam a 
esclarecer o diagnóstico. 
 Vale salientar que, todas as intervenções exigem uma análise cuidadosa, 
realizada por uma equipe multidisciplinar, pois, o neuropsicopedagogo não é 
uma ilha, ele precisa dialogar com diversas especialidades, inclusive porque as 
causas são múltiplas, e assim, ele precisa desenvolver técnicas como a de 
observar as potencialidades do indivíduo, estudar qual é o melhor método que 
deve ser aplicado, levando em consideração que quando se trata da dificuldade 
de aprendizagem, às vezes apenas alguns ajustes pedagógicos ajudam. Porém 
para os demais problemas, o neuropsicopedagogo terá de elaborar um 
questionário que envolverá a família e o professor e com base nesses dados, ele 
irá elaborar um plano de ação e intervenção, que podem ser desde instrumentos 
de avaliação, diferentes modalidades de atividades até testes padronizados, 
utilizados de acordo com a habilitação do profissional e da composição da equipe 
multidisciplinar. 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Ví deo 
Assista ao vídeo de Roberto Andersen, sobre as atividades 
que o Neuropsicopedagogo deve exercer nas escolas, e todas 
as áreas de atuação deste profissional no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=1RQOryd3miw 
 
 
2.4 Princípios da Avaliação Neuropsicopedagógica 
 
 Existem orientações pertinentes sobre os princípios da avaliação 
neuropsicopedagógica, quanto ao uso de testes do neuropsicopedagogo. Como 
há variedade de testes disponíveis, faz-se necessário que o profissional tome 
cuidado para não se utilizar de testes vetados a demais profissionais, e sempre 
escolher instrumentos de avaliação coerentes com as características do 
paciente. 
 Vygotsky, Luria e Leontiv, em seu livro "Desenvolvimento e 
aprendizagem", concordam que os testes de avaliação precisam ser utilizados 
para contemplar elementos que já são de conhecimento prévio do indivíduo. 
 Rita Russo (2015), aborda a importância de adaptar os testes para as 
condições do paciente e analisá-lo de maneira mais qualitativa. 
 Outro ponto muito importante e que deve ser levado em consideração 
quanto à avaliação neuropsicopedagógica, são quais as habilitações e 
capacidades de avaliar que neuropsicopedagogo possui, como também quais 
são as patologias que são de sua competência, para que não entre em 
competências de outro profissional. 
 Assim, pode-se dizer que a avaliação neuropsicopedagógica envolve o 
processo de ensino-aprendizagem e suas dificuldades, nesse caso, é de sua 
competência avaliar a área da leitura, escrita, compreensão, aritmética, 
observação psicomotora e investigação dos pré-requisitos da alfabetização. Não 
sendo de sua competência a avaliação de transtornos da inteligência, como o do 
humor, transtornos alimentares, psicóticos entre outros. 
 Em seu livro, Rita Russo (2015), elabora etapas do atendimento 
neuropsico-pedagógico, com ênfase em como o neuropsicopedagogo precisa 
 
22 
 
ser flexível e perspicaz em suas estratégias, pois cada indivíduo deve ser 
avaliado de forma única. 
 Para Rita (2015), investigar o histórico familiar é fundamental para iniciar 
uma análise. Nessa entrevista, faz-se necessário saber sobre a gestação, parto 
e fatos que estejam envolvidos no nascimento do avaliado até o pós-parto. 
 Em seguida, deve-se avaliar a situação atual do paciente, sua evolução 
ao longo do tempo, sua compreensão sobre seu problema, seu desenvolvimento 
neuropsicomotor, o jeito de ser, experiências escolares e o estudo da queixa 
(motivo da consulta). O diálogo com a equipe técnica-pedagógica e professores 
da escola frequentada pelo paciente, deve ser contínua. 
 A entrevista pode ocorrer numa única sessão, porém, logo em seguida 
deve-se informar o objetivo e a função da avaliação neuropsicopedagógica, a 
previsão do número de sessões e a forma de encerramento. 
 A avaliação Neuropsicopedagógica poderá ser através da observação do 
indivíduo frente às atividades que serão propostas. Nessa avaliação, o 
neuropsicopedagogo deverá anotar a forma e como o indivíduo reage frente às 
atividades apresentadas, qual a sua colaboração, se está se opondo em 
executar as tarefas, ou mesmo se está se sentindo inseguro ou tenso. 
 Quanto às sessões, o neuropsicopedagogo deverá levar em 
consideração: quantas sessões serão utilizadas para a intervenção, quanto 
tempo será necessário para cada sessão; lembrando sempre que essa análise 
deverá ser feita conforme o diagnóstico de cada indivíduo. 
 Após esses trâmites, se faz necessário à devolutiva aos familiares, 
paciente e à escola. Nesta fase o neuropsicopedagogo irá apresentar os 
resultados levantados através da coleta de dados feita na avaliação, indicando 
os resultados e prestando orientações de como proceder para alcançar uma 
melhora significativa.Entre várias modalidades de avaliação, pode-se destacar: a avaliação 
quantitativa e a avaliação qualitativa. 
 Avaliação quantitativa: Poderão ser utilizados nessa avaliação, 
instrumentos que envolvam a leitura, escrita, aritmética, atenção e funções 
executivas, memória de aprendizagem e destreza motora. 
 Avaliação qualitativa: O neuropsicopedagogo poderá utilizar-se de 
desenhos, sequência e movimentos, exercícios de criatividade, tarefas 
 
23 
 
envolvendo leitura, escrita, cálculos, interpretação e intelecção de texto, jogos 
(competitivos ou não) e softwares educativo. 
 Para todas essas intervenções apresentadas, é necessário um bom 
planejamento, os quais deverão ser divididos em fases, conforme proposto por 
Beltrán (1993,1996) com início, intermediário e final da intervenção. 
 Na fase Inicial, deve-se observar de como o indivíduo utiliza-se de sua 
capacidade em aprender, e como viabiliza essas habilidades nos desafios 
escolares. 
 Já na fase Intermediária, o neuropsicopedagogo terá de utilizar recursos 
com modalidades variadas como estratégias, visando os processos de 
compreensão-retenção e recuperação-utilização. 
 E por último, a fase Final, o neuropsicopedagogo, baseando-se em seus 
princípios de avaliação aplicada e nos dados levantados, reavaliará o quadro do 
indivíduo para detectar se atingiu ou não o objetivo esperado. Caso afirmativo, 
deve se dar alta, em caso negativo, fará um relatório dos ganhos atingidos com 
a intervenção aplicada e terá de elaborar um novo plano de ação. 
 
Resumo da aula 
 
 Apresentou-se nesta aula, a importância do neuropsicopedagogo 
identificar as dificuldades de aprendizagem, e transtornos da aprendizagem, 
pois, somente conhecendo cada conceito é que poderá elaborar um plano de 
ação para cada indivíduo, se a intervenção poderá ser feita apenas por um 
pedagogo, por uma equipe multidisciplinar, ou até mesmo se terá de encaminhá-
lo para um especialista na área, ou ainda, a vários especialistas, mas sempre 
lembrando, de sua atribuição como neuropsicopedagogo, que é o de 
acompanhar o indivíduo durante o início e até o final da intervenção. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Elabore uma reflexão sobre o significado da frase: “Nenhum 
profissional conseguirá acionar a aprendizagem no aluno, se 
o mesmo não tiver a vontade e ação de mover-se para 
aprender.” 
 
24 
 
 
Aula 3 - Conceito da avaliação neuropsicopedagógica, formas e análise da 
avaliação 
 
Apresentação da aula 
 
Nesta aula serão estudados os conceitos da avaliação, e formas e 
análises de avaliação, analisando o resultado de uma avaliação neuropsico-
pedagógica. 
 
3.1 Conceito da avaliação neuropsicopedagógica 
 
 Atualmente, predominam as formas de avaliação que podem ser 
consideradas como um instrumento de exclusão. O aluno deve ser avaliado não 
só nos aspectos cognitivos, mas em sua plenitude, o que hoje se costuma 
chamar “integralidade do sujeito”. Por isso, é de suma importância que sejam 
avaliados não somente ao aluno, mas também o professor. Isso fará com que 
haja uma construção no ensino aprendizagem, fazendo com que muitas 
instituições de ensino evoluam neste processo de avaliação, provocando em 
seus educadores e professoras, a necessidade de buscar novos conhecimentos. 
 Essa área do conhecimento humano tem como objetivo, o estudo da 
Educação e o cérebro, que com a prática da pedagogia pode ser modificado, 
visto que o cérebro é entendido como um órgão social. Neste sentido, podemos 
dizer que a busca da aprendizagem se dará a partir da descoberta 
neurocientífica para que de uma forma prática e segura, a neuropedagogia possa 
interferir significativamente nas tendências cognitivas e competências do 
indivíduo, ou seja, atendendo suas necessidades nas estruturas cognitivas, 
emocionais, sociointerativas, e orgânicas, realizando um trabalho de prevenção 
por avaliar processos didático – metadológicos e do ensino-aprendizagem. 
 Hoje a forma de avaliação predominante, pode ser considerada como 
instrumento de exclusão. Dentro da sala de aula, o professor começa excluindo 
o aluno ao organizar seu trabalho, por se basear em um tipo de ensino o qual 
acredita que é o ideal para aprendizagem, e se o aluno não se adequar a esse 
 
25 
 
modelo de aprendizagem, ele é classificado e excluído do processo. Pode-se 
dizer que esse conceito de avaliação é punitivo e coercitivo. 
 Diante desse contexto, o conceito de avaliação do neuropsicopedagogo 
não é somente o de mudar o sistema avaliativo, mas também o trabalho 
pedagógico e as condições do trabalho do próprio professor, pois se faz 
necessário descobrir a forma e o ritmo de cada indivíduo. 
 É indispensável que o Neuropsicopedagogo tenha clareza e critérios do 
que se pretende avaliar, para poder adotar uma metodologia e recursos 
adequados. É preciso ter coerência entre um instrumento de avaliação e a 
prática pedagógica do professor; a partir dessa avaliação, começa ocorrer uma 
grande mudança nas instituições de ensino, pois os instrumentos certos de 
avaliação devem começar a ser aplicados no momento em que se ensina, ou 
seja, na sala de aula. 
 Os instrumentos de avaliação do neuropsicopedagogo devem-se à 
multiplicidade dos conteúdos e do sujeito avaliar, com coerência. Esses 
instrumentos serão aplicados não mais como uma forma de avaliação punitiva, 
mas uma forma de avaliar o ensino. Com isso em mente, se faz necessário 
conhecer cada vez mais as formas pelos quais os alunos aprendem, assim ficará 
mais fácil a intervenção. A avaliação terá de ser uma mediação entre o ensino 
do professor e a aprendizagem do indivíduo. 
 Deve-se sempre levar em consideração que cada aluno aprende de forma 
diferente, porque cada um traz a sua própria história de vida, condicionando e 
influenciando em sua forma de aprender. Por isso, a avaliação do neuropsico-
pedagogo é através das informações sobre a história do aluno. 
 Assim, a avaliação neuropsicopedagógica, consiste em buscar as causas 
das dificuldades ou transtornos de aprendizagem, na qual serão realizados 
testes específicos como leitura, escrita, matemática, atenção e processos 
envolvidos no saber do indivíduo. 
 Nessas avaliações o neuropsicopedagogo, poderá detectar dificuldades 
na aprendizagem em um grau pequeno. 
 Nesse conceito da avaliação, pode-se observar que o problema com a 
aprendizagem sempre existiu, mas atualmente com um olhar novo na 
neuropsicopedagogia, aliado ao conhecimento do cérebro, pode-se desenvolver 
 
26 
 
melhores formas de avaliação, para utilizar de instrumentos de intervenção mais 
apropriados. 
 
3.2 Formas de avaliação 
 
 Deve-se levar em consideração que cada aluno é único e aprende de 
forma diferente, pois, cada um traz sua história de vida o condicionando e 
influenciando em sua forma de aprender. 
 Existem várias formas de avaliação, uma delas é a avaliação 
diagnóstica. Nessa avaliação o professor não pode planejar uma aula pensando 
em um aluno ideal, mas deve pensar no contexto geral de sua sala de aula, 
levando em consideração a realidade de cada um de seus alunos. Através da 
avaliação diagnóstica, ficará mais fácil identificar o aluno ideal. 
 A avaliação reguladora é a análise que terá de ser feita de como o ensino 
aprendizagem contribui para modificar o aluno, verificando se o aluno atingiu os 
objetivos pretendidos, nessa forma se o aluno não aprendeu conceitos, 
procedimentos e atitudes que constam no planejamento, então se faz necessário 
regular o trabalho, ou seja, elaborar um novo planejamento. 
 Já na avaliação somativa, avalia a qualidade da atuação do professor, 
do profissional em todo o seu objetivo em um período pedagógico previsto. 
 Outra forma, são os testes de avaliação.Esses testes pedagógicos têm 
como objetivo, identificar as dificuldades de uma sala, ou de alguns alunos. 
 Também, pode-se utilizar a forma do diagnóstico psicopedagógico 
clínico, nas áreas de avaliação emocional, pedagógica, motora e cognitiva. 
 Na área emocional, se avalia a condição afetiva do indivíduo, diante 
situações de aprendizagem na escola, na família e no pessoal. Essa avaliação 
tem como objetivo analisar o comportamento do aluno frente ao contexto social, 
sua interação na escola e na família e todos os seus sentimentos como desejos, 
conflitos, dúvidas, medos, alegrias, inclusive na área cognitiva. 
 A avaliação na área motora objetivo é avaliar o estágio de 
desenvolvimento dos sistemas: nervoso, sensorial e motor. 
 A contribuição na área pedagógica é o de avaliar o processo da gênese, 
da escrita, leitura e cálculo, tendo como objetivo, observar o desenvolvimento da 
aprendizagem nas seguintes particularidades: 
 
27 
 
 
1. Escrita - posição do papel, postura para escrever e segurar o 
lápis(caneta), erros ortográficos, velocidade da escrita; 
2. Leitura - Velocidade, postura e dificuldade; 
3. Cálculo - Relações de tamanho, conceito de quantidade, compreensão 
dos números. 
 
A área cognitiva avalia o estágio do desenvolvimento cognitivo relacional, 
ou seja, nessa área o objetivo é avaliar o desenvolvimento do raciocínio lógico, 
como o estágio das operações do pensamento, a atenção e concentração. 
 Assim, podemos concluir que a avaliação só faz sentido quando leva ao 
desenvolvimento do educando, afirma Luckesi (1994). 
 
 
3.3 de avaliação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://neuropsicologiagoiania.com.br/ 
 
 Para o neuropsicopedagogo analisar uma avaliação, ele terá que: 
observar, anotar, planejar, envolver toda a sala nas atividades apresentadas, e 
fazer uma avaliação precisa e abrangente. 
 Felizmente existem alguns profissionais que transgridem uma sistemática 
tradicional e conseguem colocar em prática suas propostas, levando sempre em 
consideração que em qualquer processo de avaliação de aprendizagem, tem-se 
que focar no sujeito, no individual ou no coletivo. 
http://neuropsicologiagoiania.com.br/
 
28 
 
 Também, deve-se levar em consideração que os protagonistas de uma 
avaliação são o professor e o aluno. Por isso, discutir critérios de avaliação de 
forma coletiva, irá ajudar a obter resultados melhores. 
 A avaliação sempre esteve relacionada com o poder, no modelo tecnicista, 
que privilegia a atribuição de notas e a classificação dos estudantes; ela é 
ameaçadora, pode se dizer que essa avaliação passa a ser um instrumento de 
poder e dominação. Infelizmente, muitas instituições escolares ainda apoiam 
esse tipo de sistema, e encontram dificuldades de agir diferentemente, muitas 
vezes os profissionais vivenciaram esse tipo de avaliação quando eram alunos. 
Porém, com a introdução de um novo profissional habilitado, esse conceito 
começa a mudar, pode-se dizer que nas novas análises avaliativas, deixa-se de 
considerar os alunos como deficientes e se torna um desafio para profissionais 
que não querem deixar para trás nenhum indivíduo. 
 O acompanhamento de um neuropsicopedagogo, parte de uma queixa de 
que o indivíduo apresenta limitações nas atividades escolares, principalmente na 
escrita e na leitura, apresentando também, dificuldades no aspecto temporal e 
no raciocínio lógico-matemático. 
 Apesar dessas queixas, o indivíduo apresenta interesse, curiosidade e é 
inteligente, porém, precisa de estímulos e recursos pedagógicos para 
desenvolver habilidades cognitivas. 
 Diante desse contexto o neuropsicopedagogo poderá iniciar a avaliação, 
com 2 encontros semanais, duração de 1 hora de análise diagnóstico, e utilizar 
os seguintes instrumentos: 
 
I. Encontro com o professor; 
II. Entrevista com os pais; 
III. Verificação de algumas atividades pedagógicas; 
IV. Desenhos projetivos: casa, animal, família; 
V. Testes de psicomotricidade; 
VI. Provas operacionais; 
VII. Provas projetivas; 
VIII. Anamnese: com a mãe ou responsável. 
 
 
29 
 
 Resultado: Constatou-se que o comportamento apresentado, reflete 
questões múltiplas resultantes da construção e constituição do sujeito e das 
relações estabelecias com os serres e o mundo, logo que trata-se de uma 
criança institucionalizada. Observando seu aspecto corporal, demonstrou ter 
consciência do seu próprio corpo, tem domínio correto, obedecendo bem aos 
comandos. 
 Na orientação temporal há um déficit acentuado, pois não tem noção de 
tempo através da análise com o quebra-cabeça; mostrou dificuldades no 
encaixe, demonstrando problema espacial. 
 Na área cognitiva apresentou dificuldades nas limitações do raciocínio 
lógico e construção de números. 
 Apresentou dificuldade na linguagem, com leitura e escrita pré -operatória. 
Já na área afetivo social, apresentou baixa autoestima, sentimento de abandono. 
 No aspecto pedagógico, as dificuldades são próprias, impedindo que se 
estabeleçam vínculos com o conhecimento. 
 O indivíduo tem uma carência psicoafetiva, visto que sente a ausência do 
vínculo do pai. 
 Seu meio social não propicia construções enriquecedoras; modelo de 
aprendizagem inadequado. 
 Faz-se necessário que sejam introduzidos estímulos significativos para o 
desenvolvimento de novas formas de pensar. Para isso são necessários: 
 
1. Desenvolver novas técnicas pedagógicas, que o façam reaprender as 
primeiras modalidades de aprendizagem; 
 
2. Atividades de linguagem e escrita; 
 
 
3. Troca de professora para que aja uma mudança total nos vínculos 
afetivos com os elementos da aprendizagem; 
 
4. A intervenção psicopedagógica; 
 
 
5. O acompanhamento de um psicólogo para trabalhar o afetivo social. 
 
 
30 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Neurociências e Desenvolvimento Cognitivo 
de Herber Maia. O livro procura trazer uma 
reflexão sobre os aspectos do Desenvol-
vimento Cognitivo e da aprendizagem escolar 
da criança que promovam a capacitação dos 
professores e dos profissionais afins para o 
desafio da inclusão escolar. 
 
 
Resumo da aula 
 
 Nesta aula estudou-se os métodos de avaliação aplicados durante muito 
tempo, e como ainda é um tabu para muitos professores e instituições mudarem 
seus métodos, porém com a habilitação de novos profissionais nas instituições 
escolares, pode-se mudar esse contexto. Pois, para se fazer uma avaliação nos 
alunos, precisa-se primeiro avaliar os profissionais, principalmente os que atuam 
diretamente com o aluno dentro da sala de aula. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
Como o neuropsicopedagogo, pode ajudar a mudar o 
conceito de avaliação do professor e da instituição? 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Aula 4 - Identificar e compreender as bases neurocientíficas dos processos 
envolvidos na aprendizagem, integrando avaliação e a intervenção em 
situações que envolvam esses processos no plano individual ou coletivo 
 
Apresentação da aula 
 
Esta aula tem como propósito, aprofundar o conhecimento na 
neurociência, tendo em vista a necessidade do profissional de hoje, seja da área 
da educação ou da saúde, terem bases neurocientíficas para trazer ao campo 
pedagógico as inovações e conclusões mais importantes dos últimos 20 anos, 
na área da ciência e da sociedade. 
 
4.1 Identificar e compreender as bases neurocientíficas dos processos 
envolvidos na aprendizagem 
 
 Identificar e compreender a área sobre como o cérebro se modifica e 
aprende, levam à discussões realizadas por grandes teóricos da Psicologia, 
como Piaget, Vygotsky, Wallon e Ausubel, sobre o ensino. 
É importante observar que hoje, a Neurociência defende o processo de 
aprendizagem, mas os teóricos já faziam algo semelhante, embora fossem por 
caminhos diferentes. Houveum avanço significante das metodologias de 
pesquisa e da tecnologia, permitindo que sejam elaborados novos estudos. 
 Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo 
(USP), também piagetiano, diz o seguinte: "Até o século passado, apenas se 
intuía como o cérebro funcionava. Ganhamos precisão" (MACEDO, 2012). Mas, 
antes de levar as ideias neurocientíficas para a sala, ou na aplicação de 
avaliação e intervenção, precisamos compreender as bases neurocientíficas. 
Primeiro, precisa-se compreender que tanto a Psicologia Cognitiva como 
a Neurociência, se ocupam de entender a aprendizagem, porém, cabe lembrar 
que cada uma têm diferentes focos. A Neurociência faz isso por meio de 
experimentos comportamentais e do uso de aparelhos como os de ressonância 
magnética e de tomografia, que permitem observar as alterações no cérebro 
durante o seu funcionamento. 
 
32 
 
As áreas da psicologia e da neurociência, nos permitem entender de 
forma abrangente o desenvolvimento da criança, e com base em evidências 
neurocientíficas, pode-se dizer que há uma correlação entre um ambiente rico e 
o aumento das sinapses (conexões entre as células cerebrais). Mas, faz-se 
necessário uma definição de qual meio estimulante a ser utilizado para cada tipo 
de aprendizado, como quais intervenções serão mais apropriadas para 
intensificar o efeito do meio. 
 O professor, dificilmente irá conseguir planejar aulas com bases 
neurocientíficas, pois, para isto terá que compreender estas bases, ficando cada 
vez mais evidente a importância de todos da área da educação, ou da saúde 
aprimorarem e atualizarem os seus conhecimentos. Laurinda Ramalho de 
Almeida, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e especialista em 
Wallon, diz: "A Neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre 
da integração entre o corpo e o meio social. O educador precisa potencializar 
essa interação por parte das crianças" (ALMEIDA, 2012). 
 Vamos considerar algumas conclusões neurocientíficas ligadas à 
aprendizagem, explanando a integração que existe entre Neurociência, 
Psicologia e Pedagogia, segundo a Nova Escola. 
 
4.2 Emoção 
 
 A emoção interfere no processo de retenção da informação. 
Pesquisadores como Larry Cahill e James McGaugh (1990), publicaram os 
resultados de estudos mostrando duas séries de imagens a pessoas, uma 
expressava caráter emocional e a outra neutra. Através de um tomógrafo, 
observou-se uma ativação da amígdala (parte importante do sistema emotivo do 
cérebro) e uma formação na memória. "Quanto mais emoção contenha 
determinado evento, mais ele será gravado no cérebro", diz Iván Izquierdo, 
médico, neurologista e coordenador do Centro de Memória da Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). 
 
 
33 
 
4.2.1 A emoção, para Piaget 
 
 Valoriza o termo afetividade, em vez de emoção, e diz que ela influencia 
positiva ou negativamente os processos de aprendizagem, e dessa forma 
acelera ou atrasa o desenvolvimento intelectual. 
 
4.2.2 A emoção para Vygotsky 
 
 Para Vygostky (1988), compreender o funcionamento cognitivo (razão ou 
inteligência), é entender o aspecto emocional. Os dois processos são uma 
unidade: o afeto interfere na cognição, e vice-versa. A motivação para aprender 
está associada a uma base afetiva. 
 
4.2.3 A emoção para Wallon 
 
 Wallon defende que a pessoa é resultado da integração entre afetividade, 
cognição e movimento. O que é conquistado em um desses conjuntos interfere 
nos demais. O afetivo, por meio de emoções, sentimentos e paixões, sinaliza 
como o mundo interno e externo afeta as pessoas. Para Wallon (2007), que 
estudou a afetividade geneticamente, os acontecimentos estimulam tanto os 
movimentos do corpo quanto a atividade mental, interferindo no 
desenvolvimento. 
 
4.3 Avaliação e intervenção em situações que envolvam o processo da 
aprendizagem no plano individual ou coletivo 
 
 Quando há uma observação de forma atenciosa e qualificada nas 
emoções dos estudantes, pode-se encontrar pistas de como o meio escolar os 
afeta, se está instigando emocionalmente ou causando apatia por ser 
desestimulante. Muitas vezes, a partir de apenas uma avaliação, que pode ser 
individual ou coletiva, consegue-se reverter um quadro negativo, que não 
favorece a aprendizagem. 
 A motivação é necessária para aprender, da mesma forma que sem fome 
não apreendemos a comer e sem sede não aprendemos a beber água, sem 
 
34 
 
motivação não conseguimos aprender. Hoje pode-se analisar estudos que 
comprovam que no cérebro existe um sistema dedicado à motivação e à 
recompensa. Ao analisar um sujeito que é afetado positivamente por algo, 
percebe-se que automaticamente a região responsável pelos centros de prazer 
é ativada, passando a produzir uma substância chamada dopamina, substância 
que gera bem-estar, que mobiliza a atenção da pessoa e reforça o 
comportamento dela em relação ao objeto que a afetou. A neurologista Suzana 
Herculano-Houzel, autora do livro Fique de Bem com Seu Cérebro (2007), traz 
à atenção de quando um indivíduo realiza tarefas muito difíceis ele irá se 
desmotivar facilmente e consequentemente seu cérebro ficará frustrado, sem 
obter prazer do sistema de recompensa. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Neurociência e Educação - Como o 
Cérebro Aprende de Ramon M. 
Concenza. 
Com uma linguagem clara e uma 
abordagem esclarecedora, Neurociência e 
Educação é uma fonte segura dos 
fundamentos neurocientíficos do processo 
de ensino-aprendizagem, que podem 
auxiliar todos os envolvidos nessa ativida-
de a entender o sucesso ou o fracasso de 
muitas estratégias pedagógicas. 
 
 
 Para Piaget, a motivação é uma procura por respostas quando a pessoa 
está diante de uma situação que ainda não consegue resolver. A aprendizagem 
ocorre na relação entre o que ela sabe e o que o meio físico e social oferece. 
Sem desafios, não há porquê buscar soluções. Por outro lado, se a questão for 
distante do que se sabe, não são possíveis novas sínteses 
 Para Vygotsky, a cognição tem origem na motivação. Mas ela não brota 
espontaneamente, como se existissem algumas crianças com vontade - e 
naturalmente motivadas - e outras sem. Esse impulso para agir em direção a 
algo é também culturalmente modulado. O sujeito aprende a direcioná-lo para 
aquilo que quer, como estudar. 
 
35 
 
 A motivação está diretamente relacionada às emoções suscitadas pelo 
contexto. O prazer, mais do que estar na situação de ensino ou mediação, pode 
fazer parte do próprio ato de aprender, trata-se da sensação boa que a pessoa 
tem quando se percebe capaz de explicar certo fenômeno ou de vencer um 
desafio usando apenas o que já sabe, ficando com isso, mais interessada em 
aprender. 
 Com esse contexto, se conclui que o papel da escola não é apenas ter 
um espaço em que a preocupação é somente transmitir conteúdo. A proposta 
pedagógica deve incluir atividades que os alunos tenham condições de realizar, 
para que despertar a curiosidade deles e os faça avançar. É necessário levá-los 
a enfrentar desafios, a fazer perguntas e procurar respostas. 
 Outra base neurocientífica que envolve a aprendizagem e que precisa-se 
entender, é a atenção, que é fundamental para a percepção e para a 
aprendizagem. Foram comprovados através de Pesquisas comportamentais e 
neurofisiológicas, que o sistema nervoso central só processa aquilo que está 
atento. 
 Em um estudo de Gilberto Fernando Xavier e André Frazão Helene, do 
Instituto de Biociências da USP, publicado em 2006 na revista Neuroscience, 
foram organizados grupos de pessoas para avaliar o desenvolvimento da 
habilidade de leitura e de palavras espelhadas. Um grupo treinou escrever, de 
maneira imaginária, palavras invertidas. Outro grupo treinou ler termos desse 
tipo. Depois, tantoo primeiro grupo como o segundo, conseguiram ler com 
rapidez palavras espelhadas criadas pelos pesquisadores. Porém deram a tarefa 
para um terceiro grupo, enquanto treinavam a leitura e a escrita de termos 
espelhados, precisavam realizar mais uma tarefa de memorização visual. O 
resultado foi que tanto a memorização quanto a aquisição da habilidade de 
leitura invertida ficaram prejudicadas. Com esse estudo eles comprovaram que, 
se o desvio de atenção é significativo, a aquisição de habilidade e a 
memorização sofrem prejuízos. 
 Para Piaget, se prestamos atenção é porque entendemos, ou seja, o que 
está sendo apresentado tem significado e representa uma novidade. Se há um 
desafio e se for possível estabelecer uma relação entre esse elemento novo 
e o que já se sabe, o cérebro dará o comando de forma positiva e a atenção é 
despertada. 
 
36 
 
 A mente é seletiva, pois só se reconhece o que acontece à volta, se tiver 
um conhecimento prévio. Não se hesita, por exemplo, em interromper uma 
atividade quando se sente um cheiro de fumaça no ambiente. Assim, conhecer 
padrões é fundamental para se dedicar, agir e aprender sobre o que importa. 
 Pode-se dizer que interferência do ambiente no sistema nervoso causa 
mudanças bem significativas no cérebro. Por exemplo, dependendo do que 
ocorre, a quantidade de neurônios e as conexões entre eles (sinapses) mudam. 
Anteriormente acreditava-se que as sinapses formadas na infância permaneciam 
pelo resto da vida, porém estudos indicam que não. Em 1980, um estudo pioneiro 
do neurocientista norte-americano Michael Merzenich, da Universidade da 
Califórnia, nos Estados Unidos, verificou que o cérebro de macacos adultos se 
modificam depois da amputação de um dos dedos da mão. A perda do membro 
provocava atrofia dos neurônios da região responsável pelo controle motor do 
dedo amputado. Ele observou que essa área acabava sendo ocupada pelos 
neurônios responsáveis pelo movimento do dedo ao lado. 
 No processo de aprendizagem, pode-se dizer que o aluno deve ser ativo 
em suas aprendizagens, mas, cabe aos profissionais habilitados orientar e 
oferecer condições para que ele exerça suas potencialidades, conhecendo-o 
bem e todo contexto em que vive, principalmente a relação dele com a natureza 
do tema a ser aprendido. 
 A ativação das redes neurais se dá em sua maior parte, por associação 
de redes ativadas entre si de uma forma frequente e estável, tornando as 
conexões sinápticas mais fortes e mais fácil na recuperação da memória. Isso 
acontece pela repetição de informação. Médicos e doutores em Ciência do 
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG) Ramon M. Cosenza e Leonor B. Guerra no livro Neurociência e 
Educação: Como o Cérebro Aprende (2011, p. 151) afirmam: "Podemos 
simplesmente decorar uma nova informação, mas o registro se tornará mais forte 
se procurarmos criar ativamente vínculos e relações daquele conteúdo com o 
que já está armazenado em nosso arquivo de conhecimentos". 
 É tarefa da instituição escolar, ter profissionais que compreendam as 
bases neurocientíficas para que possam evoluir nos processos envolvidos na 
aprendizagem, integrando a avaliação e intervenção de uma forma consciente, 
 
37 
 
capaz de dar condições para que o aluno construa sentido sobre o que está 
vendo em sala. 
 
Resumo da aula 
 
 Nesta aula estudou-se a integração que existe entre Neurociência, 
Psicologia e Pedagogia. Viu-se ainda os pontos relevantes que se constrói no 
cérebro e que são indispensável para aprendizagem do sujeito, como a emoção 
e atenção. Também foram feitos estudos de teóricos relevantes na neurociência. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a importância do Neuropsicopedagogo nas 
escolas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Resumo da disciplina 
 
 É notória a necessidade de um profissional habilitado com bases 
neurocientíficas, psicológicas e pedagógicas para atuar em instituições de 
ensino. Ao estudar teóricos relevantes da temática da aprendizagem humana, 
como Richard Mayer, Jean Piaget, Lev S. Vygotsky e Henri Wallon, que 
apresentaram em cada teoria seus conceitos, trazendo em cada uma delas uma 
visão do ser humano em seu desenvolvimento, aprendizagem e educação, 
porém, todas investigando a origem do psiquismo, observou-se que se precisa 
avançar em conhecimentos do cérebro, para não deixar nenhum indivíduo para 
trás, sem pelo menos ter feito algo para mudar seu futuro. Diante desse contexto, 
o neuropsicopedagogo deverá utilizar-se de técnicas para avaliar se o sujeito 
está com dificuldade ou transtorno de aprendizagem, identificando, acompa-
nhando e buscando minimizar ou até mesmo sanar as dificuldades do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
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