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Ana Clara Silva Freitas. 
Problema 3: Fechamento 
 
Objetivos: 
1. Descrever a morfofisiologia da região frontal 
do cérebro, abordando também sobre as áreas 
motoras que atuam desde o planejamento até 
a execução do movimento. 
2. Explicar os impactos sociais pelo trauma na 
região frontal, assim como os mecanismos 
neurológicos da atenção, correlacionando com 
os distúrbios psicológicos. 
 
Morfofisiologia da região frontal do cérebro 
 
O córtex cerebral é a fina camada de substância 
cinzenta que reveste o centro branco medular do 
cérebro. No córtex cerebral chegam impulsos 
provenientes de todas a vias de sensibilidade que 
aí se tornam conscientes e são interpretados. 
Do córtex saem impulsos nervosos que comandam 
os movimentos voluntários e com ele estão 
relacionados os movimentos psíquicos. 
O córtex possui áreas funcionais, são elas de: 
projeção (primárias) e associação (secundárias e 
terciárias). A primeira é subdividida em motora e 
sensitiva. A segunda, subdividida em unimodais e 
supramodais, senso as unimodais divididas 
também em sensitivas e motoras. 
Áreas corticais 
 
Área somestésica primária (S1): 
É localizada no giro pós-central e corresponde a 
área 1, 2, 3 de Brodmann. A área 3 localiza-se no 
fundo do sulco central, enquanto as áreas 1 e 2 
aparecem na superfície do giro pós-central. 
Nessa região chegam fibras originadas dos 
neurônios situados em alguns núcleos, como o 
ventral posterolateral e ventral posteromedial do 
tálamo. Essas fibras são portadoras das 
informações sensoriais somáticas da metade 
contralateral do corpo. 
Estímulos elétricos nessa região, em um indivíduo 
acordado, farão com que ele tenha parestesias 
(sensações mal definidas) e sensações de 
formigamento na porção correspondente do 
corpo, só que no lado aposto. 
Lesões nessa área resultam em deficiências 
sensoriais, como a incapacidade de sentir ou 
localizar estimulações táteis. Além disso, há perda 
do sentido de posição e da discriminação de dois 
pontos, ou seja, o indivíduo não consegue 
distinguir se uma pequena região da pele está 
sendo estimulada em um ou em dois pontos, 
simultaneamente. 
 
Área somestésica secundária (S2): 
Esta área situa-se no lobo parietal superior, logo 
atrás da área somestésica primária, e corresponde 
à área 5 e parte da área 7 de Brodmann. Sua lesão 
causa agnosia tátil, ou seja, incapacidade de 
reconhecer objetos pelo tato. 
Ana Clara Silva Freitas. 
Área visual primária (V1): 
Localiza-se nos lábios do sulco calcarino e 
corresponde à área 17 de Brodmann, também 
chamada de córtex estriado. Aí chegam as fibras 
do trato genículo-calcarino originadas no corpo 
geniculado lateral. 
Estimulações elétricas da área 17 causam 
alucinações visuais, nas quais o indivíduo vê 
círculos brilhantes, nunca objetos bem definidos. 
Estimulando-se pontos específicos da retina com 
um jato de luz filiforme, pode-se tomar potenciais 
elétricos evocados em partes específicas da área 
17. 
Estudos mostraram que a metade superior da 
retina se projeta no lábio superior do sulco 
calcarino, e a metade inferior, no lábio inferior 
deste sulco. Assim, existe uma correspondência 
perfeita entre retina e córtex visual (retinotopia). 
Lesões bilaterais dessa área resulta na cegueira 
completa do homem. 
Áreas visuais secundárias: 
São áreas de associação unimodais, neste caso 
relacionadas somente à visão. Até há pouco 
tempo, acreditava- se que seria uma área única, 
limitada ao lobo occipital, situando-se adiante da 
área visual primária, correspondendo às áreas 18 
e 19 de Brodmann. Sabe-se hoje que, na maioria 
dos primatas e no homem, elas se estendem a 
quase todo o lobo temporal, correspondendo às 
áreas 20, 21 e 37 de Brodmann e a uma pequena 
parte do lobo parietal. 
Há várias áreas visuais secundárias, entre elas 
estão: V2, V3, V4 e VS. As quais são unidas por 
duas vias corticais originadas em V 1: a dorsal, 
dirigida à parte posterior do lobo parietal, e a 
ventral, que une as áreas visuais do lobo temporal. 
Aspectos diferentes da percepção visual são 
processados por vias: 
 Via ventral: responsável por percepção das 
cores, reconhecimento de objetos e 
reconhecimento de faces. Permite determinar 
o que é o objeto. 
 Via dorsal: responsável pela percepção de 
movimento, velocidade e representação 
espacial dos objetos. Permite determinar onde 
está o objeto, se está parado ou em 
movimento. 
Lesões das áreas corticais secundárias resultam 
em agnosias, ou seja, na incapacidade de 
identificar objetos ou aspectos dos objetos, 
mesmo estando íntegras as áreas corticais 
primárias. São muitas as agnosias visuais em casos 
de lesões restritas do lobo temporal envolvendo a 
via cortical ventral. Já foram identificadas agnosias 
em que pacientes neurológicos perderam a 
capacidade de identificar objetos e desenhos, a 
cor dos objetos e até mesmo a face de pessoas 
conhecidas (prosopagnosia). Em casos de lesões 
da via dorsal (VS), já foram estudados casos em 
que a pessoa perde a capacidade de perceber, 
visualmente, o movimento das coisas 
(acinetopsia). Assim, o paciente tem dificuldade 
para atravessar uma rua movimentada e, para ele, 
as águas de uma cachoeira estão sempre paradas. 
Área auditiva primária (A1): 
Está situada no giro temporal transverso anterior 
(giro de Heschl) e corresponde às áreas 41 e 42 de 
Brodmann. Nela chegam fibras da radiação 
auditiva, que se originam no corpo geniculado 
medial. 
Estimulações elétricas da área auditiva de um 
indivíduo acordado causam alucinações auditivas 
que, entretanto, nunca são muito precisas, 
manifestando-se principalmente como zumbidos. 
Lesões bilaterais do giro temporal transverso 
anterior causam surdez completa. Lesões 
unilaterais causam déficits auditivos pequenos, 
pois, ao contrário das demais vias da sensibilidade, 
a via auditiva não é totalmente cruzada. Assim, 
cada cóclea está representada no córtex dos dois 
hemisférios. Na área auditiva, existe uma 
representação tonotópica, ou seja, sons de 
determinada frequência projetam-se em partes 
específicas desta área, o que implica 
correspondência dessas partes com as partes da 
cóclea. 
Ana Clara Silva Freitas. 
Área auditiva secundária (A2): 
Localiza-se no lobo temporal (área 22 de 
Brodmann), adjacente à área auditiva primária, e 
sua função é pouco conhecida, mas, 
possivelmente, está associada a alguns tipos 
especiais de informação auditiva. 
Área vestibular: 
Está localizada no lobo parietal, em uma pequena 
região próxima ao território da área somestésica 
correspondente à face. 
Essa área está mais relacionada com a área de 
projeção da sensibilidade proprioceptiva do que 
com a auditiva. Aliás, os receptores do vestíbulo já 
foram classificados como proprioceptores 
especiais, pois informam sobre a posição e o 
movimento da cabeça. Foi sugerido que a área 
vestibular do córtex seria importante para 
apreciação consciente da orientação no espaço. 
Área olfatória: 
O homem possui uma pequena área olfatória e 
está localizada na parte anterior do úncus e do giro 
para-hipocampal, conhecida também como córtex 
piriforme. 
Certos casos de epilepsia local do úncus causam 
alucinações olfatórias, nas quais os doentes 
subitamente se queixam de cheiros, em geral 
desagradáveis, que na realidade não existem. São 
as chamadas crises uncinadas, que podem ter 
apenas essa sintomatologia subjetiva ou 
completar-se com uma crise epiléptica do tipo 
“grande mal”. 
Área gustativa primária: 
No homem, essa área é localizada na parte 
posterior da ínsula, devido a isso, ela é um 
isocórtex heterotípico granular. 
Essa área permite que a simples visão ou mesmo 
um pensamento em um alimento saboroso ativa a 
área ativa e a área gustativa da ínsula. 
Na área gustativa primária existem neurônios 
sensíveis não só ao paladar, mas também ao olfato 
eà sensibilidade somestésica da boca. 
Área gustativa secundária: 
Foi recentemente identificada na região 
orbitofrontal da área pré-frontal, recebendo 
aferências da insula. 
Área motora primária (M1): 
A área motora primária faz parte da área de 
projeção, a qual é relacionada ou com a 
motricidade ou com a sensibilidade. 
A área motora primária é localizada na região do 
giro pré-central (correspondendo a área 4 de 
Brodmann). Nessa região, as camadas piramidais 
estão desenvolvidas, principalmente a interna que 
se encontram com as células de Betz, as quais 
contribuem para a formação dos tratos 
corticoespinhal e corticonuclear, principais 
responsáveis pela motricidade voluntária, 
espacialmente na musculatura distal dos 
membros. 
As principais conexões aferentes da área motora 
são com o tálamo, através do qual recebe 
informações do cerebelo e dos núcleos da base, 
com a área somestésica e com as áreas pré-
motora e motora suplementar. 
Quando são aplicados estímulos elétricos nessa 
região aparecem movimentos em partes 
específicas da metade contralateral do corpo. 
Assim, na porção mais baixa do giro são 
produzidos movimentos linguais; quando é na 
porção mais acima são produzidos movimentos 
faciais; na região adjacente são produzidos 
movimentos dos braços e na região medial do 
hemisfério, serão produzidos movimentos da 
perna e do pé. 
Além disso, na área motora primária há 
somatopia, ou seja, para cada parte do corpo 
existe uma região correspondente no córtex 
cerebral. Lesões nessa área resultam em paralisias 
nas porções correspondentes da metade 
contralateral do corpo. 
Áreas motoras secundárias: 
 Pré-motora: 
Ana Clara Silva Freitas. 
Localiza-se no lobo frontal, adiante da área motora 
primária 4, e ocupa toda a extensão da área 6 de 
Brodmann, situada na face lateral do hemisfério. É 
muito menos excitável que a área motora 
primária, exigindo correntes elétricas mais 
intensas para que se obtenham respostas 
motoras. As respostas obtidas são menos 
localizadas do que as que se obtêm por estímulo 
da área 4, e envolvem grupos. musculares 
maiores, como os do tronco ou da base dos 
membros. 
Ela se projeta para a área M1 e recebe aferencias 
do cerebelo, por via tálamo, e de várias áreas de 
associação do córtex. 
Sua função mais importante está relacionada com 
o planejamento motor. 
Nas lesões da área pré-motora, esses músculos 
têm sua força diminuída (paresia), o que impede o 
paciente de elevar completamente o braço ou a 
perna. Através da via córtico-retículo-espinhal, 
que nela se origina, a área pré-motora coloca o 
corpo, especialmente a musculatura proximal dos 
membros, em uma postura básica preparatória 
para a realização de movimentos mais delicados, a 
cargo da musculatura distal dos membros. A área 
pré-motora integra o sistema de neurônios-
espelhos. 
 Motora suplementar: 
Ocupa a parte da área 6, situada na face medial do 
giro frontal superior. 
Suas principais conexões são com o corpo 
estriado, via tálamo, com a área motora primária 
e com a área pré-frontal. 
Assim como a área pré-motora, a função mais 
importante da área motora suplementar é o 
planejamento motor, de sequências complexas de 
movimentos, para o que são importantes suas 
amplas conexões aferentes com o corpo estriado, 
que também está envolvido neste planejamento 
motor. 
 
 
Planejamento motor 
 
 Na execução de um movimento, há uma etapa 
de planejamento, a cargo das áreas motoras 
secundárias, e uma etapa de execução pela área 
M1. Este planejamento envolve a escolha dos 
grupos musculares a serem contraídos em função 
da trajetória, da velocidade e da distância a ser 
percorrida pelo ato motor de estender o braço 
para apanhar o objeto, por exemplo. Essas 
informações são passadas à área M1, que executa 
o planejamento motor feito pelas áreas pré-
motora ou motora suplementar. 
Participam do planejamento motor o cerebelo, 
cujo núcleo denteado também é ativado antes de 
M1, e a alça esqueleto motora estriato-tálamo-
cortical. Entretanto, a iniciativa de fazer o 
planejamento visando realizar um gesto não é das 
duas áreas motoras secundárias, mas sim da área 
pré-frontal que é uma área supramodal 
relacionada, entre outras funções, com a tomada 
de decisões. Cabe a ela decidir, depois de avaliar 
todas as implicações do gesto, como este deve ser 
feito e passar esta “decisão” para as áreas pré-
motora ou motora suplementar, o que é coerente 
com o fato de que ela é ativada antes das áreas 
pré-motora ou motora suplementar. 
Ao concluir o plano motor, passa-se à execução, 
a cargo dos tratos corticoespinhal, para músculos 
distais dos membros, e retículo-espinhal, para 
músculos proximais. Com isto, o braço e o 
antebraço se deslocam em direção ao objeto (via 
Ana Clara Silva Freitas. 
córtico-retículo- -espinhal), que será agarrada 
pelos dedos (trato corticoespinhal). 
Lesões das duas áreas motoras secundárias 
resultam em disfunções denominadas apraxias, 
nas quais a pessoa perde a capacidade de fazer 
gestos simples como escovar os dentes ou abotoar 
a camisa, apesar de não estar paralítica. Assim, a 
capacidade de fazer o gesto não está 
comprometida porque a área motora primária 
está intacta. Contudo, as áreas responsáveis pelo 
planejamento motor estão comprometidas. 
OBS: As duas áreas motoras secundárias nunc 
serão ativadas conjuntamente. 
O córtex pré-frontal é ativado quando se toma a 
decisão de pegar algum objeto que pode ou não 
ser feito, por exemplo. Quando o gesto decorre de 
uma influência externa, como um comando de 
outra pessoa, a ativação será do córtex pré-
frontal. 
Sistema de Neurônios-Espelhos: 
Neurônio espelho é um tipo de neurônio que é 
ativado, não só quando um indivíduo faz um ato 
motor específico como estender a mão para pegar 
um objeto, mas também quando ele vê outro 
indivíduo fazendo a mesma coisa. 
Em conjunto, esses neurônios têm sido chamados 
de sistema de neurônios-espelhos. No homem e 
no macaco este sistema é frontoparietal, ocupa 
parte da área pré-motora e estende-se também à 
parte inferior do lobo parietal. Mapeando-se os 
neurônios-espelhos ativados com a observação do 
movimento em várias partes do corpo, verificou-
se que há uma distribuição somatotópica 
semelhante à observada na área motora primária. 
Os neurônios-espelhos têm ação moduladora da 
excitabilidade dos neurônios responsáveis pelo 
ato motor observado, facilitando sua execução. 
Eles estão na base da aprendizagem motora por 
imitação. Assim, um determinado movimento de 
ginástica é aprendido muito mais rapidamente 
quando se observa alguém fazendo do que com 
uma descrição ou figura de livro. Os neurônios-
espelhos têm papel importante na aprendizagem 
motora de crianças pequenas que imitam os pais 
ou as babás. 
Áreas de associação terciárias 
Área pré-frontal: encontrada no lobo frontal, é 
dividida também em dorsolateral e orbitofrontal. 
 A dorsolateral ocupa a superfície anterior e 
dorsolateral do lobo frontal e integra o circuito 
cortiço-estriado talâmico-cortical, o qual tem 
papel importante nas funções executivas das 
estratégias comportamentais mais adequada à 
situações física e social do indivíduo (caso do 
operário) assim como a capacidade de alterá-
las quando tais situações se modificam. Além 
disso, a área pré-frontal dorsolateral é 
responsável pela memória operacional que é 
um tipo de memória de curto prazo (caso do 
macaco), temporária e suficiente para manter 
na mente as informações relevantes para a 
conclusão de uma atividade. 
 A área pré-frontal orbitofrontal ocupa a parte 
ventral adjacente às órbitas compreendendo 
os giros orbitrários. Essa região faz parte de um 
circuito que é envolvido no processamento de 
emoções, supressão de comportamentos 
socialmente indesejáveis, manutenção de 
atenção. Sua lesão ocorre nas lobotomiaspré-
frontais, resulta do “tamponamento psíquico”, 
no qual os pacientes deixam de sentir alegria, 
tristeza déficit de atenção e comportamentos 
inadequados. 
Área parietal posterior: 
Compreende todo o lóbulo parietal inferior, ou 
seja, os giros supramarginal, área 40, e angular, 
área 39. Estende-se também ás margens do sulco 
temporal superior e a parte do lóbulo parietal 
Ana Clara Silva Freitas. 
superior. Situa-se, pois, entre aas áreas 
secundárias auditiva, visual e somestésica. Assim, 
funciona coo centro que integra informações 
recebidas dessas três áreas. 
Essa área reúne informações já processadas de 
diferentes modalidades para gerar uma imagem 
mental completa dos objetos sob forma de 
percepções, podendo reunir, além da aparência, o 
cheiro, som, tato e nome, ademais, esta área está 
envolvida também na sensação visual e participa 
no planejamento de movimentos e na atenção 
seletiva. Por fim, ela é importante para a 
percepção espacial. 
Lesões bilaterais resultam na incapacidade de 
explorar o ambiente e alcançar objetos de 
interesse. Ademais, o quadro clínico mais 
característico das lesões dessa área é a chamada 
síndrome de negligência ou síndrome de 
inatenção, que se manifesta nas lesões do lado 
direito (hemisfério mais relacionado com os 
processos visuoespaciais). 
Córtex insular anterior: 
É o isocórtex homótipo, característico das áreas de 
associação e está envolvido nas funções de 
empatia; conhecimento da própria fisionomia; 
sensação de nojo e percepção dos componentes 
subjetivos de emoções. 
Áreas límbicas: compreendem o giro do 
cíngulo, o giro para-hipocampal e o hipocampo. 
Essas áreas relacionadas com a memória e o 
comportamento emocional, integram o sistema 
límbico. 
Áreas relacionadas com a linguagem (afasias): 
Divide-se em afasias motoras e afasias de 
expressão. Na motora o indivíduo compreende, 
mas tem dificuldade de se expressar, nas 
sensitivas tanto a compressão quanto a expressão 
são bem deficientes. 
 A área anterior da linguagem corresponde à 
área de Broca está relacionada com a 
expressão da linguagem. Situa-se nas partes 
opercular e triangular do giro frontal inferior, 
correspondendo à área 44 e a 45 de 
Brodmann. 
 A área posterior da linguagem é localizada na 
junção entre os lobos temporal e parietal é 
conhecida como área de Wernicke. 
Corresponde à área 22 de Brodmann. 
 
Comando motor 
 
Os centros motores se organizam em cadeia 
hierárquica, sendo os comandos superiores 
inibindo ou ativando os inferiores. 
Ana Clara Silva Freitas. 
OBS: Os núcleos motores do tronco encefálico 
modulam positivamente os reflexos medulares e 
sofrem modulação negativa do córtex. 
OBS: Os ordenadores do sistema motor chegam 
aos motoneurônios espinhais através das vias 
descendentes. 
Os centros ordenadores e as vias 
descendentes: 
No bulbo encontra-se os núcleos vestibulares 
cujos neurônios recebem aferentes do nervo 
vestibulococlear, originárias de 
mecanorreceptores do labirinto. Os axônios dele 
formam os feixes vestibuloespinhais, que são as 
vias descendentes relacionados à postura e 
equilíbrio corporal. A formação reticular é um 
grupo de neurônios mais disperso localizado na 
ponte e seus axônios também são responsáveis 
pela manutenção da postura. 
Já o mesencéfalo tem o núcleo rubro, o qual ajuda 
no comando motor dos membros. O colículo 
superior, um dos núcleos do tecto, recebe 
aferências multissensoriais e suas fibras motoras 
participam da orientação sensório-motora. 
O córtex motor primário é localizado no córtex 
cerebral e emitem axônios descendentes. O amplo 
espectro de regiões corticais se chama feixe 
corticoespinhais. 
 Grandes vias eferentes 
Somáticas: 
Vias piramidais: responsáveis pelo movimento 
voluntário 
 Tracto córtico-espinhal: une o córtex 
cerebral aos neurônios motores da 
medula. Na maioria dos mamíferos, tem 
função tão excitatória quanto inibitória 
sobre os motoneurônios. Lesão nessa área 
pode ocasionar fraquea muscular e 
incapacidade de realizar movimentos 
independentes de grupos musculares 
isolados. 
 Tracto córtico-nuclear: transmite impulsos 
aos neurônios motores do tronco 
encefálico e não aos da medula, 
diferenciando assim do tracto supracitado. 
Vias extrapiramidais: responsáveis pelo 
movimento autônomo e pela regulação do tônus 
muscular e da postura. 
 Tracto rubro-espinhal: controla junto ao 
tracto córtico-espinhal lateral, a 
motricidade voluntária dos músculos 
distais dos membros. 
 Tracto tecto-espinhal: origina-se no 
colículo superior, que, por sua vez, recebe 
fibras da retina e do córtex visual. Termina 
nos segmentos mais altos da medula 
cervical e está envolvido em reflexos nos 
quais a movimentação da cabeça decorre 
de estímulos visuais. 
 Tracto vestíbulo-espinhal: origina-se nos 
núcleos vestibulares e leva aos neurônios 
motores os impulsos nervosos necessários 
à manutenção do equilíbrio a partir de 
informações que chegam a esses núcleos, 
vindas da parte vestibular do ouvido 
interno e do arquicerebelo. São feits assim 
ajustes no grau de contração dos 
músculos, permitindo que seja mantido o 
equilíbrio mesmo após alterações súbitas 
do corpo no espaço. 
 Tracto restículo-espinhal: é o mais 
importante, pois promove a ligação de 
várias áreas de formação reticular com os 
neurônios motores. A essas áreas chegam 
informações de setores muito diversos do 
SNC, como o cerebelo e o córtex motor. 
Suas funções envolvem tanto controle de 
movimentos autônomos como os de 
movimentos voluntários, a cargo dos 
músculos axiais e proximais dos membros. 
Por suas conexões com a área pré-motora, 
esse trato determina o grau adequado de 
contração desses músculos, de modo a 
colocar o corpo em uma postura básico 
para a execução de movimentos finos 
controlados pelo tracto piramidal. Sabe-se 
também que, mesmo após lesão do tracto 
córtico-espinhal, a motricidade voluntária 
da musculatura proximal dos membros é 
Ana Clara Silva Freitas. 
mantida pelo tracto-espinhal, o que 
permite assim a movimentação normal do 
braço e da perna. 
A organização do movimento voluntário. 
A organização do ato motor voluntário, 
distingue-se hoje uma etapa de preparação, 
que termina com a elaboração do programa 
motor, e uma etapa de execução. A primeira 
envolve áreas de associação do córtex cerebral 
em interação com o cerebelo e o corpo 
estriado. A segunda envolve as áreas motora e 
pré-motora do córtex e suas ligações diretas e 
indiretas com neurônios motores. Como parte 
da etapa de execução, tem também 
mecanismos que permitem ao SNC promover 
os necessários ajustes e correções no 
movimento já iniciado. 
Atenção
 
A experiência de filtrar os sinais de entrada 
auditivos, como escutar alguém te chamar em 
uma festa barulhenta, é chamada de efeito 
coquetel. 
No cotidiano a atenção pode ser direcionada 
de duas maneiras: 
 Atenção exógena ou de baixo para 
cima: o estímulo atrai nossa atenção 
sem qualquer consideração cognitiva. 
 Atenção endógena ou de cima para 
baixo: é direcionada pelo encéfalo de 
modo deliberado para algum objeto ou 
lugar, o que funciona como um objeto 
comportamental. 
Na maioria das vezes que queremos escrutinar 
visualmente algo, movemos nossos olhos de modo 
que o objeto de interesse é projetado na fóvea de 
cada olho. É possível, assim, deslocar a atenção 
para objetos projetados em partes da retina fora 
da fóvea. Esse fenômeno de “olhar com o canto do 
olho” é chamado de atenção disfarçada. 
A atenção aumenta a sensibilidade visual, 
facilitando a detecção de imagens. Essa é 
provavelmente uma das razões pelas quais somos 
capazes de ouvir alguém falando no meio de 
muitas outras conversas, quando dirigimos a essa 
pessoa a nossa atenção. Além disso, ela aumenta 
a velocidade de nossas reações e eventos 
sensoriais. 
Aumentosna detecção e no tempo de reação 
são seletivos para a localização espacial. Quando 
sabemos onde é mais provável aparecer um 
estímulo, direcionamos nossa atenção para lá e 
processamos a informação sensorial com maiores 
sensibilidade e velocidade. Uma analogia comum 
é que exista um holofote para a atenção, que se 
move para iluminar objetos de especial interesse 
ou significado. 
A atenção possui tanto efeitos benéficos sobre 
o processamento visual, mas também traz 
consequências como a alteração da sensibilidade 
dos neurônios visuais. Para que esses fatores da 
atenção sejam entendidos é preciso entender os 
mecanismos que dirigem a atenção. Esses 
mecanismos são mais complexos porque as rede e 
estruturas corticais e subcorticais estão envolvidas 
e distribuídas sobre todo o encéfalo. Assim, 
existem diversos circuitos de controle em que a 
atenção está organizada. 
O pulvinar, que é um componente subcortical é 
um desse circuito. O núcleo pulvinar do tálamo 
tem conexões recíprocas com a maior parte das 
áreas visuais corticais nos lobos occipital, parietal 
e temporal, o que lhe confere o potencial de 
modular a atividade cortical amplamente 
espalhada e, devido a isso, há uma hipótese de 
que o pulvinar regule o fluxo de informações nas 
áreas do córtex visual. 
Foi feito um estudo em macacos e foi observado 
que os neurônios do pulvinar respondem mais 
robustamente quando um macaco presta atenção 
a um estímulo em seu campo receptivo do que 
Ana Clara Silva Freitas. 
respondem ao mesmo estímulo quando a atenção 
está dirigida a outro local. 
O humano quando tem lesão no pulvinar responde 
de forma anormalmente lenta a estímulos no lado 
contralateral, principalmente quando há 
estímulos competindo no lado epsilateral. Esse 
déficit reflete uma capacidade reduzida de 
focalizar a atenção em objetos no campo visual 
contralateral. 
Além disso, os campos oculares (COF) possui 
conexões diretas com numerosas áreas que são 
influenciadas pela atenção, incluindo a V1, V3, V4, 
MT e o córtex parietal. Os neurônios nos COF têm 
campos motores, os quais são pequenas áreas no 
campo visual. Se uma corrente elétrica suficiente 
for passada em um COF, os olhos rapidamente 
farão um movimento sacádico para o campo 
motor dos neurônios estimulados.

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