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Adilson_Pera_05 06

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[Direito Administrativo] [1ª aula] 
[Turma: Carreiras dos Tribunais] 
[Bancas: FCC e outras] 
 
[Tópicos a serem abordados neste material] 
 Administração Pública 
 Poderes da Administração 
 
 [Prof. Adilson Pera] 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Administração Pública é o aparelhamento estatal, integrado por pessoas jurídicas, 
pelos órgãos e agentes públicos postos à disposição do cidadão para a consecução das 
necessidades gerais e coletivas. 
 Para que o Estado possa realizar materialmente suas atividades, visando o 
interesse público, necessita lançar mão de algumas técnicas que o direito lhe forneceu, 
entre as quais a desconcentração e a descentralização. 
 
 Desconcentração é a “repartição” ou transferência de competências entre os 
vários órgãos de uma mesma Administração, ou seja, é a transferência de atribuições 
dentro da mesma pessoa jurídica, como por exemplo, os ministérios em âmbito federal, 
as secretarias em âmbito estadual ou municipal, as subprefeituras, etc. 
 
 Descentralização é a “repartição” ou transferência de competências a outras 
pessoas jurídicas, destacadas do centro que podem ser estruturadas à maneira do direito 
público (autarquias e fundações públicas), ou estruturadas sob a forma de direito privado 
(empresas públicas e sociedades de economia mista). Sendo assim, podemos admitir que 
as pessoas que integram a Administração Pública indireta são exemplos de 
descentralização. 
 
 
Administração Pública direta e indireta 
 
 Integram a Administração Pública direta a União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios (pessoas jurídicas de direito público). Como já visto, também chamados de 
pessoas políticas ou entes políticos. 
 A Administração Pública indireta abrange as autarquias e fundações públicas 
(pessoas jurídicas de direito público) e também empresas públicas e sociedades de 
economia mista (pessoas jurídicas de direito privado). Estes quatro entes também são 
chamados de pessoas administrativas, as quais veremos a seguir: 
 
 
 Autarquia – é pessoa jurídica de direito público (art. 41, IV do Código Civil), 
criada por lei específica, com especificação de fins, sujeito ao controle interno do ente 
maior que a criou e controle externo realizado pelo Poder Legislativo com auxílio do 
Tribunal de Contas. Ex.: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária (INCRA), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Departamento 
Nacional de Registro do Comércio (DNRC) etc. 
 
Ficha técnica da autarquia: 
 
 *Natureza jurídica – pessoa jurídica de direito público. 
 *Instituição – criada por lei específica (art. 37, XIX da CF/88). 
 *Regime jurídico – público. 
 *Capital – público. 
 *Funcionários – celetistas ou estatutários. 
 *Responsabilidade – objetiva (art. 37, §6º da CF/88). 
 *Bens – públicos (impenhoráveis, inalienáveis, não oneráveis e imprescritíveis). 
 *Pagamento de suas dívidas – por meio de precatórios (art. 100 da CF/88). 
 *Prazos em dobro para recorrer e para contestar – sim conforme art. 183 do CPC. 
 *Forma societária – não tem. 
 
 
 Fundações – podem ser definidas como uma universalidade de bens 
personalizada, em atenção ao fim que lhe dá unidade. Esse fim normalmente tem caráter 
assistencial, educacional ou de pesquisa. As fundações podem ser instituídas por 
particulares (regidas pelo direito privado – previstas no art. 62 e seguintes do Código 
Civil) ou pelo Poder Público (regidas pelo direito público ou privado, conforme a lei que 
a instituir). Ex.: FUNAI (instituída pelo Poder Público e regida pelo direito público), 
Vunesp (instituída pelo Poder Público e regida pelo direito privado). 
 
Ficha técnica da fundação pública: 
 
 *Natureza jurídica – pessoa jurídica de direito público ou privado. 
 *Instituição – criada por lei (se for de direito publico) e autorizada por lei (se for 
de direito privado). 
 *Regime jurídico – público ou privado com derrogações de direito público. 
 *Capital – público. 
 *Funcionários – celetistas ou estatutários. 
 *Responsabilidade – objetiva (art. 37, §6º da CF/88). 
 *Bens – públicos (impenhoráveis, inalienáveis, não oneráveis e imprescritíveis). 
 *Pagamento de suas dívidas – por meio de precatórios (art. 100 da CF/88). 
 *Prazos em dobro para recorrer e para contestar – sim conforme art. 183 do CPC. 
 *Forma societária – não tem. 
 
 
 Empresas públicas – são pessoas jurídicas de direito privado autorizadas por lei 
e constituídas consoante qualquer uma das formas societárias em direito admitidas, com 
capital público e podendo explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. Ex.: 
Caixa Econômica Federal, Correios, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES), Infraero, etc. 
 
Ficha técnica da empresa pública: 
 
 *Natureza jurídica – pessoa jurídica de direito privado. 
 *Instituição – autorizada por lei (art. 37, XIX da CF/88). 
 *Regime jurídico – privado, com derrogações de direito público. 
 *Capital – público. 
 *Funcionários – celetistas. 
 *Responsabilidade – objetiva (art. 37, §6º da CF/88), somente quando o dano 
decorrer da prestação do serviço público. 
 *Bens – são considerados públicos (impenhoráveis, inalienáveis e 
imprescritíveis), somente quando afetados à prestação do serviço público. 
 *Pagamento de suas dívidas – não se submete a precatórios. 
 *Prazos em dobro para recorrer e para contestar – não gozam. 
 *Forma societária – admite qualquer forma societária. 
 
 
 
 Sociedades de economia mista - são pessoas jurídicas de direito privado 
autorizadas por lei e constituídas sob as regras das sociedades anônimas, com capital 
misto (público e privado) e podendo explorar atividade econômica ou prestar serviços 
públicos. Ex.: Banco do Brasil, Petrobrás, Sabesp, Metrô, Imprensa Oficial, CDHU, etc. 
 
Ficha técnica da sociedade de economia mista: 
 
 *Natureza jurídica – pessoa jurídica de direito privado. 
 *Instituição – autorizada por lei (art. 37, XIX da CF/88). 
 *Regime jurídico – privado, com derrogações de direito público. 
 *Capital – misto (com predominância de capital público). 
 *Funcionários – celetistas. 
 *Responsabilidade – objetiva (art. 37, §6º da CF/88), somente quando o dano 
decorrer da prestação do serviço público. 
 *Bens – públicos (impenhoráveis, inalienáveis e imprescritíveis), somente quando 
afetados à prestação do serviço público. 
 *Pagamento de suas dívidas – não se submete a precatórios. 
 *Prazos em dobro para recorrer e para contestar – não gozam. 
 *Forma societária – somente sociedade anônima (S/A). 
 
 
ATENÇÃO: É competente a Justiça comum (estadual) para julgar as causas em que é 
parte sociedade de economia mista, mesmo que ela seja federal. Por isso compete à Justiça 
Estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco 
do Brasil S/A (sociedade de economia mista federal), sendo que as sociedades de 
economia mista só tem foro na Justiça Federal, quando a União intervier como assistente 
ou opoente. (Súmulas 517 e 556 do STF e art. 109 da CF/88). 
 
 
A seguir, apresentamos uma tabela comparativa sobre empresas públicas e 
sociedades de economia mista que exploram atividade econômica e que prestam serviços 
públicos: 
 
 
Empresas Públicas ou Sociedades de 
Economia Mista exploradoras de 
Atividade Econômica 
Empresas Públicas ou Sociedades de 
Economia Mista prestadoras de Serviço 
Público 
*Seus contratos não são administrativos *Seus contratos são administrativos 
*Responsabilidade subjetiva *Responsabilidade objetiva 
*O Estado não responde subsidiariamente *O Estado responde subsidiariamente 
*Sujeita-se ao regime falimentar *Não se sujeita ao regime falimentar 
*Seus bens não são considerados públicos 
– podem ser penhorados, usucapidos, etc 
*Seus bens são considerados públicos e 
não podem ser executados quando afetados 
ao serviço público prestado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista exploradoras de 
atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos 
 
Regime de 
emprego 
*Seus agentes são regidos pela CLT, art. 173, §1°, II da CF/88. 
*Contratação por concurso público, art. 37, II da CF/88. 
*Proibição de acumulação de cargos, art. 37, XVII da CF/88. 
*À justiça do trabalho compete julgar os litígios entre empregado e 
empregador, art. 114 da CF/88. 
*Equipara-se aos servidores públicos para fins penais, art. 327 do Código 
Penal. 
*O empregado pode receber acima do teto, caso a sociedade de economia 
mista não receba recursos de nenhum ente federativo para despesas de 
pessoal ou de custeio em geral (art. 37, §9º da CF/88). 
 
 
Agências 
 
Executivas – é a mera qualificação ou denominação dada à autarquia ou fundação 
que celebre contrato de gestão com o órgão da Administração direta a que se acha 
vinculada, para melhoria da eficiência e redução de custos. Importante frisarmos que são 
meras autarquias ou fundações, que por decreto editado pelo chefe do Poder Executivo 
recebem a denominação de Agências Executivas. Ex.: Inmetro. 
 
Reguladoras – são autarquias em regime especial, criadas por lei, com o objetivo 
de regular e fiscalizar os prestadores de serviços públicos e atividades privadas de 
interesse coletivo. Ressalta-se que as agências reguladoras são criadas por lei, ou seja, 
não são entes que já existiam e receberam uma denominação, como ocorre com as 
executivas. Ex.: Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Agência Nacional 
de Energia Elétrica (ANEEL), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA), Agência Nacional de Águas (ANA), Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Transportes Terrestres 
(ANTT), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), etc. 
 
 
Observações sobre as Agências Reguladoras: 
 
1) Segundo a professora Maria Sylvia Z. Di Pietro1 apenas duas agências tem 
previsão constitucional (ANP – art. 177, §2º, III, e a ANATEL – art. 21, XI ambos 
da CF/88). As demais são previstas em leis esparsas. 
2) Os dirigentes ou diretores dessas agências são escolhidos pelo chefe do Executivo, 
dependendo de aprovação pelo Senado Federal. 
3) Esses dirigentes têm mandato fixo previsto em lei e gozam de estabilidade durante 
o mandato. 
4) Os dirigentes se beneficiam da chamada quarentena (após deixar o mandato de 
dirigente não poderá exercer qualquer função nas empresas que fiscalizava, 
recebendo, nesse período, remuneração da Agência como se estivesse 
trabalhando). 
5) Têm natureza de autarquias em regime especial, possuindo maior autonomia. 
 
 
1 Direito Administrativo, p. 469.

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