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Frantz Fanon - Pele negra, máscaras brancas

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FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
* [...] povo colonizado – isto é, todo povo no seio do qual nasceu um complexo de inferioridade devido ao sepultamento de sua originalidade cultural [...] – pg.34
* Alterações na linguagem nativa, buscando a integração junto à população branca. E contrapartida, os olhares e julgamentos realizados pelos negros quando se volta a sua própria terra. – pg.35,36
 * “Todo idioma é um modo de pensar, dizem Damourette e Pichon. E o fato de o negro recém-chegado adotar uma linguagem diferente daquela da coletividade me que nasceu, representa um deslocamento, uma clivagem.” – pg.39
* Existência de um sentimento de inferioridade do negro, levando-o a agir buscando a aprovação e pelos padrões dos brancos. – pg. 40
* Língua crioula/nativa tornando-se uma sobrevivência. – pg.41
* Tratamento infantilizado, buscando a minimização dos negros, através da “ausência de intenção... esta facilidade em enquadrá-lo, em aprisioná-lo” de forma humilhante. – pg.45
* Negro considerado como sem cultura, sem passado histórico. – pg.46
* “Provavelmente aqui está a origem dos esforços dos negros contemporâneos em provar ao mundo branco, custe o que eu custar, a existência de uma civilização negra.” – pg.46
* “ [...] a primeira reação do negro seja a de dizer não àqueles que tentam defini-lo. Compreende-se que a primeira ação do negro seja uma reação [...]” – pg. 48
A mulher de cor e o branco
* “ O problema é saber se é possível o negro superar seu sentimento de inferioridade, expulsar de sua vida o caráter compulsivo, tão semelhante ao comportamento fóbico. No negro existe uma exacerbação afetiva, uma raiva em se sentir pequeno, uma incapacidade de qualquer comunhão que o confina em um isolamento intolerável. ” – pg.59
* O negro não pode se satisfazer no seu isolamento, pois a única forma de encontrar este prazer é estar no mundo branco. – pg.60
* “[...] tentativa de aquisição por interiorização de valores originalmente proibidos. A preta se sente inferior, por isso aspira por ser admitida no mundo branco. Nessa tentativa ela será auxiliada por um fenômeno que denominaremos eretismo afetivo.” – pg.66
* “[...] O preto, no seu comportamento, assemelha-se a um tipo neurótico obsessional [...] Há no homem de cor uma tentativa de fugir à sua individualidade, de aniquilar seu estar-aqui.” – pg.66
O homem de cor e a branca
* “[...] quando uma história se mantém no folclore é que, de alguma maneira, ela exprime uma região da ‘alma local’” – pg.70
* “[...] só sei de uma coisa, que o preto é um homem igual aos outros, um homem como os outros, e que seu coração, que só parece simples aos ignorantes, é tão complexo quanto o do mais complexo dos europeus.” – pg.71
* Por ter atitudes que compactuam com os brancos, “evoluídos”, o preto só é preto na aparência, pois não possui a selvageria destes. – pg.73
* “[...] casamento propriamente inter-racial [...] para o cônjuge de cor, uma espécie de consagração subjetiva, em si mesmo e aos próprios olhos, do extermínio do preconceito de cor que sofreu durante muito tempo.” [Lous-T. Achille] – pg.75
* De acordo com Germaine Guex, um tipo de neurose refere-se a angústia recorrente do abandono, a agressividade provocada e a desvalorização de si, sendo estes o alicerce da sintomatologia desta neurose. Desenvolve-se uma obsessão pelo passado, criando uma zona de pensamentos e ressentimentos, da qual se tem consciência. Dessa forma, não consegue realizar nenhuma experiência positiva, levando a um sentimento de impotência e a rejeição de responsabilidade. Assim, “os outros o teriam traído e frustrado e, no entanto, é apenas dos outros que ele espera uma melhora do seu destino”. – pg. 76
Sobre o pretenso complexo de dependência do colonizado
* “[...] é o racista que cria o inferiorizado.” – pg.90
* “Em outras palavras, começo a sofrer por não ser branco, na medida que o homem branco me impõe uma discriminação, faz de mim um colonizado, me extirpa qualquer valor, qualquer originalidade, pretende que seja um parasita non mundo, que é preciso que eu acompanhe o mais rapidamente possível o mundo branco [...] Então tentarei simplesmente fazer-me branco, isto é, obrigarei o branco a reconhecer minha humanidade.” – pg. 94
* “Enquanto psicanalista, devo ajudar meu cliente a conscientizar seu inconsciente, a não mais tentar um embranquecimento alucinatório, mas sim a agir no sentido de uma mudança das estruturas sociais.” – pg.95
A experiência vivida do negro
* “No mundo branco, o homem de cor encontra dificuldades na elaboração de seu esquema corporal. O conhecimento do corpo é unicamente uma atividade negação.” – pg.104
* “Elaborei [...] um esquema histórico-racial. Os elementos que utilizei [...] fornecidos pelo outro, o branco, que os teceu para mim através de mil detalhes, anedotas, relatos. Eu acreditava estar construindo um eu fisiológico [...]” – pg.105
* “Sou sobredeterminado pelo exterior. Não sou escravo da ‘ideia’ que os outros fazem de mim, mas da minha aparição.” – pg.108
* “O preconceito de cor nada mais é do que a raiva irracional de uma raça por outra, o desprezo dos povos fortes e ricos por aqueles que eles consideram inferiores [...] Como a cor é o sinal exterior mais visível da raça, ela tornou-se o critério através do qual os homens são julgados, sem se levar em conta as suas aquisições educativas e sociais.” – pg.110
* “[...] eu era odiado, detestado, desprezado [...] por toda uma raça. Estava exposto a algo irracional [...] para um homem que só tem como arma a razão, não há nada de mais neurotizante do que o contato com o irracional.” – pg.110
* A racionalidade demonstrou a igualdade das raças, mas os brancos mostraram-se irredutíveis. – pg.110,111
* Os brancos acreditam serem os senhores deste mundo, no entanto, os negros estão em uma conexão sagrada e transcendental com a terra, com o planeta, com a natureza. Possuindo, assim, algo que nenhuma outra pessoa pode lhe tirar ou privar. – pg.116,117
O preto e a psicopatologia
* Há uma catharsis coletiva responsável pelo extravasamento da agressividade acumulada na sociedade. Esta, muitas vezes, é direcionada principalmente nas mídias sociais ao negro e ao indígena, que são retratados como personificações do mal. Dessa forma, as crianças negras que tem acesso a esse conteúdo, identificando-se com o herói branco, passam a temer o seu semelhante, o negro. – pg.130,131
* Conceituação e caracterização da fobia. – pg.136,137
* Preto como perigo biológico, pensa-se nele a relação com sexo, ele é perseguido na sua corporeidade. – pg. 138- 147
* Retrato dos negros em algumas histórias infantis como animais inferiores, estrangeiros estigmatizado como tal. – pg. 148-150
* No inconsciente coletivo “preto é aquele que é imoral. Se, na minha vida, me comporto como um homem moral, não sou preto.” Dessa forma, o negro precisa vencer a sua própria imagem disseminada e construída por terceiros, sair da posição de bode expiatório para a sociedade branca. – pg.163,164 
O preto e o reconhecimento
* “É porque o preto pertence a uma raça ‘inferior’ que ele tenta assemelhar-se à raça superior.” – pg.179
* O reconhecimento pelo outro e para o outro, além da liberdade concedida ao preto e a sua relação com esta, através da teoria de Hegel. – pg. 180-184
À guisa de conclusão
* “Serão desalienados pretos e brancos que se recusarão enclausurar-se na Torre substancializada do Passado. Por outro lado, para muitos outros pretos, a desalienação nascerá da recusa em aceitar a atualidade como definitiva.” – pg.187 
* “Que jamais o instrumento domine o homem, que cesse para sempre a servidão do homem pelo homem. Ou seja, de mim por um outro. Que seja permitido descobrir e querer bem ao homem, onde quer que ele se encontre. O preto não é. Não mais do que o branco. Todos os dois têm de se afastar das vozes desumanas de seus ancestrais respectivos, a fim de que nasça uma autêntica comunicação [...] há de ser realizada uma tentativa de desalienação em prol da liberdade.” – pg. 191

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