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Tanatologia e cronotanatognose forense

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TANATOLOGIA FORENSE 
 
Tanatognose: diagnóstico de morte através de fenômenos cadavéricos. 
 
Cronotanatognose: diagnóstico cronológico da morte. 
 
TANATOGNOSE 
 
Morte: cessação dos fenômenos vitais pela parada das funções cerebral, respiratória e circulatória. 
• Circulatória: parada cardíaca irreversível 
• Cerebral: parada total e irreversível de funções encefálicas 
• Morte: cessação definitiva e completa de funções autoconservadoras, renovadoras e multiplicadoras da 
matéria orgânica → perda de propriedades vitais 
 
Diagnóstico de morte pode ser: 
• Duvidoso 
• Provável 
• Certo 
 
Declaração de óbito: assegura a realidade do óbito e determina a causa jurídica da morte. 
 
Necrópsia ou autópsia: tem a finalidade de determinar a “causa mortis”, a causa jurídica da morte, o tempo decorrido 
ou identificar o corpo. Ferramenta para a justiça civil e penal, política sanitária e para o desenvolvimento médico 
científico. 
 
Quem pode solicitar a necropsia e motivo: 
• Juiz de direito: conhecimento de óbito suspeito 
• Autoridade sanitária: óbito suspeito de ter sido causado por doença transmissível 
• Autoridade policial: sindicâncias ou inquéritos 
• Médico assistente: esclarecer a causa mortis ou colher subsídios científicos 
 
A necropsia, quando solicitada pelo médico assistente, tem que ser autorizada pelos representantes legais do de 
cujos. 
 
Requisição da necropsia necessita de: 
• Identificação 
• Justificativa 
• História do caso 
• Hora, local e condições da morte 
• Atendimento hospitalar, se houve 
• Tudo que constituir subsídio para o médico legista 
 
Perícia: segue as normas da processualística penal e regulamentos do IML. Deve reconhecer: 
• Se houve morte 
• Causa da morte 
• Instrumento ou meio que produziu a morte 
• Se a morte foi produzida por veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou por outro meio insidioso ou cruel 
 
Fenômenos cadavéricos podem ser: 
• Imediatos, consecutivos ou tardios 
• Abióticos / avitais negativos ou transformativos 
 
Fenômenos abióticos: 
• Imediatos → presunção da morte 
o Perda da consciência, insensibilidade, imobilidade, cessação da circulação 
o Face cadavérica, relaxamento dos esfíncteres, cessação da respiração e incitabilidade elétrica 
• Consecutivos 
o Desidratação/evaporação tegumentar 
▪ Decréscimo do peso 
▪ Pergaminhamento da pele 
▪ Dessecamento das mucosas e lábios 
▪ Modificações do globo ocular → Sinal de Sommer e Larcher: mancha da esclerótica que é 
explicada pela dessecação da esclerótica, mostrando, no quadrante externo ou interno do 
olho, uma mancha de cor enegrecida pela transparência do pigmento coroidiano 
o Resfriamento do corpo → começa pelos pés, mãos e face e depende da diferença entre a 
temperatura ambiente e a corpórea 
o Hipóstase (8 a 12 horas) → manchas 
▪ Sangue sujeito à gravidade 
▪ Livores hipostáticos 
o Rigidez cadavérica 
▪ Início em 2 a 3 horas, até no máximo 8 horas, e cessa em 24 horas) 
▪ Surgimento e desaparecimento seguem Lei de Nysten →sequência crânio-caudal 
o Espasmo cadavérico 
▪ Rigidez abrupta, generalizada e violenta, SEM o relaxamento muscular que precede a rigidez 
comum 
 
As manchas hipostáticas cutâneas permanecem até o surgimento dos fenômenos putrefativos, quando elas são 
invadidas pela tonalidade verde-enegrecida que aparece no cadáver devido à formação do hidrogênio sulfurado 
combinado com a hemoglobina. Durante as primeiras 12h após a morte, estas manchas podem mudar de posição 
conforme a situação do cadáver, para, depois, se fixarem definitivamente. 
 
Fenômenos transformativos (cessação dos fenômenos vitais): 
• Destrutivos 
o Autólise: cessada a troca nutritiva da célula → acidose → decomposição (sem participação 
bacteriana) → autodestruição da célula pelas suas próprias enzimas 
 
o Putrefação: ação dos microrganismos e suas toxinas → desde mancha verde abdominal até 
esqueletização (ponto de partida é o intestino – microbiota) 
▪ Período de coloração ou manchas (fase de coloração): mancha verde abdominal surge em 
torno de 24 horas, geralmente na fossa ilíaca direita, e depois se estende 
▪ Período gasoso ou enfisematoso (fase enfisematosa): circulação póstuma de Brouardel → 
desenho vascular 
▪ Período coliquativo ou de liquefação: entomologia forense (surgimento de larvas e insetos) 
▪ Período de esqueletização: dura 3 a 5 anos 
 
o Maceração: processo que sofre o cadáver do feto dentro do útero, do 6° ao 9° mês 
▪ Destruição de tecidos moles por excesso de umidade ou líquido 
▪ Feto morto intrauterinamente: engruvinhamento e deslocamento da pele 
 
• Conservadores → por falta de atuação bacteriana e umidade, a decomposição não avança 
o Mumificação: pode ser provocada (embalsamento) ou espontânea (desidratação intensa – meio 
quente e arejado) 
o Saponificação: o cadáver se transforma em substância de consistência untuosa, mole, quebradiça, às 
vezes de coloração amarelo escuro → fenômeno de transformação de gordura em cera 
o Calcificação: frequente em fetos mortos e mantidos na cavidade uterina 
o Corificação: cadáver enterrado em urna de zinco hermeticamente fechada → conservação pela 
inibição dos fatores transformativos (pele com aspecto de couro, músculos preservados e órgãos 
amolecidos) 
o Congelamento: cadáveres submetidos a baixíssimas temperaturas por tempo prolonga 
o Fossilização: mantém a forma do cadáver mas não conserva nenhum componente de estrutura 
orgânica 
 
A temperatura muito alta ou muito baixa retarda ou para a marcha da putrefação. Em locais onde o ar é seco, o cadáver 
pode ser conservado pela mumificação e, nos lugares úmidos, marcham para a saponificação ou maceração. 
 
O cadáver mumificado apresenta-se reduzido em peso, pele dura, seca, enrugada e de tonalidade enegrecida. 
 
A saponificação transforma o cadáver em substância de consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade 
amarelo-escura, dando uma aparência de cera ou sabão. Não é um estágio inicial, surge depois de um processo mais ou 
menos avançado de putrefação e inicia-se pelas partes do corpo que possuem mais gordura. 
 
Provas de morte: 
• Circulatórias: 
o De Bouchut: parada cardíaca à ausculta 
o Fundoscopia ocular: esvaziamento da A. central da retina, descoramento da papila óptica e da coroide 
o De Magnus: o estrangulamento da extremidade digital não altera sua cor 
o De Ott: formação de bolha de gás na pele com aproximação de uma chama (em vida → flictena 
serosa) 
o ECG 
• Respiratórias 
o Ausência de murmúrio pulmonar 
o Sinal de Wislow: 
▪ Embaciamento do espelho ao colocá-lo diante das narinas. Ajuda comprovar a morte real. 
▪ Sinal da chama de vela. Coloca-se uma vela diante das narinas para verificar se o indivíduo 
respira ou não. 
▪ Tela de turvação de Wislow: turvação ou opacificação da córnea devido à desidratação 
cadavérica. 
• Químicas 
o De Lecha-Marzo: papel de tornassol é colocado entre o globo ocular e a pálpebra e acusa acidez 
o De Dominicis: papel de tornassol é colocado sobre a pele escarificada e revela acidez 
 
Cronotanatognose 
 
Cronotanatognose: 
• Cronologia da morte 
• Determinação do momento da morte com base nos fenômenos cadavéricos 
• Responsabilidade criminal e processos civis ligados à sobrevivência direito sucessório 
o Premoriência: precedência na morte 
o Comoriência: quando não é possível identificar o momento das mortes dos envolvidos (2 ou mais 
pessoas) em um evento fático, reciprocamente herdeiras umas da outras → presume-se que 
falecerem no mesmo evento e no mesmo momento 
 
Fenômenos estudados na cronotanatognose: 
• Resfriamento do corpo 
o 0,5 °C nas primeiras 3 horas e, depois disso, 1°C a cada hora 
o Cessação da função termogênica (vestes, idade, nutrição, arejamento do ambiente, etc) 
• Rigidez cadavérica 
o Inicio em 2 ou 3 horas após a morte (máx. 8 horas) 
o Desaparecimento em 24 horas (começa a putrefação) 
o Segue Lei de Nysten → sequência crânio-caudal 
▪ 1° e 2° hora: nuca 
▪ 2° a 4° hora: MMSS 
▪ 4° a 6° hora: tórax e abdome▪ 6° a 8° hora: MMII 
▪ Máxima ou generalizada em 8 horas 
• Livores e hipóstase 
o Surgem em 2 a 3 horas após a morte 
o Fixação entre 8 a 12 horas 
o Sangue obedece a lei da gravidade e se deposita na região que está voltada para chão 
• Mancha verde abdominal 
o Fase de coloração da putrefação 
o Surge em torno de 24 horas (após o desaparecimento da rigidez cadavérica), comumente na fossa 
ilíaca direita, depois se estende 
• Gases de putrefação 
o 1° dia – gás carbônico 
o 2° ao 4° dia – hidrocarbonetos e hidrogênio 
o 5° dia – azoto e amônia 
• Decréscimo de peso 
• Crioscopia do sangue 
• Cristais de sangue putrefato 
o Formam-se após o 3° dia 
• Crescimento dos pelos da barba 
• Conteúdo gástrico 
o 1 a 2 horas após a última refeição → os alimentos são facilmente reconhecíveis 
o 4 a 7 horas após a última refeição → fase final da digestão 
o 7 horas ou mais → estômago vazio 
• Fauna cadavérica 
 
Flacidez muscular: surge entre 36 a 48 após o óbito e segue a mesma sequência que a rigidez cadavérica. 
 
Fauna cadavérica: 
• Entomologia médico-legal 
• Importância da determinação da cronologia da morte em cadáveres expostos ao ar livre 
• Surgem com certa regularidade e preparam o terreno para outros grupos 
• 8 legiões 
 
Estimativa do tempo de morte: 
 
 
 
Determinação do tempo de morte pelo aspecto ósseo: 
 
 
 
Lesões produzidas em vida x lesões produzidas após a morte: 
• Esclarece à Justiça quando foi causada a lesão 
• Esclarecimento por exame macroscópico ou microscópico 
 
Lesões post mortem: 
• Origem acidental 
o Arrasto nos afogados, depredação por animais, etc 
• Origem intencional 
o Injeções, incisões, esquartejamento 
 
Lesões in vitam: 
• Sinais ou reações vitais – processos fisiopatológicos realizados ainda em vida: hemorragias ou coagulação do 
sangue, retração dos tecidos, escoriações ou equimoses, reações inflamatórias, embolias, consolidação de 
fraturas 
• Eritema e flictenas 
• Fuligens nas vias aéreas 
• Coágulo de espuma 
• Presença de líquido no pulmão e estômago dos afogados 
• Substâncias sólidas na traqueia e brônquios no soterramento 
Hemorragia interna: 
• Produzida em vida: sangue coagula e forma coleção hemática 
• Produzida após a morte: o sangue não coagula (coagulação é um processo vital) → sinal de Donné 
 
Diferença entre lesões realizadas em vida e após a morte: 
• Ferimentos incisos e cortocontundentes: 
o Vida: margens afastadas devido à retração dos tecidos 
o Morte: ausente pois não há contratilidade muscular 
• Escoriações: 
o Vida: crosta recobrindo a lesão 
o Morte: pergaminhamento da pele escoriada 
• Equimoses 
o Vida: espectro equimótico de Legrand (vermelho – violáceo – azulado – verde – amarelado – normal) 
o Morte: não há variação de tonalidades cromáticas 
 
 
 
Tipos de morte: 
• Natural: estado mórbido, herdade ou de perturbação congênita, incompatível com a vida extra uterina 
o Patológico – doença 
o Teratológico – defeito congênito 
• Violenta: ação externa e lesiva (homicídio, suicídio e acidentes) 
• Súbita: imprevista, rápida e sem causa desde logo visível 
• Mediata: permite a sobrevivência por algumas horas após o surgimento da causa 
• Agônica: se processa lentamente estudo do acúmulo de glicogênio no organismo (pesquisa de glicogênio no 
fígado) 
o Docimasia hepática: 
▪ Ausência de glicogênio no fígado → morte agônica 
▪ Presença regular da concentração → morte súbita 
o Docimasia suprarrenal 
▪ Na morte agônica, a hipoxemia estimula a adrenal → secreção de adrenalina 
• Suspeita: necessário esclarecer as circunstâncias em que se deu a morte, para possíveis aplicações jurídicas

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