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PROCESSO EDUCATIVO NA EAD:
PRÁTICAS INOVADORAS 
E PERSPECTIVAS DE GESTÃO 
Janes Fidélis Tomelin (Org.)
Antonio José Müller (Org.)
Rodovia BR 470, km 71, nº 1040, Bairro Benedito
Caixa postal nº 191 - CEP 89.130-000. Indaial-SC
Fone: (0xx47) 3281-9000/3281-9090
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Copyright Editora GRUPO UNIASSELVI
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Ozinil Martins de Souza
Editor Chefe
Prof. Giancarlo Moser
Conselho Editorial Pleno:
Prof. Ozinil Martins de Souza - UNIASSELVI
Prof. Giancarlo Moser - UNIASSELVI
Jean Carlos Reinhold - UNIASSELVI
Prof. Gonter Bartel - FAMEG
Diagramação
Júlia Carolina Moser
Capa
Cléo Schirmann
Revisão
Cristiane Lisandra Danna
371.2
M997p Müller, Antonio José
 Processo educativo na EAD : práticas inovadoras e perspectivas de 
 gestão / Antonio José Müller; Janes Fidélis Tomelin. Indaial : 
 Uniasselvi, 2012. 
 131 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 587-1
1. Administração escolar.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
PREFÁCIO
Caro leitor, você está preste a iniciar a leitura do livro sobre as prá-
ticas de Educação a Distância (EAD) em uma das mais conceituadas ins-
tituições de ensino do Brasil. O presente livro apresenta um conjunto de 
capítulos que refletem, discutem e aperfeiçoam o conhecimento da moda-
lidade EAD em seus aspectos didáticos, práticos, tecnológicos e conceitu-
ais. Seu principal objetivo é proporcionar ao leitor uma análise de possi-
bilidades que acontecem na atuação do professor, na evolução acadêmica 
do aluno e na organização e gestão da educação na modalidade a distância. 
A modalidade de EAD, apesar de já estar constituída no cenário 
nacional e internacional, ainda é uma modalidade relativamente nova e, 
portanto, carece de estudos aprofundados sobre o tema. Os estudos aqui 
apresentados trazem a demonstração de novas técnicas, concepções e 
práticas sobre a EAD no Brasil. Assim, essa leitura contribui cientifica-
mente com novos estudos e uma nova visão sobre a EAD no Brasil. 
As ideias discutidas neste livro precisam ser contextualizadas ao 
leitor. Elas trazem experiências dos autores no cotidiano da EAD em 
relação ao atendimento das necessidades dos alunos, à boa preparação 
dos professores-tutores responsáveis e também às soluções de questões 
e peculiaridades da coordenação de cursos. Esses assuntos são de extre-
ma utilidade quando percebemos que os tópicos relacionados podem 
ser transportados para a realidade de professores e acadêmicos. Entre-
tanto, as ideias aqui apresentadas não representam o esgotamento das 
temáticas estudadas, pois se compreende que essa área necessita cons-
tantemente de mais pesquisas e o desenvolvimento de novas práticas.
De forma clara e consistente, este livro traz uma possibilidade mo-
tivadora ao leitor e profissional da área acadêmica, pois, pelos relatos de 
seus autores, o leitor poderá utilizar a descrição dos trabalhos para incre-
mentar e inovar suas práticas na busca incansável por uma educação de 
qualidade elevada. Temos certeza de que as ideias dos autores que escre-
veram este livro com extrema competência motivarão outros personagens 
envolvidos na educação a distância, propagando essa competência.
Os capítulos estão organizados em torno das características pe-
culiares da EAD e envolvem temáticas como: a autonomia do discen-
te nessa modalidade de ensino, novas concepções para melhor uso do 
ambiente virtual de aprendizagem, a relação afetiva entre o tutor e o 
acadêmico, a acuidade do intérprete educacional e ainda discute o es-
tágio, seus desafios e possibilidades. Do mesmo modo, proporciona no-
vas ideias quando discute a importância da utilização das mídias sociais, 
estratégias para pesquisa na tutoria, a permanência do acadêmico e a 
gestão participativa realizada por grupos de trabalho. Proporciona no-
vas possibilidades aos acadêmicos quando discute o desenvolvimento 
da iniciação científica na modalidade EAD e a grande repercussão dos 
benefícios dos cursos de nivelamento oferecidos. 
A construção deste livro segue um processo coletivo de autores 
engajados com o compromisso pela melhoria da educação a distância, 
pela valorização do profissional dessa área e pela construção de uma so-
ciedade mais justa e preparada. É interessante percebermos que todas as 
aplicações epistemológicas desses estudos são confirmadas na prática, 
fazendo a interligação preciosa entre a teoria e a prática. Desse modo, as 
práticas são revistas e melhoradas em uma concepção evolutiva. Essa é 
a práxis educativa que Paulo Freire considerava vital para as caracterís-
ticas de uma educação transformadora, ou seja, a teoria deve ser aplica-
da em uma prática reflexiva, que gere outra ação para entendimento do 
mundo, a fim de transformá-lo. 
Boa leitura!
UMA NOVA CONCEPÇÃO DAS TRILHAS DE APRENDIZAGEM 
NO AVA ................................................................................................................. 7
Elisabeth Penzlien Tafner 
Janes Fidélis Tomelin 
Rosimar Bizello Müller 
A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE NIVELAMENTO NOS 
CURSOS DE EAD DO NEAD/UNIASSELVI .................................... 23
Francielle Hartmann 
Janes Fidélis Tomelin 
Cristiane Lisandra Danna
EDUCAÇÃO CIENTÍFICA: UMA PROPOSTA JOIA ..................... 35
Francieli Stano Torres 
Janes Fidélis Tomelin
A UTILIZAÇÃO DA MÍDIA SOCIAL FACEBOOK NOS CURSOS 
DE EAD DO NEAD/UNIASSELVI ........................................................ 47
Scheila Krenkel
Janes Fidélis Tomelin
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM CURSOS DE 
GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS ...... 61
Eleide Mônica da Veiga Jacques 
Emília Melo Vieira
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O INCENTIVO À AUTONOMIA 
DISCENTE: UMA REFLEXÃO ................................................................ 71
Louise Cristine Franzoi
SUMÁRIO
POSSIBILIDADE E DESAFIOS NO ESTÁGIO CURRICULAR 
SUPERVISIONADO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO A 
DISTÂNCIA .................................................................................................... 85
Ana Luisa Fantini Schmitt
PROCESSO PEDAGÓGICO INCLUSIVO NA EAD: O PAPEL DO 
INTÉRPRETE EDUCACIONAL ............................................................ 97
Kátia Solange Coelho 
Tatiana dos Santos da Silveira
GESTÃO COOPERATIVA NA EAD: GRUPOS DE TRABALHO ..... 109
Janes Fidélis Tomelin 
Kátia Solange Coelho 
Tatiana dos Santos da Silveira 
ESTRATÉGIAS PARA A PERMANÊNCIA DOS ACADÊMICOS DA 
MODALIDADE EAD: UM ESTUDO DE CASO .............................. 119
Cláudia Sabrine Brandt 
Francielle Hartmann 
Janes Fidélis Tomelin 
7
UMA NOVA CONCEPÇÃO DAS TRILHAS 
DE APRENDIZAGEM NO AVA 
Elisabeth Penzlien Tafner1
Janes Fidelis Tomelin2
Rosimar Bizello Müller3
Não existe nem a primeira nem a última 
palavra, e não existem fronteiras para um 
contexto dialógico. [...] 
Em qualquer momento do diálogo existem 
as massas enormes e ilimitadas de sentidos 
esquecidos que serão recordados e reviverão em 
um contexto e num aspecto novo .
(MIKHAIL BAKHTIN).
1 INTRODUÇÃO 
Cada vez mais a Educação a Distância (EAD) tem utilizado as 
chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) como 
instrumento para a construção do conhecimento. Esse, por sua vez, 
pode ser construído e midiatizado por meio dos Ambientes Virtuais 
de Aprendizagem (AVAs), considerados “espaços das relações com o 
saber [...], ambientes de aprendizagem que favorecem a construção do 
conhecimento” (COSTA; OLIVEIRA, 2004, p. 118). 
1 Elisabeth Penzlien Tafner é mestre em Linguística e graduada em Letras. Atualmente é 
coordenadora dos articuladores e dos professores-tutores externos do NEAD/UNIASSELVI – 
Indaial/SC. e-mail: coordead.tutoria@uniasselvi.com.br
2 Janes Fidélis Tomelin é mestre em Educação, especialista em História Social e graduado 
em Filosofia. Atualmente é  Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância do NEAD/
UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail:janes@grupouniasselvi.com.br
3 Rosimar Bizello Muller é mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina, 
especialista em Educação Ambiental pelo SENAC do Rio de Janeiro e Educação a Distância: 
Gestão e Tutoria pela UNIASSELVI. Atualmente é supervisora pedagógica do Ambiente Virtual 
de Aprendizagem do NEAD/UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail: avaead@uniasselvi.com.br
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Atualmente, na EAD, são milhares de estudantes que utilizam 
as mais variadas ferramentas dos ambientes em seu processo de ensino 
e aprendizagem. No Brasil, segundo Vianney (2011), em 2010, o 
crescimento da modalidade EAD entre os estudantes de graduação foi 
de 10,9%. No mesmo ano, a modalidade presencial cresceu 6,45%. Com 
base nesses dados, pode-se verificar que o interesse em fazer um curso a 
distância foi substancial em 2011. Assim, compreende-se também que, na 
EAD, grande parte do processo de ensino e aprendizagem ocorre por meio 
dos AVAs, por isso, eles são cada vez mais aplicados como ferramenta para 
potencializar o processo de aprendizagem de seus usuários. 
Embora já existem no Brasil vários tipos de AVAs consagrados 
no mercado, é importante destacar que várias empresas e instituições de 
ensino têm ou estão desenvolvendo os seus próprios ambientes. O Núcleo 
de Educação a Distância (NEAD) do Centro Universitário Leonardo da 
Vinci (UNIASSELVI) é um exemplo disso, pois desenvolve o seu próprio 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com vários recursos que 
correspondem ao modelo pedagógico e à cultura institucional, visando 
à informação, comunicação, interação, interatividade, que favorecem a 
reflexão e a construção do conhecimento dos acadêmicos. 
Levando em consideração o acentuado avanço tecnológico, a 
utilização de ferramentas cada vez mais interativas e o novo contexto 
social, em que as pessoas compartilham experiências, criando ambientes 
de aprendizagem, percebidos na conjuntura atual como facilitadores do 
processo de ensino e aprendizagem na EAD, o NEAD da UNIASSELVI 
sugeriu uma releitura em seu AVA. Dessa forma, recentemente, a instituição 
lançou um ambiente singular, pautado em Trilhas de Aprendizagem, 
incorporando um novo conceito de aprendizagem no seu modelo de 
EAD, através de um AVA mais dialógico, dinâmico, interativo, intuitivo e 
autônomo para aprender na EAD. 
9
A partir dessa primeira apresentação, o objetivo que guia as 
discussões realizadas neste espaço é apresentar a concepção de Trilhas de 
Aprendizagem no AVA da modalidade EAD da UNIASSELVI, bem como 
compreender a importância dessas no processo de ensino e aprendizagem 
e, consequentemente, na construção do conhecimento. Para tanto, 
inicialmente, destacamos algumas considerações sobre o que são os AVAs 
e seus objetivos no processo de ensino e aprendizagem. A seguir, o texto 
apresenta o novo conceito de AVA do NEAD da UNIASSELVI e descreve 
a aprendizagem significativa, cooperativa e colaborativa propiciadas 
no referido ambiente. Finalmente, o trabalho elenca alguns recursos 
potencializados nas trilhas de aprendizagem.
2 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM 
As TIC possibilitaram à educação outras ferramentas e/ou 
espaços pedagógicos para o desenvolvimento do processo de ensino e 
aprendizagem, antes limitado fisicamente e temporalmente. Denominados 
de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, estes espaços são: 
[...] sistemas computacionais disponíveis na Inter-
net, destinados ao suporte de atividades mediadas 
pelas tecnologias de informação e comunicação. 
Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens 
e recursos, apresentar informações de maneira 
organizada, desenvolver interações entre pessoas 
e objetos de conhecimento, elaborar e socializar 
produções tendo em vista atingir determinados 
objetivos. As atividades se desenvolvem no tempo, 
ritmo de trabalho e espaço em que cada participan-
te se localiza, de acordo com uma intencionalidade 
explícita e um planejamento prévio denominado 
design educacional, o qual constitui a espinha dorsal 
das atividades a realizar, sendo revisto e reelabo-
rado continuamente no andamento da atividade 
(ALMEIDA, 2003, p. 331).
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Muito utilizados nos cursos de Educação a Distância, os AVAs 
caracterizam-se como um espaço promissor de interações assíncronas ou 
síncronas entre pessoas e objetos técnicos, favorecendo a construção de 
conhecimento e promovendo, assim, a aprendizagem. 
Para Mason (1998 apud OKADA, 2003), os ambientes de 
aprendizagem on-line podem ser classificados em três tipos: instrucionista, 
interativo e cooperativo. Dentre esses, interessa-nos especialmente:
a) [...]
b) Ambiente interativo: ambiente centrado na 
interação online, onde a participação é essencial no 
curso. O objetivo é atender também às expectativas 
dos participantes. Nesse ambiente ocorre muita 
discussão e reflexão.
c) Ambiente cooperativo: ambiente cujos objetivos são 
o trabalho colaborativo e a participação online. Existe 
muita interação entre os participantes por meio 
da comunicação online, construção de pesquisas, 
descobertas de novos desafios e soluções (MASON, 
1998 apud OKADA, 2003, p. 275, grifos do autor).
Cada instituição de ensino, de acordo com seu Projeto Didático-
Pedagógico, dispõe de recursos diferenciados no seu AVA, ou seja, os 
recursos e/ou ferramentas disponíveis nesses ambientes dependem dos 
objetivos traçados para os seus usos.
2.1 OS OBJETIVOS DOS AVAS NO PROCESSO 
 DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Apontar os objetivos dos AVAs quanto ao processo de ensino e 
aprendizagem é muito relativo, pois eles estão diretamente ligados aos 
critérios didático-pedagógicos adotados pelas instituições de ensino. De 
qualquer modo, em âmbito geral, os AVAs:
11
foram desenvolvidos por se acreditar que a edu-
cação, na sociedade em rede e na perspectiva do 
conhecimento, pode ser entendida como uma 
transformação na convivência que acontece em 
um espaço no qual a interação entre sujeitos resul-
ta em um processo de transformação nas relações 
(SCHLEMMER, 2005, p. 35). 
Quando se fala em educação na sociedade em rede, percebe-se a 
necessidade de desenvolver uma cultura de aprendizagem significativa 
(SCHLEMMER, 2005). Para que isso aconteça, é preciso haver novos 
paradigmas epistemológicos, que permitam a criação de espaços de ensino 
e aprendizagem consistentes, capazes de promover criticidade, interação, 
interatividade e intersubjetividade. 
Com base nisso, o NEAD da UNIASSELVI, como já destacado 
anteriormente, desenvolveu um novo AVA pautado em Trilhas de 
Aprendizagem, que favorecem as concepções de ensino e aprendizagem 
significativa, cooperativa e colaborativa, como veremos a seguir.
3 A NOVA CONCEPÇÃO APLICADA AO AVA DA UNIASSELVI 
A releitura do AVA já existente no NEAD da UNIASSELVI e o 
desenvolvimento da nova concepção foram pensados e discutidos a partir 
da criação de um Grupo de Trabalho (GT) interdisciplinar. Esse GT era 
composto por especialistas de várias áreas, que, durante o período de 
janeiro a novembro de 2011, pesquisaram, discutiram e desenvolveram, 
por meio do Núcleo Tecnológico da UNIASSELVI, a projeção de uma 
nova estrutura que permitisse a organização hipertextual dos recursos 
de aprendizagem virtual, o que configura a natureza exploratória desta 
pesquisa. A pesquisa exploratória permite maior familiaridade entre o 
pesquisador (GT do NEAD) e o tema pesquisado (o novo AVA, pautado 
em Trilhas de Aprendizagem) (GIL, 2002).
12
Para essa nova projeção, levou-se em consideração conceitos 
técnicos de usabilidade, acessibilidade e ergonomia, como também foram 
consideradas as necessidades pedagógicas que auxiliam na construção do 
conhecimento. 
Nesse pensar, constatou-se que a essência do projeto estava nas 
Trilhas de Aprendizagem. Assim, nasceu o novo AVA do NEAD da 
UNIASSELVI, pautado em Trilhas de Aprendizagem. Em uma tradução 
simples, essas trilhas correspondem a “caminhos” virtuais de aprendizagem 
capazes de promover e desenvolver competências no que concerne ao 
conhecimento, à habilidade, à atitude,à interação, à interatividade e à 
autonomia. Ademais, a concepção de Trilhas de Aprendizagem favorece a 
otimização do desempenho e da utilização do novo AVA. 
Conforme destaca Carbone (2011), as Trilhas de Aprendizagem 
são caminhos alternativos e flexíveis para o desenvolvimento profissional. 
Dessa compreensão, destacaríamos ainda o desenvolvimento intelectual e 
pessoal. Na visão de Le Boterf (1999), as Trilhas de Aprendizagem podem 
ser comparadas a uma rota de navegação, porque os navegadores têm em 
suas mãos as cartas geográficas, bússola e informações meteorológicas, 
que indicam o caminho a ser trilhado. Esse autor ainda destaca que os 
navegadores têm um mapa de oportunidades disponíveis para que se 
escolha qual caminho seguir e onde chegar. 
Para o NEAD da UNIASSELVI, o desenvolvimento dessa nova 
concepção de AVA, além de possibilitar o cumprimento do objetivo das 
Trilhas de Aprendizagem apresentado anteriormente, também contempla 
os seguintes objetivos:
◆ potencializar os recursos disponíveis no AVA em cada uma das Trilhas 
de Aprendizagem, de maneira que promova a interação com o conteúdo 
13
das disciplinas e com o aprendiz, a exemplo do fórum, enquete, material 
de apoio, vídeo da disciplina, objetos de aprendizagem, cursos de 
nivelamento, dentre outros;
◆ proporcionar recursos capazes de promover o processo de ensino e 
aprendizagem de forma contínua, interativa, autônoma, reflexiva e 
qualitativa, com foco no aprendiz;
◆ promover no ambiente a comunicação e a interação síncronas e 
assíncronas;
◆ utilizar nas Trilhas de Aprendizagem as mídias sociais como instrumento 
de apoio pedagógico e complemento dos processos interativos, a 
exemplo do facebook;
◆ potencializar um ambiente de desenvolvimento acadêmico, científico e 
cultural;
◆ criar um ambiente amigável aos diversos navegadores da internet;
◆ promover interação e interatividade com os diversos atores do processo 
de ensino e aprendizagem.
Ao reestruturar em Trilhas o AVA, a UNIASSELVI reafirma seus 
princípios nortedores, que apontam a identidade favorável da instituição 
ao propósito da Educação a Distância. A partir deles, é que ficam evidentes 
as seguintes relações:
14
Nesse novo AVA configurado a partir de Trilhas de Aprendizagem, 
os acadêmicos têm à disposição inúmeras ferramentas, que possibilitam 
o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa, cooperativa e 
colaborativa, assunto a ser discutido no próximo item.
4 A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, COOPERATIVA 
 E COLABORATIVA NO NOVO AVA
Na EAD, o processo de ensino e aprendizagem está relacionado 
diretamente às tecnologias. Entretanto, independentemente do grau de 
sofisticação da tecnologia, ela é apenas o meio, não o foco.
 
Nesse contexto, o novo AVA do NEAD da UNIASSELVI foi 
desenvolvido para que nele o acadêmico possa se responsabilizar pela 
sua aprendizagem, ao descobrir e criar seus caminhos e suas estratégias, 
selecionando trilhas que o auxiliem a aprender a aprender de forma mais 
prazerosa. Dessa forma, as trilhas aumentam a possibilidade de o acadêmico 
Não basta saber, 
é preciso saber fazer
Conhecimento/competência
Cada pessoa tem que 
construir a sua história
Autonomia
Formar empreendedores
Auto-organização
Disciplina
A negociação como metodologia 
do relacionamento humano
Interatividade
Cooperação
Mediação
QUADRO 1 – PRINCÍPIOS NORTEADORES DA UNIASSELVI
FONTE: UNIASSELVI
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se envolver com os conteúdos de maneira positiva, ou seja, potencializam 
a aprendizagem significativa. Segundo Fink (2003 apud SOUSA, 2009, p. 
76), quando a aprendizagem é significativa para o acadêmico, espera-se 
que ele seja capaz de:
desenvolver as habilidades comunicativas, entender 
e ser capaz de usar princípios aprendidos no curso, 
para além do seu tempo cronológico, permanecer 
uma pessoa positiva, a despeito dos obstáculos 
e desafios da vida e do trabalho, ser ‘mentor’ de 
outros, continuar a crescer como um pensador 
crítico e valorizar o aperfeiçoamento contínuo.
 
Na perspectiva da aprendizagem significativa, o acadêmico “torna-
se cada vez mais ‘seduzido’ por um tema ou área do conhecimento, se 
compromete com a própria aprendizagem e, assim, se mantém motivado 
ao longo do percurso” (SOUSA, 2009, p. 74).
O novo AVA, pautado em Trilhas de Aprendizagem, conforme Santos 
(2010), configura-se como um ambiente hipertextual, que agrega intertextu-
alidade ao apontar para outros sites ou documentos; intratextual, quando faz 
relações em um mesmo documento; multivocal, ao agrupar vários pontos 
de vista; com navegabilidade, pois é simples, de fácil acesso, intuitivo; misto, 
já que integra sons, textos, imagens dinâmicas e estáticas, gráficos, mapas; 
multimidiático, visto que é composto por vários suportes midiáticos. 
Essas características, além de estimularem a aprendizagem 
significativa, propiciam a aprendizagem cooperativa e a aprendizagem 
colaborativa, pois o acadêmico aprende não apenas com o material didático, 
mas também na dialogia com outros sujeitos envolvidos (Coordenadores 
de Curso, Professores-Tutores Externos, Professores-Tutores Internos, 
Supervisores de Disciplina e demais colegas da turma), ao realizar atividades 
de pesquisa, motivadas pela natureza da disciplina, pelas práticas ou pelas 
atividades inerentes aos estágios curriculares obrigatórios. 
16
A aprendizagem cooperativa e colaborativa também são 
potencializadas no novo AVA quando os saberes são “[...] construídos 
em um processo comunicativo de negociações, em que as tomadas de 
decisão sejam uma prática constante para a ressignificação processual das 
autorias e coautorias” (SANTOS, 2003, p. 225 apud SANTOS, 2010, p. 
40). Nesse sentido, o novo AVA apresenta ferramentas que ora propiciam 
a aprendizagem cooperativa ora a aprendizagem colaborativa. Portanto, 
principalmente os Supervisores de Disciplina, os Professores-Tutores 
Internos e Externos convertem-se em mediadores do processo de ensino 
e aprendizagem e assumem, conforme a situação, ora a missão de dividir 
as tarefas entre os grupos e ora a missão de retornar ao status de aprendiz 
(APARICI; ACEDO, 2010).
Sem dúvida, o novo conceito do AVA do NEAD, pautado em Trilhas 
de Aprendizagem, representa um novo olhar do aprender a aprender na EAD.
5 ALGUNS DOS RECURSOS DO AVA POTENCIALIZADOS 
 NAS TRILHAS DE APRENDIZAGEM 
Além da nova concepção, o AVA do NEAD da UNIASSELVI 
carrega um novo layout, mais clean, arrojado e ergonômico, o que propicia 
um ambiente mais intuitivo, dinâmico e interativo. Com isso, o acadêmico 
consegue navegar e acessar facilmente o que está disponível, desenvolvendo 
competências no que concerne à autonomia na busca e construção da 
própria aprendizagem. 
Os recursos e/ou ferramentas pedagógicas disponíveis no AVA são 
potencializados nas Trilhas de Aprendizagem de cada uma das disciplinas 
e nos seus respectivos cursos, com o intuito de promover a interação com 
o conteúdo do Caderno de Estudos e com os Encontros Presenciais e, 
sobretudo, auxiliar no processo de ensino e aprendizagem.
17
A Trilha de Aprendizagem da disciplina está subdividida em quatro 
eta pas: Apresentação; Unidade I; Unidade II; Unidade III. Cada etapa é regi-
da pela hipertextualidade e envolve o conteúdo que será estudado na discipli-
na. Além disso, pode conter dicas de estudo e lembretes das atividades a serem 
desenvolvi das. Na hipertextualidade são potencializados os recursos pedagó-
gicos relacionados à especificidade de cada etapa, como: Plano de Ensino; 
Caderno de Estudos Virtual; Vídeo da Disciplina; Material de Apoio; Fórum; 
Enquete; Objeto de Aprendizagem; Curso de Nivelamento e o Facebook.
Além das Trilhas das Disciplinas, o AVA contempla a Trilha de 
Aprendizagem do Curso também regida pela hipertextualidade no que 
tange às boas-vindas aos aca dêmicos, quando apresenta os objetivos, 
as atividades previstas e o período mínimo de integralização do curso. 
Além disso, possibilita aos acadêmicos conhecer o Projeto Pedagógico 
do Curso; os PrincípiosNorteadores da UNIASSELVI; o Vídeo de 
boas-vindas da Coorde nação; a Dinâmica dos Encontros Presenciais; os 
Critérios de Promoção das Avaliações e a Avaliação do Curso; informações 
sobre as Práticas Educativas; as Atividades Complementares; os Estágios 
Curriculares Supervisionados e o Trabalho de Graduação.
Após seis meses de experiência com o novo AVA, já é possível 
constatar alguns dados que apontam para um elevado grau de satisfação. 
Essa percepção fica evidente nos novecentos e setenta e sete feedback 
realizados pelos acadêmicos dos editais passados, ou seja, que estavam 
habituados com o AVA anterior, com um índice de aprovação de mais 
de 82%. Esse resultado foi obtido por meio da ferramenta feedback, 
disponibilizada no novo AVA dos acadêmicos. Nessa mesma opção foram 
compilados, em 2 de abril de 2012, três dos relatos que evidenciam esse 
índice de satisfação. Vejamos: 
01/04/2012 21h14min matrícula 231706 - O 
novo AVA está muito bom mesmo. Bem organiza-
do, mais simples e de fácil acesso e fácil de enten-
18
der e utilizar para a administração da minha vida 
acadêmica sem contar que contem disponível (sic) 
os DVD`s das Disciplinas. Obrigado a UNIAS-
SELVI por este novo ambiente. 
27/03/2012 11h27min matrícula 286045 - Achei 
muito bom o novo AVA pela ênfase posta na disci-
plina que estamos cursando. Além do design mais 
clean e bonito.
21/03/2012 11h29min matrícula 446101 - O 
novo ambiente virtual de aprendizagem, torna a 
rotina do aluno do EAD muito mais dinâmica com 
seu curso, a quantidade de material disponibiliza-
do para a aprendizagem melhorou muito, assim 
como as enquetes,fóruns, sugestões de leituras de 
livros virtuais e artigos, também é um destaque.
[...]. Entretanto, destaco que, foi um grande ganho 
para nós alunos as melhorias aplicadas, na minha 
opinião está aprovadíssimo.
Esses são alguns indícios da facilidade em navegar pelo ambiente, que 
está muito mais atrativo e completo, bem como a ênfase que se dá ao processo 
de interação no estudo das disciplinas por meio das Trilhas de Aprendizagem. 
Isso demonstra também que o novo AVA, de fato, está atingindo os objetivos 
propostos, ou seja, de promover e desenvolver competências. Além disso, 
permite que sujeitos geograficamente separados possam construir seus 
conhecimentos, favorecendo a interação tanto com a equipe pedagógica 
do NEAD da UNIASSELVI quanto com colegas de curso. É no contato 
com diferentes materiais e diferentes sujeitos, que compartilham diferentes 
leituras e experiências, que o acadêmico encontra provocação e motivação 
necessárias para continuar e aprofundar seus estudos.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerado como ambiente de aprendizagem inovador, ao 
se estruturar em Trilhas de Aprendizagem, o novo AVA do NEAD da 
UNIASSELVI visa à promoção e ao desenvolvimento de competências. 
19
Nesse espaço, o acadêmico também se responsabiliza pelo seu processo de 
estudo, por meio das Trilhas de Aprendizagem, que o auxiliam a aprender 
a aprender de forma mais prazerosa e autônoma, contribuindo de maneira 
primorosa para o processo de ensino e aprendizagem na modalidade EAD. 
As Trilhas de Aprendizagem, regidas pela hipertextualidade, 
potencializam a interação ao longo do estudo das disciplinas e dos 
encontros presenciais através dos recursos pedagógicos do AVA, a exemplo 
do fórum, da enquete, do material de apoio, do vídeo da disciplina, do 
caderno de estudos, dos objetos de aprendizagem, da indicação de curso 
de formação continuada e do Facebook. 
A utilização do AVA, nessa nova configuração, estimula um 
processo de ensino e aprendizagem significativo, o que resultará no 
sucesso da trajetória acadêmica, em que os sujeitos envolvidos se alternam 
no papel de aprendiz e na promoção de uma aprendizagem cooperativa e 
colaborativa. 
No entanto, é importante destacar que mesmo havendo um grande 
índice de aceitação por parte dos acadêmicos e de toda a comunidade 
acadêmica da UNIASSELVI, o novo AVA do NEAD da UNIASSELVI 
continua em processo de aprimoramento, com a inserção de novos 
recursos e ferramentas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. Educação a distância na internet: abordagens e contribui-
ções dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São 
Paulo, FE/USP, v. 29, n. 2, jul.-dez. 2003.
APARECI, R.; ACEDO, S. O. Aprendizagem colaborativa e ensino virtual: 
uma experiência no dia-a-dia de uma universidade a distância. In: SILVA, M.; 
20
PESCE, L.; ZUIN, A. (Orgs.). Educação online: cenário, formação e ques-
tões didático-metodológicas. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2010. p. 137-156.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fon-
tes, 1985. 
CARBONE, P. P. Gestão estratégica de Pessoas: o modelo de compe-
tências. Disponível em: <http://EAD.csjt.gov.br/file.php/1/forumgp/
apresentacoes/gestao_estrategica_pessoas_pedro_carbone.pdf>. Acesso 
em: 1 jan. 2011.
COSTA, J. W. da; OLIVEIRA, M. A. M. (Orgs.). Novas Linguagens e 
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cenário, formação e questões didático-metodológicas. Rio de Janeiro: Wak 
Ed., 2010. p. 29-48.
21
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to da Formação de Comunidades Virtuais de Aprendizagem. In: BARBO-
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Artmed, 2005. 
SOUSA, M. de F. G. de. Nas trilhas da aprendizagem: diálogos com 
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2011. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/ce/ap/
AP20111109_Joao_Vianney.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2012.
22
23
A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA 
DE NIVELAMENTO NOS CURSOS DE 
EAD DO NEAD/UNIASSELVI
Francielle Hartmann1
Janes Fidélis Tomelin2
Cristiane Lisandra Danna3
Todos os seres humanos são capazes de aprender, 
mas é necessário que adaptemos nossa forma de 
ensinar.
Lev Vygotsky
1 INTRODUÇÃO
A Educação a Distância é uma modalidade de estudo que cresce 
a cada dia devido a inúmeros fatores, dentre os quais se citam os frutos 
do processo de surgimento das novas tecnologias de informação e 
comunicação (TIC). Nesse cenário atual e informatizado, a implantação 
de cursos de graduação na modalidade a distância vem crescendo e 
revolucionando o processo educacional. 
1 Francielle Hartmann é especialista em Educação a Distância: Gestão e Tutoria e em 
Psicopedagogia pela Pós-Graduação UNIASSELVI. Graduada em Psicologia e bacharel em 
Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda. Atualmente é supervisora 
de formação do NEAD/UNIASSELVI – Indaial/SC e psicóloga clínica na cidade de Timbó/
SC. e-mail: nuap.nead@uniasselvi.com.br
2 Janes Fidélis Tomelin é mestre em Educação, especialista em História Social e graduado 
em Filosofia. Atualmente é  Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância do NEAD/
UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail: janes@grupouniasselvi.com.br
3 Cristiane Lisandra Danna é mestre em Educação pela Universidade Regional de Blumenau 
e graduada em Letras (português/inglês) pela mesma instituição. Atualmente é encarregada 
de materiais bibliográficos do NEAD/UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail: cristiane.nead@
uniasselvi.com.br
24
A legislação brasileira, por meio do Decreto n. 5.622/2005, em seu 
art. 1º, define a educação a distância como: 
Modalidadeeducacional na qual a mediação 
didático-pedagógica nos processos de ensino e 
aprendizagem ocorre com a utilização de meios 
e tecnologias de informação e comunicação, com 
estudantes e professores desenvolvendo atividades 
educativas em lugares ou tempos diversos 
(BRASIL, 2005, p. 1)
Com a oportunidade de cursar uma graduação ou outros cursos 
de formação na modalidade a distância, estudos realizados nessa área 
e apresentados no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e 
a Distância (ABED, 2010) mostram que, no ano de 2007, cerca de 2,5 
milhões de brasileiros foram inseridos nessa modalidade educacional. 
Nessa perspectiva, a Educação a Distância (EAD) tornou-se uma forma 
de produzir e disseminar conhecimento, permitindo o acesso à educação 
para diferentes segmentos da população.
Segundo o Censo EAD de 2010 (ABED, 2010), no ensino superior, 
atualmente, há cerca de 5,5 milhões de alunos, desses, 3,5 milhões de 
jovens pertencem às famílias de classes C e D, o que corresponde a mais da 
metade dos estudantes. Além disso, a média de idade dos formandos em 
graduação superior é de 26,3 anos. Com esses dados, pode-se inferir que os 
alunos universitários oriundos da EAD possuem um nível socioeconômico 
menor e se formam com mais idade. Além disso, percebe-se que a EAD 
proporciona inclusão social, por possibilitar que pessoas de classes menos 
favorecidas e aquelas que não têm acesso fácil à educação superior possam 
realizar uma graduação (MAIA; MATTAR, 2007).
Esse crescimento fez surgir muitos desafios para todos os envolvidos 
na EAD, já que as ferramentas pedagógicas precisam ser adequadas ao 
perfil do estudante que, muitas vezes, traz lacunas do ensino médio para o 
ensino superior, pois são acadêmicos que realizaram seus estudos básicos 
25
há muito tempo. Portanto, compreende-se que esse é um elemento 
importante para ser investigado e trabalhado. 
Pensando nisso, o Núcleo de Educação a Distância (NEAD/
UNIASSELVI) implantou o Programa de Nivelamento para os seus 
acadêmicos. Esse programa visa auxiliar os acadêmicos na compreensão de 
assuntos abordados no ensino médio e que foram esquecidos, minimizando 
disparidades e déficits na aprendizagem (CENTRO UNIVERSITÁRIO 
LEONARDO DA VINCI, 2012). 
Assim, a proposta deste texto é avaliar os cursos de nivelamento on-
line, bem como planejar novas perspectivas para o Programa de Nivelamento 
ofertado por essa instituição. Os resultados pretendem contribuir com 
pesquisas da área e também oportunizar um panorama para as instituições 
que desejam ofertar cursos de nivelamento na modalidade EAD. 
Nessa perspectiva, na próxima seção, apresenta-se o Programa 
de Nivelamento desenvolvido pelo NEAD/UNIASSELVI, para, em 
seguida, explicar a metodologia utilizada nesta pesquisa. Em uma nova 
seção, discutem-se os dados. Finaliza-se o texto com a apresentação das 
referências utilizadas para essa escrita.
2 OS CURSOS DE NIVELAMENTO DO NEAD/UNIASSELVI
Os cursos de nivelamento do NEAD/UNIASSELVI foram 
desenvolvidos pelo Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico (NUTEC), 
em parceria com o setor de Designer Educacional, e são promovidos 
pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUAP). Todos esses setores 
fazem parte dessa instituição. O NUAP é responsável pelos programas de 
atendimento ao corpo discente, à equipe pedagógica e ao corpo técnico-
administrativo do NEAD da UNIASSELVI.
26
O Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUAP) 
da modalidade a distância está vinculado à Pró-
Reitoria de Ensino de Graduação a Distância 
da UNIASSELVI e tem como responsável uma 
Supervisora de Formação. Fazem parte do NUAP: 
um Coordenador de Curso, um Supervisor de 
Disciplinas, um Coordenador de Articulador 
e de Professor-Tutor Externo, um especialista 
em educação inclusiva e um Supervisor de 
Tutoria Interna (CENTRO UNIVERSITÁRIO 
LEONARDO DA VINCI, 2012, p. 3).
São cursos básicos on-line, opcionais e gratuitos, que abordam 
disparidades acentuadas no âmbito acadêmico, além de prejuízos futuros 
ligados à reprovação em disciplinas e/ou evasão. Segundo Tomelin 
(2010), a finalidade dos cursos de nivelamento é auxiliar o acadêmico com 
dificuldade em áreas específicas, bem como a revisão de conteúdos.
Nesse contexto, as explicações a seguir tem por base o documento 
que rege essa atividade ofertada pelo NEAD da UNIASSELVI aos seus aca-
dêmicos (CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI, 2012).
Os cursos de nivelamento do NEAD estão localizados no Ambiente 
Virtual de Aprendizagem (AVA). A UNIASSELVI possui o próprio modelo 
de Ambiente Virtual de Aprendizagem que, no hodierno, conta com várias 
ferramentas, oportunizando a troca de informação, comunicação, interação 
e reflexão dos acadêmicos. 
Esses cursos são dispostos em seis etapas de estudo. Cada uma des-
sas etapas deve ser percorrida pelo acadêmico em um tempo mínimo de 
cinco dias para o autoestudo. Cada etapa tem uma trilha de aprendizagem 
(caminhos pedagógicos que organizam a atividade) na qual são disponibi-
lizados: apostila, que apresenta o conteúdo a ser estudado, fóruns, enque-
tes, objetos de aprendizagens e avaliações. Todos esses materiais são refe-
27
rentes ao conteúdo estudado na respectiva etapa. Os conteúdos dos cursos 
são desenvolvidos por Professores-Tutores Internos da instituição e/ou 
por Conteudistas. O acesso e o aprendizado dos acadêmicos são acompa-
nhados, a distância, pelos Professores-Tutores Internos e pelo NUAP. 
Para a aprovação e a certificação do curso, são necessárias as 
participações nas avaliações de aprendizagem e na avaliação do curso. O 
certificado é disponibilizado de maneira on-line, no final do curso, caso a 
nota do acadêmico seja igual ou superior a 7,0 (sete). Vale ressaltar que 
a carga horária dos cursos é de 30h/aula, sendo possível convalidar para 
as atividades científico-culturais dos cursos de graduação superior do 
NEAD/UNIASSELVI. 
Após um ano do lançamento, em março de 2011, houve cerca de 
130 mil inscrições para os cursos de nivelamento. Naquela data foram 
lançados 12 cursos: Língua Portuguesa, Reforma Ortográfica, Matemática, 
Química, Biologia, Metodologia do Ensino de Artes, Tópicos em 
Educação I, Tópicos em Educação II, Conhecimento Gerais e Atualidades, 
Comunicação e Oratória, Curso Profissionalizante Me formei, e agora? e 
Curso Profissionalizante Procurando Emprego. 
É desse cenário que surgiram os dados que compõem o corpus dessa 
pesquisa, que é explicado detalhadamente na próxima seção.
3 A METODOLOGIA DA PESQUISA
Como já foi apresentado, um ano após o lançamento, 130 mil 
participantes se inscreveram nos cursos de nivelamento do NEAD/
UNIASSELVI. A coleta dos dados, no entanto, foi realizada com 50.042 
acadêmicos, que responderam, obrigatoriamente, no final do curso de 
nivelamento on-line, à avaliação. Sabendo-se que cada acadêmico pôde 
28
realizar mais de um curso e, consequentemente, cada curso possui a sua 
avaliação, o número de acadêmicos não é igual ao número de inscrições 
(130 mil), por isso se restringiu a pesquisa com a análise das respostas 
de uma avaliação para cada acadêmico.
Os dados foram coletados por meio de um questionário, que é 
disponibilizado na trilha de aprendizagem dos cursos de nivelamento, 
sendo uma das etapas necessárias para a certificação. Para imprimir um 
caráter analítico, fez-se um recorte temporal para coleta dos dados entre os 
meses de março de 2011 e março de 2012. Os resultados foram registrados 
pelo NUTEC – responsável pelo desenvolvimento do curso no ambiente 
– e, posteriormente, tratados através de softwares estatísticos, que geraram 
gráficos, tabulando as respostas dos acadêmicos. Por isso, a perspectiva de 
análise dos dados adotada nesta pesquisa é de cunho quantitativo, pois essa 
“traduz em números as opiniões e informações para serem classificadas e 
analisadas” (RODRIGUES, 2007, p. 5).
Com o questionário, os acadêmicos foram convidados a avaliar, 
de 1 a 5, sendo 1 para ruim, 2 para satisfatório, 3 para bom, 4 para 
muito bom e 5 para ótimo, as seguintesdimensões: Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA), material didático, objetos de aprendizagem, 
suporte de dúvidas, metodologia e o tempo em cada etapa. Desenhado 
o percurso metodológico desta pesquisa, na próxima seção, discutem-se 
os resultados.
4 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
Após a compilação dos dados em que 50.042 acadêmicos 
responderam ao questionário, obtiveram-se os resultados apresentados 
nos gráficos a seguir. A primeira dimensão apresentada é referente ao 
“Ambiente Virtual de Aprendizagem”:
29
GRÁFICO 1 – RESPOSTAS SOBRE A DIMENSÃO AMBIENTE 
VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
FONTE: Dados dos cursos de nivelamento do NEAD
De acordo com o Gráfico 1, 59,38% dos acadêmicos que 
responderam ao questionário avaliaram como ótimo o ambiente em que 
se organizam as atividades dos cursos de nivelamento. Ressalta-se que 
o desenvolvimento do Ambiente foi realizado pelo NUTEC. Para esse 
desenvolvimento, sempre foram discutidos temas como: facilidade de 
acesso e promoção de interatividade. Com os dados apresentados nesse 
gráfico, pode-se afirmar que o objetivo foi alcançado. 
No gráfico a seguir, analisam-se as repostas referentes à dimensão 
“Material Didático”:
GRÁFICO 2 – RESPOSTAS SOBRE A DIMENSÃO MATERIAL 
DIDÁTICO
FONTE: Dados dos cursos de nivelamento do NEAD
30
O Gráfico 2 demonstra que 59,76% dos acadêmicos avaliaram como 
ótimo o material didático elaborado pelos conteudistas e pela equipe pe-
dagógica do NEAD/UNIASSELVI. Com esse dado, pode-se afirmar que 
o material produzido atinge ao objetivo do curso e possibilita a construção 
do conhecimento e que a modalidade EAD favorece essa construção. 
No gráfico a seguir, pode-se analisar os resultados referente aos 
Objetos de Aprendizagem:
GRÁFICO 3 – RESPOSTAS SOBRE A DIMENSÃO OBJETO 
DE APRENDIZAGEM
FONTE: Dados dos cursos de nivelamento do NEAD
O Objeto de Aprendizagem foi avaliado em 56,61% como ótimo. 
Esse material é organizado pelo responsável pelo conteúdo do curso 
(Professor-Tutor Interno e/ou Conteudista) e desenvolvido pelo setor de 
Design Instrucional do NEAD/UNIASSELVI. O Objeto de Aprendizagem 
auxilia o processo de construção do conhecimento em relação ao assunto 
abordado no curso de nivelamento. Pode-se inferir que, além dos demais 
materiais disponibilizados, o Objeto de Aprendizagem contribuiu para a 
formação de um cidadão crítico no ambiente da EAD. 
O gráfico a seguir mostra os resultados referentes à dimensão 
“Suporte de Dúvidas”:
31
GRÁFICO 4 – RESPOSTAS SOBRE A DIMENSÃO SUPORTE 
DE DÚVIDAS
FONTE: Dados dos cursos de nivelamento do NEAD
A pesquisa realizada mostra resultados muito satisfatórios, pois 
57,77% avaliaram como ótimo o suporte de dúvidas. As dúvidas são 
respondidas de forma on-line pelos Professores-Tutores Internos e pelo 
NUAP. Apesar do suporte de dúvidas ter sido muito bem avaliado, o 
Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUAP) identificou como crítico o 
número de dúvidas recebidas por e-mail, pois os acadêmicos não têm o 
hábito de ler o manual que traz orientações do funcionamento dos cursos 
de nivelamento. A seguir, discute-se sobre a dimensão “Metodologia”:
GRÁFICO 5 – RESPOSTAS SOBRE A DIMENSÃO 
METODOLOGIA
FONTE: Dados dos cursos de nivelamento do NEAD
A metodologia do curso, ou seja, as seis etapas disponibilizadas em 
uma trilha de aprendizagem, foi avaliada por 47,13% dos acadêmicos como 
ótima. Com essa estatística, pode-se entender que a opção em apresentar 
32
o curso em Trilhas de Aprendizagem (caminhos pedagógicos) é uma boa 
opção para organizar os cursos de nivelamento. 
A última dimensão a ser analisada é sobre o “Tempo de cada Etapa”:
GRÁFICO 6 – RESPOSTAS SOBRE A DIMENSÃO 
TEMPO DE CADA ETAPA
FONTE: Dados dos cursos de nivelamento do NEAD
O tempo disponível para a realização das atividades, ou seja, um 
período de cinco dias para autoestudo, foi avaliado como ótimo por 
49,37% dos acadêmicos. Com isso, pontua-se que a dinâmica adotada dá 
conta da proposta dos cursos de nivelamento. 
A partir dessa análise, na seção a seguir apresentam-se algumas pa-
lavras reflexivas sobre esta pesquisa. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa quantitativa trouxe informações relevantes 
sobre as dimensões avaliadas nos cursos de nivelamento do NEAD/
UNIASSEVI. Dentre essas dimensões, as referentes ao Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, ao Material Didático (apostila), ao Objeto de 
Aprendizagem e ao Suporte de Dúvidas foram avaliadas como bom e ótimo 
por mais de 80% dos acadêmicos. . Somente as dimensões Metodologia 
e Tempo em Cada Etapa foram avaliadas como ótimas por menos de 50% 
33
dos acadêmicos. Contudo, os dados apresentados anteriormente nos 
gráficos sobre essas duas dimensões mostram que a porcentagem não foi 
muito defasada, isto é, ainda pode-se afirmar que essa dinâmica de cursos de 
nivelamento cumpre com seus objetivos.
Com a análise dos dados, identifica-se a satisfação dos acadêmicos a 
respeito dos cursos de nivelamento, bem como entende-se que isso reforça 
e estimula a instituição a continuar ofertando cursos que promovam a 
construção do conhecimento e possibilitem o aprendizado, bem como o 
aperfeiçoamento.
Os cursos de nivelamento on-line favorecem o acadêmico a se res-
ponsabilizar pelo processo de aprendizagem, pois ele tem autonomia para 
organizar o seu autoestudo, além de promover o hábito de utilizar as TIC. 
Os resultados apresentados reforçam a ideia dos benefícios 
dos cursos de nivelamento para os acadêmicos no que se refere à 
aprendizagem, ao estímulo para a busca de aperfeiçoamento e construção 
de conhecimento, à autonomia e à disciplina para o autoestudo, já que se 
trata de cursos totalmente on-line. Além disso, esses cursos possibilitam a 
convalidação das horas para as atividades científico-culturais, bem como a 
utilização do certificado para o currículo.
Portanto, é possível identificar que os cursos de nivelamento do 
NEAD/UNIASSELVI estão em expansão e, sendo assim, vale uma refle-
xão sobre a possibilidade de ofertar mais cursos e em outros níveis: básicos 
(nivelamento), intermediários e avançados. Além disso, implantar o FAC – 
dúvidas frequentes para auxiliar o setor responsável, NUAP, que responde 
às dúvidas sobre a metodologia dos cursos para os acadêmicos. Também 
objetiva-se criar um site corporativo, para oferecer cursos para toda a co-
munidade acadêmica e externa, na modalidade de formação continuada. 
Para próximas pesquisas, sugere-se, também, que seja entrevistada a Equi-
34
pe Pedagógica (Supervisores de Disciplinas e Professores-Tutores Inter-
nos) para analisar como esses atores pedagógicos do NEAD avaliam esse 
programa e como eles compreendem o seu papel nesse cenário de EAD. 
REFERÊNCIAS
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Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta 
o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 2005. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decre-
to/D5622.htm>. Acesso em: 7 abr. 2012.
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. Núcleo de 
Apoio Psicopedagógico (NUAP). Núcleo de Educação a Distância 
(NEAD), Indaial – SC, 2012.
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tec/Ist, 2007. Disponível em: <http://professor.ucg.br/SiteDocente/ad-
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SANCHEZ, Fábio (Coord.). Anuário Brasileiro Estatístico de Educa-
ção Aberta e a Distância. 4. ed. São Paulo: Instituto Monitor, 2008.
TOMELIN, Karina Nones. Projeto de Nivelamento. Uniasselvi/Fame-
blu: Blumenau, 2010.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fon-
tes, 1993.
35
EDUCAÇÃO CIENTÍFICA: UMA PROPOSTA JOIA
Francieli Stano Torres1
Janes Fidélis Tomelin2
Os que se encantamcom a prática sem a ciência 
são como os timoneiros que entram no navio 
sem timão nem bússola, nunca tendo certeza 
do seu destino.
Leonardo da Vinci
1 INTRODUÇÃO
A ciência é, antes de qualquer coisa, o movimento de ideias e infor-
mações em um processo para a construção do conhecimento (ZANCAN, 
2000). Com base nisso, pode-se afirmar que a atividade científica emana 
da imaginação do pesquisador, que formula as hipóteses e trilha um cami-
nho investigativo e crítico no desenvolver da experimentação. 
De natureza social, a ciência busca soluções para a qualidade 
de vida da população e sua divulgação passa a ser primordial para o 
avanço nas tomadas de decisões. A formação científica contribui para 
esse processo de tomada de decisões de forma a aproximar o cidadão 
do contexto das políticas públicas. Assim, o ensino das ciências e da 
tecnologia, considerando o processo de conhecimento científico, passa a 
1 Francieli Stano Torres é mestre em Engenharia Ambiental e especialista em Educação a Distância: 
Gestão e Tutoria. Atualmente é coordenadora dos cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental e 
Licenciatura em Ciências Biológicas do NEAD/UNIASSELVI – Indaial/SC, bióloga da Fundação 
Piava, com a gestão de projetos, recuperação de matas ciliares, educação ambiental e neutralização 
de carbono, e consultora ambiental. e-mail: coordead.cienciasbiologicas@uniasselvi.com.br 
2 Janes Fidélis Tomelin é mestre em Educação, especialista em História Social e graduado 
em Filosofia. Atualmente é  Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância do NEAD/
UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail: janes@grupouniasselvi.com.br
36
ser um imperativo estratégico para o país poder atender às necessidades 
fundamentais da sua população.
Considerando que, atualmente, há dificuldades em compreender 
o espaço em que vivemos sem o conhecimento dos princípios básicos 
da ciência e da tecnologia, é fundamental investir na educação científica 
voltada para o “apreender como apreender” (TOFFLER, 1970). Conforme 
a Declaração da UNESCO (1996), “a educação científica, em todos os 
níveis e sem discriminação, é requisito para a democracia”. 
É fundamental compreender a educação científica como parte da 
formação do estudante. Essa formação acontece em paralelo ao processo 
de construção de conhecimento, ou seja, “educar pela pesquisa [...]: educar 
pesquisando, pesquisar educando” (DEMO, 2010, p. 20). “Quando o aluno 
aprende a lidar com método, a planejar e a executar pesquisa, a argumentar 
e a contra-argumentar, a fundamentar, não está só “fazendo ciência”, está 
igualmente construindo a cidadania que sabe pensar” (DEMO, 2010, p. 
20) e gerando competências. 
Nessa perspectiva, têm-se os avanços científicos e tecnológicos que 
viabilizam a mobilidade, democratizando o acesso à informação. Essas 
tecnologias estão hoje amplamente adotadas pela educação na modalidade 
a distância (EAD) com o uso das tecnologias de informação e comunicação 
(TIC). Assim, no campo da educação científica se percebe o uso das TIC 
na realização das práticas nos laboratórios de experimentação científica. 
A partir da utilização das TIC e da promoção de relações de 
cooperação entre os estudantes, a construção do conhecimento acontece 
de forma articulada e interativa, emergindo iniciativas de autoria coletiva, 
que favorecem novas formas de aprender. Portanto, “não é apenas um 
ato de troca, nem se limita à interação digital, mas a abertura para mais 
37
comunicação, mais pesquisa, socialização das informações e participação” 
(TORRES; EBERT, 2010, p. 3).
É nesse contexto que surge a proposta da Jornada de Integração 
Acadêmica ( JOIA) implementada pelo Núcleo de Educação a Distância 
do Centro Universitário Leonardo da Vinci (NEAD/UNIASSELVI). 
A JOIA é um programa que incentiva a pesquisa e integra acadêmicos, 
professores-tutores internos, professores-tutores externos, articuladores 
(atores pedagógicos do NEAD) e comunidade em geral, do entorno do 
NEAD. Essa jornada proporciona um espaço de educação científica por 
meio de debates virtuais, cursos de formação continuada e socialização de 
trabalhos científicos.
Assim, neste texto se tem por objetivo apresentar o Programa 
JOIA e os resultados de sua primeira edição (que aconteceu em 2011), 
visando contribuir para a educação científica, a construção de conhe-
cimentos e a geração de competências. Para tanto, no próximo item se 
apresenta mais detalhes sobre a JOIA.
2 JORNADA DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA - JOIA
A Jornada de Integração Acadêmica, como já mencionado anterior-
mente, é um programa de incentivo à pesquisa científica, com a construção 
colaborativa do conhecimento, e à integração dos acadêmicos através das 
diferentes áreas de pesquisa. Esse programa apresenta um espaço destina-
do especialmente à educação científica, quando instiga a socialização dos 
trabalhos e a participação dos acadêmicos por meio de debates. 
Desenvolvida pelo NEAD/UNIASSELVI, a JOIA foi lançada em 
agosto de 2011 e está integrada ao Programa de Atendimento ao Discente 
38
do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUAP) do NEAD/UNIASSELVI. 
Como já explicado, a comunidade acadêmica, formada por professores-
tutores internos, professores-tutores externos, articuladores e acadêmicos, 
bem como a comunidade em geral, podem participar da JOIA.
A participação da comunidade acadêmica se dá com a socialização 
de trabalhos ligados ao estágio, ao trabalho de graduação, ao paper da 
prática ou à pesquisas científicas. Além disso, eles podem contribuir com 
comentários nos debates sobre cada trabalho. O espaço de educação 
científica da JOIA ainda oferece, aos participantes, cursos de formação 
continuada com diferentes temáticas.
Todos os trabalhos indicados para a JOIA passam por um processo 
seletivo, isto é, os trabalhos de acadêmicos propostos para socializar na 
JOIA são selecionados, inicialmente, pelos professores-tutores externos 
e, posteriormente, aprovados por uma Comissão Interna da JOIA. Já os 
trabalhos de pesquisa de professores e articuladores são selecionados e 
aprovados diretamente pela Comissão Interna da JOIA. 
A publicação dos trabalhos, além de enriquecer o currículo, pode 
ser considerada para fins de integralização da carga horária das atividades 
complementares, essas são um componente da matriz curricular de alguns 
cursos do NEAD/UNIASSELVI e previstas no Projeto Pedagógico. Para 
as diferentes modalidades de participação na JOIA se tem a concessão de 
certificado com carga horária diferenciada. É com esse certificado que os 
acadêmicos poderão integralizar as horas de atividades complementares. 
A JOIA, ofertada de forma gratuita a toda comunidade acadêmica, 
é realizada totalmente on-line por meio de um hotsite (http://www.
nead.com.br/joia). A sua primeira edição teve como tema “Construindo 
Conhecimentos e Gerando Competências”, idealizado partindo do 
39
contexto de que os saberes se constroem com a partilha de experiências e 
competências, ou seja, a soma de saberes e saber fazer possibilita o avanço 
na construção colaborativa do conhecimento. 
Com isso, o espaço de educação científica da JOIA surge com o 
intuito de desenvolver o pensamento crítico e criativo, de tal maneira 
que a interação entre todos os participantes contribua para o processo 
de ensino e aprendizagem e suscite uma noção de compartilhamento e 
de socialização.
3 UMA JORNADA DE PARTICIPAÇÕES
A I Jornada de Integração Acadêmica contou com a participação de, 
aproximadamente, dezesseis mil pessoas, entre acadêmicos, professores-
tutores externos, professores-tutores internos, articuladores e comunidade 
em geral, que participam dos cursos de formação continuada, na 
socialização de trabalhos científicos e nos debates virtuais, com a postagem 
de comentários sobre os trabalhos.
Nessa primeira edição, a JOIA possibilitou a realização de cinco 
cursos de formação continuada: “Me formei! E agora?”; “Procurando 
Emprego”; “Curso de Química”; “Curso de Biologia” e “Curso de 
Comunicação e Oratória”. Essescursos foram bem aceitos pelos 
participantes, pois, aproximadamente, 95% desses realizaram pelo 
menos um dos cursos.
Esse evento permitiu estimular a pesquisa e envolver a comu-
nidade acadêmica, pois foram socializados 523 trabalhos científicos 
pertencentes a 25 cursos de graduação, conforme podemos observar 
na figura a seguir:
40
FIGURA 1 – NÚMERO DE TRABALHOS SOCIALIZADOS POR CURSO 
NA I JOIA3
FONTE: Dados da pesquisa
Os trabalhos aprovados contaram com a participação de 2.540 
comentários postados, ou seja, em média cada trabalho recebeu cinco 
comentários críticos-avaliativos:
3 Doze cursos tiveram postagem inferior a cinco trabalhos, representados na figura de forma 
agrupada.
41
FIGURA 2 – NÚMERO DE COMENTÁRIOS POSTADOS POR CURSO NA 
I JOIA4
FONTE: Dados da pesquisa
Com base nesses dados, podemos compreender que os espaços 
de educação científica proporcionados pela primeira edição da JOIA 
levam a uma construção colaborativa do conhecimento. Tem-se 
essa compreensão, porque essa jornada permitiu aos participantes a 
socialização de suas experiências, bem como a troca de informações, 
tudo isso de forma multidisciplinar. 
O processo de socialização, por meio dos debates virtuais, 
contou, principalmente, com os fatores diversidade de temáticas e 
multidisciplinaridade, pois os participantes que tiveram seus trabalhos 
4 Doze cursos tiveram postagem inferior a cinco trabalhos, representados na figura de forma 
agrupada.
42
publicados na primeira JOIA realizaram suas pesquisas condizentes ao seu 
curso de formação (licenciatura, bacharelado ou graduação tecnológica), 
o que enriqueceu o espaço de educação científica. 
A socialização de trabalhos dos mais variados cursos mobilizou 
também o conceito de transdisciplinaridade, que se deu pelo envolvimento 
de participantes dos cursos de Administração, Artes Visuais, Ciências 
Biológicas, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, Geografia, Gestão 
Ambiental, Gestão Comercial, Gestão da Tecnologia da Informação, 
Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Turismo, Gestão Financeira, 
Gestão Pública, História, Letras, Logística, Matemática, Negócios 
Imobiliários, Pedagogia, Processos Gerenciais, Redes de Computadores, 
Segurança no Trabalho, Serviço Social e Teologia.
É a partir desse universo que o espaço de educação científica 
valorizou a pesquisa e conduziu a construção conjunta do conhecimento, 
da autoria e da autonomia. A riqueza de saberes construídos com e pela 
diversidade de pesquisas tem demonstrado uma aproximação do cidadão 
ao contexto científico, pedagógico, tecnológico e político, possibilitando a 
geração de competências e habilidades para sua atuação profissional.
Esse processo da JOIA permitiu construir textos científicos por 
meio de uma metodologia adequada, discutir cientificamente, e “aprender 
a fundamentar e a argumentar” (DEMO, 2010, p. 22). Contudo, “é decisivo 
saber o que fazer com o conhecimento” (DEMO, 2010, p. 22) de forma 
a intervir profissionalmente na realidade local e regional e, na tomada de 
decisões “fazer-se sujeito de história própria, individual e coletiva” (DEMO, 
2010, p. 22). Nesse sentido, pode-se dizer que “já não há barreiras físicas, 
nem culturais, mas interesses e necessidades intrínsecas dos seres humanos 
em socializar as produções e reflexões sobre diferentes pontos de vista e 
experiências pessoais, profissionais ou coletivas” (TORRES; EBERT, 2010, 
p. 9) como as evidenciadas por meio desse espaço criado pela JOIA.
43
Essa jornada permitiu, aos participantes, fazer-se sujeito da própria 
história, uma vez que o espaço de educação científica proporciona o 
engajamento de uma coletividade que participa e interage. Nesse contexto, 
acontece a interatividade, pois, “o espaço promove a colaboração quando 
cada postagem gera interlocução inventiva, crítica e comunicativa [...], 
o que potencializa a construção do conhecimento” (TORRES; EBERT, 
2010, p. 7). 
As TIC, nesse contexto da JOIA, permitem o compartilhamento 
de informações, a inovação, a pesquisa, a criação e recriação com mais 
autonomia e proporciona aos acadêmicos a possibilidade de “aprender a 
aprender, num processo contínuo, dinâmico, interativo, consigo mesmo e 
com os outros” (TORRES; EBERT, 2010, p. 7). Além do mais, oferece 
uma maneira de produzir conhecimento “ultrapassando o espaço físico de 
uma sala [...] e adentrando um mundo de socializações” (MORAN, 2007 
apud TORRES; EBERT, 2010, p. 7). 
Além disso, o uso das TIC possibilitou a postagem de comentários 
sobre os trabalhos da JOIA, que convergiram cooperativamente para 
o processo de aprendizagem, levando à continuidade da pesquisa do 
acadêmico. Para Piaget (apud VALDÉS ARRIAGADA, 2002), a interação 
do sujeito com outros indivíduos no processo da aprendizagem suscita 
uma noção de compartilhamento e de socialização. Por isso, percebe-se 
uma inter-relação entre cooperação e autonomia desenvolvidas a partir 
da JOIA. Realiza-se essa interpretação com base no que nos ensina Freire 
(1998, p. 38): “para que a autonomia se desenvolva, é necessário que o 
sujeito seja capaz de estabelecer relações cooperativas”.
Considerando, então, que a JOIA busca estabelecer relações coo-
perativas na construção de conhecimento, percebe-se que a adesão dos 
participantes nas discussões dos trabalhos é fundamental. De um lado, é 
preciso instigar cada vez mais a comunidade acadêmica a argumentar, a 
44
discutir, a contestar e a fundamentar a experimentação (DEMO, 2010). 
Por outro lado, é preciso estimular o ser participativo e cooperativo, para 
que haja a produção científica, pois fazer ciência não é apenas produzir 
resultados, mas despertar para a prática em sociedade, para que seja parte 
da construção da cidadania.
É primordial propor alternativas de atividades para serem inseridas no 
cotidiano do acadêmico. Assim, com base em Zancan (2000), ao aperfeiçoar 
o processo de formação científica, podemos envolver os acadêmicos 
nas atividades de pesquisa e extensão, instigar os grupos de pesquisa 
que objetivem atender às demandas da sociedade, estimular os jovens 
empreendedores para a criação de empresas com inovação e tecnologia e 
flexibilizar os currículos, estimulando a ampliação do conhecimento. 
Nesse sentido, cabe ao professor-tutor orientar, estimular a 
pesquisa, ampliar os horizontes e não mais somente ser fornecedor de 
textos, controlador do debate e avaliador de conteúdos (TORRES; 
EBERT, 2010). E à universidade, que tem papel fundamental de liderança 
educacional, cabe a responsabilidade do processo de letramento científico, 
assim como, de criação de espaços de educação científica, de orientação 
para a construção do conhecimento e formação de cidadãos fortalecidos 
para exercer a cidadania (ZANCAN, 2000).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação científica está atrelada ao fazer ciência em um espaço 
desafiador do processo de ensino e aprendizagem, nesse caso, nos cursos 
de graduação. Essa afirmação instiga uma pergunta: Mas pesquisar para 
quê? É preciso pesquisar, pois é a partir do conhecimento científico que 
se compreende a realidade. É por meio da pesquisa que todos podem 
participar do processo de tomada de decisões.
45
O conhecimento científico habilita o jovem a enxergar os problemas 
em uma perspectiva mais ampla, analisando as possíveis repercussões 
a médio e longo prazo. Também instiga a apreender por si mesmo, a 
resolver problemas, confiar em suas potencialidades, ter integridade 
pessoal, iniciativa, criticidade e capacidade de inovar. Pensar em uma 
sociedade voltada para a educação científica é pensar em uma sociedade 
com um olhar atuante frente aos problemas sociocientíficos, ou seja, um 
olhar implicado, por exemplo, nas consequências do desenvolvimento 
econômico desenfreado frente ao meio ambiente ou os relacionados com 
o desenvolvimento das biotecnologias.
De toda forma, tem-se um desafio para a universidade: instigar a 
construção do conhecimento e a geração de competência. Nesse sentido, 
a JOIA contribuiupara o processo de educação científica e fortaleceu a 
comunidade acadêmica na tomada de decisões, aproximando o cidadão do 
contexto das políticas públicas. As repercussões sociais geradas pela JOIA 
potencializaram os processos de trabalho coletivo, de cooperativismo, de 
autonomia, de socialização, de produção, de pesquisa, de circulação de 
informações, de construção da cidadania e de conhecimento.
REFERÊNCIAS
BELLONI, I.; MAGALHÃES, H.; SOUZA, L. C. de. Metodologia para 
avaliação de políticas públicas: uma experiência em educação profissio-
nal. São Paulo: Cortez, 2001. 
DEMO, P. Educação Científica. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de 
Janeiro, n. 36, p. 15-25, 2010.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1998. 
46
MORAN, J. M. A educação que desejamos, novos desafios e como che-
gar lá. São Paulo: Editora Papirus, 2007.
SILVA, M. A sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000. 
TOFFLER, A. Future Shock. Toronto: Bantam Book, 1970.
TORRES, F. S.; EBERT, L. A. Rede de intercâmbio entre estudantes: uma 
nova proposta de interatividade e comunicação para o ensino à distância. 
In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂN-
CIA – ABED, 2011. Disponível em: <www.abed.org.br/congresso2011/
cd/45.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2012.
UNESCO. Primary and Secondary Education: age-specific enrolment 
ratios by gender 1960/61-1995/96. Disponível em: <www.unesco.org>. 
Acesso em: 22 abr. 2012.
VALDÉS ARRIAGADA, M. Psicomotricidade vivenciada: uma propos-
ta metodológica para trabalhar em aula. Blumenau: Edifurb, 2002. 
ZANCAN, G. T. Educação Científica: Uma Prioridade Nacional. São 
Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, 2000.
47
A UTILIZAÇÃO DA MÍDIA SOCIAL FACEBOOK 
NOS CURSOS DE EAD DO NEAD/UNIASSELVI
Scheila Krenkel1
Janes Fidélis Tomelin2
Assim como o cérebro pode fazer coisas que nenhum 
neurônio consegue por si só, as redes sociais fazem 
o que uma pessoa não pode fazer sozinha.
James Fowler
1 INTRODUÇÃO
Na Educação a Distância (EAD), cada vez mais se faz necessário 
proporcionar maior interação entre os atores pedagógicos envolvidos 
no processo de ensino e aprendizagem. As Tecnologias de Informação 
e Comunicação (TIC), na EAD, nesse processo, tem um importante 
papel, o de atuar como tecnologia educativa na construção e socialização 
do conhecimento. Assim, as novas tecnologias se tornam, cada vez mais, 
aliadas da criatividade quando o assunto é inovação. 
A disseminação da internet e das mídias associadas, utilizadas como 
dispositivo de comunicação, permitiu compartilhar o conhecimento de 
forma rápida e interativa. A partir disso, podemos afirmar que os últimos 
anos foram marcados por grandes mudanças provocadas pelas tecnologias 
digitais. Entre as mudanças ocorridas, destaca-se a inserção das mídias 
1 Scheila Krenkel é mestranda em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, 
especialista em Educação a Distância: Gestão e Tutoria pela UNIASSELVI. Atualmente é professora-
tutora interna no NEAD/ UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail: scheilakrenkel@gmail.com
2 Janes Fidélis Tomelin é mestre em Educação, especialista em História Social e graduado 
em Filosofia. Atualmente é  Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância do NEAD/
UNIASSELVI – Indaial/SC. e-mail: janes@grupouniasselvi.com.br
48
sociais – blogs, microblogs, redes sociais – e a sua utilização no meio 
acadêmico. As mídias sociais são uma forma de interação entre as pessoas 
e um importante meio de comunicação dialógica. 
Tendo em vista a atual repercussão da utilização de mídias sociais 
no país, o Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário 
Leonardo da Vinci (NEAD/UNIASSELVI) implantou, em novembro de 
2011, o projeto de mídia instrucional, que teve como primeira ação criar 
uma página por curso ofertado no NEAD/UNIASSELVI na mídia social 
Facebook. Essa ação tem como objetivo principal instruir o acadêmico 
sobre assuntos de cunho pedagógico e operacional, bem como aumentar o 
vínculo entre acadêmico e instituição. 
As páginas de cada curso são moderadas por um Supervisor de 
Mídias Instrucionais e um Professor-Tutor Interno responsável. Os 
conteúdos são selecionados e elaborados por esses colaboradores, bem 
como pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NUAP) e editados pela 
equipe de Design Instrucional. 
Para tanto, este trabalho tem como objetivo descrever a utilização 
da mídia social Facebook como ferramenta de interação entre os atores 
pedagógicos institucionais na modalidade EAD do NEAD/UNIASSELVI, 
bem como as experiências adquiridas pelos moderadores das páginas de 
cada curso da referida instituição. Assim, a apresentação dos resultados 
desta pesquisa se pauta na forma como o Facebook é utilizado pelos 
moderadores, apontando outras possibilidades de interação e de uso.
2 MÍDIAS SOCIAIS E INTERAÇÃO PEDAGÓGICA
O processo de ensino e aprendizagem na EAD ocorre, 
principalmente, por meio das TIC. Apesar de não estarem juntos, de 
49
maneira presencial, alunos e professores “podem estar conectados, 
interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a 
internet” (MORAM 1995 apud PEREIRA 2007, p. 35).
Portanto, as TIC têm se apresentado como elemento fundamental 
quanto à comunicação educativa no processo de interação entre os atores 
pedagógicos institucionais na EAD. Assim, é preciso levar em consideração 
que a mídia escolhida para trabalhar na EAD pode influenciar na qualidade do 
diálogo estabelecido por professores e alunos. Conforme Maia e Mattar (2007), 
algumas mídias, como a internet, podem ser ferramentas que proporcionem 
trocas, comentários e tornem o aluno ativo no processo de aprendizagem.
Neder (2005) afirma que a comunicação é um dos elementos 
centrais na EAD. Dessa forma, torna-se imprescindível compreendê-
la com sustentação nos princípios de interação e interatividade. Esses 
princípios referem-se à passagem de uma teoria da comunicação na qual 
o aluno é considerado um ser passivo, sem liberdade para modificar a 
mensagem, para uma teoria da comunicação em que o aluno é ativo no 
processo (NEDER, 2005).
De acordo com Belloni (2003, p. 58, grifos nossos), “a interação 
é a ação recíproca entre sujeitos e pode ser midiatizada por diferentes 
meios”, ou seja, é uma forma de comunicação que há entre pessoas. “Num 
processo de interlocução, interagir é trocar com outros os saberes, os 
afetos e desafetos” (POSSARI, 2005, p. 96). Já a interatividade vem sendo 
utilizada com dois sentidos: “de um lado a potencialidade técnica oferecida 
por determinado meio e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir 
sobre a máquina, e de receber em troca uma ‘retroação’ da máquina sobre 
ele” (BELLONI, 2003, p. 58, grifos nossos).
Nesse contexto, temos, também, os ambientes virtuais de 
aprendizagem, que permitem a interação entre os sujeitos que estão 
50
geograficamente distantes. “Suas ferramentas agregam interfaces que 
permitem a produção de conteúdos e canais variados de comunicação” 
(SANTOS, 2003, p. 6). 
Como já se vem discutindo, atualmente, as mídias sociais 
proporcionam diferentes formas de comunicação e interação. De acordo 
com Galvão (2011), as mídias sociais estão associadas aos “conteúdos 
(textos, imagens e vídeos, entre outros) gerados e compartilhados pelas 
pessoas nas redes sociais”. A mesma autora afirma que as mídias sociais 
são utilizadas “quando há produção de muitos para muitos, produzindo 
uma interação interpessoal no meio eletrônico. [...] fazem parte da [...] 
Mídia Social os blogs, microblogs, redes sociais” (GALVÃO, 2011), como 
o Facebook, twitter e outros.
 
É importante ressaltar que a utilização das TIC no espaço 
educacional auxiliam a interação entre professores e alunos e mesmo 
entre os próprios alunos. Assim, a EAD pode possibilitar, também, uma 
educação para as mídias, “cujos objetivos dizem respeito à formação do 
usuário ativo, crítico e criativo de todas as tecnologias de informação e 
comunicação” (NEDER, 2005, p. 181).
3 MATERIAISE MÉTODO
Fizeram parte da pesquisa 20 Professores-Tutores Internos, 
moderadores da página do Facebook de 29 cursos ofertados pelo NEAD/
UNIASSELVI. A coleta de dados, realizada no mês de fevereiro de 2012, 
ocorreu por meio de uma entrevista estruturada, composta por sete 
perguntas abertas.
Foram levantados dados sobre: a) a utilização do Facebook como 
recurso de interação pedagógica; b) as principais estratégias desenvolvidas 
51
e c) as experiências obtidas pelos moderadores das páginas. Para análise 
dos dados, utilizou-se o programa QualiQuantiSoft- SPI®, um software que 
apoia pesquisas qualitativas e quantitativas, com base na teoria do discurso 
do sujeito.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos dados levantados, podemos compreender que o 
Facebook contribui para instruir os acadêmicos sobre assuntos de cunho 
pedagógico, pois 25% dos entrevistados afirmaram que o Facebook é 
um meio para complementação dos estudos, 22% disseram que se pode 
instruir os acadêmicos a partir das informações ou materiais que são 
postados e 18% disseram que a ferramenta é uma grande fonte de dados, 
contribuindo para a atualização dos usuários. Esses dados podem ser 
melhor visualizados na tabela a seguir:
Formas %
Complementação dos estudos 25
Informações/materiais postados 22
Fonte de dados 18
Informações atualizadas 15
Conteúdos não formais, mas de cunho pedagógico 10
Aproxima o acadêmico do AVA* 5
Atinge o acadêmico como profissional e pessoa 5
TABELA 1 – COMO O FACEBOOK DOS CURSOS OFERTADOS PELO 
NEAD/UNIASSELVI INSTRUI OS ACADÊMICOS
* AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem.
FONTE: Dados da pesquisa
52
Como o Facebook é uma fonte de dados e os materiais e as 
informações são de importância fundamental para que ocorra a instrução 
e a interação entre os usuários, é importante que se chame a atenção para o 
cuidado que se precisa ter no momento de escolha dos materiais. A seleção 
de materiais deve sempre levar em consideração os objetivos pedagógicos 
e didáticos do curso (PEREIRA, 2007).
Entre os materiais/informações postados nas páginas, destacam-
se: vídeos (15%), eventos relacionados ao curso (10%), artigos e notícias 
(9%), fotos das turmas e frases motivacionais (8%), conforme apresentado 
na tabela a seguir. Além disso, são postadas informações como: indicações 
de filmes e livros e fotos de experiência de campo (5%).
Informações e/ou materiais %
Vídeos 15
Eventos relacionados ao curso 10
Artigos 9
Notícias 9
Frases motivacionais 8
Fotos das turmas 8
Interação Facebook - Fique ligado 6
Boas-vindas 6
Indicações de filmes 5
Fotos de experiências de campo 5
Indicações de livros 5
Outros 14
TABELA 2 – INFORMAÇÕES E/OU MATERIAIS POSTADOS NO FACEBOOK 
DOS CURSOS OFERTADOS PELO NEAD/UNIASSELVI 
FONTE: Dados da pesquisa
53
Ressaltamos que o conteúdo das postagens é sempre relacionado à 
área de concentração e os devidos cuidados são tomados quanto a sua qua-
lidade e fonte de dados. Afinal, “quaisquer que sejam os textos produzidos 
ou selecionados para um determinado curso em EAD, é imprescindível 
que eles sejam compreendidos como elementos mediadores do processo 
de interação entre os sujeitos da ação educativa, e portanto, imprescindí-
veis para o processo de comunicação” (NEDER, 2005, p. 201).
As formas de interação e participação dos acadêmicos nas páginas 
do Facebook dos cursos de EAD é apresentada a partir das ferramentas 
proporcionadas pela própria mídia (curtir, comentar ou compartilhar 
a informação). Assim, frente a uma publicação, em média, 51% dos 
acadêmicos que utilizam o Facebook curtem, 31% comentam e 18% 
compartilham os materiais em seu perfil.
A escolha pela mídia Facebook como instrumento de interação 
entre os atores pedagógicos foi apontada como positiva por todos os 
participantes da pesquisa. Assim, estão indicados na tabela a seguir os 
motivos pelos quais o Facebook tem sido uma escolha assertiva.
Facebook como instrumento positivo %
Dinâmico 26
Atualizações rápidas 26
Une várias ferramentas 20
Facilidade de interação 11
Destaque na mídia 11
Caráter pedagógico 3
Informativo 3
TABELA 3 – FACEBOOK COMO INSTRUMENTO DE INTERAÇÃO
FONTE: Dados da pesquisa
54
Com a leitura dos dados, podemos perceber que 26% dos 
entrevistados mencionaram que o uso do Facebook é positivo por ter 
atualizações rápidas e ser dinâmico; 20% disseram que ele é útil por unir 
várias ferramentas; 11% apontaram a facilidade de interação e de estarem 
atualmente em destaque na mídia e 3% disseram ter caráter pedagógico e 
ser uma ferramenta informativa.
Para 39% dos participantes da pesquisa, a interação entre os atores 
pedagógicos, por meio das páginas do Facebook dos cursos, ainda ocorre 
de forma amena. Esse dado pode ser justificado devido ao fato de que faz 
somente quatro meses (no momento em que se realizou a pesquisa) que 
se começou a utilizar o Facebook como ferramenta pedagógica nos cursos 
de EAD dessa instituição. Além disso, esse dado nos faz refletir sobre a 
necessidade de ampliar as ações em relação às páginas.
Os exemplos de interação que têm sido proporcionados pela 
utilização do Facebook são, principalmente, a divulgação das atividades 
práticas realizadas nos Polos de Apoio Presencial e os comentários 
dos acadêmicos nas postagens de materiais (22%), além de trocas de 
experiências (17%), respostas às enquetes e assuntos de interesse comum 
(8%), conforme apresentado na tabela a seguir:
55
Tipos de Interação %
Comentários dos acadêmicos 22
Divulgação das práticas 22
Trocas de experiências 17
Divulgação de vagas de emprego 13
Assuntos de interesse comum 9
Enquetes 9
Recados 4
Aproximação do acadêmico com a instituição 4
TABELA 4 – TIPOS DE INTERAÇÃO NO FACEBOOK DOS CURSOS 
OFERTADOS PELO NEAD/UNIASSELVI
FONTE: Dados da pesquisa
Podemos dizer que “o que mudou com as novas mídias é que 
os alunos e professores têm mais uma possibilidade de interação e 
não apenas de recepção de conteúdos” (MAIA; MATTAR, 2007, 
p. 8). E é justamente a troca e o compartilhamento de informações e 
conhecimentos entre os atores pedagógicos que se espera alcançar com o 
uso do Facebook. Para tanto, é importante pensar e repensar suas formas 
e possibilidades de uso.
Entre as principais oportunidades trazidas pelo uso do Facebook, 
pode-se destacar a interação entre os atores pedagógicos (29%), a divulgação 
do curso (21%), a divulgação da instituição (19%) e a oportunidade de 
apresentar sempre informações atualizadas aos acadêmicos (17%):
56
Oportunidades %
Interação entre os atores pedagógicos 29
Divulgação do curso 21
Divulgação da instituição 19
Informações atualizadas 17
Facilidade de comunicação 6
Trabalha de forma lúdica e interdisciplinar 4
Comunicação com os acadêmicos 4
TABELA 5 – OPORTUNIDADES TRAZIDAS PELO FACEBOOK DOS 
CURSOS DE EAD DO NEAD/UNIASSELVI
FONTE: Dados da pesquisa
A criação e o desenvolvimento de um projeto em mídias revela a 
necessidade de desenvolver estratégias que permitam atingir os objetivos 
propostos. Assim, entre as estratégias que podem ser ou já estão sendo 
utilizadas para aumentar a participação dos acadêmicos nas páginas 
dos cursos, estão: o envolvimento dos Professores-Tutores Externos 
e dos Polos de Apoio Presencial na divulgação e incentivo ao uso do 
Facebook (28%), o envio de materiais pelos Professores-Tutores Internos 
e Supervisores de Disciplinas (15%), aumentar a divulgação da mídia 
por diferentes meios (13%), ter uma equipe focada em mídias (11%) e 
envolver os acadêmicos no envio de materiais para postagem (10%). 
57
Estratégias %
Professores-Tutores Externos e Polos de Apoio Presencial 
divulgarem e incentivarem 28
Envios de materiais pelos Professores-Tutores Internos e 
Supervisores de Disciplinas 15
Aumentar a divulgação da mídia 13
Moderadores darem feedback 12
Equipe especializada em mídias 11
Envio de materiais pelos acadêmicos 10
Acesso à página em todos os Polos 5
Troca de materiais entre os cursos 2
Divulgação

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