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Rodada 06
Rodadas - Temas Específicos e Tópicos
Aprofundados p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autores:
Cláudio Bandel Tusco, Oto
Andrade, Itawan de Oliveira
Pereira, Fernanda Nobre da Matta,
Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz
Godoy, Felipe Fachineli Peres
Rodada 06
1 de Março de 2021
 
 
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 4 
1 - Tópicos Específicos e Temas Aprofundados ................................................................................................. 6 
1.1 - Direito Administrativo ............................................................................................................................ 6 
1.1.1 - Agentes Públicos e Servidores Públicos ................................................................................................................ 6 
1.1.2 - Direitos, Deveres e Responsabilidades dos Servidores Públicos Civis ................................................................. 11 
1.1.3 - Regime Disciplinar e Processo Administrativo Disciplinar ................................................................................... 17 
1.2 - Direito Constitucional ........................................................................................................................... 25 
1.2.1 - Direitos Políticos .................................................................................................................................................. 25 
1.2.2 - Classificação da Eficácia Jurídica da Norma Constitucional (José Afonso da Silva) ............................................. 32 
1.2.3 - Classificação quanto a eficácia das normas jurídicas constitucionais (Parte 2 – demais autores) ...................... 37 
1.3 - Direito Civil ........................................................................................................................................... 40 
1.3.1 - Defeitos do Negócio Jurídico ............................................................................................................................... 41 
1.4 - Direito Processual Civil ......................................................................................................................... 45 
1.4.1 - Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição.......................................................................................................... 45 
1.4.2 - Princípio do Juiz Natural ...................................................................................................................................... 50 
1.4.3 - Indelegabilidade da Jurisdição e suas Exceções .................................................................................................. 51 
1.5 - Direito Internacional Público e Cooperação Internacional .................................................................. 54 
1.5.1 - Impedimento de entrada e repatriação .............................................................................................................. 54 
1.6 - Direito Penal ......................................................................................................................................... 58 
1.6.1 - Outras alterações feitas pelo pacote anticrime .................................................................................................. 59 
1.6.2 - Aspectos relevantes nos crimes contra a honra .................................................................................................. 62 
1.7 - Direito Processual Penal ....................................................................................................................... 67 
1.7.1 - Lei Processual Penal no Espaço ........................................................................................................................... 67 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
Rodada 06
Rodadas - Temas Específicos e Tópicos Aprofundados p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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1.7.2 - Lei Processual Penal no Tempo ........................................................................................................................... 73 
1.7.3 - Interpretação da lei processual penal ................................................................................................................. 79 
1.8 - Legislação Penal Especial ..................................................................................................................... 82 
1.8.1 - Crimes Contra O Sistema Financeiro Nacional (Lei 7.492/1986) ......................................................................... 82 
1.9 - Direito Empresarial .............................................................................................................................. 99 
1.9.1 - Sociedades Personificadas ................................................................................................................................... 99 
1.10 - Criminologia ..................................................................................................................................... 108 
1.10.1 - Requisitos criminológicos para a definição de crime ...................................................................................... 108 
1.11 - Direito Previdenciário ....................................................................................................................... 112 
1.11.1 - Aposentadoria Programada e Hipótese de Transição ..................................................................................... 112 
1.12 - Direito Financeiro e Tributário ......................................................................................................... 117 
1.12.1 – Dívida Ativa da União ...................................................................................................................................... 117 
2 - Questões Objetivas ................................................................................................................................... 121 
2.1 - Direito Administrativo ........................................................................................................................ 121 
2.2 - Direito Constitucional ......................................................................................................................... 125 
2.3 - Direito Civil ......................................................................................................................................... 128 
2.4 - Direito Processual Civil ....................................................................................................................... 131 
2.5 - Direito Internacional Público e Cooperação Internacional ................................................................ 137 
2.6 - Direito Penal ....................................................................................................................................... 138 
2.7 - Direito Processual Penal ..................................................................................................................... 141 
2.8 - Legislação Penal Especial ................................................................................................................... 144 
2.9 - Direito Empresarial ............................................................................................................................ 145 
2.10 - Criminologia ..................................................................................................................................... 148 
2.11 - Direito Previdenciário .......................................................................................................................149 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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2.12 - Direito Financeiro e Tributário ......................................................................................................... 150 
3 - Questões Discursivas................................................................................................................................. 151 
3.1 - Direito Administrativo ........................................................................................................................ 152 
3.2 - Direito Constitucional ......................................................................................................................... 152 
3.3 - Direito Penal ....................................................................................................................................... 155 
3.4 - Direito Processual Penal ..................................................................................................................... 155 
3.5 - Legislação Penal Especial ................................................................................................................... 156 
4 - Peça Prática ............................................................................................................................................... 157 
Padrão de Resposta .................................................................................................................................... 158 
Roteiro de Resposta...................................................................................................................................................... 160 
Régua de Correção ....................................................................................................................................................... 162 
 
 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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RODADAS DELEGADO DA PF - PÓS EDITAL 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Conforme explicado na aula demonstrativa, todas as segundas-feiras (serão 8 rodadas) publicaremos um 
material como este que conterá: 
 21 tópicos específicos ou temas aprofundados, seguindo as disciplinas e a importância de cada 
uma delas para a prova; 
 100 questões objetivas inéditas de nível superior de complexidade para você lapidar a sua 
preparação; e 
 5 questões discursivas (tal como distribuído em edital); e 
 1 peça (tal como apresentado no edital). 
Com time exclusivo de Delegados de Polícia Federal, você disporá de material de altíssimo nível para garantir 
pontos importantes na prova. 
Matéria Professor 
Direito Administrativo 
 
Cláudio Tusco 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Constitucional 
 
Oto Andrade Teixeira 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Civil 
 
Itawan Pereira 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Processual Civil 
 
Fernanda Nobre da Matta 
Delegada da 
Polícia Federal 
Direito Internacional Público e 
Cooperação Internacional 
 
Rafael Dantas 
Delegado da 
Polícia Federal 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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Direito Penal 
 
Allan Mattos 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Processual Penal 
 
Oto Andrade Teixeira 
Delegado da 
Polícia Federal 
Legislação Penal Especial 
 
Luiz Godoy 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Empresarial 
 
Felipe Fachineli 
Advogado e 
aprovado 
Delegado da 
Polícia Federal 
Criminologia 
 
Rafael Dantas 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Previdenciário 
 
Rafael Dantas 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Financeiro e Tributário 
 
Cláudio Tusco 
Delegado da 
Polícia Federal 
Peça 
 
Allan Mattos 
Delegado da 
Polícia Federal 
É isso! Vamos ao trabalho? 
Se houver dúvida de conteúdo, poste-a no fórum. 
Caso haja dúvida a respeito do curso, funcionamento, estarei à disposição em 
ecj@estrategiaconcursos.com.br 
Boa leitura! 
Prof. Ricardo Torques 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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1 - TÓPICOS ESPECÍFICOS E TEMAS APROFUNDADOS 
1.1 - DIREITO ADMINISTRATIVO 
1.1.1 - Agentes Públicos e Servidores Públicos 
Muito bem pessoal! Professor Cláudio Tusco, Estratégia Carreira Jurídica, apresenta mais um ponto 
superimportante de Direito Administrativo e que sempre tem questão em provas de concurso para Delegado 
de Polícia Federal é sobre os agentes da Administração Pública. 
Considerando que a recente proposta de emenda constitucional PEC 32/2020 altera dispositivos da atual 
Constituição Federal sobre servidores e empregados públicos e modifica a organização da administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios 
brasileiros, modificando vários aspectos deste ponto, é importante ressaltar que tal proposta mal começou 
sua tramitação na Câmara dos Deputados e será amplamente debatida e provavelmente modificada, 
podendo ainda ser aprovada ou não. 
Também, devemos considerar que a chamada PEC da Nova Administração Pública que tem como principais 
medidas a modificação da contratação, da remuneração e do desligamento de pessoal, propõe validade 
somente para quem ingressar no setor público após a aprovação das mudanças, sendo então importante o 
conhecimento que passaremos a tratar. 
Conceitos de agentes públicos 
A expressão “agente público” é a mais ampla para designar de forma genérica e indistinta os sujeitos que 
exercem funções públicas, que servem ao Poder Público como instrumentos de sua vontade ou ação, 
independentemente do vínculo jurídico, podendo ser por nomeação, contratação, designação ou 
convocação. Independe, ainda, de ser essa função temporária ou permanente e com ou sem remuneração. 
Assim, quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as exercita, é um agente público. 
Os agentes públicos devem ser classificados conforme a força de suas decisões (agentes políticos ou 
servidores estatais), as pessoas jurídicas em que atuam (pessoas jurídicas de direito público ou direito 
privado) e o regime jurídico a que se submetem (regime estatutário ou celetista), considerando ainda os 
particulares que exercem função pública. 
Servidor Público 
Segundo as disposições constitucionais em vigor, servidores públicos são todos aqueles que mantêm vínculo 
de trabalho profissional com os órgãos e entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos de 
qualquer delas: União, estados, Distrito Federal, municípios e suas respectivas autarquias, fundações, 
empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Trata-se de designação genérica e abrangente, introduzida pela Constituição Federal de 1988, uma vez que, 
até a promulgação da carta hoje em vigor, prevalecia a denominação de funcionário público para 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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identificação dos titulares de cargos na administração direta, considerando-se equiparados a eles os 
ocupantes de cargos nas autarquias, aos quais se estendia o regime estatutário. 
A partir da Constituição de 1988, desaparece o conceito de funcionário público, passando-se adotar a 
designação ampla de servidores públicos, distinguindo-se, no gênero, uma espécie: os servidores públicos 
civis, que receberam tratamento nos artigos 39 a 41. 
Desta forma, servidor público civil é unicamente o servidor da administração direta, de autarquia ou de 
fundação publica, ocupante de cargo público. 
A relação jurídica que interliga o Poder Público e os titulares de cargos públicos é de natureza estatutária, 
institucional, valendo dizer que, ressalvadas as disposições constitucionais impeditivas, o Estado detém o 
poder de alterar legislativamente o regime de direitos e obrigações recíprocos, existentes à época do 
ingresso no serviço público. 
Natureza jurídica da relação de emprego público 
A Constituição Federal, ao tratar da administração pública, refere-se em seu artigo 37, inciso I, a cargos, 
empregos e funções públicas, declarando-os acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei. 
Estas três formas de desempenho podem assim ser definidas: 
 - Cargo público é conjunto de atribuições, expressando unidades de competência cometida a um agente, 
criado por lei, com denominação própria e número certo, retribuído por pessoa jurídica de direito público, 
(administração direta, autarquia e fundação pública), submetendo-se o seu titular ao regime estatutário ou 
institucional. 
 - Emprego público é conjunto de encargos de trabalho preenchidos por agentes contratados para 
desempenha-los sob o regime da Legislação Trabalhista (CLT). A natureza jurídica da relação de emprego 
público é contratual, regida pela legislação trabalhista, com inúmeras derrogações de ordem pública, 
inerentes à atividade pública. Apesar disso, são contratados mediante concurso público de provas ou provas 
e títulos, pois mesmo as empresas públicas e as sociedades de economia mista são obrigadas a respeitar um 
núcleo obrigatório mínimo, que envolve o dever de contratar apenas por concurso. 
 - Função pública é encargo de natureza pública exercidos por particulares, sem que os mesmos percam essa 
qualidade. Podemos citar como exemplos de funções públicas as atividades de jurado, membros de mesa 
receptora ou apuradora de votos em eleições, as serventias da Justiça não oficializadas (servidores notariais 
e de registro exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público), entre outras. 
Ausência de competência: agente de fato 
O agente precisa estar legitimamente investido num cargo para praticar um ato administrativo, isto é, deve 
ter competência para tanto. Contudo, existe a situação do agente de fato, que é aquele em relação ao qual 
a investidura está maculada de um defeito. 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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A professora Di Pietro exemplifica tal situação: “falta de requisito legal para investidura, como certificado de 
sanidade vencido; inexistência de formação universitária para função que a exige, idade inferior ao mínimo 
legal; o mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do cargo, ou exerce funções depois de vencido o 
prazo de sua contratação, ou continua em exercício após a idade-limite para aposentadoria compulsória”. 
Essa ilegalidade gera efeitos na competência do ato administrativo, mas não pode ser confundida com o 
crime de usurpação de função (art. 328, CP), no qual o sujeito exerce uma atribuição de cargo, emprego ou 
função pública, sem ocorrer nenhuma forma de investidura. No caso do agente de fato, há investidura, mas 
ela se deu sem os devidos requisitos. 
Quanto aos atos praticados pelo agente de fato, a doutrina majoritária considera-os válidos, por causa da 
aparência de conformidade com a lei e em preservação da boa-fé dos administrados. Entretanto, será 
necessário ponderar no caso concreto, utilizando como vetores a segurança jurídica e a boa-fé da população, 
bem como observando se a falta de competência não poderia ser facilmente detectada. 
Exigência de concurso público para investidura em cargo ou emprego público 
Artigo 37, inciso II, da Constituição Federal: 
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração. 
Artigo 10, Lei nº 8.112/90. 
A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia 
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de 
classificação e o prazo de sua validade. 
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na 
carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de 
carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. 
No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos 
concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. 
Cargo em comissão é o cargo de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral. 
Em todas outras situações, a administração direta e indireta é obrigada a prover seus cargos, empregos e 
funções por meio de concursos públicos. Inclusive, por mais que empresas públicas e sociedades de 
economia mista sejam pessoas jurídicas de direito privado, devem respeitar o núcleo mínimo de imposições 
ao poder público, inclusive a obrigação de prover seus empregos por meio de concurso público. 
Servidor ocupante de cargo em comissão 
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Os cargos em comissão são de nomeação livre, dispensando concurso público. O ocupante de cargo em 
comissão não precisa ser titular de cargo efetivo. 
Serve para cargos de chefias, assessoramento e direção, notadamente, cargos de confiança. Os servidores 
que ocupam cargo em comissão podem ser exonerados a qualquer tempo, pois não adquirem estabilidade 
e nem as garantias que dela decorrem (exonerado “ad nutum”). 
Se sujeita ao regime geral da previdência social. Quanto ao regime de trabalho, será o mesmo dos demais 
servidores do órgão em que ocupa o cargo – se for estatutário, seguirá o mesmo estatuto e fará jus aos 
direitos ali previstos, exceto os de natureza previdenciária; se for celetista, seguirá as normas da CLT e terá 
os mesmos direitos ali assegurados, inclusive FGTS. 
Servidor efetivo e vitalício: garantias 
O servidor público efetivo, aquele que foi provido em cargo mediante nomeação seguida da aprovação em 
concurso público, está apto a adquirir estabilidade, nos moldes do artigo 41, CF, após três anos de efetivo 
exercício. 
Os primeiros 3 anos de serviço correspondem ao estágio probatório, período em que o servidor deverá ser 
submetido a uma avaliação especial de desempenho. 
Nos moldes do artigo 41, §1º, CF, o servidor apenas perderá o cargo em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado, mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa ou 
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada 
ampla defesa. Logo, é possível a perda docargo mesmo após adquirir a estabilidade, mas há garantias quanto 
à forma como isso pode ocorrer. 
Além das hipóteses citadas, existe mais uma possibilidade de perda de cargo (sem caráter punitivo), mesmo 
que o seu detentor seja estável no serviço público. Trata-se da perda de cargo para adequação dos gastos 
do Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. 
A Constituição Federal inicialmente impõe que os entes federativos, no caso de extrapolação dos limites de 
gastos previstos na LRF, reduzam as despesas com servidores públicos comissionados e não estáveis, 
conforme art. 169, §3º, CF. Mas, se as medidas previstas no §3º do art. 169 não forem suficientes para 
adequar e controlar as despesas públicas, a CF/88 prevê, em seu §4º, a perda do cargo até mesmo na 
hipótese em que o seu ocupante detenha estabilidade no serviço público. Se ocorrer esta hipótese, o servidor 
estável que perder o cargo terá direito a indenização correspondente a 1 mês de remuneração por ano de 
serviço público. 
Existem alguns servidores públicos efetivos que não possuem apenas estabilidade, mas sim vitaliciedade. 
São eles os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público (artigo 95, I, CF; artigo 128, §5º, I, “a”, CF). 
O prazo para a aquisição da vitaliciedade é diferente do prazo para aquisição da estabilidade, sendo adquirida 
após 2 anos de exercício no cargo. Durante esse período, também é submetido o servidor a “estágio 
probatório”, chamado de processo de vitaliciamento. 
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Um fator importantíssimo a favor dos agentes vitalícios é que eles somente podem perder o cargo em 
decorrência de decisão judicial transitada em julgado. Então, as várias hipóteses de perda de cargo previstas 
para servidores estáveis não se aplicam aos servidores vitalícios. Da mesma forma, caso venham a perder o 
cargo são passados a aposentadoria proporcional. 
Estágio Probatório 
O estágio probatório pode ser definido como um lapso de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor 
serão avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e 
responsabilidade. O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido 
ao cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para um servidor em estágio probatório exercer 
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou 
entidade de lotação. 
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disciplina do estágio probatório mudou, notadamente 
aumentando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a norma constitucional prevalece sobre a lei 
federal, mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o disposto no artigo 41 da Constituição 
Federal. 
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probatório, o servidor público somente poderá ser exonerado nos 
casos do §1º do artigo 41 da Constituição Federal, notadamente: 
• em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
• mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; ou 
• mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa (sendo esta lei complementar ainda inexistente no âmbito federal). 
Formas de provimento e vacância dos cargos públicos 
Provimento é o preenchimento do cargo público; ao passo que vacância é a sua desocupação. 
O provimento pode se dar de forma originária ou derivada. 
De forma originária, o provimento pressupõe que não exista uma relação jurídica anterior entre servidor 
público e Administração. 
A única forma de provimento originário é a nomeação, que pode ser em caráter efetivo (mediante aprovação 
em concurso) ou em comissão (tratando-se de cargo de confiança). 
De forma derivada, o provimento pressupõe que exista uma relação jurídica anterior entre servidor público 
e Administração. 
Pode se dar de diversas formas: promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e 
recondução. 
 - Promoção é a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira. 
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 - Readaptação é a passagem do servidor para outro cargo compatível com a deficiência física que ele venha 
a apresentar. 
 - Reversão é o retorno ao serviço ativo do servidor aposentado por invalidez quando insubsistentes os 
motivos da aposentadoria. 
 - Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do servidor que se encontrava em disponibilidade e foi 
aproveitado em cargo semelhante àquele anteriormente ocupado. 
 - Reintegração é o retorno ao serviço ativo do servidor que fora demitido, quando a demissão for anulada 
administrativamente ou judicialmente, voltando para o mesmo cargo que ocupava anteriormente. 
 - Recondução é o retorno ao cargo anteriormente ocupado, do servidor que não logrou êxito no estágio 
probatório de outro cargo para o qual foi nomeado decorrente de outro concurso. 
Obs.: São consideradas formas inconstitucionais de provimento a transferência, que era a passagem de um 
servidor de um quadro para outro dentro de um mesmo poder, e a ascensão, que significava a passagem de 
uma carreira para outra. 
Preceitos constitucionais 
Observa-se que os servidores públicos, não importa a natureza jurídica de suas relações de trabalho, estão 
sujeitos ao um conjunto de regras de forte composição ética destinadas a regular seu comportamento de 
cidadãos diferentes que são dos cidadãos comuns. A legitimação atribuída pela Constituição ao Estado 
constitui-se, por outro lado, em fundamento para que os princípios constitucionais se imponham como 
substância fundante e integradora das normas de conduta dos servidores públicos. Dos princípios que 
instruem a supremacia constitucional garantidora da ordem social destacam-se os da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, motivação e, mais posteriormente à edição constitucional originária, o princípio 
da eficiência. 
À luz da conjuntura social em que o princípio da eficiência se constitucionalizou, os demais princípios 
constitucionais regentes da Administração Pública passaram a ser aplicados harmonicamente com o da 
eficiência. Significa dizer que noções valorativas como as da legalidade e da moralidade passaram a se 
integrar à de eficiência, o que me permite afirmar que a ação administrativa ineficiente se tornou, ao mesmo 
tempo, ilegal e imoral. 
1.1.2 - Direitos, Deveres e Responsabilidades dos Servidores Públicos Civis 
Muito bem pessoal! Continuamos com este ponto superimportante sobre os servidores públicos civis, 
especificamente sobre seus direitos, deveres e responsabilidades estabelecidos em leis específicas. 
Direitos dos servidores públicos 
A Lei 8.112/1990 assegura uma série de direitos e vantagens aos servidores públicos federais. Uma boa parte 
desses direitos possui natureza pecuniária. Sem dúvida alguma, o principal direito do servidor é o de ser 
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remunerado pela prestação dos seus serviços. Com efeito, o próprio Estatuto deixa consignado que “é 
proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei” (artigo 4º). 
A remuneraçãopaga ao servidor possui caráter alimentar, por isso goza de algumas proteções legais, a saber: 
• nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento, salvo se o desconto decorrer de 
imposição legal (ex.: contribuição para a seguridade social) ou de mandado judicial (art. 45); 
• admitem-se, mediante autorização do servidor e a critério da administração, descontos consignados 
em folha de pagamento em favor de terceiros (art. 45, parágrafo único); 
• as reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado 
ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de 30 dias, podendo ser parceladas, a pedido 
do interessado (art. 46). A propósito, segundo a Súmula 249 do TCU: “É dispensada a reposição de 
importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, 
em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de 
autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de 
legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais”; 
• o vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, 
exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial (art.48). 
Além do vencimento-base, a lei prevê que o servidor federal poderá receber as seguintes vantagens 
pecuniárias: indenizações, gratificações e adicionais. 
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. As gratificações e os 
adicionais podem ou não ser incorporados ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em 
lei. 
As indenizações objetivam ressarcir os servidores de despesas que tenham em razão do exercício de suas 
funções. A lei prevê os seguintes tipos de indenizações a serem pagas ao servidor federal: ajuda de custo, 
diárias, indenização de transporte e auxílio-moradia. 
A ajuda de custo é destinada a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, 
passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. 
No caso de o cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado pela ajuda de custo deter também a condição 
de servidor e, a qualquer tempo, vier a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companheiro, a lei 
não permite que haja o pagamento de uma segunda ajuda de custo (artigo 53). A proibição destina-se a 
evitar que a referida vantagem seja utilizada de forma a resultar em crescimento patrimonial para os 
servidores, perdendo o seu caráter apenas compensatório. 
O servidor que, a serviço, se afastar da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território 
nacional ou para o exterior fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as despesas extraordinárias 
com pousada, alimentação e locomoção urbana (art. 58). 
Vale ressaltar que as diárias somente são devidas nas hipóteses de deslocamentos eventuais ou transitórios. 
A lei deixou claro que o servidor não fará jus a diárias se o deslocamento da sede constituir exigência 
permanente do cargo (art. 58, §2º). 
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A indenização de transporte é devida ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de 
locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art. 60). 
O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com 
aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês 
após a comprovação da despesa pelo servidor. 
O artigo 61 da Lei 8.112/1990 prevê que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas aos 
servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: 
• retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento; 
• gratificação natalina; 
• adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; 
• adicional pela prestação de serviço extraordinário; 
• adicional noturno; 
• adicional de férias; 
• outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho; 
• gratificação por encargo de curso ou concurso. 
Cumpre registrar que, antigamente, a lei contemplava também o pagamento do adicional por tempo de 
serviço. Contudo, o dispositivo legal que previa o referido adicional foi revogado, sendo essa vantagem paga 
atualmente apenas aos servidores que à época da revogação já possuíam direito adquirido à sua percepção. 
As licenças são períodos em que o servidor tem direito de se afastar das suas atividades, com ou sem 
remuneração, a depender do tipo de licença. 
Poderá ser concedida ao servidor licença por motivo de doença de familiar (do cônjuge ou companheiro, 
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas) que conste 
do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial (artigo 83). 
Poderá ser concedida licença para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro 
ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e 
Legislativo (art. 84). 
Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na 
legislação específica (art. 85). Uma vez concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem 
remuneração para reassumir o exercício do cargo (art. 85, parágrafo único). O tempo de afastamento em 
virtude de licença para o serviço militar é considerado como tempo de efetivo exercício. 
A licença para atividade política será concedida ao servidor nas seguintes condições: sem remuneração, 
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, 
e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral (art. 86). O período de afastamento 
neste caso não é computado como tempo de serviço; a partir do registro da candidatura e até o décimo dia 
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente 
pelo período de três meses (art. 86, §2º). Se passar de três meses o afastamento, o servidor pode continuar 
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de licença, mas sem remuneração. O período dessa licença será contado apenas para efeito de aposentadoria 
e disponibilidade (art. 103, III). 
Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do 
exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de 
capacitação profissional (art. 87). 
A Administração poderá conceder ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio 
probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem 
remuneração (art. 91). Essa licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no 
interesse do serviço (art. 91, parágrafo único). 
A Lei 8.112/1990 assegura ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato 
em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria 
ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade 
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros(art. 92). 
Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia 
médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus (art. 202). 
O servidor acidentado em serviço será licenciado, com remuneração integral (art. 211). O acidente em 
serviço é definido pela lei como o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou 
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido (art. 212). 
Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias consecutivos, sem prejuízo da sua remuneração 
(art. 207). A licença à gestante poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo se for 
antecipada em razão de prescrição médica (art. 207, §1º). No caso de nascimento prematuro, a licença terá 
início a partir do parto (art. 207, §2º). De igual forma a servidora adotante terá direito a mesma licença 
maternidade concedida à gestante. 
Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença paternidade de 5 (cinco) dias 
consecutivos. 
Tanto a licença maternidade quanto a licença paternidade dos servidores públicos tiveram seus períodos 
prorrogados pela Lei 13.257/2016 por mais 60 dias e 15 dias respectivamente. Totalizando assim a licença 
maternidade de 180 dias e licença paternidade de 20 dias. 
Os afastamentos são direitos do servidor a se ausentar de suas funções, em razão de variadas circunstâncias. 
A Lei 8.112/1990 prevê como direito do servidor o afastamento nas seguintes hipóteses: 
• afastamento para, mediante cessão, servir a outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 93); 
• afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94). O tempo de afastamento para o exercício 
de mandato eletivo será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por 
merecimento (art. 102, V); 
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• afastamento para estudo ou missão oficial no exterior (art. 95). O afastamento neste caso não 
excederá a quatro anos, e, finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida 
nova ausência (art. 95, §1º). Ao servidor beneficiado por essa espécie de afastamento não será 
concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual 
ao do afastamento, salvo se o servidor ressarcir a despesa havida com seu afastamento (art. 95, §2º); 
• afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País (art. 96-A). O 
afastamento nesse caso depende de interesse da Administração e só será concedido caso não seja 
possível conciliar a participação na pós-graduação com o exercício simultâneo do cargo, mediante a 
compensação de horário. De acordo com a lei, o afastamento nessas condições se dará com a 
percepção da respectiva remuneração. Por isso, o servidor beneficiado por esse tipo de afastamento 
deverá permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do 
afastamento concedido, sob pena de ser obrigado a ressarcir o órgão ou entidade; 
• afastamento para participar de programa de treinamento regularmente instituído (art. 102, IV); 
• afastamento para júri e outros serviços obrigatórios por lei (art. 102, VI); 
• afastamento por deslocamento para nova sede, remoção, redistribuição, requisição ou cessão, por 
um período de 30 dias (art. 18, c/c o art. 102, IX); 
• afastamento para participar de competição desportiva nacional ou para integrar representação 
desportiva nacional, segundo estabelecido em legislação específica (art. 102, X); 
• afastamento para servir em organismo internacional do qual o Brasil participe ou com o qual coopere 
(art. 102, XI). 
O Estatuto também prevê que o servidor terá direito ao que chama de concessões, que são três espécies 
distintas. 
A primeira espécie de concessão é a que permite ao servidor se ausentar do serviço, sem qualquer prejuízo 
a sua remuneração, nas seguintes condições (art. 97): 
• por um dia, para doação de sangue; 
• por dois dias, para se alistar como eleitor; 
• por oito dias consecutivos em razão de: casamento ou falecimento do cônjuge, companheiro, pais, 
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. 
A segunda espécie é relativa à concessão de horário especial, que se dará nas seguintes situações (art. 98): 
• ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da 
repartição, sendo exigida a compensação de horário; 
• ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, 
independentemente de compensação de horário; 
• ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, quando 
comprovada a necessidade por junta médica oficial, exigindo-se, porém, neste caso, a compensação 
de horário; 
• ao servidor que atue como instrutor em curso instituído no âmbito da administração pública federal 
ou que participe de banca examinadora de concursos, vinculado à compensação de horário a ser 
efetivada no prazo de até um ano. 
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A terceira espécie de concessão é relativa à matrícula em instituição de ensino. Nos termos da lei, “ao 
servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova 
residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independentemente de vaga” (art. 99). Esse benefício é extensivo também “ao cônjuge ou companheiro, aos 
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com 
autorização judicial” (art. 99, parágrafo único). 
O art. 104 da Lei 8.112/1990 assegura ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de 
direito ou interesse legítimo, conhecido como direito de petição. 
Deveres do Servidor Público 
O artigo 116 da Lei 8.112/1990 apresenta os deveres do servidor público: 
O primeiro dos deveres insculpidos no regime estatutário é o dever de zelo e dedicação ao cargo. O zelo diz 
respeito às atribuições funcionais e também ao cuidado com a economia do material, os bens da repartição 
e o patrimônio público. Sob o prisma da disciplina e da conservação dos bens e materiais da repartição, o 
servidor deve sempre agir com dedicação no desempenho das funções do cargo que ocupa, e que lhe foram 
atribuídas desde o termo de posse. O servidor não é o dono do cargo. Dono do cargo é o Estado que o 
remunera. Se o referido cargo não lhe pertence, o servidor deve exercer suas funções com o máximo de zelo 
que estiver ao seu alcance. 
O servidor que cumprir todos os deveres e normas administrativas já positivadas, consequentemente, é leal 
à instituição que lhe remunera, observando as normas legais e regulamentares. 
A hierarquia existe para que do alto escalão até a prática dos administrados as coisas funcionem. Disso 
decorre que quando é emitida uma ordem para o servidor subordinado, este deve dar cumprimento ao 
comando. Porém quando a ordem é visivelmente ilegal, arbitrária, inconstitucional ou absurda, o servidor 
não é obrigado a dar seguimento ao que lhe é ordenado. 
Exige-se que atue com presteza no atendimento ao público e às informações solicitadas pela Fazenda 
Pública. Esta engloba o fisco federal, estadual, municipal e distrital. O servidor público tem que ser expedito, 
diligente, laborioso. Não há mais lugar para o burocrata que se afastado administrado, dificultando a vida 
de quem necessita de atendimento rápido e escorreito. 
Todo servidor público é obrigado a dar conhecimento ao chefe da repartição acerca das irregularidades de 
que toma conhecimento no exercício de suas atribuições. Deve levar ao conhecimento da chefia imediata 
pelo sistema hierárquico. Supõe-se que os titulares das chefias ou divisões detêm um conhecimento maior 
de como corrigir o erro ou comunicar aos órgãos de controle para a devida apuração. 
Se o agente não zelar pela economia e pela conservação dos bens públicos presta um desserviço à nação 
que lhe remunera. Tal falta poderá ser causa inclusive de demissão. 
O agente público deve guardar sigilo sobre o que se passa na repartição, principalmente quanto aos 
assuntos oficiais. 
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O agente público ainda deve se comportar em seus atos de maneira proba, escorreita, séria, não atuando 
com intenções escusas e desvirtuadas. Seu poder-dever não pode ser utilizado, por exemplo, para satisfação 
de interesses menores, como realizar a prática de determinado ato para beneficiar quem quer que seja. 
Deve ser assíduo e pontual. Ser assíduo significa ser presente dentro do horário do expediente. O oposto do 
assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o que 
comparece no horário para as reuniões de trabalho e demais atividades relacionadas com o exercício do 
cargo que ocupa. 
Deve ser urbano, educado, civilizado, cordato e que não possa criar embaraços aos usuários dos serviços 
públicos. 
O servidor tem obrigação legal de dar conhecimento às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver 
ciência em razão do cargo, principalmente no processo em que está atuando ou quando o fato aconteceu 
sob as suas vistas. Não é concebível que o servidor se defronte com uma irregularidade administrativa e fique 
inerte. 
Lei de Responsabilidade Fiscal 
A Lei Complementar nº 101/2000 estabelece limites de gastos com pessoal pelo Poder Público consoante 
169 da Constituição Federal, podendo os servidores estáveis perder o cargo de forma não punitiva quando 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, após adotarem as medidas de contenção de despesas 
com pessoal ativo e inativo como a redução de 20% das despesas com cargos em comissão e funções de 
confiança e exoneração dos não estáveis, essas não forem suficientes para adequar os gastos dentro dos 
limites estabelecidos na referida lei. 
Importante ressaltar a exigência de ato normativo motivado de cada um dos Poderes, que deverá especificar 
a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução. Mostra-se necessário, portanto, 
a edição de um ato administrativo normativo, ou seja, lei em sentido material. 
Do que se vê, a motivação garante o controle por parte do servidor público e da sociedade como um todo, 
sendo anulado o ato que descumprir a motivação explicitada no ato normativo. 
Por fim, é importante lembrar que esse servidor exonerado por excesso de despesas do Poder Público terá 
direito à indenização pela perda do cargo, consistente a um mês de remuneração por ano de serviço, 
conforme disposto no artigo 169, §5º, da Constituição Federal. 
1.1.3 - Regime Disciplinar e Processo Administrativo Disciplinar 
Muito bem pessoal! Continuamos com este ponto superimportante sobre os servidores públicos civis, 
especificamente sobre o regime disciplinar a que estão sujeitos. 
Regime Disciplinar 
A matéria é disciplinada pela Lei nº 8.112/90, que, a partir de seu art. 116, trabalha com o regime disciplinar 
dos servidores, relacionando uma série de deveres, entre os quais destacamos o de observar as normas legais 
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e regulamentares (inc. III), cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais (inc. IV), 
guardar sigilo sobre assunto da repartição (inc. VIII), ser assíduo e pontual no serviço (inc. X). 
Seguindo pelo tema, o legislador estabeleceu diversas proibições que incidem sobre o servidor na forma do 
disposto no art. 117, em que se destacam: retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer 
documento ou objeto da repartição (inc. II), manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de 
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil (inc. VIII), valer-se do cargo para lograr 
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública (inc. IX), receber propina, 
comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie em razão de suas atribuições (inc. XII), utilizar pessoal 
ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares (inc. XVI). 
A caracterização do descumprimento de qualquer uma dessas situações relacionadas nos dois artigos abrirá 
ensejo para a aplicação de penalidades na forma prevista por essa lei. 
Nesse sentido, importante registrar que o legislador estabeleceu, no art. 142, prazos diferenciados para a 
apuração dessas irregularidades: 
• 5 anos: para infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e 
destituição de cargo em comissão; 
• 2 anos: para as hipóteses de suspensão; 
• 180 dias: para as infrações puníveis com advertência. 
Outrossim, quanto ao marco inicial para a contagem desse prazo, verifica-se aqui uma incongruência 
praticada pelo legislador, uma vez que abriu duas possibilidades distintas. 
Assim é que, para as infrações que não tenham implicações penais, estabeleceu que o prazo começa a fluir 
a partir do instante em que o fato se tornou conhecido, na forma do art. 142, §1º, o que confere um caráter 
extremamente subjetivo a essa previsão. 
De início, cumpre observar que as supostas faltas devem ser apuradas sempre por intermédio de sindicância 
ou de processo administrativo disciplinar, não se cogitando outra possibilidade. 
Nesse particular, cumpre explicitar que a apuração de qualquer irregularidade praticada pelo servidor deverá 
ser permeada pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, na forma disciplinada no art. 5º, LV, da 
CF. 
O dispositivo constitucional demonstra que a regra ali estabelecida deve ser aplicada para a apuração de 
qualquer sorte de irregularidade praticada pelos servidores, seja qual for a sua natureza. 
Neste particular, importante deixar consignado que esses requisitos todos também terão lugar na hipótese 
de flagrante prática de qualquer sorte de ilegalidade. 
Destarte, em situações dessa natureza, em que pese a impossibilidade de negativa por parte do servidor, 
tanto do ilícito praticado quanto de sua autoria, tem ele o direito de justificar a conduta praticada, com o 
objetivo de alcançar uma desclassificação da sanção inicialmente idealizada na portaria que inaugura o 
processo disciplinar. 
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Com efeito, por meio das justificativas apresentadas, o servidor pretende que se levem em consideração 
itens como as atenuantes e agravantes que levaram à prática do ilícito, que, aliás, resultam de expressa 
disposição legal, a teor do disposto no art. 128 da Lei n. 8.112/90. 
Importante ainda ressaltar a Súmula Vinculante 5 do STF quedita: A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
Regime jurídico peculiar dos policiais civis da União e do Distrito Federal 
A Lei nº 4.878/1965 é anterior à Lei nº 8.112/1990, mas não foi revogada por ela. O próprio Poder Judiciário 
já confirmou que a Lei nº 4.878/1965 não só continua em vigor, mas também que, por ter sido concebida 
especificamente para as carreiras policiais da União e do Distrito Federal, ela deve ser aplicada 
prioritariamente em relação à Lei nº 8.112/1990. Esta, por sua vez, tem aplicação subsidiária. 
Antes de analisarmos a questão da incompatibilidade, é importante que você compreenda que o exercício 
da atividade policial tem como pressupostos a hierarquia e a disciplina. Normalmente nos referimos a esses 
princípios quando tratamos da vida militar. Entretanto, apesar de os policiais abrangidos pela Lei nº 
4.878/1965 serem civis, a hierarquia e a disciplina devem ser observadas de forma mais restrita, pois a função 
policial é atividade de risco, e por isso é importante que as estratégias e ordens sejam seguidas à risca. 
Quanto à incompatibilidade do exercício da atividade policial com qualquer outra atividade profissional, o 
STF já confirmou esse entendimento em diversas ocasiões. 
O art. 24 da Lei nº 4.878/1965 também trata do regime de dedicação integral dos policiais federais e dos 
policiais civis do DF, e tem sido por muitos considerado inconstitucional, frente à determinação trazida pela 
Constituição, que assegura jornada de trabalho semanal máxima de 44h para qualquer trabalhador, seja 
empregado ou servidor público. 
A Lei nº 4.878/1965 utiliza os nomes antigos dos serviços policiais, dos departamentos responsáveis pela 
Polícia Federal e pela Polícia Civil do Distrito Federal, e menciona carreiras que já não existem mais, ou cujos 
nomes foram alterados. As carreiras hoje são reguladas pela Lei nº 9.266/1996, que você também deve 
conhecer bem. 
Quanto aos cargos efetivos, a nomeação deve dar-se na estrita ordem de colocação obtida no curso ao qual 
os candidatos devem submeter-se na Academia Nacional de Polícia. 
Na realidade, hoje o Curso de Formação Profissional constitui a segunda fase do concurso público para 
provimento de cargos do quadro da Polícia Federal. Os requisitos elencados no art. 9º são exigidos para 
investidura no cargo. 
A boa saúde física e psíquica é aferida por meio de exames biométricos e avaliação médica anterior à 
matrícula do candidato no Curso de Formação Profissional. O procedimento irrepreensível e idoneidade 
moral inatacável devem ser apurados por meio de investigação no âmbito social, administrativo, civil e 
criminal do candidato. Esse procedimento investigativo também é parte do concurso. 
O art. 11 proíbe que os policiais federais sejam cedidos para prestar serviços em outros órgãos, em outros 
Poderes, ou nos Estados, exceto quando o afastamento ocorrer para exercer atribuições relacionadas à 
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atividade policial, ou seja, às atividades inerentes ao cargo efetivo, e, ainda assim, apenas mediante 
autorização. 
A interrupção de férias do policial somente pode ocorrer em virtude de necessidade da segurança nacional 
ou manutenção da ordem, mediante convocação da autoridade competente. 
A Lei nº 4.878/1965 classifica como transgressões disciplinares tipos próprios elencados no artigo 43 que 
extrapolam as hipóteses da Lei nº 8.112/1990. O policial federal que as praticar estará sujeito a responder 
em procedimento disciplinar cujo processamento caberá a uma Comissão Permanente de Disciplina, 
composta de 3 membros. 
Improbidade Administrativa 
A questão relacionada à improbidade administrativa tem ganhado enorme repercussão por força das 
reiteradas notícias veiculadas nos meios de comunicação acerca da prática de atos dessa natureza. 
Outrossim, pelas mesmas razões, importante ressaltar que essa questão tem sido enfrentada de forma 
abundante pelos nossos tribunais nas áreas cível, penal e também eleitoral. 
Como visto anteriormente, quando dos comentários ao princípio da moralidade administrativa, o termo 
improbidade administrativa indica desonestidade administrativa, razão pela qual se apresenta como uma 
imoralidade qualificada, uma vez que caracterizada pela presença do dolo, que surge dessa maneira como 
elemento comum a todas as hipóteses de improbidade previstas em lei com uma única exceção, que admite 
também a modalidade culposa. Esta será mais bem analisada um pouco mais adiante. Trata-se das hipóteses 
de improbidade que causam danos ao erário previstas no artigo 10 da Lei nº 8.429/92, tema já enfrentado 
em sucessivas oportunidades pelos nossos tribunais, em especial pelo STJ. 
Assim é que, no entendimento já consolidado no nível daquela corte, é inadmissível a responsabilidade 
objetiva na aplicação da Lei nº 8.429/92, exigindo-se a presença de dolo nos casos do arts. 9º e 11, e ao 
menos de culpa nos termos do art. 10, que censura os atos de improbidade por danos ao erário. 
Em que pese a importância atribuída ao tema, importante destacar que a Constituição Federal pouco se 
referiu a ele, limitando-se a previsões pontuais, deixando que a matéria ficasse na dependência da 
regulamentação por meio de lei, o que acabou por se verificar somente em 1992, com a edição da Lei nº 
8.429, que disciplinou a questão. 
Na referida lei, serão em sequência abordados itens relacionados às hipóteses configuradoras de 
improbidade; as ações previstas em nosso ordenamento jurídico para o combate de atos dessa natureza e 
ainda as questões relacionadas a sanções a serem aplicadas por aqueles que experimentarem condenação, 
e, por fim, os prazos de prescrição. 
Hipóteses previstas na Lei nº 8.429/1992 
Nesse particular, sobreleva notar que as hipóteses tipificadoras de improbidade administrativa foram 
disciplinadas pela Lei nº 8.429/92, que, inclusive, separou-as em três modalidades diversas, todas elas de 
caráter exemplificativo. 
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Com efeito, seria por demais presunçosa a intenção do legislador de procurar, por meio de prescrições legais, 
esgotar essa matéria, ainda mais diante das inúmeras variações que tem apresentado ultimamente. 
Assim é que, para melhor visualização, pode-se mencionar a presença de hipótese de improbidade em 
matéria eleitoral. 
Com efeito, a questão da improbidade administrativa mereceu também atenção da Constituição no campo 
eleitoral, a teor do disposto no art. 14, §9º, que abre a possibilidade de criação de outras hipóteses de 
inelegibilidade pelo legislador infraconstitucional, desde que respeitados os requisitos ali estabelecidos, vale 
dizer, que venham por meio de lei complementar e recaiam em uma das hipóteses ali relacionadas: para a 
preservação da probidade administrativa; da moralidade administrativa para o exercício do mandato, tendo 
em vista a vida pregressa do candidato e para assegurar a normalidade e a legitimidade das eleições contra 
abusos de poder econômico e político. 
Dentro desse contexto, a matéria encontra-se disciplinada no nível da Lei Complementar nº 64/90 (Lei das 
Ilegibilidades), com a redação que lhe foi oferecida pela Lei Complementar nº 135/2010, conhecida por Lei 
da Ficha Limpa. 
No nível da referida legislação, destaca-se a previsão estabelecida no art. 1º, inciso I, alínea l, que torna 
inelegíveis para qualquer cargo os que forem condenadosà suspensão dos direitos políticos, em decisão 
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade 
administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito. 
Percebe-se, pois, da leitura do dispositivo reproduzido que a prática de atos de improbidade administrativa, 
na modalidade dolosa, pode resultar em situação de inelegibilidade para a titularização de qualquer cargo 
público, desde que a decisão tenha sido proferida por órgão colegiado, mesmo que sem a configuração do 
trânsito em julgado. 
Referido dispositivo legal, portanto, excluiu a condição de inelegibilidade para os responsáveis pela prática 
de atos de improbidade na modalidade culposa. 
Outrossim, cumpre destacar que a Lei nº 9.504/97, que disciplina as eleições, estabeleceu em seu art. 73 
inúmeras condutas vedadas aos agentes públicos com o objetivo de assegurar igualdade de oportunidades 
entre os candidatos durante a campanha eleitoral, surgindo como exemplo a cessão de bens públicos, 
serviços públicos ou servidores para beneficiar determinada candidatura. O descumprimento dessa exigência 
também configura ato de improbidade administrativa, por desrespeito às regras previstas no art. 11 da Lei 
nº 8.429/92. 
Extensão das hipóteses de improbidade 
As hipóteses de improbidade administrativa, no que se refere a sua extensão, podem incidir quer quando o 
administrador faz o que não deveria (atos), quer para aquelas situações em que ele deixa de fazer o que 
deveria (omissões), respondendo o responsável quer por danos materiais, quer por danos morais, nesta 
última hipótese, em razão das variantes que apresenta, merecedora de alguns comentários específicos. 
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A importância deste item resulta de imprecisão estabelecida pelo legislador, em especial no art. 10, ao 
descrever os atos de improbidade causadores de danos ao erário sem discriminar se a prescrição se restringe 
tão somente aos danos materiais ou se poderia ser estendida também para os danos morais. 
Nesse particular, o STJ pacificou o entendimento segundo o qual não há vedação legal ao entendimento de 
que cabem danos morais em ações que discutam improbidade administrativa, seja pela frustração trazida 
pelo ato ímprobo na comunidade, seja pelo desprestígio efetivo causado a entidade pública que dificulte a 
ação estatal. 
Superada a questão quanto à natureza meramente exemplificativa das hipóteses de improbidade 
administrativa relacionadas na Lei nº 8.429/92, cumpre agora esclarecer ter o legislador utilizado como 
critério para agrupar as hipóteses positivadas na lei o da gravidade do ato praticado. 
Por força desse critério, foram elas divididas em atos de improbidade administrativa que importam em 
enriquecimento ilícito (art. 9º), causam prejuízo ao erário (art. 10) e, finalmente, atentam contra os princípios 
da Administração Pública (art. 11). 
ATENÇÃO: os atos de improbidade administrativa não são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição 
na esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure simultaneamente um ato de improbidade 
administrativa desta lei e um crime previsto na legislação penal, o que é comum no caso do artigo 9°, 
responderá o agente por ambos, nas duas esferas. 
Dos atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito 
O primeiro grupo de atos de improbidade, considerado pelo legislador como de maior gravidade, encontra-
se disciplinado no artigo 9º: constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito 
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, 
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente (...). 
A leitura do dispositivo reproduzido deixa clara a lista de requisitos a serem preenchidos para a configuração 
de um ato de improbidade dessa gravidade. 
Assim é que, em primeiro lugar, deve restar configurado um enriquecimento que seja ilícito, apresentando-
se dessa maneira a necessidade de caracterização de dolo. 
Em outras palavras, o simples enriquecimento não se revela suficiente para a configuração do ato de 
improbidade aqui descrito, uma vez que poderá ter se verificado de forma legítima. 
Não por outra razão, o legislador exige que esse enriquecimento, além de ilícito, resulte da titularização de 
um cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades integrantes da estrutura da Administração 
Pública. 
Como consequência, se o enriquecimento não decorreu do seu exercício, e em respeito aos limites 
estabelecidos pelo ordenamento jurídico, não se configura o ato de improbidade. 
Assim, por exemplo, se o agente público experimentou um enriquecimento resultante de recebimento de 
herança, ou de uma doação, legítimos, nenhuma razão para a sua condenação por atos dessa natureza. 
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De resto, exatamente para facilitar a fiscalização dessa variação patrimonial do agente público foi que o 
legislador prescreveu, no art. 13 da legislação de regência, a necessidade de apresentação de declaração de 
bens por ocasião da posse, que deverá ser renovada, periodicamente, até o momento de sua saída dos 
quadros da Administração, sob pena de demissão. 
Por fim, importante observar, ainda por força da redação do caput do art. 9º, que as inúmeras hipóteses de 
improbidade ali descritas revelam um elenco meramente exemplificativo, tendo em vista a expressão 
“especialmente” utilizada pelo legislador. 
Entre as hipóteses ali relacionadas, pode-se mencionar, a título de exemplificação, a utilização, em obra ou 
serviço particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos (art. 9º, IV); aceitar emprego, comissão ou 
exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse 
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, 
durante a atividade (art. 9º, VIII); perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de 
verba pública de qualquer natureza (art. 9º, IX). 
Como mencionado, essa relação de situações descrita pelo legislador representa meros exemplos, não 
excluindo, assim, a possibilidade de caracterização de atos de improbidade em outras circunstâncias. 
Por fim, importante anotar que, configurado o enriquecimento ilícito, o responsável perderá todos os bens 
ou valores acrescidos por força desse ato desonesto. 
Dos atos de improbidade que importam em danos ao erário 
Seguindo pelo mesmo critério, apresentam-se, agora, os atos de improbidade que causam danos ao erário, 
considerados pelo legislador como de gravidade intermediária. Encontram-se eles relacionados no art. 10: 
constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou 
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou 
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente (...). 
O dispositivo reproduzido demonstra, de forma inequívoca, os requisitos necessários para a configuração de 
ato de improbidade dessa natureza, a começar pela necessidade de caracterização de lesão ao erário. 
Portanto, sem a configuração dessa lesão não se pode cogitar de responsabilização por atos dessa natureza, 
resulte ela de ato ou omissão. 
Em outras palavras, a lesão ao erário poderá se caracterizar tanto como resultadode um ato praticado pelo 
administrador como por uma omissão, quando deixa de fazer o que deveria, resultando em prejuízo para os 
cofres públicos. 
Nesse contexto, importante destacar uma vez mais que, se por um lado a configuração de atos de 
improbidade administrativa depende da caracterização de dolo, admite-se, aqui, uma relativização na 
modalidade culposa, como já visto no início deste capítulo. Nesse sentido, oportuna a reprodução do art. 5º 
da Lei nº 8.429/92, uma vez que encerra qualquer dúvida que pudesse subsistir a esse respeito: Ocorrendo 
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o 
integral ressarcimento do dano. 
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Dentro desse contexto, importante registrar que, nada obstante a prescrição estabelecida nesse dispositivo, 
nossos tribunais têm exigido ao menos a caracterização de culpa grave para a configuração de um ato de 
improbidade administrativa, para que sobre o administrador inábil ou incompetente não incidam as 
rigorosas penalidades estabelecidas tanto pela Constituição quanto pela Lei de Regência, como visto no item 
anterior. 
Merecem destaque, dentre as hipóteses alinhadas no art. 10, que se entende configurada a improbidade 
quando o agente público permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bens, por preço inferior ao 
de mercado (inciso IV); ou ainda aquela em que ele permite ou facilita a aquisição, permuta ou locação de 
bens e serviços por preço superior ao de mercado (inciso V), hipótese conhecida como superfaturamento; a 
viabilização de operações financeiras de forma ilegal (inciso VI); a frustração da licitude de um processo 
licitatório ou sua dispensa indevida (inciso VIII). 
Nesse particular, importante consignar a inclusão, pela Lei Complementar nº 157, de 29 de dezembro de 
2016, do art. 10-A, que disciplina como ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para 
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário, implicando a condenação em perda de 
função; suspensão de direitos políticos de 5 a 8 anos, e multa civil de até 3 vezes o valor do benefício 
financeiro ou tributário concedido. 
De outra parte, resulta cristalina a ideia segundo a qual necessária a configuração de dano efetivo ao erário 
para que o ato de improbidade se materialize. 
Dos atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração 
No artigo 11 encontram-se relacionados os atos de improbidade de menor gravidade, vale dizer, aqueles que 
implicam agressão aos princípios da Administração: constitui ato de improbidade administrativa que atenta 
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...). 
A leitura do dispositivo reproduzido demonstra que, contrariamente ao que se verificou no artigo anterior, 
admite-se, aqui, tão somente a modalidade dolosa para a configuração do ato de improbidade 
administrativa, conforme o entendimento já pacificado no nível do STJ, segundo o qual os atos relacionados 
nesse dispositivo necessitam apenas da configuração de dolo genérico, não sendo necessária a comprovação 
de dolo específico. 
Diante desse cenário, merecem destaque as hipóteses previstas nos incisos IV, V e VII, a seguir reproduzidos: 
negar publicidade aos atos oficiais; frustrar a licitude de concurso público; revelar ou permitir que chegue ao 
conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz 
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
A negativa de publicidade a atos oficiais resulta em descumprimento do princípio da publicidade, previsto 
no caput do art. 37 da Constituição, no art. 5º, XXXIII, ainda da Lei Maior, e também no disposto na Lei nº 
12.527/2011, que regula o acesso a informações. 
De outra parte, a frustração à licitude de concurso público implica descumprimento à regra estabelecida no 
art. 37, II, da CF, que obriga a Administração a selecionar os candidatos mais eficientes para os cargos e 
empregos dentro de sua estrutura. 
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Por derradeiro, o oferecimento de informações privilegiadas, hipótese prevista no inciso VII, implica a 
realização de ato de desonestidade administrativa, em clara afronta ao princípio da moralidade. 
1.2 - DIREITO CONSTITUCIONAL 
Estamos na 6ª rodada de Delegado da PF reta final. O edital (2021) do concurso prevê os seguintes tópicos 
no conteúdo programático de Direito Constitucional: 
2.3 Normas constitucionais. 
5.3 Direitos sociais, nacionalidade, cidadania e direitos políticos. 
Vejamos alguns temas relacionados aos tópicos acima: 
1.2.1 - Direitos Políticos 
São direitos que versam sobre o exercício da soberania popular. 
Direito Políticos positivos e negativos (José Afonso da Silva) 
a. Positivos: 
Normas que asseguram o direito de participação no processo político. 
I. Capacidade eleitoral ativa 
 
Capacidade de votar (escolher um representante) 
o Direito de votar: 
- Voto obrigatório todos os cidadãos, em regra. 
Obs.: O voto obrigatório NÃO é cláusula pétrea. 
- Voto facultativo: 
• Analfabeto. 
• Maiores de 70 anos. 
• Pessoas com idade entre 16 e 18 anos. 
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Art. 14, da CF/88: 
(...) 
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, os conscritos. 
II. Capacidade eleitoral passiva: 
 
Capacidade de ser votado. 
É o direito de concorrer aos cargos eletivos. 
 
Para adquirir capacidade eleitoral passiva, deve-se atender às condições de elegibilidade: 
• Nacionalidade brasileira. 
• Exercício dos direitos políticos. 
• Alistamento eleitoral. 
• Domicílio eleitoral na circunscrição. 
• Filiação partidária. 
• Idade mínima de acordo com o cargo. 
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Art. 14, da CF/88, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - a filiação partidária; Regulamento 
VI - a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito 
e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
b. Negativos 
Normas que privam o indivíduo dos direitos políticos positivos. 
Inelegibilidade:

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