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Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital Autor: Vanessa Brito Arns Aula 10 3 de Março de 2021 92844218458 - Diego Souza Novaes Sumário Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 2 Mar. ....................................................................................................................................................... 2 1. Domínio público internacional. Mar. ........................................................................................... 2 1.1. Fontes do Direito do Mar ........................................................................................................... 4 1.2 Faixas de Mar .............................................................................................................................. 5 Tais medidas podem ser assim resumidas: ...................................................................................................................... 9 2. Rios internacionais ...................................................................................................................... 16 Ar. ........................................................................................................................................................ 17 1. Domínio público internacional. Espaço aéreo. ............................................................................ 17 2. As Aeronaves ............................................................................................................................... 20 3. Espaço Extra-atmosférico ............................................................................................................ 24 Legislação e Jurisprudência Destacadas ............................................................................................. 26 LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993. ........................................................................................ 26 Convenção de Chicago - DECRETO Nº 21.713, DE 27 DE AGOSTO DE 1946. .................................. 29 Tratado sobre Exploração e Uso do Espaço Cósmico- DECRETO Nº 64.362, DE 17 DE ABRIL DE 1969 ................................................................................................................................................. 54 DECRETO Nº 1.413, DE 7 DE MARÇO DE 1995. ............................................................................... 59 DECRE ............................................................................................................................................... 59 Resumo - Mar. ..................................................................................................................................... 61 Resumo - Espaço Aéreo. ..................................................................................................................... 72 Considerações Finais ........................................................................................................................... 82 Questões Comentadas ........................................................................................................................ 82 Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS Na aula de hoje vamos continuar os estudos da disciplina de Direito Internacional. Vejamos os tópicos específicos do edital que serão abordados em aula: Direito do mar. Direito internacional da navegação marítima e da navegação aérea. Domínio público internacional: mar; águas interiores; mar territorial; zona contígua; zona econômica; plataforma continental; altomar; rios internacionais; espaço aéreo; normas convencionais; nacionalidade das aeronaves; espaço extra-atmosférico. Estou à disposição se surgirem dúvidas! Boa aula! MAR. 1. DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL. MAR. No fim da Idade Média, segundo Dinh, Daillier e Pellet, e durante o Renascimento, as grandes potências marítimas almejaram exercer jurisdição “sobre algumas porções de mar em nome seja da contiguidade (Inglaterra) seja do seu controle efetivo (Gênova sobre o mar Tirreno, Veneza sobre o Adriático) seja por um título pontifical (Espanha e Portugal - Bula Inter coetera de 1493)” Essas pretensões sofreram oposição de outras potências. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 3 Nesse contexto, travou-se a famosa “batalha dos livros”, que opôs o inglês Selden ao holandês Hugo Grotius, defensor da liberdade dos mares. Esta venceu e influenciou sobremaneira o direito consuetudinário. A partir de meados do século XIX, as regras consuetudinárias começaram a ser codificadas, como foi exemplo a Declaração de Paris de 1856 sobre a guerra marítima, com suas regras detalhadas em seguida com a segunda Conferência de Haia em 1907. Conforme bem ensina Valerio Mazzuoli: “As partes líquidas da Terra ocupam cerca de três quartos de sua superfície, que correspondem a mais de trezentos milhões de quilômetros quadrados de água. Foi nos mares que a humanidade encontrou o rumo do desenvolvimento e do progresso em todas as suas vertentes” Foi, contudo, somente no século XX, no pós-Segunda Guerra Mundial, com a multiplicação dos organismos internacionais, que os mais importantes tratados sobre o mar foram celebrados, como aquele que estabeleceu a Organização Marítima Internacional (OMI), instituição especializada da ONU, cuja sede fica em Londres Em 1958, ocorreu a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o que originou quatro convenções: 1. convenção sobre o mar territorial e a zona contígua; 2. convenção sobre o alto mar; 3. convenção sobre pesca e conservação dos recursos vivos do alto mar; 4. convenção sobre plataforma continental. Segundo Francisco Rezek “Sucede que esses quatro textos - cuja aceitação não chegou a ser generalizada - produziram-se no limiar de uma era marcada pelo questionamento das velhas normas e princípios: os oceanos já não representavam apenas uma via de comunicação navegatória, própria para alguma pesca e algumas guerras. O fator econômico, tanto mais relevante quanto enfatizado pelo progresso técnico, haveria de dominar o enfoque do direito do mar nos tempos modernos” (Direito internacional público: curso elementar. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 303). A visão de Francisco Rezek ilustra o cenário da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que concluiu seus trabalhos em 1982, em Montego Bay, na Jamaica. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 4 A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, ou Convenção de Montego Bay, entrou em vigor em 1994. O Brasil ratificou a Convenção em 1988. O objetivo era promover a progressiva codificação do direito do mar. A Convenção de Montego Bay (1982) definiu o regime jurídico aplicável ao mar territorial, zona contígua, zona econômica exclusiva, plataforma continental, águas interiores e alto- mar. Além disso, a Convenção reconheceu os direitos dos Estados costeiros e dos Estados sem litoral. Sobre os Estados sem litoral, é importante mencionar que estes têm o direito de acesso ao mar e, ainda, o direito a participar, numa base equitativa, no aproveitamento de uma parte apropriada dos excedentes dos recursos vivos das zonas económicos exclusivas dos Estados costeiros da mesma sub-regiãoou região. Convém ressaltar que o Direito Internacional do Mar diz respeito não apenas à água que o compõe, mas também ao seu solo e subsolo e, mesmo para alguns aspectos, ao espaço aéreo sobrejacente. Outro ponto importante a esclarecer é que, de acordo com Rezek, “o Direito do Mar aplica-se menos aos espaços enquanto tais, do que às atividades que nele se desenrolam” Sendo assim, deve-se atentar para os engenhos utilizados nessas atividades. ATENÇÃO! Devem-se separar os navios em duas categorias: os navios mercantes - quase sempre privados, mas que podem ser públicos - e os navios de guerra Os navios de guerra encontram-se a todo momento sob a jurisdição do Estado de origem, tendo imunidade mesmo quando em trânsito por mares territoriais alheios, ou ancorados em portos estrangeiros. Ainda de acordo com Rezek, “Igual privilégio reconhece o costume internacional às embarcações pertencentes ao Estado e usadas para fins não comerciais, qual um navio de representação”. No que tange aos navios comerciais, públicos ou privados, seu regime depende do espaço onde se encontrem. 1.1. FONTES DO DIREITO DO MAR Fontes do direito do mar O Direito do Mar possui regras de origens variadas. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 5 Sobre o assunto, ensinam Dinh, Daillier e Pellet: “Inicialmente de origem consuetudinária ele foi objeto, desde meados do século, de uma profusão de tratados e a atividade convencional ainda se acentuou consideravelmente desde há uma quinzena de anos. Se bem que esta classificação não seja de um total rigor científico, estas convenções podem ser divididas em duas categorias: umas muito numerosas, versam sobre zonas ou problemas particulares (poluição, segurança, conservação de determinadas espécies etc.), as outras pretendem codificar o Direito do Mar no seu conjunto ou ramos importantes deste (convenções de 1958 e de 1982) Pode-se afirmar que são fontes de Direito do Mar os tratados e os costumes, além dos princípios gerais de direito. 1.2 FAIXAS DE MAR 1. Águas Interiores As águas interiores representam uma ficção jurídica que corresponde aos portos, às baías, às enseadas, aos recortes acentuados das costas (fiordes), bem como ao solo, ao subsolo e ao espaço aéreo dessas zonas. O conceito de águas interiores está no art. 8º, § 1º, da Convenção de Montego Bay, segundo o qual “as águas situadas no interior da linha de base do mar territorial fazem parte das águas interiores do Estado”. Ou seja, é a porção do mar adjacente ao mar territorial, cuja divisão é feita pela linha de base. Por isso, não se reconhece a navegação estrangeira de qualquer Estado o “direito de passagem inocente” nessas águas internas. Importante! Nas águas interiores, o Estado exerce soberania ilimitada. Não se permite, por exemplo, livre acesso aos portos, seja por embarcações mercantes, seja por navios de guerra. É necessária uma autorização, sendo que esta deve ser dada em caráter duradouro quando há linhas regulares de passageiros ou de carga. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 6 A autorização pode constar expressamente de tratado com base em concessão mútua a todos os navios mercantes que tenham o pavilhão dos Estados que celebraram o tratado. 2. Mar Territorial: A soberania estatal não está limitada ao seu território e às suas águas interiores. Ela alcança também o mar territorial e o espaço aéreo a ele sobrejacente, assim como o leito e o subsolo do mar território. O regime jurídico do mar territorial – também chamado de mar jurisdicional, mar nacional ou mar litoral – vem sendo debatido ao longo de vários anos pela doutrina e por conferências internacionais, tendo sobre ele sido formuladas inúmeras proposições desde então. Atualmente, o mar territorial encontra-se regulado no art. 2º da Convenção de Montego Bay, que assim estabelece: “Art. 2. Regime jurídico do mar territorial, seu espaço aéreo sobrejacente, leito e subsolo. 1. A soberania do Estado costeiro estende-se além do seu território e das suas águas interiores e, no caso de Estado arquipélago, das suas águas arquipelágicas, a uma zona de mar adjacente designada pelo nome de mar territorial. 2. Esta soberania estende-se ao espaço aéreo sobrejacente ao mar territorial, bem como ao leito e ao subsolo deste mar. 3. A soberania sobre o mar territorial é exercida de conformidade com a presente Convenção e as demais normas de direito internacional.” O mar territorial pode, então, ser conceituado como a faixa marítima que banha o litoral de um Estado e onde, até um limite prefixado, o mesmo exerce sua jurisdição e competência. Trata-se de uma zona intermediária entre o altomar e a terra firme (de domínio exclusivo do Estado costeiro), cuja existência encontra-se justificada pela necessidade de segurança, conservação e defesa do Estado ribeirinho, bem como por motivos econômicos (navegação, cabotagem, pesca etc.) e, ainda, de polícia aduaneira e fiscal O mar territorial é, portanto, uma área adjacente à costa terrestre, em relação à qual o Estado costeiro possui soberania. Pela Convenção de Montego Bay, todo Estado tem o direito de fixar a largura do seu mar territorial até um limite que não ultrapasse 12 milhas marítimas contadas a partir de linhas de base definidas na convenção. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 7 Mas o que são “linhas de base”? Linha de base é a linha da baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas cartas marítimas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro. Em outras palavras, a linha de base é a linha da maré baixa. O mar territorial compreende o espaço de até 12 milhas marítimas contadas a partir da linha da maré baixa. O limite exterior do mar territorial é definido por uma linha em que cada um dos pontos fica a uma distância do ponto mais próximo da linha de base igual à largura do mar territorial. Problema surge para delimitar o mar territorial entre Estados com costas adjacentes ou situadas frente a frente. Imaginando dois Estados com costas frente a frente, você pode perceber que, em alguns casos, seria inviável que cada um deles tivesse um mar territorial de 12 milhas marítimas. Para isso, seria necessário que a distância marítima entre eles fosse de, pelo menos, 24 milhas marítimas. Mas e se eles forem mais próximos do que isso? Para resolver o dilema, aplica-se o critério da equidistância. Salvo acordo entre os Estados, nenhum deles terá o direito de estender seu mar territorial para além da linha mediana cujos pontos são equidistantes dos pontos mais próximos das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial de cada um desses Estados. Para efeitos de delimitação do mar territorial, as instalações portuárias permanentes ao longo da costa que sejam parte integrante do sistema portuário são consideradas como fazendo parte da costa. As instalações marítimas situadas ao largo da costa e as ilhas artificiais não são consideradas instalações portuárias permanentes. Os ancoradouros utilizados habitualmente para carga, descarga e fundeio de navios, os quais estariam normalmente situados, inteira ou parcialmente, fora do traçado geral do limite exterior do mar territorial, são considerados como fazendo parte do mar territorial. No mar territorial, os navios de qualquer Estado, costeiro ou sem litoral, gozarão do direito de passagem inocente. Entende-se por passagem inocente aquela que não seja prejudicial àpaz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro. No mar territorial, os submarinos e quaisquer outros veículos submersíveis devem navegar à superfície e arvorar a sua bandeira. Destaque-se que o Estado costeiro poderá adotar leis e regulamentos relativos à passagem inocente pelo seu mar territorial. Daí não se poder afirmar que o direito de passagem inocente limita a soberania estatal sobre o seu mar territorial. Segundo Mazzuoli: Frise-se que o direito de passagem inocente diz respeito às águas do mar territorial do Estado, e não às extensões de soberania dessa faixa de água, que abrange o solo e o subsolo situados sob ela e o espaço atmosférico respectivo. É princípio correntemente Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 8 aceito que o direito de passagem inocente não vigora na faixa de espaço atmosférico, mesmo que situada sobre o mar territorial do Estado. ATENÇÃO! O direito de passagem inocente não vigora na faixa de espaço atmosférico 3. Zona Contígua: Entende-se por zona contígua, de acordo com Mazzuoli, a faixa de alto-mar que se inicia imediatamente após o limite exterior do mar territorial e, em princípio, de mesma largura, sobre a qual o Estado costeiro tem o direito de tomar as medidas de fiscalização que julgar convenientes na defesa de seu território, exercendo o necessário controle no sentido de prevenir ou punir infrações aos seus regulamentos aduaneiros, fiscais, sanitários, de imigração e de segurança, quer tenham sido tais infrações cometidas em seu domínio terrestre ou no mar territorial. A zona contígua é uma área adjacente ao mar territorial, na qual o Estado costeiro pode tomar as medidas de fiscalização necessárias para: i) evitar as infrações às leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários no seu território ou no seu mar territorial; ii) reprimir as infrações às leis e regulamentos no seu território ou no seu mar territorial. Como se vê, na zona contígua, o Estado costeiro exerce apenas direitos de fiscalização. A zona contígua não pode estender-se além de 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Perceba que a zona contígua não se sobrepõe ao mar territorial. Na verdade, ela começa no ponto em que termina o mar territorial. Assim, a extensão da zona contígua será de até 12 milhas marítimas contadas a partir do limite exterior do mar territorial. De acordo com Mazzuoli, a natureza jurídica da zona contígua não se confunde com a do mar territorial. É a zona contígua uma parte ou faixa do alto-mar adjacente às águas territoriais. Ela pertence, portanto, ao alto-mar, diferentemente do que ocorre com o mar territorial, que é parte do “território submerso” do Estado (e em relação ao qual este exerce a plenitude de sua soberania). 46 Em sua faixa o Estado exerce três tipos de competências: a) aduaneira e fiscal (prevenindo ou punindo infrações e fraudes aos seus regulamentos); b) segurança (em seus múltiplos aspectos, como saúde, navegação e interesse militar) e; c) conservação e exploração das riquezas animais e minerais. 4. Zona Econômica Exclusiva (ZEE): Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 9 A zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar territorial e a este adjacente. Nela, o Estado costeiro tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento econômico. Segundo o art. 56 da Convenção de Montego Bay: “Na zona econômica exclusiva, o Estado costeiro tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo e no que se refere a outras atividades com vista à exploração e aproveitamento da zona para fins econômicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos.” Ademais, na zona econômica exclusiva o Estado costeiro tem exclusividade na colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas; investigação científica marinha e ; proteção e preservação do meio marinho.” A zona econômica exclusiva não se estenderá além de 200 milhas marítimas contadas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Assim, considerando que a zona econômica exclusiva é adjacente ao mar territorial, não se sobrepondo a este, ela terá uma extensão máxima de 188 milhas marítimas. Dessa maneira, começando a contar das linhas de base (linhas de baixa-mar), a zona econômica exclusiva chega até 200 milhas marítimas. Entretanto, o tamanho da ZEE é de 188 milhas marítimas. Cuidado com isso na prova! Na zona econômica exclusiva, todos os Estados (quer sejam costeiros ou sem litoral) gozam das liberdades de navegação e sobrevôo e de colocação de cabos e dutos submarinos, bem como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de navios, aeronaves e cabos e dutos submarinos. Dentre os deveres do Estado costeiro na zona econômica exclusiva encontra-se o de permitir a liberdade de navegação para os Estados sem litoral e para outros interessados, sendo obrigado ainda a tomar todas as medidas necessárias para a manutenção dos recursos vivos. Tais medidas podem ser assim resumidas: • determinar o nível optimum de captura dos recursos vivos, a fim de se evitar excessos; • realizar ou permitir a realização desta por empresas privadas até este nível; • permitir para Estados geograficamente desfavorecidos e sem litoral que procedam à captura restante, caso o Estado costeiro não a realize; e • não poluir e não permitir que se poluam as águas da zona econômica exclusiva, seja por embarcações nacionais ou estrangeiras Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 10 5. Plataforma Continental O mar é uma imensa fonte de riquezas minerais, o que torna importante a discussão acerca da plataforma continental. Com efeito, o Estado costeiro tem direitos de soberania exclusivos sobre a plataforma continental para efeitos de exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais. A exclusividade desse direito de exploração e aproveitamento de recursos tem como consequência o fato de que se o Estado costeiro não explorar a plataforma continental ou não aproveitar seus recursos, ninguém mais poderá fazê-lo, salvo com o consentimento desse Estado. Mas até onde vai a plataforma continental? Segundo o art. 76 da Convenção de Montego Bay, a plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Para entendê-la perfeitamente, é necessário compreender o que seria “bordo exterior da margem continental”. A margem continental compreende o prolongamento submerso da massa terrestre do Estado costeiro e é constituída pelo leito e subsolo da plataforma continental, pelo talude e pela elevação continentais. Se fosse possível sair pela praia caminhando rumo ao fundo do mar, você veria que, em determinado momento, lá na frente mesmo, haveria uma abrupta depressão. Esse seria o ponto em que a massa terrestre do Estadocosteiro termina, dando lugar às profundezas marítimas. Trata-se do bordo exterior da margem continental, que é até onde se estende a plataforma continental de um Estado. Destaque-se que a plataforma continental não poderá se estender para além de 350 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base (linhas de baixa-mar). Caso o bordo exterior da margem continental não chegue a 200 milhas marítimas contadas das linhas de base, a plataforma continental se estenderá até essas 200 milhas marítimas. Segundo a Convenção de Montego Bay, o Estado costeiro deve traçar o limite exterior da sua plataforma continental, quando esta se estender além de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Assim, verifica-se que uma plataforma continental cuja extensão ultrapasse as 200 milhas marítimas é situação excepcional. Em regra, o limite exterior da plataforma continental coincide com o da zona econômica exclusiva (200 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base). O Brasil realizou estudos acerca da sua plataforma continental e constatou que, em diversos pontos de nosso literal, o bordo exterior da margem continental prolonga-se além das 200 milhas marítimas. Já tendo apresentado à ONU a proposta de extensão da plataforma continental, o Brasil Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 11 apenas aguarda a decisão daquela organização internacional (seu pleito ainda não foi reconhecido!). Caso a decisão seja positiva, o território marítimo brasileiro irá aumentar bastante e, com isso, as riquezas minerais sob o domínio do País. Nessa imensa área, estão as maiores reservas de petróleo e gás, fontes de energia imprescindíveis para o desenvolvimento do Brasil, além da existência de potencial pesqueiro. Essa enorme área, pela enorme quantidade de riquezas que possui, ficou conhecida como Amazônia Azul. 6. Alto Mar A Convenção de Montego Bay conceitua alto mar como sendo as partes do mar não incluídas na zona económica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um Estado. O alto mar está aberto a todos os Estados, quer eles sejam Estados costeiros ou sem litoral. Aplica- se, aqui, o princípio da liberdade de alto mar, que implica: • Liberdade de navegação; • Liberdade de sobrevoo; • Liberdade de colocar cabos e ductos submarinos • Liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações permitidas pelo direito internacional • Liberdade de pesca • Liberdade de investigação científica O alto mar será utilizado para fins pacíficos e um Estado não pode legitimamente pretender submeter qualquer parte do alto mar à sua soberania. Trata-se de região de domínio público internacional, considerada patrimônio comum da humanidade. Assim, o regime jurídico do alto mar é considerado, na atualidade, como res communis. A Convenção de Montego Bay designa por “Área” o leito do mar, os fundos marinhos e o seu subsolo além dos limites da jurisdição nacional. A administração da “Área” compete a uma entidade criada pela Convenção de Montego Bay: a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos. O alto mar deve ser utilizado para fins pacíficos — norma coerente com a proibição formal da guerra, que data pelo menos de 1945 — e no exercício de suas liberdades cada Estado se obriga a levar em conta os interesses dos demais. A todos se impõe que colaborem na conservação dos recursos vivos do alto mar, bem como na repressão do tráfico de escravos, do trânsito e comércio ilícito de drogas, da pirataria e das transmissões não autorizadas a partir do oceano. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 12 Pirataria é o saque, depredação ou apresamento de navio ou aeronave, em geral mediante violência, e para fins privados . A caracterização da pirataria não exige que o navio que a realiza seja apátrida — e arvore, como outrora, o distintivo do crânio e das duas tíbias em branco sobre fundo negro —: nela podem incorrer navios mercantes dotados de nacionalidade, e até mesmo navios de guerra degenerados por motim a bordo. Transmissão não autorizada é a geração de programas radiofônicos e televisivos dirigidos, do alto mar, ao público em geral, sem que Estado algum tenha a emissora sob registro e receba de seus exploradores algum tributo. As naus de guerra de qualquer pavilhão podem apresar, em alto mar, embarcações piratas, para que sobre elas seu Estado de origem exerça jurisdição. No caso das transmissões clandestinas, a jurisdição e a competência para o apresamento em alto mar recaem sobre os Estados relacionados por vínculo patrial com o navio infrator ou seus responsáveis, e ainda sobre os Estados cujo território recebe as transmissões ou sofre sua interferência. Disciplina da navegação. A Convenção de 1982, no que se refere à nacionalidade dos navios, pretende condenar os chamados “pavilhões facilitários” ou de complacência (Libéria, Panamá, Chipre), ao dizer que deve haver sempre um vínculo substancial entre o Estado e o navio que arvora sua bandeira. Presume-se que em alto mar todo navio se encontra sob a jurisdição do seu Estado patrial, e os navios de guerra podem exercer autoridade sobre navios mercantes de igual bandeira. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 13 Fonte: Marinha do Brasil Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 14 7. Estreitos e Canais Para Rezek, o estreito é o corredor cujas águas integram o mar territorial de um ou mais Estados, assegurando a comunicação entre espaços de alto mar ou zona econômica exclusiva, com particular interesse para a navegação internacional; “sem haver trazido maiores inovações ao direito costumeiro, a Convenção de 1982 garante aos estreitos o direito de passagem em trânsito a navios e aeronaves, civis ou militares, de qualquer bandeira” Exemplos de estreitos são Gibraltar - envolvendo águas territoriais marroquinas, espanholas e britânicas - e Magalhães, que liga, no extremo sul da América, o Atlântico ao Pacífico. Diferentemente dos estreitos, os canais não são obra da natureza. Os canais são corredores que facilitam o trânsito entre dois espaços marítimos. O regime jurídico dos canais deve ser, em princípio, elaborado pela soberania que assumiu o empreendimento de construí-lo em seu território. Os dois canais mais importantes do mundo, o de Suez e o do Panamá, foram construídos no território de países impossibilitados de arcar com o custo do empreendimento. Por isso, houve a influência de outros países na edição de regime jurídico internacionalizado, em bases convencionais. Rezek: Os mais notórios estreitos internacionais são Gibraltar, que liga o Atlântico ao Mediterrâneo e envolve águas territoriais marroquinas, espanholas e britânicas (por conta de uma encrava colonial); Magalhães, que liga no extremo sul da América o Atlântico ao Pacífico, tocando o Chile e a Argentina; os estreitos dinamarqueses Sund, Belt e Grand Belt, vias alternativas de passagem do mar do Norte ao Báltico; e os estreitos turcos, Bósforo e Dardanelos, que dão acesso do mar Negro ao Mediterrâneo. Sobre todos esses estreitos editaram-se, no passado, convenções e atos unilaterais de conteúdo semelhante: dispõem sobre a liberdade indiscriminada de passagem em tempo de paz, e — o que era próprio da época — referem-se também ao tempo deguerra, conferindo neste caso alguns poderes extraordinários ao Estado costeiro. Canais: regimes singulares. Os canais também são corredores que facilitam o trânsito entre dois espaços marítimos, porém não constituem obra da natureza. Daí a assertiva de que o regime jurídico de todo canal que tenha Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 15 interesse para a navegação internacional há de ser, em princípio, ditado por aquela soberania que assumiu o empreendimento de construí-lo em seu próprio território. •Soberania ilimitada do Estado. Compreendem portos, baías etc. Não há direito de passagem inocente. Ficção jurídica que diz respeito à porção do mar que está aquém da linha de base, a partir da qual começa o mar territorial. Águas Interiores •extensão de 12 milhas marítimas. Soberania quase ilimitada em razão do direito de passagem inocente de navios mercantes e de guerra. Atenção para o fato de o direito de passagem inocente não vigorar na faixa de espaço atmosférica. Mar Territorial •Doze milhas marítimas adjacentes ao mar territorial. Na zona contígua, o Estado exerce três tipos de competência: aduaneira e fiscal; segurança (saúde, interesse militar etc.); conservação e exploração das riquezas animais e minerais. Zona Contígua •representa a área marítima situada além do mar territorial e adjacente a ele, com limite máximo de 188 milhas marítimas. Na zona econômica exclusiva (ZEE), o Estado pode exercer o chamado “direito de soberania”, principalmente sobre os recursos naturais vivos e não vivos Zona Econômica Exclusiva •a Convenção de 1982 estabelece que a plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estender der além do seu mar territorial e ao longo de todo o prolongamento natural de seu território até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas. Em alguns casos, a plataforma continental poderá ser estendida a 350 milhas marítimas. Plataforma Continental •de especial interesse para a navegação comercial, pois servem de ligação entre mares e oceanos. Enquanto o primeiro é natural, o segundo é obra antrópica. Estreito e Canal Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 16 2. RIOS INTERNACIONAIS 1. Rios Internacionais Os rios internacionais são aqueles que banham mais de um Estado soberano, podendo ser classificados em dois tipos: rios limítrofes (aqueles que marcam a fronteira entre dois Estados) e rios de curso sucessivo (aqueles que cruzam Estados). Rezek explica que o regime jurídico dos rios internacionais é dominado pela casuística, ou seja, não há princípios aplicáveis aos rios internacionais que sejam dotados de generalidade. O que se percebe é a existência de alguns tratados de abrangência limitada. Segundo Varella Rio internacional é todo curso d’água que banha mais de um Estado soberano. Uma distinção preliminar costuma fazer-se entre os rios limítrofes (ou contíguos, ou de fronteira) e os rios de curso sucessivo. Contudo, os mais importantes rios internacionais, em sua maioria, ostentam as duas características. Mesmo o Amazonas, que é predominantemente um rio de curso sucessivo, banhando pelos dois flancos o território peruano, e depois o território brasileiro, serve de rio limítrofe entre Peru e Colômbia — ainda sob o nome de Marañon — numa pequena extensão da fronteira, antes de entrar definitivamente no Brasil. No Reno predomina o aspecto limítrofe, mas não falta a sucessividade em sua parte baixa. O Danúbio alterna, com certo equilíbrio, o curso sucessivo e a função de fronteira, banhando um total de dez países europeus. No âmbito europeu, a Convenção de Barcelona (1921) enuncia como princípios aplicáveis aos rios internacionais o da liberdade de navegação e o da igualdade no tratamento de terceiros. No continente americano, não se pode dizer que o princípio da liberdade de navegação para terceiros (Estados não banhados) seja aceito. As principais bacias hidrográficas da América do Sul são a Bacia do Prata e a Bacia do Amazonas. Cada uma delas é objeto de um tratado específico. Em razão desses tratados, os principais rios internacionais da América do Sul (Paraná, Paraguai e Uruguai) estão abertos à navegação comercial, em bases não-discriminatórias. No caso do Rio Amazonas, ele está aberto à navegação desde 1966, em razão de decreto imperial. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 17 AR. 1. DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL. ESPAÇO AÉREO. Nota: essa é a coruja mais apropriada para esta aula! Durante muito tempo o espaço aéreo (nem se diga o espaço extra-atmosférico) ficou à margem do estudo do Direito Internacional Público. De fato, durante longo tempo este último foi considerado um direito apenas bidimensional, em que as questões que o ocupavam não ultrapassavam os limites vinculados aos domínios terrestre e marítimo. Segundo Mazzuoli, Atualmente, não há qualquer dúvida sobre ser o espaço aéreo estatal (dentro de certos limites) uma extensão dos direitos soberanos do Estado, a ponto de a CIJ ter expressamente referido, no caso das Atividades Militares e Paramilitares na Nicarágua, que “o princípio de respeito pela soberania territorial também é infringido diretamente pelo sobrevoo não autorizado do território de um Estado por uma aeronave pertencente ao governo de outro Estado ou sob o seu controle”. O primeiro instrumento internacional a cuidar do espaço aéreo (e a reger a aviação civil) foi a Convenção de Paris (Convention portant Réglementation de la Navigation Aérienne) de 1919, celebrada finda a Primeira Guerra Mundial, que adotou a teoria segundo a qual o Estado exerce soberania completa e exclusiva sobre o espaço atmosférico acima do seu território, sem prejuízo, entretanto, do direito de passagem inocente das aeronaves de outros Estados (art. 1º) Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 18 Em 1944, a Convenção da Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago) – a qual não se aplica, contudo, às aeronaves de Estado, como, v.ġ., os aviões militares 4 – retomou a mesma tese da soberania absoluta sobre o espaço aéreo acima do território do Estado, fazendo com que a sua utilização por outras nações ficasse na dependência de autorização prévia do Estado que possui soberania na região sobrevoada (art. 6º) Segundo Varella: Porém, o sistema da Convenção de Chicago – explica Malcolm Shaw – ficou, em certa medida, desgastado como meio de regulamentação do transporte aéreo internacional pela multiplicação dos acordos bilaterais entre Estados destinados à mesma finalidade. Certo é que com o desenvolvimento tecnológico da ciência aeronáutica e com a ida do homem ao espaço, a atenção dos juristas a respeito do ar e do sistema que deve prevalecer relativamente ao poder do Estado nesse âmbito passou a revelar-se cada vez mais. Como decorrência disso, então, nasceu a necessidade de limitação do espaço aéreo, no que tange aos interesses estatais em sua exploração. Nesse sentido, a Assembleia-Geral da ONU, em 1963, adotou o primeiro documento internacional sobe a regulamentação da matéria: a Declaração dos Princípios Jurídicos Reguladores das atividades dos Estados na Exploração e uso do Espaço Cósmico. E nessa Declaração ficou estabelecido que: “O espaço cósmico e os corpos celestesestão abertos à exploração e uso por todos os Estados, na base da igualdade e de acordo com o Direito Internacional”. Os princípios desta Declaração da ONU incorporaram-se no Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e demais Corpos Celestes, de 1967 Os Estados detêm todos os direitos de soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território respectivo e de seu mar territorial. A mesma disciplina jurídica aplicada ao solo e ao subsolo aplica-se, portanto, ao espaço aéreo. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 19 Contrariamente, porém, ao que ocorre com o mar territorial, não existe no espaço aéreo qualquer garantia de passagem inocente que tenha por fundamento um princípio geral de direito ou uma norma internacional costumeira e tal é assim com o mar territorial, em decorrência de norma proveniente do costume, em se tratando do espaço aéreo a situação é diferente, razão pela qual, a priori, as aeronaves devem ter prévia autorização do Estado – normalmente, por meio tratado – para sobrevoo. Daí o princípio segundo o qual a passagem sobre o espaço aéreo de um Estado deva ser por este previamente autorizada, ainda que se trate de passagem sobre o mar territorial. O Estado – repita-se – detém todos os direitos soberanos relativos ao seu espaço aéreo, só podendo outro Estado nele penetrar mediante acordo expresso ou por permissão ad hoc. Por outro lado, nas áreas onde nenhum Estado detém poderes soberanos – tais como o alto—mar, o Polo Norte e também, nesse caso, o continente antártico – a navegação aérea, civil ou militar, fica evidentemente permitida A Convenção de Chicago, de 7 de dezembro de 1944, adotou a teoria das “cinco liberdades do ar”, aprovadas nos Acordos de Trânsito e sobre Transporte Aéreo e ainda vigentes na atualidade. Por meio dessa teoria, o paradigma da soberania aérea (pelo qual nada pode haver acima do Estado que não lhe diga respeito) haveria de substituir-se pelo da liberdade monitorada ou vigiada do ar; a liberdade, ainda que sob fiscalização, deveria prevalecer à ideia de soberania absoluta sobre o espaço aéreo correspondente à base física do Estado (território e mar territorial). Tais liberdades, portanto, limitam as soberanias compreendidas de per si, para o fim de facilitar o trânsito de pessoas e de coisas ao redor do mundo. Vejamos: a) a liberdade de sobrevoo, que compreende a liberdade que têm os aviões de um Estado de sobrevoar sem escalas o território de outro, podendo o Estado mitigar tal liberdade apenas em casos excepcionais, quando estiver em jogo a segurança do seu território (desde que o faça sem discriminação a outras potências soberanas) b) liberdade de fazer escalas (desde que sem caráter comercial) para reparações técnicas, como para o reabastecimento de combustível ou reparações em caso de defeitos do equipamento; c) liberdade de embarcar, no território de um Estado, mercadorias, passageiros e malas postais que tenham por destino o Estado da nacionalidade da aeronave; Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 20 d) liberdade de desembarcar, no território de um Estado, mercadorias, passageiros e malas postais que tenham sido colocadas a bordo no país a que pertence a aeronave; e e) liberdade de embarcar passageiros, mercadorias e malas postais que se destinem ao território de qualquer Estado que participe da convenção e o direito de desembarcar passageiros, mercadorias e correspondências originários de qualquer outro Estado- contratante. Tais liberdades não são concedidas ipso facto entre os Estados-partes da Convenção de Chicago (membros, por isso, da Organização da Aviação Civil Internacional, a OACI), mas, sim, por meio de acordos bilaterais entre eles, nos quais se preveem todas as liberdades possíveis (uma, duas, três, todas etc.). Países como os Estados Unidos têm outorgado com mais facilidade a quinta liberdade, ao passo que os países em via de desenvolvimento já são mais duros em concedê-la, nada impedindo, entretanto, que concedam a terceira e a quarta, tudo a depender de sua livre escolha. As duas primeiras liberdades são chamadas técnicas, é dizer, dizem respeito ao voo em si, não ao embarque ou desembarque de mercadorias ou passageiros. As três últimas são as liberdades comerciais, que dependem de acordos (convenções de tráfego) entre os diversos países, fazendo com que fiquem rigorosamente disciplinadas as regras relativas à capacidade, trânsito das aeronaves que operam em linhas regulares e tarifas, podendo também disciplinar questões relativas ao número de passageiros e questões congêneres. 2. AS AERONAVES As aeronaves são consideradas bens móveis, embora sejam-lhes, muitas vezes, aplicadas as regras exclusivas dos bens imóveis. Daí o motivo de alguns autores as considerarem bens móveis sui geeris. Nos termos do art. 106, caput, do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565, de 19.12.1986), considera-se aeronave “todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas”. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 21 O parágrafo único do mesmo dispositivo complementa que a aeronave “é bem móvel registrável para o efeito de nacionalidade, matrícula, aeronavegabilidade (arts. 72, I, 109 e 114), transferência por ato entre vivos (arts. 72, II e 115, IV), constituição de hipoteca (arts. 72, II e 138), publicidade (arts. 72, III e 117) e cadastramento geral (art. 72, inc. IV)”. Assim como os navios, as aeronaves devem ter uma só nacionalidade. O princípio vigorante atualmente exige a nacionalidade do proprietário da aeronave para efeito do registro, isto é, somente pode ter aquela qualidade quem for nacional do Estado onde se fez o registro. Segundo Varella: Mesmo no caso das companhias aéreas plurinacionais, como é o caso da Scandinavian Airlines System e da Air Afrique, é necessário que cada avião possua apenas uma nacionalidade, o que se poderá verificar observando o que dispõe a sua matrícula. As aeronaves, assim como os navios, também apresentam sinais de identificação, como o prefixo conferido ao Estado, as cores nacionais, em lugar visível, a marca da matrícula, a respectiva certidão e mais papéis de bordo. Podem, as aeronaves, ser públicas ou privadas, levando-se em consideração a natureza dos serviços por elas desenvolvidos. Isto significa dizer que as aeronaves privadas (ou públicas que realizam atividades privadas) somente ficam sujeitas à jurisdição do Estado de origem quando se encontram em solo ou no espaço aéreo deste último, jamais no solo ou espaço aéreo de terceiro Estado. Em tema de aviação, a equiparação das aeronaves estatais utilizadas para fins comerciais é mais importante que a situação jurídica dos navios, uma vez que a grande maioria das empresas de aviação civil (v.ġ., a Alitalia, a Air France etc.) ou é do Estado ou tem a boa parte de suas ações controladas por ele. Assim, o que importa aqui é que a atividade da aeronave (pública) seja privada, caso em que a mesma ficará submetida à jurisdição do Estado em que se encontra. Dessa forma: 1. encontrando-se no território ou espaço aéreo do Estado patrial, a esta jurisdição se sujeita; Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes22 2. encontrando-se no território ou no espaço aéreo de outro Estado, sujeitar-se-á à jurisdição deste. Quanto às aeronaves públicas, as mesmas comumente se dividem em aviões de guerra e civis. Obviamente, neste ponto, se está a considerar como civis aqueles aviões que desempenham funções administrativas de natureza pública, ou quando postos à disposição de soberanos, chefes de Estado ou de representantes diplomáticos; portanto, não se está a considerar aqui a já referida situação das aeronaves públicas que desempenham atividades privadas São aviões de guerra, por sua vez, aqueles que se empregam em atividades militares em geral, estando incorporados ao patrimônio nacional e, em particular, às forças armadas do Estado. Ao contrário do que ocorre com as aeronaves privadas, os aviões públicos (de guerra ou civis) gozam de vários privilégios e imunidades, independentemente do local onde se encontrem, ou seja, mesmo em espaços aéreos estrangeiros eles continuam jurisdicionados pelo Estado de sua nacionalidade Conforme Mazzuoli: Assim, v.ġ., o avião que transporta o Presidente da República (seja ou não de guerra) não pode sofrer qualquer ingerência de um Estado estrangeiro (ingresso na aeronave, vistoria etc.) sem autorização expressa. A dúvida que surge aqui, entretanto, diz respeito à nacionalidade das pessoas nascidas a bordo dessas aeronaves, tendo a doutrina e a jurisprudência (com algum titubeio, é certo) diferenciado a situação das aeronaves de guerra das públicas civis Regra geral, pode-se resumir da seguinte forma a condição jurídica das aeronaves no Brasil, segundo Mazzuoli: Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 23 a) Aeronaves públicas brasileiras (ou a serviço oficial do Brasil): aplica-se-lhes a lei brasileira onde quer que se encontrem (diferentemente da situação jurídica dos navios públicos, mesmo os de guerra, cuja imunidade é limitada pela Convenção de Montego Bay ao alto— mar). De fato, nos termos do art. 5º, §1º, do Código Penal brasileiro, para os efeitos penais, consideram- se “extensão do território nacional” as aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem b) Aeronaves privadas brasileiras (ou estatais que se destinam à atividade privada): aplica-se- lhes a lei brasileira se estiverem em território nacional ou em sobrevoo em alto—mar (observando-se o princípio da nacionalidade da aeronave), aplicando-se a lei do Estado estrangeiro se em sobrevoo ao território deste ou se ali estiver em solo. Segundo o art. 5º, § 2º, do Código Penal brasileiro, tratando-se de crime, é também aplicável a lei brasileira àqueles delitos praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada, achando-se em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente; c) Aeronaves públicas estrangeiras (ou a serviço oficial do governo estrangeiro): estão amparadas pela lei do seu país de origem, não se lhes aplicando a lei brasileira, ainda quando estejam dentro do nosso domínio territorial ou aéreo (uma vez que o art. 5º do Código Penal brasileiro exclui a possibilidade de punir-se no Brasil crime cometido a bordo de aeronave estrangeira de natureza pública). 1. Aplica-se, aqui, o princípio da intraterritorialidade, que significa que mesmo tendo sido o crime cometido em território brasileiro, a ele não se aplica a nossa lei, mas a lei do país de origem da aeronave pública estrangeira, devendo ser julgado também pelo juiz estrangeiro, de acordo com as normas processuais penais daquele país; Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 24 d) Aeronaves privadas estrangeiras: aplica-se-lhes a lei brasileira quando em território nacional (em solo, nos aeroportos, ou em sobrevoo pelo território brasileiro), e a lei estrangeira quando em voo ou em solo de país estrangeiro, salvo se este país não julgar o crime (CP, art. 7º, inc. II, alínea c), quando então a lei brasileira será aplicada. e) 3. ESPAÇO EXTRA-ATMOSFÉRICO O espaço extra-atmosférico – também chamado com menor propriedade de espaço cósmico ou sideral – teve como termo inicial de sua regulamentação jurídica a ocorrência de dois fatos de fundamental importância para a história da humanidade: a colocação em órbita do primeiro satélite artificial (o Sputnik) pela União Soviética, em 4 de outubro de 1957, e a chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969 (missão Apolo XI) Entre esses dois fatos de fundamental importância para a regulamentação do espaço extra- atmosférico, o Institut de Droit International adotou, na sua sessão de Bruxelas de 11 de setembro de 1963, a primeira Resolução sobre o regime jurídico do espaço, tendo como redator do tema o Sr. M. C. Wilfred Jenks. Nos termos do § 1º da referida Resolução: “O espaço e os corpos celestes não podem ser objeto de nenhuma apropriação”, podendo ser “livremente explorados e utilizados por todos os Estados para finalidades exclusivamente pacíficas”. As normas internacionais posteriores seguiram a mesma linha: impedir a apropriação do espaço aéreo, bem como dos corpos celestes, e limitar sua exploração para fins exclusivamente pacíficos. A partir desse momento histórico surge, então, novo braço do Direito Internacional Público a regular as relações internacionais decorrentes da utilização e exploração do espaço extra-atmosférico. A natureza jurídica do espaço extra-atmosférico é de res communis omnium, que pode ser explorada pelos demais membros da sociedade internacional pacificamente e para fins lícitos, sem violação dos princípios do Direito Internacional Público. Tudo o que não se poderá dizer é tratar-se de res nullius o espaço extra-atmosférico e, por tal motivo, considerar possível seja apropriado nos mesmos moldes que outrora se adquiriram os territórios. Os Estados devem ter parcimônia na utilização do espaço extra—atmosférico, que se constitui res communis à pesquisa científica e às atividades para fins exclusivamente Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 25 pacíficos. A exploração desarrazoada e sem limites há de ser coibida, bem assim a que fragilize a segurança do planeta. Em 27 de janeiro 1967 celebrou-se em Nova York, sob os auspícios das Nações Unidas, o Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes, que entrou em vigor em outubro daquele ano. Nos considerandos do tratado lê-se a inspiração dos Estados “nas vastas perspectivas que a descoberta do espaço cósmico pelo homem oferece à humanidade”, e o “interesse que apresenta para toda a humanidade o progresso da exploração e uso do espaço cósmico para fins pacíficos”, entre outros. O art. 1º do instrumento dita a regra segundo a qual a “exploração e o uso do espaço cósmico, inclusive da Lua e demais corpos celestes, deverão ter em mira o bem e interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico e científico, e são incumbência de toda a humanidade”; Diz ainda que o “espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, poderá ser explorado e utilizado, livremente, por todos os Estados, sem qualquer discriminação, em condições de igualdade e em conformidade com o Direito Internacional, devendo haver liberdade de acesso a todas as regiões dos corpos celestes”; e que esse mesmo espaço exterior “estará aberto às pesquisas científicas, devendo os Estados facilitar e encorajar a cooperaçãointernacional naquelas pesquisas. No art. 2º do Tratado de 1967 lê-se que o “espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, não poderá ser objeto de apropriação nacional por proclamação de soberania, por uso ou ocupação, nem por qualquer outro meio”. Esta proibição de reivindicação do espaço aéreo por ação soberana, uso, ocupação ou qualquer outro meio, cria o problema de saber qual o limite entre o espaço aéreo nacional e o espaço extra- atmosférico. A prática internacional e a doutrina tergiversam a respeito. Para nós, a altitude máxima alcançada pelas aeronaves modernas pode ser tida como um limite funcional do espaço aéreo nacional. Os países equatoriais, liderados pela Colômbia, sempre entenderam que a delimitação do espaço aéreo abrange a órbita geoestacionária, localizada há 35.871 quilômetros Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 26 (22.374 milhas) acima do seu domínio terrestre. Mas esta tese encontrou fortes opositores, notadamente os países soviéticos (então URSS), para os quais “a órbita geoestacionária não pode ser separada do espaço ultraterrestre O tratado impõe aos Estados várias obrigações, entre elas a de não se apropriar do espaço extra-atmosférico por proclamação de soberania, por uso ou ocupação, ou por qualquer outro meio; a de não colocar em órbita objeto portador de armas nucleares ou de qualquer outro tipo de armas de destruição em massa, bem como não instalar tais armas sobre os corpos celestes e a não colocar tais armas no espaço cósmico; a de utilizar a Lua e os demais corpos celestes com fins exclusivamente pacíficos; a de não estabelecer bases, instalações e fortificações militares nos corpos celestes etc. LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA DESTACADAS LEI Nº 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993. Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: CAPÍTULO I Do Mar Territorial Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 27 Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito e subsolo. Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. § 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. § 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. § 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro. CAPÍTULO II Da Zona Contígua Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para: I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial; II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar territorial. CAPÍTULO III Da Zona Econômica Exclusiva Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 28 Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. Parágrafo único. A investigação científica marinha na zona econômica exclusiva só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. Art. 9º A realização por outros Estados, na zona econômica exclusiva, de exercícios ou manobras militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivas, somente poderá ocorrer com o consentimento do Governo brasileiro. Art. 10. É reconhecidos a todos os Estados o gozo, na zona econômica exclusiva, das liberdades de navegação e sobrevôo, bem como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de navios e aeronaves. CAPÍTULO IV Da Plataforma Continental Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982. Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos de exploração dos recursos naturais. Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e outros não- vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo. Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperaçãop/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 29 § 1º A investigação científica marinha, na plataforma continental, só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. § 2º O Governo brasileiro tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as perfurações na plataforma continental, quaisquer que sejam os seus fins. Art. 14. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos e dutos na plataforma continental. § 1º O traçado da linha para a colocação de tais cabos e dutos na plataforma continental dependerá do consentimento do Governo brasileiro. § 2º O Governo brasileiro poderá estabelecer condições para a colocação dos cabos e dutos que penetrem seu território ou seu mar territorial. Art. 15. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 16. Revogam-se o Decreto-Lei nº 1.098, de 25 de março de 1970, e as demais disposições em contrário. Brasília, 4 de janeiro de 1993; 172º da Independência e 105º da República ITAMAR FRANCO Fernando Henrique Cardoso Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.1.1993 CONVENÇÃO DE CHICAGO - DECRETO Nº 21.713, DE 27 DE AGOSTO DE 1946. Promulga a Convenção sôbre Aviação Civil Internacional, concluída em Chicago a 7 de dezembro de 1944 e firmado pelo Brasil, em Washington, a 29 de maio de 1945. PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 30 CONSIDERANDO que foi aprovada a 11 de setembro de 1945 e ratificada a 26 de março de 1946, pelo Govêrno brasileiro a Convenção sôbre Aviação Civil Internacional, concluída em Chicago a 7 de dezembro de 1944, por ocasião da Conferência Internacional de Aviação Civil, e firmada pelo Brasil, em Washington, a 29 de maio de 1945; CONSIDERANDO que o referido instrumento de ratificação foi depositado nos arquivos do Govêrno dos Estados Unidos da América a 8 de junho de 1946; Usando da atribuição que lhe confere o artigo 74, letra a, da Constituição, DECRETA: Art. 1º Fica promulgada a Conversão sôbre Aviação Civil Internacional, apensa por cópia ao presente decreto, firmada pelo Brasil em Washington, em 29 de maio de 1945. Art. 2º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação. Rio de Janeiro, em 27 de agôsto de 1946; 125º da Independência e 58º da República. Eurico G. Dutra S. de Sousa Leão Gracie Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.9.1946 CONVENÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL Preâmbulo CONSIDERANDO que o desenvolvimento futuro da aviação civil Internacional pode contribuir poderosamente para criar e conservar a amizade e a compreensão entre as nações e os povos do mundo, mas que seu abuso pode transformar-se em ameaça ou perigo para segurança geral, e CONSIDERANDO que é aconselhável evitar todo atrito ou desinteligência e estimular entre as nações e povos a cooperação da qual depende a paz do mundo; Os Governos abaixo assinados, e tendo concordado em certos princípios e entendimentos para que a aviação civil internacional se desenvolva de maneira segura e sistemática, e que os serviços de transporte aéreo internacional se estabeleçam numa base de igualdade de oportunidades, e funcionem eficaz e economicamente, concluem a presente Convenção com êste objetivo. Parte I Navegação Aérea CAPÍTULO I PRINCÍPIOS GERAIS E APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO ARTIGO 1º Soberania Os Estados contratantes reconhecem ter cada Estado a soberania exclusiva e absoluta sôbre o espaço aéreo sôbre seu território. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 31 ARTIGO 2º TERRITÓRIOS Para os fins da presente Convenção, considera-se como território de um Estado, a extensão terrestre e as águas territoriais adjacentes, sob a soberania, jurisdição, proteção ou mandato do citado Estado. ARTIGO 3º Aeronaves Civis e do Estado a) Esta Convenção será aplicável unicamente a aeronaves civis, e não a aeronaves de propriedades do Govêrno. b) São considerados aeronaves de propriedade do Govêrno aquelas usadas para serviços militares, alfandegários ou policiais. c) Nenhuma aeronave governamental pertencente a um estado contratante poderá voar sôbre o território de outro Estado, ou aterrisar no mesmo sem autorização outorgada por acôrdo especial ou de outro modo e de conformidade com as condições nele estipuladas. d) Os Estados contratantes, quando estabelecerem regulamentos para aeronaves governamentais se comprometem a tomar em devida consideração a segurança da navegação das aeronaves civis. ARTIGO 4º Abuso da Aviação Civil Cada estado contratante concorda em não utilizar a aviação civil para fins incompatíveis com os propósitos desta Convenção. CAPÍTULO II VÔOS SÔBRE TERRITÓRIOS DE ESTADOS CONTRATANTES ARTIGO 5º DIREITO DE VÔOS NÃO REGULARES Os Estados contratantes concordam em que, tôdas as aeronaves de outros Estados contratantes que não se dediquem a serviços aéreos internacionais regulares, tenham direito nos têrmos desta Convenção a voar e transitar sem fazer escala sôbre seu território, e a fazer escalas para fins não comerciais sem necessidades de obter licença prévia, sujeitos porém ao direito do Estado sôbre o qual o vôo de exigir aterrissagem. Os Estados contratantes se reservam no entanto o direito, por razões de segurança da navegação aérea, de exigir que as aeronaves que desejam voar sôbre regiões inacessíveis ou que não contém com as facilidades adequadas para a navegação aérea, de seguir rotas determinadas ou de obter licenças especiais para êsses vôos. Tais aeronaves, quando dedicadas ao transporte de passageiros, carga ou correio, remunerada ou fretada, em serviços internacionais não regulamentarão também o privilégio, sujeito ao disposto no Artigo 7º, de tomar ou descarregar passageiros carga ou correio, tendo o Estado onde se faça o embarque ou desembarque, o direito de impor os regulamentos, condições e restrições que considerar necessários. ARTIGO 6º Serviços aéreos regulares Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 32 Serviços aéreos internacionais regulares não poderão funcionar no território ou sôbre o território de um estado contratante, a não ser com a permissão especial ou outra autorização do mesmo Estado e de conformidade com as condições de tal permissão ou autorização. ARTIGO 7º Cabotagem Cada um dos Estados contratantes dos demais Estados contratantes permissão para tomar em seu território, contra remuneração ou frete, passageiros, correio ou carga destinados a outro ponto do seu território. Cada um dos Estado contratantes se compromete a não estabelecer acôrdos que especificamente conceda tal privilégio a título de exclusividade a qualquer outro Estado ou a uma emprêsa aérea de qualquer outro Estado, e se comprometer a não obter de qualquer outro Estado privilégio exclusivo dessa natureza. ARTIGO 8º Aeronaves sem pilôto Nenhuma aeronave, capaz de navegar sem pilôto, poderá sobrevoar sem pilôto o território de um Estado contratante sem autorização especial do citado Estado e de conformidade com os têrmos da mesma autorização. Cada Estado contratante se compromete a tomar as disposições necessárias para que o vôo sem piloto de tal aeronave nas regiões acessíveis de aeronaves civis seja controlada de modo a evitar todo perigo para as aeronaves civis. ARTIGO 9º Zonas Proibidas a) Por razões militares ou de segurança pública, os Estados contratantespoderão limitar ou proibir de maneira uniforme que as aeronaves de outros Estados vôem sôbre certas zonas do seu território, sempre que não façam distinção entre suas próprias aeronaves fazendo serviços internacionais regulares de transporte aéreo, e as aeronaves dos outros Estados contratantes que se dediquem a serviços idênticos. Estas zonas proibidas terão uma extensão razoável e serão situadas de modo a não prejudicar inútilmente a navegação aérea. Os limites das zonas proibidas situadas no território de um Estado contratante e tôda modificação a êles feita posteriormente deverão ser comunicados coma maior brevidade possível aos demais Estados contratantes e a Organização internacional de Aviação Civil. b) Os Estados contratantes se reservam também o direito, em circunstância excepcionais ou durante um período de emergência, ou ainda no interêsse da segurança publica, e para que tenha efeito imediato, de limitar ou proibir temporariamente os vôos sôbre a totalidade ou parte do seu território contanto que estas restrições se apliquem às aeronaves de todos os demais Estados sem distinção de nacionalidade. c) Cada estado contratante, de conformidade com os regulamentos que venham a estabelecer, pode exigir de tôda aeronave que penetre nas zonas referidas nos parágrafos acima (a)ou (b) de aterrissar logo que seja possível em alguma aeroporto que designar no seu próprio território. ARTIGO 10 Pouso em aeroporto aduaneiros Exceto nos casos em que, de conformidade com as disposições desta Convenção ou com uma autorização especial, aeronaves podem atravessar o território de um Estado contratante sem aterrissar, tôda aeronave que penetre em território de um estado contratante os regulamentos do mesmo estado assim o exigirem, deverá descer ao aeroporto designado por êste Estado para inspeção alfandegária e outros exames. Ao partir do território de um Estado contratante, estas aeronaves deverão fazê-lo de um aeroporto alfandegário, igualmente designado. O Estado publicará os detalhes a respeito dos aeroportos aduaneiros e os comunicará a Organização Internacional de Aviação Civil, instituída na parte II desta convenção para os demais estados contratantes. Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 33 ARTIGO 11 Aplicação dos regulamentos de tráfego De acôrdo com o disposto nesta Convenção, as leis e regulamentos de um Estado contratante, relativos à entrada no ou saída do seu território, de aeronaves empregadas na navegação aérea internacional, ou relativos a operação e navegação de tais aeronaves enquanto estejam em seu território, se aplicarão às aeronaves de todos os estados contratantes sem distinção de nacionalidade, estas aeronaves as observarão ao entrar e ao sair do território dêste Estado ou enquanto nele se encontrem. ARTIGO 12 Regras de tráfego Cada um dos Estados contratantes se comprometer a tomar as medidas necessárias para assegurar que tôdas aeronaves que vôem sôbre seu território, ou manobrem dentro dele e todas as aeronaves que levem o distintivo de sua nacionalidade, onde quer que se encontrem, observem as regras e regulamentos que regem vôos e manobras de aeronaves. Cada um dos Estados contratantes se comprometem a manter seus próprios regulamentos tanto quanto possível, semelhantes aos que venham a ser estabelecidos em virtude desta Convenção. Cada um dos Estados contratantes se compromete a processar todos os infratores dos regulamentos em vigor. ARTIGO 13 Regulamentos para entradas e saídas As leis e regulamentos de um Estado contratante, sôbre a entrada ou a saída de seu território de passageiros, tripulação, ou carga de aeronaves (tais como regulamentos de entrada, despacho, imigração, passaportes, alfândegas e quarentena) deverão ser cumpridas ou observadas pelos passageiros, tripulação ou carga, ou por seu representante, tanto por ocasião de entrada como de saída ou enquanto permanecer no território dêsse Estado. ARTIGO 14 Medidas contra disseminação de doenças Cada um dos Estados concorda em tomar medidas eficazes para impedir que, por meio da navegação, se promulguem o cólera, tifo (epidêmico), a varíola, a febre amarela, a peste bubônica e qualquer outra enfermidade contagiosa que os Estados contratantes, oportunamente designem; para êsse fim, os Estados contratantes farão consultas freqüentes às organizações que tratam de regulamentos internacionais relativos a medidas sanitárias aplicáveis a aeronaves. Estas consultas não deverão prejudicar a aplicação de qualquer Convenção internacional existente sôbre esta matéria de que façam parte os Estados contratantes. ARTIGO 15 Taxas de aeroporto e outros impostos Todo aeroporto de um Estado contratante que esteja aberto ao uso público de suas aeronaves nacionais, estará também aberto, sujeito ao disposto no artigo 68, em condições uniformes de igualdade às aeronaves de todos os Estados contratantes. Essas condições uniformes aplicar-se-ão ao uso pelas aeronaves de todos os Estados contratantes de tôdas as facilidades de navegação aérea, incluindo os serviços de rádio e meteorologia, que estejam à disposição do público para a segurança e rapidez da navegação aérea. As taxas exigidas ou permitidas por um Estado contratante para o uso de aeroportos ou facilidades para a navegação aérea por parte das aeronaves de qualquer outro Estado contratante se ajustarão às seguintes normas: Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 34 a) No tocante às aeronaves que não se dediquem a serviços aéreos internacionais regulares, as taxas não serão mais altas que as pagas por aeronaves nacionais da mesma classe dedicadas a operações similares; e b) No tocante às aeronaves empregadas nos serviços aéreos internacionais regulares, as taxas não serão mais altas que as pagas por aeronaves nacionais empregadas em serviços aéreos internacionais similares. Estas taxas serão divulgadas e comunicadas à Organização Internacional de Aviação Civil, ficando entendido que, se um Estado contratante interessado solicitar as taxas exigidas para o uso de aeroportos e outras instalações estarão sujeitos à exame pelo Conselho, que opinará a respeito e fará recomendações ao Estado ou aos Estados interessados. nenhum Estado contratante imporá direitos ou outros impostos simplesmente pelo privilégio de trânsito sôbre seu território, ou de entrada ou de saída no mesmo às aeronaves de outro Estado contratante ou sôbre as pessoas ou bens que estejam a bordo das mesmas. ARTIGO 16 Busca em aeronaves As autoridades competentes de cada um dos Estados contratantes, terão direito de busca nas aeronaves dos demais Estados contratantes, por ocasião de sua entrada e saída, sem causar demora desnecessária, e de examinar os certificados e outros documentos prescritos por esta Convenção. CAPÍTULO III NACIONALIDADE DAS AERONAVES ARTIGO 17 Nacionalidade das aeronaves As aeronaves terão a nacionalidade do Estado em que estejam registradas. ARTIGO 18 Registro duplo Nenhuma aeronave poderá registra-se legalmente em mais de um Estado para outro. ARTIGO 19 Legislação nacional sôbre o registro O registro ou transferência de registro de uma aeronave de um Estado Contratante se fará de conformidade com as suas leis e regulamentos. ARTIGO 20 Distintivos Tôda aeronave empregada para a navegação aérea internacional levará distintivos apropriados de sua nacionalidade e registro. ARTIGO 21 Informações sôbre registros Vanessa Brito Arns Aula 10 Direito Internacional Público e Cooperação p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1799519 92844218458 - Diego Souza Novaes 35 A pedido de qualquer outro
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