Buscar

curso-161054-aula-05-v1

Prévia do material em texto

Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autor:
Rodrigo Vaslin
Aula 05
20 de Fevereiro de 2021
 
2 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Sumário 
1 - Considerações Iniciais ....................................................................................................................... 4 
2 – Da Formação do Processo ................................................................................................................ 6 
2.1 – Conceito .......................................................................................................................................... 6 
2.2 – Passo a Passo da Formação do Processo ...................................................................................... 8 
3 - Suspensão do Processo ................................................................................................................... 13 
3.1 - Conceito ......................................................................................................................................... 13 
3.2 - Causas de Suspensão do Processo ............................................................................................... 14 
3.2.1 – Inciso I - Morte ou Perda da Capacidade Processual das Partes; do Representante Legal ou do seu 
Procurador ........................................................................................................................................................ 14 
3.2.2 - Inciso II – Convenção das Partes ............................................................................................................ 20 
3.2.3 - Inciso III – Arguição de Impedimento e Suspeição .................................................................................. 21 
3.2.4 - Inciso IV - Admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) ................................... 25 
3.2.5 - Inciso V - Prejudicialidade ...................................................................................................................... 27 
3.2.6 - Inciso VI – Força Maior ........................................................................................................................... 30 
3.2.7 - Inciso VII – Tribunal Marítimo ................................................................................................................ 30 
3.2.8 - Inciso VIII – Demais Casos ...................................................................................................................... 31 
3.2.9 - Inciso IX e X ............................................................................................................................................ 32 
3.3 - Art. 314 .......................................................................................................................................... 34 
3.4 - Art. 315 .......................................................................................................................................... 34 
4 - Extinção do Processo ....................................................................................................................... 36 
4.1 - Introdução ..................................................................................................................................... 36 
4.1.1 - Art. 316 .................................................................................................................................................. 36 
4.1.2 - Art. 317 .................................................................................................................................................. 40 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
3 
 
4.2 - Extinção do Processo Sem Resolução do Mérito ......................................................................... 42 
4.2.1 - Inciso I .................................................................................................................................................... 45 
4.2.2 - Inciso II ................................................................................................................................................... 48 
4.2.3 - Inciso III .................................................................................................................................................. 49 
4.2.4 - Inciso IV .................................................................................................................................................. 51 
4.2.5 - Inciso V ................................................................................................................................................... 53 
4.2.6 - Inciso VI .................................................................................................................................................. 56 
4.2.7 - Inciso VII ................................................................................................................................................. 60 
4.2.8 - Inciso VIII ................................................................................................................................................ 61 
4.2.9 - Inciso IX .................................................................................................................................................. 64 
4.3 - Sentenças Definitivas – Com Resolução de Mérito (art. 487, CPC) ............................................ 64 
4.3.1 - Art. 487, I ............................................................................................................................................... 64 
4.3.2 - Art. 487, III ............................................................................................................................................. 64 
4.3.3.1 – Transação .................................................................................................................. 64 
4.3.3.2 - Submissão .................................................................................................................. 65 
4.3.3 – Art. 487, II .............................................................................................................................................. 65 
5 - Homologação de Decisão Estrangeira ............................................................................................. 66 
5.1 - Introdução e Natureza .................................................................................................................. 66 
5.2 - Competência ................................................................................................................................. 67 
5.3 – Questões Prévias .......................................................................................................................... 68 
5.4 – Procedimento ............................................................................................................................... 72 
6 - Questões ......................................................................................................................................... 80 
6.1 – Lista de Questões sem Comentários ........................................................................................... 80 
6.2 – Gabarito ........................................................................................................................................ 98 
6.3 – Lista de Questões com Comentários ........................................................................................... 99 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
4 
 
6.4 – Questões Discursivas .................................................................................................................. 156 
7 - Destaques da Legislação ...............................................................................................................156 
8 – Resumo ......................................................................................................................................... 165 
Formação do Processo ........................................................................................................................ 166 
Suspensão do Processo ....................................................................................................................... 167 
Extinção do Processo ........................................................................................................................... 168 
11 - Considerações Finais ................................................................................................................... 169 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Olá pessoal, como vão os estudos do Direito Processual Civil? 
Lembrem-se de que estou sempre à disposição no fórum de dúvidas, pelo instagram e por e-
mail. 
 
E-mail: rodrigovaslin@gmail.com 
Instagram: rodrigovaslin 
Vamos continuar? 
Nossa matéria da aula de hoje é Formação, Suspensão e Extinção do Processo, bem como a 
Fase Postulatória do Processo de Conhecimento (Procedimento Comum), envolvendo tudo sobre 
pedido. Ainda, abordaremos indeferimento da petição inicial, improcedência liminar do pedido e a 
audiência de conciliação e mediação. 
Toda essa matéria perpassará, como de costume, pela legislação, doutrina, jurisprudência e 
questões de concursos públicos. 
 
 
FONTES
Legislação - Novo 
CPC e leis 
especiais.
Doutrina
Jurisprudência 
relevante do STF 
e do STJ.
Muitas questões 
de concursos 
públicos
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
5 
 
Como disse nas aulas anteriores, ao iniciar os estudos de certa matéria no Processo Civil, é 
interessante, primeiro, localizar onde o referido assunto se enquadra dentro da divisão do próprio 
código, comparado com o Código de 1973. 
Vamos visualizar onde o tema da aula se encontra? 
 
A aula abordará não só os artigos 312 a 317 e 318 a 334, mas também todos os outros 
dispositivos que lhe forem correlatos, bem como a doutrina e jurisprudência por detrás das 
temáticas. 
Em termos de estrutura, a aula será composta dos seguintes capítulos: 
 
 
Mas Professor, esses temas caem em prova? Sim. Veremos diversas questões ao longo da aula. 
CPC 1973 CPC 2015 (entrou em vigor 18/03/2016 – Enunciado 
Administrativo n. 1, STJ)
Livro I: Do Processo de Conhecimento (arts. 1º ao 
565);
Livro II – Do Processo de Execução (arts. 566 ao 795);
Livro III – Do Processo Cautelar (arts. 796 ao 889);
Livro IV – Procedimentos Especiais (arts. 890 ao 
1.210);
Livro V – Das Disposições Finais e Transitórias (arts. 
1.211 ao 1.220).
Parte geral: 
Livro I – Das Normas Processuais (arts. 1º ao 15);
Livro II – Da Função Jurisdicional (arts. 16 ao 69);
Livro III – Dos Sujeitos do Processo (arts. 70 ao 187);
Livro IV – Dos Atos Processuais (arts. 188 ao 293)
Livro V – Da Tutela Provisória (arts. 294 ao 311)
Livro VI – Da Formação, Suspensão e Extinção do
Processo (arts. 312 ao 317);
Parte Especial:
Livro I: Do Processo de Conhecimento e do
Cumprimento de Sentença (arts. 318 ao 770);
Livro II: Do Processo de Execução (arts. 771 ao 925);
Livro III: Do Processo nos Tribunais e dos Meios de
Impugnação das Decisões Judiciais (arts. 926 ao
1.044);
Livro Complementar: Disposições Finais e Transitórias
(arts. 1.045 a 1.072).
Formação do 
Processo
Extinção do 
Processo
Petição Inicial
Improcedência 
Liminar do Pedido
Questões Resumo
Audiência de 
Conciliação e 
Mediação
Suspensão do 
Processo 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
6 
 
2 – DA FORMAÇÃO DO PROCESSO 
2.1 – CONCEITO 
Tendo em vista que uma das características1 da jurisdição é a inércia (art. 2º, CPC), o processo 
começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial. 
Há um brocardo jurídico que resume a inércia: ne procedat iudex ex officio. Sem demanda não 
há processo (demanda é um dos pressupostos processuais de existência). A movimentação inicial da 
jurisdição fica condicionada à provocação pelo interessado. 
Segundo Daniel Assumpção2, existem 3 motivos para a consagração de tal princípio: a) 
possível perda da imparcialidade do juiz; b) sacrifícios dos meios alternativos de resolução de 
conflitos; c) o juiz não deve transformar um potencial conflito jurídico em conflito social. 
VUNESP - 2008 - TJ-SP - Juiz: Como é sabido, a jurisdição é o poder de dizer o direito objetivo, função do Estado, 
desempenhada por meio do processo, na busca da solução do conflito que envolve as partes, para a realização 
daquele e a pacificação social. Sobre o assunto em questão, assinale a resposta correta. 
a) O exercício espontâneo da jurisdição, na condição de regra geral, implicaria em possível prejuízo da 
imparcialidade do juiz na solução da lide. 
Correto. É exatamente esse um dos motivos pelos quais a característica da inércia da Jurisdição é necessária, salvo 
raras exceções. 
O NCPC trata da matéria, trazendo poucas exceções legais (art. 2º). 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo 
as exceções previstas em lei. 
Professor, compreendo essa regra. Mas quero saber se há exceção ao princípio da inércia. 
Sim. Existem algumas. 
Uma exceção clássica trazida pelo antigo CPC/73 estava no art. 989, mas ela não se repete no 
novo CPC (art. 616 – no rol não consta o juiz). 
Art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas 
mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal. 
E quais seriam as hipóteses elencadas pelo NCPC de exceção ao princípio da inércia? 
No NCPC também há alguns casos em que o juiz pode iniciar o processo de ofício. 
Ex1: restauração de autos (art. 712, CPC). 
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de 
ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a 
restauração. 
 
1 Ao lado das outras três características: a) caráter substitutivo; b) lide; c) definitividade. Lembrando que a jurisdição 
possui vários princípios: a) investidura; b) territorialidade; c) indelegabilidade; d) inevitabilidade; e) inafastabilidade; f) 
juiz natural; g) promotor natural. Vimos tudo isso na aula 01. 
2 Manual de Direito Processual Civil: Volume Único; 8ª ed. Salvador: Juspodivm, 2016 e Novo Código de Processo Civil 
Comentado: artigo por artigo, 2ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
7 
 
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o processo. 
Ex2: herança jacente (art. 738, CPC). 
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver 
domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens. 
Ex3: arrecadação de bens do ausente (art. 744, CPC); 
Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens 
do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o 
disposto em lei. 
Ex4: O juiz trabalhista, quando julga procedente ação de reconhecimento de vínculo 
empregatício, intima de ofício a Fazenda para que dê início à execução fiscal dos tributos devidos em 
razão daquela relação (art. 114, VIII da CRFB). 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus 
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
Ex5: o julgador podedar início a incidentes sem provocação da parte, a exemplo do IRDR (art. 
976, CPC); conflito de competência (art. 951, CPC); incidente de arguição de inconstitucionalidade 
(art. 948, CPC). 
Pois bem. 
Dentro da regra geral (inércia do Poder Judiciário e demanda iniciada pela parte), quando 
podemos considerar que o processo se inicia? 
Com a propositura da demanda pela parte, já que o Poder Judiciário é, em regra, inerte. 
E quando se considera proposta uma demanda? 
Segundo o NCPC, com o protocolo da petição inicial. 
CPC/73 CPC/15 
Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a 
petição inicial seja despachada pelo juiz, ou 
simplesmente distribuída, onde houver mais de 
uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, 
quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 
depois que for validamente citado. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a 
petição inicial for protocolada, todavia, a 
propositura da ação só produz quanto ao réu os 
efeitos mencionados no art. 240 depois que for 
validamente citado. 
 
Vejam que, no CPC/73, a ação era considerada proposta na data da distribuição (se houvesse 
mais de uma vara naquele foro) ou na data do despacho inicial, se não fosse o caso de distribuição 
(se não houvesse mais de uma vara naquele foro). 
Como salienta Assumpção, esse critério era bem confuso, sem qualquer razão de ser. 
Por isso que o NCPC uniformizou o critério, definindo que a ação se considera proposta 
quando a petição inicial for protocolada. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
8 
 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, 
a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois 
que for validamente citado. 
Esse protocolo da petição inicial é ato unilateral do autor, não necessitando de qualquer 
conduta pelo Poder Judiciário. 
Disso se extrai que o registro (quando houver só uma vara) ou a distribuição (quando houver 
duas ou mais varas), que tornam o juízo prevento (art. 59, CPC3), são atos posteriores, não influentes 
para o momento exato da propositura da demanda (art. 312). 
2.2 – PASSO A PASSO DA FORMAÇÃO DO PROCESSO 
A ordem da formação do processo é a seguinte: 
 
Obs1: Procurei fazer o passo a passo tomando por base do curso mais natural do 
procedimento comum no dia a dia forense. 
Claro que há variáveis que veremos ao longo do curso. A exemplo, em vez do despacho do 
juiz para ordenar a citação, é possível que o magistrado: a) determine a emenda da petição inicial 
(art. 321, CPC); b) aplique o art. 330 (indeferimento da petição inicial); c) valha-se do art. 332 
(improcedência liminar do pedido), com todas as suas nuances. Veremos esses casos mais à frente. 
Obs2: A partir de quando o processo existe? 
 
3 Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
Protocolo (art. 312): marco da propositura da
demanda
Registro ou Distribuição (arts. 284 a 290) -
torna prevento o juízo (art. 59)
Registro: quando houver uma vara OU
Distribuição: quando houver dois juízos com
competência idêntica.
Autuação (pelo escrivão ou chefe de
secretaria - art. 206): colocação de capa,
juntada de peças e documentos, numeração e
rubrica de folhas etc. No processo eletrônico, isso
não existe.
Despacho do Juiz que ordena a citação (art.
240, §1º) (interrupção da prescrição - que
retroage à data da propositura da demanda)
Citação (art. 240) (induz litispendência, torna
litigiosa a coisa, constitui em mora o devedor).
Obs: essa citação não é mais para contestar,
mas sim para comparecer a audiência de
conciliação e mediação (art. 334, CPC).
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
9 
 
Segundo doutrina majoritária, o processo existe desde o protocolo da petição inicial. A causa 
está pendente4 desde o protocolo, inclusive sendo possível ao juiz proferir sentença 
nesse momento (sem a citação do réu), tanto terminativa (sem resolução do mérito), a exemplo do 
art. 330 c/c art. 485, I, CPC) como definitiva (com resolução do mérito), a exemplo do art. 332, CPC), 
extinguindo processo. 
Ora, só é possível extinguir algo que já exista. Assim, a citação do réu não faz surgir a relação 
processual. 
Fala-se corretamente, pois, em formação gradual do processo. 
Todavia, os efeitos do art. 240, caput, CPC são gerados para o réu apenas depois de sua 
citação. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a 
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois 
que for validamente citado. 
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz 
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto 
nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 
Portanto, conforme Assumpção, o processo já existe desde a propositura da demanda, mas a 
citação amplia a relação jurídica, formando a triangularização do processo, com a participação do 
réu. 
 
MPE-GO/Promotor de Justiça Substituto/2016. Em relação a formação e a suspensão do processo, é incorreto afirmar: 
a) O protocolo da petição inicial é pressuposto de existência do processo, independentemente da citação válida do réu. 
Comentários: A alternativa está correta. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz 
quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. 
Daniel Assumpção diz que o processo já existe mesmo antes da citação do réu, inclusive sendo possível ao juiz proferir 
sentença nesse momento, tanto terminativa (art. 330 do Novo CPC) como definitiva (art. 332 do Novo CPC), extinguindo 
processo sem ou com a resolução do mérito. 
Só é possível extinguir algo que já exista. Assim, a citação do réu não faz surgir a relação processual. 
Fala-se, pois, em formação gradual do processo. 
CESPE/EBSERH – Advogado/2018. Considerando as regras do atual Código de Processo de Civil acerca das competências 
e da formação do processo, julgue o seguinte item. 
Considera-se proposta a ação na data do protocolo da petição inicial, o que gera a litispendência, que somente produzirá 
efeitos para o réu a partir de sua primeira manifestação nos autos do processo. 
 
4 Fala-se em litispendência (pendência da causa) desde o protocolo. Mas os alunos devem saber que litispendência possui 
2 (dois) significados, como destacamos na aula 10. O primeiro é o já falado, pendência da causa desde o protocolo. O 
segundo é o pressuposto processual negativo, verificado na concomitância de processos idênticos (mesma ação) – que 
surge com a citação do réu (art. 240, caput – induz litispendência). 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
10 
 
Comentários: A alternativa está incorreta. 
A citação válida é o marco temporal do início dos efeitos para o réu. Ademais, é esse o momento também da geração da 
litispendência. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz 
quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. 
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e 
constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nosarts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código 
Civil). 
 
i- Protocolo (art. 312): considera-se proposta a ação; 
ii- Determinação da competência (art. 43) e prevenção (art. 59): momento do registro ou da distribuição;iii- Interrupção da prescrição (art. 240, §1º): despacho que ordena a citação; 
iv- Citação válida (art. 240, caput): induz litispendência, torna litigiosa a coisa, constitui em mora o devedor; 
 
Ainda, a citação gera a estabilização da demanda. 
Antes da citação, por exemplo, pode o autor substituir livremente os elementos da demanda 
(objetivos e subjetivos), sendo que, após a citação, somente poderá fazê-lo com a anuência do réu. 
Após o saneador, esta alteração é vedada. 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de 
manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de 
prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de 
pedir. 
Professor, mas há exceção? Há hipóteses nas quais o réu pode sentir os efeitos da decisão 
antes de sua citação? 
Renato Montans5 diz que sim, como na concessão de liminares. Um dos casos mais notáveis 
é a improcedência liminar do pedido (art. 332, CPC). 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
 
5 Manual de Direito Processual Civil, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 317. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
11 
 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde 
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, 
nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação 
do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar 
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
Obs3: No CPC/73, tínhamos: 
i- procedimento comum (gênero), do qual eram espécies o procedimento ordinário e o 
procedimento sumário; 
ii- procedimentos especiais. 
Com o NCPC, não há mais previsão do procedimento sumário, razão pela qual não há mais 
motivo para dividir o procedimento comum em duas espécies. Assim, só há as seguintes designações: 
procedimento comum e procedimentos especiais. 
 
Não há mais previsão do procedimento sumário. Assim, ou as causas tramitarão sob o procedimento comum ou sob o 
procedimento sumaríssimo dos Juizados. 
Contudo, as demandas de procedimento sumário que tiverem sido propostas na vigência do CPC/73, serão reguladas 
pelo CPC antigo. 
CC/15, Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, 
ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos 
especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste 
Código. 
Estudaremos detalhadamente o procedimento comum, deixando os procedimentos especiais 
para aulas futuras. 
Dito isso, para clarear a mente do aluno, vale adiantar como é o passo a passo do 
procedimento comum. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
12 
 
 
Como dito linhas atrás, o procedimento comum é riquíssimo, podendo haver nuances 
diferentes do esquema acima. 
A exemplo, em vez do despacho do juiz para ordenar a citação, é possível que o magistrado: 
a) determine a emenda da petição inicial (art. 321, CPC); b) aplique o art. 330 (indeferimento da 
petição inicial); c) valha-se do art. 332 (improcedência liminar do pedido). 
De todo modo, o esquema é interessante e reflete a maioria dos processos que tramitam sob 
o procedimento comum. 
Obs4: Nos capítulos 5, 6 e 7 desta aula, detalharei os tópicos sobre o pedido (arts. 319 a 331, 
CPC), a improcedência liminar do pedido (art. 332, CPC) e a audiência de conciliação e mediação (art. 
334, CPC). 
Formação do processo -
propositura da demanda 
com o protocolo da PI
Juiz pode extinguir o 
processo nas hipóteses do 
art. 354 (arts. 485 e 487, II 
e III)
Juiz pode Julgar 
antecipadamente o mérito 
de forma total (art. 355) ou 
parcial (art. 356)
No caso de julgamento 
parcial do mérito, o 
processo prossegue 
quanto ao restante -
saneamento, AIJ, sentença.
Não sendo o caso das duas 
primeiras hipóteses, o Juiz 
irá promover o 
Saneamento (art. 357)
Audiência de Instrução e 
Julgamento
Se a causa for complexa, o debate oral pode ser
substituído por razões finais escritas no prazo
sucessivo de 15 dias (art. 364, §2º). Depois, o juiz
terá o prazo impróprio de 30 dias para sentenciar.
Registro ou Distribuição
(torna prevento o juízo -
art. 59) Despacho do Juiz pra citar 
o réu (interrompe a 
prescrição - que retroage à 
data da propositura - art. 
240, §1º)Citação (induz 
litispendência, torna 
litigiosa a coisa e constitui 
em mora o devedor - art. 
240, caput)
Audiência de conciliaçao e 
mediação (art. 334). Não 
havendo acordo, abre 
prazo para contestação ( 
art. 335)
Contestação (art. 335 a 
342)
Réplica do autor no caso 
do art. 350.
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
13 
 
3 - SUSPENSÃO DO PROCESSO 
3.1 - CONCEITO 
Cândido Dinamarco6 diz que a suspensão é “uma parada no procedimento e veto à realização 
de atos, permanecendo viva a relação processual, embora em estado latente”. 
Por isso, salienta Assumpção que o art. 313 diz equivocadamente que o processo é suspenso. 
O processo (relação jurídica complexa) mantém-se íntegro. O que se suspende é o procedimento 
(rito). 
Entretanto, como o próprio CPC fala em suspensão do “processo”, manteremos essa 
designação. 
A doutrina classifica a suspensão em: 
i- suspensão própria: paralisação total do procedimento, com absoluta impossibilidade de se 
praticar atos; 
ii- suspensão imprópria: proibição de se praticar alguns atos, mas permite a prática de outros. 
Há suspensão apenas parcial do procedimento. 
Ex1: Instauração do IRDR (um incidente). O procedimento principal fica suspenso, mas o IRDR, 
um incidente (que faz parte do processo como um todo), continua a tramitar. 
Obs1: em qualquer uma das suspensões (própria ou imprópria), o juízo pode praticar atos 
urgentes para evitar danos. 
Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, 
todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo 
no caso de arguição de impedimento e de suspeição. 
FCC/TST-Juiz do Trabalho Substituto/2017. Sobre formação, suspensão e extinção do processo, a legislação processual 
civil estabelece: 
c) Durante a suspensão do processo é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, mesmo no caso de 
arguição de impedimento e de suspeição, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável. 
A alternativa C está incorreta. 
Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a 
realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável,salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição. 
Obs2: Qual a natureza dessa decisão judicial que suspende o procedimento? 
1ª corrente (Humberto Theodoro Jr., Medina, STJ): essa decisão judicial possui natureza 
declaratória, que dá certeza jurídica da presença de uma das causas de suspensão (art. 313, CPC). 
2ª corrente (minoritária): possui natureza constitutiva, pois constitui uma nova situação 
jurídica, paralisando a atividade processual. 
Como diz Daniel Assumpção, essa divergência é um tanto quanto desnecessária. Isso porque 
as duas correntes entendem que a decisão de suspensão tem eficácia ex tunc, isto é, retroage à data 
 
6 Instituições de Direito Processual Civil, v. III, Malheiros, 2ª ed. 2002, p. 146. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
14 
 
do evento que deu causa à suspensão (STJ, REsp 1.059.867/MT, Rel. Min. Marco Buzzi, d.j. 
19/09/2013). 
Obs3: O rol do art. 1.015, CPC (agravo de instrumento) não prevê a hipótese de recurso contra 
essa decisão que determina a suspensão do processo. Haverá possibilidade de AI apenas se ela for 
proferida no inventário, cumprimento de sentença, execução e liquidação de sentença. 
Art. 1.015, Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões 
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de 
sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 
Obs1: Sobre o cabimento do AI, saibam que o STJ julgou, no dia 5/12/2018, os REsp. 
1.696.396/MT e 1.704.520/MT. Na oportunidade, a Corte Especial entendeu7, por 7x5, que o art. 
1.015 tem uma taxatividade mitigada, isto é, é possível interposição do AI quando se discute 
questões urgentes e de difícil reparação, caso não sejam apreciadas no momento em que 
questionadas. Enfim, admite-se a interposição de agravo de instrumento quando verificada a 
urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. 
Tal entendimento vem sendo muito criticado pela doutrina, porquanto gera extrema 
insegurança jurídica. As partes, daqui em diante, irão interpor AI de todas as decisões interlocutórias 
com medo da preclusão. 
De qualquer forma, vamos manter o norte de que a decisão que suspende o processo não é 
impugnável por AI. 
Assim, fora dessas hipóteses do art. 1.015, parágrafo único (inventário, cumprimento de 
sentença, execução e liquidação de sentença), apenas será impugnável em sede de apelação ou 
contrarrazões (art. 1.009, §1º, CPC). 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas 
em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas 
contrarrazões. 
Daniel Assumpção, tentando dar alguma efetividade e celeridade nessa impugnação, defende 
o cabimento do mandado de segurança contra ato judicial. 
3.2 - CAUSAS DE SUSPENSÃO DO PROCESSO 
3.2.1 – Inciso I - Morte ou Perda da Capacidade Processual das Partes; do Representante 
Legal ou do seu Procurador 
Primeiro, vamos falar da morte da parte. Depois, falaremos da perda da capacidade 
processual da parte. Em seguida, da morte ou perda da capacidade do representante e, por fim, 
morte ou perda da capacidade do procurador. 
1ª hipótese: Ocorrendo a morte da parte, abrem-se duas possibilidades: 
a) se o direito discutido no processo for intransmissível, o processo deve ser extinto sem 
julgamento do mérito (art. 485, IX, CPC). 
 
7 Com modulação de efeitos – a partir da publicação do acórdão. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
15 
 
Art. 485, IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
b) se o direito for transferível, o juiz suspenderá o procedimento, nos termos do art. 313, I, 
c/c §§1º e 2º, CPC. 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu 
representante legal ou de seu procurador; 
§ 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689. 
Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que 
estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo. 
Obs1: Nessa segunda hipótese, os interessados na sucessão processual devem ajuizar a ação 
de habilitação, uma demanda incidental de procedimento especial. 
Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os 
interessados houverem de suceder-lhe no processo. 
Art. 688. A habilitação pode ser requerida: 
I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido; 
II - pelos sucessores do falecido, em relação à parte. 
Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que 
estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo. 
Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se 
pronunciarem no prazo de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador constituído nos 
autos. 
Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for 
impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em 
que determinará que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução. 
Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará 
o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos. 
Obs2: Como a decisão de suspensão tem efeitos ex tunc, o procedimento estará suspenso 
desde o momento em que a parte faleceu (ou perdeu sua capacidade processual). Nesse sentido, STJ, 
REsp 725.456/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, d.j. 05/10/2010. 
Obs3: E se a ação de habilitação não for ajuizada e o juiz tomar conhecimento de ofício da 
morte? 
O Juiz, de pronto, suspenderá o processo. 
Art. 313, § 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz 
determinará a suspensão do processo e observará o seguinte: 
I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo 
espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de 
no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses; 
Obs: se o autor não cumprir a diligência, o juiz julgará extinto o processo sem resolução do 
mérito, por abandono processual (art. 485, III, CPC). 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
16 
 
II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de 
seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de 
divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão 
processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção 
do processo sem resolução de mérito. 
Obs: aqui seria extinto com base no art. 485, IV, CPC. 
Obs: aqui seria extinto com base no art. 485, IV, CPC. 
CONSULPLAN/TJMG – Juiz de Direito Substituto/2018 - A aforou ação de repetição de indébito contra o Município X para 
reaver a importância de R$ 200.000,00 que teria pago em excesso a título de imposto sobre serviços de qualquer 
natureza. O réu foi citado e contestou a ação, alegando fato extintivo do direito do autor. Este foi intimado e, no segundo 
dia do prazo para se manifestar, faleceu num acidente automobilístico e deixou dois herdeiros além de vasto patrimônio. 
O fato foi notório na Comarca, pois o autor era importante empresário. Com base nesse caso hipotético, é correto afirmar 
que o Juiz determinará 
A) o prosseguimentosem qualquer outra providência. 
B) a intimação do espólio a fim de ser promovida a sucessão. 
C) o arquivamento dos autos do processo até que o espólio providencie a habilitação. 
D) a intimação do espólio, de quem for sucessor ou dos herdeiros a fim de ser promovida a sucessão. 
Comentários: A alternativa D está correta. Está de acordo com o art. 312, §2º, II, CPC. 
Art. 313, § 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do 
processo e observará o seguinte: 
I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor 
ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses; 
Obs: se o autor não cumprir a diligência, o juiz julgará extinto o processo sem resolução do mérito, por abandono 
processual (art. 485, III, CPC). 
II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o 
sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem 
interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do 
processo sem resolução de mérito. 
Obs4: Veja jurisprudência recente do STJ sobre o tema. Embora tenha aplicado o CPC/73, o 
entendimento pode ser aplicado ao NCPC. 
É admissível a emenda à inicial, antes da citação, para a substituição de executado pelo seu 
espólio, em execução ajuizada em face de devedor falecido antes do ajuizamento da ação. 
Cinge-se a controvérsia a definir se a execução em face de devedor falecido antes do 
ajuizamento da ação deve ser suspensa até o processamento de ação de habilitação de 
sucessores ou se, ao revés, é admissível a emenda à inicial, antes da citação, para a 
substituição do executado falecido pelo seu espólio. De acordo com os arts. 43 e 1.055, 
ambos do CPC/1973, os institutos da habilitação, sucessão ou substituição processual têm 
relevância quando há o falecimento da parte, ou seja, quando o evento morte ocorre no 
curso do processo, situação diversa da qual o falecimento do devedor ocorre antes da 
citação. Daí porque, inclusive, não há que se falar em suspensão do processo na forma do 
art. 265, I, do CPC/1973. Na verdade, a situação em que a ação judicial é ajuizada em face 
de réu preteritamente falecido revela a existência de ilegitimidade passiva do de cujus, 
devendo, pois, ser oportunizada ao autor da ação a possibilidade de emendar a petição 
inicial para regularizar o polo passivo, sobretudo porque, evidentemente, ainda não terá 
havido ato citatório válido e, portanto, o aditamento à inicial é admissível 
independentemente de aquiescência do réu, conforme expressamente autorizam os arts. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
17 
 
264 e 294 do CPC/1973, a fim de que o espólio seja o sujeito passivo da relação jurídico-
processual em que deduzida a pretensão executiva, especialmente porque o espólio 
responderá pelas dívidas do falecido (art. 597 do CPC/1973). REsp 1.559.791-PB, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 28/08/2018, DJe 31/08/2018 
Obs5: A extinção da pessoa jurídica pode ser equiparada à morte para fins processuais? 
1ª corrente (Moniz, Dinamarco, Didier): Sim. Poderia ser aplicável o regramento da suspensão 
do processo e sucessão processual. 
2ª corrente (Assumpção, HTJ, Alexandre Câmara): Não. Até o final da liquidação dos direitos 
e obrigações, sempre há alguém encarregado de representar a sociedade judicialmente. Assim, o 
processo deve seguir normalmente, sem suspensão. 
2ª hipótese: Por outro lado, ocorrendo a perda da capacidade processual, o juiz deve 
suspender o processo até que ingresse um representante judicial da parte. 
Isso porque a capacidade processual é a aptidão para praticar os atos processuais 
independentemente de representação ou assistência, pessoalmente ou por pessoas indicadas pela 
lei, tais como síndico, administrador judicial, inventariante etc. (art. 75, CPC). 
Quem tem capacidade processual? 
Quem tem capacidade de fato ou de exercício, no Direito Civil (arts. 3º a 5º, CC), tem 
capacidade processual. Esta é a regra! 
Perceba que, para que determinada pessoa possa estar em juízo autonomamente, sem 
precisar de representação ou assistência, ela precisa estar no exercício de seus direitos (capacidade 
de fato ou de exercício). É o que preceitua o art. 70, CPC. 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para 
estar em juízo. 
Disse que essa era a regra. Agora, vamos ver as exceções. 
Exceções: 
i- É possível imaginar quem tenha capacidade civil, mas não tenha capacidade processual. 
Ex1: pessoa casada que, conquanto tenha capacidade civil, não tem capacidade processual 
em alguns casos (art. 73, CPC). Precisa do consentimento de outro para litigar em juízo. 
Ex2: réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, quando não 
for constituído advogado, devendo ser representado por curador especial (art. 72, II, CPC). 
ii- Também podemos identificar quem não tenha capacidade civil, mas tenha capacidade 
processual. 
Ex1: sujeito com 17 anos não tem capacidade de fato ou de exercício, mas sendo eleitor, pode 
propor ação popular (art. 1º, Lei n. 4.717/65). 
Ex2: o incapaz sem representante tem capacidade processual para pedir a designação de um 
curador especial que o represente (art. 72, I, CPC); 
Ex3: o interdito tem capacidade processual para pedir o levantamento da interdição (art. 756, 
§1º, CPC). 
Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
18 
 
§ 1o O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo interdito, pelo curador 
ou pelo Ministério Público e será apensado aos autos da interdição. 
Conclui-se, portanto, que capacidade de fato ou de exercício e capacidade processual 
possuem sim alguma ligação, mas há exceções importantes. São conceitos que se relacionam, mas 
não são interdependentes. 
O que acontece se o sujeito não tiver capacidade processual? 
O juiz vai mandar que ele regularize isso, dando prazo razoável (não há prazo legal para a 
correção). 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da 
parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 
Se ele não regularizar o defeito, haverá outras consequência que irão variar conforme 3 
situações: 
a) se for o autor que não tem capacidade processual e não regularizou, o processo será 
extinto; se for litisconsorte, será excluído do processo; 
b) se for o réu que não tem capacidade processual, o processo segue à sua revelia; 
c) se for um terceiro que não tem capacidade processual, o terceiro é excluído do processo. 
Se estiver em fase recursal: 
a) não se conhecerá do recurso, se a correção couber ao recorrente; 
b) determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao 
recorrido. 
É o que diz o art. 76, §1º, CPC: 
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que 
se encontre. 
§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal 
regional federal ou tribunal superior, o relator: 
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao 
recorrido. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado)- Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
19 
 
 
Obs1: Didier ressalta que não haverá necessidade de extinção do processo sem resolução do 
mérito se não houver prejuízo. 
Ex: menor incapaz não regulariza sua representação, mas o caso é de acolhimento do seu 
pedido. O juiz deve julgar o mérito e determinar a correção do defeito de representação apenas para 
a instância recursal, pois a ausência de representação não causou prejuízo ao demandante. 
Obs2: Capacidade processual também aparece nos livros como capacidade para estar em 
juízo OU como legitimação para o processo (legitimatio ad processum), não devendo confundir com 
legitimação para a causa (legitimatio ad causam), que é condição da ação. 
 
3ª hipótese: Morte ou Perda da Capacidade do Representante 
Se o representante judicial morre ou perde sua capacidade, a parte não poderá atuar 
autonomamente, pois não tem capacidade processual. Ela precisa novamente de um outro 
representante ou assistente. 
Ausência de 
capacidade 
processual - Juiz 
suspende o 
processo e fixa 
prazo razoável 
para 
regularização
Cumprida a 
determinação, 
segue o processo
Não cumprida a 
determinação
Instância originária
se for o autor, 
extinguir o 
processo sem 
julgamento do 
mérito
se for o réu, será 
considerado revel
Terceiro, será excluído do 
processo (amicus curiae 
ou assistente) ou revista 
a decisão (chamamento e 
denunciação)
Instância recursal
se for o recorrente, 
o recurso não será 
conhecido
se for o recorrido, 
as contrarrazões 
serão 
desentranhadas
Capacidade 
processual, 
capacidade de 
estar em juízo, 
legitimatio ad 
processum
Requisito de 
Validade do 
Processo
Legitimidade para 
a causa, legitimatio 
ad causam
Condição da 
ação
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
20 
 
Assim, proceder-se-á conforme o art. 76, CPC, para que seja sanado esse vício. 
Obs1: Se houver a morte ou perda da capacidade processual do “presentante” da pessoa 
jurídica (ex: morte do Procurador do Estado, do Advogado da União), não há suspensão do processo. 
Outro membro tomará o lugar do “presentante”. 
4ª hipótese: Morte ou Perda da Capacidade do Procurador (Advogado) 
Se houver morte ou perda da capacidade do advogado, o processo será suspenso, nos termos 
do art. 313, I, CPC e proceder-se-á conforme o §3º. 
Art. 313, § 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada 
a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo 
mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem 
resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o 
prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. 
1ª hipótese: Se o autor não constituir novo advogado, o processo será extinto sem resolução 
do mérito (art. 485, IV, CPC). 
2ª hipótese: Se o réu não constituir novo mandatário, o juiz ordenará o prosseguimento do 
processo à revelia do réu. 
Como aponta Assumpção, a revelia é um estado de fato gerado pela ausência jurídica da 
contestação. Diante desse estado de fato, em regra, são gerados dois efeitos: 
i- efeito material: presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor. 
ii- efeito processual: dispensa de intimações do réu. 
Obs1: O efeito material não é gerado nas hipóteses do art. 345, CPC8. 
Assim, se o réu já tiver ofertado a contestação quando da morte do seu advogado, não será 
gerado o efeito material da revelia, mas permanecerá vigente o efeito processual (dispensa de 
intimação do réu). 
Obs2: Pode haver perda da capacidade civil do procurador (ex: advogado é interditado) ou 
perda da sua capacidade postulatória (ex: OAB suspende seu registro). 
Obs3: Só haverá essa suspensão se o advogado é o único patrono cadastrado nos autos. Se 
houver outros, o processo segue normalmente. 
3.2.2 - Inciso II – Convenção das Partes 
É possível que as partes entrem num acordo para suspensão do processo, desde que não 
exceda o prazo de 6 (seis) meses. 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
 
8 Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato 
formuladas pelo autor. 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar 
a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que 
a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou 
estiverem em contradição com prova constante dos autos. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
21 
 
II - pela convenção das partes; 
§ 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do 
inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. 
Trata-se de uma previsão específica que encontra amparo no art. 190, CPC e no princípio do 
autorregramento da vontade. 
Obs1: A doutrina salienta que o juiz não pode indeferir esse pedido de suspensão derivado de 
um consenso entre as partes. 
Ademais, essa decisão teria natureza declaratória, razão pela qual o processo estaria 
suspenso desde a data do acordo e não da decisão judicial. 
Vejamos um exemplo de cláusula nesse sentido: 
Enunciado 580, FPPC: (arts. 190; 337, X; 313, II) É admissível o negócio processual 
estabelecendo que a alegação de existência de convenção de arbitragem será feita por 
simples petição, com a interrupção ou suspensão do prazo para contestação. 
 
FGV/TJ-AL – Oficial de Justiça Avaliador/2018. Em uma audiência de instrução e julgamento, os procuradores do autor e 
do réu perceberam a possibilidade de se obter uma composição extrajudicial do feito, uma vez que esta não era possível 
naquele momento. Assim, convencionaram, em conjunto, pelo sobrestamento dos atos do processo pelo prazo de um 
ano, por considerarem que esse seria o tempo máximo necessário para que obtivessem junto aos seus clientes a solução 
amigável do conflito. 
Nesse quadro, deverá o julgador: 
a) admitir a suspensão do feito pelo prazo de um ano, pois há que se fomentar a atividade de composição dos conflitos; 
b) inadmitir a suspensão do feito pelo prazo pretendido, uma vez que o prazo máximo, nessa hipótese, seria de seis 
meses; 
c) inadmitir a suspensão do feito e designar nova data para a audiência, intimando todos os presentes desta decisão; 
d) extinguir o feito, uma vez que a hipótese em tela seria equivalente à paralisação do feito por negligência das partes; 
e) extinguir o feito, uma vez que a hipótese em tela é tratada como abandono da causa por parte do autor. 
Comentários: A alternativa B está correta. 
Art. 313. Suspende-se o processo: II - pela convenção das partes; § 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá 
exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. 
Obs2: É possível convencionar a suspensão do processo quando o ato processual estiver em 
curso? 
1ª corrente (Moniz de Aragão): não é possível, por exemplo, suspender durante uma 
audiência ou julgamento pelo tribunal. 
2ª corrente (Leonardo Greco): é possível, pois a lei não limita. Aliás, é justamente durante os 
atos que podem surgir motivos para a suspensão do processo. 
3.2.3 - Inciso III – Arguição de Impedimento e Suspeição 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
22 
 
De pronto, importante salientar que a única arguição capaz de suspender o processo é a 
alegação de impedimento e suspeição do juiz. 
Se a suspeição e impedimento forem relação a outros atores do processo, o feito prosseguirá 
normalmente, sem suspensão. Veja que o procedimento está previsto no art. 148, CPC. 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição 
fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar 
nos autos. 
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, 
ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando 
necessária. 
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo regimento 
interno. 
 O impedimento ou suspeição deve ser arguido por qualquer das partes em petição autônoma 
e devidamente instruída com documentos e rol de testemunhas, sempre na primeira oportunidade 
que lhe couber falar nos autos. 
Obs1: para o perito, deve-se respeitar o prazo de 15 dias, contados da intimação do despacho 
de sua nomeação, pela regra específica do art. 465, §1º, CPC. 
Art. 148, § 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do 
processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, 
quando necessária. 
Obs2: O CPC/73 estipulava um prazo de 5 dias, sendo que o NCPC prevê prazo de 15 dias. 
Diferentemente do que ocorre com a suspeição e impedimento do juiz, no caso do art. 148, a 
competência para o julgamento da alegação da parte é do próprio juiz que conduz o processo. 
Então, produzidas as provas, o juiz julgará o incidente. 
Obs3: A decisão interlocutória do incidente não é recorrível por agravo de instrumento (rol 
taxativo do art. 1.015, CPC), devendo ser impugnada nos termos do art. 1.009, §1º, CPC. 
E se o impedimento ou suspeição for do Juiz? 
Obs1: No CPC/73, a parte deveria alegar impedimento e suspeição por exceção, em peça 
apartada (antigo art. 297 c/c art. 304, ambos do CPC/73). 
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida 
ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção. 
Art. 304. É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 
112), o impedimento (art. 134) ou a suspeição (art. 135). 
O NCPC não mais prevê exceções rituais como espécies de resposta do réu. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
23 
 
A incompetência relativa passa a ser alegada em preliminar de contestação (art. 64, caput, 
CPC/15) e a suspeição e impedimento, apesar de continuarem a criar um incidente processual, 
deixam de ser chamados de exceção ritual e de ser espécie de resposta do réu. 
Assumpção destaca que a mudança é positiva, porquanto exceção é matéria de defesa que 
depende de alegação da parte, enquanto objeção é matéria de defesa conhecível de ofício. Se a 
suspeição e impedimento são matérias conhecíveis de ofício, não tem sentido chamá-las de exceção. 
Além disso, podem ser alegadas por autor e réu, não tendo sentido mantê-las como espécies 
de resposta do réu. 
Procedimento 
A parte tem um prazo de 15 dias da data do conhecimento do fato para alegar a suspeição 
ou impedimento, conforme art. 146, caput, CPC. 
Isso se dará por meio de petição autônoma dirigida ao juiz do processo, com as razões, 
devidamente instruída com os documentos pertinentes ao incidente e o rol de testemunhas que o 
suscitante pretende que sejam ouvidas para demonstrar suas alegações. 
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará 
o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual 
indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a 
alegação e com rol de testemunhas. 
Obs1: Apesar de o artigo afirmar que o impedimento deverá ser arguido em 15 dias do 
conhecimento do fato, esse prazo não existe, pois o impedimento é matéria de ordem pública, 
podendo ser suscitada a qualquer momento. Inclusive, pode ser alegado em ação rescisória (art. 966, 
II, CPC). Portanto, o prazo de 15 dias vale para a suspeição. 
O que deve fazer o juiz? 
As posturas do juiz são as mesmas do CPC/73. 
a) pode aceitar a alegação da parte e remeter o processo ao seu substituto legal por decisão 
interlocutória irrecorrível; 
b) discordar e, após autuar em apartado a petição, apresentar resposta escrita instruída com 
documentos e com rol de testemunhas. A única diferença em relação ao Código antigo é que o prazo 
da defesa passa de 10 para 15 dias. 
Feito isso, o juiz ordena a remessa do incidente ao tribunal, para que a instância superior 
profira a sua decisão. 
Art. 146, § 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz 
ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, 
determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, 
apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se 
houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. 
Obs2: O juiz não pode indeferir a petição de exceção, pois, sendo parte no incidente 
processual, o juiz é incompetente para essa decisão (STJ, REsp 704.600/RJ, Rel. Min. Ari Pargendler, 
j. 02/05/2006). 
Obs3: No CPC/73, a exceção de suspeição e impedimento suspendia o procedimento principal 
automaticamente. Isso levava a alguns réus a ingressar com exceções sem nenhum fundamento, 
como medida protelatória. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
24 
 
Com o NCPC, há alguns temperamentos. 
Apresentado o incidente, suspende-se o processo ope legis, automaticamente (art. 313, III, 
CPC), sem prejuízo da possibilidade de concessão de tutela de urgência pelo substituto legal. 
Remetido o incidente ao Tribunal, deverá o relator declarar os efeitos em que recebe. Se 
mantiver o efeito suspensivo, a situação não se altera. Se, porém, não atribuir o efeito suspensivo, o 
processo retomará seu andamento com o juiz dito impedido ou suspeito até o julgamento do 
incidente. 
André Roque destaca que o efeito suspensivo consiste em tutela tipicamente de urgência e, 
portanto, para a sua manutenção, deverá ser verificada a presença dos requisitos estabelecidos no 
art. 300, quais sejam, plausibilidade do incidente e risco de dano difícil ou incerta reparação em caso 
de prosseguimento do processo com o juiz originário. 
Art. 146 (...). 
§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o 
incidente for recebido: 
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do 
incidente. 
§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este 
for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
Para o Tribunal, há duas saídas: 
i- Se o tribunal rejeitar a alegação de impedimento ou suspeição, condenará a parte ao 
pagamento das custas processuais do incidente. Ainda, se tiver sido recebido no efeito suspensivo, o 
processo retomará seu andamento. E o acórdão será recorrível por REsp e/ou RExt. 
ii- Se o tribunal acolher a alegação, apenas condenará o juiz ao pagamento das custas 
processuais se houver reconhecimento de impedimento OU manifesta suspeição. 
Obs4: No CPC/73, sempre que era acolhida a alegação, o juiz era condenado em custas. No 
NCPC, isso ocorrerá apenas quando houver impedimento ou manifesta suspeição. 
Esse acórdão é recorrível pelo magistrado por REsp e/ou Rext. É hipótese interessante de 
dispensa de capacidade postulatória para interposição de recurso. 
Art. 146 (...). 
§ 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente,o 
tribunal rejeitá-la-á. 
§ 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o 
tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo 
o juiz recorrer da decisão. 
Nesse último caso, cabe ao Tribunal indicar o momento a partir do qual o juiz passou a ser 
suspeito ou impedido, bem como decretar a nulidade dos atos do juiz praticados durante esse 
período, devendo limitar-se a anulação dos atos decisórios de mérito. 
§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do 
qual o juiz não poderia ter atuado. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
25 
 
§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o 
motivo de impedimento ou de suspeição. 
Obs5: Se questionada a incompetência relativa do juízo, o processo se suspende ou não? 
No CPC/73, o art. 265, III dispunha que “quando for oposta exceção de incompetência do 
juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz”, o processo ficaria 
suspenso. Era a redação também do art. 306, CPC/73. 
Art. 306. Recebida a exceção, o processo ficará suspenso (art. 265, III), até que seja 
definitivamente julgada. 
Doutro lado, o CPC/15 não previu essa hipótese no art. 313. 
Diante disso, formaram-se duas correntes: 
1ª corrente (Assumpção): Não há mais previsão legal de suspensão, razão pela qual ela não 
ocorre. 
2ª corrente (Mouzalas, João Otávio e Eduardo Madruga): Embora tenha havido a supressão 
da previsão legal, ainda é necessária a suspensão do procedimento. Ora, se o art. 340, §4º, CPC/15 
determina a suspensão da audiência de conciliação se alegada a incompetência absoluta ou relativa 
em um caso peculiar (protocolo no foro de domicílio do réu, diverso daquele em que a demanda foi 
proposta), é razoável concluir que em todas as alegações de incompetência deveria haver a 
suspensão do procedimento. 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá 
ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao 
juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. 
§ 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da 
audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. 
Devemos aguardar o posicionamento dos Tribunais Superiores a respeito. 
 
Se, por acontecimento superveniente, o juiz não se sente mais 
confortável para julgar a demanda, ele se declarará suspeito por 
motivo de foro íntimo (art. 145, §1º, CPC). 
Isso gerará a nulidade dos atos decisórios anteriormente 
prolatados? Não. 
A declaração pelo magistrado de suspeição por motivo superveniente não tem efeitos 
retroativos, não importando em nulidade dos atos processuais praticados em momento 
anterior ao fato ensejador da suspeição. STJ. 1ª Seção. PET no REsp 1.339.313-RJ, Rel. Min. 
Sérgio Kukina, Rel. para acórdão Min. Assusete Magalhães, julgado em 13/4/2016 (Info 
587). 
3.2.4 - Inciso IV - Admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas. 
Além do art. 313, IV, CPC, o art. 982, I, prevê a mesma regra, isto é, a suspensão dos processos 
que tratam do mesmo tema. 
Art. 982. Admitido o incidente, o relator: 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
26 
 
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado 
ou na região, conforme o caso. 
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os 
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. 
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos 
prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário. 
Assumpção destaca que essa suspensão do art. 313, IV, CPC deveria ter sido prevista para os 
casos repetitivos, em geral (art. 928, incisos I e II, CPC), englobando não só IRDR, mas também 
recursos especial e extraordinário repetitivos. 
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão 
proferida em: 
I - incidente de resolução de demandas repetitivas; 
II - recursos especial e extraordinário repetitivos. 
Isso porque o art. 1.037, II, CPC, que trata dos repetitivos, contém a mesma previsão. 
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a 
presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual: 
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento; 
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, 
individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional; 
De todo modo, mesmo que não previsto, os recursos repetitivos poderiam ser encaixados no 
art. 313, VIII, CPC. 
Art. 313. Suspende-se o processo: VIII - nos demais casos que este Código regula. 
Vejamos a miríade de enunciados do FPPC sobre o tema. Adianto que iremos tratar 
detalhadamente dos recursos repetitivos em aulas vindouras. Mesmo assim, é interessante já terem 
contato com os enunciados abaixo. 
Enunciado 142, II Jornada CJF: Determinada a suspensão decorrente da admissão do IRDR 
(art. 982, I), a alegação de distinção entre a questão jurídica versada em uma demanda em 
curso e aquela a ser julgada no incidente será veiculada por meio do requerimento previsto 
no art. 1.037, §10. 
Enunciado 140, II Jornada CJF: A suspensão de processos pendentes, individuais ou 
coletivos, que tramitam no Estado ou na região prevista no art. 982, I, do CPC não é 
decorrência automática e necessária da admissão do IRDR, competindo ao relator ou ao 
colegiado decidir acerca da sua conveniência. 
Enunciado 92, FPPC: (art. 982, I; Art. 313, IV) A suspensão de processos prevista neste 
dispositivo é consequência da admissão do incidente de resolução de demandas 
repetitivas e não depende da demonstração dos requisitos para a tutela de urgência. 
Enunciado 93, FPPC: (art. 982, I) Admitido o incidente de resolução de demandas 
repetitivas, também devem ficar suspensos os processos que versem sobre a mesma 
questão objeto do incidente e que tramitem perante os juizados especiais no mesmo 
estado ou região. 
Enunciado 94, FPPC: (art. 982, § 4º; art. 987) A parte que tiver o seu processo suspenso 
nos termos do inciso I do art. 982 poderá interpor recurso especial ou extraordinário contra 
o acórdão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
27 
 
Enunciado 95, FPPC: (art. 982, §§3º, 4º e 5º9) A suspensão de processos na forma deste 
dispositivo depende apenas da demonstração da existência de múltiplos processos 
versando sobre a mesma questão de direito em tramitação em mais de um estado ou 
região. 
Enunciado 470, FPPC: (art. 982, I) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a suspensão 
prevista no art. 982, I. 
Enunciado 471, FPPC: (art. 982, §3º) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a 
suspensão prevista no art. 982, §3º. 
Enunciado 557, FPPC: (art. 982, I; art. 1.037, § 13, I) O agravo de instrumento previsto no 
art. 1.037, §13, I, também é cabível contra a decisão prevista no art. 982, inc. I. 
Enunciado 205, FPPC: (art. 982, caput, I e §3º) Havendo cumulação de pedidos simples, a 
aplicação do art. 982, I e §3º, poderá provocar apenas a suspensão parcial do processo, 
não impedindo o prosseguimento em relação ao pedido não abrangido pela tese a ser 
firmada no incidente de resolução de demandas repetitivas10. 
3.2.5 - Inciso V - Prejudicialidade 
Inciso V, “a” 
Art. 313.Suspende-se o processo: 
V - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de 
inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo 
pendente; 
§ 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses 
do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. 
§ 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos 
previstos no § 4o. 
Segundo Daniel Assumpção, prejudiciais são aquelas que, além de constituírem premissas 
lógicas da sentença, reúnem condições suficientes para ser objeto de ação autônoma. 
Ex1: para decidir a obrigação alimentícia, tem-se a questão prejudicial da paternidade. 
 
9 Art. 982, § 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, 
poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os 
processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem sobre a questão objeto do incidente já 
instaurado. 
§ 4o Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo em curso no qual se discuta a mesma 
questão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência prevista no § 3odeste artigo. 
§ 5o Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for interposto recurso especial ou recurso 
extraordinário contra a decisão proferida no incidente. 
10 Já tive um caso em que a parte pede restabelecimento de benefício previdenciário (pedido 1) e declaração de 
inexigibilidade de devolução de parcelas recebidas por conta de erro do INSS – pedido 2 (Tema 979, Recurso Repetitivo, 
STJ). Como há dois pedidos, nada impede de prolatar uma decisão parcial de mérito (art. 356, CPC) indeferindo o 
restabelecimento do benefício previdenciário (pedido 1) e suspendendo o processo quanto ao pedido dois, pela afetação 
do tema ao STJ. 
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
28 
 
Ex2: inconstitucionalidade da lei (a ser declarada incidentalmente), a fim de ter o pedido final 
de repetição de indébito tributário acolhido. 
Elas podem ser internas (endógenas), se surgem dentro do mesmo processo; ou externas 
(exógenas), se são objeto de outros processos. 
A prejudicial interna não gera a suspensão. Veja que o art. 313, V, “a” diz que a 
prejudicialidade irá suspender o processo desde que constitua objeto principal de outro processo 
pendente. 
Ainda, as prejudiciais externas podem ser homogêneas (objeto de outro processo da 
jurisdição civil) ou heterogênea (objeto de outro processo da jurisdição criminal). 
 
Assumpção afirma que o art. 313, V, “a” versa apenas sobre questão prejudicial externa 
homogênea (outro processo versando sobre a matéria cível). 
Isso porque a prejudicialidade heterogênea (outro processo criminal) está no art. 315, CPC11. 
Obs1: Leonardo Greco ainda afirma que a suspensão só se justifica se não for possível a 
reunião de processos perante o juízo prevento para julgamento conjunto dos processos. 
Até porque, como vimos na aula 02, o art. 55, §3º, CPC, incorporou a teoria materialista da 
conexão. 
Segundo essa teoria, seria possível haver conexão entre duas ou mais ações, mesmo que o 
objeto (pedido) ou causa de pedir fossem diferentes. Bastaria que a decisão de uma causa pudesse 
interferir na solução da outra. É a chamada conexão por prejudicialidade. 
Didier ressalta que “haverá conexão se a mesma relação jurídica estiver sendo examinada em 
ambos os processos, ou se diversas relações jurídicas, mas entre elas houver um vínculo de 
prejudicialidade ou preliminaridade”. 
Art. 55, § 3º Serão reunidas para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco 
de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididas separadamente, 
mesmo sem conexão entre eles. 
 
11 Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar 
a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal. 
§ 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intimação do ato de suspensão, cessará o 
efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia. 
§ 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o 
disposto na parte final do § 1o. 
 
Prejudicialidade
Prejudicial 
interna
Prejudicial 
externa
homogênea 
(jurisdição civil)
heterogênea 
(jurisdição 
criminal)
Rodrigo Vaslin
Aula 05
Direito Processual Civil p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
 
29 
 
Ex1: investigação de paternidade e alimentos (pedidos distintos, causas de pedir distintas, 
mas há inegavelmente conexão); 
Ex2: ação de despejo por falta de pagamento e consignação em pagamento dos aluguéis (não 
detêm pedidos iguais, tampouco causas de pedir iguais). 
Um exemplo jurisprudencial de aplicação dessa teoria se deu no Resp 1.221.941/RJ (2015), 
em que o STJ concluiu que podem ser reunidas ação executiva com um processo de conhecimento 
no qual se pretenda a declaração da inexistência da relação jurídica que fundamenta a execução, 
desde que não implique modificação de competência absoluta. 
ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. CONEXÃO. REUNIÃO DE AÇÕES. RELAÇÃO DE 
PREJUDICIALIDADE ENTRE AS CAUSAS. PROCESSO DE CONHECIMENTO E DE EXECUÇÃO. 
POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO CONJUNTO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO 
COMPROVADO. (...) 2. A moderna teoria materialista da conexão ultrapassa os limites 
estreitos da teoria tradicional e procura caracterizar o fenômeno pela identificação de 
fatos comuns, causais ou finalísticos entre diferentes ações, superando a simples 
identidade parcial dos elementos constitutivos das ações. 3. É possível a conexão entre 
um processo de conhecimento e um de execução, quando se observar entre eles uma 
mesma origem, ou seja, que as causas se fundamentam em fatos comuns ou nas mesmas 
relações jurídicas, sujeitando-as a uma análise conjunta. 4. O efeito jurídico maior da 
conexão é a modificação de competência, com reunião das causas em um mesmo juízo. A 
modificação apenas não acontecerá nos casos de competência absoluta, quando se 
providenciará a suspensão do andamento processual de uma das ações, até que a conexa 
seja, enfim, resolvida. (...) 6. Recurso especial a que se nega provimento.(STJ, Relator: 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 24/02/2015, T4 - QUARTA TURMA) 
Inciso V, “b” 
Art. 313, V, b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a 
produção de certa prova, requisitada a outro juízo; 
§ 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses 
do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II. 
§ 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos 
previstos no § 4o. 
Nesse ponto, há uma necessidade de verificação de determinado fato ou a produção de certa 
prova, requisitada para outro juízo. 
Esse dispositivo versa sobre questão preliminar ao julgamento do mérito e não questão 
prejudicial. 
Obs1: A produção de prova requerida por outro juízo se dá por meio de expedição de carta 
precatória, rogatória ou de ordem. 
Obs2: Vocês que irão fazer prova objetiva têm de tomar cuidado. O art. 377, CPC prevê que a 
suspensão do processo pela expedição da carta só suspenderá o processo se tiver sido requerida 
antes da decisão de saneamento E quando a prova for imprescindível. 
Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento 
da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea “b”, quando, tendo sido requeridos 
antes da decisão

Continue navegando