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Rodada 04
Rodadas - Temas Específicos e Tópicos
Aprofundados p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autores:
Cláudio Bandel Tusco, Oto
Andrade, Itawan de Oliveira
Pereira, Fernanda Nobre da Matta,
Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz
Godoy, Felipe Fachineli Peres
Rodada 04
15 de Fevereiro de 2021
 
 
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 4 
1 - Tópicos Específicos e Temas Aprofundados ................................................................................................. 6 
1.1 - Direito Administrativo ............................................................................................................................ 6 
1.1.1 - Atos Administrativos ............................................................................................................................................. 6 
1.1.2 - Atos administrativos em espécie ......................................................................................................................... 12 
1.1.3 - Processo Administrativo ...................................................................................................................................... 17 
1.2 - Direito Constitucional ........................................................................................................................... 22 
1.2.1 - Execução Provisória da Pena. .............................................................................................................................. 22 
1.2.2 - Concepções (ou Sentidos) sobre a Constituição ................................................................................................. 27 
1.3 - Direito Civil ........................................................................................................................................... 30 
1.3.1 - Domicílio e Emancipação ..................................................................................................................................... 30 
1.4 - Direito Processual Civil ......................................................................................................................... 36 
1.4.1 - Tutela Provisória: Aspectos Gerais ...................................................................................................................... 36 
1.4.2 - Tutela de Urgência Requerida em Caráter Antecedente .................................................................................... 38 
1.4.3 - Tutela da Evidência .............................................................................................................................................. 43 
1.5 - Direito Internacional Público e Cooperação Internacional .................................................................. 45 
1.5.1 - Expulsão. .............................................................................................................................................................. 45 
1.6 - Direito Penal ......................................................................................................................................... 49 
1.6.1 - Aspectos Relevantes do Concurso de Pessoas .................................................................................................... 49 
1.6.2 - Aspectos Relevantes do Concurso de Crimes ...................................................................................................... 57 
1.7 - Direito Processual Penal ....................................................................................................................... 63 
1.7.1 - Possibilidade do compartilhamento do (RIF) Relatório de Inteligência Financeira da UIF (Unidade de Inteligência 
Financeira – antigo COAF) com a Polícia e com o Ministério Público. ........................................................................... 63 
1.7.2 - Inquérito Policial – Características Gerais ........................................................................................................... 67 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
Rodada 04
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1.8 - Legislação Penal Especial ..................................................................................................................... 74 
1.8.1 - Lei de Tortura – Lei 9.455/1997 .......................................................................................................................... 74 
1.9 - Direito Empresarial .............................................................................................................................. 83 
1.9.1 - Teoria Geral do Direito Societário ....................................................................................................................... 84 
1.10 - Criminologia ....................................................................................................................................... 92 
1.10.1 - Escola de Chicago .............................................................................................................................................. 92 
1.11 - Direito Previdenciário ......................................................................................................................... 96 
1.11.1 - Segurados do Regime Geral de Previdência Social. O contribuinte individual.................................................. 96 
1.12 - Direito Financeiro e Tributário ......................................................................................................... 100 
1.12.1 - Sistema Tributário Nacional. ........................................................................................................................... 100 
2 - Questões Objetivas ................................................................................................................................... 113 
2.1 - Direito Administrativo ........................................................................................................................ 114 
2.2 - Direito Constitucional ......................................................................................................................... 117 
2.3 - Direito Civil ......................................................................................................................................... 121 
2.4 - Direito Processual Civil ....................................................................................................................... 125 
2.5 - Direito Internacional Público e Cooperação Internacional ................................................................ 133 
2.6 - Direito Penal ....................................................................................................................................... 134 
2.7 - Direito Processual Penal ..................................................................................................................... 137 
2.8 - Legislação Penal Especial ................................................................................................................... 141 
2.9 - Direito Empresarial ............................................................................................................................ 142 
2.10 - Criminologia ..................................................................................................................................... 145 
2.11 - Direito Previdenciário ....................................................................................................................... 146 
2.12 - Direito Financeiro e Tributário .........................................................................................................147 
3 - Questões Discursivas................................................................................................................................. 149 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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3.1 - Direito Administrativo ........................................................................................................................ 149 
3.2 - Direito Constitucional ......................................................................................................................... 150 
3.3 - Direito Penal ....................................................................................................................................... 151 
3.4 - Direito Processual Penal ..................................................................................................................... 152 
3.5 - Legislação Penal Especial ................................................................................................................... 153 
4 - Peça Prática ............................................................................................................................................... 155 
Padrão de Resposta .................................................................................................................................... 156 
Roteiro de Resposta...................................................................................................................................................... 156 
 
 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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RODADAS DELEGADO DA PF - PÓS EDITAL 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Conforme explicado na aula demonstrativa, todas as segundas-feiras (serão 8 rodadas) publicaremos um 
material como este que conterá: 
 21 tópicos específicos ou temas aprofundados, seguindo as disciplinas e a importância de cada 
uma delas para a prova; 
 100 questões objetivas inéditas de nível superior de complexidade para você lapidar a sua 
preparação; e 
 5 questões discursivas (tal como distribuído em edital); e 
 1 peça (tal como apresentado no edital). 
Com time exclusivo de Delegados de Polícia Federal, você disporá de material de altíssimo nível para garantir 
pontos importantes na prova. 
Matéria Professor 
Direito Administrativo 
 
Cláudio Tusco 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Constitucional 
 
Oto Andrade Teixeira 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Civil 
 
Itawan Pereira 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Processual Civil 
 
Fernanda Nobre da Matta 
Delegada da 
Polícia Federal 
Direito Internacional Público e 
Cooperação Internacional 
 
Rafael Dantas 
Delegado da 
Polícia Federal 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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Direito Penal 
 
Allan Mattos 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Processual Penal 
 
Oto Andrade Teixeira 
Delegado da 
Polícia Federal 
Legislação Penal Especial 
 
Luiz Godoy 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Empresarial 
 
Felipe Fachineli 
Advogado e 
aprovado 
Delegado da 
Polícia Federal 
Criminologia 
 
Rafael Dantas 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Previdenciário 
 
Rafael Dantas 
Delegado da 
Polícia Federal 
Direito Financeiro e Tributário 
 
Cláudio Tusco 
Delegado da 
Polícia Federal 
Peça 
 
Allan Mattos 
Delegado da 
Polícia Federal 
É isso! Vamos ao trabalho? 
Se houver dúvida de conteúdo, poste-a no fórum. 
Caso haja dúvida a respeito do curso, funcionamento, estarei à disposição em 
ecj@estrategiaconcursos.com.br 
Boa leitura! 
Prof. Ricardo Torques 
Cláudio Bandel Tusco, Oto Andrade, Itawan de Oliveira Pereira, Fernanda Nobre da Matta, Rafael Dantas, Allan Mattos, Luiz Godoy, Felipe Fachineli Peres
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1 - TÓPICOS ESPECÍFICOS E TEMAS APROFUNDADOS 
1.1 - DIREITO ADMINISTRATIVO 
1.1.1 - Atos Administrativos 
Muito bem pessoal! Professor Cláudio Tusco, Estratégia Carreira Jurídica, apresenta mais um ponto 
superimportante de Direito Administrativo e que sempre tem questão em provas de concurso para Delegado 
de Polícia Federal é sobre atos administrativos. 
Conceitos e pressupostos 
O ato administrativo é uma espécie de fato administrativo e é em torno dele que se estrutura a base teórica 
do direito administrativo. Por seu turno, a expressão atos da Administração traduz sentido amplo e indica todo 
e qualquer ato que se origine dos inúmeros órgãos que compõem o sistema administrativo em qualquer dos 
Poderes. 
Na verdade, entre os atos da Administração se enquadram atos que não se caracterizam propriamente como 
atos administrativos, como é o caso dos atos privados da Administração. Exemplo: os contratos regidos pelo 
direito privado, como a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano estão os atos materiais, que 
correspondem aos fatos administrativos, noção vista acima: são eles atos da Administração, mas não 
configuram atos administrativos típicos. Alguns autores aludem também aos atos políticos ou de governo. 
Com efeito, a expressão atos da Administração é mais ampla. Envolve, também, os atos privados da 
Administração, referentes às ações da Administração no atendimento de seus interesses e necessidades 
operacionais e instrumentais agindo no mesmo plano de direitos e obrigações que os particulares. O regime 
jurídico será o de direito privado. Ex.: contrato de aluguel de imóveis, compra de bens de consumo, 
contratação de água/luz/internet. Basicamente, envolve os interesses particulares da Administração, que 
são secundários, para que ela possa atender aos interesses primários – no âmbito destes interesses primários 
(interesses públicos, difusos e coletivos) é que surgem os atos administrativos, que são atos públicos da 
Administração, sujeitos a regime jurídico de direito público. 
Os atos administrativos se situam num plano superior de direitos e obrigações, eis que visam atender aos 
interesses públicos primários, denominados difusos e coletivos. Logo, são atos de regime público, sujeitos a 
pressupostos de existência e validade diversos dos estabelecidos para os atos jurídicos no Código Civil, e sim 
previstos na Lei de Ação Popular e na Lei de Processo Administrativo Federal. Ao invés de autonomia da 
vontade, haverá a obrigatoriedade do cumprimento da lei e, portanto, a administração só poderá agir nestas 
hipóteses desde que esteja expressa e previamente autorizada por lei. 
Fato e ato administrativo 
Fato administrativo é a atividade material no exercício da função administrativa, que visa a efeitos de ordem 
prática para a Administração. Os fatos administrativos podem ser voluntários e naturais. Os fatos 
administrativos voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por atos administrativos, que formalizam a 
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providência desejada pelo administrador atravésda manifestação da vontade; 2ª) por condutas 
administrativas, que refletem os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou não precedidas de ato 
administrativo formal. Já os fatos administrativos naturais são aqueles que se originam de fenômenos da 
natureza, cujos efeitos se refletem na órbita administrativa. Assim, quando se fizer referência a fato 
administrativo, deverá estar presente unicamente a noção de que ocorreu um evento dinâmico da 
Administração. 
Requisitos ou elementos 
1) Competência: é o poder-dever atribuído a determinado agente público para praticar certo ato 
administrativo. A pessoa jurídica, o órgão e o agente público devem estar revestidos de competência. 
A competência é sempre fixada por lei. 
2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato administrativo foi abstratamente criado pela ordem 
jurídica. A lei estabelece que os atos administrativos devem ser praticados visando a um fim, 
notadamente, a satisfação do interesse público. Contudo, embora os atos administrativos sempre 
tenham por objeto a satisfação do interesse público, esse interesse é variável de acordo com a 
situação. Se a autoridade administrativa praticar um ato fora da finalidade genérica ou fora da 
finalidade específica, estará praticando um ato viciado que é chamado “desvio de poder ou desvio de 
finalidade”. 
3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no mundo jurídico. Usualmente, adota-se a forma 
escrita. Eventualmente, pode ser praticado por sinais ou gestos (ex.: trânsito). A forma é sempre 
fixada por lei. 
4) Motivo (vontade): vontade é o querer do ato administrativo e dela se extrai o motivo, que é o 
acontecimento real que autoriza/determina a prática do ato administrativo. É o ato baseado em fatos 
e circunstâncias, que o administrador por escolher, mas deve respeitar os limites e intenções da lei. 
Nem sempre os atos administrativos possuem motivo legal. Nos casos em que o motivo legal não 
está descrito na norma, a lei deu competência discricionária para que o sujeito escolha o motivo legal 
(o motivo deve ser oportuno e conveniente). 
A teoria dos Motivos Determinantes afirma que os motivos alegados para a prática de um ato 
administrativo ficam a ele vinculados de tal modo que a prática de um ato administrativo mediante 
a alegação de motivos falsos ou inexistentes determina a sua invalidade. 
5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou declara, manifestando a vontade do Estado. A lei não 
fixa qual deve ser o conteúdo ou objeto de um ato administrativo, restando ao administrador 
preencher o vazio nestas situações. O ato é branco/indefinido. No entanto, deve se demonstrar que 
a prática do ato é oportuna e conveniente. 
Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e do objeto do ato é discricionária não significa que seja 
arbitrária, pois deve se demonstrar a oportunidade e a conveniência. Mérito = oportunidade + conveniência 
Com COMpetência 
Fi FInalidade 
Fo FOrma 
M Motivo 
Ob OBjeto 
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A utilização do acrônimo ComFiFoMOb ajuda muito a decorar. Mas, cuidado, é muito comum em questões de 
prova quando um dos requisitos é trocado por outro termo que possua a mesma letra inicial para verificar se 
o candidato está atento e realmente conhece cada um. 
Competência administrativa: conceito e critérios de distribuição 
A Constituição Federal fixa atribuições para as diversas esferas do Poder Executivo. Entretanto, seria 
impossível impor que um único órgão as exercesse por completo. 
Por isso, tais atribuições são distribuídas entre os diversos órgãos que compõem a Administração Pública. Esta 
divisão das atribuições entre os órgãos da Administração Pública é conhecida como competência. 
Conceitua Carvalho Filho que “competência é o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes 
exercer legitimamente sua atividade”, afirmando ainda que a competência administrativa pode ser colocada 
em plano diverso da competência legislativa e jurisdicional. 
A competência é pressuposto essencial do ato administrativo, devendo sempre ser fixada por lei ou pela 
Constituição Federal. Vale ressaltar, no entanto, que a lei e a CF fixam as competências primárias, que 
abrangem o órgão como um todo; podendo existir atos internos de organização que fixam as divisões de 
competências dentro dos órgãos, em seus diversos segmentos. 
A competência se reveste de dois atributos essenciais: inderrogabilidade, pois não se transfere de um órgão 
a outro por mera vontade entre as partes ou por consentimento do agente público; e improrrogabilidade, 
pois um órgão competente não se transmuta em incompetente mesmo diante de alteração da lei 
superveniente ao fato. 
O ato praticado por sujeito incompetente prescinde de pressuposto essencial para o ato administrativo, sendo 
ele considerado inexistente e incapaz de produzir efeitos. 
É possível fixar os critérios de competência nos seguintes moldes: 
a) Quanto à matéria: abrange a especificidade da função, por exemplo, entre Ministérios e 
Secretarias de diversas especialidades. 
b) Quanto à hierarquia: abrange a atribuição de atividades mais complexas a agentes/órgãos de 
graus superiores dentro dos órgãos. 
c) Quanto ao lugar: abrange a descentralização territorial de atividades. 
d) Quanto ao tempo: abrange a atribuição de competência por tempo determinado, notadamente 
diante de algum evento específico, como de calamidade pública. 
Avocação e delegação de competência 
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 9.784/1999, “a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente 
admitidos”. 
Delegar é atribuir uma competência que seria sua a outro órgão/agente (pode ser vertical, quando houver 
subordinação; ou horizontal, quando não houver subordinação) – A delegação é parcial e temporária e pode 
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ser revogada a qualquer tempo. Não podem ser delegados os seguintes atos: Competência Exclusiva, Edição 
de Ato de Caráter Normativo, Decisão de Recursos Administrativos. 
Avocar é solicitar o que seria de competência de outro para sua esfera de competência. Basicamente, é o 
oposto de delegar. Na avocação, o chefe/órgão superior pega para si as atribuições do subordinado/órgão 
inferior. Como exige subordinação, toda avocação é vertical. 
Parecer: responsabilidade do emissor do parecer 
Ato opinativo, emitido por órgãos ou agentes consultivos sobre assuntos técnicos ou jurídicos, assim é 
caracterizado o parecer. Sendo o caminho, meio pelo qual os agentes públicos consubstanciam suas opiniões, 
sobre determinado assunto submetido à apreciação, o parecer pode de acordo com o posicionamento 
doutrinário adotado, ser: facultativo, técnico, obrigatório, normativo ou vinculante, conforme se demonstrará 
a seguir. 
Parecer facultativo 
Possuindo caráter meramente opinativo, o parecer facultativo, como o próprio nome já diz, faculta algo a 
alguém. Na Administração Pública, ele oportuniza o direito de seguir ou não suas conclusões, além de não ser 
obrigatória a sua solicitação e exteriorização para a prática de determinado ato administrativo. 
Parecer técnico 
Embora o parecer detenha característica opinativa, há casos em que ele não fica subordinado a um ato 
posterior, emitido por autoridade administrativa, para produzir efeitos jurídicos, chamado de parecer técnico. 
Verifica-se assim, que o parecer técnico consubstancia-secomo o pronunciamento opinativo de órgão ou 
agente, sobre determinada situação relacionada à sua área técnica de atuação, e que em virtude da 
especificidade da matéria não se subordina, sobressaindo-se sobre a hierarquia administrativa, devendo, em 
decorrência deste fato, ser obedecido pelos administrados e administradores, podendo apenas, seu mérito, 
ser discutido por agentes especializados na mesma área técnica. 
Parecer obrigatório 
Preceitua a lei, que alguns atos administrativos devem ser precedidos de parecer para sua prática, sendo este 
o pressuposto/requisito do ato, fato que obriga o administrador a solicitá-lo, chamado de parecer obrigatório. 
Mas, isso não significa que se deve decidir de acordo com as conclusões opinadas pelo parecerista, podendo 
agir de forma diversa, desde que motive. 
Parecer normativo 
Há ocasiões em que o parecer pode tornar-se geral, e ser obrigatória a sua aplicação para todos os casos 
idênticos que passarem a existir, chamado neste caso, de parecer normativo. Neste passo, observa-se que 
com o ato de aprovação do administrador público, o parecer passa de individual para geral, devendo ser 
aplicado para todos os casos assemelhados, servindo como alicerce para a prática de atos administrativos 
futuros. 
Parecer vinculante 
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O parecer vinculante consubstancia-se da mesma forma que o parecer obrigatório, ou seja, sua exteriorização 
ocorre por deliberação normativa, no entanto, de forma distinta deste, o conteúdo conclusivo daquele deve 
ser atendido. 
Responsabilidade do parecerista 
Quanto à responsabilização daquele que emitiu o parecer, deverá ser considerada a natureza do parecer para 
determinar se há ou não responsabilidade solidária. No caso em que o parecer não vincula o administrador, 
podendo este praticar o ato seguindo ou não o posicionamento defendido e sugerido por quem emitiu o 
parecer, este não pode ser considerado responsável solidariamente com o agente que possui a competência 
e atribuição para o ato administrativo decisório. Contudo, no caso de parecer vinculante, há responsabilidade 
solidária. 
O silêncio no direito administrativo 
Relacionada à questão da forma do ato administrativo, surge a discussão sobre o silêncio do ato 
administrativo, se esse poderia ou não caracterizar a prática de um ato válido. 
Essa omissão é verificada quando a administração deveria expressar uma pronúncia quando provocada por 
administrado, ou para fins de controle de outro órgão e, não o faz. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o 
silêncio da administração não é um ato jurídico, mas quando produz efeitos jurídicos, pode ser um fato jurídico 
administrativo. Denota-se que o silêncio pode consistir em omissão, ausência de manifestação de vontade, ou 
não. Em determinadas situações poderá a lei determinar a Administração Pública manifestar-se 
obrigatoriamente, qualificando o silêncio como manifestação de vontade. Nesses casos, é possível afirmar que 
estaremos diante de um ato administrativo. 
Desta forma, quando o silêncio é uma forma de manifestação de vontade, produz efeitos de ato 
administrativo. Isto porque a lei pode atribuir ao silêncio determinado efeito jurídico, após o decurso de certo 
prazo. Entretanto, na ausência de lei que atribua determinado efeito jurídico ao silêncio, estaremos diante de 
um fato jurídico administrativo. 
Classificação 
a) Classificação quanto ao seu alcance: 
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da Administração, incidindo sobre órgãos e agentes 
administrativos. 
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da Administração, atingindo administrados e 
contratados. São obrigatórios a partir da publicação. 
b) Classificação quanto ao seu objeto: 
1) Atos de império: praticados com supremacia em relação ao particular e servidor, impondo o seu 
obrigatório cumprimento. 
2) Atos de gestão: praticados em igualdade de condição com o particular, ou seja, sem usar de suas 
prerrogativas sobre o destinatário. 
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3) Atos de expediente: praticados para dar andamento a processos e papéis que tramitam 
internamente na administração pública. São atos de rotina administrativa. 
c) Classificação dos atos quanto à formação (processo de elaboração): 
1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) 
ou agente da Administração. 
2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade de mais de um órgão ou agente administrativo. 
3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade de um órgão ou agente, mas depende de outra 
vontade que o ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível. 
d) Classificação quanto à manifestação da vontade: 
1) Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade de uma única pessoa. Ex.: 
Demissão. 
2) Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade de duas pessoas. 
3) Atos multilaterais: São aqueles formados pela vontade de mais de duas pessoas. Ex.: Contrato 
administrativo. 
e) Classificação quanto ao destinatário: 
1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com finalidade normativa, atingindo uma gama de 
pessoas que estejam na mesma situação jurídica nele estabelecida. O particular não pode impugnar, 
pois os efeitos são para todos. 
2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e determinada, criando situações jurídicas individuais. O 
particular atingido pode impugnar. 
f) Classificação quanto ao seu regramento: 
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os pressupostos e elementos necessários para sua 
prática e perfeição previamente estabelecidos em lei que autoriza a prática daquele ato. O 
administrador é um “mero cumpridor de leis”. Também se denomina ato de exercício obrigatório. 
2) Atos discricionários: são os atos que possuem parte de seus pressupostos e elementos 
previamente fixados pela lei autorizadora. No mínimo, a competência, a finalidade e a forma estão 
previamente fixadas na lei – são os pressupostos vinculados. Aquilo que está em branco ou indefinido 
na lei será preenchido pelo administrador. Tal preenchimento deve ser feito motivadamente com 
base em fatos e circunstâncias que somente o administrador pode escolher. Contudo, tal escolha não 
é livre, os fatos e circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e proporcionais) aos limites e 
intenções da lei. 
Atributos 
1) Imperatividade: em regra, a Administração decreta e executa unilateralmente seus atos, não 
dependendo da participação e nem da concordância do particular. Do poder de império ou 
extroverso, que regula a forma unilateral e coercitiva de agir da Administração, se extrai a 
imperatividade dos atos administrativos. 
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2) Autoexecutoriedade: em regra, a Administração pode concretamente executar seus atos 
independente da manifestação do Poder Judiciário, mesmo quando estes afetam diretamente a 
esfera jurídica de particulares. 
3) Presunção de veracidade: todo ato editado ou publicado pela Administração é presumivelmente 
verdadeiro, seja na forma, seja no conteúdo, o que se denomina “fé pública”. Evidente que tal 
presunção é relativa (juris tantum),mas é muito difícil de ser ilidida. Só pode ser quebrada mediante 
ação declaratória de falsidade, que irá argumentar que houve uma falsidade material (violação física 
do documento que traz o ato) ou uma falsidade ideológica (documento que expressa uma inverdade). 
4) Presunção de legitimidade: Sempre que a Administração agir se presume que o fez conforme a lei. 
Tal presunção é relativa (juris tantum), podendo, contudo, ser ilidida por qualquer meio de prova. 
1.1.2 - Atos administrativos em espécie 
Muito bem pessoal! Continuamos com este ponto superimportante sobre atos administrativos. 
Atos normativos 
São atos gerais e abstratos visando a correta aplicação da lei. São exemplos: decretos, regulamentos, 
regimentos, resoluções, deliberações, entre outros. 
A Administração, por intermédio da autoridade que tem o poder de editá-los, elabora normativas buscando 
explicar e especificar um comando já contido em lei. Não cabe inovar nestas normativas, pois não cabe ao 
Executivo legislar. Caso o Executivo transcenda seus poderes, o Legislativo poderá sustar o ato. 
Surge neste ponto a discussão sobre Decretos autônomos. A Constituição Federal prevê a competência do 
Presidente da República para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração pública federal, 
conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) 
organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”. Assim o 
Executivo desempenha seu poder regulamentar: regulando para buscar a fiel execução de uma lei específica 
ou para organizar a administração sem ônus (no último caso, estaríamos diante dos chamados decretos 
autônomos). 
Atos ordinatórios 
São aqueles que disciplinam o funcionamento da Administração e a conduta de seus agentes. Possuem, assim, 
um caráter interno. 
Se ligam ao aspecto do poder hierárquico, notadamente, os poderes de ordenar, comandar, fiscalizar e corrigir 
as condutas. Tais atos envolvem delegação de competência, avocação de competência, expedição de ordem 
de serviço e instruções específicas (de caráter não normativo). 
São exemplos: instruções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos administrativos, decisões 
administrativas. 
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Atos negociais 
São aqueles estabelecidos entre Administração e administrado em consenso. Em suma, o particular solicita e 
a Administração responde – daí haver uma certa bilateralidade, que, contudo, se difere da típica bilateralidade 
de negócios jurídicos de natureza civil, pois não existe uma relação de contraprestação usual nos contratos. 
Como são solicitados pelo particular, estes atos não são dotados do atributo da imperatividade. Geralmente, 
o poder público terá discricionariedade em atender ou não a solicitação (mas a negativa deve ser razoável). 
São exemplos: licenças, autorizações, permissões, aprovações, vistos, dispensa, homologação, renúncia. 
Atos enunciativos 
São aqueles em que a Administração certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo. São atos 
administrativos apenas no sentido formal, pois não manifestam uma vontade da Administração, mas sim 
apenas declaram certa informação. Não possuem conteúdo decisório. 
São exemplos: atestados, certidões, pareceres. 
Atos punitivos 
São aqueles que emanam punições aos servidores. Se insere no campo do poder disciplinar. 
São exemplos: advertências, suspensões, cassações e destituições. 
Validade, vícios, convalidação e extinção do ato administrativo 
Destaca-se esquemática trazida por Roberto Geists Baldacci: 
Quando todos os pressupostos especiais exigidos por lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito 
(P). 
Quando estes pressupostos preenchidos respeitarem o que a lei exige, falamos que é válido (V). 
Quando está apto a surtir seus efeitos próprios falamos que é eficaz (E). 
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes em regra. 
2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos podem não ser eficazes se estiver pendente o 
implemento de condição. 
3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido é, em regra, ineficaz. 
4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido pode ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e 
for relevante para a segurança jurídica manter tais efeitos. 
5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito não é válido e nem eficaz. 
6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfeito pode gerar efeitos impróprios, que não dependem 
da execução do ato, como o efeito impróprio reflexo (repercussão em outros atos ou situações 
jurídicas) e o efeito impróprio prodrômico (efeito de natureza procedimental que implica numa 
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providência ou etapa necessária para aperfeiçoamento do ato, como a manifestação de um segundo 
agente ou órgão). 
7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito pode preencher os requisitos de validade, mas se 
lhe faltar um pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz. 
Ato administrativo inexistente 
A doutrina, de forma amplamente majoritária, nega relevância jurídica aos chamados atos administrativos 
inexistentes sob o fundamento de que seriam equivalentes aos atos nulos. 
Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio Bandeira de Melo ao discorrer sobre os atos administrativos 
inexistentes no sentido de que “consistem em comportamentos que correspondem a condutas criminosas, 
portanto, fora do possível jurídico e radicalmente vedadas pelo Direito”. 
O ato inexistente é aquele que não reúne os elementos necessários à sua formação e, assim, não produz 
qualquer consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que embora reúna os elementos necessários à sua 
existência, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com inobservância da 
forma legal. 
Atos administrativos nulos e anuláveis: Teoria das nulidades 
Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, normalmente resultante da ausência de um de seus 
elementos constitutivos, ou de defeito substancial em algum deles (por exemplo, o ato com motivo 
inexistente, o ato com objeto não previsto em lei e o ato praticado com desvio de finalidade). O ato nulo está 
em desconformidade com a lei o com os princípios jurídicos (é um ato ilegal e ilegítimo) e seu defeito não 
pode ser convalidado (corrigido). 
O ato nulo não pode produzir efeitos válidos entre as partes. Ato inexistente é aquele que possui apenas 
aparência de manifestação de vontade da administração pública, mas, em verdade, não se origina de um 
agente público, mas de alguém que se passa por tal condição, como o usurpador de função. 
Ato anulável é o que apresenta defeito sanável, ou seja, passível de convalidação pela própria administração 
que o praticou, desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São sanáveis 
o vício de competência quanto à pessoa, exceto se se tratar de competência exclusiva, e o vício de forma, a 
menos que se trate de forma exigida pela lei como condição essencial à validade do ato. 
Vícios do ato administrativo 
Os vícios dos atos administrativos podem se referir a sujeitos, notadamente: a) Vícios de incompetência do 
sujeito– pode restar caracterizado o crime de usurpação de função (artigo 328, CP), gerando ato inexistente; 
pode caracterizar excesso de poder, quando excede os limites da competência que tem, o sujeito pode incidir 
no crime de abuso de autoridade; pode se detectar função de fato, quando quem pratica o ato está 
irregularmente investido no cargo, emprego ou função – situação com aparência de legalidade – ato 
considerado válido; b) Vícios de incapacidade do sujeito – pode haver impedimento ou suspeição, ambos casos 
de anulabilidade. 
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Os vícios dos atos administrativos também podem se referir ao objeto, quando ele for proibido por lei – ato 
ilegal = nulo; diverso do previsto legalmente para o caso concreto; impossível (exemplo: a nomeação para 
cargo que não existe); imoral; indeterminado (desapropriação de bem não definido com precisão). 
Os vícios podem atingir a forma, quando a lei expressamente exige e não é respeitada, e ainda o motivo, 
quando pressupostos de fato e/ou de direito não existem e/ou são falsos. 
Por fim, tem-se os vícios relativos à finalidade, que são desvio de poder ou desvio de finalidade, quando o 
agente pratica ato administrativo sem observar o interesse público e/ou o objetivo (finalidade) previsto em 
lei. 
Teoria dos motivos determinantes 
A teoria dos motivos determinantes está relacionada a prática de atos administrativos e impõe que, uma vez 
declarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. Esta teoria vincula o administrador ao motivo declarado. 
Para que haja obediência ao que prescreve a teoria, no entanto, o motivo há de ser legal, verdadeiro e 
compatível com o resultado. Vale dizer, a teoria dos motivos determinantes não condiciona a existência do 
ato, mas sim sua validade. 
Convalidação do ato administrativo 
Convalidação é o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a 
torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um vício de um ato anterior, 
transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. 
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos somente 
podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis. 
Existem três formas de convalidação: 
• Ratificação: é a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato; 
• Confirmação: é a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato; 
• Saneamento: é a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o 
ato nem por autoridade superior. 
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. Há um ato viciado e, para 
regularizar a situação, ele é transformado em outro, de diferente tipologia. O ato nulo, embora não possa ser 
convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido. 
Extinção dos atos administrativos 
Pode se dar nas seguintes situações: 
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos os seus efeitos, não terá mais razão de existir 
sob o ponto de vista jurídico. 
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do Ato: Se o sujeito ou o objeto perecer, o ato será 
considerado extinto. 
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3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é 
a retirada do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou 
administrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação, que é a 
retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos 
interesses públicos, sendo o ato válido e praticado dentro da Lei, efetuando-se a revogação na via 
administrativa; cassação, que é a retirada do ato administrativo em decorrência do beneficiário ter 
descumprido condição tida como indispensável para a manutenção do ato; contraposição ou 
derrubada, que é a retirada do ato administrativo em decorrência de ser expedido outro ato fundado 
em competência diversa da do primeiro, mas que projeta efeitos antagônicos ao daquele, de modo 
a inibir a continuidade da sua eficácia; caducidade, que é a retirada do ato administrativo em 
decorrência de ter sobrevindo norma superior que torna incompatível a manutenção do ato com a 
nova realidade jurídica instaurada. 
4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo eficaz em virtude de seu beneficiário não mais desejar 
a sua continuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que concedem privilégios e prerrogativas. 
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz em decorrência do seu futuro beneficiário não 
manifestar concordância, tida como indispensável para que o ato pudesse projetar regularmente 
seus efeitos. Se o futuro beneficiário recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse será extinto. 
Cassação 
Cassação é a retirada do ato administrativo em decorrência do beneficiário ter descumprido condição tida 
como indispensável para a manutenção do ato. Embora legítimo na sua origem e na sua formação, o ato se 
torna ilegal na sua execução a partir do momento em que o destinatário descumpre condições pré-
estabelecidas. Por exemplo, uma pessoa obteve permissão para explorar o serviço público, porém descumpriu 
uma das condições para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, a título de penalidade, procede a 
cassação da permissão. 
Anulação 
Anulação é a retirada do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou 
administrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros de boa-fé. Trata-se da supressão do ato 
administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Cabe o exame pelo Poder 
Judiciário (razões de legalidade e legitimidade) e pela Administração Pública (aspectos legais e no mérito). 
Gera efeitos retroativos (ex tunc), invalida as consequências passadas, presentes e futuras. Prazo de cinco 
anos. 
Revogação 
Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em 
face dos interesses públicos, sendo o ato válido e praticado dentro da Lei, efetuando-se a revogação na via 
administrativa. Trata-se da extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e 
oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. O ato revogado conserva os efeitos 
produzidos durante o tempo em que operou. A partir da data da revogação é que cessa a produção de efeitos 
do ato até então perfeito e legal. Só pode ser praticado pela Administração Pública por razões de oportunidade 
e conveniência, não cabendo a intervenção do Poder Judiciário. A revogação não pode atingir os direitos 
adquiridos, logo, produz efeitos ex nunc, não retroage. 
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1.1.3 - Processo Administrativo 
Muito bem pessoal! Continuamos com este ponto superimportante sobre atos administrativos. 
Processo é a relação jurídica integrada por algumas pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas 
para determinado fim. Tratando-se de uma relação administrativa, a relação jurídicatraduzirá um processo 
administrativo. Logo, processo administrativo é o instrumento que formaliza a sequência ordenada de atos e 
de atividades do Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma vontade final da Administração. 
Processo administrativo não se confunde com procedimento administrativo. O primeiro pressupõe a sucessão 
ordenada de atos concatenados visando à edição de um ato final, ou seja, é o conjunto de atos que visa à 
obtenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito administrativo; o segundo corresponde ao rito, 
conjunto de formalidades que deve ser observado para a prática de determinados atos, e é realizado no 
interior do processo, para viabilizá-lo. 
Lei Federal nº 9.784/99 
A Lei nº 9.784/1999 regula as regras gerais do processo administrativo, concentrando-se na esfera federal. A 
partir dela, é possível compreender linhas gerais sobre o funcionamento dos processos administrativos nas 
demais esferas, inclusive a estadual: 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da 
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos 
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo administrativo e institui um sistema normativo que 
fornece uniformidade aos diversos procedimentos administrativos em trâmite. 
Nesse contexto, importante salientar que a edição dessa lei não revoga as normas que disciplinam os 
processos administrativos específicos, que continuarão, pois, em vigor, aplicando-se apenas em caráter 
subsidiário o seu conteúdo, consoante artigo 69 da Lei n° 9.784/99. 
§1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da 
União, quando no desempenho de função administrativa. 
Vale também para as três esferas de poder. 
§2º Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura 
da Administração indireta; 
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
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III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
Legalidade é o respeito estrito da lei; finalidade é a prática de todo e qualquer ato visando um único fim, o 
interesse público; motivação é a necessidade de fundamentação de todas as decisões; razoabilidade é a 
tomada de decisões racionais e corretas; proporcionalidade é o equilíbrio que deve se fazer presente na 
tomada de decisões; moralidade é o conhecimento das leis éticas que repousam no seio social; ampla defesa 
é a necessidade de se garantir meios para a pessoa responder acusações e buscar as reformas previstas em lei 
para decisões que a prejudiquem; contraditório é a oitiva da outra pessoa sempre que a que se encontra no 
outro polo da relação se manifestar; segurança jurídica é a garantia social de que as leis serão respeitadas e 
cobrirão o mais vasto rol de relações socialmente relevantes possível; interesse público é o interesse de toda 
a coletividade; eficiência é a junção da economicidade com a produtividade, aliando gastos sem que se perca 
em qualidade da atividade desempenhada. 
S Segurança Jurídica 
E Eficiência 
Ra Razoabilidade 
F Finalidade 
A Ampla Defesa 
C Contraditório 
I Interesse Público 
L Legalidade 
Pro Proporcionalidade 
Mo Moralidade 
Mo Motivação 
A utilização do acrônimo SERaFACILProMoMo ajuda muito a decorar. Mas, cuidado com a troca de princípios, 
como já vimos em outros. 
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: publicidade; oficialidade; informalismo ou formalismo 
moderado; gratuidade (a atuação na esfera administrativa é gratuita); pluralidade de instâncias; economia 
processual; participação popular. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou 
competências, salvo autorização em lei; 
O interesse coletivo deve sempre predominar. 
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III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes 
ou autoridades; 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição; 
Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
A única razão para o Estado interferir é em razão do interesse da coletividade. 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
Não basta que a decisão indique os fundamentos jurídicos, devendo também associá-los aos 
fatos apurados. 
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e 
respeito aos direitos dos administrados; 
Respeito às formalidades não significa excesso de formalismo. 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas 
e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de 
litígio; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
Se o entendimento mudar, não atinge casos passados. 
Etapas do Processo Administrativo 
O início de um processo administrativo ocorre de ofício ou a pedido de interessado (arts. 5º e 9º). 
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A competência para abrir, desenvolver e encerrar o processo administrativo, outrossim, deve obedecer aos 
critérios previstos em lei, sendo ela irrenunciável, conforme se verifica da redação do art. 11: “A competência 
é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de 
delegação e avocação legalmente admitidos”. 
Observa-se que o dispositivo surge como desdobramento do denominado poder hierárquico, atribuído ao 
Poder Público, por meio do qual tem ele competência para estabelecer sua organização, sua estrutura interna. 
Assim, torna-se claroque o processo administrativo aberto, desenvolvido e encerrado por pessoa 
incompetente para tanto é nulo, devendo, pois, ser desconsiderados todos os efeitos por ele gerados. 
De toda sorte, como visto no art. 11, se a regra geral aponta para a impossibilidade de delegação das 
competências atribuídas ao administrador, excepcionalmente poderá fazê-lo, de forma legítima, nas hipóteses 
autorizadas por lei. 
Dentro desse contexto, importante observar que, para concluir pela possibilidade ou não de delegação de 
competências, o legislador lançou mão do critério expresso, vale dizer, estabeleceu em quais situações ela não 
poderá ocorrer, a teor do disposto no seu art. 13: “I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de 
recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade”. 
Percebe-se, portanto, da orientação oferecida pelo legislador, que, exceção feita às hipóteses relacionadas no 
art. 13, todas as demais podem ser objeto de delegação, de forma legítima. 
De outra parte, ainda em relação ao tema relacionado à competência dentro do processo administrativo 
disciplinar, verificou-se, através da reprodução do art. 11, a possibilidade, ainda que em caráter excepcional, 
de se promover uma avocação de competências, desde que, por óbvio, respeitados os limites estabelecidos 
pelo referido diploma legal. 
A título de exemplificação, observa-se a possibilidade de avocação de competências para aquelas situações 
em que o superior hierárquico percebe que a matéria que se encontra nas mãos de um de seus subordinados 
apresenta enorme importância, ou ainda para aquelas circunstâncias em que percebe ele que seu subordinado 
está postergando, de forma injustificada, a solução de um processo que se encontra em suas mãos. 
De toda sorte, importante anotar que ambas as figuras apresentam suporte no chamado poder hierárquico, 
uma vez que para que, se possa cogitar essa transferência de competências, pressupõe-se a existência de uma 
relação de hierarquia e subordinação. 
Da mesma forma, com o objetivo de assegurar o cumprimento do princípio da impessoalidade e de oferecer 
concretude ao disposto no art. 1º dessa lei, o art. 18 relaciona as pessoas que estão impedidas de atuar em 
processo administrativo: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a 
participar como perito, testemunha ou representante ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, 
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com 
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. 
De outra parte, quanto às previsões contidas no capítulo relativo à forma, tempo e lugar dos atos do processo, 
chama a atenção a regra estabelecida no art. 22, §1º, que determina, em linhas gerais, a necessidade de os 
atos integrantes do processo serem exteriorizados por escrito. 
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Com efeito, a obrigação de serem eles exteriorizados por escrito, aliada à necessidade de virem 
acompanhados dos fundamentos de fato e de direito, conforme previsão estabelecida no art. 2º, VII, confere 
a possibilidade de contraditório e ampla defesa, segundo regra constitucional. 
Uma vez mais se verifica que o legislador, em nome dos princípios do contraditório, da ampla defesa e da 
motivação, estipulou a necessidade de os atos praticados em um processo administrativo virem 
acompanhados das razões que lhes deram origem, a fim de também permitir um controle efetivo de 
legalidade pelo Poder Judiciário. 
Quanto ao aspecto específico relativo à instrução desses processos administrativos, cumpre destacar, em 
primeiro lugar, a regra estabelecida no art. 30, que, reproduzindo diretriz constitucional, torna inadmissível a 
prova obtida por meio ilícito. 
Registre-se também a possibilidade de se abrir período de consulta pública para a manifestação de terceiros 
naquelas situações em que a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, consoante o disposto 
no art. 31. 
Encerrada a fase de instrução, a lei reserva um capítulo apenas para asseverar o dever do administrador de 
proferir a decisão, conforme se verifica das previsões estabelecidas nos arts. 48 e 49. 
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos 
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até 
trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 
A leitura dos dispositivos reproduzidos bem demonstra a intenção do legislador de conferir celeridade à 
tramitação desse processo, impedindo que perdure de forma indefinida a prejuízo do interesse público. 
De resto, sobreleva notar que o descumprimento dessa orientação legal abre a possibilidade de propositura 
de mandado de segurança, por descumprimento dos princípios da legalidade, da eficiência e do respeito aos 
direitos subjetivos da cidadania. 
Proferida a respectiva decisão, devidamente fundamentada, dela caberá recurso administrativo somente por 
razões de legalidade e de mérito, conforme a regra estabelecida nos arts. 56 e 59 no prazo de dez dias. Esse 
recurso, que não terá efeito suspensivo como regra geral (art. 61), deverá ser encaminhado para a autoridade 
que proferiu a decisão (art. 56, §1º), apresentando legitimidade para fazê-lo as pessoas relacionadas no art. 
58. 
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: 
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; 
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; 
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IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens 
para admissibilidade de recurso administrativo. 
Nesse contexto, sobreleva notar que os processos administrativos dos quais resultem sanções não poderão 
implicar agravamento da penalidade inicialmente imposta, na hipótese de propositura de pedido de revisão, 
conforme se verifica na regra estabelecida no art. 65. 
Em que pese a clareza do dispositivo legal referido, importante deixar consignado que a jurisprudência vem 
admitindo a aplicação da reformatio in pejus para aquelas situações em que, por ocasião da apreciação do 
pedido de revisão, fatos novos surgirem, autorizando a conclusão de que a irregularidade inicialmente 
praticada pelo investigado apresenta gravidade muito maior do que aquela apurada anteriormente. 
1.2 - DIREITO CONSTITUCIONAL 
O edital para o cargo de Delegado da PF (2021) traz o seguinte conteúdo programático na disciplina de Direito 
Constitucional: 
2 Constituição. 2.1 Sentidos sociológico, político e jurídico; conceito, objetos e elementos. 
5 Fundamentos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais. 5.1 Direitos e deveres 
individuais e coletivos. 5.2 Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
Vejamos alguns temas relacionados aos tópicos supracitados: 
-- 
1.2.1 - Execução Provisória da Pena. 
 
De antemão, cumpre registrar que a (in) possibilidade de execução provisória da pena nunca possuiu um 
posicionamentoconsolidado no STF. Nos últimos 15 anos o STF já mudou de posicionamento pelo menos 3 
(três) vezes, já vedou e permitiu a execução provisória da pena em diversos períodos. 
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As decisões mais recentes, datam de fevereiro de 2016, quando o STF permitiu a execução provisória da 
pena (HC 126.292) e permaneceu adotando esse posicionamento até novembro de 2019, quando mudou de 
entendimento e adotou a impossibilidade de execução provisória da pena. 
 
Em que consiste a “execução provisória da pena”? 
Segundo entendimento proferido no HC 126.292 do STF, é a possibilidade de se iniciar a execução da pena 
condenatória após a prolação do acórdão condenatório em 2º grau. 
Qual era o entendimento adotado pelo STF no HC 126.292 do STF de 2016? 
1. Não ofende o princípio da presunção de inocência o início da execução da pena condenatória 
após prolação de acórdão condenatório de 2º grau. 
2. O RE e o REsp não possuem efeito suspensivo. 
3. Como no RE e o REsp não se discutem fatos e provas, após a decisão de 2º grau, a convicção da 
responsabilidade do réu já estará formada permitindo-se a execução da pena. 
4. O princípio da não culpabilidade deve ser sopesado com os interesses da sociedade em ver o réu 
condenado e cumprindo pena antes da ocorrência de eventual prescrição. 
5. O célebre trecho do julgado: “Em país nenhum do mundo, depois de observado o duplo grau de 
jurisdição, a execução de uma condenação fica suspensa aguardando referendo da Suprema 
Corte”. 
Qual é o atual entendimento do STF publicado no informativo 958? 
Vejamos o que foi publicado no informativo 958 em novembro de 2019: 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
Execução provisória da pena e trânsito em julgado – 2 - 
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O Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, julgou procedentes pedidos formulados 
em ações declaratórias de constitucionalidade para assentar a constitucionalidade do art. 283 do 
CPP (1) (Informativo 957). 
Prevaleceu o voto do ministro Marco Aurélio (relator), que foi acompanhado pelos ministros Rosa 
Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli. 
O relator afirmou que as ações declaratórias versam o reconhecimento da constitucionalidade 
do art. 283 do CPP, no que condiciona o início do cumprimento da pena ao trânsito em julgado 
do título condenatório, tendo em vista o figurino do art. 5º, LVII, da CF (2). 
Assim, de acordo com o referido preceito constitucional, ninguém será considerado culpado até 
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. A literalidade do preceito não deixa 
margem a dúvidas: a culpa é pressuposto da sanção, e a constatação ocorre apenas com a 
preclusão maior. 
O dispositivo não abre campo a controvérsias semânticas. A CF consagrou a excepcionalidade da 
custódia no sistema penal brasileiro, sobretudo no tocante à supressão da liberdade anterior ao 
trânsito em julgado da decisão condenatória. A regra é apurar para, em virtude de título judicial 
condenatório precluso na via da recorribilidade, prender, em execução da pena, que não admite 
a forma provisória. 
(...) 
A execução penal antes do trânsito em julgado não é compatível com a CF, e a ordem de prisão 
decretada antes desse marco processual deve se revestir dos requisitos da prisão preventiva, sob 
pena de ofensa ao princípio de presunção de não culpabilidade. 
Esse postulado tem a feição de garantia institucional do réu, para que não seja tratado da mesma 
forma durante o trâmite do processo. Assim, a lei pode impor a ele tratamento diferenciado ao 
longo da marcha processual, conforme são preenchidos determinados requisitos. 
Ainda que existam graves disfuncionalidades no sistema processual penal, que levam à prescrição 
e à não aplicação da pena, elas não legitimam a prática de medidas abusivas por parte do Poder 
Judiciário, como prisões processuais infundadas ou baseadas na manutenção da ordem pública 
e na gravidade do delito, como a denominada “prisão provisória de caráter permanente”. 
A problemática da prescrição, ademais, pode ser solucionada de maneira mais satisfatória a 
depender de medidas administrativas tomadas pelos tribunais. Desse modo, é preciso tornar o 
sistema mais eficiente; e não promover a ablação de uma norma constitucional. 
Frisou que o combate a qualquer tipo de criminalidade deve sempre ser feito dentro dos limites 
da Constituição e da lei. 
(...) 
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Por fim, o ministro Dias Toffoli demonstrou indicadores no sentido de que a morosidade da 
justiça, que porventura leva à impunidade de criminosos, tem relação com erros, omissões e 
abusos cometidos em diversas fases, processuais e pré-processuais, e não se pode imputar esse 
fenômeno exclusivamente ao intervalo entre a condenação em segundo grau e o trânsito em 
julgado, que tem um papel residual nesses números. A estatística é ainda mais alarmante em 
relação aos procedimentos relativos a processo e julgamento pelo tribunal do júri, tendo em vista 
sua inerente complexidade. 
Além disso, existem mecanismos processuais à disposição das partes e do juiz, que podem ser 
aplicados para que se evite a superveniência da prescrição. 
Registrou, ainda, o elevado e crescente número de presos no país cujo decreto prisional não está 
fundado em decisão condenatória transitada em julgado. 
Assim, cabe ao Legislativo dispor sobre a temática de maneira diversa da que está no art. 283 do 
CPP, desde que o faça em respeito ao postulado da presunção de inocência. Enquanto não 
houver essa mudança, a prisão que não estiver fundada nos requisitos de prisões cautelares 
somente poderá subsistir se baseada no trânsito em julgado do édito condenatório. Em outras 
palavras, a presunção de inocência não impede a prisão em qualquer fase, processual ou pré-
processual, desde que preenchidos os requisitos da prisão cautelar. 
Vencidos os ministros Edson Fachin, que julgou improcedentes os pedidos formulados; e os 
ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia, que julgaram os 
pedidos parcialmente procedentes, no sentido de dar interpretação conforme ao art. 283 do CPP. 
Admitiram a execução da pena após decisão em segundo grau de jurisdição, ainda que sujeita a 
recurso especial ou extraordinário. 
(...) 
ADC 43/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7.11.2019. (ADC-43) 
ADC 44/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7.11.2019. (ADC-44) 
ADC 54/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7.11.2019. (ADC-54) 
 
O julgado promoveu uma mudança de entendimento do STF a respeito do tema. Agora, não é mais cabível 
a execução provisória da pena após decisão condenatória de 2º grau. 
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1. O Art. 5, LVII, da CF/88 não deixa margem para outra interpretação: “ninguém será considerado 
culpado até otrânsito em julgado de sentença penal condenatória”, não deixa margem a dúvidas ou 
a controvérsias de interpretação.” 
2. O problema de prescrição e impunidade vivenciado no Brasil deve ser combatido com maior eficiência 
na persecução penal e não restringindo direitos e garantias fundamentais. 
3. O Brasil poderia adotar o sistema de presunção de não culpabilidade até o duplo grau de jurisdição, 
mas não adotou. O constituinte originário adotou expressamente o sistema de que a presunção de 
não culpabilidade se estende até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
4. A prisão do réu após decisão de 2º grau não é mais automática, entretanto, em se verificando os 
requisitos da prisão cautelar (não é prisão-pena) é cabível o recolhimento à prisão. 
5. A decisão do STF foi proferida em ADC, que declarou a constitucionalidade do Art. 283 do CPP, 
portanto, possui efeitos vinculantes e erga omnes. 
 
Pelo exposto, o entendimento atual do STF é no sentido de que só é possível a execução da sentença penal 
condenatória após o trânsito em julgado da decisão. Isso não impede, entretanto, que o réu seja recolhido a 
prisão se estiverem presentes os requisitos da prisão provisória. 
Atualize o seu material pois o entendimento proferido no âmbito do HC 126.292 foi superado em novembro 
de 2019. 
Atenção na resolução de questões de provas entre os meses de fevereiro de 2016 e novembro de 2019 pois 
podem trazer o entendimento anterior (no qual era cabível a execução provisória da pena). 
Quadro resumo: 
HC 126.292 do STF (02/2016 a 11/2019) ADC 43/DF, ADC 44/DF, ADC 54/DF (Informativo 958 do 
STF) 
Era cabível a execução provisória da pena após decisão 
em 2º grau. 
Não é cabível a execução provisória da pena antes do 
trânsito em julgado. 
Como no RE e o REsp não se discutem fatos e provas, 
após a decisão de 2º grau, a convicção da 
responsabilidade do réu já estará formada permitindo-
se a execução da pena. 
O Art. 5, LVII, da CF/88 não deixa margem para outra 
interpretação: “ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, 
não deixa margem a dúvidas ou a controvérsias de 
interpretação.” 
O princípio da não culpabilidade deve ser sopesado com 
os interesses da sociedade em ver o réu condenado e 
cumprindo pena antes da ocorrência de eventual 
prescrição. 
O Justiça não deve ceder ao clamor público quando se 
trata de restrição a liberdade do indivíduo. 
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A regra para a prisão do réu após decisão de 2º instância 
era de que fosse automática. Já era recolhido para o 
cumprimento da pena. 
A prisão do réu após decisão de 2º grau não é mais 
automática, entretanto, em se verificando os requisitos 
da prisão cautelar (não é prisão-pena) é cabível o 
recolhimento à prisão. 
Visava evitar o problema da prescrição e da impunidade 
no Brasil. 
Problema de prescrição e de impunidade deve ser 
combatido com uma persecução penal mais eficiente e 
não com a restrição de direitos individuais. 
1.2.2 - Concepções (ou Sentidos) sobre a Constituição 
As concepções ou sentidos da Constituições tem o objetivo de definir o que é Constituição. 
1. Concepção (sentido) Sociológica (o) 
• Ferdinand Lassalle – “A Essência da Constituição”. 
• A Constituição é o resultado da “soma dos fatores reais de poder”. 
• É forma de “ser” e não de “dever-ser”. 
• Constituição Jurídica (escrita, não passa de uma folha de papel) x Constituição Real. 
• A Constituição jurídica só será eficaz e duradoura se estiver alinhada com a Constituição real. 
• Os problemas constitucionais não são problemas jurídicos, mas sim problemas de poder. 
 
2. Concepção (sentido) Política (o) 
• Carl Schmitt – “Teoria da Constituição”. 
o Sentido absoluto – É um todo unitário. 
o Sentido relativo – De cunho formal e externo, tudo que está na Constituição é 
constitucional (identifica-se com as Constituições Rígidas). 
o Sentido positivo – A Constituição é concebido como o modo e forma de ser de uma 
unidade política: Decisão Política Fundamental. Vontade política da comunidade 
(voluntarista). 
▪ Unidade política -> vontade política de existir -> decisão concreta de conjunto 
sobre o modo e a forma de existir. 
▪ Constituição (Constituição Material) X Leis Constitucionais (Constituição Formal). 
Essa classificação é muito difundida na doutrina. A Constituição Material 
corresponde ao que Schmitt chama de Constituição ao passo que a Constituição 
formal corresponde ao que Schmitt chama de lei constitucional. 
A Constituição (material) é tudo aqui que está ligado aos aspectos fundamentais 
do Estado, que o autor denomina de decisão política fundamental. Todo o resto, 
que não tratar de conteúdo essencialmente constitucional é chamado de leis 
constitucionais (Constituição formal). 
o Sentido ideal – corresponde aos postulados políticos do momento. 
 
3. Concepção (sentido) Jurídica (o) 
• Hans Kelsen – “Teoria Pura do Direito” 
• 2 (dois) Sentidos da Constituição: 
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a) Lógico-jurídico – norma hipotética fundamental (Constituição pressuposta), pressuposto 
lógico de fundamento da própria Constituição jurídico-positiva. 
Essa norma pressupõe ao direito posto (positivado), daí a razão de ser chamada de 
Constituição pressuposta. A norma é hipotética porque não foi imposta por nenhuma 
autoridade humana. 
b) Jurídico-positivo – norma positiva suprema, fundamento jurídico de validade para todas as 
normas positivas (Constituição posta). 
Essa norma é imposta por uma autoridade humana. 
• Método científico para o conhecimento jurídico. Princípio da pureza – visa evitar o sincretismo 
metodológico (confundir direito com política sociologia, ética etc.). 
• Direito deve ser encarado como norma (neutralidade científica do direito). 
• Pirâmide de Kelsen – Sistema hierarquicamente escalonado (ordem normativa, onde várias 
normas são dispostas hierarquicamente e as normas inferiores encontram seu fundamento de 
validade nas normas superiores). 
• A norma fundamental é o fundamento último de validade de todas as outras normas. 
• A norma fundamental (Constituição no sentido lógico-jurídico – norma pressuposta) impõe 
obediência a Constituição de um país (Constituição no sentido jurídico-positivo, norma posta). 
 
4. Concepção (sentido) cultural – conexão das concepções anteriores 
• Direito como produto da atividade humana, assim como a cultura. 
• O Direito é fato social que interage e se condiciona reciprocamente. 
• Konrad Hesse – “A Força Normativa da Constituição” 
• A Constituição, para manter sua força normativa, deve interagir e se condicionar com a realidade 
político-social. 
• Meirelles Teixeira – Constituição Total – condiciona e é condicionada pela cultura de um povo, é 
a combinação de todas as concepções anteriores (sociológica, política e jurídica). 
O assunto já foi cobrado nas duas últimas provas para o cargo de Delegado da PF (2013 e 2018): 
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de 
Polícia Federal 
A possibilidade de um direito positivo supraestatal limitar o Poder Legislativo foi uma invenção do 
constitucionalismo do século XVIII, inspirado pela tese de Montesquieu de que apenas poderes 
moderados eram compatíveis com a liberdade. Mas como seria possível restringir o poder soberano, 
tendo a sua autoridade sido entendida ao longo da modernidade

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