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Guia Prático em Abordagem Sindrômica

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Prévia do material em texto

GUIA PRÁTICO EM 
ABORDAGEM 
SINDRÔMICA 
 
 
Prática baseada em evidência 
 
 
SÍFILIS 
CANCRO DURO 
E 
CANCRO MOLE 
 
 
 
HPV 
CLAMÍDIA 
GONORRÉIA 
HERPES GENITAL 
HIV 
 
 
 
 
 
PRELIMINAR 
1 
 
 
Liney Maria Araújo 
Kamylla Cavalcante Taques dos Reis 
Gislaine Baldo 
Closeny Maria Soares Modesto 
Helder Cassio de Oliveira 
 
 
 
 
GUIA PRÁTICO EM ABORDAGEM 
SINDRÔMICA 
Prática baseada em evidência 
Sífilis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABÁ – MT 
2017 
PRELIMINAR 
2 
 
 
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. 
Tiragem: 1ª edição – 2017 – 60 exemplares. 
Copyright © 2011 – Hospital Universitário Julio Muller/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 
Todos os direitos reservados. A reprodução do todo ou de parte deste documento não é permitida sem 
a autorização prévia e formal dos autores, constitui violação da Lei nº 9.610/98. 
 
As informações são de responsabilidade dos autores. 
A editora não se responsabiliza pelo mau uso das informações contidas neste livro. 
 
1ª edição 
Impresso no Brasil 
Print in Brasil 
 
Autores: 
Liney Maria Araújo 
Kamylla Cavalcante Taques dos Reis 
Gislaine Baldo 
Closeny Maria Soares Modesto 
Helder Cassio de Oliveira 
 
Co-Autores: 
Antônio Benedito Vieira (Técnico de Enfermagem) 
Eva Clarice Abdo Grigoli (Médica) 
Emílio Carlos Alves Santos (Enfermeiro) 
Inês Stranieri (Biomédica) 
Kassila Conceição Ferreira Santos (Enfermeira) 
Marcia Mª T. da Rocha (Técnica de Enfermagem) 
Miriam Estela de Souza Freire (Enfermeira) 
Roberto Kazan (Médico) 
Wilian Benedito de Proença Júnior (Médico) 
 
Colaboradores: 
Ana Caroline Bezerra Oliveira (Enfermeira) 
Rosalina da Silva Alexandre (Enfermeira) 
Paulo José Siqueira Ribeiro (Técnico de Enfermagem) 
Marcia Aparecida Quatti (Enfermeira) 
Mariella Padilha (Fisioterapeuta) 
Heloisa Maria Pierro Cassiolato (Enfermeira) 
 
Formatação e revisão: 
Liney Maria Araújo (Enfermeira) 
Kamylla Cavalcante Taques dos Reis (Enfermeira) 
Gislaine Baldo (Enfermeira) 
Antônio Benedito Vieira (Técnico de Enfermagem) 
Closeny Maria Soares Modesto (Enfermeira) 
Lucas Luís Moreira França (Enfermeiro) 
Rayane Cristine Provin Negrão (Nutricionista) 
 
Apoio Institucional: 
Hospital Universitário Júlio Muller 
Universidade Federal de Mato Grosso 
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 
Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT 
Serviço de Atendimento Especializado em IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais de Cuiabá-MT 
PRELIMINAR 
3 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hospital Universitário Julio Muller 
Endereço: Rua Luiz Philipe Pereira leite, s/n – Alvorada. 
Telefone: +55 (65) 3615-7238 
Página:http://www.ebserh.gov.br/web/hujm-ufmt 
A663g Araújo, Liney Maria de. 
Guia Prático em Abordagem Sindrômica: Prática Baseada em Evidências 
- Sífilis. / Liney Maria de Araújo et al. – Cuiabá: [S.N], 2017. 
292 p.: il. Color.; 30 cm. 
 
Inclui Bibliografia 
ISBN - Em andamento - (HUJM/EBSERH) 
 
Dados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP). 
1. Abordagem Sindrômica. 2. Infecções Sexualmente Transmissíveis 
(IST). 3. Sífilis. 4. Guia Prático. Título. 
 
CDU – 616.972 
PRELIMINAR 
4 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
AIDS- Síndrome da imunodeficiência adquirida (do inglês Acquired Immunodeficiency 
Syndrome) 
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
AVC – Acidente Vascular Cerebral 
CID - Classificação Estatística Internacional de Doenças 
CMV - Citomegalovírus 
CRIE - Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais 
DDAHV - Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais 
DIP - Doença inflamatória pélvica 
DST - Doenças sexualmente transmissíveis 
ELISA - Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ensaio imunoenzimático indireto) 
FTA-Abs - Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption (teste treponêmico para sífilis) 
HBV - Vírus da hepatite B (do inglês Hepatitis B Virus) 
HCV - Vírus da hepatite C (do inglês Hepatitis C Virus) 
HIV - Vírus da imunodeficiência humana (do inglês Human Immunodeficiency Virus) 
HPV - Vírus do papiloma humano (do inglês Human Papilloma Virus) 
HSH - Homens que fazem sexo com homens 
HSV - Vírus do herpes simples (do inglês Herpes Simplex Virus) 
HV - Hepatites virais 
HSIL - Hiperplasia escamosa intraepitelial 
IGHAHB - Imunoglobulina hiperimune para hepatite B 
IST - Infecção sexualmente transmissível DIU Dispositivo intrauterino 
ITR - Infecção do trato reprodutivo 
LCR - Líquido cefalorraquidiano 
LGV - Linfogranuloma venéreo 
LSIL - Lesão escamosa intraepitelial 
MS - Ministério da Saúde 
NIC - Neoplasia intraepitelial do colo uterino 
OMS - Organização Mundial da Saúde 
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde 
OPM - Órteses, próteses e materiais especiais 
PCDT - Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas 
PRELIMINAR 
5 
 
 
PSF - Programa de Saúde da Família 
PVHA - Pessoa vivendo com HIV/aids 
RN - Recém-nascido 
RPR - Rapid Test Reagin (teste não treponêmico para sífilis) 
SAE - Serviço de Atenção Especializada 
SINAN - Sistema de Informações de Agravos de Notificação 
SUS - Sistema Único de Saúde 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde 
UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS 
UBS - Unidade Básica de Saúde 
TARV – Terapia Antirretroviral 
TRUST - Toluidine Red Unheated Serum Test (teste não treponêmico para sífilis) 
VDRL - Venereal Disease Research Laboratories (teste não treponêmico para sífilis) 
VHS - Velocidade de hemossedimentação 
WHO - World Health Organization (Organização Mundial da Saúde) 
TPHA - T. pallidum Haemagglutination Test (teste treponêmico para sífilis) 
TR - Teste rápido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRELIMINAR 
6 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1- Pirâmide da Aprendizagem. ...................................................................................... 15 
Figura 2 - Nova terminologia para a DST proposta pela OMS. ............................................... 21 
Figura 3 - Etapas do diagnóstico Sindrômico. .......................................................................... 27 
Figura 4- Relação interpessoal profissional de saúde x usuário. .............................................. 31 
Figura 5 - Estruturas definidoras das ações de etapas diagnósticas fundamentais no 
acolhimento da pessoa com IST. .............................................................................................. 32 
Figura 6 - Etapas para um Diagnóstico Efetivo. ....................................................................... 33 
Figura 7- Etapas diagnósticas com os cinco P. ......................................................................... 40 
Figura 8 - O contexto da pessoa exposta a IST e do profissional de saúde no acolhimento e 
diagnostico sindrômico. ............................................................................................................ 43 
Figura 9 - Estrutura da bactéria T. pallidum. ............................................................................51 
Figura 10 – Fases da Sífilis....................................................................................................... 56 
Figura 11 - Etapas de evolução da co-infecção sífilis + HIV. .................................................. 61 
Figura 12 – Lesão pequena de Condiloma Lata – Região perianal .......................................... 64 
Figura 13 – Lesão extensa de Condiloma Lata – Região perianal ........................................... 64 
Figura 14 – Lesão extensa de Condiloma Lata – Região perianal ........................................... 64 
Figura 15 - Descrição e características do Cancro Mole. ......................................................... 70 
Figura 16 - Lesões de Cancro Mole (Glande do pênis). ........................................................... 71 
Figura 17 - Lesões de Cancro Mole (Lábio inferior). .............................................................. 71 
Figura 18 - Lesões de Cancro Mole (corpo do pênis). ............................................................. 71 
Figura 19 - Descrição e características do Cancro Duro. ......................................................... 72 
Figura 20 - Lesão de Cancro Duro – Lábio inferior. ................................................................ 73 
Figura 21 - Lesão de Cancro Duro – balo prepucial. ............................................................... 73 
Figura 22 - Lesão de Cancro Duro - corpo do pênis. ............................................................... 73 
Figura 23 – Ulceração herpética com rifampicina.................................................................... 74 
Figura 24 – Ulceração herpética sangrante............................................................................... 74 
Figura 25 – Vesículas eritomatosas de herpes genital. ............................................................. 74 
Figura 26 - Lesão extensa e sangrante de Herpes Genital. ....................................................... 75 
Figura 27 - Lesão extensa e cruentas de H. Genital. ................................................................ 75 
Figura 28 - Lesão extensa e cruentas de H. Genital ................................................................. 75 
Figura 29 - Cancro Duro (Prepúcio). ........................................................................................ 76 
Figura 30 - Herpes Genital (Corpo do Pênis). ......................................................................... 76 
Figura 31 – Monilíase/Cândida. .............................................................................................. 76 
Figura 32 - Cancro mole (pênis). .............................................................................................. 76 
Figura 33 - Reação de Jarisch-Herxheimer (membros inferiores). .......................................... 86 
Figura 34 - Reação de Jarisch-Herxheimer (dorso). ................................................................. 86 
Figura 35 – Fluxo de atendimento ao usuário em quadro de reação adversa à penicilina. ...... 91 
Figura 36– Definição de processo inflamatório. ...................................................................... 93 
Figura 37 - Técnica de aplicação da Penicilina Benzatina nas regiões preferenciais (dorso-
glútea). ...................................................................................................................................... 97 
Figura 38 - Usuário em posição decúbito ventral para receber a Penicilina Benzatina. .......... 98 
Figura 39 - Vascularização dos membros inferiores. ............................................................... 98 
Figura 40 - Anatomia Humana das regiões glúteas. ................................................................. 99 
Figura 41 - Aplicação IM em região do glúteo médio. ............................................................ 99 
Figura 42 - Anatomia Humana das regiões usada para administração de medicação IM. ..... 100 
PRELIMINAR 
7 
 
 
Figura 43 – Nádega E e D - processo inflamatório. ............................................................... 101 
Figura 44 – Nádega E – processo inflamatório. ..................................................................... 101 
Figura 45 – Nádega – processo inflamatório. ......................................................................... 101 
Figura 46 - Definição de Sífilis na Gestação e da Sífilis congênita. ...................................... 103 
Figura 47 - Probabilidade de transmissão por via transplacentária. ....................................... 104 
Figura 48 - Diagnóstico da sífilis congênita precoce e tardia. ............................................... 107 
Figura 49 - Estadiamento da sífilis congênita. ....................................................................... 112 
Figura 50 – Preservativos. ...................................................................................................... 121 
Figura 51 - Testagem Rápida HIV/Sífilis/HBsAg/HCV. ....................................................... 122 
Figura 52 - Profilaxia Pós-exposição (PEP) - Tratamento como prevenção. ......................... 123 
Figura 53 - Profilaxia Pré-exposição (PrEP) - Tratamento como prevenção. ........................ 124 
Figura 54 - Tratamento Imediato das PVHA, IST, HIV e HBV, disponível na Rede SUS. .. 125 
Figura 55 - Vantagens do TR. ................................................................................................ 131 
Figura 56 - Passos para a testagem com o usuário. ................................................................ 132 
Figura 57 - Passos para a testagem do profissional. ............................................................... 133 
Figura 58 - Diferença diagnóstica entre TR e ELISA. ........................................................... 137 
Figura 59 - Propriedades do TR e ELISA. ............................................................................. 137 
Figura 60 - Execução e interpretação de TR mais usado no Brasil. ....................................... 138 
Figura 61 - Princípios básicos de leitura do TR. .................................................................... 141 
Figura 62 - TR de fluxo lateral com resultado em linha. ........................................................ 143 
Figura 63 - Possíveis resultados do TR de fluxo lateral. ........................................................ 144 
Figura 64 - Áreas de execução e leitura do TR. ..................................................................... 145 
Figura 65 - TR de Dupla Migração. ....................................................................................... 146 
Figura 66 - Possíveis resultados do TR de dupla migração. ................................................... 147 
Figura 67 - Passo a passo de TR com metodologia DPP........................................................ 150 
Figura 68 - Sugestões de atitudes na testagem rápida. ........................................................... 152 
Figura 69 - Possíveis resultados do FTA – abs. ..................................................................... 153 
Figura 70 - Resumo do Fluxo de Interpretação de Exames Laboratoriais. ............................ 167 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRELIMINAR 
8 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Vocabulário atual e antigo. ...................................................................................... 41 
Tabela 2 - Tipo de Exposição Sexual e risco de transmissão após contato com pessoa 
soropositiva para o HIV, relacionado ao gênero. ..................................................................... 44 
Tabela 3 - Prevalência do HIV emSegmentos Populacionais no Brasil. ................................. 45 
Tabela 4 – Manifestações clínicas e estágios da sífilis. ............................................................ 54 
Tabela 5 - Consequências da co-infecção sífilis + HIV. .......................................................... 60 
Tabela 6 - Diferença entre facocitose e citocinas. .................................................................... 60 
Tabela 7- Características das citocinas. .................................................................................... 61 
Tabela 8- Reações adversas imediatas – Tipo I. ....................................................................... 83 
Tabela 9 - Reações adversas tardias – Tipo II. ......................................................................... 84 
Tabela 10 - Reações comuns. ................................................................................................... 87 
Tabela 11 - Reações incomuns. ................................................................................................ 88 
Tabela 12 – Reações raras. ....................................................................................................... 89 
Tabela 13 – Características da penicilina benzatina. ................................................................ 95 
Tabela 14 - Técnicas e cuidados relacionados à aplicação da Penicilina. ................................ 95 
Tabela 15 - Recomendações para aplicação da Penicilina Benzatina. ..................................... 96 
Tabela 16 - Valores de exame liquórico em RN com suspeita de neurossífilis. .................... 109 
Tabela 17 - Controle de cura na transmissão vertical e sífilis adquirida. ............................... 113 
Tabela 18 - Consequências das IST. ....................................................................................... 116 
Tabela 19 - Situações e locais em que se recomenda a utilização apenas de testes rápidos e 
tratamento imediato. ............................................................................................................... 136 
Tabela 20 – Diferenciação de componentes do sangue. ......................................................... 139 
Tabela 21 - Resumo dos testes treponêmicos. ........................................................................ 155 
Tabela 22 - Situações que podem apresentar resultado FALSO POSITIVO. ........................ 161 
Tabela 23 - Hipóteses diagnósticas e condutas baseadas em testes treponêmicos x testes não 
treponêmicos. .......................................................................................................................... 168 
Tabela 24 - Indicações de testes treponêmicos e não treponêmicos....................................... 169 
Tabela 25 - Classificação dos agentes biológicos de acordo com o risco que apresentam. ... 173 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRELIMINAR 
9 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14 
1.1. Fatores que dificultam a controle das IST ............................................................................. 18 
1.1.1. Fatores biológicos relacionados ao indivíduo: .............................................................. 19 
1.1.2. Fatores sócio comportamentais relacionados ao indivíduo: .......................................... 19 
1.1.3. Fatores relacionados ao sistema de saúde – Rede SUS ................................................. 19 
2. IST VERSUS DST ........................................................................................................................ 20 
3. HISTÓRIA DA ABORDAGEM SINDRÔMICA NA IST ........................................................... 23 
4. CONCEITOS E DEFINIÇÕES ..................................................................................................... 24 
4.1. Abordagem sindrômica na IST ............................................................................................. 24 
4.2. Etapas do diagnóstico sindrômico ......................................................................................... 26 
5. ETAPAS DIAGNÓSTICAS DA ABORDAGEM SINDRÔMICA EM IST ................................ 29 
6. ACOLHIMENTO À PESSOA COM IST ..................................................................................... 35 
6.1. Acolhimento à diversidade sexual ......................................................................................... 38 
6.1.3. Das parcerias sexuais ........................................................................................................ 40 
7. CONTEXTO ATUAL DA SÍFILIS .............................................................................................. 48 
8. SÍFILIS .......................................................................................................................................... 50 
8.1. Treponema pallidum ............................................................................................................. 50 
8.2. Transmissão ........................................................................................................................... 51 
8.3. Manifestações clínicas ........................................................................................................... 52 
9. SÍFILIS E A COINFECÇÃO COM O HIV .................................................................................. 58 
9.1. Sífilis e HPV – Condylomata Lata ........................................................................................ 62 
Tratamento para Condiloma Lata .................................................................................................. 62 
10. CANCRO DURO ...................................................................................................................... 66 
10.1. Fenômeno Prozona ............................................................................................................ 67 
10.2. Cancro Duro VERSUS Cancro Mole ................................................................................ 69 
11. FÁRMACO ELEITO PARA TRATAMENTO DO TP ............................................................ 79 
11.1. Efeitos colaterais da penicilina benzatina ......................................................................... 80 
11.2. O diagnóstico de alergia à penicilina ................................................................................ 81 
11.3. Mecanismos imunológicos das reações adversas à penicilina. ......................................... 85 
11.4. Reação de Jarisch-Herxheimer .......................................................................................... 85 
11.5. Tratamento dos usuários alérgicos a penicilina. ................................................................ 90 
11.6. Inflamação local na aplicação de penicilina. ..................................................................... 92 
12. TÉCNICA DE APLICAÇÃO E CUIDADOS RELACIONADOS À PENICILINA ............... 95 
PRELIMINAR 
10 
 
 
13. A MAGNITUDE DA SÍFILIS NA TRANSMISSÃO VERTICAL E NA SÍFILIS 
ADQUIRIDA ...................................................................................................................................... 103 
13.1. Sífilis Congênita .............................................................................................................. 105 
13.1.3. Sinais e sintomas ......................................................................................................... 106 
13.2. Diagnóstico da sífilis em gestante e a sífilis congênita ................................................... 106 
14. ACOMPANHAMENTO DOS ESTADIAMENTOS DA SÍFILISNOS SEGUIMENTOS 
POPULACIONAIS ............................................................................................................................. 111 
15. IST UMA QUESTÃO DE PREVENÇÃO .............................................................................. 115 
15.1. Principais consequências das IST.................................................................................... 116 
15.2. Prevenção combinada tratamento imediato para PVHA ................................................. 119 
16. TESTES TREPONÊMICOS (FTA –abs e Teste Rápido) ....................................................... 128 
16.1. Competência profissional para realização e leitura do teste rápido: ................................... 128 
16.2. Teste rápido: orientações gerais ...................................................................................... 130 
16.3. Postura do profissional de saúde no momento da testagem rápida ................................. 134 
16.4. Situações e locais em que se indica a utilização dos testes rápidos. ............................... 135 
17. TESTE RÁPIDO X ELISA ..................................................................................................... 136 
18. HISTÓRIA DO TR ................................................................................................................. 138 
18.1. Amostra biológica para realização do TR para sífilis: sangue, soro e plasma ................ 139 
18.2. Metodologias e funcionamento dos testes rápidos mais utilizados no Brasil .................. 140 
18.3. Princípios básicos da imunocromatografia de fluxo lateral............................................. 141 
18.4. Imunocromatografia de fluxo lateral ............................................................................... 142 
18.5. Possíveis resultados em imunocromatografia de fluxo lateral ........................................ 143 
18.6. Princípios básicos da dupla migração DPP (dual path plataform) .................................. 144 
18.7. Dupla migração DPP (dual path plataform) .................................................................... 145 
18.8. Possíveis resultados dupla migração DPP (dual path plataform) ................................... 147 
19. PROCEDIMENTO DETALHADO PARA COLETA DA AMOSTRA E EXECUÇÃO DO 
TESTE RÁPIDO DPP® SÍFILIS........................................................................................................ 148 
20. Teste FTA-abs (Fluorescent treponemal antibody – absorption). ........................................... 152 
21. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TESTES TREPONÊMICOS - TR e/ou FTA- abs. .... 153 
21.1. Limitações dos testes treponêmicos ................................................................................ 154 
22. TESTES NÃO TREPONÊMICOS (VDRL) ........................................................................... 157 
22.1. VDRL (VDRL, do inglês venereal disease research laboratory) .................................... 157 
23. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TESTE NÃO TREPONÊMICOS – VDRL ................. 158 
23.1. Leitura dos resultados ...................................................................................................... 158 
23.2. Para compreender os resultados dos testes, é importante considerar que: ...................... 162 
23.3. Quanto a negativação dos testes não treponêmicos. ........................................................ 163 
30. Exame testes treponêmicos (TR E FTA-abs), não treponêmicos (VDRL) na gravidez ................ 164 
PRELIMINAR 
11 
 
 
30. BIOSSEGURANÇA NO CONTEXTO DA TESTAGEM RÁPIDA PARA SÍFILIS.................. 172 
30.1. Riscos ocupacionais e avaliação de riscos ............................................................................. 172 
31. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .................................................................................................... 174 
31.1. O que são EPI ......................................................................................................................... 174 
31.2. Funções dos EPI ..................................................................................................................... 175 
31.3. Higienização da bancada em que se realiza o teste rápido ..................................................... 177 
31.4. Procedimentos em caso de acidentes com exposição a material biológico ............................ 178 
31.4.1. Exposição percutânea ...................................................................................................... 178 
31.4.2. Exposição de mucosas ..................................................................................................... 178 
32. ENCAMINHAMENTO DO ACIDENTADO .............................................................................. 178 
34. IMUNIZAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE............................................................................. 179 
35. RESÍDUOS PERFURO CORTANTES .................................................................................. 180 
35.1. Resíduos do Grupo E não contaminados ......................................................................... 180 
35.2. Resíduos do Grupo E com risco biológico associado ..................................................... 180 
APÊNDICE 01 - PRESCRIÇÃO PADRONIZADA DA PENICILINA BENZATINA (frente) ....... 278 
APÊNDICE 02 - PRESCRIÇÃO PADRONIZADA DA PENICILINA BENZATINA (verso) ....... 279 
APÊNDICE 03 - CAIXA ORGANIZADORA PARA AS UNIDADES DE SAÚDE ....................... 280 
APÊNDICE 04 – FICHA DE CADASTRO DE IST .......................................................................... 281 
APÊNDICE 05 - FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SÍFILIS CONGÊNITA ................................... 283 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Este Guia Prático em Abordagem Sindrômica - Prática Baseada em Evidência – 
Sífilis, compõe a coletânea literária que aborda as Infecções Sexualmente Transmissíveis 
(IST) – Gonorréia, Clamídia, HIV/AIDS, Papiloma Vírus Humano (HPV) e Herpes 
Genital. Todas apresentadas na forma realística como acontece in loco, no momento do 
acolhimento ao usuário. As obras estão dotadas de uma revisão científica calçada em 
evidências sindrômicas, para uma devolução imediata com a soma dos conhecimentos 
científico/empírico em ordem sincrônica dos fatos, com o intuito de implementar e 
potencializar o profissional e acadêmico da saúde no cuidado integral ao usuário com IST. 
Neste Guia com ênfase em sífilis, trazemos para a população alvo de cuidadores da 
saúde, uma forma cândida das ações de cuidados centrada nas pessoas com esse agravo. Aqui 
estão as evidências científicas que vem sendo validadas na prática diária de quase duas 
décadas de trabalho dos profissionais de um serviço especializado nessa temática. 
Tem-se como cerne nortear os profissionais e acadêmicos de saúde que acolhem a 
população adoecida com IST, com ações de prevenção, diagnóstico, tratamento, seguimento e 
alta desses agravos, principalmente às populações-chave como: diversidade sexual, gestantes 
e Homem que faz Sexo com Homem - (HSH). 
O cenário deste município no quesito sífilis está ajustado com cenário nacional. Onde 
se destaca a carência de um amparo literário voltado para a realidade local com ênfase nas 
fragilidades em destaque: a dificuldades de se diagnosticar, tratar e realizar o seguimento até a 
alta das pessoas com a sífilis. Neste “script”, presou-se pela a operacionalização objetiva do 
conteúdo, para nortear as condutas dos profissionais de saúde e categorias afins, no que 
compreende a essas etapas da temática sífilis, culminando no revés da epidemia hoje em 
questão. 
Este GuiaPrático está dotado de uma revisão literária calçada em evidências 
sindrômicas, para uma devolução imediata do conhecimento científico em ordem sincrônica 
dos fatos, com o intuito de implementar e potencializar o profissional de saúde no cuidado 
integral ao usuário com IST com ênfase em sífilis. 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
O atual cenário das IST, aqui com destaque a sífilis no Brasil, exige da sociedade, da 
gestão pública, academias de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a união para 
a elaboração de propostas lacônicas, de fácil entendimento e execução, para uma resposta 
efetiva na mesma proporcionalidade. Todas as ações propostas neste guia, estão de encontro 
com as demandas da Rede SUS, observada ao longo desses anos, em especial nesta última 
década, onde o número de casos novos de sífilis apresentou um crescimento muito acima dos 
dados epidemiológicas registrados nos anos anteriores. 
Esses fatores evidenciaram a necessidade da elaboração de propostas (que buscam) 
onde busca sistematizar a assistência prestada a população com IST, revendo os fluxos locais 
para a dedicada execução dessas ações em tempo real, direcionado e otimizando-as junto a 
população adoecida. 
 
APRESENTANDO AS CORES COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM 
 As cores, desde os tempos remotos, estiveram nos estudos da psicologia, no entanto, 
foi a partir do século XIX que esses estudos agregaram adeptos como os filósofos e outros 
escritores. Os cientistas da atualidade seguem afirmando que, as cores têm a capacidade de 
liberar um leque de possibilidades criativas na imaginação da pessoa, agindo não só sobre 
quem a admirará, mas também sobre quem a produz (FREITAS, 2007). 
O Ministério da Saúde (MS), a partir de 2002, traz para compor a sua linha de 
cuidados na Rede SUS uma tendência mundial das últimas décadas, o uso das cores 
(Protocolo Manchester), como forma de direcionar a observação no acolhimento ao usuário, 
tornando as condutas mais eficientes e ágeis, de acordo com o que o momento requer. 
Na rotina diária do ser humano as cores estão naturalmente incorporadas e funcionam 
como uma mensagem poderosa, com tamanha expressividade que se torna um transmissor de 
ideias, ultrapassando fronteiras espaciais e temporais sem quaisquer barreiras, inclusive a sua 
mensagem pode ser compreendida por analfabetos. 
 
 
 
Na comunicação visual a cor exerce três ações: 
 A de impressionar a retina; 
 A de provocar uma reação e; 
 A de construir uma linguagem própria comunicando uma ideia. 
 
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A Figura 1 representa a PIRÂMIDE DA APRENDIZAGEM do estudioso da 
educação, o norte americano Edgar Dale, que deixa explicito que na formação do 
conhecimento do indivíduo, a visão tem o papel mais decisivo, seguido da audição. 
DEPOIS DE DUAS SEMANAS NÓS LEMBRAMOS: 
 
Figura 1- Pirâmide da Aprendizagem. 
 
Fonte: Adaptado de Edgar Dale. 
 
Compreendendo que os seres humanos são aprendizes visuais, o MS e o Guia Prático 
em Abordagem Sindrômica - Prática Baseada em Evidência – Sífilis, ratifica os estudos 
supracitados, a partir do instante que valoriza o uso das cores em seus atuais protocolos 
técnico-científicos. Observa-se que tais ferramentas vêm sendo produzidos de forma 
proposital para otimizar o aprendizado na educação permanente e na educação continuada e 
ainda, corroborando com troca de saber entre usuário/profissional/acadêmico de saúde. 
 Pensando em otimizar todos os processos, desde o acolhimento do usuário com IST na 
unidade de saúde, apresentamos esta parte da coletânea “Guia Prático em Abordagem 
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Sindrômica - Prática Baseada em Evidência – Sífilis” utilizando a lógica de aprendizagem 
por cores. 
Tecnicamente as IST são de manejo exequíveis, tratamento eficiente, fácil e de rápida 
resolução. No entanto, a sociedade não é estática e se apresenta cada vez mais dialética, 
evidenciando continua mudanças, aperfeiçoamentos e adaptações do ser humano a essa nova 
era. Tais mudanças sócio sexuais estão evidenciadas neste novo século, revelando um outro 
cenário no perfil epidemiológico dessas infecções, que estão chegando cada vez mais precoce 
à população jovem sexualmente ativa. A exemplo disso está: a gravidez (indesejada), o uso 
drogas ilícitas, as crises conjugais, a grande rotatividade nas parecerias sexuais de ambas as 
partes aumentando os relacionamentos íntimos impessoais, bem como outras variáveis. 
Historicamente as mudanças sociais ocorrem para solucionar antigos problemas, mas, 
por outro lado podem desencadear outros, agravando o já existente, exemplificado aqui, o 
aumento dos números de contaminados com o vírus da AIDS associados a uma ou mais 
dessas infecções. Foi exatamente o que aconteceu, nesse complexo contexto social, histórico e 
humano da esfera da saúde focada nas IST, evidenciou uma transformação sem o controle 
desses agravos, trazendo como um grande desafio para a gestão pública de saúde e sociedade 
em todo o mundo. 
Essa “nova” realidade influenciou diretamente estes profissionais de saúde com 
expertises nessa temática a ampliar a visão de seus pares da Rede SUS, com elaboração do 
Guia Prático em Abordagem Sindrômica - Prática Baseada em Evidência – Sífilis, que 
compões um segmento da coletânea de literária que aborda as IST – Gonorreia, Clamídia, 
HIV/AIDS, Papiloma Vírus Humano (HPV) e Herpes Genital, que será apresentado aos 
trabalhadores e acadêmicos de saúde brevemente. O ponto forte destes materiais didáticos, 
estão em dar suporte técnico a esse profissional de saúde no seu local de trabalho para 
impulsioná-lo no manejo diário dos usuários com IST. 
A revisão literária oferecida neste conteúdo é elencada como necessária e elementar, 
relativos à questão de gênero e diversidade sexual alicerçada na Política Nacional de 
Humanização (PNH) do SUS. De um jeito simplificado, os autores e colaboradores deste 
Guia apresenta-o como ferramenta na condução das ações práticas nos serviços de saúde, o 
cabedal de conhecimento destes profissionais está balizado na ciência e em experiência ao 
longo dos anos na condução de especialistas em IST e, em especial nos casos de sífilis no que 
tange: prevenção, diagnóstico, tratamento, seguimento e alta dessas infecções. O principal 
entendimento deste grupo é o de que, as pessoas com IST deverão ser conduzidas na sua área 
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de residência, pelas equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e ou pelas equipes da 
Estratégia de Saúde da Família (ESF) evitando a não adesão ao tratamento, da população 
adscritas em seu território de abrangência. 
A afirmação de que as IST, e aqui falando especificamente de sífilis, são de fácil 
prevenção, é absolutamente verdadeira. No entanto, pelo crescente número de casos nas três 
esferas (Municipal, Estadual e Federal), tem sido árduo o exercício de prevenção na 
população adulto/jovem. A situação epidêmica da sífilis tornou-se de grande relevância, 
chamando a atenção dos gestores, academia de saúde e sociedade civil, levando-os a 
implementar as políticas de saúde mais flexíveis e exequíveis voltadas ao tratamento curativo 
desses agravos. 
Com muito zelo e atenção voltada para essa situação, a quase uma década sem publicar 
manuais direcionados para a temática das IST, em 2015 o MS juntamente com a Secretaria de 
Vigilância em Saúde e o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais lança o Protocolo 
Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integralàs Pessoas com Infecções 
Sexualmente Transmissíveis (PCDT/IST), e este município com o mesmo raciocínio 
constrói o Protocolo Municipal de Sífilis de Cuiabá (PMSC). 
 Tal guia traz como sua fortaleza a ABORDAGEM SINDRÔMICA ÀS IST, sendo 
aqui destacada a sífilis. O Guia Prático em Abordagem Sindrômica - Prática Baseada em 
Evidência, potencializa as diretrizes do MS e apresenta todo o processo de fácil manejo da 
prevenção, diagnóstico, tratamento e seguimento para a cura dessas infecções, e mais, tem 
como propósito otimizar as ações dos profissionais de saúde da Rede SUS, principalmente na 
parte curativa, jamais em detrimento a prevenção. Este método agrupa as doenças dentro de 
síndromes pré-estabelecidas baseadas em sintomas e sinais, e de imediato oferece o 
diagnóstico e estabelece tratamento, sem aguardar resultados de exames confirmatórios, 
porém estes serão de grande valia no seguimento e alta. 
Como ferramentas indispensáveis na condução das suas ações dos profissionais de saúde, 
os mesmos usarão os fluxogramas e algoritmos para as ISTs, que contém todas as etapas para 
o acolhimento da pessoa com essas infecções. A trilogia PCDT/IST, PMSC e a 
ABORDAGEM SINDRÔMICA EM SÍFILIS compõe um compêndio que certamente será 
de grande valia principalmente para os profissionais com pouca vivencia e experiência no 
manejo das IST. O objetivo medular está em: 
1. Quebrar a cadeia de transmissão desses agravos e favorecendo o revés da epidemia de 
sífilis/HIV 
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2. Diminuir co-infecção sífilis e HIV 
3. Otimizar todo o processo, tanto para o usuário quanto para equipe de saúde 
4. Auxiliar os profissionais de saúde quanto ao diagnóstico clínico em tempo real, 
eliminando a demora para iniciar o tratamento das IST 
5. Não deixar o usuário sem tratamento pela morosidade nos resultados dos exames 
laboratoriais. 
 A abordagem sindrômica é considerada um instrumento realista e de extrema 
objetividade, resultando em um momento único para o profissional e usuário, onde o 
diagnóstico e tratamento é em tempo, factual das queixas, motivo pelo qual essa técnica é 
universalmente divulgada e executada, principalmente na primeira porta de entrada dos 
indivíduos para tratamento de saúde na rede SUS, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), 
restando as esferas governamentais subsidiar todas as ações dos executores para o pleno 
sucesso da metodologia. 
 
 
 
 
 
1.1. Fatores que dificultam a controle das IST 
Com o surgimento da epidemia da AIDS as IST readquiriram importância como 
problema de saúde pública. Entretanto, têm sido percebidos no contexto da atenção a essas 
infecções alguns fatores que dificultam o seu controle. A irregularidade na disponibilização de 
medicamentos específicos, a não capacitação e alta rotatividade dos profissionais nas UBS, 
são as principais causas de afastamento dos indivíduos com IST dos serviços de saúde da 
Rede Primária de Saúde, gerando uma sequência negativa de ações, desde a auto segregação 
do usuário até a falta de notificação de forma sistemática, que prejudica todo o sistema de 
saúde. 
A consequência mais evidente da baixa resolutividade nos serviços é a busca do 
usuário por um atendimento em locais nos quais não seja necessário se expor, nem 
esperar em longas filas, ou seja: as farmácias comerciais. 
Entre os fatores que dificultam o controle das IST, estão as variáveis biológicas, sócios 
comportamentais e as relacionadas ao sistema de saúde, sendo discriminadas abaixo: 
As IST fragilizam o sistema imunológico da pessoa e, funcionam como 
porta de entrada para o vírus HIV. A sífilis por ser uma infecção sistêmica, 
favorece ainda mais essa contaminação pelo vírus da AIDS. 
 
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1.1.1. Fatores biológicos relacionados ao indivíduo: 
 Grande número de pessoas com IST na forma assintomática, especialmente as 
mulheres (70% a 80%), funcionam como uma fonte de transmissão” inconsciente” nas 
parcerias sexuais; 
 Usuários que não procuram os serviços das UBS para avaliação; 
 Resistência dos patógenos a alguns antibióticos padronizados como primeira escolha 
no tratamento das IST; 
 Falta de discernimento do usuário de que, as IST fragilizam o sistema imunológico 
humano, e funcionam como porta de entrada do vírus da AIDS; 
 Algumas das IST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para 
complicações graves e até o óbito. 
 As IST podem ser transmitidas ao feto durante a gestação, provocando a interrupção 
espontânea da gravidez, a exemplo da sífilis. 
 
1.1.2. Fatores sócio comportamentais relacionados ao indivíduo: 
 Cultura da automedicação (70% das pessoas com IST buscam como primeira opção de 
tratamento a farmácia); 
 Sentimento de culpa, vergonha e medo de ser maculado por estar com um desses 
agravos; 
 A grande rotatividade nas parecerias sexuais, aumentada devido aos relacionamentos 
íntimos impessoais; 
 Resistência em praticar sexo seguro, com uso de preservativos nas relações sexuais; 
 Dificuldade de informar as parcerias sexuais a respeito da IST; 
 Precocidade no início da vida sexual; 
 As IST geralmente causam grande impacto psicológico nos indivíduos, levando a auto 
segregação (isolamento social); 
 Procura por tratamentos com curiosos (rezadeiras, curadores, benzedores). 
 
1.1.3. Fatores relacionados ao sistema de saúde – Rede SUS 
 
 A falta de oferta de capacitação contínua no manejo das IST para os profissionais da 
Rede SUS; 
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 Dificuldade dos profissionais de saúde em abordar a IST e sexualidade no primeiro 
acolhimento; 
 A não eleição de exame das regiões ânus genitais no conjunto da anamnese; 
 Estigmatização do usuário por parte da equipe de saúde não preparada para esse 
acolhimento; 
 Falta de capacitação da equipe da Rede SUS na temática – DIVERSIDADE 
SEXUAL; 
 Falta de medicamentos, insumos e material informativo atualizado sobre as IST; 
 Falta de uma Câmara Técnica em IST, para apoio técnico-científico dos profissionais 
da Rede SUS; 
 Fragilidade na abordagem à prevenção das IST; 
 Falta de implantação de supervisão e avaliação sistemática das equipes de saúde no 
tocante as IST; 
 A não parceria com a área acadêmica na implantação precoce da temática IST no 
currículo da graduação; 
 As IST causam grande impacto social, que se traduz em custos indiretos para a 
economia do País, decorrentes dos custos diretos das internações relacionadas ao 
agravamento da condição de saúde do usuário; 
 Subnotificação dos dados epidemiológicos relativos às IST, gerando ausência do 
repasse de recurso financeiro a nível ministerial. 
2. IST VERSUS DST 
 
Para clarividência as terminologias DST e IST, tem se como base os próprios conceitos 
das mesmas. A palavra doença vem do termo em latim dolentia que significa “sentir ou 
causar dor, afligir-se, amargurar-se”. Doença é um conjunto de sinais e sintomas específicos 
que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. 
Em geral, a doença é caracterizada como ausência de saúde, um estado que ao atingir um 
indivíduo provoca distúrbios das funções físicas e mentais. Pode ser causada por fatores 
exógenos (externos, do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio organismo). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) corrobora com essa definição e disponibiliza 
para a sociedade a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde, designada pela sigla CID. 
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21 
 
 
Infecção é a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte de 
organismos capazes de provocar doenças, a multiplicação destes organismos;e a reação dos 
tecidos do hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles produzidas. 
Figura 2 - Nova terminologia para a DST proposta pela OMS. 
 
Fonte: ARAÚJO, 2017. 
 
No mesmo CID, assim como se tem o acesso à classificação das doenças, tem se também 
a grande variedade de sinais, sintomas, aspectos normais, queixas, circunstâncias sociais e 
causas externas da ideação da similaridade nas duas palavras Doença e Infecção. As suas 
definições trazem diferenciação de conceitos que são de extrema significação e valor 
etimológico, o que deve ser amplamente divulgado, como forma de criar uma nova 
consciência coletiva em torno da nomenclatura IST. 
Esse contemporâneo vocabulário deve ser inserido no contexto laboral de todos os 
profissionais da área da saúde, e estes favorecer a atualização da sociedade como um todo. O 
Ministério da saúde (MS) em 2015 oficializou no território nacional a nova terminologia 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) com a divulgação do Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas (PCDT), deixando no pretérito a denominação de Doenças 
Sexualmente Transmissíveis (DST). No final de 2016 através do Decreto nº 8.901, anuncia 
que alterou o nome do departamento para: Departamento de Vigilância, Prevenção e 
Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites 
(DVPC/IST/HIV/AIDS/HBV). Desde do final da década de 90 (1999) a “nova” 
terminologia IST vem sendo proposto pela Organização Mundial de Saúde, como 
exemplificado na Figura 2. 
 
 
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ABORDAGEM 
 
SINDRÔMICA 
 
EM 
 
IST 
 
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3. HISTÓRIA DA ABORDAGEM SINDRÔMICA NA IST 
Sabe-se que nos anos de 1970, na África subsaariana os pesquisadores e médicos de saúde 
pública trabalhavam em uma região de extrema pobreza, o que dificultava todo o processo de 
diagnostico ao tratamento de qualquer moléstia. Havia muitas pessoas, com Doença 
Sexualmente Transmissível-DST (termo usado na época) e observava que, essas doenças 
contribuíam de sobremaneira para contaminação do HIV. 
 
 
 
 
Nesse encadeamento de ideias surge a abordagem das DST, construída em torno da 
observação de sinais e sintomas das infecções, constituindo assim de síndromes pré-
diagnosticadas. De imediato aplicava-se o tratamento, antes mesmo dos resultados de exames 
laboratoriais confirmatórios. O método demostrou extrema eficácia e fácil execução. Assim, 
nesses moldes as condutas desses profissionais de saúde necessitavam ser uniformizadas e 
simplificadas para maior aplicabilidade. Foram então, elaborados vários fluxogramas com as 
intervenções medicamentosas para as síndromes diagnosticadas, afim de guiar todas essas 
ações desses profissionais. 
Com o aumento da transmissão das IST e a dificuldade e ou ausência de exames 
laboratoriais para identificação/confirmação dos sinais e sintomas ligados a doenças faz com 
que, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1984 - Genebra, reconhece a Abordagem 
Sindrômica em IST como um método eficiente, fácil e de baixo custo para o tratamento 
dessas morbidades e a institui para o atendimento aos portadores de IST. Em 1991, a OMS – 
tem como meta implementar a abordagem sindrômica das IST nos países em 
desenvolvimento, sendo assim, desenvolveu a proposta na forma de algoritmos direcionando 
todas as ações pertinentes a temática. 
 
O conceito de ABORDAGEM SINDRÔMICA para atendimento a pessoa com 
IST foi introduzida nos países em desenvolvimento no início da década de 90 
(1991) pela OMS. No Brasil, desde 1993 essa metodologia está sendo 
implantada pelo Programa Nacional de Controle DST/AIDS, com apoio dos 
estados, municípios e organizações da Sociedade Civil (OSC), como ação 
prioritária para controle das IST. 
 
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24 
 
 
 
4. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
 Abordagem 
Buscando alguns de seus sinônimos literário seria por exemplo: aproximação, 
chegada, interpelação, questionamento, tratamento e comportamento. Aqui analisando o 
conjunto das ações, a abordagem sugere ao profissional realizar um acolhimento, com 
estratégias que favoreçam obter um melhor atendimento ao usuário do serviço de saúde, com 
propósito de estabelecer vínculos de credibilidade e confiança, entre ambos para o sucesso das 
ações propostas. 
 Sindrômica 
Síndrome por definição é o “conjunto de sintomas que caracterizam uma doença ou o 
conjunto de fenômenos característicos de uma determinada situação” e, podendo ser 
produzida por diversas causas. Trazendo a etimologia da palavra para IST seria, a forma de 
realizar diagnostico de doença através de método pré-estabelecidas, baseadas em sinais, 
sintomas história epidemiológica e suas condições de vulnerabilidades. Diante disso institui-
se de imediato o tratamento sem aguardar resultados de exames laboratoriais confirmatórios, 
com embasamento na abordagem sindrômica em IST. 
4.1. Abordagem sindrômica na IST 
 
Neste contexto, podemos afirmar que: Abordagem sindrômica é o acolhimento 
humanizado da pessoa com IST, visando o (os) diagnóstico do (os) agravo (os) através dos 
sinais e sintomas apresentados naquele momento, o ofertar de tratamento imediato, bem como 
seu seguimento até a alta. O conceito de abordagem sindrômica para atendimento a pessoa 
com IST foi introduzida nos países em desenvolvimento no início da década de 90 (1991) pela 
OMS. 
 
 
 
O tratamento rápido e adequado a partir da abordagem sindrômica das IST 
diminui o risco de complicações ao exemplo do câncer, e o risco de adquirir 
outras IST (EVANGELISTA, 2011). 
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O uso dessa técnica está cada vez mais difundida e, vem se apresentando de extrema 
eficácia pelo seu fácil manejo, trazendo grande benefício a redução dos índices 
epidemiológicos dessas doenças, onde a técnica está sendo aplicável. Nas regiões ou em 
países com carência de apoio diagnostico laboratorial esse método vem se mostrando 
operativo, com um resultado expressivo de índice de cura. O que implica diretamente na 
redução da incidência de novos casos de IST, bem como a perpetuação do HIV, uma vez que, 
as IST em geral, mais ainda as que causam ulceração protagonizam a transmissão do HIV. 
Esse resultado positivo requer alguns esforços, que são necessários para a manutenção 
das condutas dos profissionais no campo da saúde baseadas em evidencias, a exemplo: a 
atualização e supervisão contínua dos profissionais que a executam, a socialização das 
vivencias exitosas entre as categorias, a divulgação da real eficácia desse tipo de abordagem e 
por fim, tecer uma relação de confiança entre o profissional de saúde e a pessoa com IST. 
É imperioso o profissional valorizar o diálogo, tecendo uma escuta centrada na real 
necessidade do indivíduo, zelar por ambiente de privacidade, que é de suma importância nesse 
momento para esse usuário, bem como assegurar o sigilo com a garantia da confidencialidade 
das informações. A todo instante dever-se-á inserir nesse processo informação/educativas: 
prevenção, a importância do diagnóstico precoce desses agravos, e a necessidade de adesão ao 
tratamento que é de suma relevância do seguimento até a alta. 
Os serviços que acolhem as IST têm como compromisso a obrigatoriedade da 
notificação compulsória, com acompanhamento sistemático da vigilância epidemiológica, 
para que esta consolideos dados com a intencionalidade de conhecer a magnitude desses 
agravos e medir a sua tendência para o planejamento das ações futuras de curto, médio e 
longo prazo. 
A simplicidade ofertada pelo método sindrômico, para os diagnósticos etiológicos sem 
a exigência de exames mais sofisticados para cada patologia, não exime o sistema público de 
saúde de estar organizado para os encaminhamentos dos casos de maior complexidade, uma 
vez que se trata de doenças infectocontagiosas de fácil transmissibilidade sexual, e 
dependendo do tempo de exposição, pode ter instalada uma situação de saúde irreversível. 
 
 
Cabe ao profissional de saúde a responsabilidade na divulgação e implantação 
dos fluxogramas para melhor manejo clínico das IST, com facilidade no 
diagnóstico e tratamento, contribuindo desta forma para a melhoria da qualidade 
de vida da população acometida e permitindo o bloqueio da cadeia de 
transmissão, diminuindo sua propagação (EVANGELISTA, 2011). 
 
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A anamnese, com foco na identificação das diferentes vulnerabilidades, e o exame 
físico, constituem importantes elementos diagnósticos das IST, motivo pelo qual os 
profissionais de saúde necessitam conhecer a anatomia e a fisiologia do trato genital 
masculino e feminino, bem como outras regiões do corpo que possam ser infectadas com o 
agente patológico da IST suspeita. Da mesma forma que, durante o exame físico procede-se, 
quando indicado, à coleta de material biológico e citológico para exame laboratorial, com 
intuito de detectar precocemente doenças advindas desse tardiamento diagnóstico. 
Como partes desses processos diagnósticos estão à oferta de testagem rápida para 
sífilis, HIV e hepatites B e C, devidamente protocolizado pelo MS com uma abordagem 
profissional adequada, constituindo também essa etapa, a notificação compulsória dessas 
infecções deve fazer parte da integral atenção às pessoas com IST (BRASIL, 2015). 
 
 
 
 
 
 
4.2. Etapas do diagnóstico sindrômico 
Desde os anos 70, quando surgiu a técnica da abordagem sindrômica aplicada as IST, já se 
tinha o entendimento de que as ações deveriam cumprir etapas para se concluir o diagnóstico, 
para assim proceder à aplicação da propedêutica de tratamento ideal. 
 
 
 
 
 
As bagagens apreendidas por cada comunicador influenciam na forma como 
irão se comunicar um com o outro no momento presente, pois os predispõe a um 
conjunto maior de sinais e mensagens, que serão interpretados e compartilhados 
por ambos. Os aspectos relacionais entre os interlocutores, bem como o 
entendimento sobre o que é dito, são historicamente determinados por 
interações prévias entre ambos e por padrões culturais definidos (CERON, 
2013). 
 
É necessário estabelecer uma relação de confiança entre o profissional de saúde 
e a pessoa com IST, para garantir a qualidade do atendimento e a adesão ao 
tratamento. Para tanto, é necessário promover informação/educação em saúde e 
assegurar um ambiente de privacidade, tempo e disponibilidade do profissional 
para o diálogo, garantindo a confidencialidade das informações (BRASIL, 2016, 
p. 33). 
 
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A Figura 3 apresenta tais etapas, que são de cunho obrigatórias para a construção e 
evolução das condutas sindrômicas. Isso refletirá na excelência do processo e, corroborará 
para a harmonia do raciocínio profissional, uniformizando e simplificando-as para melhor 
aplicabilidade da técnica. Segue detalhado com brevidade: 
Figura 3 - Etapas do diagnóstico Sindrômico. 
 
 
Fonte: ARAÚJO, 2017. 
 
 HISTÓRIA CLÍNICA ou Anamnese: o profissional de saúde norteará sua entrevista 
junto ao usuário com direcionamento cientifico, buscando fatos naquilo que ele 
apresenta de sinais e sintomas para uma conclusão diagnóstica. Esta etapa diz respeito 
somente ao usuário. 
 EXAME FÍSICO: é o processo de examinar o corpo de um paciente no sentido 
céfalo-podal para determinar a presença ou a ausência de problemas físicos, 
compreendendo: inspeção (observar), palpação (sentir), ausculta (escutar) e percussão 
(produzir sons). Nesse momento agrega-se percepção da condição psicológica (escuta 
clínica) do indivíduo, sendo de grande importância para sequenciar todas as ações 
futuras. Aqui só envolve o usuário. 
 
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 HISTÓRIA EPIDEMIOLÓGICA: é estudo das epidemias, que envolve as 
determinantes da frequência das doenças em seres humanos. Este momento envolve o 
usuário e suas variáveis (parcerias e frequências sexuais, hábitos, culturas, etc). 
 
 ESCUTA CLÍNICA: aqui o profissional de saúde identifica no primeiro momento, o 
sofrimento psíquico do usuário. Essa escuta tem papel fundamental nas intervenções 
aplicadas, no sentido de ouvir as suas queixas, e mediar a soluções para os problemas 
em torno das IST. Além disso, direcionará outros encaminhamentos que o usuário 
passa a demandar (medo, pânico, depressão, etc), que certamente melhorará a adesão 
do mesmo ao tratamento medicamentoso. Aqui pode-se envolver terceiros. 
 DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO: As etapas supracitadas, lhe permitirá concluir seu 
diagnóstico centrado na ABORDAGEM SINDROMICA e instituir o tratamento 
adequado. Obviamente que as etapas de exames complementares como laboratoriais e 
ou testagem rápida, corroborará com o diagnóstico. No entanto o método baseado em 
sinais e sintomas há décadas está sendo usado como uma experiência exitosa. 
 D. 
 EXAMES LABORATÓRIAIS: de extrema importância para cada síndrome, pois 
auxiliará o profissional de saúde em decisões futuras e acompanhamentos até a alta 
desse usuário. São etapas dependentes, onde o profissional tomará decisões com base 
em sinais e sintomas e, jamais desprezará tais exames. 
 
 
 
 
Esse encadeamento de ideias construída em torno da observação sindrômico das infecções 
está fidelizada ao MS, onde foram elaborados algoritmos e fluxogramas para essas síndromes 
de IST. São ferramentas para direcionar as ações de diagnóstico, tratamento e seguimento 
desses agravos e, vem demostrando extrema eficácia sendo de fácil execução. De imediato 
aplica-se o tratamento, antes mesmo dos resultados de exames laboratoriais confirmatórios. 
O método desde sua criação vem demostrando extrema eficácia e fácil execução. As 
amostras para os exames laboratoriais indicados devem ser colhidas no momento da primeira 
consulta; caso os resultados não estejam disponíveis imediatamente, a conduta terapêutica não 
A natureza da relação depende de sequências de comunicação previamente 
estabelecidas pelos comunicantes. As diversas formas de comunicação são 
apreendidas ao longo das histórias de vida de cada sujeito, influenciando em 
como cada um age em relação aos demais (CERON, 2013). 
 
PRELIMINAR 
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deve ser postergada até a entrega destes. A consulta clínica se completa com a prescrição e 
orientação para tratamento, além do estabelecimento de estratégia para seguimento e atenção 
às parcerias sexuais e o acesso aos insumos de prevenção, como parte da rotina de 
atendimento (BRASIL, 2015). 
 
 
 
Esse encadeamento de ideias construída em torno da observação sindrômico das infecções 
está fidelizada ao MS, onde foram elaborados algoritmos e fluxogramas para essas síndromes 
de IST. São ferramentas para direcionar as ações de diagnóstico, tratamento e seguimento 
desses agravos e, vem demostrando extrema eficácia sendo de fácil execução. De imediato 
aplica-se o tratamento, antes mesmo dos resultados de exames laboratoriais confirmatórios. 
O método desde sua criação vem demostrando extrema eficácia e fácil execução. As 
amostras para os exames laboratoriais indicadosdevem ser colhidas no momento da primeira 
consulta; caso os resultados não estejam disponíveis imediatamente, a conduta terapêutica não 
deve ser postergada até a entrega destes. A consulta clínica se completa com a prescrição e 
orientação para tratamento, além do estabelecimento de estratégia para seguimento e atenção 
às parcerias sexuais e o acesso aos insumos de prevenção, como parte da rotina de 
atendimento (BRASIL, 2015). 
 
 
 
 
5. ETAPAS DIAGNÓSTICAS DA ABORDAGEM SINDRÔMICA EM IST 
 
Nas etapas diagnósticas das IST, possuem momentos interligados, onde os elos são a 
sustentação do processo de identificação dos pontos “fracos” do usuário e de fortaleza do 
A natureza da relação depende de sequências de comunicação previamente 
estabelecidas pelos comunicantes. As diversas formas de comunicação são 
apreendidas ao longo das histórias de vida de cada sujeito, influenciando em 
como cada um age em relação aos demais (CERON, 2013). 
 
Os exames complementares são de extrema importância, participando 
posteriormente das definições do processo, no entanto o usuário da rede SUS 
com IST não pode perecer com essa infecção até a chegada dos mesmos, tais 
exames. Otimizar essas etapas de tratamento da IST é um dos princípios da 
técnica da prática baseada em evidências. 
 
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30 
 
 
profissional, compreender isso como definidor do processo. Para os envolvidos nesse 
processo de troca simultânea, onde um (o usuário) busca confiança e segurança e o outro 
(o profissional) zelo e aplicabilidade de conhecimento técnico e cientifico os elos de ações 
interativas (Figura 4). 
Tais elos, nunca poderão estar vazios, pois o usuário busca nesse instante informações 
fidedignas e necessárias para sanar suas angústias frente à infecção, já o profissional conta 
com as suas expertises científica e empírica para o sucesso dessa relação interpessoal para 
conclusão diagnóstica. 
Nesse mesmo instante, com estruturas definidoras das ações do diagnóstico em 
construção (Figura 4) uma escuta clínica seletiva, imparcial e qualificada é um diferencial 
na fidelidade diagnostica. Tem-se ainda para completar esse arsenal as Etapas 
diagnósticas focada na Integralidade do cuidado (Figura 4), que doravante fará com 
que o profissional de saúde crie expertises no acolhimento com diagnostico sindrômico a 
pessoa com IST. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o profissional de saúde e o usuário permite uma relação interpessoal de cumplicidade nas demandas, haverá crédito nas devolutivas, 
isso suscitará uma relação interpessoal chamada de “porosa”, na qual ambos devem ser permissíveis para o fortalecimento de vínculos, 
importantíssimos para uma adesão satisfatória do usuário. 
Figura 4- Relação interpessoal profissional de saúde x usuário. 
 
Fonte: ARAÚJO e REIS, 2017. 
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32 
 
 
O Diagnóstico Sindrômico possui estruturas definidoras das ações, centradas no tripé: história epidemiológica + escuta clínica + 
anamnese/exame físico, ações fundamentais que se iniciam no primeiro acolhimento da pessoa com IST na Rede SUS, observe a figura abaixo: 
Figura 5 - Estruturas definidoras das ações de etapas diagnósticas fundamentais no acolhimento da pessoa com IST. 
 
 
Fonte: ARAÚJO e REIS, 2017. 
 
 
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A Figura 6 deste Guia de abordagem sindrômica em sífilis, novamente aborda de forma ostensiva as etapas desse diagnóstico, entendendo 
assim que, o profissional que elaborar seu plano de ações pautado nessas etapas terá êxito nas mesmas. 
Figura 6 - Etapas para um Diagnóstico Efetivo. 
 
 
Fonte: ARAÚJO e REIS 2017.
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ACOLHIMENTO 
 
E 
 
AS 
 
IST 
 
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6. ACOLHIMENTO À PESSOA COM IST 
 
Dos conceitos que norteiam o trabalho da PNH-SUS (2003) estão: Acolhimento, Clínica 
compartilhada, Valorização do Trabalhador, Defesa dos Direitos dos Usuários, etc. Desde o 
início da epidemia da AIDS (1980) o MS no PN/DST/HIV/AIDS (nome dado na época) 
continha essa formulação, deixando-a evidenciada e explícita nas práticas assistenciais dos 
serviços especializados para esses agravos criados nos anos 90. 
O Acolher para essa população tinha seu sentido literário de ser: “Dar acolhida a; receber. 
Atender, Receber. Dar crédito a, Dar ouvidos a. Admitir, aceitar, receber. Tomar em 
consideração” (HOUAISS, 2010). A execução desses verbos nas práticas assistenciais dos 
serviços foi um dos responsáveis para o sucesso da PNH, sendo inclusive um modelo 
reconhecido para o mundo. 
Para a PNH do SUS, acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular 
necessidade de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre 
equipes/serviços/usuários/populações. Sendo construído de forma coletiva, a partir da análise 
dos processos de trabalho, objetivando a construção de relações de confiança, compromisso e 
vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede sócio afetiva 
(BRASIL 2003). 
Este Guia apresenta dois dos Três Tipos de Aconselhamento centrado na pessoa (com 
IST/HIV) na ótica da psicologia. 
1. Aconselhamento Diretivo: o usuário almeja que, o profissional Acolhedor 
“conselheiro”, busque uma direção para sua vida, pois não sabem que direção devem 
tomar e por isto desejam que o profissional tome a decisão por eles. O usuário demora 
para perceber que as suas dificuldades são vivenciadas apenas por ele, dentro da sua 
singularidade, cabendo-lhe conhecer a melhor solução para resolve-las. Pelo fato de a 
sociedade ser leiga nessa temática, no momento do aconselhamento com foco nas IST, 
deseja receber este tipo de aconselhamento. 
2. Aconselhamento Não-Diretivo: Este tipo de acolhimento é corroborado pela PNH do 
SUS, pois o profissional Acolhedor esclarece para o usuário que a responsabilidade 
diante das IST recai sobre ele, trabalhando na lógica de corresponsabilização do 
PRELIMINAR 
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usuário, e ainda deixa claro que a responsabilidade de comunicar as suas parcerias 
sexuais sobre o agravo em questão é do usuário. Tais ações serão apresentadas por um 
profissional capacitado, para que o usuário tome as decisões corretas e esperadas para 
a ocasião. Aqui, tanto o usuário como a sua parceria sexual são sujeitos ativos em 
todas as etapas que envolvem as IST. 
Diante da narração acima, o profissional de saúde deve optar por um 
Aconselhamento Não-Diretivo na abordagem sindrômica em sífilis e, tão logo terá 
adesão e êxito nas suas ações. As pontuações feitas abaixo serão essenciais para que 
os envolvidos nesse momento desenvolvam ou aprimorem habilidades essenciais no 
acolhimento, como: 
 HUMANIZAÇÃO – um processo de troca mutua e respeito que deve acontecer e 
ser sequenciado do primeiro acolhimento até a alta. 
 OBSERVAÇÃO – necessária para que o profissional parta do pontual para o 
amplo e que seja feita de forma analítica, envolvendo os aspectos psicossocial, 
cultural e religioso. 
 SER VERDADEIRO – nas colocações, com repasse de conhecimentos calçados 
na ciência, não alimentando tabus, preconceitos e até fantasias, sendo esta uma 
oportunidade de apresentar novos conceitos em torno desses agravos. 
 
 
 
 
 
 FUNDAMENTAÇÃO - do empirismo busque trazer o saber experimental do 
usuário para a verdadeira lógica a luz do conhecimento cientifico, valorizando toda 
a sua vivência sensível, responsável pela construção das ideias, que produz 
hábitos,costumes e culturas. Muitas vezes uma nova construção de conceitos é 
necessária para o processo de adesão. 
A empatia é a capacidade do ser humano de se colocar no lugar do outro e 
entrar em sintonia com as formas pelas quais este passa pelas circunstâncias da 
vida. É um sentimento geralmente vivido em mão dupla. Não se trata de estar 
sempre sorrindo, com simpatia, mas, sobretudo, de estra junto com o outro, 
compartilhando o momento vivido (CERON, 2013, p. 32). 
PRELIMINAR 
37 
 
 
 RAZÃO: controladora do conhecimento e ligada à lógica, devem estar dissociadas 
das emoções e de qualquer julgo por parte do profissional e equipe 
multiprofissional, primordial na elaboração e conclusão de todas as etapas do 
tratamento. 
 LIMITAÇÕES EMOCIONAIS – entende-las nas suas várias formas, muitas 
vezes expressas de modo implícito ou explicito dos envolvidos (profissional e 
usuário) faz parte dessa “nova parceria” elevando o crescimento de ambos, pois é 
um instante único que será traduzido em respeito mútuo, não deixando margens 
para quaisquer sentimentos negativos interpessoais. 
 A ÉTICA e o SIGILO, são inerentes e indissociáveis a todo profissional 
acolhedor. 
 
 
 
 
E por fim, o plano de conduta do profissional de saúde deve estar desembaraçado, 
limpo de culpa, para que ele tenha equilíbrio e priorize suas ações nas necessidades mais 
eminente do usuário. Essa priorização baseada nos problemas reais (presente) e nos problemas 
potenciais (futuro), fortalecerá o vínculo profissional/usuário e sustentará uma relação de 
confiança mutua. 
 
 
 
 
 
Dicas para o sucesso no acolhimento: 
1. Ouvir com respeito e empatia; 
2. Saber identificar os pontos de maior vulnerabilidade e usar 
para sua fortaleza; 
3. Buscar o entendimento do usuário quanto ao seu risco 
eminente, bem como as suas medidas de proteção eficazes; 
4. Favorecer o entendimento da importância de realização de 
exames nos seus contatos sexuais; 
5. Orientar de forma compreensível os resultados dos exames 
realizados. 
É necessário estabelecer uma relação de confiança entre o profissional de 
saúde e a pessoa com IST para garantir a qualidade do atendimento e a adesão 
ao tratamento. Para tanto, é necessário promover informação/educação em 
saúde e assegurar um ambiente de privacidade, tempo e disponibilidade do 
profissional para o diálogo, garantindo a confidencialidade das informações 
(MS, 2015) 
 
PRELIMINAR 
38 
 
 
6.1. Acolhimento à diversidade sexual 
 
No final do século passado já se observava a mudança no perfil das pessoas com IST, 
instigando a saúde pública a um repensar, principalmente na linha de prevenção, 
transformando seu controle em desafio para o mundo. Conhecia-se o efeito das drogas ilícitas 
como agravante dos casos, como também o grande número de adolescentes e adultos jovens 
que vivenciavam sua sexualidade com maior liberdade, com “rodízios” nas parcerias sexuais e 
preterindo o uso dos preservativos. 
 
 
 
Essa pauta deve estar presente nos acolhimentos as IST. Pois, negar essa temática ou até 
mesmo não saber como lidar com essas situações, trará resultado negativo para esse 
profissional acolhedor, como também prejuízo iminente a pessoa com infecção, bem como a 
outrem. Para os profissionais de saúde torna-se imperioso que, toda equipe conheça princípios 
básicos da sexualidade humana, que é formada por uma múltipla combinação de fatores 
biológicos, psicológicos e sociais, discriminados abaixo: 
1. Sexo biológico: são definições de SEXO BIOLÓGICO. Exemplo: Macho e Fêmea. 
2. Orientação sexual: É a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa manifesta em 
relação à outra, para quem se direciona, involuntariamente, o seu desejo. Exemplo: 
Homossexuais, Bissexuais, Heterossexual, Pansexual e Assexual. 
3. Identidade de gênero: O conceito de gênero foi criado (1970) para distinguir a 
dimensão biológica da dimensão social. É a percepção que a pessoa tem de si como 
sendo do gênero masculino, feminino ou de alguma combinação dos dois, 
independente do sexo biológico (macho/fêmea). Pode ou não corresponder ao sexo 
atribuído ao nascimento e inclui o senso pessoal do corpo e outros aspectos, como 
vestimentas, modo de falar e de se comportar socialmente. Exemplo: Feminino 
(Travesti e Transexual) e Masculino. É importante ressaltar que as travestis, 
independentemente de como se reconhecem, preferem ser tratadas no feminino, 
Atualmente, essas infinitas formas de vivência e expressão da sexualidade, foi 
traduzida em DIVERSIDADE SEXUAL, sendo o seguimento populacional 
onde há registro do maior número de contaminados com de IST/HIV/AIDS, 
com predominância de sífilis. 
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considerando insultos serem adjetivadas no masculino. Nunca fale “O TRAVESTI” e 
sim “A TRAVESTI”. 
 
 
Fazer uma ponte de equilíbrio entre preconceitos e pré-conceitos, mostra ser uma missão 
laboriosa para o a profissional de saúde acolhedor, já que irá mexer e remexer com seus 
valores pessoais, individuais tão particulares que muitas vezes são divergentes aos do usuário. 
Pois, todo indivíduo pode sim, estar engessado ao longo dos anos, muitas vezes os conceitos e 
pré-conceitos vem da tenra idade e tidos como “verdades absolutas”. 
 
 
Cada ida do usuário ao serviço é um momento ímpar, um recomeço, onde o acolhimento 
deve buscar manter a homeostase desse ser, uma vez que, os profissionais nunca devem 
esquecer que entre a razão e a emoção existe uma pessoa que, apesar das adversidades 
emocionais frente aos agravos, é dotado de uma capacidade intelectual suficiente para rever 
suas verdades e inverdades sobre a doença, bem como de suas variáveis, assim os envolvidos 
estarão sempre reconstruindo novas e flexíveis verdades, nunca absoluta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
É fundamental que nos percebamos como seres humanos, que, como outros, 
vivemos tecendo ativamente estereótipos sobre os demais. O autoconhecimento 
é o ponto de partida de qualquer transformação. 
 
(...) no ambiente de trabalho, é frequente a equipe concordar com ideias que 
racionalmente não são tão adequadas, sem questioná-las. Por questões 
hierárquicas, medo e/ou competitividade, as pessoas estabelecem falsos 
consensos (CERON, 2013). 
 
No entanto, um bom observador, percebe que há sinais de objeção não verbais à 
ideia colocada – seja na forma exagerada e teatral com que as pessoas exibem 
concordância, seja pela reação de apatia, cabeça baixa, desvio de olhar, de 
atenção, etc (CERON, 2013). 
 
A ideia é refletir sobre nossas próprias tendências pessoais a estereotipar os 
demais, buscando analisar quais as origens dessa tendência. É preciso ter reflexão, 
autocrítica e percepção do outro para manter o estereótipo em suspenso e permitir 
a emergência do outro tal como ele é (CERON, 2013, p. 31). 
 
 
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Para exemplificar, tem se o NOME SOCIAL, conhecido como identidade social, 
corresponde ao prenome adotado pela pessoa, pela qual se reconhece e identifica-se, sendo 
reconhecida e denominada por sua comunidade, enquanto o seu registro civil não é adequado 
à sua identidade e expressão de gênero. O Decreto Nº 8.727 de 28.04.2016, sancionado pela 
presidente Dilma Rousseff, autoriza a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e 
transexuais) a utilizar o chamado “nome social” nos órgãos do serviço público federal, como 
ministérios, universidades federais e empresas estatais. 
 
 
 
 
 
 
6.1.3. Das parcerias sexuais 
 
 No acolhimento a pessoa com IST, o profissional de saúde deve estar atualizado quanto 
as terminologias que irá usar,

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