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dos bens

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Pode-se definir bem de forma genérica como um objeto 
que pertencem a uma pessoa natural ou jurídica e que 
este bem pode ser objeto de relações jurídicas, nesse 
sentido poderíamos ter objetos materiais ou intangíveis, 
inclusive essa distinção é apresentada na doutrina: 
Corpóreos X Incorpóreos: 
Bens materiais (Corpóreos):aqueles com existência física. 
Ex: casa. 
Bens intangíveis (Incorpóreos): aqueles sem existência 
física. Ex: patente. 
As relações humanas têm por objeto mediato um bem 
da vida, um bem jurídico. Para que algo se qualifique a 
ser um bem jurídico deve possuir valor econômico (não 
há, portanto, bem jurídico sem valor econômico). 
Existe uma série de dispositivos (lei 8.009/90 e art. 833, 
CPC) que garantem a proteção a um patrimônio mínimo. 
→ Móveis ou imóveis 
 
 
 
 
 
 
 
Deve-se ter em mente o critério econômico-funcional: 
se um bem pode ser deslocado de seu atual local sem 
prejuízo ao seu valor econômico ou à sua função, trata-
se de um bem móvel. Do contrário, bem imóvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Bens móveis por determinação legal: 
São presunções legais, neste aspecto são móveis as 
energias, os direitos pessoais e as ações que lhe 
asseguram. Ex.: uma ação de indenização é um bem 
móvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Bens móveis por antecipação 
 
Obs1.: Além do bem ser considerado 
como móvel ou imóvel, todos os direitos 
e ações que recaiam sobre bens móveis 
também podem ser considerados um 
direito (ex.: se uma bicicleta é móvel, o 
direito de propriedade sobre ela é 
móvel e a ação reivindicatória também. 
Obs2.: Não perdem a qualidade de 
imóvel os materiais provisoriamente 
removidos de uma construção para nela 
serem reempregados. Só perdem a 
qualidade os que se destinarem à 
demolição. 
Muita 
atenção! 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis 
de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da 
destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos 
legais: 
I – as energias que tenham valor econômico; 
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as 
ações correspondentes; 
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
respectivas ações. 
 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se 
lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os 
asseguram; 
II – o direito à sucessão aberta. 
 
Todo imóvel objeto de uma relação jurídica obrigacional 
(ex.: contrato) que vise este bem num futuro quando ele 
for mobilizado (ex.: floresta cuja objeto de contrato é a 
madeira), será considerado, para o contrato, móvel. 
Assim, não há necessidade de escritura pública, ou de 
outorga conjugal (se não houver outro requisito legal). 
o Bens imóveis por determinação legal 
Assim como os móveis, também há imóveis oriundos de 
presunção. A herança (e o direito à sucessão aberta) e 
os direitos e ações que recaem sobre bens móveis (uma 
casa, o direito de posse sobre ela e a ação possessória 
constituem essa classe). 
o Bens imóveis por acessão física 
Qualquer bem que se agregar a um imóvel principal será 
imóvel também (mesmo transitoriamente). As estátuas 
de um jardim são imóveis por acessão física. 
→ Fungíveis ou infungíveis 
 
 
 
 
Baseados na possibilidade de troca/substituição – se um 
bem possui características naturais, históricas 
sentimentais ou obrigacionais que o tornam único, trata-
se de um infungível. Assim, a infungibilidade pode 
decorrer da natureza e da volição (vontade). Ex.: uma 
nota de 10 reais é fungível, mas se torna infungível (pela 
vontade) se dada pelo seu avô no leito de morte. 
Os bens fungíveis, de acordo com o dispositivo, são 
aqueles que podem ser substituídos por outros de 
mesma espécie, qualidade e quantidade, por exemplo, o 
dinheiro. Ao contrário dos infungíveis, como por 
exemplo, as obras de arte, bens produzidos em série que 
foram personalizados, ou objetos raros dos quais restam 
um único exemplar. 
Essa classe é essencial para que se diferenciem alguns 
institutos do Direito Civil: 
➢ Comodato (empréstimo de bem infungível) 
➢ Mútuo (empréstimo de bem fungível; os objetos 
dos contratos de locação e de usufruto são bens 
infungíveis etc). 
 
→ Divisíveis e indivisíveis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seu critério é o fracionamento sem perda da função 
socioeconômica. A indivisibilidade pode decorrer da 
vontade da lei e não somente da natureza do objeto. 
→ Consumíveis ou inconsumíveis 
 
 
 
 
Consuntibilidade de fato ou natural, em que o uso normal 
do bem importa em sua destruição imediata. Existe 
também a consuntibilidade jurídica em que um bem é 
disponibilizado para alienação, o que o torna consumível 
nesse período. 
→ Singulares e coletivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem bens que sendo coletivos ou não, podem ser 
considerados de forma independente, sendo objeto de 
relações jurídicas em apartado, ex.: uma boiada, onde 
cada um dos elementos pode ser alienado de forma 
individual (bens singulares). Porém existem bens que 
passam a compor uma coletividade e são negociáveis de 
tal forma unificada, estabelecendo-se assim relações 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-
se por outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade. 
 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar 
sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se 
destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-
se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade 
das partes. 
 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso 
importa destruição imediata da própria substância, sendo 
também considerados tais os destinados à alienação. 
Art. 89. São singulares os bens que, embora 
reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade 
de bens singulares que, pertinentes à mesma 
pessoa, tenham destinação unitária. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo 
de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de 
valor econômico. 
 
jurídicas sobre eles de forma uma. São as universalidades 
de fato ou direito. 
➢ Universalidades de fato: bens que estão 
vinculados por pertencerem a uma mesma 
pessoa e ela lhes atribuir um destino unitário. Ex.: 
uma biblioteca, que apesar do objeto ser 
individual, é tratada de maneira coletiva pelo 
proprietário. 
➢ Universalidade de direito: coletividades que 
reúnem relações jurídicas de uma mesma 
pessoa que possuam valor econômico sendo 
tratadas pela lei como um único bem. Ex.: 
herança. 
 
 
 
 
 
 
 
→ Principais e acessórios (“o acessório segue o 
principal”). 
 
 
 
 
Se um bem não precisa de outro para sua existência 
funcional ele é principal. Caso necessite de outro para sua 
funcionalidade, existirá um bem acessório. 
Institutos decorrentes desta classificação: 
Frutos 
São todos os acessórios 
que surgem do bem 
principal e sua percepção 
(colheita). Não afeta a 
substância do bem que 
se vincula – são, assim, 
energias renováveis 
produzidas pelo principal. 
São espécies de frutos: 
1. Frutos colhidos ou 
percebidos (já foram 
separados do 
principal) 
2. Frutos pendentes 
(ainda não 
percebidos porque 
não estão 
preparados para isso) 
3. Frutos percipiendos 
(não foram colhidos, 
mas estão prontos 
para serem) 
4. Frutos antecipados 
(colhidos antes do 
momento correto) 
5. Frutos estantes 
(frutos colhidos e 
armazenados – visto 
que armazenar é 
termo físico, os juros 
agregados ao capital 
e mantidos na conta 
poupança são frutos 
estantes). 
Produto 
São acessórios 
provenientes do bem 
principal que, uma vez 
colhidos, provocam a 
redução do mesmo. O 
principal sofre constante 
redução (ou se desfaz de 
imediato). 
Existem produtos naturais 
(recursos minerais, ouro, 
petróleo, etc.)e civis 
(como a antiga correção 
monetária). 
Benfeitorias 
Acréscimos num bem 
preexistente. Elas podem 
ser: 
Necessárias (têm por fim 
conservar o bem ou 
evitar que se deteriore) 
Úteis (aumentam ou 
facilitam o uso do bem) 
Voluptuosas ( mero 
embelezamento ou 
recreio). 
Art. 97, CC. 
Pertenças 
São os bens que, não 
constituindo partes 
integrantes, destinam-se, 
de modo duradouro, ao 
uso, ao serviço ou ao 
aformoseamento de 
outro (ex: trator em uma 
fazenda, cama, mesa ou 
Bens relativamente considerados: 
Apesar dos bens serem estudados individualmente, 
é possível classifica-los de forma relativa 
(vinculando um bem a outro). Portanto, esta 
classificação só pode ser indagada se houver mais 
um bem apresentado de forma vinculada a outro. 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou 
concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a 
do principal. 
armários de uma casa 
etc.). 
Partes integrantes 
Especial classe de 
acessórios que não 
possuem nenhuma 
utilidade se 
desmembrados do bem 
principal. Ex.: lâmpada em 
relação ao lustre. 
 
 
 
 
 
 
Apesar da literalidade, existem exceções, como por 
exemplo, os bens pertencentes à pessoa jurídica de 
direito privado que esteja afetado à prestação de 
serviços públicos, esse são considerados também como 
bens públicos. 
→ Classificação: 
Uso comum (Art. 99, I): Uso comum de todos, sem 
beneficiar um grupo em específico. Ex: mar, ruas e 
praças e etc.* 
*A mera cobrança de entrada em um parque público, 
por exemplo, não descaracteriza o bem como de uso 
comum, conforme o artigo 103. 
Uso especial (Art. 99, II): Bens destinados à necessidade 
pública. Ex: Edifícios ou terrenos destinados a serviço da 
administração pública; 
Dominicais (Art. 99, III): O patrimônio não afetado, ou seja, 
patrimônio disponível. Ex: prédio desativado. 
→ Características: 
Inalienabilidade (Art. 100): Não podem ser vendidos, exceto 
os bens dominicais (Art. 101). 
Impenhorabilidade: O bem público é impenhorável, afinal 
os créditos públicos são satisfeitos por precatório (CF, 
Art. 100, §6º) 
Imprescritibilidade (Art. 102): Os bens públicos não estão 
sujeitos a usucapião. 
 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público 
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a 
pessoa a que pertencerem.

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