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17/08 – FISIOPATO II Trato Gastrointestinal Esôfago e suas patologias ➱ O esôfago se desenvolve da porção cranial do intestino anterior e é reconhecível por volta da 3ª semana de gestação. ➱ Ele é um tubo muscular oco, altamente distensível, que se estende da epiglote, na faringe, até a junção gastroesofágica. ➱ As doenças adquiridas do esôfago vão desde cânceres altamente letais até “azias” persistentes do refluxo gastroesofágico que podem ser crônicas e incapacitantes ou meramente um incômodo ocasional. ANATOMIA DO ESÔFAGO → É um TUBO MUSCULAR, elástico e deformável. → Tem diâmetro de 2 cm → Tem entre 25 a 30cm de comprimento → Atua no TRANSPORTE de alimentos da FARINGE para o ESTÔMAGO COMPOSTO POR: ➱ 1/3 SUPERIOR: predomínio de músculos ESTRIADO ESQUELÉTICO ➱ 1/3 INFERIOR: predomínio de músculo LISO ➱ 1/3 MÉDIO: ponto de transição tanto músculo ESTRIADO ESQUELÉTICO e também musculo LISO POSSUI 2 CAMADAS: ➱ TUNICA MUSCULAR: camada LONGITUDINAL EXTERNA, com a função de DILATAR o esôfago. ➱ TUNICA MUSCULAR: camada CIRCULAR INTERNA, envolve todo o diâmetro do esôfago e tem a função de contrair, fazendo uma constrição – auxiliando os movimentos peristálticos e favorecido pela gravidade Divido em partes: ➱ PARTE CERVICAL - Em torno de 5 a 8 cm de comprimento - Conecta a FARINGE e se estende até a abertura do TÓRAX - Se situa POSTERIORMENTE a TRAQUÉIA e diretamente à frente do segmento CERVICAL da COLUNA VERTEBRAL. Músculo traqueal na membrana fibromuscular, por isso em formato de C a traqueia – permite a mobilidade. ➱ PARTE TORÁCICA - Em torno de 16 cm de comprimento, é o segmento MAIS LONGO do esôfago - Em seu trajeto até o DIAFRAGMA, ela se distancia progressivamente da COLUNA VERTEBRAL - Segue a DIRETA DA AORTA, com ARCO DA AORTA cruzando anteriormente o esôfago, provocando nele um ESTREITAMENTO - Se situa adjacente ao ÁTRIO ESQUERDO do CORAÇÃO, separando apenas pelo PERICÁRDIO - A luz do esôfago geralmente está aberta na parte torácica devido à PRESSÃO NEGATIVA que ai prevalece. ➱ PARTE ABDOMINAL - Em torno de 1 e 4cm de comprimento, depende do biotipo da pessoa – variável. - Estende-se da passagem através do HIATO ESOFÁFICO até a entrada do ESTÔMAGO (cardía) - A parte abdominal é coberta pelo PERITÔNIO VISCERAL (composta por túnica serosa) - É de localização INTRAPERITONIAL – apenas a PARTE ABDOMINAL DO ESOFAGO - Tem um PONTO DE TRANSIÇÃO entre a MUCOSA do ESÔFAGO e a do ESTÔMAGO, forma uma linha referindo-se ao LIMITE ENTRE AS MUCOSAS, uma linha irregular serrilhada, chamada de LINHA Z. (visível ao olho nu) - Em REPOUSO, a parte ABDOMINAL do esôfago está FECHADA. E apenas se ABRE durante a DEGLUTIÇÃO. - Essa linha se situa em uma região a 0,75cm PROXIMAL a 1,3 cm distais ao limite criado externamente entre o esôfago e o estômago CONSTRIÇÕES ESOFÁGICAS ➱ Constrição CERVICAL ou FARINGOESOFÁGICA - Esfíncter superior do esôfago - Causada pela parte cricofaríngea do m. constritor inferior da faringe. ➱ Constrição BRONCOAÓRTICA - Devido a presença do ARCO DA AORTA, que também sofre um estreitamento quando passa posteriormente ao arco e no BRÔNQUIO ESQUERDO. - À 10 cm inferiormente à constrição faringoesofágica * Constrição combinada: Pelo arco da aorta e brônquio principal esquerdo → As constrições sofrem uma pequena dilatação, suficiente para lidar com alimentos devidamente mastigados e atuação química da saliva – quando engole um alimento duro, não foi digerido, vai praticamente inteiro, quando deglute, bate nos PONTOS DE CONSTRIÇÃO, por isso a sensação de que tem algo entalado e dói o peito, pois está parado. Esôfago fica fazendo os movimentos peristálticos e depois de um tempo o alimento desce. - Quando engolimos algum corpo estranho, é feito a radiografia, pra ver se não está parado em alguns pontos de constrição – dependendo do trajeto, sai sozinho pois está livre, sem obstrução – quando está obstruindo, tem que realizar intervenção. ➱ Constrição DIAFRAGMÁTICA - No hiato esofágico - No nível da vértebra T X - Estreitamento do esôfago no HIATO ESOFÁGICO, sofrendo uma constrição. →Quando não há nenhum alimento no tubo muscular esofágico, os pontos de constrição ficam mais colapsados. Tem a presença de uma ESFICTER do esôfago, não é o verdadeiro, é um fisiológico – nesse ponto de constrição diafragmática, sem alimento, a região fica fechada. Isso EVITA que o conteúdo gástrico RETORNE PARA O ESOFAGO. * Regiões de estreitamento, que doem ao engolir - Esfíncter esofágico superior - Apoio da aorta - Esfíncter esofágico inferior * região que mais da problemas gástricos IRRIGAÇÃO O esôfago não possui artérias próprias, mas é suprido pelos vasos circunjacentes. ▪ Parte cervical: ramos esofágicos da ARTÉRIA TIREÓIDEA INFERIOR ▪ Parte torácica: ramos esofágicos da PARTE TORÁCICA DA AORTA e das ARTÉRIAS INTERCOSTAIS DIREITAS ▪ Parte abdominal: ramos esofágicos da ARTÉRIA GÁSTRICA ESQUERDA e da ARTÉRIA FRÊNICA INFERIOR DRENAGEM •As veias da parte cervical drenam para as VEIAS TIREÓIDEAS INFERIORES. •A parte torácica é drenada por veias que seguem para os sistemas venosos ÁZIGOS E HEMIÁZIGOS, bem como para as VEIAS INTERCOSTAIS E BRÔNQUICAS. •Os vasos da parte abdominal se abrem nas VEIAS GÁSTRICAS ESQUERDAS E CURTAS. VARIZES ESOFÁGICAS: - Cenários de congestão hepática, precisa verificar as drenagens venosas do esôfago LINFONODOS •Superior: LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS •Médio: LINFONODOS MEDIASTINAIS E TRAQUEAIS •Inferior: LINFONODOS CELIACOS E GASTRICOS E HISTOLOGIA DO ESÔFAGO É um TUBO OCO com lúmen de diâmetro variável, circundado por uma parede formada por 4 camadas distintas: ➱Camada MUCOSA; parte em contato com alimento, recebe o suco gástrico, alimento quente, álcool, substâncias toxicas – primeira a ser lesionada. - Camada mais diferente, pois está em contato com alimento, logo acaba mudando – no esôfago, precisa ser mais resistente, alterações de temperatura, realiza processos de digestão, células de digestão e de absorção. - Possui: Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado - Possui Lâmina própria: com Tecido conjuntivo frouxo, Rica em macrófagos e células linfoides, além de uma camada Muscular da mucosa – músculo liso ➱ Camada SUBMUCOSA; com vasos sanguíneos, glândulas – muito importante pois realiza a liberação de mucinas, que auxiliam a digestão e carrear do alimento, além do plexo nervoso submucoso ou Plexo de Meissner. - Possui Tecido conjuntivo, Glândulas esofágicas e Ductos ➱Camada MUSCULAR; presença do plexo nervoso mioentérico - Camada circular interna; Músculo liso CIRCULAR - Camada circular externa; Músculo liso TRANSVERSA * PLEXO NERVOSO MIOENTÉRICO ou Plexo de Auerbach; Componente do S.N. Entérico → Impulsionam e misturam o alimento PERISTALTISMO ➱Camada SEROSA ou ADVENTÍCIA; a neoplasia começa nessa região superficial da mucosa e invada a serosa – adenocarcinoma que atinge a muscular precisa tratar o quanto antes. Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Glândulas secretoras de muco na submucosa Músculo estriado esquelético x músculo liso Tecido conjuntivo frouxo MUCOSA → Glândulas esofágicas da cárdia (muco) SUBMUCOSA → Glândulas mucosas (muco) MUSCULAR → Porção inicial à mm. estriado esquelético (esfíncter superior) Porção final à mm. liso SEROSA → Somente na porção intraperitoneal Demais regiões → ADVENTÍCIA TRANSIÇÃO DO ESÔFAGO PARA O ESTÔMAGO Esôfago com um epitélio pavimentoso – estratificado não queratinizado, para um epitélio gástrico; sendo cilíndrico *região propensa a doenças eneoplasias Ainda possui a quantidade de células correta – hiperplasia, com degeneração hidrópica; nada mais é do que o acúmulo de líquidos e eletrólitos (de íons, água – falha no transporte ativo – logo ausência de oxigenação – uma hipóxia que pode ser causada pelo próprio estresse físico, como a temperatura, pimenta) – Degeneração hidrópica (edema celular ou degeneração vacuolar) é a primeira manifestação de quase todas as formas de dano celular. (Robbins & Cotran, 2015). – É uma alteração reversível não-letal. – O acúmulo intracelular de água ocorre pela incapacidade da célula de manter o equilíbrio iônico e a homeostasia de fluidos, em função de falha nas bombas dependentes de energia das membranas celulares. – Quando ocorre em um órgão inteiro, este pode se apresentar pálido, com aumento do peso e turgor. Caso clínico • Paciente J.M.S., sexo masculino, 47 anos, professor, casado, natural e procedente de São Paulo, capital. • Procura atendimento médico com histórico de disfagia progressiva há 6 meses. (dificuldade para deglutir) • Solicitada endoscopia digestiva alta (EDA), que evidenciou dificuldades de se entrar com o aparelho na cavidade gástrica. → logo inica algo mecânico!! • Uma radiografia de tórax (Rx) e estudo radiográfico de esôfago com ingestão de bário realizados estão representados abaixo. Parece ter uma massa perto do coração Estudo radiográfico com ingestão de bário: Verificado uma dilatação esofágica Verificado a anatomia, deglutição, passagem do alimento – sua função, está acumulando alimento obstruindo, estrangular de órgãos (provavelmente não é uma neoplasia) ACALÁSIA: é o AUMENTO do tônus da musculatura do EEI – ESFINCTER ESOFÁGICO INFERIOR, resulta no comprometimento do relaxamento do músculo liso, é uma causa importante da obstrução esofágica (obstrução funcional do esôfago) ➱PROCESSO INFLAMATÓRIO, secundário ao acúmulo de alimento, que gera um dumping da estase do acúmulo na mucosa, processo de lesão por fricção. ➱Normalmente, a liberação de ÓXIDO NÍTRICO e POLIPEPTÍDIOS INTESTINAIS VASOATIVOS DOS NEURÔNIOS INIBITÓRIOS, juntamente com a interrupção da sinalização colinérgica normal, permite que o EEI relaxe durante a deglutição. - Ocorre um desbalanço neurotransmissor, com que o relaxamento da musculatura do esfíncter não se relaxa, por isso no raio x aparece estreitado, por isso aparece alterado, aumenta seu tônus. TRÍADE DA ACALÁSIA - Relaxamento INCOMPLETO do EEI - AUMENTO absurdo do TÔNUS do EEI; como se entrasse em tetânica - APERISTALSE do esôfago; alteração do sistema nervoso miontérico que alterou o peristaltismo SINTOMAS - Disfagia para sólidos e líquidos - Dificuldade para eructar e dor torácica. * Apesar de haver alguns riscos elevados para câncer esofágico, eles não são considerados grandes o suficiente para sugerir uma endoscopia para vigilância. CAUSAS ➨ACALÁSIA PRIMÁRIA: é o resultado da degeneração dos neurônios inibidores esofágicos distais, ou seja, da célula ganglionar. Isso acarreta aumento do tônus, falta de capacidade de relaxamento do esfíncter esofágico inferior e aperistalse esofágica. - Alterações degenerativas no nervo vago extraesofágico ou núcleo motor dorsal do vago também podem ocorrer. **A causa é desconhecida; casos familiares raros têm sido descritos. ➨ACALÁSIA SECUNDÁRIA ➱DOENÇA DE CHAGAS; gera acalasia, chamado de megaesôfago chagásico - acontecem concomitantemente, podem vir unidos. - A causa desse aumento de tônus do EEI é por conta do quadro do patógeno, a infecção por Trypanosoma cruzi causa a destruição do plexo mioentérico, falha no peristaltismo e dilatação esofágica. Plexos duodenais, colônicos e uretéricos também podem ser afetados na doença de Chagas ➱HERPES VÍRUS: infecção pelo vírus herpes simples 1 (HSV1), ligação dos polimorfismos do gene imunorregulador da acalásia, e coexistência ocasional da síndrome de Sjögren ou doença tireoidiana autoimune sugere que a acalásia também é impulsionada pela destruição imunomediada dos neurônios esofágicos inibidores. ➱PROCESSOS DEGENERATIVOS e PROCESSOS AUTOIMUNES, ligados a erro de anticorpos e neurônios - Pode ser causada por neuropatia autonômica diabética; distúrbios infiltrativos como tumor maligno, amiloidose ou sarcoidose; lesões dos núcleos motores dorsais, especialmente poliomielite ou ablação cirúrgica; em associação com a síndrome de Down; ou como parte da síndrome de Allgrove (do triplo A), um distúrbio recessivo autossômico caracterizado por acalasia, ausência de lágrima e insuficiência adrenal resistente a hormônios adrenocorticotróficos. TRATAMENTO Objetivo de vencer a obstrução mecânica, e incluem a: - Miotomia laparoscópica - Dilatação com balão pneumático. - Injeção de neurotoxina botulínica (Botox), para inibir os neurônios colinérgicos do EEI, também pode ser efetiva. ➱É um PROCESSO INFLAMATÓRIO ESOFÁGICO; podem ser causadas por agentes físicos e químicos, ter origem infecciosa ou resultar da extensão de doenças sistêmicas. Usualmente ocorre no esôfago inferior como um resultado do efeito irritante do refluxo gástrico ácido sobre a mucosa ➱Inflamação (aguda ou crônica) da mucosa esofágica: • ESOFAGITE AGUDA: causada pela ingestão de um agente irritante, inflamação viral e intubação Ex.: causada por bactérias (estafilococos, estreptococos, salmonelas etc.), vírus (influenza, herpes, citomegalovírus etc.), fungos (Candida, Aspergillus etc.), alimentos quentes ou irritantes, substâncias cáusticas e traumatismos (sondas) - Realizar uma viagem, comer comidas diferentes, considerado ALGO PONTUAL, parou de ser irritado, parou de inflamar • ESOFAGITE CRÔNICA: resultado do refluxo gastroesofágico recorrente (estase alimentar (estenose ou compressão do esôfago, megaesôfago etc.) devido à: - Hérnia de Hiato - Pressão Reduzida do Esfincter Esofágico inferior (EEI) - Vomito Recorrente; relacionado a bulimia e pacientes bariátricos **Relacionado a DOENÇA DO REFLUXO GASTRICO ESOFÁGICO SINTOMAS - Azia - Regurgitação *Vomito recorrente - Disfagia - Odinofagia - Dor com irradiação para as costas e hemorragias ETIOLOGIA DA DOENÇA • Possíveis etiologias: - Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). - Agentes químicos (outros). - Agentes físicos. - Agentes biológicos (infecciosos). - Autoimunidade (esofagite eosinofílica); comum em crianças – alergia a proteína do leite caseína, multifatorial; podendo ser dermatite de contato, trato respiratório manifestado como asma e dependendo da gravidade dessa alergia pode desenvolver esofagite, eosinofilico – atopia (vômitos em jato) BARREIRA ESOFÁGICA Que impede o refluxo é o ESFINCTER ESOFÁFICO SUPERIOR e HERNIA DE HIATO Toda vez que tem um déficit que gera alteração nessa barreira, ➱ESOFAGITES QUIMICAS E FÍSICAS • Lesão direta da mucosa esofágica por: - Substâncias químicas potencialmente lesivas (suco gástrico, substâncias corrosivas – álcool, destilados). - Temperaturas extremas (calor – alimento quente, chimarrão, cigarro; combustão na corrente sanguínea). - Radiação – RxT CA mama; radiação na região da mama adjacência da radioterapia no esôfago (confundido com mucosite – pequenas afitas, da cavidade oral até os anus; comum na boca por conta da quimioterapia, esôfago por conta da radioterpia) ➱ESOFAGITE INFECCIOSA - Patógeno associado - Além da vermelhidão, placas brancas • Geralmente em Pacientes imunossuprimidos - e pacientes com algum vírus: • Herpesvírus simples. • Citomegalovírus; 25% dos casos de infecção viral • Candida sp;; 75% dos pacientescom candidíase oral. É comum em imunocomprometidos (principalmente em: paciente que fazem quimioterapia para neoplasias malignas; fazem uso de imunossupresores em receptores de transplante e doenças que comprometem o sistema imunitário, como a AIDS) e pacientes diabéticos ou após tratamento com antibióticos (facilitam a proliferação de fungos saprófita) – no geral é assintomática e reconhecida somente à necrópsia. - H. pilori, mais comum no estomago – mas pode aparecer no esôfago → As lesões ocorrem especialmente nos terços médio e distal do esôfago → A MUCOSA torna-se elevada, nodulosa, com placas ou pseudomembranas brancacentas bem características à endoscopia ou com pequenas ulcerações circundadas por halo hiperêmico. →O infiltrado inflamatório fica misturado a material necrótico e restos epiteliais descamados CASO CLÍNICO 2 • Paciente F.B.A., sexo feminino, 37 anos, vendedora, casada, natural e procedente de São Paulo, capital. • Procura atendimento médico com a queixa de “azia” intermitente (queimação e dor; pirose) e tosse não produtiva (não tem risco de pneumonia) há muitos meses. → essa tosse significa agressão ao epitélio (uma comida forte, como pimenta ou algo ingerido) ou algo está subindo para o epitélio esofágico, estimulando e causando a tosse. • Relata piora ao ingerir alimentos gordurosos e que ocasionalmente acorda de madrugada com a sensação de “ácido na boca”. • Seus antecedentes pessoais revelaram obesidade. • Solicitadas endoscopias digestivas alta - EDA (coletadas biópsias de esôfago distal) e pHmetria esofágica 24h INCISIONAL. Presença de uma mucosa salmão: com Inflamação, edema, hiperemia, rubor Região mais próxima a mucosa do esôfago, pontinhos vermelhos → NEUTRÓFILOS, em menor quantidade. Porém tem vários MACRÓFAGOS. Esse processo específico é chamado de INFLAMAÇÃO CRÔNICA com períodos de AGUDISAÇÃO (de acordo com o que come, estresse diário) pHmetria esofágica de 24h: * Considera -se refluxo ácido quando o pH na luz esofágica é menor ou igual a 4. - A mucosa dessa paciente tem a tendencia a ter exposição com um meio acido do que um meio básico. ➱Caracteriza-se por refluxo anormal do conteúdo gástrico para o interior do esôfago - É uma patologia CRÔNICA ➱O refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago é um evento fisiológico que ocorre em indivíduos sadios, principalmente no período pós prandial. → quando ele causa sintomas, com ou sem lesão tecidual, passa a ser denominado DRGE. *Ambos os gêneros, de qualquer idade, classe econômica ou grupo étnico, é condição muito prevalente na prática médica e provavelmente está presente na maioria dos indivíduos com queimação retroesternal persistente. - A incidência aumenta consideravelmente acima dos 40 anos de idade, sendo que mais de 50% dos pacientes estão na faixa de 45 a 64 anos. PATOGÊNESE há múltiplos fatores (frequentemente coexistentes) • Alterações anatômicas e funcionais na junção esôfago - gástrica (barreira antirrefluxo) • Depuração (clearance) esofágica; a mucosa do esôfago não está com a quantidade de mucosa suficiente, não trabalha como deveria – devido a estresse (etilista, alimentos gordurosos – sempre incomoda o epitélio e altera o esfíncter) • Resistência epitelial da mucosa; epitélio extremamente agredido não tem mais resistência e gera cronicidade • Acomodação e motilidade gástricas; estomago extremamente cheio, obeso, gestante (pontual) – estomago distendeu tanto, que a pressão aumenta tanto qu aumenta o esfíncter • Percepção ou na sensibilidade aos sintomas. BARREIRA ANTIRREFLUXO BAR Toda vez que o alimento chega no esôfago, ele distende/expande suas camadas – é o estimulo que precisa, para distender o esfíncter esofágico. A partir do bolo alimentar, o esfíncter abre, assim a onda peristáltica passa, vai para o estomago. Quanto mais alimento entra, mais o esfíncter fica aberto. *Toda vez que tem DRGE; aquele esfíncter que deveria estar fechado na ausência do alimento passando, ele fica flácido, mais aberto, não faz sua função!!! • O esfíncter esofágico inferior (EEI) parece ser responsável por 90% da pressão basal na BAR enquanto o diafragma crural contribui com o restante da pressão. • Normal: durante a deglutição de alimentos, a pressão do EEI ⇩ e permanece ≅ a zero (6-8seg), enquanto a onda peristáltica propaga-se ao longo do corpo esofágico, conduzindo o bolo alimentar ao estômago. • Em situações de ⇧ da pressão intra-abdominal (p. ex., inspiração, defecação, micção, tosse), o diafragma crural exerce importante papel no reforço ao EEI, ocasionando o rápido ⇧ da pressão da BAR em 30 a 90 mmHg acima da pressão de repouso FATORES ANATÔMICOS ➱20% - Hipotonia do esfíncter esofágico inferior EEI; ficou esgarçado ou frouxo – em pacientes que engordaram muito ou durante a gestação (flacidez ligamentar do musculo) ➱80% - Relaxamento Transitório do esfíncter esofágico inferior EEI; há um eventro crônico que gera o relacamento transitório, exemplo: - Sobrepeso (IMC 25 kg/m2) e Obesidade (IMC 30 kg/m2) → ambos com relaxamento transitório, devido a cavidades abdominal ➱hérnia hiatal é uma alteração anatômica resultante da flacidez dos ligamentos frenoesofágicos Junção esofagogástrica (JEG) - arranjo sincicial do esfíncter esofágico inferior (EEI) e pelo diafragma crural = barreira antirrefluxo (BAR) (hernia pequena geralmente não, moderada a grande sim) ➱Aumento dos Neurotransmissores no sistema nervoso entérico (Peptídeo Intestinal Vasoativo e NO) – como o neurotransmissor do SNE; peptídeo intestinal, - o neurônio não consegue equilibrar essa produção de neurotransmissor, diferente da acalsia, aqui é fisiológico, metabólico gerando um desequilíbrio – pode ter alteração no oxido nítrico e acetilcolina ESOFAGITE CONSEQUENCIA DA DRGE Pode ter esofagite momentânea!!!! Inflamação de esôfago → ESOFAGITE Inflamação de esôfago CRÔNICA → METAPLASIA METAPLASIA sempre será CRONICA → esôfago de BARRETT ➱Consiste na substituição do EPITÉLIO ESTRATIFICADO ESCAMOSO COLUNAR NORMAL do terço distal do esôfago por EPITÉLIO COLUNAR METAPLÁSICO DO TIPO INTESTINAL com CÉLULAS CALICIFORMES - É um ADENOCARCINOMA de esôfago Processo fisiopatológico básico: ADAPTAÇÃO Processo fisiopatológico específico: METAPLASIA ETIOLOGIA: DRGE ⇩ INFLAMAÇÃO ⇩ DANO CELULAR ⇩ ADAPTAÇÃO ⇩ METAPLASIA PATOGÊNESE • É uma complicação da DRGE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO crônica caracterizada por metaplasia intestinal do esôfago distal. →Causa sempre DOENÇA DO REFLUXO DO ESFINCTER ESOFÁFICO – DRGE; acredita-se que o refluxo gastroesofágico seja o gatilho responsável pelo aparecimento e desenvolvimento das lesões que ocorrem no esôfago e que favorecem o aparecimento da metaplasia colunar. - 10% dos pacientes com DRGE. - Homens, 40-60 anos. - Sem ou com displasia (alto e baixo graus). - Fator de risco para desenvolvimento de adenocarcinoma (0,2%-1%). →lesão precursora para adenocarcinoma SINTOMAS • Pirose/azia • Tosse • Dor Retro esternal, boca do estomago → O esôfago de Barrett só pode ser identificado por meio de endoscopia e biópsia, as quais são geralmente realizadas pelos sintomas da DRGE. Cenário mais grave Tracionando a mucosa → processo inflamatório crônico *Causando complicações como: ÚLCERA PÉPTICA; muitas vezes profunda e cuja evolução pode ser semelhante à da úlcera péptica gástrica, com fibrose da parede e estenose da luz do órgão. Refluxo de secreção duodenal (inclusive bile e secreção pancreática) parece ter papel relevante na ulceração e na estenose; e o RISCO DE MALIGNIZAÇÃO MORFOLOGIA O esôfago de Barrett pode ser reconhecido comoUMA OU VÁRIAS LÍNGUAS OU PLACAS VERMELHAS DE MUCOSA AVELUDADA, se estendendo para cima, a partir da junção gastroesofágica. - Essa mucosa metaplásica se alterna com uma mucosa escamosa (esofágica) lisa, pálida, e se Toda esofagite é DRGE? Incompetência do esfíncter esofágico inferior ⇩ Se fica sempre aberto e refluir o acido ⇩ Gera inflamação ⇩ Por consequência esofagite ↓ Se for esofagite CRÔNICA ↓ Gera uma METAPLASIA ↓ Esôfago de Barret conecta com uma mucosa colunar (gástrica) marrom-clara, distalmente Parece uma prega de tão edemaciado Aparência histológica da junção gastroesofágica no esôfago de Barrett. Note a transição entre a mucosa escamosa esofágica (à esquerda) e a metaplasia de Barrett, com células caliciformes metaplásicas abundantes (à direita) Sem displasia Presença de Célula caliciforme Glândulas → TEM METAPLASIA 1: DISPLASIA DE BAIXO GRAU; ainda tem um pouco de organização, porém ficam muito apertados, com muito núcleos, glândulas se juntam – menor gravidade 2: DISPLASIA DE ALTO GRAU; totalmente desorganizada, misturada – maior a gravidade Mitoses atípicas, hipercromasia nuclear, cromatina agrupada irregularmente, razão núcleo-citoplasma aumentada e a não maturação das células epiteliais ao longo de sua migração para a superfície esofágica estão presentes em ambos os graus de displasia A arquitetura glandular é frequentemente anormal e é caracterizada por brotamento, formas irregulares e aglomeração de células. A displasia de alto grau exibe alterações mais graves na citologia e na arquitetura TRATAMENTO ➱CARCINOMA INTRAMUCOSO OU INVASIVO: necessário realizar uma intervenção terapêutica. - As opções de tratamento incluem ressecção cirúrgica, ou esofagectomia, assim como novas modalidades, tais como terapia fotodinâmica, ablação por laser e mucosectomia endoscópica. ➱DISPLASIA MULTIFOCAL DE ALTO GRAU: que carrega um risco significativo de progressão de carcinoma intramucoso para invasivo, é tratada como carcinoma intramucoso (necessário acompanhamento médico periódico) CASO CLÍNICO 3 • Paciente W.P.M., sexo masculino, 62 anos, comerciante, casado, natural e procedente de Brasilia. • Relata dor retroesternal ascendente em queimação de longa data, principalmente ao deitar-se. • Os sintomas são parcialmente controlados com uso de antiácidos à base de bicarbonato. Realizada endoscopia digestiva alta EDA com biópsia de esôfago distal. • Foi indicada mucosectomia endoscópica, mas o paciente não compareceu na data marcada para o procedimento - Faz a endoscopia, injeta soro abaixo da lesão (mucosa do esôfago), assim a lesão sobe (como se descolasse da mucosa) e faz como se fosse uma biopsia excecional (parece um laço e tira a lesão), fica a região para ser cicatrizada. Endoscopia Região elevada, boa para fazer mucosectomia Coloração que apresenta algo crônico, intenso em termos de agressividade nessa mucosa. Coloca o corante azul para facilitar na visualização, pare retirar a lesão. Processo Patológico Básico: Neoplasia benigna - São RARAS • Origem submucoso: Leiomioma – nada mais é do que um PÓLIPO • 70% dos tumores benignos • 7,5% dos leiomiomas do TGI • Sexo: homens • Idade: 20 e 59 anos • Normalmente são assintomáticas • Descoberto incidentalmente Processo Patológico Específico: Neoplasia Maligno - São muito mais comuns do que as benignas. - 6ª posição de ocorrendo em homens e15º em mulheres → A maioria dos pacientes permanece assintomática por longo tempo, em geral as lesões são diagnosticadas tardiamente - Principalmente na região do SUL do brasil Mudança na incidência de acordo com tipos histológicos CASO CLÍNICO 4 • Paciente W.P.M., sexo masculino, 64 anos, comerciante, casado, natural e procedente de Palmas. • Diagnosticado há 2 anos com esôfago de Barret associado à displasia de alto grau com indicação de mucosectomia endoscópica, não realizada na ocasião por opção do paciente. • Procura atendimento motivado pela esposa, que está preocupada com os episódios de pirose cada vez mais intensos e frequentes. • Realizada endoscopia digestiva alta EDA com biópsia de esôfago distal. ➱É uma Neoplasia maligna que apresenta diferenciação glandular. *Local – Mais distal no esôfago - A maioria dos adenocarcinomas esofágicos surge de COMPLICAÇÃO DO ESÔFAGO DE BARRET. (Até 1970, a incidência desta neoplasia era de menos de 5% dos tumores de esôfago). - Associação com tabagismo, fator de risco indireto; relação com a produção de óxido nítrico que é atrapalhada pelo tabagismo, fármaco associado ao cigarro tem potencial de ação menor, além de obesidade e radioterapia prévia. * o risco é reduzido em dietas ricas em frutas frescas e vegetais - Homens (7x mais que mulheres), 6ª década de vida. - Sobrevida global em 5 anos: < 25%. - Menos agressivo quanto a disseminação – mas cabível de metástase FATORES DE RISCO ➱Principal: Esôfago de Barret (lesão precursora do adenocarcinoma) ➱Dieta pobre em frutas, vegetais e fibras ➱Baixo nível socioeconômico ➱Obesidade (IMC > 30kg/m2) - (IMC entre 18.5 e 24.9 Kg/m2) ➱Tabagismo (dificulta o controle do refluxo gastroesofágico e está associado com DRGE, aumenta em 2x o risco) ➱Não há evidências da associação do consumo de álcool e nem de história familiar em pacientes com adenocarcinoma PATOGÊNESE - Estudos moleculares sugeriram que a progressão do esôfago de Barret para o adenocarcinoma ocorre durante um longo período, com aquisição gradual de alterações genéticas e epigenéticas. - Esse modelo é justificado pela observação de que clones epiteliais identificados na metaplasia de Barret não displásica persistem e acumulam mutações durante a progressão para a displasia e para carcinoma invasivo. - Anormalidades cromossômicas, mutação do TP53 e a regulação negativa do inibidor de cinase dependente da ciclina CDKN2A, também conhecido como p16/INK4a, são detectadas nos estágios iniciais. * No caso do CDKN2A, tanto a perda alélica quanto o silenciamento epigenéyico induzido por hipermetilação têm sido descritos. - Em fases mais avançadas, durante a progressão, há uma amplificação dos genes EGFR, ERBB2, MET, ciclina D1 e ciclina E. MORFOLOGIA Mucosa vermelho-escuro (eso ̂fago de Barrett) e massa polipóide (adenocarcinoma) Ganho de funções: ➱Neoplasia maligna que apresenta diferenciação epidermoide. *Local: Proximal do esôfago à disfagia / dificuldade para deglutir - Consumo de álcool e tabaco (sinergismo). - Bebidas quentes, deficiências nutricionais, consumo de hidrocarbonetos policíclicos, nitrosaminas e outros carcinógenos, HPV. - Lesão precursora: displasia epitelial do epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, gerada da agressividade do carcinógeno químico, físico ou biológico PATOGÊNESE • Originam-se de pequenos PÓLIPOS, EPITÉLIO DESNUDO E PLACAS • Alta agressividade – grande disseminação linfática (mesmo em fase precoce) e hematogênica (mais tardia – fase final da doença → Fígado, pulmões e ossos; evolução para metástase é grande • Por contiguidade invade à Aorta, pericárdio e arvore traqueobrônquica (ressecção pede margem com >10cm) - Homens (4x mais que mulheres), 5ª década de vida. - Sobrevida global em 5 anos: < 10%. Exposição a fatores de risco 1º star; amplificação de genes do fator de transcrição SOX2, superexpressão da ciclina D1 (reguladora ddo ciclo celular), mutações de perda de função nos genes supressores de turmor: TP53, caderina-E e NOTCH1 Displasia escamosa (Neoplasia intraepitelial ou Carcinoma in situ) FATORES DE RISCO •Principais: cigarro e álcool (risco proporcional à quanrodadee duração do consumo) • Irritação crônica - Consumo frequente de pimenta - Ingestão de soda cáustica - estenose - Acalasia e diverlculo esofágico • Agentes infecciosos - Papiloma vírus humano (HPV) - Vírus Epstein-Barr (EBV) • Fatores dietéticos - Deficiência de vitaminas A, E, C, B12, ácido fólico - Consumo de bebidas em temperatura muito elevadas • Doenças associadas - Predisposição genética: Tilose palmar (doença autossômica dominante que se manifesta por hiperqueratose na palma das mãos e na planta dos pés) MORFOLOGIA ➱O CEC começa como uma lesão in situ na forma de displasia escamosa. ➱As lesões iniciais aparecem como espessamentos semelhantes a placas pequenas, branco-acinzentadas. *Durante meses a anos, elas crescem em massas tumorais que podem ser polipoides e projetam-se para dentro da luz, obstruindo-a. - A maioria são moderadamente a bem diferenciados. PEROLAS CORNEAS Ninhos sólidos de células neoplásicas invadindo a submucosa CASO CLÍNICO 5 • Paciente S.C.R., sexo masculino, 71 anos, aposentado, natural e procedente de São Paulo, capital. • Procura atendimento médico queixando-se de disfagia progressiva há 2 meses. Relata episódios esporádicos de dor torácica anterior, transitória, e perda ponderal não intencional (8kg no período). • Na última semana, apresentou 2 episódios de vômito com laivos de sangue. • É tabagista e etilista. • Solicitada endoscopia digestiva alta EDA, com biópsia coletada de lesão identificada em esôfago proximal. parece um couve-flor Referências Robbins & Cotran – Bases patológicas 9ª edição Capítulo: 17 Página: 1366
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