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Ações afirmativas e políticas de cotas para negros no Brasil Introdução Neste artigo o autor aborda a segregação racial não declarada enfrentada pelos negros no Brasil. O autor traz diversos dados estatísticos mostrando as dificuldades enfrentadas pela população negra brasileira em frente outras raças, sobretudo, branca. Esses levantamentos corroboram na defesa de ações afirmativas, uma vez que, essas iniciativas servem como reparação das distorções históricas vivenciadas, especialmente, pela população negra. Desenvolvimento O autor discorre sobre expressão "ação afirmativa", oriunda de John Kennedy, em 1963, e segue abordando a finalidade dessas iniciativas, que são: políticas públicas e privadas que visam à garantia de direitos historicamente negados a grupos minoritários. Após contextualizar o leitor, o autor tange o cerne do debate: a defesa das políticas de cotas para negros, que visa colocar em xeque a opressão racial. Em seguida, o autor questiona a resistência perante as cotas raciais, uma que vez, já existe uma legislação fundamentada no princípio das ações afirmativas, que beneficia mulheres, pessoas portadoras de necessidades especiais e índios. O autor faz um levantamento sobre instituições e ministérios que já adotaram o sistema de discriminação positiva. E segue apontando e contrariando as alegações mais relevantes contrárias as cotas raciais, dentre elas: subversão do mérito no ingresso de negros nas universidades pelo programa de cotas, rebaixamento da qualidade de ensino nas instituições de ensino que adotam o sistema de cotas raciais, a melhoria do ensino fundamental e médio da rede pública como solução para as distorções raciais na educação e também se estende na questão de definição de quem é negro no brasil. Sobre a questão da subversão do mérito no ingresso de negros nas universidades pelo programa de cotas raciais, o autor elucida o leitor que o mérito não passa de um discurso ideológico. No tocante ao rebaixamento da qualidade de ensino nas instituições de ensino que adotam o sistema de cotas raciais, o autor expôs dados estatísticos que contrapõe tais afirmações. Em relação a melhoria do ensino fundamental e médio da rede pública como solução para as distorções raciais na educação, o autor dissertou que, as cotas são uma alternativa emergencial, provisória, e que não conflita com a outra proposta, essa que demanda um esforço de médio a longo prazo e ainda indagou se os negros devem esperar para ingressar em uma universidade pública e de qualidade. Acerca da questão de definição de quem é negro no brasil, o autor manifestou que, o discurso da mestiçagem é perigoso e serve como amortecedor para o choque racial. E que não existe método científico capaz de determinar quem é negro, isso se dá a quem se identifica enquanto tal, o critério é político e ideológico. Conclusão Reconhecendo a centralidade e a importância que as ações afirmativas ocupam atualmente na sociedade, não resta dúvida que, conquanto, gere polêmica, as políticas de cotas, é uma forma de corrigir décadas de falta de oportunidades, oferecendo condições de acesso aqueles que são tratados historicamente e, portanto, estruturalmente, de forma desigual. Essas medidas, ainda que, paliativas, são extremamente necessárias, é o caminho mais rápido (porém não o único) que a sociedade pode percorrer para saldar a dívida com a população negra, já que, mesmo depois de um século após a abolição da escravatura, pouco se vê negros ocupando cargos nos quadros dirigentes do país (dado os apontamentos abordados no artigo). Realidade que resulta ausência de políticas de inclusão educacionais e de trabalho para as camadas inferiores da população e que reverbera nos altíssimos índices de jovens, homens, pobres e negros vítimas da violência urbana e desigualdade social. Referência DOMINGUES, Petrônio. Ações afirmativas para negros no Brasil: o início de uma reparação histórica. Revista Brasileira de Educação Rio de Janeiro, v. 10, n. 29, p. 164-176, 2005.
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