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Os diferentes tipos de linguagem
AULA 5
Profa. Msc. Camila Sichinel
A linguagem é a expressão do pensamento e da experiência dos homens e mulheres, e estes são compreendidos como seres que estabelecem relações consigo mesmo, com o outro, com a natureza, com o mundo, com o cosmos e com o transcendente. Em cada relação encontramos vários tipos de linguagem (conjunto de gestos, sons ou impressões escritas).
A linguagem através da palavra é um elemento fundante do sujeito e do conhecimento. 
Para o homem primitivo, a palavra possui a força mágica de interferir e de controlar as forças da natureza. 
Esses sons, inicialmente, sem muita estruturação linguística, passam por mudanças e transformações que, aos poucos, vão tomando corpo. 
A repetição do mesmo som associa-se a uma realidade e se transforma em um nome. Ao dar nome às coisas da natureza, o homem passa a discriminá-las, diferenciá-las e a identificá-las como suas. 
Isto é, a existência das “coisas” passa a ter um significado para ele. 
O ser humano se constitui a partir da linguagem. Em todas as culturas e em todos os momentos da evolução humana – sob diversas formas de manifestação – encontramos gestos que se ritualizam, consensualizam-se, comunicam-se e tornam-se símbolos. Em todos eles, o humano reconhece-se, apreende espaços e tempos, constrói memórias através de suas falas, histórias e dos relatos que cria. 
E é enquanto ser de linguagem, a qual supõe um processo de elaboração e esforço, que ele acaba por lançar-se na aventura de (o) ser. 
A linguagem é um meio pelo qual se comunica algo a outra pessoa. Essa comunicação pode ser expressa de várias formas. A mais utilizada é a linguagem verbal, ou seja, as palavras faladas ou escritas. A comunicação também se dá através da linguagem não verbal expressa em gestos, desenhos, músicas, pinturas, mímicas, silêncios, sonhos, etc.
Um aspecto do estudo de Vigotsky, porventura o mais relevante, o mais inovador e o que mais marca o seu pensamento refere-se à comunicação, à interação social enquanto função primordial da fala. 
É para comunicar que o homem cria e utiliza os sistemas de linguagem, e é a necessidade de comunicar que impulsiona o seu desenvolvimento. 
Linguagem verbal
A linguagem verbal é aquela que se estrutura por meio da palavra – oral e escrita. Essa informação é muito importante, porque muitos ainda pensam que o vocábulo “verbal” está relacionado a “verbalizar” no sentido da oralidade. Contudo, ao escrevermos, utilizamos uma estrutura configurada em sua relação com um determinado código, que deve ser compreendido e reconhecido, tanto pelo emissor quanto pelo receptor, para que ocorra comunicação.
Assim, é correto dizer que, para que façamos uso da linguagem verbal, é essencial que sejamos falantes/usuários de uma língua, que consiste em um sistema de representação (social e historicamente construído), formado por signos linguísticos.
Linguagem não verbal
O ser humano tem necessidade de comunicar-se. É por meio desse processo que nos construímos socialmente, que produzimos conhecimentos, que convivemos. Nesse sentido, recorremos a diferentes formas de estabelecermos esses contatos, que não se limitam ao uso da linguagem verbal.
O nosso corpo, as nossas expressões faciais e o próprio silêncio, às vezes, constroem mais sentido do que uma fala ou um texto escrito. Basta nos lembrarmos daquele olhar de mãe, ao repreender uma criança sem sequer pronunciar uma palavra.
E é por isso que também nos valemos da chamada linguagem não verbal em nossos atos comunicativos, um tipo de linguagem que não se estabelece por meio de palavras, mas, muitas vezes, por meio de índices, ícones e símbolos, por exemplo.
Essa linguagem é tão importante que, mesmo que estejamos comunicando-nos com alguém que não compartilha conosco do mesmo código, conseguimos, muitas vezes, efetivar a comunicação por meio de mímicas, da forma como postamos o nosso corpo, ou até mesmo utilizando-nos de um sorriso.
O que é a linguagem corporal?
Esse tipo de linguagem data de milhões de anos — Charles Darwin foi responsável por seus primeiros estudos científicos. Darwin nos mostrou que emoções são universais, pois podemos reconhecer uma expressão triste em uma pessoa em qualquer lugar do mundo.
A cientista social Amy Cuddy, em uma palestra no TED, demonstra que pesquisadores descobriram que a linguagem corporal vai além da representação daquilo que queremos dizer.
Quando reagimos psicologicamente a uma situação, nosso corpo produz reações que culminam em gestos, muitas vezes, involuntários. Saber como usar seus gestos e expressões faciais para se comunicar é tão importante quanto dominar a linguagem verbal.
Isso significa que uma simples mudança em sua postura, por exemplo, pode fazer com que você se sinta mais confiante e seguro de suas ações. Consequentemente, as pessoas passarão a enxergar de outra maneira. 
Vídeo
https://www.ted.com/talks/amy_cuddy_your_body_language_may_shape_who_you_are?language=pt#t-521594
Amy Cuddy
Paul Ekman (Washington, D.C., 15 de fevereiro de 1934) é um psicólogo americano que tem sido pioneiro no estudo das emoções e expressões faciais.[2] Num estudo empírico usando 6 critérios, Ekman foi considerado um dos 100 mais notáveis psicólogos do século XX.  Sua grande contribuição com a ciência foi a Teoria da Universalidade das emoções, onde prova, através de pesquisas em diversas partes do mundo, inclusive com uma tribo da Papua Nova Guiné chamada Fore, que existem 7 emoções universais que são expressas pelo mesmo display facial. Também descobriu as micro expressões faciais, que ocorrem quando tentamos, consciente ou inconscientemente, suprimir uma emoção. As micro expressões faciais duram entre 1/2 e 1/5 de segundo e foram recentemente comprovadas por uma pesquisa do Dr. David Matsumoto como ferramentas para detectar mentiras.
O contexto da investigação Ekman analisa o desenvolvimento das características humanas e estados ao longo do tempo (Keltner, 2007). O personagem Cal Lightman da série de televisão Lie to Me é baseado nele e em seu trabalho. Em seu site, há uma seção onde ele discute sobre o que realmente aconteceu na vida real e quais tópicos de sua ciência foram utilizados nos casos resolvidos por Lightman e seu grupo.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=0VgoDaNtjmI 
Lie to Me
Freud anuncia a cura pela fala. O método proposto pela psicanálise tem sua origem na escuta do sujeito que sofre. Por isso é imprescindível que esta escuta analítica se desdobre numa escuta de si. Foi assim que a interpretação dos seus próprios sonhos, iniciada antes mesmo da análise dos sonhos de seus pacientes, permitiu a Freud adentrar na complexidade do inconsciente e seu funcionamento. Este fato, por si só, já constitui uma quebra de paradigma no campo das ciências, na medida em que ele próprio se implica no processo de construção da sua teoria, passando a olhar para dentro si mesmo.
Segundo Dolto (1999), no momento em que algo é falado, rememorado e tratado, quem o proferiu jamais regredirá ao mal-estar que o afligia.
SONHOS COMO FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO
A psicanálise toma como base os trabalhos de Sigmund Freud, seu fundador. Em 1900, ele escreveu o famoso livro A Interpretação dos Sonhos, no qual o autor desenvolve a tese de que todo sonho pode ser interpretado e que ele serve como porta principal de acesso ao inconsciente. "Ele mostra que, sob a sua fachada, muitas vezes absurda, existe um sentido, que lógica e emocionalmente, nada tem de absurdo", relata a Dra. Ilana Waingort Novinsky, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. 
Partindo deste princípio, a psicanálise, ao longo de mais de um século de existência, apontou diferentes visões e interpretações para os sonhos, levando em consideração a prática clínica e inúmeros desenvolvimentos teóricos. Segundo a especialista, não existe apenas um tipo de sonho. 
SONHOS
"De acordo com Gustav Jung, discípulo de Freud que criou uma teoria psicológica própria e que dedicou-se muitoao estudo dos sonhos, podemos falar em quatro tipos, que se baseiam na relação entre o consciente e o inconsciente" menciona. 
- O primeiro indica um tipo de sonho tipicamente consciente, de um evento ou situação vivido no dia anterior. 
- O segundo advém de um conflito entre a posição do consciente e a posição do inconsciente.
 - O terceiro significa a forma com que determinados conteúdos inconscientes interferem na consciência, a fim de modificá-la. 
- O quarto é mais raro, são os chamados de 'grandes sonhos'. Eles servem de orientação para toda uma fase da vida da pessoa e incluem os sonhos de infância e também os decisivos.
E os sonhos premonitórios?
Na opinião da psicanalista, eles não são comuns, mas são bem possíveis. "Apenas pequena parte dos sonhos é de premonições, podendo revelar situações muito antes de acontecerem. Aquilo que conscientemente deixamos de ver é, quase sempre, captado pelo inconsciente, que pode transmitir a informação através do sonho. Só saberemos se é ou não uma premonição com o tempo. Por isso, podemos interpretar o sonho como uma premonição, mas precisamos levar em conta também a sua simbologia", ensina.
Afinal, o que dizem os sonhos?
De acordo com a Dra. Ilana, é possível, sim, atribuir significados específicos para sonhos que são comuns a muitas pessoas. Sonhar que os dentes estão caindo, por exemplo, pode ser interpretado como um recomeço em algum aspecto da vida, de crescimento e modificações. "São, em geral, sonhos angustiantes, que nos falam sobre desafios que temos que enfrentar. Como estes, existem muitos outros que podem ser recorrentes e ter aspectos significativos comuns", aponta.
E se o mesmo sonho se repetir por muitos anos?
"Isto pode nos dizer que existem situações emocionais importantes que precisamos elaborar, que ainda não conseguimos dar conta ou resolver internamente. Pode ser uma experiência de abandono, de agressão, ou de culpa, por exemplo", explica. 
"O sonho é uma ferramenta muito interessante que nos fala de nossa vida mental e emocional. Portanto, se estivermos atentos a eles e os levarmos a sério, possivelmente teremos um indicador importante sobre as situações que estão nos afetando. Da mesma forma, eles nos ajudam - e muito - a elaborar nossas questões emocionais passadas e presentes, assim como nossas tarefas futuras", ressalta. 
A COMUNICAÇÃO NO SILÊNCIO
Já para o autor David Zimerman, o silêncio será interpretado como resistência, tendo em vista os pressupostos teóricos da Psicanálise.
Zimerman (1999) apontou que o silêncio pode ter diferentes significados, considerando que ele tem muito a nos dizer, sendo uma forma de comunicação entre terapeuta e paciente. Destaca que ficar em silêncio durante o processo terapêutico é ainda mais comum em adolescentes.
O paciente adolescente tende a levar tudo para o concreto, exigindo respostas imediatas, chegando a mesclar o real com o imaginário. Ao falar, o faz como se fosse adulto, por várias vezes irá cobrar do analista opiniões e conselhos e caso estas contrariem seus pensamentos, os sentimentos de frustração e magoa aparecerão com facilidade.
A COMUNICAÇÃO NO SILÊNCIO
Frente a estes sentimentos, o adolescente tende a reagir por meio de actings (ações), que podem consistir em faltas frequentes e, consequente abandono da terapia ou também, por meio de longos períodos de silêncio durante as sessões, ou até mesmo o silêncio absoluto durante muito tempo da análise.
Zimerman (1999) afirma que temos que nos ater ao silêncio como uma forma de comunicação e pensá-lo como um “idioma desconhecido” que precisa de tradução. O analista precisa então, nos momentos de silêncio, pensar nos tipos de comunicação não verbal que são estabelecidos, uma vez que durante o processo analítico existem momentos em que as palavras não conseguem exprimir o que está acontecendo.
Desse modo, o analista deve estar preparado para a escuta das diferentes formas de comunicação do analisando. A forma de comunicação aparece separada didaticamente em verbal e não-verbal.
A COMUNICAÇÃO NO SILÊNCIO
A autora Áurea Castilho, em seu livro “A dinâmica do trabalho de grupo” lista 18 tipos de silêncio conforme o contexto de interrelação:
Silêncio Tensão: O silêncio de tensão é a expressão da ansiedade. Nos grupos o silêncio de tensão é facilmente observado, pois manifesta-se através de postura corporal que se torna tensa, da respiração que se torna ofegante, das expressões faciais, do uso excessivo do fumo, do tamborilar dos dedos, ou pelo modo inquieto que as pessoas ficam.
Silêncio de Conflito: Caracterizado pelos sentimentos de ódio, hostilidade, agressividade, oposição, de reprovação ou de medo. É um silêncio profundo e tenso.
Silêncio de Medo: Há mudança na postura física e psicológica. O silêncio do medo traz consigo muita tensão e, como consequência muita descarga psicossomática.
Silêncio de Dor e de Perda: Caracteriza-se pelo recolhimento ante sua própria dor ou a de terceiro. A maior expressão e força da comunicação estão no não-falar.
Silêncio de Reflexão: Aparece após uma intervenção do Facilitador, ou após um feedback, ou mesmo depois de uma experiência intensa vivida pelo grupo. Nesse tipo de silêncio, observa-se claramente a ausência de tensão, e é muito visível o recolhimento introspectivo de quem está elaborando mentalmente.
Silêncio de Amor e Paz: Caracteriza-se pela plenitude de um encontro existencial, onde palavras são desnecessárias. A comunicação é frequentemente pelo olhar ou pelo contato físico.
A COMUNICAÇÃO NO SILÊNCIO
Silêncio de Expectativa: Tem um misto de tensão e curiosidade, ou, melhor dizendo, de espera. É a parada para ouvir o outro. É a expectativa do que o outro tem a dizer.
Silêncio de Solidão: É um silêncio cheio de amargura, pesar e vazio. O indivíduo se refere a um sentimento de sentir-se só, abandonado à sua própria sorte.
Silêncio de Dependência Transferencial: Caracteriza-se pelo jogo da dependência. Espera-se que a autoridade, facilitador, assuma o comando da situação.
Silêncio de Atenção: Consiste no silêncio que escuta, onde a pessoa está “toda ouvidos” para o outro.
Silêncio de Resistência e Bloqueio Emocional: É o silêncio que exprime a dificuldade, o bloqueio do indivíduo em se expressar. Ele não sabe o que dizer, como começar; não sabe sequer se tem algo a dizer.
Silêncio de Desinteresse: Caracteriza-se pelo enfado, pela perda de foco de atenção do que ocorre, pode estar camuflando uma resistência. A apatia é a manifestação mais forte que caracteriza o silêncio do desinteresse.
A COMUNICAÇÃO NO SILÊNCIO
Silêncio de Depressão: É um silêncio pesado, expressando a depressão do grupo ou de um indicador. O indivíduo quando está em uma fase depressiva passa horas ou sessões inteiras sem falar.
Silêncio por Dificuldade de Comunicação: Provém da inibição do indivíduo que fica calado, em silêncio, embora o seu desejo seja o de falar, de se manifestar, mas a inibição o bloqueia.
Silêncio de Respeito: Ele se apresenta pela dificuldade que a pessoa tem de falar em determinadas horas. O indivíduo permanece em silêncio por não saber exatamente o que dizer. Esse silêncio se caracteriza pelo respeito ao outro.
Silêncio de Mágoa: O sentimento presente é de mágoa, de dor psicológica de perda, de decepção, da perda de confiança em alguém. É um silêncio que não se pode deixar de trabalhar, sob pena de a pessoa continuar assumindo sempre essa mesma atitude pela vida afora.
Silêncio de Adeus: Esse silêncio sempre está impregnado de muitos sentimentos ao mesmo tempo, tal como saudade, amor, ternura, medo, afeto, etc. Está relacionado com a perda definitiva ou temporária de alguém.
Silêncio de Desconfiança: As pessoas, por não se conhecerem, temem se expor, ora porque querem evitar a entrada de estranhos em seu jardim particular, ora porque, não conhecendo as pessoas, temem o seu julgamento e reações.
O silêncio nem sempre é paz. Às vezes é a maneira encontrada para colocar uma “pedra sobre os assuntos”. Tantas pedras colocadas acabam represando mil perguntas sem respostas, palavrasnão ditas, histórias não reveladas. Quando alguém, sufocado, consegue tirar uma pedra por fim, acaba por se arriscar a ser soterrado, matando não apenas o espaço gigante entre a pergunta sem resposta como, também, a chance de dar significado ao vazio que vai ser formando.
O silêncio nem sempre é sábio. As vezes é o medo de revelar a si próprio. O não dito nem sempre é voltado aos outros, o silêncio começa na gente. Começa dentro. Não falar às vezes é tentar matar em si aquilo que poderia nos liquidar diante do outro. Por isso, alguns, ao contrário de silenciar, falam nada sem parar. Falam, falam e falam, mas não dizem. Não contam. Com estes, não se conta.
A virtude da comunicação está ficando escassa justamente num momento em que se pode falar até da lua. Canais não nos faltam. Falta o fluir. Falta a escuta. A comunicação está ficando sem escuta e deste jeito não vai romper o silêncio. Sem a escuta, a comunicação só reforça os vazios ou as pedras sobre os assuntos, barrando a palavra, matando direitos.
Leva tempo até que se entenda que a comunicação não é ponte onde palavras vão atravessando de um lado a outro. Comunicação é usina. Ampara a escuta, dá espaço para a fala e a partir do que é coletado se constrói significados reais.
A comunicação não muda só quem escuta, transforma, também, quem fala. E as palavras, figuras e significados vão tomando espaço e construindo uma história conjunta com versões particulares, com fatos compartilhados. Numa mesma base de fatos se pode ter diferentes verdades, o que não se pode é tomar como base uma verdade, já que não resulta sempre de uma construção conjunta. A comunicação como exercício unilateral é o que vai tornando as versões mais importantes que os fatos.
Por isso, todos os dias me empenho para silenciar, escutar e falar. Me empenho para construir comunicação que transforme quem fala e quem escuta. Pessoas, empresas, projetos. Numa conexão profunda, todos se afetam. Comunicação, para mim, é uma conexão profunda.
Todos os dias me esforço para criar a palavra, dar forma a imagem, dar espaço a fala, dar tempo ao silencio porque acredito na comunicação como cidadania, como ética, como existência.  A cada instante entendo que informação é respeito e comunicação é construção e cura.
Marta Dueñas, jornalista, publicitária e empreendedora. Foi diretora da TVE e FM Cultura, secretária de Estado e consultora.

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