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Reforma_da_Previdencia _ principais mudancas__1560199921

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Prévia do material em texto

REFORMA DA
PREVIDÊNCIA
PRINCIPAIS MUDANÇAS
por Sandro Lucena Rosa
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
REGIMES PREVIDENCIÁRIOS: REPARTIÇÃO E CAPITALIZAÇÃO
COMO SERÁ FINANCIADA A NOVA PREVIDÊNCIA?
VALOR DOS BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS NA NOVA PREVIDÊNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
3
INTRODUÇÃO
 
 A Previdência Social brasileira, da Constituição 
Federal de 1988 para cá, já foi reformada, pelo 
menos, quatro vezes. Se formos apurar o histórico 
legislativo que alterou nosso regime de Previdência, 
o número aumenta consideravelmente. Em todas 
as ocasiões, é possível observar um esforço no 
sentido de recrudescer as regras de acesso aos 
benefícios com o intuito de equilibrar o saldo do caixa 
previdenciário.
 Após o insucesso da PEC n. 287/16, intentada 
pelo então presidente Michel Temer, o atual Chefe 
do Executivo, Jair Bolsonaro, busca a aprovação da 
PEC nº 06/2019, responsável por instituir a Nova 
Previdência. Uma das justificativas é a questão da 
pirâmide etária, que está invertendo, pouco a pouco 
– um alarme preocupante no regime de repartição 
simples, posto que uma geração é dependente da 
outra. Aponta-se que em 2019 a Previdência poderá 
consumir três vezes mais recursos que saúde, 
educação e segurança juntos.
 A reforma da Previdência, assim, tem por 
objetivo “equilibrar” essa conta, de forma que 
o sistema tenha um maior equilíbrio atuarial. 
Segundo a exposição de motivos da proposta, três 
pilares a sustentam: combate à fraude e redução 
da judicialização (MP nº 871/19); fortalecimento 
do processo de cobrança da Dívida Ativa da 
União; equidade, de forma a igualar os regimes 
previdenciários dos servidores e dos trabalhadores 
da iniciativa privada.
 Sem a pretensão de esgotar completamente 
o assunto ou opinar de maneira política/ideológica 
sobre a Nova Previdência, este ebook tem o 
objetivo de abordar as principais mudanças trazidas 
com a proposta, ressalvando-se que está limitado 
ao que estão debatendo hoje, em texto aprovado 
pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Com 
certeza serão feitas emendas e algumas coisas 
poderão mudar, mas já é possível se adiantar e ficar 
por dentro do que pode ser alterado.
 Vamos lá?
4
REGIMES 
PREVIDENCIÁRIOS: 
REPARTIÇÃO E 
CAPITALIZAÇÃO
 
 
 Para compreensão desse ponto da Reforma 
da Previdência, é preciso, antes, analisar os regimes 
previdenciários. Sob o aspecto financeiro, eles podem ser de:
1. repartição simples; ou
2. capitalização.
 
 O primeiro é o adotado pelo Regime Geral 
de Previdência Social (RGPS), que é gerido pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), instituído 
no art. 201 da Constituição Federal. O segundo, 
por sua vez, é o adotado nos planos de previdência 
privada, por exemplo, oferecido por bancos.
 O regime de repartição simples tem por 
fundamento a solidariedade entre os indivíduos e 
um pacto entre as gerações (também chamado 
de “pacto intergeracional”). Dessa forma, 
aqueles trabalhadores que estão na População 
Economicamente Ativa (PEA) contribuem para o 
custeio dos benefícios daqueles que já estão no 
grupo da População Economicamente Inativa (PEI).
 Em termos mais simples, significa dizer que quem 
está trabalhando sustenta quem já se aposentou.
 Além disso, esse regime possui uma ideia de 
“caixa”: à medida que o dinheiro entra na Previdência, 
esse orçamento é utilizado para o pagamento dos 
benefícios, não havendo uma ideia de “acumulação”. 
 O regime de capitalização, por sua vez, opõe-
se à ideia de pacto intergeracional. Assim, cada 
indivíduo fica responsável pelo custeio de seu 
benefício. As técnicas aqui adotadas assemelham-
se às de um seguro comum ou de uma poupança. 
Consequentemente, existe a ideia de acumulação.
 O valor do benefício, portanto, dependerá 
diretamente do quanto o contribuinte aportou 
desde o início em seu fundo. A gerência desse valor 
no mercado permitirá que, ao final, haja quantia 
suficiente para custear sua aposentadoria.
 Como exemplo do sistema de repartição 
simples, temos o caso do Brasil e da França. Já 
como exemplo do sistema de capitalização, temos 
o caso do Chile. Cabe ressaltar que o Chile migrou 
para esse regime no governo de Augusto Pinochet, 
precisamente em 1981.
https://blog.sajadv.com.br/principios-do-direito-previdenciario/
 Alguns países nórdicos, como Suécia e Noruega, 
adotam um terceiro regime, chamado de “contas 
virtuais”. Ele é tratado por especialistas, como um 
regime “intermediário”. Em síntese, nota-se que o 
assunto não é pacífico e que a escolha varia entre os 
países - e isto não é de espantar, afinal cada nação 
possui suas nuances em relação à qualidade de 
vida, emprego e saúde. E isto reflete no sistema de 
previdência.
 
 Cada sistema possui vantagens e 
desvantagens. O sistema de repartição simples tem 
a vantagem de fazer um “caixa” que não se baseia 
apenas na contribuição do segurado. Dessa forma, 
em tese, teríamos um benefício melhor, de valor 
mais alto.
 
 No Brasil, a Constituição Federal diversifica 
a base de financiamento da Previdência Social 
expressamente em seu art. 195. A consequência 
disso é que um segurado que tenha poucas 
condições financeiras pode ter um benefício de valor 
razoável. Isso porque, além de suas contribuições 
diretas, existirão outras contribuições que farão o 
“caixa” de custeio de sua aposentadoria.
 
 Atualmente, o sistema de repartição simples 
enfrenta três problemas. O primeiro deles 
diz respeito à questão demográfica do país: 
a expectativa de vida aumentou e a taxa de 
natalidade vem diminuindo. 
6
 Consequentemente, a população jovem 
(economicamente ativa) se torna menor, ano após ano.
 
 A consequência disso é que o custeio dos 
benefícios da geração anterior fica comprometido, 
porquanto existem menos pessoas para exercer 
atividade remunerada. Consequentemente, será 
menor a contribuição para a Previdência Social. O 
gráfico abaixo, originalmente divulgado pelo IBGE, 
simula a “pirâmide” da população brasileira:
 
 O segundo diz respeito à gerência do sistema 
público de repartição, que atualmente conta com 
déficit de servidores e que há pouco tempo era muito 
pouco informatizado. Essas questões, aliadas a outras 
vicissitudes do INSS, abrem espaço para a existência 
de fraudes, o que prejudica o “caixa” da autarquia. 
Igualmente, a má gestão das informações dos 
benefícios causa indeferimentos descabidos, o que 
gera judicialização e ainda mais custos.
 Enfim, o terceiro ponto é que a manutenção de 
regimes de repartição simples partem da premissa 
de que a população jovem estará trabalhando e 
que as empresas estarão funcionando, aptas a 
contribuir com a Previdência Social. É um cenário 
sempre otimista, mas deve-se ter em mente que 
o Brasil é um país marcado pelas crises financeiras 
– e nesses momentos, não há contribuição, o que 
também prejudica o caixa do INSS e a manutenção 
dos benefícios.
 O regime de capitalização, a seu turno, tem 
as vantagens de não submeter a existência e 
a manutenção de seus benefícios a uma álea 
futura, qual seja, a existência de população jovem 
empregada e empresas lucrando e contribuindo 
normalmente para o regime. As contribuições são 
contabilizadas de acordo com os aportes feitos 
pelo segurado. Isso, portanto, não o coloca à 
mercê de terceiros para garantir seu benefício 
previdenciário. 
 Lado outro, uma desvantagem possível diz 
respeito ao valor dos benefícios, que tende a ser 
mais baixo. No caso do Chile, por exemplo, 90,9% 
dos aposentados recebem 149.435 pesos. 
Para se fazer uma comparação, o salário mínimo 
chileno é de 264 mil pesos.
https://blog.sajadv.com.br/calculo-e-revisao-do-beneficio/
https://blog.sajadv.com.br/calculo-e-revisao-do-beneficio/
7
 Há ainda mais uma dificuldade no caso 
brasileiro, que pode ter impactos após a Reforma da 
Previdência. O regime de capitalização necessita de 
aportes, mas o brasileiro não possui uma educação 
financeira razoável. Ou seja, não é acostumado 
a poupar. Pesquisa feita pelo Banco Mundial em 
2017 entre 144 países revela que o Brasil é o 101ºpior quando o assunto é poupar para a velhice. O 
mesmo estudo apontou que apenas 6% dos jovens 
entre 15 e 24 anos têm o hábito de poupar. Dentre 
esses poucos, outra pesquisa revela que 25% 
guarda o dinheiro em casa.
 Essa falta de educação financeira deve trazer 
entraves na realização de aportes. Ainda, fará com 
que existam dificuldades no futuro, no momento 
da aposentadoria. Consequentemente, criaria uma 
geração de aposentados que dependerão de terceiros 
ou de serviços básicos fornecidos pelo Estado.
 Por fim, deve-se destacar que a alteração 
dos regimes com a Reforma da Previdência terá 
um custo. Afinal, os aposentados de hoje estão 
contando com os trabalhadores de amanhã. Se hoje 
já é suscitado um déficit na Previdência, deixar 
de entrar dinheiro no “caixa” vai ainda piorar a 
situação. E tudo será financiado pela população. 
Esse valor, embora não tenha sido ainda divulgado, 
com certeza corresponde a uma cifra expressiva, na 
casa dos bilhões.
8
O que propõe a “Nova Previdência”
 A “Nova Previdência”, nomenclatura adotada 
pelo Governo Federal para evitar o nome “reforma”, 
estabelece que:
 Lei complementar de iniciativa do Poder 
Executivo federal instituirá novo regime de 
previdência social, organizado com base em sistema 
de capitalização, na modalidade de contribuição 
definida, de caráter obrigatório para quem aderir, 
com a previsão de conta vinculada para cada 
trabalhador e de constituição de reserva individual 
para o pagamento do benefício, admitida capitalização 
nocional, vedada qualquer forma de uso compulsório 
dos recursos por parte de ente federativo.
 Posteriormente, então, dispõe que “o novo 
regime de previdência social de que tratam o art. 
201-A e o § 6º do art. 40 da Constituição será 
implementado alternativamente ao Regime Geral 
de Previdência Social e aos regimes próprios de 
previdência social e adotará, dentre outras, as 
seguintes diretrizes”.
 Até o presente ponto, podemos observar 
que, a despeito do que foi alarmado por muitas 
pessoas, não há pretensão de substituição por 
completo do regime de repartição simples, 
imediatamente. Contudo, é válido fazer a ressalva 
de que o §1º do art. 115, citado acima, dispõe que 
“a lei complementar de que trata o art. 201-A da 
Constituição definirá os segurados obrigatórios do 
novo regime de previdência social de que trata o 
caput”.
 
 Dentre as diretrizes, trazidas na PEC, destaca-
se a existência de:
1. Contribuição definida: sabe-se o quanto irá 
contribuir e o impacto disso no valor de seu 
eventual benefício;
2. Garantia de piso básico: um dos pontos criticados 
acerca do regime de capitalização é que poderia 
haver benefícios abaixo do salário mínimo. Não é 
o que pretende o Governo, buscando para tanto a 
criação de um fundo solidário;
3. Gestão das reservas: será feito por entidades 
públicas e privadas, com regulamentação, 
assegurada “ampla transparência”.
4. Escolha: o trabalhador poderá escolher a 
entidade e a modalidade de gestão de reservas, 
sendo assegurada a portabilidade;
5. Impenhorabilidade: haverá exceção no caso de 
dívida de alimentos;
6. Uso compulsório das reservas pelos entes 
federativos é vedado;
7. Pode haver contribuições patronais, bem como 
do trabalhador, entes federativos e servidores. 
Em todo caso, não se admite a transferência de 
recursos públicos.
 Por fim, deve-se ressaltar que esse novo 
regime de capitalização pretende cobrir apenas 
algumas contingências, vale dizer, é menos 
abrangente do que o regime atual. Segundo o §2º 
do art. 115 proposto, compreende:
1. Benefício programado de idade avançada: 
aposentadoria, em outros termos;
2. Benefícios não programados: 
 • Maternidade;
 • Incapacidade temporária ou permanente
3. Morte do segurado;
4. Risco de longevidade do segurado.
 
 Em arremate, ressalta-se que o item 55 da 
exposição de motivos deixa clara a intenção do 
governo em “introduzir, em caráter obrigatório, 
a capitalização tanto no RGPS quanto no RPPS”. 
Assim, hoje o regime de capitalização possui um 
caráter alternativo, porém para as gerações futuras, 
sejam trabalhadores da iniciativa privada ou do 
serviço público, pretende-se que o novo regime lhes 
seja obrigatório.
10
COMO SERÁ 
FINANCIADA A NOVA 
PREVIDÊNCIA?
 Uma mudança significativa, mas pouco 
debatida, diz respeito ao valor das contribuições, 
que passam a ser vertidas para o sistema de 
Previdência. E isso envolve tanto o Regime Geral de 
Previdência Social(RGPS), ao qual se vinculam os 
trabalhadores da iniciativa privada e os empregados 
públicos, por exemplo, como também o Regime 
Próprio de Previdência Social (RPPS), que reúne os 
servidores públicos, titulares de cargo efetivo.
 Dessa forma, torna-se relevante analisar as 
mudanças pretendidas no tocante às contribuições 
diretas feitas pelos segurados. A ideia, portanto, é 
comparar como elas são feitas hoje e como serão 
feitas se o texto for aprovado da maneira proposta.
O financiamento da Seguridade Social
 É comum a crença de que a Previdência seja 
financiada somente pelo segurado. Trata-se, no 
entanto, de grande equívoco. O art. 194 da Constituição 
Federal estabelece princípios que demonstram a 
diversidade dessa base de financiamento. 
Ações integradas entre Poder Público e sociedade 
farão um sistema sustentável. O art. 195 da 
Carta Magna estabelece a fonte dos recursos da 
Previdência – apenas um deles é o trabalhador.
 A legislação infraconstitucional estabelece outras 
fontes de custeio da Previdência, não se limitando ao 
que está estabelecido na Constituição, portanto. A Lei 
nº 8.212/91 trata especificamente sobre o custeio da 
Seguridade Social, em seu art. 27. 
 Nesse universo de fontes da Seguridade Social, 
nota-se que toda a sociedade acaba arcando com 
os custos do sistema de Seguridade (Previdência, 
Saúde e Assistência Social). Nesse sistema, 
dividem-se as fontes entre diretas e as indiretas. 
Segundo a doutrina, a primeira diz respeito 
às Contribuições Sociais, enquanto a segunda 
corresponde aos aportes realizados diante de 
recursos orçamentários da União.
 Apesar da referida classificação, consideremos 
o termo direto em sentido amplo neste artigo. 
Vale dizer: quanto será descontado do trabalhador 
em seu salário, mês a mês, com a aprovação das 
alterações propostas.
https://blog.sajadv.com.br/reforma-da-previdencia-capitalizacao/
https://blog.sajadv.com.br/reforma-da-previdencia-capitalizacao/
11
Como é hoje: RGPS E RPPS
 No RGPS, ou conforme as regras atinentes ao 
INSS, a contribuição da Previdência depende do 
tipo de segurado vinculado ao sistema. No caso 
de contribuintes individuais e facultativos, por 
exemplo, ela é de 20% do salário de contribuição, 
em regra. A exceção, no entanto, fica por 
conta de planos simplificados, que importam 
correspondentes restrições.
 Já para o segurado empregado, que trabalha 
com carteira assinada, as alíquotas variam de 
acordo com a sua remuneração. Assim, elas podem 
ser de três tipos:
Remuneração Alíquota
Até R$ 1.751,81 8%
De R$ 1.751,82 até R$ 2.919,72 9%
De R$ 2.919,73 a R$ 5.839,45 11%
 
 No RPPS, o valor varia de acordo com o 
respectivo plano. Afinal, cada ente federativo pode 
estabelecer seu regime de previdência. A Secretaria 
da Previdência, vinculada ao Ministério da Economia, 
libera um índice de como os entes federativos 
aplicam suas alíquotas. O relatório é atualizado 
regularmente. Em regra, repete-se o que se aplica 
aos servidores públicos da União: 11% sobre a 
remuneração, que é o mínimo a ser descontado.
 Vale ressaltar, ainda, que no RPPS os 
aposentados e pensionistas continuam contribuindo, 
caso o valor de seus proventos supere o teto do 
RGPS, que hoje é de R$ 5.839,45. A exceção, no 
entanto, envolve o aposentado por invalidez. Neste 
caso, a contribuição só incidirá se exceder o dobro 
do teto do RGPS, que corresponde a R$ 11.678,90. 
No RGPS, no entanto, essa contribuição não 
existe, em decorrência da vedação constitucional 
estampada no art. 195, II da CF.
Como ficará coma aprovação da Reforma da 
Previdência
 Como se sabe, a PEC nº 06/2019 visa alterar 
o sistema de contribuição dos empregados e 
servidores públicos para a Previdência. Embora não 
inove, ela aprofunda a ideia de progressividade. 
Assim, o valor da contribuição inicial tende a cair. 
Nada obstante, o valor da contribuição daqueles 
que recebem mais supera os 11% aplicados sobre a 
remuneração no RPPS.
http://sa.previdencia.gov.br/site/2019/05/Aliquotas.csv
http://sa.previdencia.gov.br/site/2019/05/Aliquotas.csv
https://blog.sajadv.com.br/reforma-da-previdencia-calculo-aposentadoria/
12
 No RGPS, as variações serão de 7,5% até 
11,68%. Variam, então, de um salário mínimo 
até o teto, que hoje correspondem a R$ 998 e R$ 
5.839,45, respectivamente:
Remuneração Alíquota
Até R$ 998 7,5%
De R$ 998 até R$ 2 mil 7,5% a 8,25%
De R$ 2.0001 a R$ 3 mil 8,25% a 9,5%
De R$ 3.000,01 a R$ 5.839,45 9,5% a 11,68%
 Já no RPPS, as variações de contribuição para 
a Previdência serão de um salário mínimo até as 
remunerações que superem R$ 39 mil:
Remuneração Alíquota
Até R$ 998 7,5%
De R$ 998 até R$ 2 mil 7,5% a 8,25%
De R$ 2.0001 a R$ 3 mil 8,25% a 9,5%
De R$ 3.000,01 a R$ 5.839,45 9,5% a 11,68%
De R$ 5.839,46 a R$ 10 mil 11,68% a 12,86%
De R$ 10.0001,01 a R$ 20 mil 12,86% a 14,68%
De R$ 20.000,01 a R$ 39 mil 14,68% a 16,79%
Acima de R$ 39 mil + de 16,79%
Alguns exemplos práticos
 Para se ter uma ideia da progressividade 
da Nova Previdência, usemos duas situações 
mencionadas pelo próprio governo.
 Imagine, por exemplo, um segurado do RGPS 
que receba R$ 1.250 de remuneração. Veja, então, 
como se desenha a contribuição dele:
• Conforme as regras atuais: 8%, que corresponde 
a R$ 100.
• Conforme a Nova Previdência: 7,8%, que 
corresponde a R$ 97,53.
Já no outro caso, o segurado do RPPS recebe, por 
exemplo, R$ 30 mil como remuneração. 
Veja a sua situação:
• Conforme as regras atuais: 11%, que 
corresponde a R$ 3,3 mil.
• Conforme a Nova Previdência: 16,11%, que 
corresponde a R$ 4.835,83.
 Caso queira simular quanto ficaria sua 
contribuição caso a Nova Previdência seja aprovada 
nos limites aqui demonstrados, o governo 
disponibilizou uma Calculadora da Nova Previdência, 
que pode ser acessada gratuitamente. 
https://www.servicos.gov.br/calculadora/calcular
13
Conclusão
 Sob o argumento de austeridade e saúde das 
contas da Seguridade Social, o governo propôs 
a alteração das alíquotas, de forma a aumentar 
o financiamento direto (aqui tratado em sentido 
amplo) da Previdência. Vale dizer, será descontado 
um valor maior da remuneração dos segurados - e 
isso independe do fato dele ser ou não vinculado ao 
RGPS ou ao RPPS.
 A ideia de justiça está traduzida na questão da 
progressividade. As pessoas que recebem menos, 
por exemplo, devem contribuir com menos do que 
contribuem hoje. Por outro lado, aqueles que recebem 
remunerações maiores devem contribuir com mais.
 Em arremate, observa-se que a progressividade 
apresentada demonstra clara intenção de aproximar os 
dois regimes (RGPS e RPPS). Tanto que, até certo ponto, 
as alíquotas chegam a coincidir. Nada obstante, os 
servidores públicos arcarão com um valor considerável 
de diferença em relação ao que contribuem hoje.
 Se a Reforma da Previdência demonstra justiça 
por um lado, especialmente na forma de participação 
do custeio do sistema, por outro torna cada vez mais 
desinteressante o plano de benefícios para o servidor 
público. Hoje, rememore-se, o valor do benefício está 
limitado ao teto do RGPS. Se a proposta for aprovada, 
no entanto, eles passarão a contribuir com mais, para 
um regime que pagará menos.
14
VALOR DOS 
BENEFÍCIOS
 
 
 Como visto, a Nova Previdência objetiva conter 
os gastos da Previdência Social. Então, sob a pressão 
da pirâmide etária que ameaça se inverter em breve 
e tornar o Brasil um país de idosos, a ideia é buscar 
o equilíbrio atuarial, mediante alterações capazes 
de diminuir os valores gastos com o pagamento de 
benefícios.
 Essa é uma das várias alterações que vêm 
trazendo medo e insegurança aos segurados do 
INSS. Afinal, as próprias regras atuais já são 
confusas – inclusive para os profissionais da área.
Vejamos como ficarão os cálculos, caso ela 
seja aprovada da maneira proposta
1. Aposentadoria por idade 
 A aposentadoria por idade (B41) é um benefício 
programado. É pago pela Previdência Social nos 
casos em que o segurado completa a carência de 
180 contribuições – conforme a tabela (art. 142 
da Lei 8.213/91). Além disso, outro requisito é 
o segurado alcançar a idade mínima de 65 anos 
(homem) ou 60 anos (mulher).
 Para se chegar ao valor da Renda Mensal Inicial 
(RMI) é preciso apurar o valor do chamado salário 
de benefício. Esse valor consiste em uma média 
aritmética que considera 80% dos maiores salários 
de contribuição ao longo da vida profissional, 
compreendidos dentro do Período Básico de Cálculo 
(PBC). Após encontrar esse valor, aplica-se a 
ele uma alíquota de 70%, e ao resultado dessa 
operação soma-se 1% a cada ano de contribuição.
 Nesse sentido, considerando o cenário atual 
(antes da Reforma da Previdência) um trabalhador 
que se aposenta com 180 contribuições (15 anos), 
por exemplo, inicia seu cálculo com os 70% e mais 
os 15% referentes a cada ano contribuído. Isso 
totaliza, portanto, 85% do salário de benefício. Por 
conseguinte, ele deve contribuir 30 anos para obter 
100% do salário de benefício (70% da lei + 30% 
em decorrência dos anos contribuídos).
 Vale ressaltar que é possível que seja 
aplicado no salário de benefício o chamado fator 
previdenciário. Trata-se de uma fórmula que leva 
em consideração a idade e o tempo de contribuição 
da pessoa e que pode até majorar a renda. 
Registre-se, no entanto, que para esse benefício em 
específico, o Fator Previdenciário é opcional.
https://blog.sajadv.com.br/estatuto-do-idoso/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm
https://blog.sajadv.com.br/fator-previdenciario/
https://blog.sajadv.com.br/fator-previdenciario/
2. Aposentadoria por tempo de contribuição
 A aposentadoria por tempo de contribuição 
(B42), por sua vez, difere nos requisitos em relação 
à aposentadoria por idade. O segurado deve 
completar 35 anos (homem) ou 30 anos (mulher) 
de tempo de contribuição. Isso também conforme o 
cenário atual, antes da Reforma da Previdência.
 Para chegar ao valor da RMI desse benefício 
também é preciso apurar o valor do salário de 
benefício do segurado. Mais uma vez, ele consiste 
em uma média aritmética dos 80% maiores salários 
de contribuição do segurado dentro do PBC.
 Nesse caso, no entanto, é obrigatório o uso do 
fator previdenciário. Vale observar que está vigente 
a chamada regra 85/95 progressiva, que permite 
o afastamento do fator previdenciário do cálculo. 
Essa regra exige, para tanto, a soma da idade e 
do tempo de contribuição mínimo, que valerão 
como pontos. O homem que somar 35 de tempo de 
contribuição e 60 de idade, por exemplo, está apto 
a afastar o fator previdenciário – o que lhe permite 
aposentar cinco anos mais cedo do que se fosse 
aguardar para aposentar por idade.
16
3. Aposentadoria por invalidez
 Considerando as regras atuais, para descobrir 
o valor a ser recebido deve-se apurar o salário de 
benefício, da mesma maneira que nas demais. A 
diferença é que o fator previdenciário não será 
aplicado e a alíquota utilizada será de 100% sobre 
o valor do salário de benefício. Mas atenção: isso 
não quer dizer que o segurado irá receber 100% do 
último salário. Ele vai receber 100% do salário de 
benefício que, como vimos, é uma média.
Como devem ficar os cálculos com a Reforma 
da Previdência
 O item 68 da exposição de motivos da Reforma 
da Previdência (PEC 06/2019) explica como será 
feito o cálculo dos benefícios. Assim, já é possível 
observar algumas diferenças:
 O cálculo das aposentadorias terá como 
base a média aritmética simples de todos os 
salários de contribuição e das remunerações, 
utilizadas como base paras as contribuiçõesao RGPS e aos regimes próprios de 
previdência social de que trata o art. 40 da 
Constituição, atualizados monetariamente, 
correspondentes a 100% de todo o período 
contributivo desde a competência julho de 
1994 ou desde a competência inicial de 
contribuição, se posterior àquela data. O valor 
das aposentadorias corresponderá a 60% 
dessa média, com acréscimo de 2% para cada 
ano de contribuição que exceder o tempo de 
20 anos de contribuição, salvo no caso da 
aposentadoria do trabalhador que exercer 
atividade exercida em condições especiais 
prejudiciais à saúde por 15 anos, hipótese em 
que o acréscimo será aplicado ao tempo que 
exceder a 15 anos.
 Em relação ao PBC, como se pode perceber, a 
Reforma da Previdência não prevê grandes alterações 
práticas. Isso porque o texto se assemelha ao que 
está disposto no art. 29 da Lei 8.213 e também ao 
texto do art. 3º da Lei 9.876/99.
 Já quanto à apuração da média nota-se 
significativa diferença. A proposta prevê aplicar 
ao salário de benefício uma alíquota de 60% com 
acréscimo de 2% a cada ano de contribuição que 
exceder 20 anos. A ressalva é o caso dos segurados 
que trabalham em condições especiais.
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1712459&filename=PEC+6/2019
https://blog.sajadv.com.br/revisao-da-vida-toda/
17
Vejamos, então, como fica em relação a cada 
tipo de aposentadoria.
1. Aposentadoria por idade e aposentadoria 
por tempo de contribuição
 Como dito em momentos anteriores, a 
Reforma da Previdência pretende acabar com 
a aposentadoria por tempo de contribuição - 
e as razões são simples. Primeiro porque não 
existe idade mínima. Segundo porque esse tipo 
de aposentadoria corriqueiramente é concedida 
a trabalhadores que possuem alto tempo de 
contribuição. Ou seja: eles aposentam mais cedo e 
recebem por mais tempo, o que causa um dispêndio 
financeiro elevado.
 
 Assim, com as regras atuais, é possível, por 
exemplo, que uma mulher se aposente com 46 
anos de idade por tempo de contribuição, uma vez 
que não há exigência de idade mínima. Por sua 
vez, os novos requisitos previstos pela Reforma 
da Previdência à aposentadoria por idade exigem 
65 anos de idade (para o homem) e 62 anos de 
idade (para a mulher) mais 20 anos de tempo de 
contribuição.
 A mudança na lei, após a Reforma da 
Previdência, terá um regime de transição, cujo 
início está previsto para 2020. O cálculo será 
feito conforme já mencionado: 60% do salário de 
benefício mais 2% a cada ano que exceder 20 anos 
de tempo de contribuição.
 Imagine, por exemplo, um trabalhador 
(homem) com 66 anos de idade. Cumprido o 
requisito etário, ele deverá contribuir por 40 
anos para ter direito a 100% do salário de 
benefício. Nesse caso, temos 20 anos excedentes. 
Multiplicados por 2%, chega-se aos 40% que, 
somados aos 60%, alcançam os 100% da média.
 Nessa situação em específico, o homem deveria 
ter iniciado sua vida laboral formal com 26 anos de 
idade e não ter parado de contribuir. Além disso, 
para conseguir o reconhecimento desse período, 
ele também não pode acumular qualquer pendência 
com o INSS.
2. Aposentadoria por invalidez
 A Reforma da Previdência prevê um novo nome 
para a aposentadoria por invalidez. Ela passará 
a se chamar aposentadoria por incapacidade 
permanente.
 O raciocínio de cálculo do benefício é o mesmo 
da aposentadoria anterior: 60% da média mais 
2% a cada ano que exceder 20 anos de tempo de 
contribuição. Alguns casos, todavia, autorizam a 
aplicação de 100% da média, da maneira como 
já ocorre hoje: quando a incapacidade decorrer 
de acidente de trabalho, doenças profissionais ou 
doenças do trabalho.
18
Tabela comparativa: o antes e o depois da 
Reforma da Previdência
Benefício Regra atual Reforma da Previdência
Por idade
70% do salário de 
benefício 
+ 
1% a cada grupo 
de 12 contribuições
60% do salário de benefício 
+ 
2% a cada ano que exceder 20 anos 
de tempo de contribuição
Por tempo de 
contribuição
Salário de benefício 
* 
Fator previdenciário 
 
Exceção: salvo 
enquadramento 
na regra 85/95
Deixa de existir, pois será 
necessária idade mínima.
Por invalidez 100% do salário de benefício
60% do salário de benefício 
+ 
2% a cada ano que exceder 20 anos 
de tempo de contribuição 
 
Exceção: casos de acidente de 
trabalho, doenças profissionais e 
doenças do trabalho, que será 
100% da média
 
 No que tange às mudanças no cálculo do valor 
do benefício, podemos destacar alguns pontos. 
Em primeiro lugar, não serão mais descartados os 
20%, como ocorre na regra atual. Por conta disso, 
menores salários de contribuição serão incluídos e o 
valor do benefício a ser pago tende a ser menor.
 Como visto, para chegar a 100% da média, 
será necessário um tempo de contribuição 
consideravelmente maior. Além disso, o requisito da 
idade mínima terá acréscimo no caso das mulheres. 
Os homens, por sua vez, deverão contribuir um ano a 
mais (no mínimo) para alcançar a média ideal.
 Portanto, considerando o descompasso 
de informações e a informalidade do trabalho 
brasileiro, que ainda é considerável, esse 
reconhecimento deve ser visto como um desafio a 
ser encarado. Afinal, cada contribuição terá uma 
diferença valiosa para os segurados.
19
BENEFÍCIOS NA 
NOVA PREVIDÊNCIA
 
 O Governo propões alterações em todos os 
benefícios, sem exceção. Alguns mais, outros menos, 
mas é certo que não ficarão da maneira que estão 
hoje. Vejamos o que muda nos principais benefícios.
Aposentadoria por idade
 
 A Lei nº 8.231/91 institui em seu art. 48 o 
benefício programado de aposentadoria por idade. 
Para que o segurado tenha acesso, o INSS exige 65 
(homem) ou 60 anos (mulher), além do cumprimento 
da carência de 180 contribuições. Adverte-se 
que carência é contribuição mensal paga em dia, 
contada em meses e não se confunde com tempo de 
contribuição, que é contado em dias.
 Caso seja instituída a Nova Previdência, o 
benefício está mantido, embora o texto da PEC se 
refira agora a vinte anos de tempo de contribuição 
e não mais em meses de carência. 
 Haverá regra de transição, que consiste 
no aumento progressivo dos requisitos da 
aposentadoria. A partir de 01/01/2020 o requisito 
etário aumentará para a mulher 6 meses a cada 
ano. O requisito de tempo de contribuição, por sua 
vez, também aumentará na mesma proporção, até 
que atinja a regra geral proposta, que exige vinte 
anos de tempo de contribuição.
 A título de exemplo, se um segurado, homem, 
quiser se aposentar em 2022, deverá ter 65 anos 
de idade e 16 anos de tempo de contribuição. Se 
mulher, deverá ter 61 anos e 16 anos de tempo 
de contribuição. Assim será aumentado até que se 
chegue à regra permanente proposta: 65 (homem) 
e 62 (mulher), ambos com exigência de 20 anos de 
tempo de contribuição.
Aposentadoria por tempo de contribuição
 Atualmente existe o benefício de aposentadoria 
por tempo de contribuição para os segurados que 
completarem 35 anos ou 30 anos de tempo de 
contribuição, exigidos, respectivamente, de homens 
e de mulheres. Na regra de cálculo, aplica-se o 
fator previdenciário, que pode ser afastado pelo 
preenchimento dos requisitos pela regra “85/95 
progressiva”.
20
 Segundo essa regra, as pessoas que somarem 
os pontos necessários farão jus ao benefício. Eles 
correspondem ao mínimo do tempo de contribuição 
+ idade. Por exemplo, uma mulher que tenha 
30 anos contribuídos e 55 de idade poderá se 
aposentar por essa regra, 5 anos antes de se 
aposentar por idade, já adiantando a vantagem que 
teria, qual seja, afastamento do Fator Previdenciário 
na regra de cálculo.
 Como visto, não há idade mínima, de forma 
que o único requisito é o preenchimento do referido 
tempo contributivo. Com a Nova Previdência esse 
benefício deixará de existir, porquanto a PEC nº 
06/2019 traz a exigência de idade mínima. O 
Governo justifica, em sua exposição de motivos, 
que essa regra causa um dispêndio financeiro 
maior, posto que as pessoas se aposentam mais 
cedo recebempor maior tempo, normalmente com 
uma renda superior à da aposentadoria por idade:
 
 No âmbito do RGPS, existe a 
possibilidade de a pessoa se aposentar por 
tempo de contribuição, sem a exigência de 
uma idade mínima, o que acarreta a concessão 
de aposentadorias com idades médias de 
55,6 anos e 52,8 para o homens e mulheres, 
respectivamente. Nessas faixas etárias, a 
expectativa de sobrevida é de 24,2 anos e 30,9 
anos para homens e mulheres, o que implica 
elevadas durações médias de aposentadorias. No 
caso das mulheres, a duração esperada é maior 
que o tempo de contribuição exigido (30 anos). 
É importante destacar que os trabalhadores 
urbanos mais pobres não conseguem contribuir 
tempo suficiente para se aposentar nessa 
modalidade, se aposentando por idade, em 
média: homens aos 65,5 (mínimo de 65 anos) 
e mulheres aos 61,5 anos (mínimo de 60 anos). 
Enquanto na aposentadoria por tempo de 
contribuição o valor médio do benefício está R$ 
2.231, na aposentadoria por idade urbana está 
em R$ 1.2521.
 
 Nesse ponto, o Brasil não destoa de outros 
países da América Latina, posto que somente 
equador não exige idade mínima. Na Europa, 
somente a Hungria não exige. Em outras 
palavras, nosso país se alinha a vários modelos 
de Previdência espalhados pelo mundo, que 
só permitem acesso à aposentadoria após o 
cumprimento de certa idade.
Apesar da mudança, duas regras de transição estão 
previstas.
 
 
 
1 Item 34 da exposição de motivos. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/proposicoe-
sWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1712459&filename=PEC+6/2019>.
 A primeira, para quem completar 30 anos 
de contribuição + 56 anos de idade (mulher) ou 
35 anos de contribuição + 61 anos de idade, se 
homem. A partir de 1º de janeiro de 2020 serão 
acrescidos 6 meses a cada ano, até que se atinja 
a idade mínima da aposentadoria por idade e o 
benefício deixe de existir.
 A segunda, para quem, na data da publicação 
contar com no mínimo 28 anos (mulher) ou 33 
anos (homem), que poderá pagar pedágio de 
50% do tempo faltante para os 30 ou 35 anos, 
respectivamente. Por exemplo, uma mulher que já 
tenha 28 anos contribuídos deverá recolher mais 3, 
pois faltam 2 para atingir os 30 e, portanto, deverá 
mais 1 (50% dos 2) a título de pedágio. É válido 
ressaltar que nesse caso terá a aplicação do Fator 
Previdenciário.
 Por fim, o Governo manterá a regra “85/95 
progressiva”, explicada em linhas anteriores. 
Rememore-se, apenas, que periodicamente ela já 
sofre um reajuste: a cada ano aumenta um ponto. 
Esse acréscimo continuará a partir de 01/01/2020, 
até que se alcance o limite de 100 pontos para as 
mulheres e 105 pontos para os homens. 
22
Aposentadoria especial
 A aposentadoria especial é um benefício previsto 
no art. 57 da Lei nº 8.231/91 que se destina aos 
trabalhadores que exercem atividades que os expõem 
a agentes nocivos de natureza química, física ou 
biológica. A exposição também pode ocorrer por 
associação entre esses agentes. A depender da 
agressividade e do prejuízo à saúde, o tempo de 
contribuição necessário para se aposentar diminui. 
 
 As condições especiais de trabalho devem se 
dar de maneira “permanente, não ocasional nem 
intermitente” (art. 57, §3º da Lei nº 8.213/91). 
Além disso, caso um segurado tenha trabalhado em 
mais de uma empresa, mas não tenha preenchido 
completamente os requisitos para a aposentadoria 
especial, poderá se aposentar de maneira comum, 
mediante a conversão do período que laborou em 
condições especiais.
 
 Atualmente, a aposentadoria especial possui 
dois requisitos: 180 meses de carência e 15, 20 
ou 25 anos de atividade especial, com exposição 
a agentes químicos físicos ou biológicos. O valor 
do benefício será de 100% do salário-de-benefício, 
o que não implica em dizer que será 100% do 
valor que o segurado estava contribuindo antes 
de se aposentar. No momento do cálculo, não há 
incidência do fator previdenciário e não é necessário 
ter uma idade mínima.
 Caso a Nova Previdência seja aprovada, 
relevantes mudanças acontecerão. A principal 
é a vedação da conversão de tempo especial 
em comum. O período que foi cumprido até 
a promulgação da PEC nº 06/2019 poderá 
ser convertido – após, não haverá mais essa 
possibilidade. Isso implica dizer que haverá 
significativa perda, uma vez que a conversão 
permite hoje um aumento de no mínimo 40% do 
tempo laborado.
 Também será instituída a idade mínima. Para se 
aposentar, agora o segurado que exerce atividade 
especial entrará em um sistema de pontos, 
semelhante ao que acontece com a regra “85/95 
progressiva”, vigente hoje para a aposentadoria por 
tempo de contribuição:
EXPOSIÇÃO TEMPO + IDADE
15 anos 66 pontos
20 anos 76 pontos
25 anos 86 pontos
 
23
 A partir de janeiro de 2020, essas pontuações 
aumentarão a cada ano, até que seja atingido o 
número de 89, 83 e 99 pontos, respectivamente. 
 Como se pode ver, ficará muito mais difícil 
ter acesso ao benefício de aposentadoria especial. 
Deve-se ressaltar que existe regra de transição: 15 
anos de tempo de contribuição+ 55 anos de idade; 
20 anos de tempo de contribuição + 58 anos de 
idade; e, por fim, 25 anos de tempo de contribuição 
+ 60 anos de idade. A variação depende do grau de 
exposição aos agentes nocivos.
 
 O valor do benefício também sofrerá 
mudanças. Observará, até um certo ponto, a regra 
geral de cálculo dos benefícios. A única diferença é 
que será acrescido 2% a cada ano que exceder 20 
anos do tempo de contribuição nas atividades em 
que a exposição requeira 25 e 20 anos e a mesma 
alíquota para as atividades de maior exposição, 
porém com a contagem iniciada após 15 anos de 
tempos de contribuição.
 Alerta-se, mais uma vez, que com a aprovação 
da proposta fica vedada a conversão de tempo 
especial em comum. Ao se aposentar pelas 
regras da especial, o trabalhador deve se afastar 
do ambiente laboral que lhe prejudica a saúde. 
A conversão era uma estratégia para aqueles 
que pretendiam continuar no trabalho mesmo 
24
aposentados.
Aposentadoria por invalidez
 A aposentadoria por invalidez (B32) é um 
benefício previdenciário devido àquele segurado 
que “estando ou não em gozo de auxílio doença, for 
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação 
para o exercício de atividade que lhe garanta 
subsistência” (art. 41 da Lei nº 8.213/91). Essa 
incapacidade, segundo a lei (art. 43, §1º da Lei 
8.213), deve ser total e definitiva.
 O benefício passará a ser chamado de 
“aposentadoria por incapacidade permanente” e 
sua grande mudança diz respeito à alteração nas 
regras de cálculo, já debatidas em linhas anteriores: 
utilizará regra semelhante à aposentadoria por idade, 
salvo nos casos em que a incapacidade decorrer de 
acidente de trabalho, em que será aplicada a alíquota 
de 100% sobre o salário de benefício.
Aposentadoria dos portadores de deficiência
 
 A Lei Complementar nº 142/2013, responsável 
por regulamentar o art. 201, §1º da Constituição 
Federal, trata sobre a aposentadoria dos segurados 
portadores de deficiência. Para eles, há uma 
diminuição dos requisitos necessários para ter acesso 
ao benefício programado. Em todo caso, salienta-se, 
é necessário o preenchimento do cumprimento da 
carência de 180 contribuições mensais.
 No caso da aposentadoria por idade, existe a 
redução de 5 anos, independentemente do grau de 
deficiência, desde que o cumprimento da carência 
tenha se dado no exercício de atividade em que ele 
era portador de deficiência. Sendo assim, podem se 
aposentar aos 60 anos (homem) ou 55 anos (mulher). 
 Já na aposentadoria por tempo de contribuição, 
a redução varia de acordo com o grau de 
incapacidade, que é classificada em leve, moderada 
e grave. Com base nessas informações, podemos 
elaborar a seguinte tabela:
GRAU DE 
DEFICIÊNCIA HOMEM MULHER
LEVE 33 ANOS 28 ANOS
MODERADA 29 ANOS 24 ANOS
GRAVE 25 ANOS 20 ANOS
 
 A Nova Previdência propõe um aumento desse 
tempo de contribuição, ao mesmo tempo que iguala o 
requisito para homens e mulheres. Noentanto, prevê 
o pagamento de 100% do salário de benefício para 
esse tipo de aposentadoria. Caso seja aprovada sem 
retoques, teremos o seguinte cenário:
GRAU DE DEFICIÊNCIA HOMENS E MULHERES
LEVE 35 ANOS
MODERADA 25 ANOS
GRAVE 20 ANOS
https://blog.sajadv.com.br/aposentadoria-por-invalidez/
25
 É bom ressaltar que o texto da proposta submete 
os segurados a uma avaliação “biopsicossocial 
realizada por equipe multiprofissional e 
interdisciplinar”, o que deve ser considerado positivo. 
A deficiência, para além da questão clínica, deve ser 
conjugada com o impedimento social. Além disso, 
será levado em consideração o fato de o grau de 
deficiência ser alterado (por exemplo, acontecer um 
agravamento com o passar do tempo), hipótese em 
que haverá um ajuste proporcional.
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
 Esse benefício, popularmente conhecido como 
LOAS, faz parte da Assistência Social, embora seja 
gerido pelo INSS. É devido a idoso (65 anos) ou 
pessoas com deficiência de qualquer idade, cuja 
renda mensal não supere ¼ do salário mínimo 
vigente. É de bom alvitre ressaltar que esse limite 
financeiro pode ser contestado na via judicial. Hoje, 
corresponde ao valor de um salário mínimo.
 Caso seja aprovada a Nova Previdência, o 
Governo propõe adiantar esse pagamento: será 
pago R$ 400,00 a partir dos 60 anos, de forma que 
o salário mínimo só voltaria a ser pago quando for 
atingido 70 anos. Antecipa-se um valor menor do 
que a metade para, dez anos depois, pagar o valor 
que hoje já é deferido pelas regras vigentes.
 Esse é, sem dúvida, um dos pontos mais 
criticados da reforma, porquanto a expectativa 
de vida de pessoas que vivem em condições de 
miserabilidade é baixíssima. Muito sequer chegam 
aos 70 anos. Embora esteja previsto, com certeza 
terá alterações quando da votação, caso seja 
aprovada a PEC nº 06/2019.
26
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
 
 Como foi possível observar, o Governo pretende 
alterar de maneira significativa as regras vigentes. 
Se a intenção é de economizar (e as declarações 
falam em 1 trilhão em dez anos), por decorrência 
lógica ficará mais difícil ter acesso aos benefícios. 
Em termos mais simples, ficará mais difícil 
aposentar e o valor tende a diminuir.
 É bom ressaltar que a nossa Constituição 
Federal assegura o direito adquirido, ou seja, 
aqueles que preencherem os requisitos antes da 
Reforma têm direito à regra de cálculo vigente 
nessa época. Isso não pode implicar em uma 
corrida desenfreada ao INSS, que inclusive passa 
por problemas críticos de gestão e atendimento; 
porém, deve-se alertar os segurados para que 
reúnam documentações capazes de comprovar 
o máximo de tempo de contribuição, seja para 
fugir das regras ou para diminuir os efeitos das 
mudanças.
 Por fim, não é demasiado ressaltar que este 
material se baseia no texto original, aprovado pela 
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Existem 
muitos outros pontos em debate e com certeza 
sofrerão alterações no decorrer da votação.
SOBRE O AUTOR
 
 
 
 
 Sandro Lucena Rosa é advogado, especialista 
em Direito Previdenciário, professor universitário, 
vice-presidente do Instituto de Estudos Avançados 
em Direito (IEAD), associado ao Instituto Brasileiro 
de Direito Previdenciário (IBDP), membro da 
comissão de Direito Previdenciário da OAB/GO.
Da petição inicial 
à sentença:
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	INTRODUÇÃO
	Regimes Previdenciários: Repartição E Capitalização
	COMO SERÁ FINANCIADA A NOVA PREVIDÊNCIA?
	VALOR DOS BENEFÍCIOS
	BENEFÍCIOS NA 
NOVA PREVIDÊNCIA
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
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