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Resenha Crítica – Filme: O Óleo de Lorenzo Dirigido por George Miller em 1992, este filme é baseado em fatos verídicos e retrata a história da família Odone. O longa inicia-se com eles na África, mostrando Lorenzo correndo e brincando com seus colegas, como qualquer criança normal. Em seguida, somos levados à saída da escola de Lorenzo, no momento em que sua mãe, Michaela Odone, vai buscá-lo. Michaela é abordada pela professora do garoto de apenas 7 anos, que a informa de um comportamento inadequado que o menino teve com os colegas durante a aula e a questiona se estava acontecendo algum problema em casa que justificasse tal maneira de agir. Pega de surpresa com tal atitude do filho, ela e seu marido, Augusto, percebem que os surtos de raiva e outros problemas do tipo estavam se tornando mais frequentes. Diante disso, Lorenzo é levado a alguns médicos que erroneamente o diagnosticaram com transtorno de hiperatividade. Após alguns episódios de quedas e até mesmo de surdez momentânea, o menino é levado ao hospital para realização de alguns exames mais elaborados, ficando internado por alguns dias. Os pais do garoto, então, são chamados ao escritório do médico após sair o resultado dos testes para informá-los que eles haviam achado o que tinha de errado com Lorenzo: adrenoleucodistrofia (ALD), uma doença rara neurodegenerativa que afeta apenas o sexo masculino e não traz um bom prognóstico para o paciente, que geralmente morre no período de até 2 anos após o diagnóstico. Desde então, seus pais buscaram imediatamente algum tratamento para que pudessem amenizar os sintomas que viriam a aparecer em seu filho. Entretanto, para a surpresa da família, ainda não se tinha um procedimento concreto que pudesse ajudar os pacientes portadores de ALD. Existiam apenas testes iniciais e, objetivando lutar pela vida de Lorenzo, seus pais aceitaram expor o pequeno a testes incertos e radicais, tudo pela vida do seu filho. Entretanto, ao contrário de muitos pais de pacientes com ALD, Michaela e Augusto Odone passaram a se dedicar, quase que integralmente, na busca de compreensões acerca do mecanismo de ação da doença e, consequentemente, obter um tratamento melhor. Optaram por não esperar respostas de médicos e cientistas e, com incessante esforço, começaram a estudar, demonstrando que pais são capazes de fazer tudo para ver seus filhos nas melhores condições. Quebrando todas as barreiras e mergulhando a fundo no conhecimento da doença, a família Odone, ao contrário da ciência e dos testes que estavam utilizando pacientes com ALD como meros objetos de estudo, priorizou uma investigação que pudesse amenizar, de forma mais rápida, os sintomas de Lorenzo, que, mensalmente, apresentava uma piora e seu sofrimento aumentava. Com grande empenho e vigor, Michaela e Augusto Odone juntam todos os seus achados, aplicam em Lorenzo e, pouco a pouco, descobrem o que cientistas não conseguiram identificar (ou não aprofundaram estudos): o ácido oleico. Encontrado no azeite de oliva, ele permitiu o freamento dos sintomas e uma melhora na saúde de Lorenzo, estimando o interesse de outros pais na utilização do óleo. Apesar de uma breve melhora na condição de Lorenzo, seus pais novamente foram abalados com os resultados dos meses seguintes, em que, mesmo com um quadro positivo nas primeiras aplicações do óleo, houve uma estagnação do efeito da terapia que, com tanto esforço e estudo, haviam criado para seu filho. Em meio a tantas contrariedades, Augusto e Michaela se recusaram a desistir e, em uma última tentativa de compreender a doença, mergulham mais uma vez em incessantes pesquisas e questionamentos, para, enfim, encontrarem uma resposta. O ácido erúcico, a despeito de não ser a cura para a adrenoleucodistrofia, mostrou-se capaz de melhorar o quadro dos portadores de ALD. Mesmo com tal inovação por parte da família Odone, o suporte que esperavam receber do professor Nikolais, não foi atendido, forçando-os a procurar ajuda em outro lugar. A aplicação do ácido erúcico obteve um resultado imediato em Lorenzo, estabilizando sua condição física e recompensando os esforços dos seus pais. Ao decorrer do filme, é possível notar em várias situações, que a ciência é colocada acima do bem-estar dos pacientes por parte dos pesquisadores. A ciência médica deveria estar a serviço dos pacientes, e não ao contrário, como uma questão bem levantada por Michaela Odone. Infelizmente, as crianças não dispunham de tempo de tanto tempo para esperar testes tão demorados, visto que, normalmente, possuíam apenas 2 anos após o diagnóstico. É compreensível que se tenha um estudo longo para determinar, com toda certeza, um tratamento seguro e eficaz. Entretanto, não se deve priorizar testes em decaimento da saúde. Além disso, os cientistas poderiam ter acatado a ideia da família Odone, realizando novos estudos e testes concomitantes aos que já existiam, demonstrando um maior interesse na vida e saúde daqueles que estavam sofrendo – crianças e pais, afinal, nada mais valioso que um ser humano saudável. Com isso, o filme nos mostra que é necessário se ter um maior respeito sobre a vida, a saúde, a ciência e a medicina. Estudos e testes são necessários para se chegar à veracidade e comprovação de tratamento. A promoção à saúde e ao bem-estar devem ser preconizadas. A caminhada entre a medicina e a vida deve ser em passos lentos e sincronizados, um respeitando o outro, disseminando conhecimento e saúde.
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