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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 ONCOLOGIA .............................................................................................. 5 3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À ONCOLOGIA .............................. 6 3.1 Portarias ............................................................................................... 7 4 PREVENÇÃO, RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER 9 4.1 Prevenção ............................................................................................ 9 5 CUIDADOS PALIATIVOS ......................................................................... 11 5.1 Cuidados paliativos e pediatria ........................................................... 13 5.2 Espiritualidade e os cuidados paliativos ............................................. 13 5.3 Sociologia dos cuidados na terminalidade ......................................... 14 6 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE ONCOLÓGICO .. 15 6.1 Princípios ............................................................................................ 16 6.2 Equipe em Home care ........................................................................ 17 7 ASSISTÊNCIA MÉDICA EM ONCOLOGIA .............................................. 18 7.1 Medicina paliativa ............................................................................... 19 8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA ............................. 20 8.1 Cuidados da enfermagem .................................................................. 21 8.2 Enfermagem e pediatria oncológica ................................................... 21 9 PSICOLOGIA E ONCOLOGIA .................................................................. 23 9.1 Aspectos Psicológicos do Paciente de Câncer .................................. 24 9.2 Tratamento psicológico ...................................................................... 25 9.3 Tratamento psiquiátrico ...................................................................... 25 10 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM ONCOLOGIA ............................. 26 10.1 Farmácia hospitalar ......................................................................... 28 10.2 Farmacovigilância ........................................................................... 29 3 11 SERVIÇO SOCIAL EM ONCOLOGIA ................................................... 30 12 ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA EM ONCOLOGIA ............................ 32 13 FISIOTERAPIA EM ONCOLOGIA ......................................................... 33 14 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL EM ONCOLOGIA ................................. 35 15 FONOAUDIOLOGIA EM ONCOLOGIA ................................................. 36 16 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 40 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 ONCOLOGIA O câncer é o nome genérico dado a um grupo formado por mais de 100 doenças, caracterizado pelo crescimento anormal e desenfreado de células que invadem um órgão ou tecido, podendo gerar metástase para outras regiões do organismo (RODRIGUES, et al., 2016, apud MAIA, 2019). De acordo com OLIVEIRA et al (2016) apud SOUZA (2018), [...] os cânceres são causados por diferentes fatores, sendo eles externos como fatores ambientais, culturais e socioeconômicos e fatores internos como condições genéticas e o próprio processo de envelhecimento. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de câncer no mundo deverá aumentar 75% até 2030 e chegar a 90% em países mais pobres. Os autores ainda destacam que os tipos de câncer mais prevalentes nos próximos anos vão variar de acordo com cada país, a depender do estilo de vida, estando associados à má- alimentação, ao sedentarismo, à obesidade, ao tabagismo e a quadros de infecção. (BRASIL, 2011, apud STÜBE, et al. 2015). A estimativa do INCA 2018 relata que os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). No Brasil a estimativa para o biênio 2018-2019, é a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, para cada ano, sendo o câncer de pulmão, mama, próstata, cólon, reto e ânus os mais frequentes entre homens e mulheres no país (INCA, 2017). Apesar dos esforços crescentes voltados para o rastreamento e o diagnóstico precoce, fatores de risco associados ao desenvolvimento desta patologia estão fortemente presentes na população brasileira, destacando-se o tabagismo, a dieta ocidental, a obesidade e o sedentarismo (PANIS, et al. 2018). Existem dois tipos de tumores: os benignos e os malignos. Nos tumores benignos as células se proliferam lentamente e são diferenciadas podendo geralmente ser removidas por cirurgia e na maioria dos casos não tornam a crescer. Nos tumores malignos as células crescem rapidamente, tem um aspecto indiferenciado tendo capacidade de invasão para outras regiões do organismo sendo esta, à forma que caracteriza o câncer. Entre os órgãos que são mais afetados estão o pulmão, a mama, 6 colo do útero, próstata, colón, reto (intestino grosso), pele, estômago, esôfago, medula óssea (leucemias) e cavidade oral (boca). Cada órgão por sua vez pode ser afetado por tipos diferenciados de tumor, menos ou mais agressivos (INCA, 2012, apud DE ARAÚJO, 2016). Segundo MURARA, (2009) citado por DE ARAÚJO (2016), os fatores de risco entrelaçados para caracterizar a origem de câncer podem ter principalmente dois pontos: Origem endógena: onde está relacionado à gênese: Idade; Sexo; Raça; Herança genética; Estado nutricional e de saúde geral. Origem exógena: O ambiente de consumo (alimentos, medicamentos); O ambiente ocupacional (ação de produtos químicos); O ambiente cultural (estilo e hábitos de vida como tabaco e álcool), O ambiente socioeconômico (renda, moradia, escolaridade), que estão relacionados aos hábitos de cada indivíduo ou sua disposição a situações que podem predispor o aparecimento do câncer. Segundo LINS (2018), a Oncologia é uma especialidade que demanda alta complexidade assistencial durante todo o processo terapêutico, além de requerer, dos profissionais de Enfermagem, extrema habilidade relacional e afetiva, considerando as necessidades e especificidades dos usuários. 3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À ONCOLOGIA Segundo INCA (2006), no início do século XX, os países desenvolvidos identificavam o câncer como um problema de saúde pública e implementavam medidas para o seu controle, enquanto, no Brasil, as endemias ocupavam a agenda das políticas de saúde. A primeira proposta governamental de combate ao câncer no Brasil se deu em 1920, mas seu arcabouçoenvolvia, basicamente, a notificação compulsória dos casos e o registro do câncer como causa de óbito. 7 O perfil epidemiológico do câncer, produzido por notificações e registros, levou à criação de unidades específicas para o tratamento, a partir de parcerias entre instituições filantrópicas e a iniciativa pública, além de ações públicas que objetivavam ampliar o conhecimento da população sobre medidas de prevenção SILVA (2019). TEIXEIRA (2012), apud SILVA (2019), em seus estudos cita que até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990, diversas campanhas e programas foram desenvolvidos em prol do combate ao câncer e houve uma ampliação significativa no número de estabelecimentos destinados ao seu tratamento. Em que pese os avanços alcançados, as questões conjunturais do período entre 1940 e 1990, tais como a expansão da lógica privatista, médico- hospitalocêntrica e de medicina liberal especialmente após o golpe militar de 1964, não favoreceram a organização do sistema de saúde de forma satisfatória para um eficiente controle do câncer no Brasil (TEIXEIRA, 2012). Com o SUS, um novo conjunto de políticas foi implementado com o intuito de estruturar a assistência ao paciente oncológico, em diversas frentes de organização. No entanto, não existem publicações sistematizando o volume das normativas publicadas no período e a suficiência destas para organizar e regular o setor (VIDAL, 2017, apud SILVA, 2019). 3.1 Portarias Segundo SILVA (2017), a Portaria nº 170/93, que classifica as unidades de tratamento oncológico em: Centro de Referência (CR) I (aptos para atendimentos a pacientes com qualquer tipo de neoplasia); CR II (aptos ao tratamento dos principais tipos de neoplasias). Em paralelo, houve a normatização dos Centros de Radioterapia e de Quimioterapia isolados, que deveriam, obrigatoriamente, estar vinculados a um CR. A Portaria nº 3.535/98 estabeleceu novos critérios para cadastramento de centros de atendimento de alta complexidade em oncologia. Entre as principais finalidades dessa normativa, destacam-se as estratégias para o atendimento integral aos usuários com câncer e o estabelecimento de uma rede hierarquizada, com definição de fluxos e referências. 8 Com a criação da Portaria nº 113/99, ficou reestabelecida a abertura de serviço isolado de radioterapia e/ou quimioterapia, desde que houvesse referência junto ao hospital geral já cadastrado pelo SUS. Neste período ainda foram identificadas normas estruturantes facilitadoras do desempenho do sistema de atenção ao câncer. Entre elas, destacam-se: 1) a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pelo SUS, nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer (Lei nº 9.797/99); 2) a criação de Centrais de Programação e Regulação da Assistência Oncológica (Portaria nº 1.478/99); 3) a definição do Regulamento Técnico para Transplante de Medula Óssea (Portarias nº 1.312/00, nº 1.313/00, nº 1.315/00, nº 1.316/00, e nº 44/01); 4) o estabelecimento de parâmetros de cobertura assistencial, incluindo a oncologia (Portaria nº 1.101/02); 5) a implantação do Programa Nacional de Assistência à Dor e Cuidados Paliativos (Portarias nº 19/02, nº 472/02 e nº 1.319/02); 6) a instituição do Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata (Lei nº 10.289/01); 7) a inserção de indicadores na atenção básica relacionados aos exames citopatológicos cervicovaginais e às taxas de mortalidade de mulheres por cânceres do colo do útero e de mama (Portaria nº 456/03) (BRASIL, 2014). Portaria nº 2.439/05: A conhecida Política Nacional de Atenção Oncológica (PNAO), é considerada um grande marco para a área da oncologia, principalmente por estruturar a linha de cuidado do paciente com câncer (BRASIL, 2006). Houve então uma ampliação nas atribuições dos demais níveis de atenção componentes da rede com a criação da Portaria nº 874/13. A Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), que substituiu a PNAO, é o grande Marco Legal dessa fase. A Portaria nº 140/2014 foi criada para organizar o sistema, novos critérios e parâmetros que passaram a ser estabelecidos. Essa redefinição buscou ampliar a qualificação e consolidar a atuação dos serviços especializados em oncologia (BRASIL, 2014). Segundo SILVA (2019), pode-se afirmar que, nos poucos anos de normatização, estruturou-se uma política de atenção ao câncer com vários elementos, incluindo normas de estruturação de serviços, de organização e de orientação 9 terapêutica. Houve expansão do número de serviços habilitados em alta complexidade em oncologia, mesmo que insuficiente para as demandas epidemiológicas. 4 PREVENÇÃO, RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER O câncer é uma patologia com localizações e aspectos clínico-patológicos múltiplos e não possui sinais e sintomas patognomônicos podendo ser detectado em seus vários estágios de evolução, tanto histopatológico como clínico. Em grande parte, a dificuldade de seu diagnóstico e a afirmativa de que há suspeita de câncer pode surgir diante dos sintomas, sendo estes, os mais variados possíveis (ARAÚJO, 2013). O câncer, quando detectado em estadiamento avançado, é uma doença com efeitos devastadores, que acarretam substancial estresse e sofrimento. O câncer tem sido consistentemente associado a sintomas psiquiátricos, especialmente ao transtorno depressivo e ao elevado risco de suicídio. Esses agravos tendem a se acentuar na medida em que o prognóstico é reservado. Assim, a doença neoplásica avançada por si só constitui um fator que maximiza a vulnerabilidade ao estresse e ao sofrimento psicológico, que por sua vez potencializa ou contribui para o comportamento suicida (O’MAHONY, 2005, apud DOS SANTOS, 2017). A carga do câncer continuará aumentando nos países em desenvolvimento e crescerá ainda mais em países desenvolvidos se medidas preventivas não forem amplamente aplicadas. Diante dessa realidade, a ingestão de antioxidantes tem se mostrado eficaz no combate aos processos cancerígenos. Assim, há um crescente interesse nos potenciais efeitos preventivos de antioxidantes sobe o desenvolvimento de vários tipos de cânceres (BONNER, 2014, apud DE ARAÚJO, 2016). As dificuldades de tratamento e cura da doença exigiam o desenvolvimento de ações preventivas e levaram os profissionais envolvidos no combate a considerar a prevenção não apenas como medida necessária para evitar novos casos, mas como a principal alternativa enquanto se buscava a cura. 4.1 Prevenção SOUZA (2015), relata que o câncer é uma doença cujo processo tem início com um dano a um gene ou a um grupo de genes de uma célula e progride quando os mecanismos do sistema imunológico de reparação ou destruição celular falham. 10 Diante disso, a prevenção do câncer refere-se a um conjunto de medidas que buscam reduzir ou evitar a exposição a fatores que aumentam a possibilidade de um indivíduo desenvolver uma determinada doença ou sofrer um determinado agravo, comumente chamados de fatores de risco. Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados, ou representar comportamentos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural. Segundo dados do INCA (2012), a prevenção com ênfase nos fatores associados ao modo de vida, em todas as idades, e com intervenções de combate a agentes ambientais e ocupacionais cancerígenos, pode trazer bons resultados na redução do câncer. A participação efetiva dos profissionais de saúde nos programas de educação comunitária para adoção de hábitos saudáveis de vida, como, por exemplo: Parar de fumar; Ter uma alimentação rica em fibras e frutas; Ter uma alimentação pobre em gordura animal; Limitada ingestão de bebidas alcoólicas; Pratica regular de atividade física; Controle do peso, são de extrema importância.Estar atento para a identificação de tais situações é indispensável para a orientação de enfermagem, visando ao autocuidado em domicílio, bem como a tomada de outras decisões, para Para ROCHA (2010), é possível perceber que as campanhas educativas de prevenção do câncer seguem a lógica da educação sanitária que vigorou no país até meados dos anos 1950. A atenção para o risco e o controle por estratégias intervencionistas estavam presentes nos materiais produzidos, com intenção de melhorar os níveis de saúde da população, num país que caminhava rumo à industrialização. No final da década de 1960, a educação sanitária passou a ser denominada educação em saúde. É importante ressaltar que não se tratava apenas de uma mudança terminológica; tentava-se uma transformação conceitual. Além de levar informação sobre doenças e formas de prevenção, o olhar voltava-se para as condições de vida e saúde das populações. O diagnóstico precoce da doença, tal como o câncer de mama, está ligado, indubitavelmente, ao acesso à informação, conscientizando as pessoas sobre a realização do autoexame da glândula mamária, do exame clínico e 11 do exame de mamografia, tríade na qual deve se basear o rastreamento dessa neoplasia (MARINHO, 2003, apud SOUZA, 2015). A maior exposição a agentes cancerígenos está relacionada aos atuais padrões de vida em relação ao trabalho, à alimentação e ao consumo que expõem os indivíduos a fatores ambientais como os agentes químicos, os agentes físicos e os agentes biológicos resultantes de mudanças no estilo de vida das pessoas e do processo de industrialização cada vez mais intenso. Baseados em estilos de vida e em fatores associados ao nível de desenvolvimento econômico, político e social de uma comunidade, os fatores de risco ambientais variam de forma significativa no mundo e incluem ainda como causas componentes as condições climáticas e outras características do ambiente (INCA, 2008). A boa notícia segundo SOUZA (2015) é que parte desses fatores ambientais depende do comportamento do indivíduo, que pode ser modificado, reduzindo o risco de desenvolver um câncer. Algumas dessas mudanças dependem tão somente do indivíduo, enquanto que outras requerem alterações em nível populacional e comunitário. Um exemplo de uma modificação em nível individual é a interrupção do uso do tabaco e, em nível comunitário, a introdução de uma vacina para o controle de um agente infeccioso associado com o desenvolvimento do câncer, como o vírus da hepatite B. A partir da premissa de que é possível modificar o risco de desenvolvimento do câncer, estima-se hoje que cerca de 30% de todas as neoplasias podem ser prevenidas. Nos Estados Unidos, estima-se que pelo menos dois terços das mortes por câncer estão relacionadas com apenas quatro fatores: uso do tabaco; alimentação; obesidade; inatividade física. E todos eles podem ser modificados. SOUZA (2015) destaca que: [...] o conhecimento, a atitude e a importância da prática e do conhecimento do próprio corpo através de ações de autoexame das mamas, por exemplo são fatores que contribuem para a prevenção do câncer. 5 CUIDADOS PALIATIVOS Com os avanços nos últimos anos em medicina preventiva, uma parcela importante dos casos de câncer o cuidado paliativo está focado diretamente no paciente e seus familiares, objetivando o alivio dos sintomas, o suporte psicossocial e 12 espiritual, levando-se em consideração as necessidades, valores do paciente e a sua família. (MANFREDINI, 2014). Devido ao aumento no número de novos casos de câncer, o crescente aumento do número de mortes e por ser uma doença progressiva e que ameaça a continuidade da vida, a necessidade de cuidados paliativos é essencial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos são definidos como cuidado presente e integral promovido por uma equipe multidisciplinar que busca tratar a dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais, tendo como objetivo proporcionar a melhor qualidade de vida possível para pacientes e familiares (OLIVEIRA, 2020). MANFREDINI (2014) cita que, [...] os cuidados paliativos têm como objetivo em antecipar, prevenir e reduzir o sofrimento, oferecendo a melhor qualidade de vida possível, independentemente do estágio da doença. Os sintomas mais comumente reportados por pacientes com câncer: são a dor, anorexia, náusea, fadiga, dispneia e confusão mental. O CP é focado no paciente e seus familiares, objetivando o alívio dos sintomas, o suporte psicossocial e espiritual, levando- se em consideração as necessidades, valores, crenças e cultura do paciente e a sua família. Na prática dos cuidados paliativos é frequente os pacientes apresentarem mais de um sintoma ao mesmo tempo, em consequência ao avanço da doença ou do tratamento sendo assim, torna-se importante poder analisar e ampliar corretamente essas necessidades de cuidado. (MONTEIRO et al, 2010). A intervenção de uma equipe multidisciplinar é fundamental neste contexto, especialmente levando-se em consideração a gênese multifatorial dos sintomas em pacientes com câncer avançado (ISHIKAWA, 2010, apud MANFREDINI, 2014). A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) aponta que essa abordagem de cuidado vem ganhando cada vez mais espaço, porém ainda há uma carência com relação a profissionais qualificados para essa demanda. Talvez seja explicado pelo fato que durante a formação acadêmica em boa parte das instituições de ensino superior há uma lacuna no que tange às instruções acerca dos cuidados paliativos em oncologia e sua importância no desenvolvimento de habilidades e competências para o exercício profissional. Alega-se a falta de especialização do corpo docente, tempo insuficiente, além do favoritismo por outros campos de atuação e interesse (CALDAS, 2018). 13 5.1 Cuidados paliativos e pediatria O cuidado paliativo tem ênfase na melhoria do bem-estar dessas crianças, fornecendo apoio aos seus familiares e atentando para sintomas psicológicos e fornecendo apoio no momento do falecimento e durante a perda do seu ente. Essa modalidade de cuidado centra-se nos elementos sociais, psicológicos, emocionais e místicos, para essas crianças e adolescentes com doenças terminais (MOREIRA, 2018). Sendo assim os cinco princípios da assistência paliativa que são: 1. Veracidade, 2. Prevenção, 3. Não abandono, 4. Conduta ética e legal 5. Proporcionalidade. Vale ressaltar que a assistência paliativa também adentra o ambiente domiciliar, assim como se deve vislumbrar que é de suma importância que seja prestada ao paciente um atendimento humanizado, respeitando sua autonomia e os princípios do cuidar paliativamente (SILVA, et al., 2019). 5.2 Espiritualidade e os cuidados paliativos De acordo com GUIMARÃES (2007), citado por DOS SANTOS (2014), A espiritualidade e a sua relação com a saúde têm-se tornado um claro paradigma a ser estabelecido na prática diária, dado que a doença permanece como uma entidade de amplo impacto em abordagens diversas, desde a fisiopatologia básica até sua complexa relação social, psíquica e econômica. É fundamental reconhecer que estes diversos aspectos estão correlacionados em múltipla interação, sendo importante entender os cuidados médicos, psicológicos e espirituais não só na sua especificidade, mas também, e principalmente, como elementos que se complementam. Segundo RIBEIRO & PINTO (2007), embora o interesse pela espiritualidade e religiosidade no âmbito da saúde sempre tenha existido no curso da história humana, em diferentes épocas e culturas, contudo apenas recentemente a ciência tem demonstrado interesse em investigar o tema. 14 A dor pode ser definida como uma perturbação em determinada parte do corpo. Já o sofrimento é um conceito mais abrangente e complexo, pois atinge o todo da pessoa. Enquanto ador pode ser controlada através de medicamentos, o sofrimento clama por sentido (BARBOSA, 2017). Nesse contexto, BARBOSA (2017) refere-se à espiritualidade como uma busca pelo sentido, que transcende o sofrimento enfrentado na vida, sendo subjetiva e diferente para cada indivíduo, pois está relacionada ao autoconhecimento, além da conexão pessoal a uma força maior e propósito de vida. A palavra espírito deriva do hebraico ruah, que significa "sopro", literalmente associado a sopro de vida. A religião seria posterior à espiritualidade, pois diz respeito a um conjunto de crenças e práticas rituais que caracterizam um grupo que procura dar um significado às situações vivenciadas. A doença desencadeia a procura de significados, a busca pela compreensão dessa vivência avassaladora. As crenças espirituais e religiosas oferecem suporte emocional, social e motivação, além de promover estilos de vida mais saudáveis. Neste sentido, conhecer as crenças do paciente e seus familiares é fundamental para que o profissional de saúde compreenda de forma mais profunda suas necessidades (BOUSO, 2011, apud BARBOSA, 2017). Ajudar pacientes e familiares a encontrar significados para suas experiências segundo BARBOSA (2017), é encarado como um desafio para os profissionais de saúde, que sentem não ter preparo para lidar com a dimensão espiritual, já que a formação na área de saúde não tem como objetivo preparar o futuro profissional para lidar com esse aspecto. Por esse motivo, o interesse acerca da espiritualidade tem aumentado e, consequentemente, a tendência de que a dimensão espiritual e filosófica seja incorporada na assistência da saúde também. 5.3 Sociologia dos cuidados na terminalidade Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se torna prioritário para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade. A terminalidade é definida quando se esgotam as possibilidades de tratamentos curativos. A partir daí, então, a assistência ao doente e à sua família tenta contemplar todas as etapas da doença terminal, proporcionando alívio do sofrimento, evitando medidas fúteis e dando ênfase no interesse do paciente, respeitando seus 15 sentimentos, os desejos de seus familiares e a adequada comunicação entre paciente, familiares e equipe de saúde (BARBOSA, 2016, apud PRADO, 2018). A equipe multiprofissional de saúde tem que lidar com a possibilidade de morte presente cotidianamente no contexto dos cuidados paliativos envolvendo, além do paciente, a família e a equipe de saúde, necessitando de um atendimento especializado à dimensão psicológica de todos os envolvidos (PRADO, 2018). 6 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE ONCOLÓGICO Um aspecto relevante a se destacar no cuidado ao câncer se refere à definição conceitual dos tipos de equipes existentes: multidisciplinar, interdisciplinar. Multidisciplinaridade é definida como um conjunto de disciplinas que trata, simultaneamente, de uma dada questão, sem que os profissionais implicados estabeleçam efetivas trocas entre si (ALMEIDA-FILHO, 2005, apud SILVA, 2018). Segundo SILVA (2018), [...] cada especialista emprega sua metodologia, baseado em suas hipóteses e teorias, sendo que o objeto em questão é visto sob múltiplos pontos de vista, numa justaposição de conhecimentos, ou seja, o mesmo tema é abordado sob ângulos variados, não existindo a perspectiva de síntese. Diante das diversas dificuldades encontradas pelo profissional, algumas áreas podem se destacar pelo seu grau de complexidade como a prestação de assistência a pessoas com câncer. O cuidado ao paciente com câncer tem tido uma evolução exponencial nas técnicas diagnósticas e terapêuticas, contribuindo para uma maior sobrevida e qualidade de vida dessa população. Cabe aos profissionais de saúde acompanhar o desenvolvimento desse cenário complexo de cuidado por meio das investigações científicas, que são os principais recursos para a atualização do conhecimento para o cuidado personalizado ao paciente oncológico (LOPES- JUNIOR, 2019). O paciente oncológico, nas várias fases do tratamento, necessita do profissional conhecimento técnico-científico e habilidades no relacionamento interpessoal com ações de saúde e práticas educativas que minimizem o sofrimento de todos os envolvidos no processo de cuidar (JOMAR, 2017). Segundo SIEGEL, 2018, citado por LOPES-JÚNIOR, 2019), 16 [...] no contexto do câncer, os profissionais de saúde que compõem a equipe multiprofissional apresentam como competências essenciais: prestar assistência, atuar na prevenção, controle, avaliação diagnóstica, tratamento, reabilitação e atendimento aos familiares; além de desenvolverem ações educativas e ações integradas com outros setores da sociedade. A pesquisa na área do cuidado ao câncer é essencial para gerar a base de conhecimento que fundamenta a prática clínica e as políticas públicas neste campo, além de poder identificar o impacto do câncer e do tratamento na vida de pacientes e familiares. Os profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, têm buscado desenvolver métodos e abordagens, protocolos clínicos e intervenções efetivas às reais necessidades dos pacientes com câncer e seus familiares, com vistas ao cuidado personalizado (SIEGEL, 2018). Em uma equipe interdisciplinar há possibilidade de troca de instrumentos, técnicas, metodologia e abordagens entre as disciplinas. Trata-se de um diálogo que leva ao enriquecimento e transformação das disciplinas envolvidas, compreendendo-se o estabelecimento de relações menos verticais entre as disciplinas (SIEGEL, 2018, apud LOPES-JÚNIOR, 2019). Nesse caso, não há uma justaposição entre os elementos disciplinares, mas, sim, uma combinação nova de elementos internos, com trocas entre os saberes para uma tarefa ser realizada em conjunto. Ademais, a multidisciplinaridade traz reflexões e contribuições importantes para a produção científica contemporânea, na medida em que contempla as intersubjetividades e o respeito às diferenças existentes diante de múltiplos olhares e compreensões acerca de um determinado objeto, implicando uma consciência dos limites e das potencialidades de cada campo do saber, na busca de um fazer coletivo, como deve ser o cuidado ao câncer (LOPES- JUNIOR, 2019). LOPES- JUNIOR (2019) ressalta que inúmeros e complexos desafios permeiam a prática interdisciplinar do cuidado personalizado à pessoa com câncer e à sua família. Dessa forma, acolher e valorizar a participação autônoma e colaborativa nas tomadas de decisões compartilhadas na atenção ao câncer demandam dos profissionais de saúde o desenvolvimento de competências, habilidades, atitudes, métodos e abordagens que abarquem as necessidades de assistência, gestão e pesquisa, de modo a primar por um cuidado de qualidade. 6.1 Princípios Conforme RODRIGUES (2012), os Cuidados Paliativos em Oncologia têm como princípios: prestar alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, 17 anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas; reafirmar vida e a morte como processos naturais; integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente; não apressar ou adiar a morte; oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente; oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte; usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto. Assim, por recomendação da OMS-BRASIL (2018) os Cuidados Paliativos são indicados a todos os pacientes portadores de doenças graves, progressivas e incuráveis desde o momento do diagnóstico da doença e com critérios estabelecidos de recomendação para cuidados paliativosquando a doença é detectada em estágio em que a possibilidade de cura é questionável, quando já se esgotaram todas as possibilidades de tratamento curativo ou de manutenção da vida e quando a doença progride. 6.2 Equipe em Home care Segundo a OMS, “cuidados paliativos consistem na assistência realizada por uma equipe multidisciplinar, com o intuito da melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais” (BRASIL, 2015, apud ROLIM, 2019). De acordo com SILVA et al., (2015), [...] a premissa da OMS é que os cuidados paliativos sejam iniciados no momento do diagnóstico da doença, de modo a acompanhar as medidas terapêuticas para objetivar a cura, e caso essa ação não ocorra, medidas paliativas podem ser implementadas com exclusividade, em que o cuidado passe a ser o foco principal em detrimento da cura. Estudo realizados por FROSSARD (2016), aponta a necessidade de um modelo de plano de cuidado que vá ao encontro dos desejos de cada paciente, considerando que ao longo do tempo (mês/ano) ele será influenciado por mudanças no diagnóstico/prognóstico, internação, habilidade, humor, estado de saúde, 18 circunstâncias sociais e funcionais e do processo de trabalho futuro. Ainda segundo este estudo é necessário identificar a realidade de vida do paciente e de sua família, reconhecendo aspectos como a organização familiar, a qualidade das relações, os limites de compreensão da situação, o papel do paciente na família, o impacto às atividades laborais dos potenciais cuidadores, as condições habitacionais e renda familiar. Enfim, compreender a complexidade que é ter um paciente grave para cuidar, especialmente quando as condições de vida e trabalho são precárias. 7 ASSISTÊNCIA MÉDICA EM ONCOLOGIA Os profissionais da equipe multidisciplinar enfrentam algumas dificuldades como diferenças de personalidades, de opiniões e de formação. São inúmeros os benefícios promovidos por uma abordagem multiprofissional, seja para o paciente (que conta com um atendimento especializado multiprofissional) como para os profissionais (que são capazes de exercer suas atividades com maior segurança) (SILVA, 2012, apud BREDA, 2020). O oncologista clínico é responsável por direcionar o tratamento sistêmico do paciente. É ele quem identifica as suas necessidades e o encaminha para realizar quimioterapia e procedimentos específicos com outros especialistas, como cirurgião oncológico e radioterapeuta. Segundos estudos realizados por ADÁN (2008), citado por DA ROSA, (2017), a relação médico-paciente tem sido objeto de interesse na área da saúde, pois uma boa relação está associada a qualidade no cuidado, acordo entre as partes sobre o diagnóstico e tratamento, confiança mútua e comunicação aberta. Segundo os princípios da ética, [...] “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”. É de onde o médico envolve a doença, que passa a ser não mais somente de seu paciente, mas, também, da família do mesmo. E, ainda, que compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente. E vem a tecnologia a favor de nosso paciente e da esperança de seus familiares (FILHO, 2013). 19 Segundo FILHO (2013), a arte de nosso trabalho médico é gerida pela emoção ao tratar um paciente e, de outro lado, a frustração como ângulo obtuso nessa relação ao enfrentarmos a dor do outro, a evolução não favorável e a iminente morte. A prática da medicina em um paciente oncológico, é inevitavelmente permeada por dilemas e angústias, que juntas são capazes de provocar impacto na dimensão emocional do paciente. Grande parte das queixas dos pacientes oncológicos refere- se à dificuldade na comunicação com seus médicos, e não à sua competência clínica. É necessária a percepção do processo de adoecer sob a ótica daquele que se encontra em processo de fragilidade e de ameaça à sua integridade física. De acordo com BASTOS (2017), citado por BREDA (2020), [...] o médico é um dos responsáveis por humanizar a comunicação médico- paciente, estabelecendo uma relação centrada no paciente e não na doença. A percepção do paciente demonstra que a comunicação médico-paciente é um recurso positivo no cuidado em saúde prestado ao paciente oncológico. É nesse contexto que o uso de novas tecnologias gera grande impacto no processo saúde- doença dos pacientes oncológicos. São essas as tecnologias responsáveis por constituírem o núcleo das tecnologias no trabalho, viabilizadoras de um trabalho embasado no vínculo, no acolhimento e na relação médico-paciente, o que contribui para fomentar a autonomia do paciente oncológico diante de limitações decorrentes do progresso da doença (BREDA, 2020). 7.1 Medicina paliativa O propósito da Medicina Paliativa não é a cura, mas sim proporcionar conforto e controle dos sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais do paciente e seus familiares (COSTA, 2016, apud MATEUS, 2019). De acordo com MATEUS (2019), em cuidados paliativos, o foco sai da doença e fica no doente, onde médico e paciente devem atuar em conjunto e cabe ao profissional orientar sem coagir, mostrar os benefícios e as desvantagens de cada intervenção de forma a acessível ao entendimento do doente. Na formação acadêmica atual, uma das grandes lacunas está na falta de discussão acerca da morte e do paliativismo. Pode ser árduo para o aluno, ensinado a pensar mecanicamente na doença e não no doente, aceitar e distinguir o cuidável do curável. Muitos médicos se 20 sentem receosos ao tratar do assunto, temendo ser mal interpretados. Discutir temas como morte, finitude e paliativismo abertamente, pode ajudar na consolidação da formação do indivíduo como humano, além de médico. 8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA A atribuição do enfermeiro é prestar assistência aos pacientes com câncer na avaliação diagnóstica, tratamento, reabilitação e atendimento aos familiares, desenvolvendo ações educativas, ações integradas com outros profissionais, além de apoiar medidas legislativas e identificar fatores de risco ocupacional. Desse modo, este profissional está inserido na prevenção (ROLIM, 2019). A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui-se em uma prática organizada e sistematizada de prestação de cuidados, além de, inclusive, tratar-se de uma questão legal, conforme disposto na Resolução nº 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem. Conforme disposto nesta lei, trata-se de uma ferramenta de trabalho privativa do enfermeiro, que subsidia as ações da assistência de enfermagem, sendo utilizada para direcionar o cuidado ao paciente, com base em pressupostos científicos (OLIVEIRA, 2020) Segundo PERES, et al (2018) citado por OLIVEIRA (2020), baseando-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) é necessário à formação de profissionais de enfermagem capazes de desenvolver competências para atender às demandas sociais com mais qualificação, investindo em uma formação de profissionais críticos, reflexivos, inseridos no contexto histórico-social, pautados por princípios éticos e capazes de intervir nos problemas/situações de saúde da população. Na formação do enfermeiro no Brasil, após mais de uma década da aprovação das DCN, embora se observem avanços nos projetos pedagógicos e nas metodologias de ensino, muitos desafios ainda necessitam ser superados para conseguir o perfil profissional esperado (PERES, et al. 2018). Sendo a oncologia uma das possíveis áreas de atuação do enfermeiro, considerada como uma especialidade que permanece fortemente entreas necessidades da população e demanda alta complexidade assistencial durante o processo terapêutico, é indispensável que os enfermeiros possuam extrema habilidade relacional e afetiva para lhe dar com as necessidades e especificidades dos usuários. Essa área coloca os profissionais em contato estreito com situações de 21 dor, finitude e morte exigindo dos mesmos, resiliência diante do enfrentamento na assistência (LINS & SOUZA, 2018). 8.1 Cuidados da enfermagem O cuidar em enfermagem implica estar atento às queixas subjetivas e mensurar a dor do paciente, para estabelecer um plano de cuidado adequado e individualizado. Com base nesta contextualização, STUBE et al., 2015, citado por ROLIM (2019), apontam que a dor é percebida pelas enfermeiras por meio de relatos verbais, expressão facial e pelo olhar, sendo que somente 52% avaliam a dor juntamente com os demais sinais vitais. Também se associam a dor, fatores fisiológicos como a taquicardia, taquipneia, aumento da pressão arterial, palidez, sudorese e alterações das tensões musculares. Cita-se ainda a ansiedade, resposta emocional e comportamental frequente em situações de dor. Segundo PEREIRA (2015), citado por ROLIM (2019), em situações de pacientes oncológicos com quadro álgico, os cuidados não farmacológicos mais utilizados são a aplicação de calor e/ou frio, massagem manual, relaxamento e distração dirigida. Mesmo sendo as mais utilizadas, ainda são pouco exploradas, pelo fato de serem insuficientes que pode ser justificado por recursos materiais e humanos insuficientes, pela carência de anotações e registros quanto à satisfação do paciente diante das intervenções citadas. 8.2 Enfermagem e pediatria oncológica Fonte: hcp.org.br 22 O câncer na infância é consideravelmente raro, porém vem se tornado, nos últimos anos, uma das principais causas de óbito entre crianças com faixa etária abaixo dos 15 anos. Não se pode negar que o avanço tecnológico bem como a valorização do diagnóstico precoce sobreleva os índices e sobrevida das crianças acometidas por câncer, porém também existem, dentre elas, as que não terão êxito em curar a neoplasia, então, diante disso, é indicada a terapêutica paliativa até sua terminalidade (SILVA, et al., 2011, apud FERREIRA, 2021). Dentre as inúmeras neoplasias que acometem a criança estão as leucemias, os tumores cerebrais, os linfomas, os tumores renais, os sarcomas e outras, representando, assim, de 1 a 3% de cânceres na população (FRANÇA, et al., 2017, apud FERREIRA, 2021). Segundo ROLIM (2019), a abordagem dos cuidados paliativos na oncologia pediátrica vai além, envolvendo ações, atitudes que permitem a família junto com a criança expressarem seus sentimentos, medos, anseios e esperanças, permitindo condições de enfrentamento do processo, o que inclui ações simples como o toque, a escuta, estar sensível e perceptível ao sofrimento do outro. A hierarquia na assistência paliativa pediátrica profissional se dá em três níveis articulados: Básico: cujos profissionais dispõem de pós-graduação em pediatria, identificando crianças com necessidades paliativas e referenciando-as rapidamente a níveis superiores de atenção; Generalista: cujos profissionais ostentam interesse e cursos em cuidados paliativos infantis e possam estruturar planos de capacitação de recursos humanos e/ou planos individuais de intervenções em crianças adoecidas; Especializado: cujos profissionais possuem formação especializada, transitando pelos demais níveis, desempenhando pesquisas na área e prestando cuidados em casos complexos (APCP, 2014, apud SOUZA, 2018). O enfermeiro é responsável pela gerência do cuidado de enfermagem e desenvolve ações múltiplas que incluem planejamento, organização e prestação do cuidado, realizando treinamento, supervisão, educação de pacientes e familiares, tanto no ambiente hospitalar como no cuidado domiciliar (SILVA et al., 2019, apud ROLIM, 2019). 23 9 PSICOLOGIA E ONCOLOGIA A psicologia é uma das profissões da saúde cuja inclusão em equipes de acompanhamento de pacientes com câncer é regulamentada por lei, através da Portaria nº 3.535 do Ministério da Saúde, publicada em 14 de outubro de 1998, que determina que toda equipe responsável pelo tratamento de pessoas com câncer tenha, entre seus profissionais, um psicólogo (SAMPAIO, 2008, apud PIO, 2020). A atuação do psicólogo no ambiente hospitalar é reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) através da Resolução nº 013/2007, a qual especifica algumas de suas atribuições: [...] atende a pacientes, familiares e/ou responsáveis pelo paciente membros da comunidade dentro de sua área de atuação; membros da equipe multiprofissional e eventualmente administrativa, visando o bem-estar físico e emocional do paciente; [...] tendo como sua principal tarefa à avaliação e acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou serão submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente à promoção e/ou a recuperação da saúde física e mental. Promove intervenções direcionadas à relação médico/paciente, paciente/família, e paciente/paciente e do paciente em relação ao processo do adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste processo. (CFP, 007, p. 21-22, apud PIO, 2020). O câncer é reconhecido como uma doença crônico-degenerativa que atinge milhões de pessoas no mundo. É uma patologia que pode interferir de forma significativa na vida do sujeito e de seu familiar/cuidador. Neste contexto, surge a Psico-oncologia, uma área de interface entre a Psicologia e a Oncologia (INCA, 2014). Apesar de novas tecnologias para o tratamento do câncer surgirem diariamente, esta patologia ainda é encarada como sinônimo de morte e sofrimento profundo. Para muitas pessoas, receber um diagnóstico de câncer é algo considerado devastador, onde sentimentos de incertezas, perdas, medos e angústias começam a fazer parte do dia-a-dia do indivíduo acometido pela doença e também das pessoas próximas a ele, como é o caso de amigos e família (ALMEIDA, 2018). SCANNAVINO (2013) citado por ALMEIDA (2018), diz que a psicologia da saúde engloba as diversas possibilidades de entender e ter um enfrentamento no processo de saúde e doença, fazendo com que seja visto não somente a doença, mas a percepção do indivíduo sobre o processo de adoecimento. A psico-oncologia é uma especialidade da psicologia da saúde que interliga os saberes da psicologia com a oncologia. 24 COSTA (2001) argumenta que no decorrer dos últimos anos a psico-oncologia se constituiu como uma importante e indispensável ferramenta para a promoção das condições de qualidade de vida do paciente com câncer, facilitando o processo de enfrentamento de eventos estressantes, relacionados ao processo de tratamento da doença. Desta forma: Ao contrário do que ocorria no passado, quando indivíduos com diagnóstico de câncer eram estudados apenas em termos de quantos sobreviviam, e por quanto tempo, [...] hoje a interface Psicologia-Oncologia traz à tona uma preocupação mais ampla: a qualidade de vida da pessoa com câncer (GIMENES, 2003, p. 35). NEME (2010), citado por PIO (2020) afirma que a psico-oncologia representa uma ampla área de estudos e de atuação profissional e tem como principais objetivos: A prevenção do câncer, o tratamento e a assistência integral ao paciente oncológico e seus familiares; A formação de profissionais de saúde; A realização de pesquisas que possibilitem a sistematização dos conhecimentos produzidos e que conduzam a novos caminhos. A psico-oncologia é definida por GIMENES (2003), citado por PIO (2020), como uma área de interface entre a oncologia e a psicologia, tomando por base concepções de saúde e doença inerentes ao modelo biopsicossocial. Complementando este conceito, COSTA (2001) descreve a psico-oncologia como umcampo interdisciplinar da saúde que estuda a influência de fatores psicológicos sobre o desenvolvimento, o tratamento e a reabilitação de pacientes com câncer. A psico-oncologia tornou-se uma importante ferramenta de promoção à saúde e avaliação dos processos psicológicos envolvidos no surgimento e desenvolvimento do câncer, e também na efetivação da qualidade de vida, na avaliação e identificação do papel psicossocial da prevenção e do tratamento do câncer 9.1 Aspectos Psicológicos do Paciente de Câncer Ao receber o diagnóstico de câncer, uma doença que traz tantos sofrimentos e preocupações, cria-se uma situação disfuncional não só para quem é por ele 25 acometido, mas também para todos que o cercam, uma vez que se veem surpreendidos por um momento de grande estresse, que leva a mudanças de comportamento. Esses comportamentos irão definir quais estratégias serão utilizadas para os momentos de confrontação com a situação de adoecimento. É possível supor que o diagnóstico de câncer desencadeará sentimentos e avaliações cognitivas, as quais, influenciadas pelas experiências anteriores e diferenças singulares, resultarão em comportamentos peculiares de ajuste, cujo objetivo é enfrentar o estresse e a ansiedade resultante desse momento danoso. A percepção de um indivíduo direciona a forma de enfrentamento diante de uma situação estressante (COSTA & LEITE, 2009, apud PEREIRA, 2016). 9.2 Tratamento psicológico O trabalho do profissional da área de psicologia consiste em prestar um suporte psíquico em situações que geram estresse, depressão, sofrimento, além de fornecer apoio emocional à família e aos profissionais envolvidos na situação. Deve-se, principalmente, permitir à família conhecer e compreender o processo da doença nas suas diferentes fases, além de buscar a todo tempo, maneiras de o paciente em fase final de vida ter sua autonomia respeitada (PORTO, 2010, apud LUCENA, 2019). LUCENA (2019) relata que esse profissional tem como papel identificar maneiras de troca entre paciente, família e a unidade de cuidados, objetivando a promoção de uma boa adesão à assistência proposta. Além disso, o atendimento psicológico pode ajudar os pacientes a quebrarem o silêncio e falarem mais sobre a doença, fornecendo as informações necessárias ao tratamento, que muitas vezes é negado pela própria família. Esta, muitas vezes, considera melhor manter o paciente sem a informação. 9.3 Tratamento psiquiátrico A depressão é um dos problemas psiquiátricos de diagnóstico mais difícil em pacientes oncológicos, pois muitos sintomas do câncer e efeitos colaterais do tratamento se sobrepõem aos sintomas desse transtorno. Ela corresponde a um sentimento psicopatológico de tristeza, acompanhado de sintomas afetivos, neurovegetativos, ideativos, cognitivos e até psicóticos (FERREIRA, 2016). 26 De acordo com LUCCHESE (2014), os transtornos psiquiátricos em pacientes com câncer frequentemente não são diagnosticados e, portanto, não tratados. As barreiras para o tratamento podem decorrer da incerteza sobre o diagnóstico e o tratamento, além do tempo, por vezes limitado, para investigar questões emocionais e dos custos associados ao tratamento. A própria natureza dos transtornos psiquiátricos, muitas vezes, é atribuída ao próprio câncer. 10 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM ONCOLOGIA A Resolução nº 288 de 1996 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), determina que é atribuição privativa do farmacêutico a competência para o exercício da atividade de quimioterapia e de manipulação de drogas antineoplásicas e demais medicamentos que possam causar risco ocupacional ao manipulador (teratogenicidade, carcinogenicidade e/ ou mutagenicidade) nos estabelecimentos de saúde públicos ou privados (RECK, 2019). De acordo com a RDC 220-2004 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que estabelece que a Equipe Multiprofissional de Terapia antineoplásica (EMTA) deve estar composta de no mínimo um farmacêutico, um enfermeiro e um médico especialista, já que por ser uma doença cujo tratamento na maioria das vezes é doloroso, a sua integração é eficaz e importante para o sucesso no atendimento. Os fármacos utilizados na terapia antineoplásica têm a capacidade de impedir o desenvolvimento de processos vitais das células tumorais, porém não possuem uma especificidade para estas células, podendo agir também em células saudáveis do organismo, desse modo muitos medicamentos apresentam uma janela terapêutica estreita, ou seja, a dose usual é próxima a dose tóxica e muitos também podem ser classificados carcinogênicos. Segundo ABREU (2016), geralmente, as reações adversas são: Náuseas e vômitos; Supressão da medula óssea; Alopecia; Toxicidade pulmonar; Neurotoxicidade; Toxicidade renal; 27 Cardiotoxicidade; Lesão godonal e Esterilidade. Vale destacar que os efeitos adversos são um fator que influencia para não adesão à terapia pelo paciente e podem interferir na efetividade, provocando um avanço da doença (ABREU 2016). Fonte: inaff.org.br De acordo com DA SILVA (2017), a terapia do paciente oncológico necessita de diversos tratamentos combinados, sendo relevante um acompanhamento individualizado e especializado, considerando as suas necessidades. Nesse contexto, é de suma importância que a equipe multiprofissional faça a orientação adequada ao paciente durante todo o tratamento. Mais recentemente, o farmacêutico ocupou seu espaço nessa equipe de profissionais, tornando-se indispensável para a qualidade do processo farmacoterapêutico. O acompanhamento do farmacêutico aos pacientes em tratamento oncológico constitui uma importante ferramenta para a redução de erros de medicação no tratamento, tornando-o mais eficaz e melhorando a qualidade de vida do paciente, pois uma de suas tarefas é garantir que a terapia medicamentosa do doente esteja devidamente adequada e que seja a mais segura e conveniente ao paciente. Segundo LEÃO (2012) citado por DA SILVA (2017), A Atenção Farmacêutica é uma prática profissional voltada para o paciente onde o farmacêutico fará o aconselhamento e monitoramento da terapia farmacológica em que o paciente está inserido, prestando todas as informações necessárias em relação ao medicamento para garantir a adesão 28 ao tratamento e uso racional do medicamento. Por meio desta atenção o farmacêutico torna-se corresponsável pela qualidade de vida do paciente. A atuação do farmacêutico em oncologia é uma realidade presente em praticamente todos os serviços de quimioterapia. Embora tenha iniciado sua atuação exclusivamente nas atividades de manipulação e gerenciamento de quimioterápicos, tornou-se peça fundamental para a garantia de qualidade dos procedimentos. Além das atribuições relacionadas ao preparo da terapia antineoplásica, cabe ao farmacêutico compor a equipe multiprofissional nas visitas aos pacientes submetidos ao tratamento oncológico (BRASIL, 2012). Conhecer os aspectos farmacológicos, suas propriedades, mecanismos e efeitos adversos dos medicamentos, é o principal fator para o sucesso e qualidade da farmacoterapia de um paciente, uma vez que faz do farmacêutico uma peça fundamental em todo o processo de tratamento 10.1 Farmácia hospitalar A política de prevenção e tratamento de câncer no SUS é de responsabilidade compartilhada entre Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais de Saúde. Com a organização do atendimento aos pacientes com câncer deve ser realizada de forma integral. (BRASIL, 2010). Em 2010, a Portaria GM nº 4.283 consolidou-se, no sentido de melhorar a gestão da AF hospitalar, estratégias e diretrizes relacionadas à gestão do ciclo da AF para os serviços de farmácias, essas ações assistenciais da equipe multiprofissional como o gerenciamento de tecnologias, a distribuição e dispensaçãode medicamentos e a manipulação de produtos, e as ações da informação, da estrutura física e de recursos humanos. (BRASIL, 2010). A principal função da farmácia hospitalar é garantir a qualidade da assistência dada ao paciente ou usuário por meio do uso racional e seguro de medicamentos e afins, adequando sua aplicação à saúde coletiva quanto individual. (PEREIRA, 2017). A farmácia hospitalar desenvolve atividades clínicas que são organizadas em concordância com as necessidades do hospital, onde o serviço está inserido. Essas atividades também podem ser percebidas sob o ponto de vista da organização da assistência farmacêutica que inclui seleção de medicamentos, programação, aquisição e armazenamento adequado, manipulação quando necessário, 29 dispensação e distribuição com garantia de segurança e acompanhamento da utilização e orientação ao paciente. (KAZMIRCZAK, 2016). Em relação aos serviços farmacêuticos ao paciente consisti também no aconselhamento e na supervisão do tratamento, esse aconselhamento deve abranger os efeitos dos citostáticos e da terapêutica utilizada, técnicas de administração, dos efeitos adversos e possíveis interações medicamentosas. (BRASIL, 2004). A Farmacoterapia envolve o uso de medicamentos na prevenção ou tratamento de doenças por tanto, o farmacêutico está sendo a principal chave em várias etapas da terapia (PEREIRA, 2017). 10.2 Farmacovigilância O profissional farmacêutico na farmacovigilância oncológica visa contribuir na identificação de eventos ou reações adversas aos medicamentos utilizados durante o esquema terapêutico designado pela equipe médica, assim como sugerir modificações ou alterações no esquema terapêutico visando eliminar ou minimizar os eventos ou reações adversas aos medicamentos, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida ao paciente durante o período de internamento RECK (2019). VISACRIET, al. (2014), afirma que na equipe multiprofissional de quimioterapia, a presença do farmacêutico é necessária na elaboração de manuais de normas e de procedimentos farmacêuticos, já no âmbito da farmacovigilância ele é responsável pela detecção e identificação de reações adversas, além da proposta de medidas de intervenção e prevenção, otimizam a terapia e minimizam a ocorrência de internações. LARA (2009), citado por RECK (2019), em seu estudo diz que a participação deste profissional, na área da farmacovigilância, tem colaborado muito com a detecção e identificação de reações adversas, de fatores de risco para o desenvolvimento destas, além de ele propor medidas de intervenção e prevenção, visto que as reações adversas a medicamentos são algumas das causas de internação, onerando os custos da instituição. A implantação de sistema de detecção e prevenção de erros de medicação, segundo ROSA (2003), deve ser um dos objetivos das ações da farmacovigilância realizadas nas instituições de saúde. Para tanto é preciso estabelecer uma sistemática contínua de avaliação para que não somente seja possível diminuir a incidência de erros, como também contribuir para identificação e relato de novas possibilidades, até 30 então consideradas, equivocadamente, como reações adversas. Estes sistemas também podem contribuir para a identificação de ocorrências que normalmente seriam mantidas em sigilo. Neste sentido, é importante que haja modificação na abordagem do erro, relacionando-o ao sistema e não ao indivíduo. 11 SERVIÇO SOCIAL EM ONCOLOGIA A profissão de Serviço Social surgiu associada ao agravamento das mazelas sociais, tendo como função a execução das ações socais destinadas à população empobrecida e por objetivo amenizar os conflitos entre a classe proletária e a burguesa. Logo, desde sua origem o Serviço Social encontra-se em meio aos divergentes interesses entre essas duas classes sociais fundamentais (DA SILVA, 2019). De acordo com CASTRO (2000) o surgimento do Serviço Social na América Latina ocorreu primeiramente no Chile, no ano de 1925, com a primeira escola de Serviço Social, fundada pelo médico Alejandro Del Rio, como uma subprofissão subordinada à profissão médica. No Brasil, o Serviço Social surgiu nos anos de 1930, iniciando no interior do bloco católico, como maneira da igreja impor sua hegemonia ideológica ou doutrinaria. Neste contexto, BRAVO (2014, p.153) citado por DA SILVA (2019), registra que: “O Serviço Social sendo ligado à ação social da igreja fazia parte de uma estratégia de reação e reagrupamento de forças, antigas prerrogativas com a constituição de poderosa organização de massa”. A intervenção profissional do assistente social inicialmente se foca no traçado do perfil biográfico dos usuários iluminando a situação socioeconômica e os aspectos culturais inerentes. O profissional se preocupa em avaliar as redes de suporte social para acioná-las quando necessário; orienta-os sobre questões legais, burocráticas e de direitos e, ainda se constitui como elo/interlocutor entre paciente/família e equipe interdisciplinar em questões pertinentes ao cuidado disponibilizado. Nessa direção, torna-se imprescindível a compreensão do contexto familiar na perspectiva dos novos rearranjos familiares. De acordo com MIOTO (1997, p.120), citado por DA SILVA (2019) a família: 31 Pode ser definida como núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos. Ela tem como tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus membros, e se encontra dialeticamente articulada com a estrutura social na qual está inserida. A família tem um papel importante no cuidado e contribui no processo de “uma boa morte” (MARINHO, 2011) ao paciente oncológico em Cuidado Paliativo, sendo considerada uma parceira para o profissional de Serviço Social e demais integrantes da equipe que o assiste. A atuação do assistente social em equipes de atenção paliativa pode ser resumida em: conhecer o paciente, família e cuidadores nos aspectos socioeconômicos visando ao oferecimento de informações e orientações legais, burocráticas e de direitos, imprescindíveis para o bom andamento do cuidado ao paciente e para a garantia de morte digna, no caso de pacientes em Cuidados de Fim de Vida-CFV. Cabe a esse profissional, também, avaliar a rede de suporte social dos envolvidos e acioná-la em situações apropriadas; conhecer e estabelecer uma rede intrainstitucional no intuito de garantir atendimento preciso ao paciente, além de constituir-se como interlocutor entre paciente/família e equipe nas questões relacionadas aos aspectos culturais e sociais que envolvem o cuidado de forma geral (ANDRADE 2009, p.221). De acordo com BRAVO (2014), para o assistente social que atua no campo da saúde, se torna importante trazer à tona a afirmativa que a saúde é uma das políticas sociais que manifesta uma diversidade de demandas relacionadas às necessidades básicas dos cidadãos. Destacam-se, ainda, as manifestações de vontade dos pacientes em Cuidados Paliativos Oncológicos no que diz respeito ao atendimento médico e demais aspectos relacionados ao seu tratamento, incluindo as Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV). O assistente social tem um papel fundamental para o paciente, familiares e/ou amigos e equipe multiprofissional quando disponibiliza o apoio social para o paciente em condições de vulnerabilidade. Destacam-se as intervenções direcionadas à qualidade de vida nos momentos finais de vida, possibilitando uma morte digna ao paciente, bem como no auxílio à família, visando manter uma estabilidade emocional e social. O profissional de Serviço Social atua de forma interdisciplinar contribuindo para a manutenção de condições que amenizem as problemáticas enfrentadas e o sofrimento decorrente da situação de terminalidade do ente querido. Entende-se que 32 a mortepode ser definida como a cessação definitiva da vida. O morrer, como o intervalo entre o momento em que a doença se torna irreversível e aquele em que o indivíduo deixa de responder a qualquer medida terapêutica, progredindo inexoravelmente para a morte. CARVALHO (2008, p.200) pontua que: O câncer suscita nos seres humanos vários tipos de medo da morte: da morte com dor, da morte com alívio, da morte em fantasia da morte dos sonhos da vida, da morte que provoca rupturas, da morte como erro e fracasso do médico, da morte como fracasso dos recursos tecnológicos, da morte ameaçada e avisada. A incidência em maior ou menor grau de um dos tipos de medo da morte citados, fica sempre na dependência da característica individual de cada membro do sistema, da sua história, das suas crenças a respeito da morte e da dinâmica existente na família no momento da demanda desencadeada pela doença. 12 ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA EM ONCOLOGIA A terapia antineoplásica traz diversas complicações, sendo as lesões bucais uma das principais. Dados da literatura mostram que cerca de 40% dos pacientes oncológicos apresentam repercussões bucais agudas, como mucosite, aftas, candidíase, herpes, gengivites, hemorragias gengivais, infecções fúngicas, virais e bacterianas, xerostomia, alterações no paladar, distúrbios na formação dos germes dentários e trismo muscular, além de vômitos, náuseas, diarreia, mucosite gastrointestinal, eritema, erupções, maculo papilar, dermatite, entre outras patologias (CAVALCANTE, 2017, apud ZOCANTE, 2020). A radioterapia e a quimioterapia agem de forma inespecífica, afetando não apenas as células neoplásicas, que se reproduzem de maneira desordenada, mas também as células do tecido sadio, gerando reações adversas em nível sistêmico e na cavidade bucal (FREIRE, 2006, apud VOLPATO, 2014). Lamentavelmente, grande parte dos hospitais brasileiros não possui a participação do cirurgião-dentista em seu corpo clínico, sendo fundamental que haja uma avaliação estomatológica efetiva e a criação de um protocolo de atendimento, tanto na fase de diagnóstico quanto durante o tratamento antineoplásico, podendo reduzir os efeitos colaterais dessa terapia, prevenir possíveis complicações e reduzir o tempo de internação, trazendo um aumento na qualidade de vida e melhores condições de cura para esses pacientes (HESPANHOL et al., 2012, apud VOLPATO, 2014). 33 Segundo MEDEIROS-SERPA (2018), o cirurgião-dentista destaca-se entre os profissionais envolvidos na equipe multiprofissional responsável pelo tratamento do paciente oncológico, pela sua capacidade no diagnóstico, prevenção, estabilização e tratamento de alterações na cavidade bucal que comprometem a qualidade de vida do paciente antes, durante e depois da terapêutica antineoplásica. 13 FISIOTERAPIA EM ONCOLOGIA A fisioterapia em oncologia é uma especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico (INCA, 2012). Segundo MUNARETTO (2016, apud DO NASCIMENTO, 2017), o fisioterapeuta especialista em oncologia atua nos 4 pilares da esfera oncológica: promoção, rastreamento, tratamento e cuidados paliativos (MUNARETTO, 2016). P mesmo autor ainda relata que a fisioterapia atua no Pré e pós-operatório de cirurgias de mama, cabeça e pescoço, tumores ósseos e de partes moles, coluna, cirurgias pélvicas (urro e ginecológicos) e torácicos-abdominais. Também se faz necessário durante o tratamento de radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Devem utilizar tratamento fisioterapêutico pacientes com sintomas relacionados à doença e seus tipos de tratamento, onde é comum encontrar presença de dor persistente, fibroses, retrações e aderências cicatriciais, encurtamento musculares e entre outro. Fonte: com.com.br Vale ressaltar que a fisioterapia contribui através de métodos de terapia manual, alongamentos, exercícios passivos e ativos para fortalecimento muscular, 34 cinesioterapia, eletroterapia, termoterapia e crioterapia. Os tratamentos atuais têm como principal objetivo proporcionar uma boa qualidade de vida para estes pacientes, sendo cada vez mais necessário o envolvimento ativo de uma equipe multidisciplinar. A fisioterapia é parte integrante das equipes multidisciplinares onde se trabalha os aspectos funcionais do indivíduo, visando à reabilitação dos movimentos e prevenindo disfunções (CORREIA, 2014, apud ONCOGUIA, 2015)). Para o fisioterapeuta oncológico, é fundamental ter conhecimento do estádio em que se encontra o paciente. A má utilização dos recursos fisioterapêuticos poderá contribuir com a proliferação celular nas redes linfáticas e sanguíneas (ONCOGUIA, 2015). Podemos citar a atuação do fisioterapeuta em dois momentos: Pré-diagnóstico: através de medidas de prevenção (pré-triagem), através de orientações sobre estilo de vida e a triagem propriamente dita quando é feito a detecção. Pós diagnóstico: onde a fisioterapia auxilia o paciente a se preparar para o tratamento oncológico, aumentando sua capacidade física, força e endurece, para que se consiga guardar sua forma física por mais tempo, ou seja, manter a autonomia, reabilitando esse paciente com o intuito de promoção de saúde e sobrevida de qualidade. Também podemos promover conforto aos pacientes que precisam ser paliados, diante de um quadro de progressão de doença incurável, buscando qualidade de vida dentro das limitações (BRAY, 2018, apud LUCENA, 2021). A Fisioterapia Oncológica atua com olhar diferenciado no pré e pós-operatório de cirurgia oncológicas, e durante o tratamento de quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e hormonioterapia, uma vez que estes tratamentos podem causar disfunções no paciente como: dor, limitação de amplitude de movimento, linfedema, fibrose, encurtamentos musculares, neuropatias, déficit de força muscular, alterações respiratórias e motoras, incontinência urinária e fecal, estenose vaginal entre outras. Estas disfunções irão variar de acordo com o tipo de tumor e tratamento indicado. De acordo com LUCENA (2021), cabe aos fisioterapeutas indicar qual o melhor tratamento fisioterapêutico para o paciente de forma individualizada, pois cada paciente apresenta demanda única e diferenciada. 35 14 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL EM ONCOLOGIA Fonte: gastrovale.com.br Os pacientes em estado de doenças avançadas, como no caso do câncer, sofrem de muitos sintomas decorrentes não só da enfermidade, mas também dos grandes efeitos colaterais causados pelo tratamento de quimioterapia e radioterapia. Dentre esses sintomas, destacam-se as alterações fisiológicas que impedem o paciente de se alimentar normalmente, as quais podem favorecer quadros de anorexia, decorrentes, sobretudo, da síndrome de caquexia, a qual é muito frequente em pacientes com câncer terminal. Desse modo, a nutrição inadequada do paciente oncológico contribui para a piora no prognóstico da doença e reduz a sua qualidade de vida do mesmo, tornando o tratamento muito mais doloroso e demorado (PINTO, 2018). O acompanhamento nutricional é fundamental na aplicabilidade dos cuidados paliativos aos pacientes oncológicos, como o uso da alimentação artificial, que auxilia na melhora do balanço energético e desacelera o processo de caquexia, atuando na manutenção do peso e redução do processo catabólico. Logo, o papel do nutricionista no tratamento paliativo transforma a função meramente fisiológica de nutrir e atua nos aspectos social e psicológico, propiciando a melhora do estado de isolamento social e o enfrentamento do estágio terminal do câncer de maneira menos dolorosa (BENARROZ, 2009, apud DUARTE, 2020). Segundo DUARTE (2020), é essencial que o nutricionista esteja atento à importância da assistência nutricionalno tratamento paliativo e da sua inserção nas equipes voltadas aos cuidados paliativos, para que em conjunto com outros 36 profissionais da saúde possibilite maior qualidade de vida durante o processo patológico. A intervenção nutricional poder reduzir o grau de mucosite e de dor, conforme relatado por SCHIRMER, et al., (2012), citado por VOLPATO (2014), quando realizaram uma pesquisa em 24 pacientes do ambulatório de Serviços e Cuidados Paliativos do Hospital Erasto Gaertner, no período entre agosto de 2010 e setembro de 2011. Durante 15 dias foi realizada uma intervenção nutricional por meio de bochechos com chá de camomila industrializado, frio, três vezes ao dia, restrição de alimentos ácidos, secos, duros e picantes, bem como sal e alimentos muito quentes. Após o tratamento, os pacientes foram reavaliados, trazendo resultados significantes. 15 FONOAUDIOLOGIA EM ONCOLOGIA O fonoaudiólogo é o responsável pela avaliação e reabilitação das funções da audição, cognição, comunicação oral e escrita, respiração, mastigação e deglutição. Ele atua na linha de cuidado integral do câncer junto à equipe multiprofissional, tanto na atenção primária (prevenção, promoção, rastreamento/detecção precoce, suporte e cuidados paliativos), como na atenção especializada no acompanhamento desde a fase do diagnóstico, pré, durante e após o tratamento cirúrgico e/ou clínico na reabilitação das funções da audição, comunicação oral e escrita, e principalmente nas funções relacionadas à fonoarticulação, alimentação/mastigação/deglutição. Fonte: rededorsaoluiz.com.br A importância da voz não pode ser subestimada, porém é um dos instrumentos de comunicação mais básicos, no qual transmitimos pensamentos, desejos e emoções. A fonoarticulação apresenta uma importância pessoal, social e econômica. 37 Assim sendo, geralmente quanto maior a dependência da comunicação na vida profissional e social de uma pessoa, mais devastadores serão os efeitos de um distúrbio fonatório e/ou articulatório em sua vida. O tratamento fonoaudiológico irá sempre considerar aspectos multifatoriais, como condições de saúde, comorbidades, demanda comunicativa e características psicossociais para melhor definição do planejamento terapêutico (FURIA, 2018). De forma mais específica, a fonoaudiologia tem uma atuação extensa com os pacientes de câncer de cabeça e pescoço. O tratamento do câncer é complexo, geralmente envolve o trabalho de diversos especialistas treinados e experientes, em locais com infraestrutura suficiente para atender a todas as necessidades do paciente (diagnóstico, estadiamento, métodos de tratamento, tratamento de complicações e reabilitação integral, ou seja, física, psicológica e social) (KOWALSKI, 2000, apud FURIA,2018). As cirurgias que comprometem as estruturas da cavidade oral, orofaringe, nasofaringe, laringe e hipofaringe, tireoide podem acarretar sequelas temporárias e/ou permanentes, em maior ou menor grau principalmente em relação à alimentação via oral, fonoarticulação e inteligibilidade de fala. Segundo dados colhidos por FURIA (2018), essas sequelas são consideradas pelos pacientes como importantes do ponto de vista funcional, estético e social. Nos últimos trinta anos tem se dado valor a pesquisas que apontem os resultados funcionais, no que diz respeito à deglutição, voz, fala e qualidade de vida na percepção do próprio paciente. Nos tumores de cavidade oral a atuação fonoaudiológica é bastante complexa e geralmente individual, haja vista a grande possibilidade de cirurgias de acordo com o tamanho e localização da lesão. Destacamos as ressecções isoladas de uma estrutura parcial, subtotal ou total como glossectomias, mandibulectomias, ressecções de palato duro e/ou mole, ressecções de lábio superior ou inferior, ressecções de assoalho de boca ou pelvectomias. Diante da diversidade de possibilidades cirúrgicas, a fonoterapia dependerá das alterações apresentadas no momento da avaliação (fala-ressonância- articulação e deglutição). A atuação conjunta do fonoaudiólogo com o cirurgião buco- maxilo-facial na adaptação de próteses e/ou implantes é extremamente valiosa na otimização dos resultados estéticos e funcionais. Nas ressecções de palato duro, a adaptação de placas obturadoras ou reconstruções promovem melhora significativa 38 na qualidade vocal com redução do escape de ar e consequente eliminação ou diminuição da hipernasalidade Avaliação e reabilitação fonoaudiológica Segundo FURIA (2018), A avaliação da fonoarticulação e deglutição é realizada por meio da definição de queixa, identificação dos sinais e sintomas, estudo de prontuário e histórico clínico do paciente durante a anamnese, além da avaliação clínica propriamente dita e a avaliação instrumental. Especificamente falando da avaliação fonoaudiológica, é imprescindível uma boa qualidade de documentação da informação, com gravadores digitais e microfones profissionais e, sempre que possível, uma filmadora para registros visuais dos pacientes e sua comunicação, para posterior análise e eventuais utilizações no processo de reabilitação. Exames objetivos como a videoendoscopia da deglutição (nasofibroscopia da deglutição) e a videofluoroscopia podem ser necessários para complementação diagnóstica e planejamento terapêutico das disfagias, principalmente nos casos em que há a suspeita da aspiração silente, ou seja, quando há alteração importante de sensibilidade que não é detectável na avaliação clínica. Ambos os exames possibilitam a visualização e caracterização das disfunções anatômicas/funcionais, de forma macroscópica ou por imagem, variando as consistências e volumes de ingesta oral, além de testar manobras posturais, de proteção de via aérea e de limpeza faríngea. Enquanto a videoendoscopia da deglutição permite essa avaliação macroscópica apenas da fase faríngea, a videofluoroscopia ou videodeglutograma permite a avaliação da imagem dinâmica de todas as fases da deglutição (SANTORO, 2011). As disfunções vocais são avaliadas mais comumente através da análise aerodinâmica, perceptivo-auditiva e por meio de métodos de análise acústica que irão tentar estabelecer a correspondência entre os aspectos vocais envolvidos nos âmbitos da fisiologia, da acústica e da audição (CAMARGO, 2000, apud FURIA, 2018). A avaliação também deve envolver ferramentas que possibilitem refletir a sensação de bem-estar do indivíduo, e não apenas detectar os aspectos alterados para o planejamento terapêutico. Portanto, os questionários de qualidade de vida podem fornecer dados quantitativos que auxiliam o terapeuta/equipe a conduzir a reabilitação considerando o indivíduo integralmente. Em relação às complicações orais e disfagia, a literatura nacional possui alguns questionários validados como o “Questionário de Qualidade de Vida em Disfagia” (SWAL QOL), “Questionário de Disfagia de M.D. Anderson (MDADI), “Questionário de Satisfação do Paciente e Qualidade do Cuidado no Tratamento da Disfagia (SAWL CARE), e o 39 questionário para avaliar os sintomas orais (Vanderbilt Head and Neck Symptom Survey version 2.0) (SALAMA, 2008, apud BARROSO, 2015). Segundo estudos realizados por KRISCIUNAS (2012), as intervenções terapêuticas para reabilitação da deglutição são comumente realizadas pós- tratamento oncológico. Quando se considerando a prática usual nas intervenções fonoaudiológicas em câncer de cabeça e pescoço, apenas 18,3% dos fonoaudiólogos afirmaram realizar terapia profilática nessa população. 40 16 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABREU, P.A., NOGUEIRA, T.A., Atenção Farmacêutica a Pacientes Oncológicos: Uma Revisão Integrativa da Literatura. Scielo. 2016. ADÁN, J.C.M., MORENO-JIMÉNEZ, B., RODRÍGUEZ-CARVAJAL, R., HERRER, M.G., RUIZ-LÓPEZ, P., Validación psicométrica de la versión
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