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ATENDIMENTO-MULTIDISCIPLINAR-EM-ONCOLOGIA

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1 
 
 
2 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 ONCOLOGIA .............................................................................................. 5 
3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À ONCOLOGIA .............................. 6 
3.1 Portarias ............................................................................................... 7 
4 PREVENÇÃO, RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO 
CÂNCER 9 
4.1 Prevenção ............................................................................................ 9 
5 CUIDADOS PALIATIVOS ......................................................................... 11 
5.1 Cuidados paliativos e pediatria ........................................................... 13 
5.2 Espiritualidade e os cuidados paliativos ............................................. 13 
5.3 Sociologia dos cuidados na terminalidade ......................................... 14 
6 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE ONCOLÓGICO .. 15 
6.1 Princípios ............................................................................................ 16 
6.2 Equipe em Home care ........................................................................ 17 
7 ASSISTÊNCIA MÉDICA EM ONCOLOGIA .............................................. 18 
7.1 Medicina paliativa ............................................................................... 19 
8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA ............................. 20 
8.1 Cuidados da enfermagem .................................................................. 21 
8.2 Enfermagem e pediatria oncológica ................................................... 21 
9 PSICOLOGIA E ONCOLOGIA .................................................................. 23 
9.1 Aspectos Psicológicos do Paciente de Câncer .................................. 24 
9.2 Tratamento psicológico ...................................................................... 25 
9.3 Tratamento psiquiátrico ...................................................................... 25 
10 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM ONCOLOGIA ............................. 26 
10.1 Farmácia hospitalar ......................................................................... 28 
10.2 Farmacovigilância ........................................................................... 29 
 
3 
11 SERVIÇO SOCIAL EM ONCOLOGIA ................................................... 30 
12 ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA EM ONCOLOGIA ............................ 32 
13 FISIOTERAPIA EM ONCOLOGIA ......................................................... 33 
14 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL EM ONCOLOGIA ................................. 35 
15 FONOAUDIOLOGIA EM ONCOLOGIA ................................................. 36 
16 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 40 
 
 
 
4 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que 
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. 
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão 
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
2 ONCOLOGIA 
O câncer é o nome genérico dado a um grupo formado por mais de 100 
doenças, caracterizado pelo crescimento anormal e desenfreado de células que 
invadem um órgão ou tecido, podendo gerar metástase para outras regiões do 
organismo (RODRIGUES, et al., 2016, apud MAIA, 2019). 
De acordo com OLIVEIRA et al (2016) apud SOUZA (2018), 
[...] os cânceres são causados por diferentes fatores, sendo eles externos 
como fatores ambientais, culturais e socioeconômicos e fatores internos 
como condições genéticas e o próprio processo de envelhecimento. 
Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão ligado 
à Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de câncer no mundo 
deverá aumentar 75% até 2030 e chegar a 90% em países mais pobres. Os autores 
ainda destacam que os tipos de câncer mais prevalentes nos próximos anos vão variar 
de acordo com cada país, a depender do estilo de vida, estando associados à má-
alimentação, ao sedentarismo, à obesidade, ao tabagismo e a quadros de infecção. 
(BRASIL, 2011, apud STÜBE, et al. 2015). 
A estimativa do INCA 2018 relata que os tipos de câncer mais incidentes no 
mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata 
(1,1 milhão). No Brasil a estimativa para o biênio 2018-2019, é a ocorrência de 600 
mil casos novos de câncer, para cada ano, sendo o câncer de pulmão, mama, 
próstata, cólon, reto e ânus os mais frequentes entre homens e mulheres no país 
(INCA, 2017). 
Apesar dos esforços crescentes voltados para o rastreamento e o diagnóstico 
precoce, fatores de risco associados ao desenvolvimento desta patologia estão 
fortemente presentes na população brasileira, destacando-se o tabagismo, a dieta 
ocidental, a obesidade e o sedentarismo (PANIS, et al. 2018). 
Existem dois tipos de tumores: os benignos e os malignos. Nos tumores 
benignos as células se proliferam lentamente e são diferenciadas podendo geralmente 
ser removidas por cirurgia e na maioria dos casos não tornam a crescer. Nos tumores 
malignos as células crescem rapidamente, tem um aspecto indiferenciado tendo 
capacidade de invasão para outras regiões do organismo sendo esta, à forma que 
caracteriza o câncer. Entre os órgãos que são mais afetados estão o pulmão, a mama, 
 
6 
colo do útero, próstata, colón, reto (intestino grosso), pele, estômago, esôfago, medula 
óssea (leucemias) e cavidade oral (boca). Cada órgão por sua vez pode ser afetado 
por tipos diferenciados de tumor, menos ou mais agressivos (INCA, 2012, apud DE 
ARAÚJO, 2016). 
Segundo MURARA, (2009) citado por DE ARAÚJO (2016), os fatores de risco 
entrelaçados para caracterizar a origem de câncer podem ter principalmente dois 
pontos: 
Origem endógena: onde está relacionado à gênese: 
 Idade; 
 Sexo; 
 Raça; 
 Herança genética; 
 Estado nutricional e de saúde geral. 
Origem exógena: 
 O ambiente de consumo (alimentos, medicamentos); 
 O ambiente ocupacional (ação de produtos químicos); 
 O ambiente cultural (estilo e hábitos de vida como tabaco e álcool), 
 O ambiente socioeconômico (renda, moradia, escolaridade), que estão 
relacionados aos hábitos de cada indivíduo ou sua disposição a 
situações que podem predispor o aparecimento do câncer. 
Segundo LINS (2018), a Oncologia é uma especialidade que demanda alta 
complexidade assistencial durante todo o processo terapêutico, além de requerer, dos 
profissionais de Enfermagem, extrema habilidade relacional e afetiva, considerando 
as necessidades e especificidades dos usuários. 
3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À ONCOLOGIA 
Segundo INCA (2006), no início do século XX, os países desenvolvidos 
identificavam o câncer como um problema de saúde pública e implementavam 
medidas para o seu controle, enquanto, no Brasil, as endemias ocupavam a agenda 
das políticas de saúde. A primeira proposta governamental de combate ao câncer no 
Brasil se deu em 1920, mas seu arcabouçoenvolvia, basicamente, a notificação 
compulsória dos casos e o registro do câncer como causa de óbito. 
 
7 
O perfil epidemiológico do câncer, produzido por notificações e registros, 
levou à criação de unidades específicas para o tratamento, a partir de 
parcerias entre instituições filantrópicas e a iniciativa pública, além de ações 
públicas que objetivavam ampliar o conhecimento da população sobre 
medidas de prevenção SILVA (2019). 
TEIXEIRA (2012), apud SILVA (2019), em seus estudos cita que até a criação 
do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990, diversas campanhas e programas foram 
desenvolvidos em prol do combate ao câncer e houve uma ampliação significativa no 
número de estabelecimentos destinados ao seu tratamento. 
Em que pese os avanços alcançados, as questões conjunturais do período 
entre 1940 e 1990, tais como a expansão da lógica privatista, médico-
hospitalocêntrica e de medicina liberal especialmente após o golpe militar de 1964, 
não favoreceram a organização do sistema de saúde de forma satisfatória para um 
eficiente controle do câncer no Brasil (TEIXEIRA, 2012). 
Com o SUS, um novo conjunto de políticas foi implementado com o intuito de 
estruturar a assistência ao paciente oncológico, em diversas frentes de 
organização. No entanto, não existem publicações sistematizando o volume 
das normativas publicadas no período e a suficiência destas para organizar e 
regular o setor (VIDAL, 2017, apud SILVA, 2019). 
3.1 Portarias 
Segundo SILVA (2017), a Portaria nº 170/93, que classifica as unidades de 
tratamento oncológico em: 
 Centro de Referência (CR) I (aptos para atendimentos a pacientes com 
qualquer tipo de neoplasia); 
 CR II (aptos ao tratamento dos principais tipos de neoplasias). Em 
paralelo, houve a normatização dos Centros de Radioterapia e de 
Quimioterapia isolados, que deveriam, obrigatoriamente, estar 
vinculados a um CR. 
A Portaria nº 3.535/98 estabeleceu novos critérios para cadastramento de 
centros de atendimento de alta complexidade em oncologia. Entre as principais 
finalidades dessa normativa, destacam-se as estratégias para o atendimento integral 
aos usuários com câncer e o estabelecimento de uma rede hierarquizada, com 
definição de fluxos e referências. 
 
8 
Com a criação da Portaria nº 113/99, ficou reestabelecida a abertura de serviço 
isolado de radioterapia e/ou quimioterapia, desde que houvesse referência junto ao 
hospital geral já cadastrado pelo SUS. 
Neste período ainda foram identificadas normas estruturantes facilitadoras do 
desempenho do sistema de atenção ao câncer. Entre elas, destacam-se: 
 1) a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pelo SUS, nos 
casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer (Lei nº 9.797/99); 
2) a criação de Centrais de Programação e Regulação da Assistência 
Oncológica (Portaria nº 1.478/99); 
3) a definição do Regulamento Técnico para Transplante de Medula Óssea 
(Portarias nº 1.312/00, nº 1.313/00, nº 1.315/00, nº 1.316/00, e nº 44/01); 
4) o estabelecimento de parâmetros de cobertura assistencial, incluindo a 
oncologia (Portaria nº 1.101/02); 
5) a implantação do Programa Nacional de Assistência à Dor e Cuidados 
Paliativos (Portarias nº 19/02, nº 472/02 e nº 1.319/02); 
6) a instituição do Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata (Lei 
nº 10.289/01); 
7) a inserção de indicadores na atenção básica relacionados aos exames 
citopatológicos cervicovaginais e às taxas de mortalidade de mulheres por cânceres 
do colo do útero e de mama (Portaria nº 456/03) (BRASIL, 2014). 
Portaria nº 2.439/05: A conhecida Política Nacional de Atenção Oncológica 
(PNAO), é considerada um grande marco para a área da oncologia, principalmente 
por estruturar a linha de cuidado do paciente com câncer (BRASIL, 2006). 
Houve então uma ampliação nas atribuições dos demais níveis de atenção 
componentes da rede com a criação da Portaria nº 874/13. A Política Nacional para 
Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), que substituiu a PNAO, é o grande Marco 
Legal dessa fase. 
A Portaria nº 140/2014 foi criada para organizar o sistema, novos critérios e 
parâmetros que passaram a ser estabelecidos. Essa redefinição buscou ampliar a 
qualificação e consolidar a atuação dos serviços especializados em oncologia 
(BRASIL, 2014). 
Segundo SILVA (2019), pode-se afirmar que, nos poucos anos de 
normatização, estruturou-se uma política de atenção ao câncer com vários elementos, 
incluindo normas de estruturação de serviços, de organização e de orientação 
 
9 
terapêutica. Houve expansão do número de serviços habilitados em alta complexidade 
em oncologia, mesmo que insuficiente para as demandas epidemiológicas. 
4 PREVENÇÃO, RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER 
O câncer é uma patologia com localizações e aspectos clínico-patológicos 
múltiplos e não possui sinais e sintomas patognomônicos podendo ser detectado em 
seus vários estágios de evolução, tanto histopatológico como clínico. Em grande 
parte, a dificuldade de seu diagnóstico e a afirmativa de que há suspeita de câncer 
pode surgir diante dos sintomas, sendo estes, os mais variados possíveis (ARAÚJO, 
2013). 
O câncer, quando detectado em estadiamento avançado, é uma doença com 
efeitos devastadores, que acarretam substancial estresse e sofrimento. O 
câncer tem sido consistentemente associado a sintomas psiquiátricos, 
especialmente ao transtorno depressivo e ao elevado risco de suicídio. Esses 
agravos tendem a se acentuar na medida em que o prognóstico é reservado. 
Assim, a doença neoplásica avançada por si só constitui um fator que 
maximiza a vulnerabilidade ao estresse e ao sofrimento psicológico, que por 
sua vez potencializa ou contribui para o comportamento suicida (O’MAHONY, 
2005, apud DOS SANTOS, 2017). 
A carga do câncer continuará aumentando nos países em desenvolvimento e 
crescerá ainda mais em países desenvolvidos se medidas preventivas não forem 
amplamente aplicadas. Diante dessa realidade, a ingestão de antioxidantes tem se 
mostrado eficaz no combate aos processos cancerígenos. Assim, há um crescente 
interesse nos potenciais efeitos preventivos de antioxidantes sobe o desenvolvimento 
de vários tipos de cânceres (BONNER, 2014, apud DE ARAÚJO, 2016). 
As dificuldades de tratamento e cura da doença exigiam o desenvolvimento de 
ações preventivas e levaram os profissionais envolvidos no combate a considerar a 
prevenção não apenas como medida necessária para evitar novos casos, mas como 
a principal alternativa enquanto se buscava a cura. 
4.1 Prevenção 
SOUZA (2015), relata que o câncer é uma doença cujo processo tem início com 
um dano a um gene ou a um grupo de genes de uma célula e progride quando os 
mecanismos do sistema imunológico de reparação ou destruição celular falham. 
 
10 
Diante disso, a prevenção do câncer refere-se a um conjunto de medidas que buscam 
reduzir ou evitar a exposição a fatores que aumentam a possibilidade de um indivíduo 
desenvolver uma determinada doença ou sofrer um determinado agravo, comumente 
chamados de fatores de risco. Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados 
no ambiente físico, ser herdados, ou representar comportamentos ou costumes 
próprios de um determinado ambiente social e cultural. 
Segundo dados do INCA (2012), a prevenção com ênfase nos fatores 
associados ao modo de vida, em todas as idades, e com intervenções de combate a 
agentes ambientais e ocupacionais cancerígenos, pode trazer bons resultados na 
redução do câncer. A participação efetiva dos profissionais de saúde nos programas 
de educação comunitária para adoção de hábitos saudáveis de vida, como, por 
exemplo: 
 Parar de fumar; 
 Ter uma alimentação rica em fibras e frutas; 
 Ter uma alimentação pobre em gordura animal; 
 Limitada ingestão de bebidas alcoólicas; 
 Pratica regular de atividade física; 
 Controle do peso, são de extrema importância.Estar atento para a identificação de tais situações é indispensável para a 
orientação de enfermagem, visando ao autocuidado em domicílio, bem como a 
tomada de outras decisões, para 
Para ROCHA (2010), é possível perceber que as campanhas educativas de 
prevenção do câncer seguem a lógica da educação sanitária que vigorou no país até 
meados dos anos 1950. A atenção para o risco e o controle por estratégias 
intervencionistas estavam presentes nos materiais produzidos, com intenção de 
melhorar os níveis de saúde da população, num país que caminhava rumo à 
industrialização. No final da década de 1960, a educação sanitária passou a ser 
denominada educação em saúde. É importante ressaltar que não se tratava apenas 
de uma mudança terminológica; tentava-se uma transformação conceitual. Além de 
levar informação sobre doenças e formas de prevenção, o olhar voltava-se para as 
condições de vida e saúde das populações. 
O diagnóstico precoce da doença, tal como o câncer de mama, está ligado, 
indubitavelmente, ao acesso à informação, conscientizando as pessoas 
sobre a realização do autoexame da glândula mamária, do exame clínico e 
 
11 
do exame de mamografia, tríade na qual deve se basear o rastreamento 
dessa neoplasia (MARINHO, 2003, apud SOUZA, 2015). 
A maior exposição a agentes cancerígenos está relacionada aos atuais padrões 
de vida em relação ao trabalho, à alimentação e ao consumo que expõem os 
indivíduos a fatores ambientais como os agentes químicos, os agentes físicos e os 
agentes biológicos resultantes de mudanças no estilo de vida das pessoas e do 
processo de industrialização cada vez mais intenso. 
Baseados em estilos de vida e em fatores associados ao nível de 
desenvolvimento econômico, político e social de uma comunidade, os fatores de risco 
ambientais variam de forma significativa no mundo e incluem ainda como causas 
componentes as condições climáticas e outras características do ambiente (INCA, 
2008). 
A boa notícia segundo SOUZA (2015) é que parte desses fatores ambientais 
depende do comportamento do indivíduo, que pode ser modificado, reduzindo o risco 
de desenvolver um câncer. Algumas dessas mudanças dependem tão somente do 
indivíduo, enquanto que outras requerem alterações em nível populacional e 
comunitário. Um exemplo de uma modificação em nível individual é a interrupção do 
uso do tabaco e, em nível comunitário, a introdução de uma vacina para o controle de 
um agente infeccioso associado com o desenvolvimento do câncer, como o vírus da 
hepatite B. A partir da premissa de que é possível modificar o risco de 
desenvolvimento do câncer, estima-se hoje que cerca de 30% de todas as neoplasias 
podem ser prevenidas. Nos Estados Unidos, estima-se que pelo menos dois terços 
das mortes por câncer estão relacionadas com apenas quatro fatores: uso do tabaco; 
alimentação; obesidade; inatividade física. E todos eles podem ser modificados. 
SOUZA (2015) destaca que: 
[...] o conhecimento, a atitude e a importância da prática e do conhecimento 
do próprio corpo através de ações de autoexame das mamas, por exemplo 
são fatores que contribuem para a prevenção do câncer. 
5 CUIDADOS PALIATIVOS 
Com os avanços nos últimos anos em medicina preventiva, uma parcela 
importante dos casos de câncer o cuidado paliativo está focado diretamente no 
paciente e seus familiares, objetivando o alivio dos sintomas, o suporte psicossocial e 
 
12 
espiritual, levando-se em consideração as necessidades, valores do paciente e a sua 
família. (MANFREDINI, 2014). 
Devido ao aumento no número de novos casos de câncer, o crescente aumento 
do número de mortes e por ser uma doença progressiva e que ameaça a continuidade 
da vida, a necessidade de cuidados paliativos é essencial. De acordo com a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos são definidos como 
cuidado presente e integral promovido por uma equipe multidisciplinar que busca 
tratar a dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais, tendo como 
objetivo proporcionar a melhor qualidade de vida possível para pacientes e familiares 
(OLIVEIRA, 2020). 
MANFREDINI (2014) cita que, 
[...] os cuidados paliativos têm como objetivo em antecipar, prevenir e reduzir 
o sofrimento, oferecendo a melhor qualidade de vida possível, 
independentemente do estágio da doença. Os sintomas mais comumente 
reportados por pacientes com câncer: são a dor, anorexia, náusea, fadiga, 
dispneia e confusão mental. O CP é focado no paciente e seus familiares, 
objetivando o alívio dos sintomas, o suporte psicossocial e espiritual, levando-
se em consideração as necessidades, valores, crenças e cultura do paciente 
e a sua família. 
Na prática dos cuidados paliativos é frequente os pacientes apresentarem mais 
de um sintoma ao mesmo tempo, em consequência ao avanço da doença ou do 
tratamento sendo assim, torna-se importante poder analisar e ampliar corretamente 
essas necessidades de cuidado. (MONTEIRO et al, 2010). 
A intervenção de uma equipe multidisciplinar é fundamental neste contexto, 
especialmente levando-se em consideração a gênese multifatorial dos 
sintomas em pacientes com câncer avançado (ISHIKAWA, 2010, apud 
MANFREDINI, 2014). 
A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) aponta que essa 
abordagem de cuidado vem ganhando cada vez mais espaço, porém ainda há uma 
carência com relação a profissionais qualificados para essa demanda. Talvez seja 
explicado pelo fato que durante a formação acadêmica em boa parte das instituições 
de ensino superior há uma lacuna no que tange às instruções acerca dos cuidados 
paliativos em oncologia e sua importância no desenvolvimento de habilidades e 
competências para o exercício profissional. Alega-se a falta de especialização do 
corpo docente, tempo insuficiente, além do favoritismo por outros campos de atuação 
e interesse (CALDAS, 2018). 
 
13 
5.1 Cuidados paliativos e pediatria 
O cuidado paliativo tem ênfase na melhoria do bem-estar dessas crianças, 
fornecendo apoio aos seus familiares e atentando para sintomas psicológicos e 
fornecendo apoio no momento do falecimento e durante a perda do seu ente. Essa 
modalidade de cuidado centra-se nos elementos sociais, psicológicos, emocionais e 
místicos, para essas crianças e adolescentes com doenças terminais (MOREIRA, 
2018). 
Sendo assim os cinco princípios da assistência paliativa que são: 
1. Veracidade, 
2. Prevenção, 
3. Não abandono, 
4. Conduta ética e legal 
5. Proporcionalidade. 
Vale ressaltar que a assistência paliativa também adentra o ambiente 
domiciliar, assim como se deve vislumbrar que é de suma importância que seja 
prestada ao paciente um atendimento humanizado, respeitando sua autonomia e os 
princípios do cuidar paliativamente (SILVA, et al., 2019). 
5.2 Espiritualidade e os cuidados paliativos 
De acordo com GUIMARÃES (2007), citado por DOS SANTOS (2014), 
A espiritualidade e a sua relação com a saúde têm-se tornado um claro 
paradigma a ser estabelecido na prática diária, dado que a doença 
permanece como uma entidade de amplo impacto em abordagens diversas, 
desde a fisiopatologia básica até sua complexa relação social, psíquica e 
econômica. 
É fundamental reconhecer que estes diversos aspectos estão correlacionados 
em múltipla interação, sendo importante entender os cuidados médicos, psicológicos 
e espirituais não só na sua especificidade, mas também, e principalmente, como 
elementos que se complementam. Segundo RIBEIRO & PINTO (2007), embora o 
interesse pela espiritualidade e religiosidade no âmbito da saúde sempre tenha 
existido no curso da história humana, em diferentes épocas e culturas, contudo 
apenas recentemente a ciência tem demonstrado interesse em investigar o tema. 
 
14 
A dor pode ser definida como uma perturbação em determinada parte do corpo. 
Já o sofrimento é um conceito mais abrangente e complexo, pois atinge o todo da 
pessoa. Enquanto ador pode ser controlada através de medicamentos, o sofrimento 
clama por sentido (BARBOSA, 2017). 
Nesse contexto, BARBOSA (2017) refere-se à espiritualidade como uma busca 
pelo sentido, que transcende o sofrimento enfrentado na vida, sendo subjetiva e 
diferente para cada indivíduo, pois está relacionada ao autoconhecimento, além da 
conexão pessoal a uma força maior e propósito de vida. A palavra espírito deriva do 
hebraico ruah, que significa "sopro", literalmente associado a sopro de vida. A religião 
seria posterior à espiritualidade, pois diz respeito a um conjunto de crenças e práticas 
rituais que caracterizam um grupo que procura dar um significado às situações 
vivenciadas. 
A doença desencadeia a procura de significados, a busca pela compreensão 
dessa vivência avassaladora. As crenças espirituais e religiosas oferecem suporte 
emocional, social e motivação, além de promover estilos de vida mais saudáveis. 
Neste sentido, conhecer as crenças do paciente e seus familiares é fundamental para 
que o profissional de saúde compreenda de forma mais profunda suas necessidades 
(BOUSO, 2011, apud BARBOSA, 2017). 
Ajudar pacientes e familiares a encontrar significados para suas experiências 
segundo BARBOSA (2017), é encarado como um desafio para os profissionais de 
saúde, que sentem não ter preparo para lidar com a dimensão espiritual, já que a 
formação na área de saúde não tem como objetivo preparar o futuro profissional para 
lidar com esse aspecto. Por esse motivo, o interesse acerca da espiritualidade tem 
aumentado e, consequentemente, a tendência de que a dimensão espiritual e 
filosófica seja incorporada na assistência da saúde também. 
5.3 Sociologia dos cuidados na terminalidade 
Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento 
paliativo se torna prioritário para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade. A 
terminalidade é definida quando se esgotam as possibilidades de tratamentos 
curativos. A partir daí, então, a assistência ao doente e à sua família tenta contemplar 
todas as etapas da doença terminal, proporcionando alívio do sofrimento, evitando 
medidas fúteis e dando ênfase no interesse do paciente, respeitando seus 
 
15 
sentimentos, os desejos de seus familiares e a adequada comunicação entre paciente, 
familiares e equipe de saúde (BARBOSA, 2016, apud PRADO, 2018). 
 A equipe multiprofissional de saúde tem que lidar com a possibilidade de morte 
presente cotidianamente no contexto dos cuidados paliativos envolvendo, além do 
paciente, a família e a equipe de saúde, necessitando de um atendimento 
especializado à dimensão psicológica de todos os envolvidos (PRADO, 2018). 
6 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE ONCOLÓGICO 
Um aspecto relevante a se destacar no cuidado ao câncer se refere à definição 
conceitual dos tipos de equipes existentes: multidisciplinar, interdisciplinar. 
Multidisciplinaridade é definida como um conjunto de disciplinas que trata, 
simultaneamente, de uma dada questão, sem que os profissionais implicados 
estabeleçam efetivas trocas entre si (ALMEIDA-FILHO, 2005, apud SILVA, 2018). 
Segundo SILVA (2018), 
[...] cada especialista emprega sua metodologia, baseado em suas hipóteses 
e teorias, sendo que o objeto em questão é visto sob múltiplos pontos de 
vista, numa justaposição de conhecimentos, ou seja, o mesmo tema é 
abordado sob ângulos variados, não existindo a perspectiva de síntese. 
Diante das diversas dificuldades encontradas pelo profissional, algumas áreas 
podem se destacar pelo seu grau de complexidade como a prestação de assistência 
a pessoas com câncer. O cuidado ao paciente com câncer tem tido uma evolução 
exponencial nas técnicas diagnósticas e terapêuticas, contribuindo para uma maior 
sobrevida e qualidade de vida dessa população. Cabe aos profissionais de saúde 
acompanhar o desenvolvimento desse cenário complexo de cuidado por meio das 
investigações científicas, que são os principais recursos para a atualização do 
conhecimento para o cuidado personalizado ao paciente oncológico (LOPES- 
JUNIOR, 2019). 
O paciente oncológico, nas várias fases do tratamento, necessita do 
profissional conhecimento técnico-científico e habilidades no relacionamento 
interpessoal com ações de saúde e práticas educativas que minimizem o sofrimento 
de todos os envolvidos no processo de cuidar (JOMAR, 2017). 
Segundo SIEGEL, 2018, citado por LOPES-JÚNIOR, 2019), 
 
16 
[...] no contexto do câncer, os profissionais de saúde que compõem a equipe 
multiprofissional apresentam como competências essenciais: prestar 
assistência, atuar na prevenção, controle, avaliação diagnóstica, tratamento, 
reabilitação e atendimento aos familiares; além de desenvolverem ações 
educativas e ações integradas com outros setores da sociedade. A pesquisa 
na área do cuidado ao câncer é essencial para gerar a base de conhecimento 
que fundamenta a prática clínica e as políticas públicas neste campo, além 
de poder identificar o impacto do câncer e do tratamento na vida de pacientes 
e familiares. 
Os profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, têm buscado desenvolver 
métodos e abordagens, protocolos clínicos e intervenções efetivas às reais 
necessidades dos pacientes com câncer e seus familiares, com vistas ao cuidado 
personalizado (SIEGEL, 2018). 
Em uma equipe interdisciplinar há possibilidade de troca de instrumentos, 
técnicas, metodologia e abordagens entre as disciplinas. Trata-se de um 
diálogo que leva ao enriquecimento e transformação das disciplinas 
envolvidas, compreendendo-se o estabelecimento de relações menos 
verticais entre as disciplinas (SIEGEL, 2018, apud LOPES-JÚNIOR, 2019). 
Nesse caso, não há uma justaposição entre os elementos disciplinares, mas, 
sim, uma combinação nova de elementos internos, com trocas entre os saberes para 
uma tarefa ser realizada em conjunto. Ademais, a multidisciplinaridade traz reflexões 
e contribuições importantes para a produção científica contemporânea, na medida em 
que contempla as intersubjetividades e o respeito às diferenças existentes diante de 
múltiplos olhares e compreensões acerca de um determinado objeto, implicando uma 
consciência dos limites e das potencialidades de cada campo do saber, na busca de 
um fazer coletivo, como deve ser o cuidado ao câncer (LOPES- JUNIOR, 2019). 
LOPES- JUNIOR (2019) ressalta que inúmeros e complexos desafios 
permeiam a prática interdisciplinar do cuidado personalizado à pessoa com câncer e 
à sua família. Dessa forma, acolher e valorizar a participação autônoma e colaborativa 
nas tomadas de decisões compartilhadas na atenção ao câncer demandam dos 
profissionais de saúde o desenvolvimento de competências, habilidades, atitudes, 
métodos e abordagens que abarquem as necessidades de assistência, gestão e 
pesquisa, de modo a primar por um cuidado de qualidade. 
6.1 Princípios 
Conforme RODRIGUES (2012), os Cuidados Paliativos em Oncologia têm 
como princípios: prestar alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, 
 
17 
anorexia, dispneia e outras emergências oncológicas; reafirmar vida e a morte como 
processos naturais; integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto 
clínico de cuidado do paciente; não apressar ou adiar a morte; oferecer um sistema 
de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio 
ambiente; oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais 
ativamente possível até sua morte; usar uma abordagem interdisciplinar para acessar 
necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo 
aconselhamento e suporte ao luto. 
Assim, por recomendação da OMS-BRASIL (2018) os Cuidados Paliativos são 
indicados a todos os pacientes portadores de doenças graves, progressivas e 
incuráveis desde o momento do diagnóstico da doença e com critérios estabelecidos 
de recomendação para cuidados paliativosquando a doença é detectada em estágio 
em que a possibilidade de cura é questionável, quando já se esgotaram todas as 
possibilidades de tratamento curativo ou de manutenção da vida e quando a doença 
progride. 
6.2 Equipe em Home care 
Segundo a OMS, “cuidados paliativos consistem na assistência realizada por 
uma equipe multidisciplinar, com o intuito da melhoria da qualidade de vida do 
paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da 
prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e 
tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais” 
(BRASIL, 2015, apud ROLIM, 2019). 
De acordo com SILVA et al., (2015), 
[...] a premissa da OMS é que os cuidados paliativos sejam iniciados no 
momento do diagnóstico da doença, de modo a acompanhar as medidas 
terapêuticas para objetivar a cura, e caso essa ação não ocorra, medidas 
paliativas podem ser implementadas com exclusividade, em que o cuidado 
passe a ser o foco principal em detrimento da cura. 
Estudo realizados por FROSSARD (2016), aponta a necessidade de um 
modelo de plano de cuidado que vá ao encontro dos desejos de cada paciente, 
considerando que ao longo do tempo (mês/ano) ele será influenciado por mudanças 
no diagnóstico/prognóstico, internação, habilidade, humor, estado de saúde, 
 
18 
circunstâncias sociais e funcionais e do processo de trabalho futuro. Ainda segundo 
este estudo é necessário identificar a realidade de vida do paciente e de sua família, 
reconhecendo aspectos como a organização familiar, a qualidade das relações, os 
limites de compreensão da situação, o papel do paciente na família, o impacto às 
atividades laborais dos potenciais cuidadores, as condições habitacionais e renda 
familiar. Enfim, compreender a complexidade que é ter um paciente grave para cuidar, 
especialmente quando as condições de vida e trabalho são precárias. 
7 ASSISTÊNCIA MÉDICA EM ONCOLOGIA 
Os profissionais da equipe multidisciplinar enfrentam algumas dificuldades 
como diferenças de personalidades, de opiniões e de formação. São inúmeros os 
benefícios promovidos por uma abordagem multiprofissional, seja para o paciente 
(que conta com um atendimento especializado multiprofissional) como para os 
profissionais (que são capazes de exercer suas atividades com maior segurança) 
(SILVA, 2012, apud BREDA, 2020). 
O oncologista clínico é responsável por direcionar o tratamento sistêmico do 
paciente. É ele quem identifica as suas necessidades e o encaminha para realizar 
quimioterapia e procedimentos específicos com outros especialistas, como cirurgião 
oncológico e radioterapeuta. Segundos estudos realizados por ADÁN (2008), citado 
por DA ROSA, (2017), a relação médico-paciente tem sido objeto de interesse na área 
da saúde, pois uma boa relação está associada a qualidade no cuidado, acordo entre 
as partes sobre o diagnóstico e tratamento, confiança mútua e comunicação aberta. 
Segundo os princípios da ética, 
[...] “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em 
benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua 
capacidade profissional”. 
É de onde o médico envolve a doença, que passa a ser não mais somente de 
seu paciente, mas, também, da família do mesmo. E, ainda, que compete ao médico 
aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico 
em benefício do paciente. E vem a tecnologia a favor de nosso paciente e da 
esperança de seus familiares (FILHO, 2013). 
 
19 
Segundo FILHO (2013), a arte de nosso trabalho médico é gerida pela emoção 
ao tratar um paciente e, de outro lado, a frustração como ângulo obtuso nessa relação 
ao enfrentarmos a dor do outro, a evolução não favorável e a iminente morte. 
A prática da medicina em um paciente oncológico, é inevitavelmente permeada 
por dilemas e angústias, que juntas são capazes de provocar impacto na dimensão 
emocional do paciente. Grande parte das queixas dos pacientes oncológicos refere-
se à dificuldade na comunicação com seus médicos, e não à sua competência clínica. 
É necessária a percepção do processo de adoecer sob a ótica daquele que se 
encontra em processo de fragilidade e de ameaça à sua integridade física. 
De acordo com BASTOS (2017), citado por BREDA (2020), 
[...] o médico é um dos responsáveis por humanizar a comunicação médico-
paciente, estabelecendo uma relação centrada no paciente e não na doença. 
A percepção do paciente demonstra que a comunicação médico-paciente é um 
recurso positivo no cuidado em saúde prestado ao paciente oncológico. É nesse 
contexto que o uso de novas tecnologias gera grande impacto no processo saúde-
doença dos pacientes oncológicos. São essas as tecnologias responsáveis por 
constituírem o núcleo das tecnologias no trabalho, viabilizadoras de um trabalho 
embasado no vínculo, no acolhimento e na relação médico-paciente, o que contribui 
para fomentar a autonomia do paciente oncológico diante de limitações decorrentes 
do progresso da doença (BREDA, 2020). 
7.1 Medicina paliativa 
O propósito da Medicina Paliativa não é a cura, mas sim proporcionar conforto 
e controle dos sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais do paciente e seus 
familiares (COSTA, 2016, apud MATEUS, 2019). 
De acordo com MATEUS (2019), em cuidados paliativos, o foco sai da doença 
e fica no doente, onde médico e paciente devem atuar em conjunto e cabe ao 
profissional orientar sem coagir, mostrar os benefícios e as desvantagens de cada 
intervenção de forma a acessível ao entendimento do doente. Na formação acadêmica 
atual, uma das grandes lacunas está na falta de discussão acerca da morte e do 
paliativismo. Pode ser árduo para o aluno, ensinado a pensar mecanicamente na 
doença e não no doente, aceitar e distinguir o cuidável do curável. Muitos médicos se 
 
20 
sentem receosos ao tratar do assunto, temendo ser mal interpretados. Discutir temas 
como morte, finitude e paliativismo abertamente, pode ajudar na consolidação da 
formação do indivíduo como humano, além de médico. 
8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA 
A atribuição do enfermeiro é prestar assistência aos pacientes com câncer na 
avaliação diagnóstica, tratamento, reabilitação e atendimento aos familiares, 
desenvolvendo ações educativas, ações integradas com outros profissionais, além de 
apoiar medidas legislativas e identificar fatores de risco ocupacional. Desse modo, 
este profissional está inserido na prevenção (ROLIM, 2019). 
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui-se em uma 
prática organizada e sistematizada de prestação de cuidados, além de, inclusive, 
tratar-se de uma questão legal, conforme disposto na Resolução nº 358/2009 do 
Conselho Federal de Enfermagem. Conforme disposto nesta lei, trata-se de uma 
ferramenta de trabalho privativa do enfermeiro, que subsidia as ações da assistência 
de enfermagem, sendo utilizada para direcionar o cuidado ao paciente, com base em 
pressupostos científicos (OLIVEIRA, 2020) 
Segundo PERES, et al (2018) citado por OLIVEIRA (2020), baseando-se nas 
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) é necessário à formação de profissionais de 
enfermagem capazes de desenvolver competências para atender às demandas 
sociais com mais qualificação, investindo em uma formação de profissionais críticos, 
reflexivos, inseridos no contexto histórico-social, pautados por princípios éticos e 
capazes de intervir nos problemas/situações de saúde da população. 
Na formação do enfermeiro no Brasil, após mais de uma década da 
aprovação das DCN, embora se observem avanços nos projetos pedagógicos 
e nas metodologias de ensino, muitos desafios ainda necessitam ser 
superados para conseguir o perfil profissional esperado (PERES, et al. 2018). 
Sendo a oncologia uma das possíveis áreas de atuação do enfermeiro, 
considerada como uma especialidade que permanece fortemente entreas 
necessidades da população e demanda alta complexidade assistencial durante o 
processo terapêutico, é indispensável que os enfermeiros possuam extrema 
habilidade relacional e afetiva para lhe dar com as necessidades e especificidades 
dos usuários. Essa área coloca os profissionais em contato estreito com situações de 
 
21 
dor, finitude e morte exigindo dos mesmos, resiliência diante do enfrentamento na 
assistência (LINS & SOUZA, 2018). 
8.1 Cuidados da enfermagem 
O cuidar em enfermagem implica estar atento às queixas subjetivas e mensurar 
a dor do paciente, para estabelecer um plano de cuidado adequado e individualizado. 
Com base nesta contextualização, STUBE et al., 2015, citado por ROLIM (2019), 
apontam que a dor é percebida pelas enfermeiras por meio de relatos verbais, 
expressão facial e pelo olhar, sendo que somente 52% avaliam a dor juntamente com 
os demais sinais vitais. Também se associam a dor, fatores fisiológicos como a 
taquicardia, taquipneia, aumento da pressão arterial, palidez, sudorese e alterações 
das tensões musculares. Cita-se ainda a ansiedade, resposta emocional e 
comportamental frequente em situações de dor. 
Segundo PEREIRA (2015), citado por ROLIM (2019), em situações de 
pacientes oncológicos com quadro álgico, os cuidados não farmacológicos mais 
utilizados são a aplicação de calor e/ou frio, massagem manual, relaxamento e 
distração dirigida. Mesmo sendo as mais utilizadas, ainda são pouco exploradas, pelo 
fato de serem insuficientes que pode ser justificado por recursos materiais e humanos 
insuficientes, pela carência de anotações e registros quanto à satisfação do paciente 
diante das intervenções citadas. 
8.2 Enfermagem e pediatria oncológica 
 
Fonte: hcp.org.br 
 
22 
O câncer na infância é consideravelmente raro, porém vem se tornado, nos 
últimos anos, uma das principais causas de óbito entre crianças com faixa etária 
abaixo dos 15 anos. Não se pode negar que o avanço tecnológico bem como a 
valorização do diagnóstico precoce sobreleva os índices e sobrevida das crianças 
acometidas por câncer, porém também existem, dentre elas, as que não terão êxito 
em curar a neoplasia, então, diante disso, é indicada a terapêutica paliativa até sua 
terminalidade (SILVA, et al., 2011, apud FERREIRA, 2021). 
Dentre as inúmeras neoplasias que acometem a criança estão as leucemias, 
os tumores cerebrais, os linfomas, os tumores renais, os sarcomas e outras, 
representando, assim, de 1 a 3% de cânceres na população (FRANÇA, et al., 
2017, apud FERREIRA, 2021). 
 Segundo ROLIM (2019), a abordagem dos cuidados paliativos na oncologia 
pediátrica vai além, envolvendo ações, atitudes que permitem a família junto com a 
criança expressarem seus sentimentos, medos, anseios e esperanças, permitindo 
condições de enfrentamento do processo, o que inclui ações simples como o toque, a 
escuta, estar sensível e perceptível ao sofrimento do outro. 
A hierarquia na assistência paliativa pediátrica profissional se dá em três níveis 
articulados: 
Básico: cujos profissionais dispõem de pós-graduação em pediatria, 
identificando crianças com necessidades paliativas e referenciando-as rapidamente a 
níveis superiores de atenção; 
Generalista: cujos profissionais ostentam interesse e cursos em cuidados 
paliativos infantis e possam estruturar planos de capacitação de recursos humanos 
e/ou planos individuais de intervenções em crianças adoecidas; 
Especializado: cujos profissionais possuem formação especializada, 
transitando pelos demais níveis, desempenhando pesquisas na área e prestando 
cuidados em casos complexos (APCP, 2014, apud SOUZA, 2018). 
O enfermeiro é responsável pela gerência do cuidado de enfermagem e 
desenvolve ações múltiplas que incluem planejamento, organização e prestação do 
cuidado, realizando treinamento, supervisão, educação de pacientes e familiares, 
tanto no ambiente hospitalar como no cuidado domiciliar (SILVA et al., 2019, apud 
ROLIM, 2019). 
 
23 
9 PSICOLOGIA E ONCOLOGIA 
A psicologia é uma das profissões da saúde cuja inclusão em equipes de 
acompanhamento de pacientes com câncer é regulamentada por lei, através da 
Portaria nº 3.535 do Ministério da Saúde, publicada em 14 de outubro de 1998, que 
determina que toda equipe responsável pelo tratamento de pessoas com câncer 
tenha, entre seus profissionais, um psicólogo (SAMPAIO, 2008, apud PIO, 2020). 
A atuação do psicólogo no ambiente hospitalar é reconhecida pelo Conselho 
Federal de Psicologia (CFP) através da Resolução nº 013/2007, a qual especifica 
algumas de suas atribuições: 
[...] atende a pacientes, familiares e/ou responsáveis pelo paciente membros 
da comunidade dentro de sua área de atuação; membros da equipe 
multiprofissional e eventualmente administrativa, visando o bem-estar físico 
e emocional do paciente; [...] tendo como sua principal tarefa à avaliação e 
acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou 
serão submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente à 
promoção e/ou a recuperação da saúde física e mental. Promove 
intervenções direcionadas à relação médico/paciente, paciente/família, e 
paciente/paciente e do paciente em relação ao processo do adoecer, 
hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste processo. 
(CFP, 007, p. 21-22, apud PIO, 2020). 
O câncer é reconhecido como uma doença crônico-degenerativa que atinge 
milhões de pessoas no mundo. É uma patologia que pode interferir de forma 
significativa na vida do sujeito e de seu familiar/cuidador. Neste contexto, surge a 
Psico-oncologia, uma área de interface entre a Psicologia e a Oncologia (INCA, 2014). 
Apesar de novas tecnologias para o tratamento do câncer surgirem 
diariamente, esta patologia ainda é encarada como sinônimo de morte e sofrimento 
profundo. Para muitas pessoas, receber um diagnóstico de câncer é algo considerado 
devastador, onde sentimentos de incertezas, perdas, medos e angústias começam a 
fazer parte do dia-a-dia do indivíduo acometido pela doença e também das pessoas 
próximas a ele, como é o caso de amigos e família (ALMEIDA, 2018). 
SCANNAVINO (2013) citado por ALMEIDA (2018), diz que a psicologia da 
saúde engloba as diversas possibilidades de entender e ter um enfrentamento no 
processo de saúde e doença, fazendo com que seja visto não somente a doença, mas 
a percepção do indivíduo sobre o processo de adoecimento. A psico-oncologia é uma 
especialidade da psicologia da saúde que interliga os saberes da psicologia com a 
oncologia. 
 
24 
COSTA (2001) argumenta que no decorrer dos últimos anos a psico-oncologia 
se constituiu como uma importante e indispensável ferramenta para a promoção das 
condições de qualidade de vida do paciente com câncer, facilitando o processo de 
enfrentamento de eventos estressantes, relacionados ao processo de tratamento da 
doença. 
Desta forma: 
Ao contrário do que ocorria no passado, quando indivíduos com diagnóstico 
de câncer eram estudados apenas em termos de quantos sobreviviam, e por 
quanto tempo, [...] hoje a interface Psicologia-Oncologia traz à tona uma 
preocupação mais ampla: a qualidade de vida da pessoa com câncer 
(GIMENES, 2003, p. 35). 
NEME (2010), citado por PIO (2020) afirma que a psico-oncologia representa 
uma ampla área de estudos e de atuação profissional e tem como principais objetivos: 
 A prevenção do câncer, o tratamento e a assistência integral ao paciente 
oncológico e seus familiares; 
 A formação de profissionais de saúde; 
 A realização de pesquisas que possibilitem a sistematização dos 
conhecimentos produzidos e que conduzam a novos caminhos. 
A psico-oncologia é definida por GIMENES (2003), citado por PIO (2020), como 
uma área de interface entre a oncologia e a psicologia, tomando por base concepções 
de saúde e doença inerentes ao modelo biopsicossocial. 
Complementando este conceito, COSTA (2001) descreve a psico-oncologia 
como umcampo interdisciplinar da saúde que estuda a influência de fatores 
psicológicos sobre o desenvolvimento, o tratamento e a reabilitação de pacientes com 
câncer. 
A psico-oncologia tornou-se uma importante ferramenta de promoção à saúde 
e avaliação dos processos psicológicos envolvidos no surgimento e desenvolvimento 
do câncer, e também na efetivação da qualidade de vida, na avaliação e identificação 
do papel psicossocial da prevenção e do tratamento do câncer 
9.1 Aspectos Psicológicos do Paciente de Câncer 
Ao receber o diagnóstico de câncer, uma doença que traz tantos sofrimentos e 
preocupações, cria-se uma situação disfuncional não só para quem é por ele 
 
25 
acometido, mas também para todos que o cercam, uma vez que se veem 
surpreendidos por um momento de grande estresse, que leva a mudanças de 
comportamento. Esses comportamentos irão definir quais estratégias serão utilizadas 
para os momentos de confrontação com a situação de adoecimento. 
É possível supor que o diagnóstico de câncer desencadeará sentimentos e 
avaliações cognitivas, as quais, influenciadas pelas experiências anteriores e 
diferenças singulares, resultarão em comportamentos peculiares de ajuste, cujo 
objetivo é enfrentar o estresse e a ansiedade resultante desse momento danoso. A 
percepção de um indivíduo direciona a forma de enfrentamento diante de uma 
situação estressante (COSTA & LEITE, 2009, apud PEREIRA, 2016). 
9.2 Tratamento psicológico 
O trabalho do profissional da área de psicologia consiste em prestar um suporte 
psíquico em situações que geram estresse, depressão, sofrimento, além de fornecer 
apoio emocional à família e aos profissionais envolvidos na situação. Deve-se, 
principalmente, permitir à família conhecer e compreender o processo da doença nas 
suas diferentes fases, além de buscar a todo tempo, maneiras de o paciente em fase 
final de vida ter sua autonomia respeitada (PORTO, 2010, apud LUCENA, 2019). 
 LUCENA (2019) relata que esse profissional tem como papel identificar 
maneiras de troca entre paciente, família e a unidade de cuidados, objetivando a 
promoção de uma boa adesão à assistência proposta. Além disso, o atendimento 
psicológico pode ajudar os pacientes a quebrarem o silêncio e falarem mais sobre a 
doença, fornecendo as informações necessárias ao tratamento, que muitas vezes é 
negado pela própria família. Esta, muitas vezes, considera melhor manter o paciente 
sem a informação. 
9.3 Tratamento psiquiátrico 
A depressão é um dos problemas psiquiátricos de diagnóstico mais difícil em 
pacientes oncológicos, pois muitos sintomas do câncer e efeitos colaterais do 
tratamento se sobrepõem aos sintomas desse transtorno. Ela corresponde a um 
sentimento psicopatológico de tristeza, acompanhado de sintomas afetivos, 
neurovegetativos, ideativos, cognitivos e até psicóticos (FERREIRA, 2016). 
 
26 
De acordo com LUCCHESE (2014), os transtornos psiquiátricos em pacientes 
com câncer frequentemente não são diagnosticados e, portanto, não tratados. As 
barreiras para o tratamento podem decorrer da incerteza sobre o diagnóstico e o 
tratamento, além do tempo, por vezes limitado, para investigar questões emocionais 
e dos custos associados ao tratamento. A própria natureza dos transtornos 
psiquiátricos, muitas vezes, é atribuída ao próprio câncer. 
10 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM ONCOLOGIA 
 A Resolução nº 288 de 1996 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), 
determina que é atribuição privativa do farmacêutico a competência para o exercício 
da atividade de quimioterapia e de manipulação de drogas antineoplásicas e 
demais medicamentos que possam causar risco ocupacional ao manipulador 
(teratogenicidade, carcinogenicidade e/ ou mutagenicidade) nos estabelecimentos de 
saúde públicos ou privados (RECK, 2019). 
De acordo com a RDC 220-2004 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) que estabelece que a Equipe Multiprofissional de Terapia antineoplásica 
(EMTA) deve estar composta de no mínimo um farmacêutico, um enfermeiro e um 
médico especialista, já que por ser uma doença cujo tratamento na maioria das vezes 
é doloroso, a sua integração é eficaz e importante para o sucesso no atendimento. 
Os fármacos utilizados na terapia antineoplásica têm a capacidade de impedir 
o desenvolvimento de processos vitais das células tumorais, porém não possuem uma 
especificidade para estas células, podendo agir também em células saudáveis do 
organismo, desse modo muitos medicamentos apresentam uma janela terapêutica 
estreita, ou seja, a dose usual é próxima a dose tóxica e muitos também podem ser 
classificados carcinogênicos. 
Segundo ABREU (2016), geralmente, as reações adversas são: 
 Náuseas e vômitos; 
 Supressão da medula óssea; 
 Alopecia; 
 Toxicidade pulmonar; 
 Neurotoxicidade; 
 Toxicidade renal; 
 
27 
 Cardiotoxicidade; 
 Lesão godonal e 
 Esterilidade. 
Vale destacar que os efeitos adversos são um fator que influencia para não 
adesão à terapia pelo paciente e podem interferir na efetividade, provocando um 
avanço da doença (ABREU 2016). 
 
Fonte: inaff.org.br 
De acordo com DA SILVA (2017), a terapia do paciente oncológico necessita 
de diversos tratamentos combinados, sendo relevante um acompanhamento 
individualizado e especializado, considerando as suas necessidades. Nesse contexto, 
é de suma importância que a equipe multiprofissional faça a orientação adequada ao 
paciente durante todo o tratamento. 
Mais recentemente, o farmacêutico ocupou seu espaço nessa equipe de 
profissionais, tornando-se indispensável para a qualidade do processo 
farmacoterapêutico. O acompanhamento do farmacêutico aos pacientes em 
tratamento oncológico constitui uma importante ferramenta para a redução de erros 
de medicação no tratamento, tornando-o mais eficaz e melhorando a qualidade de 
vida do paciente, pois uma de suas tarefas é garantir que a terapia medicamentosa 
do doente esteja devidamente adequada e que seja a mais segura e conveniente ao 
paciente. 
Segundo LEÃO (2012) citado por DA SILVA (2017), 
A Atenção Farmacêutica é uma prática profissional voltada para o paciente 
onde o farmacêutico fará o aconselhamento e monitoramento da terapia 
farmacológica em que o paciente está inserido, prestando todas as 
informações necessárias em relação ao medicamento para garantir a adesão 
 
28 
ao tratamento e uso racional do medicamento. Por meio desta atenção o 
farmacêutico torna-se corresponsável pela qualidade de vida do paciente. 
A atuação do farmacêutico em oncologia é uma realidade presente em 
praticamente todos os serviços de quimioterapia. Embora tenha iniciado sua atuação 
exclusivamente nas atividades de manipulação e gerenciamento de quimioterápicos, 
tornou-se peça fundamental para a garantia de qualidade dos procedimentos. 
Além das atribuições relacionadas ao preparo da terapia antineoplásica, cabe 
ao farmacêutico compor a equipe multiprofissional nas visitas aos pacientes 
submetidos ao tratamento oncológico (BRASIL, 2012). 
Conhecer os aspectos farmacológicos, suas propriedades, mecanismos e 
efeitos adversos dos medicamentos, é o principal fator para o sucesso e qualidade da 
farmacoterapia de um paciente, uma vez que faz do farmacêutico uma peça 
fundamental em todo o processo de tratamento 
10.1 Farmácia hospitalar 
A política de prevenção e tratamento de câncer no SUS é de responsabilidade 
compartilhada entre Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais de 
Saúde. Com a organização do atendimento aos pacientes com câncer deve ser 
realizada de forma integral. (BRASIL, 2010). 
Em 2010, a Portaria GM nº 4.283 consolidou-se, no sentido de melhorar a 
gestão da AF hospitalar, estratégias e diretrizes relacionadas à gestão do ciclo da AF 
para os serviços de farmácias, essas ações assistenciais da equipe multiprofissional 
como o gerenciamento de tecnologias, a distribuição e dispensaçãode medicamentos 
e a manipulação de produtos, e as ações da informação, da estrutura física e de 
recursos humanos. (BRASIL, 2010). 
A principal função da farmácia hospitalar é garantir a qualidade da assistência 
dada ao paciente ou usuário por meio do uso racional e seguro de medicamentos e 
afins, adequando sua aplicação à saúde coletiva quanto individual. (PEREIRA, 2017). 
A farmácia hospitalar desenvolve atividades clínicas que são organizadas em 
concordância com as necessidades do hospital, onde o serviço está inserido. Essas 
atividades também podem ser percebidas sob o ponto de vista da organização da 
assistência farmacêutica que inclui seleção de medicamentos, programação, 
aquisição e armazenamento adequado, manipulação quando necessário, 
 
29 
dispensação e distribuição com garantia de segurança e acompanhamento da 
utilização e orientação ao paciente. (KAZMIRCZAK, 2016). 
Em relação aos serviços farmacêuticos ao paciente consisti também no 
aconselhamento e na supervisão do tratamento, esse aconselhamento deve abranger 
os efeitos dos citostáticos e da terapêutica utilizada, técnicas de administração, dos 
efeitos adversos e possíveis interações medicamentosas. (BRASIL, 2004). 
A Farmacoterapia envolve o uso de medicamentos na prevenção ou tratamento 
de doenças por tanto, o farmacêutico está sendo a principal chave em várias etapas 
da terapia (PEREIRA, 2017). 
10.2 Farmacovigilância 
O profissional farmacêutico na farmacovigilância oncológica visa contribuir na 
identificação de eventos ou reações adversas aos medicamentos utilizados durante o 
esquema terapêutico designado pela equipe médica, assim como sugerir 
modificações ou alterações no esquema terapêutico visando eliminar ou minimizar os 
eventos ou reações adversas aos medicamentos, proporcionando assim uma melhor 
qualidade de vida ao paciente durante o período de internamento RECK (2019). 
VISACRIET, al. (2014), afirma que na equipe multiprofissional de quimioterapia, 
a presença do farmacêutico é necessária na elaboração de manuais de normas e de 
procedimentos farmacêuticos, já no âmbito da farmacovigilância ele é responsável 
pela detecção e identificação de reações adversas, além da proposta de medidas de 
intervenção e prevenção, otimizam a terapia e minimizam a ocorrência de internações. 
LARA (2009), citado por RECK (2019), em seu estudo diz que a participação 
deste profissional, na área da farmacovigilância, tem colaborado muito com a 
detecção e identificação de reações adversas, de fatores de risco para o 
desenvolvimento destas, além de ele propor medidas de intervenção e prevenção, 
visto que as reações adversas a medicamentos são algumas das causas de 
internação, onerando os custos da instituição. 
A implantação de sistema de detecção e prevenção de erros de medicação, 
segundo ROSA (2003), deve ser um dos objetivos das ações da farmacovigilância 
realizadas nas instituições de saúde. Para tanto é preciso estabelecer uma sistemática 
contínua de avaliação para que não somente seja possível diminuir a incidência de 
erros, como também contribuir para identificação e relato de novas possibilidades, até 
 
30 
então consideradas, equivocadamente, como reações adversas. Estes sistemas 
também podem contribuir para a identificação de ocorrências que normalmente seriam 
mantidas em sigilo. Neste sentido, é importante que haja modificação na abordagem 
do erro, relacionando-o ao sistema e não ao indivíduo. 
11 SERVIÇO SOCIAL EM ONCOLOGIA 
A profissão de Serviço Social surgiu associada ao agravamento das mazelas 
sociais, tendo como função a execução das ações socais destinadas à população 
empobrecida e por objetivo amenizar os conflitos entre a classe proletária e a 
burguesa. Logo, desde sua origem o Serviço Social encontra-se em meio aos 
divergentes interesses entre essas duas classes sociais fundamentais (DA SILVA, 
2019). 
De acordo com CASTRO (2000) o surgimento do Serviço Social na América 
Latina ocorreu primeiramente no Chile, no ano de 1925, com a primeira escola de 
Serviço Social, fundada pelo médico Alejandro Del Rio, como uma subprofissão 
subordinada à profissão médica. No Brasil, o Serviço Social surgiu nos anos de 1930, 
iniciando no interior do bloco católico, como maneira da igreja impor sua hegemonia 
ideológica ou doutrinaria. 
Neste contexto, BRAVO (2014, p.153) citado por DA SILVA (2019), registra 
que: 
“O Serviço Social sendo ligado à ação social da igreja fazia parte de uma 
estratégia de reação e reagrupamento de forças, antigas prerrogativas com a 
constituição de poderosa organização de massa”. 
A intervenção profissional do assistente social inicialmente se foca no traçado 
do perfil biográfico dos usuários iluminando a situação socioeconômica e os aspectos 
culturais inerentes. O profissional se preocupa em avaliar as redes de suporte social 
para acioná-las quando necessário; orienta-os sobre questões legais, burocráticas e 
de direitos e, ainda se constitui como elo/interlocutor entre paciente/família e equipe 
interdisciplinar em questões pertinentes ao cuidado disponibilizado. Nessa direção, 
torna-se imprescindível a compreensão do contexto familiar na perspectiva dos novos 
rearranjos familiares. 
De acordo com MIOTO (1997, p.120), citado por DA SILVA (2019) a família: 
 
31 
Pode ser definida como núcleo de pessoas que convivem em determinado 
lugar durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham 
unidas (ou não) por laços consanguíneos. Ela tem como tarefa primordial o 
cuidado e a proteção de seus membros, e se encontra dialeticamente 
articulada com a estrutura social na qual está inserida. 
A família tem um papel importante no cuidado e contribui no processo de “uma 
boa morte” (MARINHO, 2011) ao paciente oncológico em Cuidado Paliativo, sendo 
considerada uma parceira para o profissional de Serviço Social e demais integrantes 
da equipe que o assiste. 
A atuação do assistente social em equipes de atenção paliativa pode ser 
resumida em: conhecer o paciente, família e cuidadores nos aspectos 
socioeconômicos visando ao oferecimento de informações e orientações legais, 
burocráticas e de direitos, imprescindíveis para o bom andamento do cuidado ao 
paciente e para a garantia de morte digna, no caso de pacientes em Cuidados de Fim 
de Vida-CFV. Cabe a esse profissional, também, avaliar a rede de suporte social dos 
envolvidos e acioná-la em situações apropriadas; conhecer e estabelecer uma rede 
intrainstitucional no intuito de garantir atendimento preciso ao paciente, além de 
constituir-se como interlocutor entre paciente/família e equipe nas questões 
relacionadas aos aspectos culturais e sociais que envolvem o cuidado de forma geral 
(ANDRADE 2009, p.221). 
De acordo com BRAVO (2014), para o assistente social que atua no campo da 
saúde, se torna importante trazer à tona a afirmativa que a saúde é uma das políticas 
sociais que manifesta uma diversidade de demandas relacionadas às necessidades 
básicas dos cidadãos. Destacam-se, ainda, as manifestações de vontade dos 
pacientes em Cuidados Paliativos Oncológicos no que diz respeito ao atendimento 
médico e demais aspectos relacionados ao seu tratamento, incluindo as Diretivas 
Antecipadas de Vontade (DAV). 
O assistente social tem um papel fundamental para o paciente, familiares e/ou 
amigos e equipe multiprofissional quando disponibiliza o apoio social para o paciente 
em condições de vulnerabilidade. Destacam-se as intervenções direcionadas à 
qualidade de vida nos momentos finais de vida, possibilitando uma morte digna ao 
paciente, bem como no auxílio à família, visando manter uma estabilidade emocional 
e social. O profissional de Serviço Social atua de forma interdisciplinar contribuindo 
para a manutenção de condições que amenizem as problemáticas enfrentadas e o 
sofrimento decorrente da situação de terminalidade do ente querido. Entende-se que 
 
32 
a mortepode ser definida como a cessação definitiva da vida. O morrer, como o 
intervalo entre o momento em que a doença se torna irreversível e aquele em que o 
indivíduo deixa de responder a qualquer medida terapêutica, progredindo 
inexoravelmente para a morte. 
CARVALHO (2008, p.200) pontua que: 
O câncer suscita nos seres humanos vários tipos de medo da morte: da morte 
com dor, da morte com alívio, da morte em fantasia da morte dos sonhos da 
vida, da morte que provoca rupturas, da morte como erro e fracasso do 
médico, da morte como fracasso dos recursos tecnológicos, da morte 
ameaçada e avisada. A incidência em maior ou menor grau de um dos tipos 
de medo da morte citados, fica sempre na dependência da característica 
individual de cada membro do sistema, da sua história, das suas crenças a 
respeito da morte e da dinâmica existente na família no momento da 
demanda desencadeada pela doença. 
12 ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA EM ONCOLOGIA 
A terapia antineoplásica traz diversas complicações, sendo as lesões bucais 
uma das principais. Dados da literatura mostram que cerca de 40% dos pacientes 
oncológicos apresentam repercussões bucais agudas, como mucosite, aftas, 
candidíase, herpes, gengivites, hemorragias gengivais, infecções fúngicas, virais e 
bacterianas, xerostomia, alterações no paladar, distúrbios na formação dos germes 
dentários e trismo muscular, além de vômitos, náuseas, diarreia, mucosite 
gastrointestinal, eritema, erupções, maculo papilar, dermatite, entre outras patologias 
(CAVALCANTE, 2017, apud ZOCANTE, 2020). 
A radioterapia e a quimioterapia agem de forma inespecífica, afetando não 
apenas as células neoplásicas, que se reproduzem de maneira desordenada, mas 
também as células do tecido sadio, gerando reações adversas em nível sistêmico e 
na cavidade bucal (FREIRE, 2006, apud VOLPATO, 2014). 
Lamentavelmente, grande parte dos hospitais brasileiros não possui a 
participação do cirurgião-dentista em seu corpo clínico, sendo fundamental que haja 
uma avaliação estomatológica efetiva e a criação de um protocolo de atendimento, 
tanto na fase de diagnóstico quanto durante o tratamento antineoplásico, podendo 
reduzir os efeitos colaterais dessa terapia, prevenir possíveis complicações e reduzir 
o tempo de internação, trazendo um aumento na qualidade de vida e melhores 
condições de cura para esses pacientes (HESPANHOL et al., 2012, apud VOLPATO, 
2014). 
 
33 
Segundo MEDEIROS-SERPA (2018), o cirurgião-dentista destaca-se entre os 
profissionais envolvidos na equipe multiprofissional responsável pelo tratamento do 
paciente oncológico, pela sua capacidade no diagnóstico, prevenção, estabilização e 
tratamento de alterações na cavidade bucal que comprometem a qualidade de vida 
do paciente antes, durante e depois da terapêutica antineoplásica. 
13 FISIOTERAPIA EM ONCOLOGIA 
A fisioterapia em oncologia é uma especialidade que tem como objetivo 
preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos 
e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento 
oncológico (INCA, 2012). 
Segundo MUNARETTO (2016, apud DO NASCIMENTO, 2017), o 
fisioterapeuta especialista em oncologia atua nos 4 pilares da esfera oncológica: 
promoção, rastreamento, tratamento e cuidados paliativos (MUNARETTO, 2016). P 
mesmo autor ainda relata que a fisioterapia atua no Pré e pós-operatório de cirurgias 
de mama, cabeça e pescoço, tumores ósseos e de partes moles, coluna, cirurgias 
pélvicas (urro e ginecológicos) e torácicos-abdominais. Também se faz necessário 
durante o tratamento de radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Devem utilizar 
tratamento fisioterapêutico pacientes com sintomas relacionados à doença e seus 
tipos de tratamento, onde é comum encontrar presença de dor persistente, fibroses, 
retrações e aderências cicatriciais, encurtamento musculares e entre outro. 
 
Fonte: com.com.br 
Vale ressaltar que a fisioterapia contribui através de métodos de terapia 
manual, alongamentos, exercícios passivos e ativos para fortalecimento muscular, 
 
34 
cinesioterapia, eletroterapia, termoterapia e crioterapia. Os tratamentos atuais têm 
como principal objetivo proporcionar uma boa qualidade de vida para estes pacientes, 
sendo cada vez mais necessário o envolvimento ativo de uma equipe multidisciplinar. 
A fisioterapia é parte integrante das equipes multidisciplinares onde se trabalha os 
aspectos funcionais do indivíduo, visando à reabilitação dos movimentos e prevenindo 
disfunções (CORREIA, 2014, apud ONCOGUIA, 2015)). 
Para o fisioterapeuta oncológico, é fundamental ter conhecimento do estádio 
em que se encontra o paciente. A má utilização dos recursos fisioterapêuticos 
poderá contribuir com a proliferação celular nas redes linfáticas e sanguíneas 
(ONCOGUIA, 2015). 
Podemos citar a atuação do fisioterapeuta em dois momentos: 
Pré-diagnóstico: através de medidas de prevenção (pré-triagem), através de 
orientações sobre estilo de vida e a triagem propriamente dita quando é feito a 
detecção. 
Pós diagnóstico: onde a fisioterapia auxilia o paciente a se preparar para o 
tratamento oncológico, aumentando sua capacidade física, força e endurece, para que 
se consiga guardar sua forma física por mais tempo, ou seja, manter a autonomia, 
reabilitando esse paciente com o intuito de promoção de saúde e sobrevida de 
qualidade. Também podemos promover conforto aos pacientes que precisam ser 
paliados, diante de um quadro de progressão de doença incurável, buscando 
qualidade de vida dentro das limitações (BRAY, 2018, apud LUCENA, 2021). 
A Fisioterapia Oncológica atua com olhar diferenciado no pré e pós-operatório 
de cirurgia oncológicas, e durante o tratamento de quimioterapia, radioterapia, 
imunoterapia e hormonioterapia, uma vez que estes tratamentos podem causar 
disfunções no paciente como: dor, limitação de amplitude de movimento, linfedema, 
fibrose, encurtamentos musculares, neuropatias, déficit de força muscular, alterações 
respiratórias e motoras, incontinência urinária e fecal, estenose vaginal entre outras. 
Estas disfunções irão variar de acordo com o tipo de tumor e tratamento indicado. De 
acordo com LUCENA (2021), cabe aos fisioterapeutas indicar qual o melhor 
tratamento fisioterapêutico para o paciente de forma individualizada, pois cada 
paciente apresenta demanda única e diferenciada. 
 
35 
14 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL EM ONCOLOGIA 
 
Fonte: gastrovale.com.br 
Os pacientes em estado de doenças avançadas, como no caso do câncer, 
sofrem de muitos sintomas decorrentes não só da enfermidade, mas também dos 
grandes efeitos colaterais causados pelo tratamento de quimioterapia e radioterapia. 
Dentre esses sintomas, destacam-se as alterações fisiológicas que impedem o 
paciente de se alimentar normalmente, as quais podem favorecer quadros de 
anorexia, decorrentes, sobretudo, da síndrome de caquexia, a qual é muito frequente 
em pacientes com câncer terminal. Desse modo, a nutrição inadequada do paciente 
oncológico contribui para a piora no prognóstico da doença e reduz a sua qualidade 
de vida do mesmo, tornando o tratamento muito mais doloroso e demorado (PINTO, 
2018). 
O acompanhamento nutricional é fundamental na aplicabilidade dos cuidados 
paliativos aos pacientes oncológicos, como o uso da alimentação artificial, que auxilia 
na melhora do balanço energético e desacelera o processo de caquexia, atuando na 
manutenção do peso e redução do processo catabólico. Logo, o papel do nutricionista 
no tratamento paliativo transforma a função meramente fisiológica de nutrir e atua nos 
aspectos social e psicológico, propiciando a melhora do estado de isolamento social 
e o enfrentamento do estágio terminal do câncer de maneira menos dolorosa 
(BENARROZ, 2009, apud DUARTE, 2020). 
Segundo DUARTE (2020), é essencial que o nutricionista esteja atento à 
importância da assistência nutricionalno tratamento paliativo e da sua inserção nas 
equipes voltadas aos cuidados paliativos, para que em conjunto com outros 
 
36 
profissionais da saúde possibilite maior qualidade de vida durante o processo 
patológico. 
A intervenção nutricional poder reduzir o grau de mucosite e de dor, conforme 
relatado por SCHIRMER, et al., (2012), citado por VOLPATO (2014), quando 
realizaram uma pesquisa em 24 pacientes do ambulatório de Serviços e Cuidados 
Paliativos do Hospital Erasto Gaertner, no período entre agosto de 2010 e setembro 
de 2011. Durante 15 dias foi realizada uma intervenção nutricional por meio de 
bochechos com chá de camomila industrializado, frio, três vezes ao dia, restrição de 
alimentos ácidos, secos, duros e picantes, bem como sal e alimentos muito quentes. 
Após o tratamento, os pacientes foram reavaliados, trazendo resultados significantes. 
15 FONOAUDIOLOGIA EM ONCOLOGIA 
O fonoaudiólogo é o responsável pela avaliação e reabilitação das funções da 
audição, cognição, comunicação oral e escrita, respiração, mastigação e deglutição. 
Ele atua na linha de cuidado integral do câncer junto à equipe multiprofissional, tanto 
na atenção primária (prevenção, promoção, rastreamento/detecção precoce, suporte 
e cuidados paliativos), como na atenção especializada no acompanhamento desde a 
fase do diagnóstico, pré, durante e após o tratamento cirúrgico e/ou clínico na 
reabilitação das funções da audição, comunicação oral e escrita, e principalmente nas 
funções relacionadas à fonoarticulação, alimentação/mastigação/deglutição. 
 
Fonte: rededorsaoluiz.com.br 
A importância da voz não pode ser subestimada, porém é um dos instrumentos 
de comunicação mais básicos, no qual transmitimos pensamentos, desejos e 
emoções. A fonoarticulação apresenta uma importância pessoal, social e econômica. 
 
37 
Assim sendo, geralmente quanto maior a dependência da comunicação na vida 
profissional e social de uma pessoa, mais devastadores serão os efeitos de um 
distúrbio fonatório e/ou articulatório em sua vida. 
O tratamento fonoaudiológico irá sempre considerar aspectos multifatoriais, 
como condições de saúde, comorbidades, demanda comunicativa e 
características psicossociais para melhor definição do planejamento 
terapêutico (FURIA, 2018). 
De forma mais específica, a fonoaudiologia tem uma atuação extensa com os 
pacientes de câncer de cabeça e pescoço. O tratamento do câncer é complexo, 
geralmente envolve o trabalho de diversos especialistas treinados e experientes, em 
locais com infraestrutura suficiente para atender a todas as necessidades do paciente 
(diagnóstico, estadiamento, métodos de tratamento, tratamento de complicações e 
reabilitação integral, ou seja, física, psicológica e social) (KOWALSKI, 2000, apud 
FURIA,2018). 
As cirurgias que comprometem as estruturas da cavidade oral, orofaringe, 
nasofaringe, laringe e hipofaringe, tireoide podem acarretar sequelas temporárias e/ou 
permanentes, em maior ou menor grau principalmente em relação à alimentação via 
oral, fonoarticulação e inteligibilidade de fala. Segundo dados colhidos por FURIA 
(2018), essas sequelas são consideradas pelos pacientes como importantes do ponto 
de vista funcional, estético e social. Nos últimos trinta anos tem se dado valor a 
pesquisas que apontem os resultados funcionais, no que diz respeito à deglutição, 
voz, fala e qualidade de vida na percepção do próprio paciente. Nos tumores de 
cavidade oral a atuação fonoaudiológica é bastante complexa e geralmente individual, 
haja vista a grande possibilidade de cirurgias de acordo com o tamanho e localização 
da lesão. 
Destacamos as ressecções isoladas de uma estrutura parcial, subtotal ou total 
como glossectomias, mandibulectomias, ressecções de palato duro e/ou mole, 
ressecções de lábio superior ou inferior, ressecções de assoalho de boca ou 
pelvectomias. Diante da diversidade de possibilidades cirúrgicas, a fonoterapia 
dependerá das alterações apresentadas no momento da avaliação (fala-ressonância-
articulação e deglutição). A atuação conjunta do fonoaudiólogo com o cirurgião buco-
maxilo-facial na adaptação de próteses e/ou implantes é extremamente valiosa na 
otimização dos resultados estéticos e funcionais. Nas ressecções de palato duro, a 
adaptação de placas obturadoras ou reconstruções promovem melhora significativa 
 
38 
na qualidade vocal com redução do escape de ar e consequente eliminação ou 
diminuição da hipernasalidade 
Avaliação e reabilitação fonoaudiológica 
Segundo FURIA (2018), A avaliação da fonoarticulação e deglutição é realizada 
por meio da definição de queixa, identificação dos sinais e sintomas, estudo de 
prontuário e histórico clínico do paciente durante a anamnese, além da avaliação 
clínica propriamente dita e a avaliação instrumental. Especificamente falando da 
avaliação fonoaudiológica, é imprescindível uma boa qualidade de documentação da 
informação, com gravadores digitais e microfones profissionais e, sempre que 
possível, uma filmadora para registros visuais dos pacientes e sua comunicação, para 
posterior análise e eventuais utilizações no processo de reabilitação. 
Exames objetivos como a videoendoscopia da deglutição (nasofibroscopia da 
deglutição) e a videofluoroscopia podem ser necessários para complementação 
diagnóstica e planejamento terapêutico das disfagias, principalmente nos casos em 
que há a suspeita da aspiração silente, ou seja, quando há alteração importante de 
sensibilidade que não é detectável na avaliação clínica. Ambos os exames 
possibilitam a visualização e caracterização das disfunções anatômicas/funcionais, de 
forma macroscópica ou por imagem, variando as consistências e volumes de ingesta 
oral, além de testar manobras posturais, de proteção de via aérea e de limpeza 
faríngea. Enquanto a videoendoscopia da deglutição permite essa avaliação 
macroscópica apenas da fase faríngea, a videofluoroscopia ou videodeglutograma 
permite a avaliação da imagem dinâmica de todas as fases da deglutição (SANTORO, 
2011). 
As disfunções vocais são avaliadas mais comumente através da análise 
aerodinâmica, perceptivo-auditiva e por meio de métodos de análise acústica que irão 
tentar estabelecer a correspondência entre os aspectos vocais envolvidos nos âmbitos 
da fisiologia, da acústica e da audição (CAMARGO, 2000, apud FURIA, 2018). 
A avaliação também deve envolver ferramentas que possibilitem refletir a 
sensação de bem-estar do indivíduo, e não apenas detectar os aspectos 
alterados para o planejamento terapêutico. Portanto, os questionários de 
qualidade de vida podem fornecer dados quantitativos que auxiliam o 
terapeuta/equipe a conduzir a reabilitação considerando o indivíduo 
integralmente. Em relação às complicações orais e disfagia, a literatura 
nacional possui alguns questionários validados como o “Questionário de 
Qualidade de Vida em Disfagia” (SWAL QOL), “Questionário de Disfagia de 
M.D. Anderson (MDADI), “Questionário de Satisfação do Paciente e 
Qualidade do Cuidado no Tratamento da Disfagia (SAWL CARE), e o 
 
39 
questionário para avaliar os sintomas orais (Vanderbilt Head and Neck 
Symptom Survey version 2.0) (SALAMA, 2008, apud BARROSO, 2015). 
Segundo estudos realizados por KRISCIUNAS (2012), as intervenções 
terapêuticas para reabilitação da deglutição são comumente realizadas pós- 
tratamento oncológico. Quando se considerando a prática usual nas intervenções 
fonoaudiológicas em câncer de cabeça e pescoço, apenas 18,3% dos fonoaudiólogos 
afirmaram realizar terapia profilática nessa população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
16 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
ABREU, P.A., NOGUEIRA, T.A., Atenção Farmacêutica a Pacientes Oncológicos: 
Uma Revisão Integrativa da Literatura. Scielo. 2016. 
ADÁN, J.C.M., MORENO-JIMÉNEZ, B., RODRÍGUEZ-CARVAJAL, R., HERRER, 
M.G., RUIZ-LÓPEZ, P., Validación psicométrica de la versión

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