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Atuação do Fisioterapeuta em Cuidados Paliativos em Pacientes Adultos Oncológicos no Âmbito Hospitalar

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NITERÓI 
2020 
FRANCINE HONORINDA GOMES DA CRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM CUIDADOS 
PALIATIVOS EM PACIENTES ADULTOS ONCOLÓGICOS 
NO ÂMBITO HOSPITALAR 
 
 
FRANCINE HONORINDA GOMES DA CRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM CUIDADOS 
PALIATIVOS EM PACIENTES ADULTOS ONCOLÓGICOS 
NO ÂMBITO HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Fisioterapia. 
 
Orientador: Frederico Kochem 
Coorientador: Débora Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2020 
FRANCINE HONORINDA GOMES DA CRUZ 
 
 
 
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM CUIDADOS PALIATIVOS EM 
PACIENTES ADULTOS ONCOLÓGICOS NO ÂMBITO HOSPITALAR 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Fisioterapia. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Niterói, 08 de Dezembro de 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha mãe, a quem 
agradeço a base que deu para me tornar a 
pessoa que sou hoje. Aos meus 3 filhos, 
minha razão de viver. 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente à Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе 
minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm todos оs 
momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. 
À esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе 
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior, eivado pеlа 
acendrada confiança nо mérito е ética aqui presentes. Agradeço a todos оs 
professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs а 
manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação 
profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem mе ensinado, 
mаs por terem mе feito aprender. 
À palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm 
nominar terão оs meus eternos agradecimentos. 
 E a todos que direta e indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu 
muito obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRUZ, Francine Honorinda Gomes da. ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM 
CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES ADULTOS ONCOLÓGICOS NO 
ÂMBITO HOSPITALAR. 2020. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em 
Fisioterapia) – Anhangera, Niterói, 2020. 
 
RESUMO 
 
O cuidado paliativo surgiu como uma modalidade terapêutica, que vem por meio 
melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos e familiares no enfrentamento 
da doença no âmbito hospitalar, por meio de prevenir, aliviar os sofrimentos físicos, 
espirituais e psicossociais. Dessa forma, cabe ao fisioterapeuta oferecer ao paciente 
o cuidado paliativo quando não se tem uma perspectiva de cura no tratamento 
oncológico, mas que oferece uma melhor qualidade de vida na terminalidade, onde o 
paciente terá um alivio da dor, da náusea, além de um conforto na tentativa de trazer 
maior bem-estar, de melhorar todos os desconfortos que venha a sentir. Dessa forma, 
o objetivo geral do trabalho consiste em avaliar os benefícios da fisioterapia, nos 
cuidados paliativos, em pacientes oncológicos no âmbito hospitalar. O fisioterapeuta, 
assim como diversas outras áreas da saúde, está sujeito a lidar com situações 
frequentes de óbito, e necessita assim estar preparado para tais ocorrências, de 
maneira que durante sua formação acadêmica há de se pensar também no lado 
humanista da profissão, não apenas técnico. O presente trabalho tem como princípio 
metodológico uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratória e descritiva. Perante 
o paciente oncológico, as medidas fisioterapêuticas se apresentam de grande 
importância, principalmente frente aos cuidados paliativos. Nesse contexto as ações 
são realizadas visando a recuperação do estado de saúde do paciente, por intermédio 
de inúmeras técnicas, sendo elas empregadas para a melhora da dor, da mobilidade 
para que haja independência dos movimentos exercidos, evitando prejuízos 
respiratórios, desenvolvimentos de lesões por meio do longo tempo acamado, no 
oferecimento. 
 
Palavras-chave: Cuidados Paliativos. Adultos Oncológicos Hospitalizados. 
Fisioterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALLIATIVE CARE IN ADULT ONCOLOGICAL PATIENTS IN THE HOSPITALS. 
2020. 42f. Course Conclusion Paper (Graduation in Physiotherapy) - Anhangera, 
Niterói, 2020. 
 
ABSTRACT 
 
Palliative care emerged as a therapeutic modality, which aims to improve the quality 
of life of cancer patients and family members in coping with the disease in the hospital, 
by preventing, relieving physical, spiritual and psychosocial suffering. Thus, it is up to 
the physiotherapist to offer the patient palliative care when there is no prospect of a 
cure in cancer treatment, but that offers a better quality of life in the terminality, where 
the patient will have pain relief, nausea, in addition to a comfort in an attempt to bring 
greater well-being, to improve any discomfort you may feel. Thus, the general objective 
of the work is to evaluate the benefits of physiotherapy, in palliative care, for cancer 
patients in the hospital environment. The physiotherapist, as well as several other 
areas of health, is subject to deal with frequent situations of death, and therefore needs 
to be prepared for such occurrences, so that during his academic training one must 
also think about the humanist side of the profession, not only technician. The present 
work has as methodological principle a bibliographic research, of an exploratory and 
descriptive character. Before the cancer patient, as physical therapy measures are of 
great importance, especially in relation to palliative care. In this context, the actions 
are performed to recover the patient's health status, through techniques, which are 
used to improve pain and mobility so that there is independence from the movements 
performed, avoiding respiratory results, and process developments through the long 
run, bedridden time, in offering. 
 
Key-words: Palliative Care. Hospitalized Oncological Adults. Physiotherapist. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9 
2. A DOENÇA DO CÂNCER ....................................................................................... 11 
2.1 AS IMPLICAÇÕES DA DOENÇA NO BEM-ESTAR DO PACIENTE ................... 12 
2.2 A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE NO TRATAMENTO DA DOENÇA...... 13 
3. CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES ADULTOS HOSPITALIZADOS ...... 16 
3.1 FISIOTERAPIA PALIATIVA ................................................................................... 16 
3.2 AS AÇÕES DO FISIOTERAPEUTA ...................................................................... 19 
3.3 AS CONTRIBUIÇÕES DO CUIDADO PALIATIVO AOS PACIENTES ................ 21 
4. A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA ................................... 24 
4.1 OS BENEFÍCIOS DA FIOSTERAPIA TERAPÊUTICA ......................................... 24 
4.2 O FISIOTERAPEUTA E OS CUIDADOS PALIATIVOS ........................................ 27 
4.3 A PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA AO PACIENTE....... 29 
4.4 A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS DO PROFISSIONAL DE 
FISIOTERAPIA AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS ................................................. 32 
5. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 379 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O cuidado paliativo surgiu como uma modalidade terapêutica, que vem por 
meio melhorar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos e familiares no 
enfrentamento da doença no âmbito hospitalar, por meio de prevenir, aliviar os 
sofrimentos físicos, espirituais e psicossociais. Embora o paliativo seja um objeto de 
ação na área oncológica, pode ser utilizado desde o diagnóstico de uma doença até 
a fase terminal dela. No mundo, irão morrer em decorrência da doença 70% dos 
pacientes diagnosticados com câncer, que normalmente acompanha dor e sofrimento. 
No Brasil, são apenas 40 serviços especializados em cuidados paliativos na 
modalidade terapêutica. Em vista que, em 2020, aproximadamente 15 milhões de 
pessoas no mundo irão apresentar diagnóstico de câncer, esse número emerge a 
necessidade de expansão dos cuidados, necessitando assim de profissionais 
atuantes nessa área. 
Dessa forma, cabe ao fisioterapeuta oferecer ao paciente o cuidado paliativo 
quando não se tem uma perspectiva de cura no tratamento oncológico, mas que 
oferece uma melhor qualidade de vida na terminalidade, onde o paciente terá um alivio 
da dor, da náusea, além de um conforto na tentativa de trazer maior bem-estar, de 
melhorar todos os desconfortos que venha a sentir. Esses cuidados não revertem a 
doença, nem prolonga a vida, mas dá um apoio ao paciente e familiares possibilitando 
vínculos, para a humanização da assistência prestada. 
O fisioterapeuta, assim como diversas outras áreas da saúde, está sujeito a 
lidar com situações frequentes de óbito, e necessita assim estar preparado para tais 
ocorrências, de maneira que durante sua formação acadêmica há de se pensar 
também no lado humanista da profissão, não apenas técnico. Assim sendo, esse 
trabalho se justifica por, delinear a atuação do fisioterapeuta em atuar e complementar 
dentro do seu alcance profissional a abordagem paliativa no âmbito hospitalar afim de 
obter o cuidado que o paciente oncológico necessita, onde o cuidado paliativo não 
prolonga e nem reverte a doença, mas possibilita uma humanização na assistência 
prestada, criando um vínculo com o paciente e seus familiares. 
Os cuidados paliativos, diante de tal perspectiva, implicam em uma visão 
holística, considerando a dimensão física, mas também as preocupações 
psicológicas, sociais e espirituais dos pacientes. Assim, tem-se o seguinte problema: 
De que forma o profissional de fisioterapia pode atuar nos cuidados paliativos no 
10 
 
paciente oncológico no âmbito hospitalar? Como hipótese, tem-se que o 
fisioterapeuta, nesses casos de impossibilidade de cura, deve atuar por meio da 
comunicação para o alívio do sofrimento, além da busca da qualidade de vida do 
mesmo por meio de atividades que aliviem as dores. 
Dessa forma, o objetivo geral do trabalho consiste em avaliar os benefícios da 
fisioterapia, nos cuidados paliativos, em pacientes oncológicos no âmbito hospitalar. 
Enquanto tem como objetivos específicos: abordar sobre a doença do câncer e as 
suas implicações na qualidade de vida do paciente; elencar sobre o tratamento de 
cuidados paliativos e a fisioterapia paliativa, destacando a importância da equipe 
multiprofissional; e discutir sobre os problemas relacionados e a importância da 
atuação do fisioterapeuta terapêutica, por meio dos cuidados paliativos, para 
proporcionar qualidade de vida a pacientes oncológicos hospitalizados. 
O presente trabalho tem como princípio metodológico uma pesquisa 
bibliográfica, de caráter exploratória e descritiva. Assim, realizou-se uma busca teórica 
afim de se analisar e sintetizar diversas obras de cunho acadêmico-científico que 
perpassam o assunto em tela, realizando uma exposição dos aspectos elencados 
como objetivos tendo como base a literatura coletada. O autor Gil (2002, p. 59) pontua 
um roteiro típico para uma pesquisa desta natureza, subdividindo-a nas etapas tais: 
Escolha do tema; Levantamento bibliográfico preliminar; Elaboração do plano 
provisório de assunto; Busca das fontes; Leitura do material; Fichamento; 
Organização lógica do assunto; Redação do texto. 
Ainda, existem diversas fontes que constroem o bojo conceitual de qualquer 
pesquisa bibliográfica. Desta forma, foram escolhidas obras de publicações em livros, 
artigos científicos, teses e monografias, disponíveis no SciELO, PUBMED, Biblioteca 
Virtual de Saúde (BVS), Google Scholar e Books e demais fontes de busca, através 
das palavras-chave: “atuação do fisioterapeuta”, “cuidados paliativos” e “paciente 
oncológico hospitalizado”. 
 
 
11 
 
2. A DOENÇA DO CÂNCER 
 
O câncer trata-se de uma doença muito difundida e estudada nos últimos anos. 
Sua evolução está atrelada a fatores genéticos e de estilo de vida, essa doença 
silenciosa era considerada menos frequente no século passado isso pelo estilo de 
vida que os indivíduos levavam. Caracteriza-se o câncer como consequência do 
crescimento celular descontrolado, o que acaba por levar a uma massa de células 
chamada neoplasia o tumor. Diante disso, os cuidados paliativos consistem em 
promover medidas que aumentem a qualidade de vida dos pacientes e também de 
seus familiares perante a doenças que ameaçam a continuidade da vida. Além disso, 
o cuidado paliativo também auxilia que o cuidador do paciente consiga lidar com o 
avanço rápido da doença. 
As causas do câncer ainda são desconhecidas, mas tem sido associado a 
diversas causas internas e externas, como no ambiente de trabalho, consumo e 
cultural. Esses fatores de risco, são; indústria química, medicamentos, alimentos, 
estilo e hábitos de vida onde alteram a estrutura genética das células (DNA). Existem 
diferentes circunstâncias que permeiam o desenvolvimento de uma neoplasia, 
contudo, as principais causas o tabagismo, o sedentarismo, maus hábitos alimentares 
e o envelhecimento. Cerca de 2% dos adultos revelaram ter recebido um diagnóstico 
de câncer pelo menos uma vez na vida, sendo a maioria são mulheres, idosos, 
brancos e de classe média. Entre os homens evidenciam-se um elevado número de 
câncer de próstata e entre as mulheres o câncer de mama (OLIVEIRA et al., 2013). 
Entretanto, salienta-se que é preciso compreender a existência de uma grande 
participação de hábitos nocivos no desenvolvimento do câncer, cerca de 50%. Logo, 
preciso que haja políticas que almejem a diminuição dos números de casos a longo 
prazo e que visem a melhora na qualidade de vida dos indivíduos, promovendo, 
portanto, campanhas antitabagistas, na diminuição de conservantes e corantes em 
produtos industriais, diminuição da utilização de agrotóxicos e na divulgação de 
hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2004). 
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o termo câncer está 
sendo utilizado para designar o crescimento exacerbado e desenfreado das células, 
que se acumulam possivelmente em órgãos e tecidos e podem levar a morte (SILVA; 
HORTALE, 2006). Assim sendo, foi preciso desenvolver cuidados especializados e 
que proporcione uma boa qualidade de vida mediante o diagnóstico de neoplasias 
12 
 
malignas. A realidade da oncologia no Brasil é resultado da dificuldade de 
proporcionar um cuidado holístico e humanizado, os pacientes acabam-se 
acumulando nos leitos de hospitais, por falta de conhecimento os sintomas são 
difundidos de forma comum e por muitas vezes ignorados, até mesmo no que tange 
os aspectos psicológicas (MANUAIS DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009). 
 
2.1 AS IMPLICAÇÕES DA DOENÇA NO BEM-ESTAR DO PACIENTE 
 
A dor excessiva nos casos do câncer, são consideradas fortíssimas e 
decorrentes da infiltração das neoplasias nos demais tecidos, gerando ainda possíveis 
lesões nos receptores de dor, fazendo que haja um estímulo intenso. Como 
supracitado observa-se a importância de assumir um caráter de controle da dor, sem 
a finalidade de cura ou reversão, isso porque esse nível de atuação poderá resultar 
nas melhoresexperiências (TAMBORELLI. 2002). 
As novas condições que o paciente se depara são formadas por inúmeras 
informações, desde a compreensão do tratamento, a necessidade da hospitalização, 
a retirada do meio social, os desconfortos, efeitos colaterais, possíveis pioras, 
tornando o contexto uma carga excessiva para o psicológico e emocional desse 
indivíduo. Dentre as reações que comprometem o organismo e influenciam, de forma 
exacerbada, a nova vivência há comprometimentos provocados pelas neoplasias que 
podem afetar os componentes musculoesqueléticos, manifestar sintomatologias como 
inflamações nos vasos sanguíneos gerando modificações em suas estruturas, febre 
sem origem definida, processo inflamatório e degeneração do tecido músculo 
esquelético, artrite, artralgia, aumentos dos linfonodos. Inúmeras outras mutações 
podem ocorrer nos momentos iniciais da doença ou com sua progressão (CAMPOS 
et al., 2008). 
O paciente acaba adentrando em uma nova realidade em que precisa de 
recursos para lidar com a estadia hospitalar, as etapas do tratamento e suas dores e 
sofrimento, juntamente com o contato com outras pessoas e suas respectivas dores. 
Estando a mercê do sentimento de impotência, precisando ser apoiado, 
transformando sua estrutura corporal devido à doença, apresentando ansiedade 
frente a resultados de análises, passando por suas próprias modificações sociais e 
familiares e vivenciando sentimentos como o medo de morrer e do desconhecido, 
tristeza, insegurança, negação (VASCONCELLOS, 2004). 
13 
 
A doença pode gerar no indivíduo fases distintas frente a situação como a 
negação, depressão, esperança, raiva, aceitação como meios de defesa no 
enfrentamento do processo incógnito da enfermidade ou da morte. A negação 
demonstra nitidamente a condição em que há despreparo emocional para lidar ou 
acreditar nas circunstâncias e pode ser seguida ou conjunta a raiva e a depressão. A 
esperança se enquadra como atitude positiva referente ao futuro, sendo importante 
como estímulo para a adesão ao tratamento. A aceitação não se define como 
acomodação diante da situação e a espera do inevitável, mas um meio de 
compreender o momento e suas possíveis consequências (XAVIER et al., 2010). 
Segundo estudo realizado por Fanger et al. (2010), há maiores incidências de 
depressão e comportamentos suicidas em pacientes com câncer quando comparado 
com outras enfermidades. Os casos podem alcançar de 15% a 25% dos pacientes 
com câncer, sendo necessário o diagnóstico precoce para inicializar o tratamento, pois 
essa condição influência negativamente na adesão as intervenções de cuidado 
oncológicos e consequentemente impulsiona sua progressão. A depressão e o 
estresse referem-se as consequências das disfunções físicas provenientes do câncer 
e se tornam os agravantes para outras doenças, sendo que o estresse é contínuo e 
intenso afetando ainda mais as comorbidades (MELO, 2013). 
Além disto, o paciente desenvolve algumas fases desde o diagnóstico até o 
final da doença, seja com a cura ou com a morte. A primeira fase é a considerada fase 
de negação, na qual o indivíduo não aceita o fato de estar com uma doença incurável 
e que pode ser temporária ou que irá progredir até a morte. A segunda fase consiste 
no desenvolvimento de uma raiva profunda e questionamentos sobre suas atitudes, 
buscando encontrar uma justificativa e encontrar um culpado para o que está 
ocorrendo. No terceiro momento, é comum que o paciente tente barganhar com a 
morte, onde ele busca através processos religiosos a solução para seus problemas, a 
quarta fase consiste na depressão onde ele compreende que é melhor aceitar o seu 
fim, passar pelo processo de separação e a perda da vitalidade, já a quinta fase 
consiste na aceitação, onde é o paciente aceita que irá morrer e que isso se trata de 
uma evolução natural de todos os indivíduos (SUSAKI; SILVA; POSSARI, 2006). 
 
2.2 A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE NO TRATAMENTO DA DOENÇA 
 
14 
 
O paciente quando portador de câncer, em fase de tratamento ou de cuidado 
paliativo, acaba por desenvolver algumas queixas comuns como a de fadiga, fraqueza 
muscular, constipação, depressão, ansiedade e outras comorbidades que acabam por 
danificar a qualidade de vida. Aos que são tratados com quimioterapia chega a cerca 
de 80 a 90% de queixas relacionadas a fadiga (BORGES et al. 2018). 
De acordo com Silva e Hortale (2006), poucos estudos se propõem a discutir e 
auxiliar nos cuidados de pessoas que estão enfrentando doenças terminais. Isso 
porque, a atenção principal dos profissionais é voltada para a cura e restauração da 
saúde, trata-se de um estigma muito grande aliar-se ao paciente paliativo na luta pelo 
conforto e qualidade de vida. Sobre isso, existem diversos tipos de tratamento para o 
câncer, são eles; radioterapia, quimioterapia, transplante ósseo e cirurgia, em muitos 
casos, são necessários a combinação entre si (SILVA; HORTALE, 2006). 
As medicações como a quimioterapia, a radioterapia e o uso de medicamentos 
fortes podem ainda gerar descontrole e sensações de mal-estar e gerar no paciente 
ou imobilidade. Essa fadiga associada ao decúbito ventral., poderá resultar em várias 
áreas afetadas tais como o sistema musculoesquelético e tegumentar, gerando 
possíveis lesões por pressão principalmente em locais de proeminência óssea 
(CROARKIN, 1999). 
Nos tratamentos com quimioterapia e radioterapia, surgem alguns efeitos 
colaterais, como; queda de cabelo, diarreia, prisão de ventre, feridas na boca, enjoo, 
vômito, anemia, hiperpigmentação, alterações no paladar, dor ao engolir, 
ressecamento da pele, cansaço, coceira na área tratada e ardência ao urinar. Já os 
recursos terapêuticos manuais como, manipulação articular, RPG, mobilização do 
tecido neural, exercícios passivos, alongamentos, conceitos Mulligam e Maitland entre 
outros, trazendo benefícios aos pacientes nos desconfortos causados por linfedema, 
hipotrofia, Descondicionamento cardiorrespiratórios (SANTOS, D. E. et al, 2013). 
O processo do tratamento antineoplásico se apresenta árduo para o paciente, 
especialmente aqueles que precisam passar pela quimioterapia e radioterapia, devido 
as implicações de alta toxicidade, resultando na deterioração e enfraquecimento do 
organismo, elevando os riscos de alterações no sistema imunológico, na composição 
nutricional e tornando reduzido a resposta do corpo aos procedimentos terapêuticos 
(GALVAN et al., 2013). 
A quimioterapia é amplamente utilizada por possuir efeitos para controlar ou 
curar a doença, resultando em aumento do prolongamento da vida. Sua 
15 
 
funcionalidade se baseia na aplicação de fortes fármacos que atuam na totalidade 
corporal, visando evitar o avanço do câncer em outros órgãos ou seu retorno. Porém, 
a seleção desse tratamento pode resultar em alguns efeitos colaterais como anemia, 
perda de cabelo ou de pelos em várias partes do corpo, náuseas, vômitos, 
hipersensibilidade (MISTURA; CARVALHO; SANTOS, 2011). 
A radioterapia pode ser usada isoladamente ou junto a quimioterapia. Objetiva 
por meio da radiação suprimir as células tumorais e impedir a destruição de células 
íntegras. As manifestações vistas por uso desse tratamento se distinguem conforte a 
região que é exposta à radiação, no geral pode ocorrer aparecimento de bolhas, 
coceiras, descamação ou ressecamento da pele, exaustão, náuseas, vômito, boca 
seca, dor, diminuição da mobilidade, comprometimentos pulmonares. As reações 
podem alterar o cotidiano do paciente, tornando dificultoso a realização de suas 
tarefas diárias, o contato com outras pessoas e familiares e implicações laborais 
(SANTOS et al., 2013). 
Contudo, existe uma vertente que proporciona aos pacientes uma experiência 
de cuidados voltados a doenças terminais e que melhoram a qualidade de vida. Trata-
se de profissionais da saúde que se especializam em tratar os pacientes com doenças 
incuráveis e que visamproporcionar a diminuição do sofrimento e a elevação do 
conforto (DANTAS; AMAZONAS, 2016). 
 
 
 
16 
 
3. CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES ADULTOS HOSPITALIZADOS 
 
O câncer é visto como um problema que afeta mundialmente a saúde pública, 
sendo uma doença de alto custo e que ocasiona números significativos de óbitos 
mundialmente. O quadro estimado para os dois séculos seguintes aponta 
aproximadamente 22 milhões de óbitos futuros devido a essa doença (FARIA, 2010). 
Com os avanços desse acometimento há aumento na demanda de cuidados por 
diferentes profissionais da área da saúde (BURGOS, 2017). 
As necessidades do paciente se baseiam na assistência humanizada, para que 
todo o processo que necessita passar resulte em seu conforto. Um dos pontos 
importantes da humanização é a comunicação clara e adequada entre o profissional 
e o paciente, principalmente em um quadro de instabilidade grave representado pelo 
câncer, desta forma há como identificar as demandas do indivíduo. Conforme o 
desenvolvimento do diálogo se obtém progressão na relação profissional-paciente que 
resulta na confiança, a qual é de grande relevância para a aceitação da ajuda 
(RENNÓ; CAMPOS, 2014; POTT et al., 2013). 
 
3.1 FISIOTERAPIA PALIATIVA 
 
Os cuidados paliativos mostram a relevância ao incentivo a humanização dos 
acontecimentos finais da vida, através de circunstâncias que concedem ao indivíduo 
um falecimento fundamentado na dignidade, resguardando os aspectos éticos de 
respeito à vida. Tais cuidados possuem como prioridade o controle sobre a 
sintomatologia de cunho físico e da dor, o psicológico, o espiritual, o social e as ações 
preventivas, para que haja qualidade de vida aos pacientes em estágio terminal e aos 
seus familiares. Todos esses apontamentos são alcançados quando se obtém 
diagnóstico precoce, avaliação correta e tratamento adequado (SILVA; 
SUDIGURSKY, 2008). 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2015), os 
pacientes que são incluídos como sendo elegíveis para cuidados paliativos são os que 
possuem doenças que ameaçam a continuidade da vida, independentemente da 
idade e que suas queixas não estavam sendo atendidas. Logo, esse tipo de atitude e 
planejamento no processo do morrer, desencadeará uma vivência plena dos seus 
17 
 
últimos dias sem a necessidade de lidar sozinhos com as questões físicas, 
psicológicas, anseios, desejos, necessidades e realizações (SBBG, 2015). 
Dessa maneira foram instituídos alguns fatores que podem ser considerados 
como princípios, que devem conter para que os pacientes sejam atendidos de forma 
humanizada, sendo eles a promoção da atenuação das dores desagradáveis, 
proporcionar a continuidade da vida independente do tempo restante, proporcionar 
acolhimento espiritual e psicológico, desenvolver atividades que façam os pacientes 
viver de forma completa e ativa até seu falecimento, ofertar um suporte familiar à fim 
de trabalhar questões relacionadas ao luto, proporcionar uma abordagem 
multiprofissional e de qualidade e iniciar os cuidados paliativos o mais rápido possível 
(INCA, 2011). 
A adoção dos cuidados paliativos visa reduzir o sofrimento decorrente do 
processo oncológico e oferecer ao paciente melhoras em sua qualidade de vida por 
intermédio da atuação integral dos profissionais de saúde. O tratamento paliativo 
focaliza a realização de medidas sem uso de drogas farmacológicas e aderindo a 
métodos de assistência que controlem a sintomatologia, nas alterações físicas e 
psicológicas, sendo de grande importância a abordagem por um fisioterapeuta, 
principalmente nessa circunstância (MENDES; LUSTROSA; ANDRADE, 2009). 
Dentre as condutas objetiva-se, principalmente, as medidas de prevenção e de 
orientações aos indivíduos hospitalizados e seus familiares para que não haja 
ocorrência de sofrimentos desnecessários, como é o caso de infecções, lesões por 
pressão, parada cardiorrespiratório, dispneia. Além disso, a fisioterapia possui 
inúmeras técnicas que abrangem o cuidado paliativo, as quais são empregadas para 
a melhora dos sinais e sintomas e na qualidade de vida do paciente, sendo as 
principais: a terapia para a dor, onde ocorre o controle da mesma e consequentemente 
resulta em maior tolerância aos procedimentos que o paciente passará, o alívio de 
sintomas psicofísicos por meio de métodos de relaxamento devido a ocorrência do 
estresse, o qual torna-se um agravo para a circunstância de enfermidade apresentada 
pelo paciente oncológico, a reabilitação de prejuízos linfático, pois a fisioterapia atua 
na prevenção desse comprometimento e em seu tratamento, melhora da 
funcionalidade pulmonar, sendo que indivíduos que permanecem acamados possuem 
maior tendência a ter alterações negativas na função dos pulmões, caracterizado pela 
presença de acúmulo de secreções nesse órgão, dispneia e atelectasias. A 
permanência no leito aumenta a probabilidade de lesões por pressão, sendo o 
18 
 
profissional atuante na prevenção das mesmas e contribuinte na melhora dos 
comprometimentos osteomioarticulares, demonstrando ser limitadores da mobilidade 
esses danos (CUNHA; GARDENGHI, 2013). 
Existem quatro fases dos cuidados paliativos, as quais são classificados 
segundo NA-SNAP (The Australian National Sub-Acuteand Non-Acute Patient 
Classification). Elas se diferem em relação ao nível de complexibilidade e do estágio 
que se encontra a doença: 1) fase aguda com progressão abrupta ou elevação da 
gravidade dos comprometimentos existentes. 2) fase de deterioração com avanço 
gradual das perturbações, sem necessariamente uma modificação rápida na gestão 
da circunstância. 3) fase terminal com proximidade do óbito. 4) fase estável com 
pacientes que não se enquadram nas outras fases (GIRÃO, 2013). 
Os cuidados paliativos possuem como ações adicionais os procedimentos 
fisioterapêuticos, para que haja melhoramento dos sintomas e da qualidade de vida. 
Recomenda-se sua adesão em casos que necessitem de cautela devido a existência 
de lesões por pressão, abrandamento de sintomas psicofísicos, terapia para melhora 
da dor, recuperação de comprometimentos linfáticos, desempenho benéfico em 
complicações osteomioarticulares, fortalecimento do desempenho pulmonar, 
intervenção positiva na fadiga e melhoramento de possíveis prejuízos neurológicos 
(MARCUCCI, 2005). 
As ações fisioterapêuticas paliativas abordam o paciente em sua totalidade, 
não apenas focalizando nas atividades privativas do profissional. Os cuidados 
abrangem o psicossocial, o psicológico e o espiritual, incentivando o indivíduo, 
estimulando a comunicação, escutando, dedicando atenção ao paciente em toda 
perspectiva necessária e apoiando os familiares (MÜLLER; SCORTEGAGNA; 
MOUSSALLE, 2011). 
O profissional fisioterapeuta inserido no contexto da área oncológica hospitalar 
atua na aplicação de condutas para que haja recuperação das funcionalidades do 
paciente e no oferecimento de apoio aos cuidadores, para que obtenha compreensão 
de como deve ser encarado a progressão da comorbidade. Essas ações são 
desenvolvidas objetivando a manutenção e melhora da qualidade de vida do indivíduo 
que apresenta enfermidades em estado avançado ou que estejam em evolução 
(FLORENTINO, 2012). 
 
19 
 
3.2 AS AÇÕES DO FISIOTERAPEUTA 
 
O fisioterapeuta apresenta-se de forma constante na vida do paciente durante 
sua internação, com presença nas situações que envolvem a reabilitação e também 
na fase paliativa, momento de grande sofrimento e presença constante de dor. Suas 
ações devem estar baseadas em objetivos claros para a realização das intervenções 
e devem ser revistas inúmeras vezes e redefinidas conforme as necessidades 
apresentadas pelo enfermo, para que assim haja a retomada da capacidade física, da 
movimentação, da independência dos movimentos sem auxílio de apoio e bem-estar 
por meio da qualidade de vida (GIRÃO, 2013). 
A atuação assistencialdo fisioterapeuta deve ser realizada em todas as fases 
da doença. Se houver necessidade de procedimentos cirúrgicos no paciente 
oncológico, o fisioterapeuta inicia o acompanhamento desde o estágio de pré-
operatório, sendo identificado como atuação na oncológica precoce, de forma a 
garantir a prevenção e redução de quaisquer adversidades desse processo no 
tratamento da doença. Durante a internação, pode haver complicações respiratórias, 
circulatórias e motoras, o profissional atua de forma que seja evitado, diminuído e 
tratado essas alterações (CIPOLAT; PEREIRA; FERREIRA, 2011). As atuações 
primordiais do profissional fisioterapeuta na atualidade envolvem a prevenção e a 
promoção da saúde, as quais devem ser efetuadas em todos os estágios da doença, 
desde a realização do diagnóstico até a ocorrência de todos os processos que 
envolvem o tratamento e os cuidados realizados de maneira paliativa (FARIA, 2010). 
De forma mais específica, a reabilitação do enfermo por meio do atendimento 
fisioterápico em estado de dependência total é realizada para exercer a manutenção 
dos movimentos, aderir posturas que sejam confortáveis para beneficiar o processo 
respiratório e demais aspectos fisiológicos essenciais, favorecer a higienização do 
paciente e reduzir os riscos de desenvolvimento de lesões por pressão, dor e inchaço 
(FARIA, 2010). 
Esses apontamentos são feitos mediante a explicação sobre as posições que 
o indivíduo deve permanecer e conforme passagem de informações referentes as 
modificações de decúbito e transferência do paciente para cadeira de rodas, cama, 
entre outros, aplicação da mobilização global e orientações para o cuidador, atuação 
para que não haja imobilismo e suas complicações, como as deformidades, 
reconhecimento sobre o modo de locomoção do enfermo e execução de modificações 
20 
 
ambientais conforme seja possível e preciso, dando prioridade a situação ventilatória 
apresentada pelo paciente aplicando exercícios respiratórios, manobras para auxílio 
da eliminação de secreção e orientações referente aos exercícios, estimulação da 
tosse e aspiração traqueal (FLORENTINO et al., 2012). 
Em casos de pacientes que são dependentes, mas que se apresentam 
deambulantes, é almejado a manutenção de sua locomoção, da funcionalidade e do 
autocuidado, através das mudanças no posicionamento da pessoa que se encontra 
deitada, orientando sobre postura e transferência, efetuação da mobilização global 
conforme quadro clínico, realização de exercícios respiratórios, de equilíbrio, de 
coordenação motora e treino de tosse, adequando as possíveis perdas de funções 
por meio de estratégias de movimentos, favorecendo e indicando itens que auxiliem a 
marcha, treinamento domiciliar e em localidades externas da marcha. Com pacientes 
independentes, mas com ocorrências de vulnerabilidade deve ser feito o 
encaminhamento do indivíduo para ambulatórios ou centros de reabilitação em 
fisioterapia, treinamento de marcha, equilíbrio e coordenação, monitorização de 
redução de funcionalidade (muscular, sensorial, articular) e favorecendo mecanismos 
de proteção, realização de cinesioterapia para que haja aumento da amplitude 
articular, elasticidade e força dos movimentos, manutenção do condicionamento 
físico, adaptação aos auxiliadores a marcha (ANCP, 2009). 
O fisioterapeuta também realiza no paciente a avaliação de seu estado, 
podendo identificar sinais e sintomas, como é o caso de presença de dor, fadiga, 
respiração dificultada ou ofegante, inchaço nos membros inferiores por ocorrência de 
obstrução do sistema linfático, modificações a nível neurológico e demais 
comprometimentos na funcionalidade normal do corpo. O profissional atua com a 
avaliação realizada, os acometimentos relatados pelo paciente e com a troca de 
informações com a equipe multidisciplinar para chegarem na melhor intervenção e 
explicando aos familiares como a mesma será efetuada (FLORENTINO et al., 2012). 
Os cuidados, como já citados, envolvem o controle da dor, sendo essa 
originada por danos nos receptores nociceptores (receptores de dor) devido ao próprio 
câncer, por infiltração das neoplasias no tecido resultando em dor pela constrição de 
vísceras, no neuro-eixo, de troncos nervosos periféricos, penetração de estruturas que 
atuam na sustentação, no tegumento e na mucosa, apropriação e fechamento de 
vasos sanguíneos (FLORENTINO, 2012). Para seu controle, o fisioterapeuta pode 
utilizar técnicas que envolvam termoterapias, eletroterapia, cinecioterapia, terapias 
21 
 
manuais, métodos de relaxamento e posicionando o paciente de forma correta (GÓES 
et al., 2016). 
A preservação muscular ou seu ganho podem ser ocorrentes pela introdução 
de exercícios, sendo necessário verificar a progressão da doença. A adoção do 
alongamento e exercício com descarga de peso podem auxiliar na recuperação dos 
sarcômeros e das fibras conjuntivas, consequentemente na melhora das funções 
corporais e por meio da estimulação mecânica nas articulações pode gerar elevação 
da síntese de líquido sinovial e massa óssea (PAIÃO et al., 2012). 
Outra intercorrência tratada no quadro oncológico é o controle do linfedema, 
sendo essa ocorrência advinda da elevação da quantidade de proteína presente nas 
áreas vasculares, não sendo absorvidas, modificação da pressão osmótica e 
presença de líquidos no interstício, resultando em dilatações nos vasos linfáticos. A 
fisioterapia utiliza de variáveis métodos para conter essa alteração, mas a técnica de 
maior uso é a terapia física complexa, sendo aplicada por meio da união da drenagem 
linfática realizada manualmente, uso de compressas, realização de exercícios 
miolinfocinéticos e cuidados com a pele (GÓES et al., 2016). 
Há também as ações fisioterápicas voltadas as funcionalidades respiratórias e 
para serem administradas é preciso possuir ciência sobre a história de progressão do 
câncer e os pontos de indicação e contraindicação das técnicas. A permanência no 
leito hospitalar possibilita o aumento de secreções nos pulmões e consequentemente 
seu acúmulo, devido a diminuição do transporte mucociliar e a ausência de força da 
tosse para expelir as secreções. Métodos como as manobras respiratórias, uso de 
instrumentos que oscilam a expiração, drenagem postural, oxigenoterapia, técnicas 
de relaxamento são aplicadas nesse contexto pela equipe de fisioterapia (PAIÃO et 
al., 2012). 
 
3.3 AS CONTRIBUIÇÕES DO CUIDADO PALIATIVO AOS PACIENTES 
 
Diante das circunstâncias citadas que podem acometer o indivíduo, a 
imobilidade e a dor sucedem inevitavelmente no paciente oncológico. A imobilidade 
se demonstra um sintoma que ao se progredir gera maiores agravamentos nos 
pacientes em situação terminal, podendo resultar em alterações na força proveniente 
dos músculos, na flexibilidade, na funcionalidade do corpo e no seu potencial 
aeróbico, tornando o quadro de maior propiciação para desencadear a síndrome de 
22 
 
imobilização. Com a instauração dessa síndrome pode haver modificações na função 
motora, degeneração muscular, encolhimento dos tendões com diminuição da 
capacidade de movimentação das articulações com início de manifestação de dor, 
assim se observa a necessidade do cuidado paliativo advindo do fisioterapeuta. A 
fisioterapia visa prevenir os comprometimentos na coordenação motora e prorrogando 
a adesão e progressão dos danos proveniente da imobilidade devido ao câncer e das 
doenças associadas. A aplicação dos procedimentos de reabilitação, podem auxiliar 
para que o paciente seja mais independente funcionalmente, usufrua de suas 
capacidades e seja respeitado as suas possíveis limitações (BURGOS, 2017). 
O cuidado paliativo apresenta ao paciente inúmeras contribuições, 
especialmente por possuir sua base voltada a valorização da vida, compreendendo 
todos os estágios de evolução do ser humano como naturais, principalmente a morte. 
Todas as etapas paliativas envolvemo cuidado que resulte na desaceleração da 
morte, mas ao mesmo tempo não aumentando os dias vividos com adoção de ações 
terapêuticas perseverantes, as quais quando tomadas poderiam resultar em mais dor 
e ausência de bem-estar ao paciente, sendo que o alívio da dor e demais sintomas 
prejudiciais é outro ponto atribuído ao cuidado paliativo. Além desses aspectos, é 
dado importância sobre os fatores psicológicos e espirituais, pontos importâncias no 
cuidado, juntamente com o apoio dado aos familiares, para que haja o enfrentamento 
da comorbidade de forma menos traumática e consigam passar pelo estado de luto 
(HERMES; LAMARCA, 2013). 
Em relação a dor, sua presença é quase constante e debilita indivíduos com 
câncer. Por meio da fisioterapia há como reduzir a concepção sobre a dor por 
intermédio de alongamentos, exercícios para melhora da respiração, posicionamento, 
estimulo das articulações, procedimentos manuais, fortalecimento das musculaturas 
através de exercícios passivos e ativos, métodos para realização da higiene dos 
brônquios, suporte de oxigenação e ventilação mecânica se necessário. Todas essas 
estratégias são empregadas como prevenção, inibição ou minimização de agravos e 
passadas nas orientações para a família e o paciente, evitando sofrimento 
desnecessário. Essas técnicas podem ser usadas em conjunto com acupuntura, 
massagem, métodos de relaxamento, respiração e distração propiciando a aquisição 
de maiores benefícios (FLORENTINO et al., 2012). 
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2015), os 
cuidados paliativos pretendem oferecer ao paciente alívio para a totalidades de 
23 
 
intercorrências presenciadas, prevenção de novos prejuízos que podem comprometer 
ainda mais a saúde e promoção de ocasiões para que se possa vivenciar momentos 
que acrescentem ao indivíduo experiências significativas, que sejam relevantes para 
o mesmo, proporcionando sentimento de realização e crescimento espiritual e 
pessoal. Além disso, fornece ao enfermo meios para que consiga lidar com inúmeras 
questões durante o estágio da doença que se encontra, como: aspectos psicológicos, 
espirituais, físicos, sociais, as expectativas frente a circunstância vivida, os medos 
advindos da situação incerta, as necessidades e a esperança frente a uma 
possibilidade do prolongamento dos dias vividos, propicia ao paciente o preparo para 
que tenha autodeterminação para administrar o processo que envolve a morte, meios 
para que os familiares possam superar a perda e que haja ao paciente modos para 
exercer suas totais capacidades, mesmo perante a adversidade. 
Sendo assim, o cuidado paliativo abrange os cuidadores, pois podem 
apresentar inúmeras intercorrências em seu bem-estar pelo cuidado e 
acompanhamento contínuo, afetando o físico e mental. O cuidado a quem acompanha 
também influencia o enfermo, tornando existente a ele o alivio o da sensação de fardo 
devido a seu quadro de saúde delicado. 
 
24 
 
4. A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA 
 
A fisioterapia trata-se de uma ciência responsável por estudar o movimento 
humano, principalmente no que tange as alterações patológicas. No ramo da 
oncologia, exerce função primordial no alívio e atenuação de sintomas que tem sua 
gênese em alguma tumoração para que os pacientes possam desenvolver uma 
melhora na qualidade de vida (RANZI et al. 2019). Logo, na dimensão dos cuidados 
paliativos, os fisioterapeutas exercem funções de proporcionar o controle dos 
sintomas, sem a intenção de desencadear a cura, nem mesmo a prolongação da vida 
(MARCCUCCI, 2005). 
O fisioterapeuta possui grande importância na saúde do indivíduo. Sua atuação 
abrange inúmeras áreas, sendo na neurologia, cardiologia, ortopedia, angiologia, 
pediatria, oncologia, reumatologia, oncologia e ginecologia. É um profissional atuante 
frente ao primeiro contato ao paciente, realizando sua avaliação, o diagnóstico 
fisioterápico, a prescrição de técnicas e exercícios a serem adotados, efetivação do 
tratamento e realização do processo de alta ou encaminhamento a outras áreas da 
saúde caso o quadro do paciente necessite. Devido a sua atuação, o fisioterapeuta 
pode promover a saúde, executar ações de prevenção a doenças, na regeneração e 
cura (MAIA et al., 2015). 
 
4.1 OS BENEFÍCIOS DA FIOSTERAPIA TERAPÊUTICA 
 
Devido à grande diversidade de áreas a serem atendidas pelo fisioterapeuta, 
os benefícios advindos do cumprimento da fisioterapia terapêutica são amplos e se 
diferem conforme o quadro de doenças apresentado pelo paciente. A adoção da 
prática fisioterápica pode ser precisa em qualquer estágio da vida. No caso dos idosos, 
o acompanhamento por um fisioterapeuta pode prevenir e auxiliar para que haja 
melhora na qualidade de vida. Juntamente com a velhice, pode ocorrer o 
desenvolvimento de comorbidades, como: hipertensão, obesidade, diabetes, 
problemas cardíacos, as quais podem prejudicar as funções corporais, mobilidade e 
consequentemente redução da autonomia, esses prejuízos podem ser prevenidos ou 
terem seus danos minimizados frente a adesão do plano terapêutico prescrito 
baseado na realização de atividades físicas (BARDUZZI et al., 2013). 
25 
 
Esse tipo de abordagem coopera para o conhecimento pessoal e profissional 
dos envolvidos na terapêutica. Isso porque precisam lidar com questões de morte e 
vida todo o tempo, em outros âmbitos, como nas unidades de terapias intensivas 
(UTI), os pacientes devem receber esse tipo de tratamento que é concedido com base 
nos seus direitos e sendo um dever dos profissionais de saúde ofertá-los, logo, é 
preciso que todos os profissionais que lidam com doenças terminais e graves sejam 
capazes de ceder apoio, compreensão e assistência de qualidade (MINOSSO; 
SOUZA; OLIVEIRA, 2016). 
Exemplificando outro grupo atendido por esse profissional, os trabalhadores 
que desenvolvem comprometimentos osteomusculares devido as suas funções 
laborais, podem ser beneficiados pela fisioterapia través da melhora das dores, 
estimulação da consciência do corpo, diminuição da presença da tensão nos 
músculos (SILVA; MORSCH, 2019). Salienta-se então, a importância de uma equipe 
multiprofissional preparada a prestar essa assistência terapêutica. Quando uma 
doença grave é a causa da perda das funções e qualidade de vida, os cuidados 
paliativos agem na prestação de uma assistência que estabelece amenização de 
sintomas e por consequente, proporcionar um apreço pela vida. Um dos profissionais 
de saúde que exercem esses papéis na fase paliativa e é considerado essencial no 
alívio de dores e sofrimentos é o fisioterapeuta (FARIA, 2010). 
Muitos são os recursos usados para gerar benefícios nos pacientes. A 
prescrição de alongamento é muito ocorrente, sendo aplicado para que haja o 
desenvolvimento da musculatura que passou por algum processo de encurtamento 
anormal, tornando os músculos mais extensivos resultando na manutenção ou na 
elevação da flexibilidade nas articulações. O uso de estimulações elétricas auxilia para 
que haja estimulação e ativação neuromuscular, muito usado em ocasiões que ocorra 
atrofia por ausência de mobilidade e hipotrofia, na presença de lesões na medula 
espinhal (GDF, 2016). 
Para indivíduos com comprometimentos na locomoção sendo presente 
alterações na marcha, o treino de locomoção é empregado para que aconteça o 
desenvolvimento da mobilidade. Em crianças com prejuízo no desenvolvimento 
neuropsicomotor o uso da estimulação precoce é aplicado para que ocorra a 
prevenção de comprometimentos a saúde e caso já haja esses danos, a estimulação 
visa bloquear a evolução desse agravo. Outro método usado é a termoterapia, 
administrada por meio de substâncias que entram em contato com o corpo e altera 
26 
 
sua temperatura, seja aumentando ou reduzindo, sendo utilizado para redução das 
dores, diminuição de edemas, auxílio no processo cicatricial, diminuição da rigidez dostecidos, entre outros (GDF, 2016). 
Em resumo, a fisioterapia auxilia na saúde do paciente por intermédio dos 
alívios da sintomatologia psicofísica, alongamentos, atuação na fadiga, técnicas de 
relaxamento, mobilizações articulares, terapias manuais, posicionamentos para que 
não ocorra o desenvolvimento de lesões por pressão, reabilitação de 
comprometimentos linfáticos, fortalecimento dos músculos e melhora do 
condicionamento físico por meio de exercícios ativos e passivos, técnicas para 
realização da higiene brônquica, execução de ações para melhora de complicações 
osteomioarticulares, terapia para a dor, exercícios respiratórios para melhora da 
funcionalidade pulmonar, suporte de oxigênio e aplicação da ventilação mecânica em 
casos que sejam necessitados nesse processo. A adesão a prescrição fisioterápica 
reduz as dores, os desconfortos, a ansiedade, evitam possíveis complicações, entre 
outros (MÜLLER; SCORTEGAGNA; MOUSSALLE, 2011). 
Em todo repertório terapêutico dos fisioterapeutas, são comuns algumas 
atividades que envolvam o relaxamento e a dor. No geral algumas técnicas podem ser 
comuns como por exemplo a de terapias manuais, termoterapia, eletroterapia, 
técnicas de relaxamento, posicionamentos adequados e cinesioterapia, essas 
escolhas são fruto de estudos que observam uma maior tensão muscular decorrente 
da dor em pacientes oncológicos (ARRAIS, 2014). 
Nas terapias manuais salientam-se algumas outras técnicas como a 
massoterapia, a liberação miofascial, dessensibilizarão, pompage, Maitlan, Mulligan e 
inibição de trigger. Que irão atuar como um relaxamento muscular intenso e a 
diminuição da sobrecarga muscular, reduzindo bloqueios articulares, controlar a 
postura, reduzir o estresse e a ansiedade, proporcionando ao final delas uma melhora 
na qualidade do sono e alívio das dores. Outra técnica eficaz para o alívio das dores 
é o alongamento, que tem um baixo custo é possível realizar em qualquer ambiente 
com a orientação do fisioterapeuta (ARRAIS, 2014). A eletroterapia por sua vez, é 
uma das que proporcionam o melhor resultado, trazendo consigo um alívio rápido de 
dores, diminuindo significativamente a escala da dor, que atrelado ao uso de 
analgésico podem trazer efeitos benéficos ainda melhores (MARCUCCI, 2005). 
 
27 
 
4.2 O FISIOTERAPEUTA E OS CUIDADOS PALIATIVOS 
 
A fisioterapia apresenta-se como uma área de grande importância para o 
cuidado e restauração da saúde humana, sendo exercida no intuito de favorecer a 
movimentação corporal e para que haja a funcionalidade adequada de todas os 
órgãos, funções e sistemas. Sua objetificação envolve a manutenção do movimento, 
sem que haja sintomatologias que apontem algum dano no decorrer da realização de 
funções básicas do cotidiano ou em atividades que necessitam de maior desempenho 
do corpo. Para alcançar esses objetivos há o uso de meios físicos, podendo ser 
empregado massagens, calor, água, exercícios, eletricidade, meios mecânicos e 
físicos de outros tipos. A pouco tempo atrás, ações fisioterápicas restringiam-se 
apenas ao cuidado da doença. O cuidado prestado era visando o tratamento e da 
recuperação de um organismo lesado, sedo inexistente a presença da prevenção e 
promoção da saúde perante as funções exercidas por esse profissional (FARIA, 
2010). 
Devido a situação de grande complexibilidade desenvolvido pelo quadro 
oncológico, há a necessidade de atuação de uma equipe multidisciplinar no cuidado 
paliativo, para se ter visões distintas sobre o caso e tornando a executar um suporte 
completo a todos os envolvidos, sendo tomada as melhores decisões para assegurar 
o cuidado de qualidade ao paciente, o máximo de conforto, juntamente identificando 
e intervindo, quando possível, nas intercorrências negativas passadas pelo indivíduo 
ou seus familiares. Além disso, os profissionais buscam atuar de forma a compreender 
todos os fatores que estruturam a vida do enfermo, considerando em todo seu contato 
com o paciente o seu psicológico, seu estado psicossocial e sua espiritualidade, 
escutando sobre suas queixas e sua vivência hospitalar, dialogando, dedicando 
atenção ao indivíduo para que o mesmo não se sinta solitário ou abandonado durante 
essa etapa e ofertando apoio aos membros da família (MÜLLER; SCORTEGAGNA; 
MOUSSALLE, 2011). 
Nos hospitais e instituições a recepção de pacientes paliativos se tornam 
crescentes e é preciso desenvolver as habilidades profissionais para que eles saibam 
visualizar o seu campo de atuação, estabelecendo com o paciente a empatia e inter-
relacionamento para que as terapias sejam de fatos evidentes. Para que isso ocorra, 
é preciso que os estigmas de morte e do processo do morrer sejam quebrados entre 
28 
 
os profissionais de saúde, incluindo os fisioterapeutas, para que não haja insegurança 
ou culpa, haja vista que se trata de um desfecho não controlável (MARCUCCI, 2005). 
O trabalho com os pacientes oncológicos exige uma avaliação constante e 
multidimensional. Os fisioterapeutas trabalham diretamente com esses pacientes e 
tendem a desenvolver atividades que promovam a reabilitação, ainda que na fase 
paliativa, e no alívio de dores, pois é uma das principais queixas (MELO et al., 2013). 
Contudo, é compreensível que haja certa aflição mediante o adoecimento e o findar 
da vida, logo, é complexo que desenvolver uma ligação com os indivíduos que 
recebem o diagnóstico terminal, haja vista a desesperança no futuro (SOUSA, 2009). 
O cuidado paliativo visando atuar frente a redução do sofrimento do paciente, 
possui como foco o indivíduo que está passando por um processo que há presença 
de uma comorbidade, e não ao contrário com enfoque dado a doença, assim há a 
retomada da valorização das relações entre as pessoas durante o processo doloroso 
de morrer, com presença de sentimentos positivos, envolvendo a empatia, a 
compaixão, a honestidade e a humildade (CORREIA; CARLO, 2012). Devido a 
comorbidade, o paciente é afetado pelos prejuízos em seu físico e assim esses danos 
acabam tornando uma intervenção negativamente em sua qualidade de vida, mas 
essa circunstância pode ser amenizada mediante a medidas que resultem na melhora 
da funcionalidade física do paciente, sendo essa um dos maiores objetivos proposto 
pelo cuidado paliativo (VITAL, 2017). 
Diante das incertezas que tangem a vida dos pacientes paliativos, a 
comunicação efetiva termina por ser um dos fatores que influenciam a boa aceitação 
do paciente mediante seu estado atual. Isso porque, eles devem ter a possibilidade 
de expressar seus sentimentos e suas particularidades e aos profissionais envolvidos 
deverão ofertar o respeito, acolhimento, e escuta qualificada não cabendo 
julgamentos quanto a crenças e costumes (MELO et al., 2013). 
Morrer na atual sociedade tornou-se um tabu e é vista com um olhar aflitivo e 
que provoca dor e insegurança para os homens, principalmente pela cultura ocidental, 
com a valorização do acúmulo de capitais e horas exaustivas de trabalho, adoecer e 
morrer lentamente trata-se de uma tortura incompreendida (SOUSA et al., 2009). Os 
óbitos, nas vivências dos fisioterapeutas são constantes e devem estes estar 
preparados para lidar com essas situações, nos cuidados paliativos isso não é 
diferente, cada paciente traz em si suas vivências e uma necessidade de alívio de 
29 
 
sintomas, logo, deverão estar presentes em um local onde sejam capazes de serem 
acolhidos e ouvidos num aspecto tangível (INCA, 2011). 
A morte, por sua vez, é uma consequência da vida ainda que não estejamos 
preparados. Isso ocorre mediante a finitude que permeia a existência humana e ao 
processo biológico por meio do qual todos os indivíduos passarão. As antigas 
civilizações visualizavam na morte, uma naturalidade e uma demonstração de poder, 
além de que era possível viver com suas riquezas e luxos na vida que viria após essa, 
contudo com o avanço da ciência e desenvolvimento, bemcomo o aparecimento de 
novas culturas, os indivíduos questionam-se cada dia mais sobre a morte e o que 
ocorre após ela (COMBINATO; QUEIROZ, 2006). 
Aos profissionais da saúde que se propõem assistir ao morrer, deve estar 
preparado para lidar com essas vivências e separá-las das suas particularidades 
(PAZIN, 2005). Ao compreender os anseios de um paciente em estado terminal, deve-
se buscar subsídios para assisti-lo com qualidade e buscar compreender cada fase 
em que ele irá passar. Assim sendo é comum que os pacientes passem por uma 
ordem cronológica no processo da morte (SUSAKI; SILVA; POSSARI, 2006). 
Assim sendo, observa-se que os pacientes que integram os cuidados paliativos, 
estão voltados para a necessidade de promover o controle desenvolvimento de dores, 
para que os pacientes consigam utilizar da sua plena capacidade física e mental diante 
das suas limitações (KAPPUAN, 2013). Existe, contudo, uma necessidade de assumir 
que se chegou ao limite dos recursos cabíveis que possam resultar em cura, e 
proporcionar ao paciente um encaminhamento tranquilo e seguro para o fim da vida 
(GUTIERREZ, 2001). 
Então, a fisioterapia deverá exercer sua função de maneira mais humanizada, 
vendo o indivíduo como um ser que tem influência de diversos fatores como os 
psicológicos, espirituais, psicossociais e com o apoio da família, minimizando assim 
as ansiedades, sintomas depressivos, na melhoria do padrão e capacidade 
respiratório, mantê-lo ativo e incentivá-lo a apreciar a vida (MELO et al., 2013). Nos 
cuidados paliativos, contudo, salienta-se a necessidade trabalhar a prevenção de 
agravos e complicações imagináveis para cada caso clínico para que sejam evitados 
sofrimentos desnecessários (MARCUCCI, 2005). 
 
4.3 A PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA AO PACIENTE 
 
30 
 
A concepção sobre promoção da saúde interliga-se a autonomia de cada 
indivíduo e da coletividade para conseguir lidar com as variáveis que englobam a 
saúde. A promoção da saúde não se constitui apenas na inexistência de alguma 
comorbidade, mas se expande como uma tática transversal, com desenvolvimento 
mediado pelos diversos profissionais que englobam a área da saúde, sendo atuantes 
de forma complementar ao outro. Assim, não há como limitar a promoção apenas a 
prevenção, procedimentos de tratamento ou cura das doenças, suas ações enraízam-
se no cuidado (AGUIAR et al., 2012). 
A promoção do bem-estar é ampla em sua designação, sendo englobado por 
linhas que apontam para a vivência em ambientes saudáveis, com o mínimo possível 
de vulnerabilidade e com valorização da obtenção do suporte social. O bem-estar está 
interligada com a qualidade de vida, tornando influenciado por meio das relações 
interpessoais, o cotidiano e o convívio. Sua construção envolve os aspectos objetivos, 
sendo formado por fatores básicos para não estar em uma condição que haja miséria, 
ou seja, uma situação de vida que tenha lazer, uma renda fixa, meios de transporte, 
saúde de qualidade, educação, entre outros fatores e os aspectos subjetivos, 
relacionados aos relacionamentos, ao estado psicossocial, a identidade social 
(BEZERRA et al., 2013). 
Para que aconteça a promoção do bem-estar e da qualidade de vida ao 
paciente, inúmeras ações podem ser realizadas pelos distintos profissionais presentes 
na saúde, sendo considerado para suas abordagens as características psíquicas, 
biológicas, culturais, sociais, ambientais. Entre a tomada dessas ações adentra a 
comunicação ativa entre profissional e paciente, resultando na redução de 
vulnerabilidades, ao acolhimento da pessoa com a saúde debilitada, auxiliando para 
que o enfermo tenha maior autonomia em seu processo de cuidado e 
consequentemente valorização sobre a vida do indivíduo, seus sentimentos e valores, 
compreensão sobre sua visão da realidade, redução do estresse por reconhecimento 
do processo a ser passado (BERTACHINI, 2012). 
O processo da comunicação possui íntima relação ao cuidado humanizado, não 
sendo apenas ocorrente por qualquer ação, mas pela promoção da saúde e da vida 
oferecida ao paciente em todo o processo, sendo formado pela concepção onde todos 
os envolvidos são vistos como humanos, não recaindo em uma situação de tratamento 
superficial. Além disso, envolve nesse processo de promoção as ações profissionais 
voltadas para que não haja a progressão da doença ou para que ocorra a minimização 
31 
 
de seus prejuízos no corpo humano, o apoio voltado ao paciente e seus familiares, a 
transmissão da educação em saúde, de forma que os cuidadores e o próprio paciente 
possuam maior compreensão e importância sobre as técnicas ensinadas, seja para 
movimentação de decúbito, higienização, pratica de exercícios respiratórios, entre 
outras (BERTACHINI, 2012). 
A área da fisioterapia aplicada aos cuidados paliativos foi criada relativamente 
a pouco tempo, tendo como propósito evitar intercorrências que prejudiquem a saúde, 
realização a manutenção, desenvolver e restabelecer a totalidade de desempenho 
dos diversos sistemas que constituem o corpo humano e atuar frente a prevenção de 
implicações negativas advindas do tratamento para o câncer. Conforme a progressão 
da comorbidade, torna ainda mais essencial a adoção dos cuidados paliativos, os 
fazendo quase uma exclusividade do estágio final da vida (FARIA, 2010). 
A Organização Mundial da Saúde (1982), através da sua unidade de câncer, 
desenvolveu políticas que visavam um aumento na qualidade de vida dos pacientes 
oncológicos através da divulgação de recomendações para o alívio da dor. Esses 
cuidados, inicialmente foram voltados exclusivamente para pacientes oncológicos, 
porém com o desenvolvimento de pesquisas foi possível visualizar e adicionar outras 
patologias terminais que também poderiam ser incluídas como cuidados paliativos 
(SEPULVEDA et al., 2002). 
O alcance a informação é outro ponto de grande valor para o processo 
humanizado. Com a familiarização e a compreensão sobre a situação de ter uma 
enfermidade crônica e ser um agente de ação e não apenas um telespectador do 
próprio tratamento, gera-se ao paciente maior esperança e confiança em sua 
progressão e sobre a previsão do que poderá acontecer. A ausência do acesso à 
informação induz o paciente a não pactuar com o tratamento podendo reduzir sua 
eficácia (TADDEO et al., 2012). 
Respeitar a independência de escolha do paciente oncológico é tão importante 
quanto qualquer outro aspecto. Assim, as relações de cuidados ao enfermo devem 
ser traçadas levando em consideração o convívio e o diálogo saudável e não tendo 
uma relação baseada em autoridade de uma pessoa sobre a outra. Essa boa relação 
se forma por intermédio de profissionais que substituem seu posicionamento perante 
a vida, as dores e os sofrimentos alheio. Na assistência humanizada, a atuação do 
profissional ao ouvir se interliga ao reconhecimento sobre as necessidades do 
paciente e auxilia no encontro de resoluções conforme as informações obtidas, 
32 
 
impulsionando o indivíduo a agir mediante a instrumentalização que são dadas a ele 
(RENNÓ; CAMPOS, 2014). 
Ao serem considerados e realizados pelo profissional os três aspectos 
pontuados, há estruturação de um ambiente onde se respeita as características 
individuais de cada pessoa, juntamente com o estímulo de um olhar ampliado para 
esse indivíduo para compreender não apenas a doença, mas outros inúmeros fatores 
como o espiritual, o social, o psicológico, e que ao serem zelados interver na 
enfermidade (FONTES; ALVIM, 2018). 
 
4.4 A IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS DO PROFISSIONAL DE 
FISIOTERAPIA AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS 
 
Como citado anteriormente e reforça-se a importância sobre o atendimento 
prestado pelos serviços de fisioterapia abordando o cuidado paliativo, essa 
abordagem engloba fatores que se expandem não sendo apenas focalizado na 
adequação do funcionamento corporal. Devido a ser um profissionalque atua 
diretamente com o paciente oncológico, há uma visualização do indivíduo como um 
todo e compreensão de como apresenta o estado espiritual, psicossocial, psicológico 
do paciente, realizando o estímulo do mesmo, dialogando, ouvindo suas queixas ou 
sobre seu cotidiano, oferecendo momentos de atenção para todos os aspectos que 
envolve o paciente e atuando no apoio para familiares (MÜLLER; SCORTEGAGNA; 
MOUSSALLE, 2011). Exerce ações frente a diminuição das dores, dos sentimentos 
de estresse e depressão, realizando a manutenção e melhora de suas funções e do 
processo respiratório, tornando possível ao indivíduo exercer as suas atividades 
comuns do cotidiano e consequentemente estar ativo fisicamente e utilizando o 
máximo possível de suas capacidades mentais (MELO et al., 2013). 
Perante quaisquer circunstâncias que resultem em pacientes lesados, 
especialmente os oncológicos, o profissional fisioterapeuta se apresenta de grande 
importância. Atua trabalhando diretamente com o indivíduo, não apenas na 
reabilitação, mas na etapa paliativa onde há o disparo da dor, se tornando a queixa 
mais frequente. Suas atribuições perante esses indivíduos envolvem sua recuperação 
por intermédio de procedimentos corporais que atuam positivamente no organismo, 
estabelecendo mobilização passiva ou ativa, reestabelecendo a funcionalidade e 
movimentos das inúmeras partes afetadas do corpo. Por meio de técnicas e métodos 
33 
 
há a progressão benéfica dos sintomas manifestados e intervenções para que haja 
prevenção e traga qualidade para a vida do paciente com câncer (NASCIMENTO; 
NADAI, 2012). 
Na maioria dos pacientes oncológicos é identificado a exacerbação da tensão 
da musculatura devido a dor, nesses quadros há a administração de técnicas 
manuais, como: a liberação miofascial/pompage, dessensibilização, a massoterapia, 
bloqueio de trigger points para que haja o efeito de relaxamento das musculaturas 
afetadas, minimização da sobrecarga, soltura de pontos de fibrose, melhora de 
processos cicatriciais, controle sobre a postura, diminuição de obstruções nas 
articulações, redução da ansiedade e estresse. Como efeitos finais desses 
tratamentos há a melhora do sono e da qualidade de vida do paciente. Outra medida 
que pode ser tomada para melhora das tensões musculares resultante da dor, que 
possui custo reduzido, boa efetividade e facilidade de aplicação é o alongamento, o 
qual, deve ser efetuado mediante prescrição de um fisioterapeuta sempre que for 
possível (GÓES et al., 2016). 
Além disso, a aplicação de diferentes métodos pelo profissional fisioterapeuta 
focalizando no controle, redução ou prevenção dos sintomas referentes a respiração 
são essenciais para que o paciente tenha conforto para executar o processo de 
inspiração e expiração e ocorra a minimização de complicações (acúmulo de 
secreções, dispneia, atelectasia, entre outros) ao efetuar o processo respiratório 
(PAIÃO et al., 2012). 
Dessa forma, o papel do fisioterapeuta é a busca de um contínuo bem-estar e 
qualidade de vida dos seus pacientes, necessitando de um preparo profissional 
constante, assim como utilizar dos recursos fisioterapêuticos de forma eficaz em 
pacientes que não possuem uma cura terapêutica, englobando assim além do 
paciente, mas como sua família, de forma que a fisioterapia paliativa atua afim de 
reduzir os sintomas e promover a independência funcional do paciente oncológico. 
Por vezes, observa-se que os pacientes tendem a morrer sozinhos em seus quartos, 
sem ninguém por perto e costumam refletir sobre vida, alguns com pesar e frustação 
e outros com alívio pois poderão abandonar o sofrimento de uma vez (POLES; 
BOUSSO, 2004). 
Logo é imprescindível compreender o momento pelo qual o outro está 
passando. A família, exerce função primordial nesse contexto e deverá estar presente 
para fortalecer a vontade de aproveitar a vida independente do tempo restante, aos 
34 
 
profissionais, é preciso que compreendam o processo do luto, trata-se de uma 
situação que envolvem fatores físicos e psicológicos e que permeiam muitas fases 
durante sua vivência. O luto, de acordo com Duncan e Baumle, (2012) possui três 
fases principais, sendo elas a fase de choque, que estão relacionadas aos fatores 
emocionais de cada indivíduo, onde o sujeito enxerga os dias passando lentamente, 
podendo até pensar estar fora da realidade. A fase de realidade, consiste quando a 
pessoa passa assimilar melhor os fatos e adaptar-se a falta que outro faz ao seu redor. 
Já a fase de recuperação, consiste na integração da realidade do indivíduo, onde dele 
passará a tentar voltar a viver e realizar suas atividades diárias. 
Todos os profissionais da saúde, são formados com o intuito de salvar vidas. 
Contudo, observa-se que a morte é pouco abordada nas grades curriculares dos 
cursos, havendo então, uma certa dificuldade por parte deles em lidar com a perda e 
com pacientes terminais, isso porque sente-se incapazes e culpados por não ter 
conseguido alcançar a cura (OLIVEIRA; AMORIM, 2008). 
Uma das formas que podem ser utilizadas para compreender e acostumar-se 
com a morte é utilizando um raciocínio lógico. Saber que a morte é um processo 
inevitável, universal e irreparável, aceitar a finitude da vida e compreender que é 
impossível modificar o destino da humanidade, contribui para que a morte seja aceita 
como uma parte da vida, assim sendo, tudo que vive, um dia morrerá (BRÊTAS; 
OLIVEIRA; YAMAGUTI, 2006). 
Os profissionais fisioterapeutas vivenciam o processo do morrer de maneira. 
Uma das maneiras possíveis é por meio do aprofundamento nas questões religiosas, 
haja vista que estas podem proporcionar uma sensação de coragem, bem-estar e uma 
força interior para enfrentar adversidade, contudo, não deve ser utilizada como uma 
alternativa para escapar da realidade, mas sim para aceitar e superar as angustias 
trazidas (BOUSSO; SERAFIM; MISKO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
5. CONCLUSÃO 
 
De acordo com o exposto, o objetivo primordial da fisioterapia paliativa está 
fundamentado em: intervenções que findem no conforto e em uma melhor qualidade 
de vida aos pacientes que não possuam quadro de probabilidades de cura, em 
atuações que minimizem a sintomatologia, gerando independência de suas 
funcionalidades, diminuindo a estadia hospitalar e elevando o tempo que o paciente 
pode estar com seus entes queridos, para que tenha aceitação sobre sua condição 
mais rapidamente. O alcance dessas metas está intimamente ligado a comunicação 
entre paciente, familiares e profissionais que entejam atendendo o mesmo indivíduo. 
A atuação fisioterápica abrange ações que resultem na recuperação do 
paciente por intermédio de inúmeras técnicas efetuadas para que haja intervenções 
benéficas sobre o organismo, tornando possível a mobilização, recuperação da 
gesticulação e o funcionamento das inúmeras partes que constituem o corpo. Assim 
sendo, a fisioterapia atuante em setores de oncológicos e de cuidados paliativos, 
podem ser extremamente benéficos para o conforto, tranquilidade e diminuição das 
dores dos pacientes. Sua relevância é indispensável haja vista sua atuação em 
paralelo ao uso de medicações fortíssimas. 
Apesar da morte ser considerada um tabu social, os profissionais 
fisioterapeutas precisam estar preparados para a vivência do óbito e do luto, para que 
o paciente seja o beneficiário final. Salienta-se a impor ântica das instituições de 
formação acadêmica inclua o processo de morte e morrer nas grades curriculares 
desses profissionais para que haja um preparo por parte deles na atuação mediante 
a evolução para óbito, independente do setor em que esteja atuando. 
Levando em consideração os fatos observados referentes a complexibilidade 
do câncer e sua progressão que tende a resultar na fase terminal, o cuidado paliativo 
se torna essencial a ser exercido pelos profissionais em contato com o paciente 
oncológico.Esse cuido é pautado pela visão voltada ao enfermo e não a sua doença, 
resultando na valorização da vida e atuando na minimização da dor e outros prejuízos 
que podem comprometer o estado físico, levando em consideração todos os aspectos 
que moldam uma pessoa (espiritualidade, saúde mental, condição física, relação 
social, entre outros), sendo atuante para que o indivíduo possua bem-estar e 
qualidade de vida, além de proporcionar apoio aos familiares durante o processo 
paliativo e a fase de luto. 
36 
 
A promoção do bem-estar está intimamente ligada a qualidade de vida, a qual 
é possível ser alcançada por meio do cuidado, da compreensão do paciente como um 
todo, levando em consideração a totalidade de aspectos que formam o indivíduo para 
que a assistência a saúde oferecida seja de qualidade. Desta forma não há apenas 
ações limitadas ao tratamento, focalizados na cura da doença ou em estratégias de 
prevenção. A promoção permeia-se as medidas de cuidado. 
A fisioterapia é uma das áreas da saúde que possuem abordagem em inúmeras 
vertentes, atendendo desde crianças a idosos. O fisioterapeuta apresenta constância 
em sua presença no cotidiano do paciente hospitalizado, desde sua reabilitação até o 
estágio final de sua vida, como é o caso da fase terminal do câncer, sendo essa 
situação envolta por sofrimento e dor. A atuação desse profissional, juntamente com 
a adesão do paciente a prescrição fisioterápica permite que haja a diminuição das 
dores, dos desconfortos, da ansiedade, auxílio para que não haja complicações. 
O atendimento desse profissional na área oncológica foi estabelecido a pouco 
tempo, objetivando intervir nos danos à saúde, restabelecer e desenvolver o 
desempenho total das funções do corpo, realizar a manutenção e prevenir as 
intercorrências negativas advindas do câncer. Perante o paciente oncológico, as 
medidas fisioterapêuticas se apresentam de grande importância, principalmente frente 
aos cuidados paliativos. Nesse contexto as ações são realizadas visando a 
recuperação do estado de saúde do paciente, por intermédio de inúmeras técnicas, 
sendo elas empregadas para a melhora da dor, da mobilidade para que haja 
independência dos movimentos exercidos, evitando prejuízos respiratórios, 
desenvolvimentos de lesões por meio do longo tempo acamado, no oferecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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