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Aula 7 - Saúde da mulher - Vulvovaginites

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Introdução 
 Inflamação ou infecção de vulva ou vagina;
 Corresponde a 50%-70% das queixas em 
consultas ginecológicas; 
 Estima-se que dez milhões de consultas por 
ano sejam decorrentes de sintomas 
relacionados às vulvovaginites. 
 Dentre as infecções do trato reprodutivo, 
destacam-se as vulvovaginites e vaginoses, 
processos nos quais o meio ambiente 
vaginal fisiológico, composto 
primordialmente por Lactobacillus, 
encontra-se alterado, assim, possibilitando a 
proliferação de outros microrganismos e 
podendo estar associado a processo 
inflamatório (vaginites) ou sem evidências 
de inflamação (vaginoses). 
 Os sintomas são representados 
principalmente por corrimento vaginal, em 
quantidade, coloração e aspecto variáveis, 
associados a outros sintomas como odor 
desagradável, prurido, sensação de ar
e/ou queimação, disúria e dispareunia, a 
depender do(s) agente(s) etiológicos(s).
 
Ambiente vaginal fisiológico
 
 Glândulas sebáceas, sudoríparas, de 
Bartholin e de Skene: produzem secreções 
fisiológicas. 
 Fase hormonal influencia tipo e quantidade 
de células, ocasionando uma secreção 
vaginal fisiológica e normal 
 
Conteúdo vaginal fisiológico
 
 Muco cervical, células vaginais e cervicais, 
secreção das glândulas, proteínas, 
glicoproteínas, carboidrato, pequena 
quantidade de leucócitos e microrganismo 
da flora vaginal. 
 
Secrecao vaginal fisiológica 
 
Caroline Pires – Medicina 
infecção de vulva ou vagina; 
70% das queixas em 
se que dez milhões de consultas por 
ano sejam decorrentes de sintomas 
Dentre as infecções do trato reprodutivo, 
vulvovaginites e vaginoses, 
quais o meio ambiente 
siológico, composto 
primordialmente por Lactobacillus, 
se alterado, assim, possibilitando a 
proliferação de outros microrganismos e 
estar associado a processo 
nites) ou sem evidências 
Os sintomas são representados 
principalmente por corrimento vaginal, em 
quantidade, coloração e aspecto variáveis, 
associados a outros sintomas como odor 
desagradável, prurido, sensação de ardor 
e/ou queimação, disúria e dispareunia, a 
depender do(s) agente(s) etiológicos(s). 
Ambiente vaginal fisiológico 
Glândulas sebáceas, sudoríparas, de 
Bartholin e de Skene: produzem secreções 
Fase hormonal influencia tipo e quantidade 
, ocasionando uma secreção 
vaginal fisiológico 
Muco cervical, células vaginais e cervicais, 
secreção das glândulas, proteínas, 
glicoproteínas, carboidrato, pequena 
quantidade de leucócitos e microrganismo 
 
 
 
 
 Consistência flocular 
 Branca ou transparente
 Presente no fundo da vagina
 Microscopia da secreção 
epiteliais superficiais, poucos leucócitos e 
poucas células indicadoras (Gardnella 
vaginalis) 
 PH: 4,5 (ácido) 
 Aeróbios (lactobacilos acidófilos, 
Staphylococcus epidemidis, 
Streptococcus spp., Escherichia coli), 
anaeróbios facultativos
vaginalis), anaeróbios estritos
spp., Bacteroides spp.) e fungos com 
destaque para a Candida spp.
 O Lactobacillus sp. Representa 90% das 
bactérias presentes na flora normal de 
uma mulher sadia em idade reprodutiva, 
e respondem pelo Ph ácido que inibe o 
crescimento de bactéri
mucosa vaginal. 
 
Vaginose bacteriana
 É um estado de desequilíbrio da fl
vaginal caracterizado pela substituição 
da flora microbiana
Lactobacillus por bactérias anaeróbias e 
facultativas. Embora existam variações 
entre mulheres, as espécies mais 
frequentemente encontradas são 
Gardnerella, Atopobium, Prevotella, 
Megasphaera, Leptotrichia, Sneatia, Bi
dobacterium, Dialister, Clostridium e 
Mycoplasmas 
 
Vulvovaginites 
 
 
Medicina UNIFTC 2021.1 
Branca ou transparente 
Presente no fundo da vagina 
Microscopia da secreção – células 
epiteliais superficiais, poucos leucócitos e 
poucas células indicadoras (Gardnella 
(lactobacilos acidófilos, 
Staphylococcus epidemidis, 
Streptococcus spp., Escherichia coli), 
anaeróbios facultativos (Gardnella 
anaeróbios estritos (Prevotella 
spp., Bacteroides spp.) e fungos com 
destaque para a Candida spp. 
O Lactobacillus sp. Representa 90% das 
bactérias presentes na flora normal de 
uma mulher sadia em idade reprodutiva, 
e respondem pelo Ph ácido que inibe o 
crescimento de bactérias nocivas a 
Vaginose bacteriana 
um estado de desequilíbrio da flora 
vaginal caracterizado pela substituição 
da flora microbiana dominada por 
Lactobacillus por bactérias anaeróbias e 
facultativas. Embora existam variações 
as espécies mais 
frequentemente encontradas são 
Gardnerella, Atopobium, Prevotella, 
Megasphaera, Leptotrichia, Sneatia, Bi 
dobacterium, Dialister, Clostridium e 
 
 
Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 
 
Microbiologia – Garnerella 
 Bastonete 
 Pleomorfico 
 Anaeróbio facultativo 
 Não capsulado 
 Imóvel 
 
 
 
 
Sintomas clínicos 
 
 Odor desagradável 
 Corrimento – pequena intensidade, 
homogêneo e branco acinzentado 
 Não apresenta habitualmente prurido, ador 
e queimação 
 Comum recorrência 
 Maior risco de doença inflamatória pélvica 
(DIP), DIP pós-abortamento, infecções pós-
operatórias da cúpula vaginal após 
histerectomia, citologia cervical anormal. 
 Não é uma DST. 
 
Diagnóstico 
 Os critérios para diagnóstico da vaginose 
bacteriana são os de Amsel: 
1. Corrimento vaginal branco-
acinzentado homogêneo aderente 
às paredes vaginais; 
2. Medida do pH vaginal maior do que 
4,5; 
3. Teste das aminas (whi- test) positivo 
4. Presença de “clue cells” 
*É necessário pelo menos 3 dos critérios 
acima para fazer o diagnóstico. 
 
Exame bacterioscópico 
 Usar exame a fresco ou corado pelo 
gram 
 Presença de clue cells (fator para a 
presença de Gardenerella) 
 Número pequeno ou inexistente de 
leucócitos 
 Não se faz cultura 
 
Tratamento 
O tratamento visa eliminar os sintomas e 
restabelecer o equilíbrio da flora vaginal 
fisiológica, principalmente, pela redução 
dos anaeróbios. Podem ser utilizados: 
 Metronidazol 500 mg por via oral (VO) 
duas vezes ao dia durante sete dias; 
OU 
 Metronidazol gel 0,75% – 5g (um 
aplicador) intravaginal ao deitar 
durante cinco dias; 
OU 
 Clindamicina creme 2% – 5g (um 
aplicador) intravaginal ao deitar 
durante sete dias 
 Tinidazol 2g (VO), dose única 
 
*Parceiros: Não é necessário tratamento 
 
 Pacientes imunodeprimidos, vaginose 
bacteriana recorrentes e/ou 
associado a Mobiluncus 
- Clindamicina 300mg (VO), 2x ao dia 
por 7 dias ou creme vaginal (2%), 
uma vez à noite por 7 dias. 
 Gestantes: Metronidazol (mesma 
indicação das mulheres não 
grávidas) 
 
 
Candidiase vulvovaginal 
 É o processo inflamatório vaginal 
causado pela proliferação de fungos 
no meio vaginal que levem ao 
aparecimento de sintomas 
(corrimento, prurido, disúria, 
dispareunia). 
 Microorganismo comensal 
 Capacidade dimórfica 
(esporos/hifas) 
 
 
Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 
 
 
 Sistema imune do trato genital – regula a 
transformação para estado infeccioso 
 Frequente na menacme 
 Sintomáticos – concentração desses 
organismos 
 
 
 
Epidemiologia 
 
 75% das mulheres já foram acometidas por 
uma espécie de Candida 
 40% a 50% vão ter um 2 episódio 
 5% - recorrência (4 ou mais episódios em 12 
meses) 
 80% a 90% - Candida albicans 
 5% a 10% - Candida glabrata 
 
 
Fatores de risco 
 
 Gestação 
 Diabetes Mellitus 
 Contraceptivos orais 
 Uso de antibióticos 
 Uso de corticosteróides 
 HIV 
 Hábitos higiênicos inadequados 
 Roupas íntimas justas ou sintéticas 
 Fatores emocionais 
 
 
Sintomas clínicos 
 
 Principal sintoma: prurido genital 
 Corrimento branco (tipo leite coalhado), 
aderente à parede vaginal 
 Pode ocorrer disúria e dispareunia 
 Piora no período pré-menstrual 
 Exame ginecológico: eritema e/ou edema, 
e/ou fissura na vulva 
 Exame especular: conteúdo vaginal 
aumentado e placas aderidas a parede 
vaginal ou colo uterino 
 Pode ter fluido esbranquiçado 
 Ph: < 4,5 (não tem alteração) 
 Ocasionalmente pode ocorrer 
corrimento amarelado 
 
 
 
Diagnóstico Bacterioscopia a fresco – pode ser 
negativo em aproximadamente 50% das 
culturas 
- Se for negativo continuar investigação 
- Visualiza-se no microscópio hifas ou 
esporos. 
 Bacterioscopia com coloração pelo 
método de gram – melhor definição de 
hifas e esporos. 
 Cultura 
- Sabouraud 
- Nickerson 
 Teste das aminas é negativo 
 
Tratamento 
 Episódios isolados – preferencialmente via 
vaginal 
- Miconazol creme vaginal a 2% ou óvulos 
vaginais de 100 mg uma aplicação ao 
deitar durante 7 dias 
Pode se utilizar também tioconazol, 
isoconazol, terconazol, clotrimazol, 
nistatina, fenticonazol 
 
*Os azóis é o tratamento mais frequente e 
mais efetivo que a nistatina 
 Episódios recorrentes – tratamento sistêmico 
Tratamento tópico por 7 a 14 dias ou por VO 
(fluconazol 150 mg, total de três doses com 
intervalos de três dias) 
Após a remissão dos episódios agudos, 
podem ser utilizados esquemas de supressão 
com um comprimido de fluconazol (150 mg) 
uma vez por semana, durante seis meses 
 
 
 
Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 
 
- Terapia de supressão serve para controlar 
a recorrência 
- Recorrência de até aproximadamente 50% 
dos casos 
- Não é indicado o tratamento do parceiro – 
não transmite por via sexual 
 
Aspectos observados: 
- Confirmação microbiológica pela cultura 
- Identificação e tratamento dos fatores 
predisponentes 
- Avaliar a necessidade de indução e 
manutenção da terapia supressora com 
azólicos. 
- Apoio psicológico 
 
 
Tricomoniase vaginalis 
 
 Protozoário: Trichomonas vaginalis 
 É uma DST curável 
 Associa-se de maneira importante com 
outra DST 
 Taxa de transmissão é alta 
 70% dos homens contraem a doença após 
uma única exposição 
 Tem a capacidade de fagocitar bactérias, 
fungos e vírus, transportando-os para o trato 
genital superior. 
 Célula polimorfa – pseudópodes 
 Forma trofozoítica flagelada 
 Não sobrevive fora do sistema urogenital 
 Divisão binária longitudinal 
 Anaeróbio facultativo 
 Organismo cresce em pH > 5 
 
Fatores de virulência 
 
 Cisteína proteinase – citotóxica e hemolítica 
 Degrada a porção C3 do complemento 
 Degrada IgG, IgM e IgA 
 Adesinas 
 Glicosidases 
 
Transmissão 
 Via sexual 
 T. vaginalis pode sobreviver por mais de 
uma semana – prepúcio do homem sadio 
 Homem – vetor da doença 
 Tricomoníase neonatal é adquirida durante 
o parto 
 
 
Sintomas clínicos 
 
 Pode ser assintomática até provocar um 
quadro inflamatório agudo 
 Corrimento purulento, com odor 
desagradável 
 Queimação, prurido, disúria, polaciúria e 
dispareunia 
 Pode ocorrer sangramento pós-coito 
 Exame físico e especular: eritema da vulva 
e mucosa vaginal, corrimento bolhoso 
amarelo-esverdeado com odor 
desagradável, colpite multifocal, 
pequenos pontos hemorrágicos na vagina 
e no colo (Strawberry cervix – colo de 
morango) 
 
 
 
 
 
Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 
 
Complicações: 
 
 Problemas relacionados com a gravidez: 
- Ruptura prematura de membranas, parto 
prematuro, baixo peso ao nascer, 
endometrite pós-parto, natimorto e morte 
neonatal 
 Problemas relacionados com a fertilidade: 
- Risco 2x maior 
- Resposta inflamatória pode destruir a 
estrutura tubária 
 
Diagnóstico 
 
 Bacterioscopia a fresco, pelo qual se 
observa o parasita com movimentos 
pendulares (sensibilidade de 51% a 65%). 
 pH > 4,5 –teste de amina positivo 
 Bacterioscopia pelo gram – identificação do 
protozoário 
 Colpocitologia 
 Cultura em meio Diamond – apresenta 
elevada sensibilidade e especificidade 
 
Tratamento 
 
 Metronidazol 2g (VO) – dose única 
(secnidazol e tinidazol) 
 Dose única – maior aderência, por via oral é 
mais resolutiva que a vaginal 
 Recidivas ocorrem por falta de tratamento 
do parceiro, tratamento primário 
incompleto ou reinfecção. 
 
Gestantes: 
 Metronidazol 500mg (VO) 2x ao dia por 5 a 7 
dias 
 Tinidazol não é recomendado 
 A partir do 2 trimestre 
 
Parceiros: 
 Assintomático e transitório 
 Resolução espontânea em até 10 dias 
 Tem que ser tratado e suspender relações 
sexuais durante tratamento

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