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Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 REPLICAÇÃO DO DNA Motivo para replicar: O principal motivo que faz a célula se duplicar é a divisão celular. A replicação é um processo semiconservativo, ou seja, conserva metade da fita velha de DNA. A fita velha se abre e, a partir da abertura de fitas velhas, uma delas é usada como fita molde para que a partir delas, sejam feitas novas fitas de DNA. É a partir disso que se consegue realizar estabelecimento de vínculos genéticos entre indivíduos. Ex: teste de paternidade. Como o processo é iniciado: Isso diverge de organismo para organismo. Em seres mais primitivos como as bactérias que tem o DNA menos complexo quimicamente e estruturalmente, circular, possui um ponto inicial de replicação, um ponto específico. No caso de espécies que são mais novas evolutivamente e que tem maior quantidade de material genético e de maior complexidade, são encontradas múltiplas origens de duplicação. Então, a duplicação sempre vai começar em locais conhecidos como “origens de replicação”. Na espécie humana, essas origens estão distribuídas por todo o DNA. Nas origens de replicação existe uma grande quantidade de Adenina e Timina, já que entre essas duas bases existem duas pontes de hidrogênio. As origens de replicação são locais que precisam ser abertos para molécula se replicar, portanto, precisa que essas ligações sejam mais fracas e que esses locais possuam uma maior tendência a abrir. Com a quebra e consequentemente afastamento das bases, são formadas “bolhas de replicação.” Quando essas bolhas vão se conectando umas as outras e aumentando, elas dão origem as forquilhas de replicação – estruturas bifurcadas. O processo de replicação precisa obedecer uma cronologia, tem que ter um passo a passos e eles precisam acontecer no momento certo. O primeiro passo é a abertura da fita dupla de DNA. ABERTURA DA FITA DE DNA: Para que esse processo de abertura ocorra, é necessário um repertório enzimático. A primeira enzima é a DNA HELICASE, enzima responsável por desfazer a dupla hélice A enzima, nada mais é do que uma molécula que vai promover a quebra das pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas das fitas complementares. Essas fitas apesar de serem complementares, são independentes, conectadas por pontes de hidrogênio. Quando essas pontes de hidrogênio são quebradas, as fitas vão se separar, sendo esse justamente o principal objetivo da enzima – abrir para que cada pedaço da fita seja usado como um molde. O grande problema é que a molécula de DNA é muito sensível, fina e susceptível a quebra. TOPOISOMERASE: grupo de enzimas, tendo a principal delas a GIRASE. A girase vai atuar desenrolando a molécula de DNA e, consequentemente, ela vai aliviar a tensão que é gerada nesse ponto, relaxando a dupla fita no momento em que ela ta sendo tensionada pela helicase. Existem alguns tipos diferentes de girasse que executam tarefas diferentes nesse processo. As proteínas ligadoras de fita simples são importantíssimas no processo de abertura, elas atuam mantendo as fitas separadas. Quando são abertas, as fitas se separam das bases na medida em que as pontes de hidrogênio são quebradas. Para impedir que ocorro o desalinhamento, elas se ligam a proteínas ligadoras de fitas simples para manter as fitas abertas. Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 DNA POLIMERASE: A fita azul é a fita velha, fita mãe; e a fita vermelha é a fita nova que ta sendo polimerizada pela DNA polimerase. A DNA polimerase vai pegar um nucleotídeo e ligar ao outro, estabelecendo entre eles uma ligação fosfodiester, que é a ligação do fosfato de um nucleotídeo com a pentose (açúcar) do outro. Características importantes da enzima: Enzima que catalisa a adição de nucleotídeos á extremidades 3’ de uma fita de DNA; Precisa de um molde – a cadeia molde complementar; Mecanismo de polimerização é no sentido 5’->3’; Incapaz de fazer DNA do zero (precisa ter extremidade 3’OH livre) – Porém, só tem OH livre na molécula de RNA. Ou seja, a DNA polimerase precisa da molécula de RNA para continuar o seu processo. Possui mecanismo de correção de erros no sentido 3’ ->5’. A enzima primase sintetiza um PRIMER (molécula uniciadora de 10 nucleotideos) de RNA para que a DNA polimerase consiga se ligar a OH livre. Ao final do processo de replicação, esse primer e removido e ficam só moléculas de DNA. A enzima DNA-polimerase só sintetiza na direção 5’-3’ As fitas são antiparalelas e a enzima só funciona no sentido 5’-3’. Esses dois fatores justificam o processo ser unidirecional. A fita de baixo vai ser fragmentada, são formados os fragmentos de Okazaqui causados pela replicação descontinua, formando espaços chamados GAPs, que são unidos a partir da DNA ligase ao final do processo, formando uma fita contínua. OBS: A replicação ocorre na interfase do ciclo celular A replicação é simiconservativa É um processo bidirecional Envolve várias enzimas REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR) É um método in vitro de replicação de DNA, ou seja, acontece em tubos de ensaio em que se é possível fazer a replicação do DNA sem o processo de mitose. Amplifica sequências específicas de DNA Processo realizado em vários ciclos com diferentes temperaturas. Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 A reação de PCR é dividida em 3 etapas. 1 FASE – DESNATURAÇÃO: Na desnaturação, ocorre a separação das pontes de hidrogênio. Não confundir esse processo de desnaturação com o de desnaturação proteica, Aquecimento a mais de 90 graus para separação da dupla fita Separa tanto a fita de DNA original quanto os produtos da amplificação. As pontes de hidrogênio são relativamente fracas, então quando se coloca a uma temperatura maior que 90 graus elas rompem. É possível analisar a temperatura através do termômetro. 2 FASE- ANELAMENTO DOS PRIMERS: Os primers são os oligonucleotideos iniciadores que vão dar especificidade a reação. Ex: gemona de um paciente infectado com HTLV – se tem uma sequencia de um genoma viral inserida em uma sequência de genoma humano. Para saber, é necessário desenhar uma sequencia que seja complementar a sequência do genoma viral. Nessa fase, ocorre basicamente a ligação dos primers com a sequencia de interesse (hibridização) Temperatura varia entre 40 a 70 graus conforme o par de primers. A temperatura nessa fase será diferente, já que para permitir o ligamento não pode manter a temperatura muito alta, se não elas irão se separar. O primer determina a especificidade da reação. Ex: se tem uma sequência do vírus da hepatite e quer amplificar essa sequencia pra saber se o paciente ta com a doença. Se desenha a sequência complementar para cada primer. Se a sequencia se encaixar na amostra do paciente e a polimerase estender, é porque o paciente ta infectado. É um exame direto porque vai no microrganismo que você ta buscando. 3 FASE – EXTENSÃO: Atividade da Taq DNA polimerase (Taq porque foi retirada de microrganismos aquáticos, que vivem em áreas próximas a vulcões, com temperaturas mais altas. Caso fosse usada a DNA polimerase humana, ela não iria sobreviver as variações de temperatura. Duplicação da DNA Temperatura ótima em torno de 72 graus Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 OBS: Professor, então eu posso afirmar que na amostra recolhida terei amostras do DNA humano e DNA viral, o primer é que será especifico para a identificação do DNA viral, se o vírus não estiver presente, o primer não exercerá a sua função e não teremos a replicação da sequência. Correto? Correto. Se tem amostra de vírus, em vários números de amostras variadas e se o primer não for específico, ele vai se ligar em qualquer lugar. Por isso precisa ser um primer muito bem desenhado, e ele se ligara apenas na amostrado vírus se tiver presente. Se não tiver, não se liga em nada, consequentemente não há infecção, o diagnostico será negativo. As amostras são armazenadas dessa forma. Para que elas seja visualizadas, existe a necessidade de técnicas especificas com corantes. Ex: eletrosforese. Se coloca o corante na amostra e em seguida submete essa amostra a uma voltagem que faz ela ligar para o polo positivo do gel, já que o DNA é muito negativo por conta do fosfato. TIPOS DE PCR: PCR convencional – mais utilizado Nested PCR- é utilizado quando a amplificação da um resultado muito fraco na banda. Pega-se a banda que ficou clara e realiza um novo PCR daquela parte, é como se fizesse um PCR do PCR. PCR em tempo real (Qpcr) – também chamado de quantitativo. É um PCR que a medida em que ele vai sendo feito, você já consegue saber naquele momento se ele ta funcionando, não precisa fazer eletroforese depois. RT-PCR – é o PCR mais utilizado no mundo, ele consegue realizar uma transcrição reversa. PCR Multiplex- é usado quando o paciente apresenta muitos sintomas parecidos. Ex: dengue, zika e Chikungunya. Usa-se um primer só com florescência, então coloca-se os 3 primers no mesmo tubo, fazendo uma só reação com múltiplas buscas. Custo menor e tempo mais curto. Aplicações do conhecimento: diagnóstico de infecções de bactérias, vírus, fungos e protozoários. Quantificação de DNA ou RNA viral/ célula hospedeira.
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